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ANTIFÚNGICOS também atuante na via de biossíntese, porém em fase

diferente.
Fármacos com ação fungicida (mata o fungo) ou
fungistática (inibe o crescimento do fungo), utilizado A parada dessa via de biossíntese altera a função de
para tratar ou prevenir infecções fúngicas (micoses). permeabilidade da membrana, tornando o fungo
susceptível a diversas alterações ambientais. Além
Uso tópico: pomadas, cremes, esmaltes, óleos disso, leva ao acúmulo de esteróis tóxicos dentro da
essenciais. célula fúngica, o que contribui para o efeito
Uso sistêmico: oral e intravenoso. antifúngico desses fármacos.

Antifúngicos Ideais Os polienos alteram a funcionalidade da membrana


se ligando diretamente ao ergosterol, levando à
 Toxicidade seletiva com baixos efeitos colaterais (no formação de poros, ao extravasamento do conteúdo
hospedeiro); intracelular e consequente morte do fungo.
 Amplo espectro de ação (contra fungos diversos);
Efeitos adversos:
 Não permita a seleção de linhagens resistentes;
 Não ser alergênico;  Nefrotoxicidade;
 Solúvel em água;  Hepatotoxicidade;
 Boa estabilidade;  Cardiotoxicidade;
 Boa farmacocinética (absorção, distribuição pelos  Anemia hemolítica.
tecidos, metabolismo e excreção);
 Baixo custo. Parede Celular

Primeiras substâncias com potencial antifúngico Inibem enzimas que atuam na síntese de quitina
(polioxinas) e glucana (equinocandinas) presente na
Metais pesados: iodeto de potássio; parede celular do fungo.

Metaloides: boro, silício e arsênio; Griseofulvina

Derivados sulfurados: sulfonamidas. Age na inibição da formação (agregação) de


microtúbulos, impedindo a mitose (fuso mitótico).
Classes de Antifúngicos
Única droga com tal mecanismo (uso clínico).
BENZOFURANO Griseofulvina
5-fluorocitosina
DERIVADOS POLIÊNICOS Anfotericina B
NUCLEOSÍDEOS Flucitosina
Inibe a síntese de ácidos nucleicos.
PIRIMIDÍNICOS
DERIVADOS AZÓLICOS Imidazois e Trizois Terapia Combinada
ALILAMINAS Terbinafina e Naftato
DERIVADOS Amorolfina Uso de drogas com mecanismo de ação diferentes,
MORFOLÍNICOS usado mais nos casos de micoses sistêmicas (alta
EQUINOCANDINAS Caspofungina e morbidade e mortalidade).
Micafungina
Vantagens:

Mecanismos de ação antifúngica  Sinergia dos agentes (potencializa o efeito das


drogas entre si);
Membrana Celular
 Doses mais baixas (diminui a toxicidade);
Principal alvo é o ergosterol, presente na membrana  Diminuição da possibilidade de resistência.
dos fungos (leveduriformes e filamentosos).
Resistência aos Antimicrobianos – capacidade do
Ex.: Alilaminas inibem a enzima que faz parte da via microrganismo crescer em concentrações plasmáticas
de biossíntese do ergosterol (esqualeno epoxidase). E da droga.
Azois inibem enzima lanosterol 14α demetilase,
É definida em laboratório, pela análise da Ex.: os genes Erg1 da via de biossíntese do ergosterol.
sensibilidade (quando não crescem nessas Expressão das enzimas alvo aumenta, a via de
concentrações), do CIM (concentração inibitória produção do ergosterol continua e o fungo consegue
mínima: menor concentração da droga que inibe o fugir do efeito do fármaco.
crescimento) e da CFM (concentração fungicida
mínima: menor concentração da droga necessária BOMBAS DE EFLUXO
para matar o fungo). Proteínas transmembrana que fazem transportes de
Tipos de Resistência: moléculas de dentro para fora da célula.

a) Clínica – quando se vê que o paciente não A linhagem susceptível à droga possui poucas
está respondendo ao tratamento. Depende de alguns moléculas expressas na superfície celular. Já a
fatores: linhagem resistente aumenta a expressão das
moléculas e, assim, elas conseguem fazer o efluxo da
 Local da infecção;
droga (para fora) da célula.
 Diagnóstico errado da doença;
 Tratamento errado; Fatores que afetam a atividade de um Agente
 Farmacocinética desfavorável; Antimicrobiano
 Dificuldade do paciente de aderir ao
tratamento. 1- Tamanho da população: quanto maior a
b) Microbiológica – relacionada a características população, maior o tempo necessário à sua
do fungo. Reflete o princípio de que os eliminação.
microrganismos se adaptam geneticamente às 2- Concentração do agente: a relação entre a
mudanças do meio ambiente. concentração e a eficiência não é linear.
3- Tempo mínimo de exposição deve ser de 30
A resistência é resultado da seleção natural após o minutos.
aparecimento de mecanismos fisiológicos e genéticos. 4- Temperatura de incubação.

Mecanismos de Resistência Antifungigrama

 Alteração do alvo da droga (mutação); Verificação de sensibilidade e resistência.


 Aumento da expressão do alvo;
Comitês de Padronização (técnica e interpretação de
 Aumento das bombas de efluxo;
resultados): organizações internacionais,
 Degradação da droga;
interdisciplinares e educacionais que promovem o
 Biofilme;
desenvolvimento e a ampla utilização de normas e
 Alterações epigenéticas: qualquer alteração
procedimentos laboratoriais padronizados.
celular ocasionada por modificações na expressão
gênica, sem que haja alteração na sequência de DNA;  CSLI – Clinical and Laboratory Standard
 Aneuploidias: alterações no número de Institute (Americano).
cromossomos (aumento ou diminuição).  EUCAST – EUropean Commitee on Antibiotic
Susceptibility Testing (europeu).
BIOFILME
 BRCAST – BRazillian Commitee on Antibiotic
Produção de uma matriz extracelular que dificulta a Susceptibility Testing (brasileiro).
difusão de antifúngicos. Pode ser formada em
Testes de Antifungigrama
superfícies inertes.
 Método de Disco Difuso;
MUTAÇÕES NO GENE ALVO
 Testes de Macro e Microdiluição;
Mutações na biossíntese da parede celular (FKS1 e  E-teste (difusão em gradiente - CIM).
FKS2). Conferem resistência a equinocandinas, pois a
célula não consegue mais se ligar a essas subunidades.

AUMENTO DA EXPRESSÃO DO GENE ALVO

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