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Micologia P2

Beatriz Honorato Fernandes - 121


Antifúngicos
Infecções fúngicas são muito abundantes, com cerca de 1,7 milhões de mortes por infecções fúngicas
em 2020.
Agravantes atualmente: aumento do número de imunocomprometidos, aumento do número de fungos
resistentes às terapias antifúngicas e limitação de escolhas terapêuticas
A maior dificuldade da terapia antifúngica é a toxicidade seletiva, sendo uma dificuldade selecionar
células fúngicas (eucarióticas assim como as humanas) apenas para o fármaco atuar
Drogas antifúngicas: Medicamentos de ação fungicida ou fungistática utilizados no tratamento das
mais variadas infecções causadas por fungos
Agente antifúngico ideal: toxicidade seletiva, amplo espectro de ação, baixa seleção de resistência, boa
estabilidade e baixo custo
Principais alvos das drogas fúngicas: Membrana celular (Droga se complexa com ergosterol ou inibe
sua sintese), parede celular (impedem a sintese de glucano ou impedem a sintese de quitina),
microtúbulos (impedem a divisão mitótica) e ácidos nucleicos (inibem sintese de ácidos nucleicos)
1. Moléculas que atuam no ergosterol:
• Derivados poliênicos
• Moléculas anfipáticas que Complexam com ergosterol, por terem uma alta afinidade quimica e
levando à formação de poros na membrana citoplasmática
• Atividade seletiva
• Anfotericina B - Antibiótico natural, de caráter fungicida. produzida pelo Streptomyces nodosus.
Baixo custo e com formulações tópicas e endovenosas. Possui alguma toxicidade, porém menor:
Nefrotoxicidade, hepatotoxicidade, anemia hemolitica. Amplo espectro de ação, utilizada principalmente
no tratamento de micoses subcutâneas e sistêmicas. Não tem espectro para Fusarium spp e nem
Trichosporon spp.
• Nistatina: Mais utilizada no tratamento de candidiases cutâneas e mucocutâneas, sendo muito tóxica.
Uso somente tópico (suspensão, pastilhas, pomadas).
• Por conta da semelhança estrutural entre ergosterol e colesterol, há uma maior toxicidade dos
poliênicos. O que tem sido feito são formulações lipidicas com essas drogas, para ↓toxicidade, com
atividade semelhante porém alto custo. Ex: anfotericina B lipossomal, anfotericina B complexo lipidico
• Mecanismos de resistência: Diminuição ou modificação do ergosterol. Modificação da posição do
ergosterol na membrana dificultando interação quimica. Alteração na taxa de esterol/fosfolipidios (por
alteração nos genes ERG2 e ERG3).

2. Moléculas que atuam na sintese de ergosterol: 3 grupos de drogas - Azóis, alilaminas e derivados
morfolinicos
🚨
2.1. Azóis:
• Atuam na ação do produto gênico de ERG11: citocromo P450 lanosterol 14-alfademetilase. Esteróis
tóxicos intermediários da via irão acumular. Classificados em imidazóis (anel com apenas 2 átomos
de N. Ex: cetoconazol) e triazóis (3 átomos de N. Ex: fluconazol de 1º geração, posaconazol de 2º
geração e ravuconazol de 3º geração). Esses de 3º geração são drogas de escolha para infecções
mais resistentes. Os triazóis foram desenvolvidos aumentando a especificidade da ligação na enzima
alvo, aumentando espectro de ação e diminuindo dose, efeitos adversos e frequência de
administração.
• Utilizados para tratar infecções superficiais e sistêmicas
• Apresentam menor toxicidade do que os poliênicos, por agirem na biossintese do ergosterol, que
tende a ser diferente do colesterol
• Fluconazol e cetoconazol: podem ser empregados de maneira tópica, ou via oral.
• São mais aconselhados no tratamento de micoses superficiais e subcutâneas;
• Itraconazol: micoses sistêmicas;
• Voriconazol: candidiases invasivas e aspergiloses.
• Isavuconazol: micoses oportunistas (Absidia sp., Mucor sp., Rhizopus)
• A enzima alvo dos azóis (Erg11p) é uma citocromo P450 oxidase que também está presente em
células de mamiferos e responsáveis pela metabolização de drogas no figado - Então apesar de
haver uma resistência, é menor
2.2. Alilaminas:
• Age em uma enzima diferente dos azois
• Exemplos: Terbinafina
• Inibe a enzima esqualeno epoxidase (Esqualeno monoxigenase) codificada pelo gene ERG1. Acúmulo
de esqualeno leva a efeito tóxico para celula.
• Indicada no tratamento de onicomicoses pois a droga se acumula na pele, unha e tecido adiposo
2.3. Derivados morfolinicos
• Exemplo: Amorolfina
• Afeta 2 alvos moleculares, as enzimas delta14-redutase e delta8-isomerase, também acarretando
na inibição da sintese do ergosterol
• Pode ser utilizada no tratamento de infecções fúngicas superficiais causadas por fungos
dermatófitos
• Frequentemente associada aos esmaltes para tratar onimicoses
3. Inibidores da biossintese da parede celular:
3.1) Equinocandinas:
• Atuam na enzima ß1,3 glucana sintetase, inibindo a sintese de glucano e levando à perda de
integridade da parede celular
• Espectro restrito a candidiases e aspergiloses
• Via EV
Drogas EV tendem a ser menos tóxicas
3.2) Nicomizina Z: atua na sintese de quitina, inibindo a ação da quitina sintase e interferindo na
estrutura da parede. Ainda há alguns ensaios clinicos sendo realizados sobre a droga.
4. Inibidores da sintese de ácidos nucleicos:
• principalmente flucitosina (5-FC): antimetabólico e análogo da pirimidina/citosina, (base nitrogenada)
que atua na célula impedindo a sintese de RNA e DNA. Entra na célula por uma ação de permease e é
convertida em 5-fluoruracil, análogo de uracila, pela enzima citosina desaminase. Quando é
incorporado ao RNA interrompe a tradução e inibe a timidilato sintetase (Atua na sintese de DNA).
• Toxicidade seletiva pela presença da citosina permease ser exclusiva de membrana citoplasmática de
fungos
• A ação isolada tem acarretado → resistência, sendo quase sempre associada com anfotericina B ou
fluconazol
• Espectro limitado: Cromoblastomicose, feo-hifomicose, aspergilose, candida e C. neoformans
• Atua sobre fungos leveduriformes e filamentosos
5. Inibidores da sintese de microtúbulos:
• Principal exemplo é a griseofulvina
• Droga de escolha de uso oral para tratamento de dermatofitoses (mucose cutânea causada por
dermatófitos)
• Boa distribuição em tecidos queratinizados (pele, pelos e unhas)
• Atua penetrando na célula fúngica e no núcleo interage com os microtúbulos desfazendo o fuso
mitótico (inibe multiplicação)
Fármacos ainda em pesquisa:
• Inibidores da sintese proteica: Sordarinas (inibe seletivamente o fator de alongação EF2 impedindo
translocação do ribossomo durante tradução, com aspecto restrito)
• Inibidores da biossintese de esfingolipideos: Os esfingolipideos são abundantes nas membranas de
células eucarióticas, com variedade de funções (resposta ao estresse térmico, transdução de sinal,
endocitose e apoptose). alguns tem papel importante na patogÊnese da infecção fúngica. Exemplo:
Aureobasedina A,..
• Ciclopirox olamina: Hidroxipiridona. Uso tópico (Esmalte). Tratamento de micoses cutâneas
(dermatófitos e leveduras). Inibe captação de aa. e outros nutrientes e quelante de ions di e
trivalentes necessários para atividades enzimáticas e da cadeia respiratória.
• Novas terapias antifúngicas:
1. Laser: Onimicoses. Ainda em estudo.
• Novos alvos estão sendo testados!
Causas de falha terapêutica:
• Propriedades do fungo: resistência intrinseca, e é levedura, fungo filamentoso, tamanho da população
do fungo (quanto maior a densidade da colônia maior resistência)
• Propriedades do fármaco: Uso inapropridado, ↓absorção, interações medicamentosas
• Fatores do hospedeiro: resposta imune, sitio de infecção (quanto mais interno mais resistência),
abscesso
• Principais mecanismos de resistência
Mecanismos gerais Efetividade
Impedimento da entrada da droga
Reduzir a concentração da droga
dentro do fungo Aumento da produção de bombas de efluxo
(observadas em azóis)
Mutações induzidas em proteinas alvo
(azóis e equinocandinas)
Diminuir sua afinidade pelo alvo
Acesso limitado ao alvo, como no caso do
sequestro de ergosterol observado em
polienos)
Alterar o metabolismo para Superexpressão de proteinas direcionadas
equilibrar os efeitos da droga (ou seja, os alvos, observado em azóis.
logo, teria de ter muito azól para
neutralizar)
Via metabólica alternativa
Inativação da enzima necessária para
ativação do fármaco

• Resistência intrinseca: inata, não podendo ser muito influenciada por nós
• Resistência adquirida: desenvolvida, podendo ocorrer por uma variedade de fatores, como uso
indevido de medicamentos antifúngicos, uso de fungicidas na agricultura, resistência espontânea
(mutações) e resistência transmitida (transferência de material genético - plasmideo). Estratégias
para retardar a resistência adquirida: evitar o uso indiscriminado, diagnóstico correto, tratamento
adequado, dosagens adequadas e suficientes, teste de susceptibilidade à droga quando necessário
Em relação aos fungos, as leveduras é uma preocupação quanto à resistência emergente. Ex: Candida
auris.
One health: Saúde estudada nas 3 esferas (animal, humana e ambiente). O uso de antimicrobianos
nessas 3 esferas → Residuos → resistência.

Resistência: Capacidade do microorganismo em crescer em concentrações inibitórias da droga


Sensibilidade: Quando o microorganismo não crescem em concentrações
Concentração inibitória minima (cim): menor concentração de antifúngico necessária para inibir o
crescimento fúngico (microgramas/ml)
Concentração fungicida minima (CFM): menor concentração do antifúngico necessária para matar o
fungo (micfrogramas/ml)
Fungicida x fungistático

Teste de susceptibilidade aos agentes antifúngicos: 2 comitês - CLSI e EUCAST


• Técnicas de diluição em caldo
• Testes de macrodiluição: Cor escura indica crescimento do fungo. Em placa ou em tubos. Na
imagem a CIM é 16.

• Testes de difusão em ágar: Ágar Muller-Hinton. Discos de papel impregnados com antifúngicos.
Suspensão fúngica 1-5 x 10ˆ6 UFC/ml. Na zona clara, há inibição do crescimento. Só pode afirmar que
é resistente quando não há halo, pois o tamanho do halo depende da potência e outros fatores.
Existem sistemas comerciais (E-test, painel colorimétrico sensititre…).

.• Situações onde são indicados os testes de susceptibilidade: Infecções de repetição, candidemia, uso
de azólicos prévio, candida não albicans (C. glabrata), neutropênicos, pacientes em UTI.
Número limitado de antifúngicos!!!
Introdução à micologia médica
Classificados em patógenos primários ou oportunistas e exógenos ou endógenos:
• Primários: capazes de estabelecer doença em imunocompetentes. Ex: Coccidioides spp e Histoplasma
spp
• Oportunistas: Estabelecem a doença em imunossuprimidos.
• Exógenos: Fungos adquiridos do ambiente. Ex: Aspergillus sp
• Endógenos: Fungos que fazem parte da microbiota (micobiota). Ex: Candida sp.
💡

→ Principais portas de entrada dos fungos para micoses:


Contato direto (pele, pelo e unhas) e inalação (trato resp)
TGI normalmente gera intoxicação e não micose

→ Localização dos fungos: extracelular (intersticial, superficie das células ou linfáticos) ou


intracelulares (especialmente leveduras, geralmente dentro de macrófagos e podem estar ou no
citosol ou em vesiculas). maioria é extracelular.

→ Disseminação:
1. Invasão direta: Tecidos continguos (próximos)
2. Corrente sanguinea
3. Vasos linfaticos

→ Fatores de virulência
1. Adesinas: proteinas que permitem adesão aos tecidos - evita eliminação pelo movimento ciliar ou
mucoso
2. Dimorfismo: capacidade de interconverter entre forma saprofitica e parasitária
3. Cápsula: resistência à fagocitose
4. Produção de enzimas: causa danos celulares e pode prejudicar a resposta imune. Ex: proteases,
lipases e fosfolipases.
5. Defesa contra espécies reativas de oxigênio: enzimas como catalase, peroxidase e superóxido
dismutase protegem contra ataque oxidativo de neutrófilos e macrófagos. Essas células de
defesa causam dano justamente por essas espécies reativas.
6. Melanina: Proteção contra radiação UV, altas temperaturas e espécies reativas de oxigênio
7. Toxinas: a gliotoxina (A. fumigatus) tem efeito imunossupressor, inibe fagocitose e a ativação de
cél. T
8. Organização da parede celular de forma a proteger componentes do sistema imune (camada
externa de mananas de muitas células fúngicas protege a ß-1,3-glucano altamente imunogênica
do receptor dectina-1)
9. Formação de biofilme: Estrutura microbiana aderida a uma superficie envolvida por cápsula
exopolissacaridica
10. Presença de estruturas especiais: Espessamento da parede (Ex: célula titã), alteração da parede
para corpos asteroides (Alteração do formato)
→ Resposta imune
• Receptores herdados (PRRs) são usados por céls para reconhecimento de patógenos por padrões
moleculares conservados. Ligação dos componentes fúngicos às PRRs ativa respostas celulares e
mecanismos de morte, e também ajuda a iniciar e moldar resposta imunes adaptativas.
• Céls do sistema imune inato: cél. epiteliais, neutrófilos, macrófagos, cél. dendriticas e NK
• A imunidade adaptativa, ao contrário da inata, é ativada por antigenos
• Defensinas: proteinas antimicrobianas naturalmente produzidas pelo corpo.
• Existem diferentes tipos de receptores para diferentes fungos!! Os mais comuns são dectina 1 e
dectina 2
• Principal resposta = Celular, por linfócitos Th1 (potencializa ação de macrófagos e neutrófilos) e
Th17 (ativados por IL-6 e IL-13, recrutamento de neutrófilos e produção de peptideos antimicrobianos).

→ Coleta do material: Antes não deve utilizar antifúngico (tópicos não devem usar em até 15 dias
antes e sistêmicos 1 mês). Ficha com dados do paciente: identificação, origem, residência, tempo de
evolução da doença, localização e aspecto clinico da lesão, possivel contato com animais, uso de
antifúngicos nos últimos 30 dias, suspeita clinica → importante para epidemiologia. Realizada pelo
profissional de saúde.
• Antissepsia do local com álcool 70º, com bisturi raspara as bordas das lesões e enviar para o
laboratório em até 24h. Em caso de ptiriase versicolor (levedura), utiliza fita durex para visualizar no
microscópio.
• O transporte da amostra deve ser o mais rápido possivel, sendo refrigerada por 24h (Exceto se
suspeita é de zigomiceto). Em caso de micoses oportunistas, coletar 3 amostras em 3 dias
consecutivos. A coleta inadequada ou insuficiente pode gerar falso negativo. Normalmente coleta da
borda da ferida.
• Material da coleta: Escamas de pele, raspado de unha, pelos e cabelos, sangue, liquor, urina, fezes,
conjuntiva/córnea, escarro, pus e liquidos
• Pelos e cabelos: escolher a região adequada (nódulos ou alopecia), retirando o pelo com o foliculo
piloso com uso de pinça esterilizada Unhas: Coleta por raspagem, e coletar pus com swab ou pipeta
esterilizada caso esteja presente. Mucosas: Swab esterilizado, 2 amostras. Transporte acondicionado
em fórmula salina. Conjuntiva ou córnea: Apenas por oftamologistas. Biópsia de tecido: Procedimento
médico, coletando bordo da lesão. Transporte em solução salina esterilizada em até 24h. Zigomicose
em temperatura ambiente. Sangue: Hemocultura, 5-10ml. Liquor: 3-5ml. Centrifuga. Urina: Exame
direto. Quando é por cultura não centrifuga. Fezes: Análise do material in natura, (exame direto e
cultura), podendo ser coletado com swab acondicionado com saliva esterilizada. No exame direto KOH
20% ou gram. Escarro, pus e liquidos: Exame direto e cultura.

→ Diagnósticos: 4 tipos - Micológico (detecção da presença do fungo na amostra), histopatológico


(detecção do fungo no tecido acometido), imunológico (identifica antigeno ou anticorpo) e molecular
(detecta ac nucleico do fungo)
1. Micológico: Mais barato, eficaz e mais utilizado, porém necessita de profissional treinado
• Primeira etapa do diagnóstico: identificar se há presença ou não de estruturas fúngicas
• Análise presuntiva: não permite identificação de gênero ou espécie
• objetivo: visualizar estruturas fúngicas
• KOH 10-40%: clarifica a amostra, digerindo material do tecido em volta do fungo
• Pode utilizar alguns corantes: Gram, tinta nanquim/da china (ver cápsula), fita duréx (método de
jarbas porto - malassezia sp)

• Cultura: semeadura a partir da amostra clinica, para confirmação do fungo visualizado. Os meios
para isolamento primário são: Ágar Sabouraud Dextrose (ASD - universalmente utilizado, sendo
barato e contendo todos os nutrientes necessários), ASD + cloranfenicol (seletivo pra fungos,
evitando contaminação bacteriana), Mycosel (ASD + ciclohexamida - previne crescimento de fungos
não patogênicos), infusão de cérebro-coração/BHI (hemocultura), dixon (fonte lipide - Malassezia sp).
• Tempo de incubação: Leveduras 24-72h x Filamentosos 3-30 dias.
• Temperatura: maioria a ambiente. Prova do dimorfismo tem 1 tubo a 35ºC e outro a 25ºC.
• Dificuldade da cultura: Crescimento lento, contaminação c outros microorganismos
• Identificação dos fungos: Caracteristicas macro e microscópicas + Provas adicionais (Testes
bioqu[imicos, auxanograma e zimograma - leveduras - prova do tubo germinativo - leveduras
também)
• Auxanograma: Apenas fonte de Nitrogenio, passando levedura e depois pingando diferentes
pontos de carbono. Haverá zona de crescimento apenas ao redor da fonte de carbono que consegue
metabolizar.
• Zimograma: Avalia capacidade fermentativa do fungo. Se turvou, a levedura foi capaz de usar
glicose. Se há presença de gás, ocorreu via fermentativa com produção de gás. Positivo = Amarelo e
negativo = negativo (pH altera cor).
• Tubo germinativo: A candida albicans na presença de soro gera tubo germinativo, diferenciando
dos outros tipos de albicans. Importante de diferenciar da pseuhifa, que possui constrição entre
parede e a estrutura, já no tubo germinativo não possui constrição.]
• Prova de urease: Diferencia criptococcus de candida. Rosa indica presença de urease e amarela
negativa.
• Já existem métodos automatizados
2. Exames histopatológicos:
• Geralmente micoses subcutâneas e sistêmicas, com material de biópsia fixado em formal.
• Colorações: Hematoxilina-eosina (mais comum, para avaliar o tecido em si, não evidenciando
estruturas fúngicas), fontana-masson (para ver parede celular, por reagir com pigmentos de
melanina), Mucicarmim (cora parte interna da cápsula), PAS (Cora a parede celular), Grocott (cora
parede celular também).
• Só identificam que há fungo, e não o tipo.

3. Métodos imunológicos
• Para fungos de crescimento lento, não cultiváveis, oportunistas, emergentes
Identificação de fungos isolados em cultura
• Pesquisa de anticorpos em caso de micoses sistÊmicas
• Pesquisa de antigeno. Ex: Cryptococcus sp
• Dificuldades: pode haver reação cruzada de antigenos fúngicos com componentes do soro
(proteina C reativa e fator reumatoide), anergia (se for imunossuprimido pode não estar
conseguindo produzir anticorpo), resposta celular
• Imunofluorescência direta e indireta, imunodifusão dupla, reação de fixação do complemento,
ELISA, aglutinação de látex, testes intradérmicos subcutâneos
• Novos métodos: Fungitell (detecta ß-1,3-glucana em infecções fúngicas invasivas, não detecta
cryptococcus e zigomicetos), detecção de mananas e ac anti-mananas (candidemia), detecção de
galactomananas (aspergillus sp)
4. Métodos moleculares:
• Vantagem: especificidade
• Desvantagem: caro, não disponiveis na maioria dos laboratórios clinicos de rotina, dificuldade de
padronização dos métodos de extração de DNA e uso de substâncias quimicas tóxicas (Ex: fenol
clorofórmio)
• PCR (principal e mais barata, amplificando região ITS do ribossomo sendo conservada em fungos mais
geneticamente próximos e distantes no caso contrário - Ex: comparação), qPCR (avaliando expressão de
gene especifico), RT-PCR (investigação de abundância de gene), PCR multiplex (vários genes em uma
reação só), FISH - Hibridização in situ fluorescente (Cria sonda especifica contra região especifica do
DNA do fungo, se fluorescer é positivo), MALDI-TOF (ionização/dessorção a laser assistida por matriz
acoplada a espectrometria de massa)

Micoses superficiais
Aula ministrada pela professora Vanessa
• Geralmente não geram dor, e sim queixas estéticas, pela preferência pelos estratos mais
superficiais
• Principais: ptiriase vercisolor, tinea nigra, piedra negra e piedra negra
• Induzem pouca ou nenhuma resposta imunológica
• Prevalentes em zonas de clima tropical e subtropical
• Mais frequente em adolescentes e adultos
1. Ptiriase versicolor
• Principalmente Malassezia spp - Levedura lipofilica (afinidade por ambientes ricos em gordura -
pele oleosa, cultivo em ágar sabourad com azeite de oliva
• Aspectos clinicos
• Pode ser assintomática, afetando superficie cutânea
• Lesões ou manchas de cor (hipo ou hiperpigmentadas, de acordo com o tom natural de pele do
paciente) e tamanho variado
• Tórax, pescoço e membros superiores - “Asa de borboleta”
• Pode ser recidivante e não contagiosa
• Prurido discreto
• Aspectos gerais: faz parte da microbiota (!!!! importância de higiene pessoal em quem possui a
malassezia na microbiota da pele e couro cabeludo) do couro cabeludo e pele
• Fatores predisponentes: altas temperaturas, alta umidade relativa do ar, secreção cutânea
aumentada de ácidos graxos de cadeia longa (pele oleosa), elevada sudorese, fatores hereditários,
uso de terapias imunossupressoras, estresse, hipovitaminose, higiene pessoal insatisfatória
• Diagnóstico laboratorial: Necessidade de exames complementares para diagnóstico.
• Microscopia direta: leveduras refringentes, pseudohifas curtas e tortuosa. Método da fita
duréx (mais utilizado) ou KOH
• Cultura: Meios contendo azeite de oliva. Colônias lisas, opacas e de cor bege.
2. Tinea nigra: Hortaea (Exophiala) werneckii
• Assintomática (Estética): manchas marrons ou acastanhadas, descamativas e bem delimitadas
• Região palmar ou plantar, semelhante a melanoma
• Transmissão: inter-humana, através de vegetais e areia
• Pouco frequente, bem menos que a ptiriase versicolor[
• Diagnóstico laboratorial: Amostra raspada da lesão
• Microscopia direta: Exame direto com KOH
• Isolamento E identificação do fungo: Ágar sabourad
3. Piedra branca: Trichosporon spp
• Pelos pubianos e escrotais principalmente barba, axilares, bigode e cabelo raramente
• Pouco contagiosa
• Esporádica
• Assintomática
• Nodosidade - nódulos claros, macios e facilmente destacadas (precisam ser removidos
mecanicamente e de uso de antifúngico também)
• Fungo cosmopolita, pode ser encontrado no solo, ar, água e na pele de individuo saudáveis
• Época do covid-19: Prevalência de infecção urinária pelo trichosporon (por conta do uso da
sonda)
• Também pode causar micose de unha (ungueal) e de pele
• Diagnóstico clinico: observação com lupa, certificando-se dos nódulos
• Dianóstico laboratorial:
• Microscopia: KOH 10 a 40% (observa-se artroconidios)
• Cultura: Levedura - Colônia cremosa, bege, com sulcos, com superficie cerebriforme
4. Piedra negra: Piedraia hortae
• Acomete pelos da cabeça e raramente do corpo
• Nodosidade e consistência dura - de dificil remoção
• Coloração escura (Por ser um fungo demáceo) - nódulos escuros aderidos aos pelos
• Principalmentes adultos jovens do sexo masculino
• Benigna
• Altamente contagiosa - pessoa a pessoa e material contaminado - e de fácil propagação
• Crônica
• Sem alopecia
• Diagnóstico clinico: Certificar dos nódulos com lupa
• Diagnóstico laboratorial:
• Microscopia: KOH - hifas septadas demáceas, conidios
• Cultura em meios especificos

- Lembrar que o KOH ajuda a visualizar principalmente os fungos filamentosos, não sendo um
corante
• Tratamento

→ alguns possuem propriedades antifúngicas,


apesar de não serem antifúngicos

Micoses cutâneas
• Dermatófitos, candida e outros fungos não dermatófitos } Aula de hoje é sobre dermatófitos
• Dermatofitoses ou tinhas (tineas): Causadas por fungos dermatófitos, pertence ao gêneros
Microsporum, Epidermophyton, Trichophyton e Nannizia. Afetam tecidos queratinizados - Paciente
morre com o fungo mas não pelo fungo. Extrato córneo da epiderme, cabelos e pelos e unhas.
→ Micoses de pelo: das camadas superficiais até o foliculo piloso (para coletá-lo deve ser
arrancado, e não cortado)
• Podem aparecer zonas de tonsura/alopecia, podendo ser reversivel ou não
• Algumas levam à formação de kerions (lesão inflamatória, placa elevada e com microabscessos) -
necessidade de antifúngico e antibacteriona
• Algumas levam a formação de lesões crostosas
→ Parasitismo do pelo
• Externo: bainha de artroconidios no pelo, chamados de ectotrix
• Interno: no interior do pelo, chamados de endotrix e mais dificeis de tratar
→ Micoses de pele
• Lesões descamativas, circulares, bordas eritematosos, microvesiculas
• Propagação radial com tendência a cura central (fungo → bordas)
• Algumas levam à formação de placas escamosas em forma de anéis concêntricos
→ Micoses de unha:
• Lesão geralmente inicia-se pela borda livre da unha, podendo atingir a superficie e área subungueal
(Raspado de cima da unha e/ou embaixo da unha)
• Algumas provocam alterações onde a unha se apresenta branco-amarelada, porosa e quebradiça
→ Transmissão das dermatofitoses
• Antropofilica: homem para homem, por escamas epidérmicas, pelos infectados, fômites e objetos de
uso pessoal
• Zoofilica: do animal para homem
• Homem para animal
• Animal para animal
• Geofilica: Solo para homem]
• Solo para animal
• Homem para ambientes contaminados
• Exemplos: microsporum canis (zoofilico, transmitido pelo gato - principalmente no couro cabeludo
de crianças), nannizia gypsea (geofilico), epidermophyton floccosum (antropofilico), trichophyton
rubum (antropofilico), trichophyton mentagrophytes var. mentagrophytes (zoofilico) - Filamentosos,
então não dá para fazer teste de sensibilidade
→ Tipos de tineas:
1. Tinea corporis: herpes circinado ou impingem
• Anéis concêntricos, coleta no último anel. Microvesiculas com provavelmente bactérias também.
2. Tinea cruris:
• Mais comum em homens adultos
• Transmissão pode ser sexual - umidade, oclusão, traumatismos, atrito.
• Não é uma IST, mas durante o ato o atrito pode haver transmissão
• Diagnóstico com raspagem das bordas
3. Tinea pedis: pé de atleta/frieira
• Comum em regiões plantares e áreas interdigitais, principalmente po ruso prologado de sapatos e
tênis
• Lesões intertriginosas crônicas entre as dobras cutâneas, descamação, maceração e fissuras na pele
• Pode formar vesiculas e bolhas repletas de liquidos
• São muito pruriginosas!!!!!! Ato de coçar pode levar a infecções bacterianas secundárias (Dolorosas)
e micoses nas mão
• Diagnóstico por raspagem
4. Tinea manum:
• Raras
• Palmas e entre dedos das mãos
• Maioria ocorre em pacientes com tinea pedis
5. Tinea barbae
• Geralmente n a região da barba
• Foliculite predispõe a infecção
6. Tinea capitis: pelos do couro cabeludo, sobrancelha e cilios
• Pode ser inflamatória ou não, com cicatrizes e alopecia
• Gravidade (diferencia pela observação com a lupa):
• Endotrix: inflamatória, dolorosa, alopecia permanente. Tende à cronicidade. Medicação sistêmica.
• Ectotrix: não é inflamatória e é descamativa, com cura mais fácil
• Pode apresentar lesões múltiplas
• Pinça pelos das bordas da lesão, e se tiver secreção deve coletar e mandar
7. Tinea ungueum: de unha
• Formais mais superficiais: manchas brancas na superficie da unha
• Formas mais graves: afetam camadas + profundas da lâmina ungueal, unha quebradiça e manchada
• Dermatofitose mais dificil de ser tratada (1 ano)
• Agentes principais: Candida (proximal) e dermatófitos (distal) - Essa dica não ajuda se a unha
estiver toda acometida
• Amostra por raspagem

→ Diagnóstico laboratorial
• Exame direto: KOH - Para ver hifas hialinas septadas, caracteristica comum de todos os
dermatófitos
• Cultura
• Ágar sabouraud: com adição de cicloheximida e cloranfenicol (Agar Mycosel) - inibição de
fungos saprófitos e de bactérias
• Condições de cultivo: 25-30ºC por 4 semanas (tempo de crescimento variável: min 15 dias)
• Para considerar negativo: no minimo 3 coletas negativas

→ Visualização de alguns fungos


Trychophyton mentagrophytes
• Microconideos e macroconideos, hifas que formam espiral (!!!!)

Trychophyton rubrum
• Colônia branca e rasteira, no reverso com coloração vermelha
• Microconideos sem macroconideos!
Microsporum canis
• Macroconideos em forma de “charuto” com ponta afilada

Nannizzia gypsea
• Colônia seca, arenosa, bege/acastanhada
• No reverso, possui extremidades franjeadas

]Epidermophyton floccosum
• Majoritariamente mucose de pele

→ Tratamento das tineas em pelos


• Remoção mecânica de residuos de artroconideos e pelos parasitados da lesão e utilização de
antifúngicos tópicos (derivados imidazólicos)
• Tratamento sistêmico, com utilização de antifúngicos com ação no foliculo piloso - griseofulvina de
uso oral

→ Tratamento das tineas em pele


• No geral antifúngicos tópicos como: iodo (1-2% em solução aquosa com iodeto de potássio 1-2% ou
em solução alcóolica a 60º), derivados imidazólicos e terbinafina
• Quando as lesões são numerosas ou afetam grandes áreas da pele: uso oral da griseofulvina ou
derivados imidazólicos

→ Tratamento das onicomicoses (unhas)


• Dificuldade generalizada em tratar! Pela queratina ser muito densa e pouco vascularizada.
• Terbinafina tem sido mostrada como droga de escolha pela eficácia
🚨

• Terapia tópica para as unhas mostra-se pouco eficaz, exceto nas onicomicoses superificiais e/ou
distais da placa ungueal: ciclopirox e amorolfina - Esmalte
• Tratamentos associados tópico e oral proporcionam melhores resultados (derivados azólicos)
Micoses subcutâneas
→ Caracteristicas gerais:
• Micoses de evolução crônica (meses a anos)
• Lesões associadas a alterações estéticas e funcionais
• Fungos acometem o tecido subcutâneo (derme)
• Transmissão: inoculação traumática (em feridas) do fungo, de forma que por inalação é muito
raro (apenas 1 micose subcutânea)
• Em geral, os agentes de miicoses subcutâneas são saprofiticos no solo, vegetais e animais de vida
livre e acidentalmente parasitam homens e animais por traumatismo na pele com material
contaminado
• Normalmente a micose localiza-se próxima ao local de inoculação

→ Principais tipos:
• Lobomicose: lacazia lobai (os que tem um agente só que causa tem que saber gênero e espécie)
• Esporotricose: Sporothrix spp (No brasil: s. schenkii e s. brasiliensis)
• Cromomicose: Fonsecaea sp., phialophora sp., cladophialophora carrionii e Rhianocladiella
aquaspersa
• Feo-hifomicose: fungos demácieos, exceto os agentes de cromoblastomicose. Sintomas muito
parecidos, diferenciando apenas agentes etiológicos
• Rinosporidiose: Causada por protozoário, não sendo mais considerado micose
• Eumicetoma: Madurella sp, curvalaria sp, pseudoallescheria boydii, acremonium sp.
1) Lacaziose/lobomicose/doença de jorge lobo
• Endêmica da região amazônica brasileira (florestas densas, de clima quente úmido), principalmente
dentre indios da Tribo Caiabi
• Mais comum em adultos do sexo masculino, procedentes de área rural e que trabalham com
agricultura, extrativismo, caça e pesca
• A doença tem evolução crônica, porém bom prognóstico, estando restrita à pele (derme)
• Já foi descrita em golfinhos - Presente em solos, vegetais e água
• Sintomas: Principalmente estéticos, de forma que os problemas funcionais que podem surgir são
lesões nos MMSS e MMII e nos pavilhões auriculares (!!!)
• Lesões papulosas, com aspecto tumoral ou formando placas, lisas e brilhantes tipo queloide.
• Em geral, lesões são localizadas mesmo cronicamente. Podem ulcerar, menos comumente.
• Patogenia:
• Fungo não é cultivado em meios artificiais. Fungo viável em água, solo e vegetais. Periodo de
incubação longo de 1-2 anos. Infecção pode ser assintomática. Não há transmissão interhumana.
Presença de melanina na parede. Podem ser intracelulares (macrófagos). Proximidade filogenética
🚨

com B. dermatitides, H. capsulatum e P. brasiliensis (ordem Onygenales). Estudos apontam que possa
ser dismórfico.
• Diagnóstico clinico: presença de lesões parecidas com queloide
• Diagnóstico laboratorial:
• Coleta: escarificação (raspagem) dérmica
• Histopatologia: HE, PAS, Grocott-Gomori - Caracteristica de mickey mouse tipica
• Exame direto: KOH - leveduras de parede dupla. multibrotantes, semelhantes a P. brasiliensis
(menor diâmetro) - Caracteristica de mickey mouse tipuca
• Cultivo: inoculação em animais (hamster, tartarugas e tatus)
• Tratamento: Dependendo da extensão faz-se tratamento cirúrgico. Crioterapia para recidivas.
Posaconazol (forte, por ser uma levedura muito resistente). Pode usar também itraconazol com
clofazimina por 1 ano.
2) Esporotricose
• Micose subcutânea, benigna, subaguda ou crônica do homem e animais, causada por fungos
Sporothrix spp. (saprófita e dimórfico)
• A doença tem distribuição universal e o fungo é encontrado em vegetais e no solo, sendo a micose
subcutânea mais comum no Brasil. No Brasil há surtos no RJ, Paraná e MG, em áreas urbanas
associadas a aquisição por gatos.
• Transmissão: arranhadura do gato contaminado com o fungo na pele e inoculação no tecido
subcutâneo. Muito menos frequente por inalação de esporos (forma pulmonar)
• Zoonose epidêmica emergente em gatos
• Manifestações clinicas: formas cutâneas (ainda dividem em cutâneo-linfática, a mais comum,
cutâneo localizada e cutâneo disseminada) e extracutâneas
• Forma cutâneo linfática: Mais comum. lesão inicial no local da inoculação - ulcerada, com pápula,
nódulo e lesão úlcero-gomosa. A partir dessa lesão formam-se cadeias de nódulos indolores ao
longo dos vasos linfáticos que podem amolecer e ulcerar ou não, estendendo-se para bem distante
da lesão primária ou bem distante a ela. Mais comum. nos MMSS dos adultos e na face de crianças.
• Forma cutâneo localizada: Lesão única
• Forma cutâneo disseminada: pode ocorrer disseminação via hematogênica, sendo bem menos comum
• Formas extracutâneas: raras e muito dificeis de serem diagnosticadas e tratadas, estão associadas
com a imunossupressão do hospedeiros. Pode envolver qualquer tecido ou órgão.
• Diferenças macro e micromorfogicas do sporothrix schenckii na forma filamentosa e de levedura:
• Aspecto tipico de micromorfologia da forma filamentosa é em flores de margarida
• Diagnóstico clinico é inespecifico, pelos diferentes tipos de lesão
• Diagnóstico laboratorial:
• Exame direto com KOH
• Cultivo: 2 ágar sabouraud dextrose - dismórfico
• Fase filamentosa: hifas hialinas septadas, microconideos em cachos (margaridas)
• Histologia: corpos asteroides (patagnomônico ) - levedura rodeada por coroa radiada de
neutrófilos
• Teste intradérmico: esporotriquina
• Sorologia: aglutinação em látex, FC, ID, IFI
• Tratamento
• Lesões cutâneas: itraconazol oral 3-6 meses
• Lesões disseminadas e extracutâneas: itraconazol (12 meses) e anfotericina B
• Em caso de resistência: posaconazol
3) Cromoblastomicose
• Fungos dematiáceos, que apresentam melanina na sua parede celular - Principal agente no
brasil é Fonsecaea pedrosol. Distribuição universal.
• Diversidade de aspectos clinicos das lesões dificulta o diagnóstico. Lesões variam desde placas até
nódulos com aspecto verrucoso e podem acometer qualquer parte do corpo.
• A infecção caracteriza-se pela formação de nódulos cutâneos verrugoso de desenvolvimento
lento. Nos estágios mais avançados da doença surgem vegetações papilomatosas que podem ou
não ulcerar, apresentando aspecto tipico de couve flor . Geralmente lesões são unilaterais e nos
MMSS.
• Agentes etiológicos principais ( atenção na micromorfologia):

• Patogênese:
• Melanina, fatores lipidicos e proteinas para adesão e facilitam destruição tecidual, parede
celular dos conidios espessas com células muriformes (Evadem sistema imune, impossibilitando
reconhecimento pelas células dendriticas - resposta principalmente celular)
🚨

• Diagnóstico laboratorial
• Histológico: corpos fumagóides (corpos muriformes/escleróticos) - patagnomônico das
lesões. Quanto maior a superficie, maior a quantidade de melanina, o que resulta em elevada
atividade da extofosfatase resultando na adesão às células do hospedeiro, isto é, mais resistência
• Exame direto: KOH
• Cultura: Ágar sabouraud dextrose em temperatura ambiente por até 30 dias
• Identificação: microcultivo (fotos anteriores).
• Tratamento:
• Pequenas lesões: cirurgia
• Lesões moderadas e severas refratárias: 1º escolha é itraconazol 8-10 meses e em caso de
resistência posaconazol. Droga de 2º escolha é terbinafina (variavel)
• Micoses: refratárias: terapia combinada de itraconazol e terbinafina
• Adjuvantes: Crioterapia, terapia fotodinâmica e a laser

4) Feo-hifomicose
• Infecções humanas ou animais, causadas por fungos demáceos, exceto os agentes de
cromoblastomicose, que vivem saprofiticamente no solo e em vegetais em decomposição
• Muito semelhantes a ultima, com diferença dos agentes etiológicos.
• A manifestação subcutânea é a mais frequente embora sejam descritas formas sistêmicas e
cutâneas dos fungos causadores
• Acomete individuos sadios e imunossuprimidos
• Diagnóstico laboratorial (clinico não é clássico)
• Exame direto KOH: hifas demáceas com ascpecto toruloide
• Cultivo: Agar sabourad sem cicloheximida, temperatura ambiente por até 30 dias
• Identificação por microcultivo
• Histopatologia: hifas demáceas (aspecto toruloide - dilatação nas células ) e cél torulóides
(espessas e cilindricas)
• Tratamento: excisão cirúrgica. Anfotericina B + flucitocina ou itraconazol.
5) Eumicetomas
• Lesões nodulares subcutâneas, que com o passar do tempo fistulizam e drenam secreção
purulenta e sanguinolenta, contendo grãos repletos de estruturas fúngicas (histopatologia)
• Acomete preferencialmente pés
• São mais prevalentes em região de clima tropical ou subtropical, sendo muito comum na América
do sul
• Acometem mais adultos do sexo masculino com atividade rural
• Grãos negros (fungos demáceos - Madurella spp. Exophiala jeanselmei e Curvularia sp) x grãos
brancos (fungos hialinos - Pseudoallescheria boydii, acremonium sp, fusarium moniliforme e
aspergillus nidulas) - SABER O GÊNERO AO MENOS
• Lesões localizadas, simples ou múltiplas com tumefaceos deformantes de aspecto elefantiásico que
possuem secreção serosanguinolenta
• Triade: tumefação granulomatosa com formações de abscessos, fistulas e eliminação de grãos
(aglomerado de hifas) é sugestiva de eumicetoma
• Diagnóstico;
• Amostras de secreção ou punções acondicionado em solução salina esterilizada
• Centrifugar 3X e descartar sobrenadante
• Exame direto: KOH e Gram (diferenciar eumicetomas de actinomicetomas - bactérias). Levedura é
oval e é bem maior que as bactéricas.
• Histologia: HE, PAS ou Grocott-Gomori
• Tratamento: excisão cirúrgica e itraconazol

Micoses profundas ou sistêmicas


• Distribuição geográfica limitada, com principal ocorrência nas Américas
• Agentes etiológicos estão presentes no solo ou em dejetos animais
• Principal porta de entrada são as vias aéreas superiores - inalação de esporos
• Não são transmitidas homem a homem e nem de animal a homem
• Fungos termodimórficos
• Infecção assintomática ou latente
• Infecção primária ocorre no pulmão (pneumonia)
• Disseminação: Qualquer órgão (pele, mucosas, ossos e cerébro)
• Paracocidioidomicose
• Criptococose
• Histoplasmose
• Cocidioidomicose
• Blastomicose
• Fungos oportunistas: Aspergillus, fusarium e pneumocystis (origem exógena) ou leveduras dos
gênero Candida sp (origem endógena - micobiota)
1) Paracoccidiodomicose
• Paracoccidioides brasiliensis e lutziir
• Termodimórficos
• Elevada incidência no Brasil. Sul e sudestese prevalece mais brasiliensis e centro-oeste o lutziir.
• Fase leveduriforme do fungo apresenta morfologia tipica - cél ovais, esféricas ou elipticas
com presença de dupla parede refringente com ligação de células broto de diâmetro menor
(mickey mouse)
• Acomete mais homens porque o estradiol inibe conversão para a forma de levedura
• Fatores de virulência: produz adesinas (gp43) que facilitam adesão Às cél epiteliais pulmonares e
prot3einas de matriz extracelular, presença de a1,3glucana ao invés de ß1,3 glucana na parede
celular (resistência aos antifúngicos que tem esse alvo e fuga do sistema imune), melanina,
produção de biofilme e termodimorfismo
Essa proteina gp43 é exclusiva de brasiliensis, e é utilizada no diagnóstico
• Adquirida por aspiração de conidios → resposta imune normal e/ou quantidade de esporos
inalados baixa pode gerar paciente assintomático/sintomático leve que se resolve com o tempo,
sendo apenas infecção e não doença; resposta imune anormal e/ou quantidade de esporos inalados
muito alta e/ou virulência muito elevada do fungo leva à doença
• Forma aguda/subaguda/juvenil: Minoria dos casos. Acomete principalmente crianças à adultos
jovens. Instalação mais rápida (semanas a poucos meses), mas ausência de lesões de mucosa de via
aérea superior e digestiva. Fungos em multiplicação. Envolvimento predominante do sistema reticulo
endotelial (baço, figado, nódulos linfáticos e medula óssea)
• Forma crônica ou do adulto: Maioria dos casos. Acomete adultos com evolução lenta.
Principalmente manifestações pulmonares associadas ou não ao comprometimento de outros
órgãos. Predomina no sexo masculino.
,• Forma residual: Observadas após o tratamento e se caracterizam pelas manifestações clinicas
ligadas às sequelas que geram problemas anatômicos e funcionais, entre as quais se destacam
fibrose e enfisema pulmonar e sindrome de Addison (insuficiência adrenal primária). Estomatite
moriforme e padrão radiológico de asa de borboleta é uma manifestação comum .
2) Histoplasmose
• Histoplasma capsulatum - Fungo dimórfico
• 2 variedades: variedade capsulatum (hitoplasmose clássica) e variedade duboisii (histoplasmose
africana)
• O habitat deste patógeno é o solo contendo fezes de aves e morcegos - comum em pessoas
que trabalham em cavernas, pois morcegos podem ser portadores crônicos, excretando formas
viáveis nas fezes
• Inalação dos esporos, alojamento nos pulmões e disseminação
• Atualmente mais prevalente nos EUA
• Com o aumento das infecções pelo virus HIV, centenas de casos de histoplasmose, em particular na
forma disseminada, foram observados entre os portadores desta sindrome
Outro fator, além da temperatura, que favorece interconversão entre forma leveduriforme e
filamentosa nos fungos dimórficos é alta tensão de CO2
• Fatores de virulência: produção da proteina Cbp1, a qual causa apoptose de macrófago, com
liberação de novas leveduras → disseminação.
• Apresenta amplo espectro clinico, desde formas leves até formas graves e disseminadas. A
gravidade e o grau de disseminação dependem do estado imune do hospedeiro e do tamanho do
inóculo fúngico.
• Formas clinicas:
• Infecção assintomática - acomet3ece individuos saudáveis, sem sinais ou sintomas da doença
• Histoplasmose pulmonar crônica - acomete os pulmões. mais comum.
• Histoplasmose disseminada - presença de foco extrapulmonar e extraganglionar de curso
progressivo (histoplasmose disseminada, aguda, subaguda, crônica e oportunista -
hepatoesplenomegalia, doença ulcerativa intestinal, insuficiência renal, meningoencefalite, lesões
cutâneas e subcutâneas, deficiências pulmonares)
3) Coccidioidomicose
• Micose sistêmica endêmico no Brasil, muito comem no nordeste brasileiro, pelas condições
climáticas favoráveis ao desenvolvimento do fungo causador da doença
• Coccidioides immitis e posadasii - Fungo dimórfico, geofilicos, afinidade por solo de regiões
desérticas ou semiáridas, com alta salinidade e pH
• Grande variedade clinica da doença - limitada ao pulmão, aguda, benigna e assintomática até
doença de caráter progressivo evoluindo para cronicidade, com disseminação pelos tecidos do
corpo
• Adquirida através da inalação de artroconidios (esporos de resistência, por serem tipicos de
ambientes desertos)
• Acomete principalmente pessoas com > 60 anos
• Forma predominante é a forma pulmonar
• Formação de esférulas no ciclo parasitário. Nesse caso, o estrogênio acelera conversão para
esférulas, havendo maior risco de disseminação em grávidas.

Esférulas é semelhante à levedura, com algumas diferenças estruturais


• Colônia branca e na micromorfologia principalmente artroconidios
4) Blastomicose
• Infecção crônica, granulomatosa e suprativa, que acomete o homem e animais, principalmente
cães
Infecção pulmonar que pode disseminar por via hematogênica para diversos órgãos
• Fungo dimórfico Blastomyces dermatitidis
• O fungo vive saprofiticamente no solo, em madeiras em decomposição e próximos a cursos de
água - habitat aquático
• Transmissão por inalação de conidicos, mas a inoculação traumática pode ocorrer
• Mais frequente em homens adultos no meio rural
• Forma pulmonar, (aguda ou crônica) cutânea de evolução crônica, cutânea de inoculação
primária e forma disseminada (mais rara, relacionada com imunossupressão)

4) Criptococose
• Patologia sistêmica cosmopolita decorrente da infecção por leveduras encapsuladas do gênero
Cryptococcus sp, em particular as espécies C. neoformans e C. gattir. NÃO É DIMÓRFICO E É
UNIVERSAL
• A doença acomete inicialmente os pulmões, mas os fungos apresentam forte tropismo com o
SNC, podendo causar meningite criptocócica (Principal fungo causador de meningite fúngica)
• No meio ambiente, espécies de Cryptococcus, são encontradas em excretas em aves,
principalmente em pombos (neoformans) ou em matéria orgânica em decomposição no solo
(gattir).
• É adquirida pelo trato respiratório e raramente por via cutânea
• Uma das infecções sistêmicas de maior prevalência mundial,
• Aumento da sua incidência relacionada com portadores de HIV (imunossupressão)
• Associada com elevado número de óbitos
• C. neoformans - oportunistas, normalmente adquiridos de fezes de pombo, com maior incidência
em condições de imunossupressão
• C. gattii - agente primário, acometendo principalmente imunocompetentes e que não possuem
doença de base aparente. adquirido normalmente por matéria orgânica em decomposição.
• Fatores de virulência: Cápsula, melanina, enzimas como fosfolipase, proteinase, urease e fenol
oxidase (podem estar relacionadas com evasão do sistema imune e lesão tecidual)
Tinta nanquim é utilizada para evidenciar cápsula. Ágar niger é diferencial e seletivo para
cryptococcus.

→ Método usando tinta nanquim

→ Diagnósticos: varia o antigeno e o material de coleta


• Materiais clinicos: LCR, urina, biópsia de tecido, aspirado de lesões, escarro, etc
• Exame direto: KOH (fungo filamentoso), Tinta nanquim (Cápsula - cryptococcus), gram (Suspeita de
levedura)
• Cultura: Agar sabouraud dextrose 2 tubos (pois a maioria são termodimórficos). Meios seletivos
como ágar niger e CGB para cryptococcus, Esse último diferencia os dois tipos de cryptococcus.
• Identificação: microcultivo para filamentoso e provas bioquimicas para leveduras (não consegue
diferenciar só olhando a célula)
• Histopatologia: HE, PAS, Grocott-Gomori, Mucicarmim de Meyer (cápsula), fontana masson (melanina)
• Técnincas imunológicas: reações cruzadas (fator reumatoide e proteina C reativa). IFI, ID, RFC,
aglutinação em látex, Elise - como a produção de anticorpos é baixa, geralmente detecta-se
antigeno.
• Detecção de gp43 para Paracoccidioides brasiliensis
• Novos métodos: fungitell (detecção ß1,3 glucana), exceto cryptococcus sp. e Zigomycetos - indica
que a infecção é fúngica, mas não qual fungo está causando (não é diferencial)
• Testes intradérmicos subcutâneos: histoplasmina, coccioidina e paracoccioidina

→ Tratamento
• 6 meses - 1 ano
• Anfotericina B, flucitocina e derivados azólicos (itraconazol) - monoterapia ou terapia combinada
• Resistência: triazóis de terceira geração (voriconazol e posaconazol)

Micoses oportunistas
• Infecções cosmopolitas causadas por fungos de baixa virulência, que convivem pacificamente
com o hospedeiro, mas, ao se encontrarem condições favoráveis, como distúrbios do sistema
imune, desenvolvem seu poder patogênico
• Fatores intrinsecos (Relacionados com o hospedeiro): fisiológicos (prematuridade, gravudez,
idades) ou patológicos (neoplasias, diabetes, hemopatias, AIDS)]
• Fatores extrinsecos: medicamentos (corticoides e antibioticos), intervenção cirúrgica,
manipulação invasiva (Cateter, sondas), agentes fisicos (queimadura, radiação) e ambiente
hospitalar
• podem afetar diversos órgãos
• Podem ser exógenos ou endógenos (micobiota - ex: candida)
• Principais agentes etiológicos: Pneumocystis jiroveci, Aspergillus sp, Fusarium sp, Mucor sp.,
Rhizopus sp, Penicillium sp., Absidia sp., Basidiobolus sp., Conidiobolus sp., Scedosporium sp.,
Scopulariopsis sp.
1) Pneumocistose
• Pneumonia causada pelo Pneumocystis jiroveci (Antes era classificado como parasita, tendo
uma parede celular atipica que o torna sensivel a antiparasitários)
• Importante micose sistêmica oportunidade
• Fácil transmissão interpessoal , ao contrário da maioria das micoses que vimos, e tropismo
pulmonar
• Uma das principais doenças oportunistas que afetam infectados por HIV em todo mundo
(universal)
• A infecção pode se disseminar a partir dos pulmões por via hematogênica ou linfática →
porgãos
• A letalidade pode atingir 100% se não tratada
• Fungo atipico - não tem ergosterol na membrana
• Susceptivel a antiparasitários - pentamidina e primaquina
• Não é cultivável
• Diagnóstico por histologia e IFI
2) Doenças causadas por aspergillus sp. (Geralmente chamados de aspergilose)
• Não faz parte da microbiota normal
• Amplamente encontrados na natureza e, em virtude da ampla distribuição dos seus conidios, é
encontrado contaminantes comuns em laboratórios, hospitais, etc
• A. flavus, A. niger, A. nidulans e A. terreus.
• Manifestações (não são clássicas): Aspergilose cutânea, otomicose aspergilar, onicomicose
aspergilar, aspergilose ocular, bola fúngica/aspergiloma (muito comum ) e aspergilose
pulmonar invasiva (comum também )
• É fungo filamentoso!! Não é termodimórfico
Conidios dão origem a hifas → proliferam → aglomera no pulmão → isso é a bola fúngica.
Raio X pode confundir com tuberculose.
3) Doenças causadas por fusarium sp. (fusariose)
• Também não está presente na micobiota
• Macroconidio de fusarium tem aspecto fusiforme e curvado tipico
• Manifestações cutâneas até sistêmicas
• Alta mortalidade

4) Mucormicose
• Causada por diversos gêneros (Absidia, Mucor, Rhizopus, Rhizomucor e Aphophysamyces) da classe
dos Zygomicetos, ordem Mucorales
• Espécies angioinvasoras, disseminando rapidamente pelos vasos sanguineos
• São saprófitos e a maior parte é termotolerante
• Mucormicose rinocerebral é a mais grave e comum (Seios nasais → cérebro) e mucormicose
gastrointestinal (pode evoluir para peritonite)
• Mancha no pulmão na forma de mucormicose pulmonar. Também existe a mucormicose
subcutânea.
5) Penicilose
• Causada por Penicillium marneffeir, fungo termodimórfico
• Apresentação clinica inespecifica
• Inalação de conidios → fase leveduriforme principalmente em nódulos linfáticos, baço, pulmão,
medula e pele - Sistema reticulo endotelial é o principal alvo
• Manifestações clinicas: febre, hepatomegalia, diarreia, anemia, linfonodomegalia generalizada, lesões
cutâneas numerosas especialmente no rosto, perda de peso
• Alto indice de morbidade e letalidade se nã for tratada precocemente
🚨

6) Nova micose oportunista - Emergomicose


• Novo gênero: Emergomyces sp (antes classificado como Emmonsia sp)
• Termodimórfico, da ordem Onygenales
• Descrito na Ásia, África, Europa e América do Norte
• Manifestações clinicas não tipicas: lesões cutâneas, trato respiratório superior e inferior e
fungemia (fungo no sangue)
• Inalação de esporos presentes no solo
• Crescimento lento (20-50 dias)
• Mais comum em portadores de HIV
• Na fase leveduriforme dá origem a célula gigante → dá origem à célula maior ainda, chamada
adiáspora

→ Diagnóstico
• Tem que fazer coleta de pelo menos 2 ou 3 amostras - pois são fungos do ambiente, de forma
que pode ter contaminado durante manipulação da amostra
• Material: biópsia, raspados, secreções, lavado broncoalveolar etc
• Exame direto e cultura (coletados em 2 ou 3 dias consecutivos)
• Histopatologia
• Métodos imunológicos: fungitell, detecção de galactomananas (Aspergillus sp.)
• Métodos moleculares

→ Tratamento
• Anfotericina B (7-14 dias) e em seguida, geralmente, itraconazol (12 meses)
• Aspergillus sp resistentes: voriconazol
• Zigomicetos: naturalmente mais resistentes, utilizando direto posoconazol. Ex: mucormicose

7) Candidiase
• Candida sp.
• É oportunista mas também afeta imunocompetentes. Pode ser adquirida de fonte endógena
(maioria - micobiota de pele e mucosas bucal, genital e trato gastrointestinal) ou exógena. Muito
comum em pacientes em uso de antibioticoterapia, pelo desequilibrio da microbiota.
• Principais: Candida albicans (não é mais a mais prevalente), C. parapsilosis (1º mais prevalente), C.
tropicalis, C. guilliermondii, C glabrata e C auris (multirresistente)
• Fatores de virulência: variação de antigenos de parede, capacidade de filamentação (forma
pseudohifa), sintese de adesina, produção de enzimas (proteinases saps e fosfolipases) e toxinas
(cândida-toxina)
• Principal causador de infecção oportunista em pacientes com HIV
• Agente de infecção hospitalar
• Manifestações clinicas: Candidiase de mucosa oral (Sapinho), mucosa vaginal e balanite (infecção
na glande), candidiase cutaneo mucosa crônica (rara), candidiase cutânea generalizada, candidiase
sistêmica (associada à imunossupressão, podendo causar fungemia, sendo grave e podendo
disseminar para diversos órgãos)
• Candida auris
• Espécie descrita inicialmente no Japão em 2009, isolada do canal auditivo de um paciente
• Causa candemias fatais, afetando corrente sanguinea e sendo multirresistentes às drogas
• Capaz de sobreviver por longos periodos (Semanas) em superficies
• Importante causa de IRAS
• Sobrevive na mucosa e pele de individuos tratados
• Disseminação por superficies e de pessoa a pessoa

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