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Lívia Loureiro | Maria Emília Viana | Turma XXIV

Aula 1 – Antimicrobianos

 Antibióticos: substância produzida naturalmente por microorganismos capazes de inibir ou destruir outros
microorganismos
 Antimicrobiano: substância (natural ou química) com ação inibitória contra bactérias
o “Todo antibiótico é um antimicrobiano”
 Quimioterápicos: substância sintética com ação inibitória contra bactérias, vírus ou células neoplásicas

ESPECTRO AÇÃO

 Estreito: contra Gram positivas (penicilinas naturais, glicopeptídeos) OU contra Gram negativas (polimixinas)
 Amplo: contra Gram positivas E negativas (tetraciclinas, sulfas, cefalosporinas, carbapenêmicos...)

# Na prática acabam usando amplo para quando quer pegar “muita” coisa, mas não é o correto do ponto de vista
teórico.

# Efeito da adição de 2 drogas podem ser: antagonista, ter efeito nenhum ou sinérgico.

# Não pode chamar amoxacilina + clavulanato de sinergismo, clavulanato não é um antibiótico.

CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO OS EFEITOS SOBRE OS MICRORGANISMOS

 Bactericidas: são aqueles que provocam alterações incompatíveis com a sobrevida bacteriana  causam
morte direta – efeito não é reversível
 Bacteriostáticos: são os que inibem o crescimento e a reprodução bacteriana sem provocar sua morte
imediata, sendo reversível o efeito, uma vez retirada a droga  causam a morte indireta
o Usados em infecções mais leves (pele, partes moles, sem comprometimento sistêmico) e
imunocompetentes

# Via de regra, escolha uma substância bactericida. Ainda mais quando o hospedeiro está imunossuprimido, a droga
tem que “dar conta sozinha”.

FATORES QUE INTERFEREM NA AÇÃO DO ANTIMICROBIANO

 Farmacocinética: o caminho que ATB percorre no nosso organismo desde que tomamos a medicação até o
momento que ela é excretada  absorção, distribuição, metabolismo, exceção
 Farmacodinâmica: como o ATB age na bactéria
o Tempo-dependentes
o Concentração-dependentes

CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA (MIC/CIM)

 É a menor concentração dos antimicrobianos capaz de inibir o desenvolvimento visível do microrganismo

# Concentração de antibiótico mais baixa que inibe o crescimento das bactérias na placa de cultura  menor
concentração que inibe o crescimento do organismo.

 Mede a potência e ação do antimicrobiano


 Quanto menor o MIC, melhor é a droga

# A sensibilidades dos microrganismos aos antimicrobianos é representado pelo MIC de cada organismo para cada
antimicrobiano.

 Não é necessário ter para todas as drogas (usado somente para infecções graves, como meningite e
endocartide)

FARMACODINÂMICA

A partir dos estudos farmacodinâmicos os antimicrobianos podem ser classificados em:

 Tempo-dependentes:
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o Ação regida pelo tempo de exposição das bactérias às suas concentrações séricas e teciduais. A
ação desses antimicrobianos independe dos níveis séricos que atingem, mas dependem do tempo
que permanecem acima da MIC para esse microrganismo
o Infusão prolongada ou aumento da dose
o Ex.: vancomicina, beta-lactâmicos, eritromicina, claritromicina, clindamicina

# A concentração da droga deve ficar acima da MIC – não importa o tamanho do pico (concentração), mas o tempo
que ficou acima da linha do MIC quando falamos do tempo-dependente.

# Os ATB precisam se manter em pelo menos 50% do tempo (ou o maior tempo possível) com sua concentração
acima da MIC.

# Ex: Meropemen  posologia é 1 grama a cada 8 horas, com infusão a cada 30 minutos. Quando a infusão é
prolongada, mantém o tempo maior acima da MIC, e isso é importante em casos de infecções mais graves.

 Concentração-dependentes:
o Exibem propriedades de destruição de bactérias em função da concentração, ou seja, quanto maior
a concentração da droga, mais rápida a erradicação do patógeno
o Ex.: aminoglicosídeos, fluoroquinolonas, azitromicina, metronidazol, daptomicina

# O que importa é o pico máximo atingido pela droga  a máxima concentração da droga (e não o tempo que fica
acima da MIC, como a tempo dependente). Se aumentar a dose, mais tempo fica acima da MIC (não faz sentido
fazer infusão prolongada).

# Infusão rápida x prolongada

# Gentamicina (Aminoglicosideo), a posologia é de 80 mg a cada 8 horas. Uma estratégia é dar as 3 ampolas de uma
vez (infusão de uma vez), atingindo uma concentração máxima para dar apenas 1 vez ao dia. Vantagens dessa
infusão uma vez ao dia: melhor resposta terapêutica, maior aderência, menos toxicidade, mais barato.

# Efeito pós-antimicrobiano: manutenção da supressão de crescimento bacteriano mesmo quando as


concentrações séricas do fármaco já são inferiores à MIC. Essa é a razão, por exemplo, de uso d e aminoglicosídeos
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em dose única. Os beta-lactâmicos não possuem esse efeito, sendo o intervalo de administração dependente da
meia-vida de cada droga.

# Uso de regimes de aminoglicosídeos em dose única ou 1x ao dia  otimiza a razão Cmáx: MIC para maximizar a
ação bactericida; minimiza o acúmulo da droga e previne toxicidade; facilidade de administração pode aumentar o
custo-efetividade.

# Concentração-dependente: a razão entre a concentração sérica plasmática (Cmáx) e a concentração inibitória


mínima (MIC) é o parâmetro farmacodinâmico (PD) ligado a eficácia. A taxa e a extensão da concentração
bactericida aumentam com o aumento da concentração da droga.

PK/PD
(Parâmetros de farmacocinética/farmacodinâmica)

# Após a administração de dose padronizada de um antimicrobiano, sua concentração plasmática aumenta


rapidamente, até atingir a concentração sérica máxima; depois disso, na medida em que se distribui entre os
tecidos e é eliminado ou metabolizado, sua concentração no sangue vai diminuindo progressiva mente até se tornar
nula. A concentração do antimicrobiano detectada no sangue antes da administração da dose seguinte (respeitando
o intervalo padronizado) corresponde à concentração sérica mínima.

# A representação gráfica da relação concentração sérica do fármaco com o tempo (horas) é dada pela curva de
concentração sérica-tempo de antimicrobiano.

# Tempo-dependente: – meropenem - para ter o efeito máximo precisamos que a droga fique o maior tempo que
puder acima da MIC para que o efeito da droga seja maximizado.

- IMP/MER- meia vida de cerca de uma hora, o ATB, mantém atividade terapêutica por quatro a seis horas.
- ERT- meia vida de 3 a 5h, permitindo sua adm em dose única diária por via parenteral.

# Concentração-dependente – o que importa aqui é o quão mais alto consigue atingir. Ex: Sulfa.

- Para aumentar: eventualmente aumentar a dosagem ou fazer infusão prolongada.


- 1 vez: menos aplicações, menos efeitos colaterais e menor toxicidade.
- Pode se concentrar mais e melhor fazer espaçado (concentração-dependente), mas tempo-dependente é
melhor fazer mais vezes ao dia, com intervalos menores.

 Alexander Fleming – Descoberta da Penicilina (1928)  Florey e Chain – Produção da penicilina (1940) – ao
redor do fungo penicilian as colônias não cresceram.

MECANISMOS BÁSICOS DE AÇÃO- não aprofundou

 Inibição da parede celular: beta-lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas e carbapenêmicos) e glicopeptídeos


 Inibição da membrana celular: polimixinas e daptomicinas
 Alteração na síntese proteica
 Atuação no DNA
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 Atuação na síntese de purinas e do ácido fólico (sulfonaminadas)

RESISTENCIA BACTERIANA

 Intrínseca: inerentes ao código genético da bactéria


o Enterobactérias: penicilina G, vancomicina, macrolídeos, linezolida
o Proteus mirabilis: colistina, tetraciclina
o Enterococos: cefalosporinas (exceto 5ª geração), aminoglicosídeos (baixos níveis)
o Pediococcus e Leuconostoc: vancomicina
o Klebsiella spp.: ampicilina, amoxicilina

# A droga de escolha para Enterococos é ampicilina (bactericida). Na endocartdite a ampicilina tem ação
bacteriostática, por isso utiliza-se os aminoglicosídeos como droga sinérgica.

 Extrínseca/adquirida:
o Mutações
o Processos de recombinação genética (conjugação, transformação e transdução)
o Transposição (transpons)
o Transferência de material genético entre uma bactéria e outra:
 Mudança estrutural do alvo: perda da capacidade de ligação no sítio de ação (Stafilo
MRSA) – altera a forma do receptor e o ATB não consegue se ligar
 Permeabilidade diminuída: perda de porinas
 Bombas de efluxo: joga o ATB para fora das bactérias
 Enzimas que destroem ou modificam os ATB: penicinilases, cefalosporinases,
carbapenemases (KPC é um exemplo), beta-lactamases (ESBL – beta-lactamases de
espectro estendido)
 Os ATB perdem a ação devido a citocinas liberadas pelas bacterias

PRINCIPAIS PATÓGENOS ENVOLVIDOS COM RESISTÊNCIA

 S. aureus - HA-MRSA, CA-MRSA (resistente a meticilina e oxaciclina)  resistência a todos os beta-


lactâmicos e cefalosporinas, com exceção da ceftarolina  usar vancomicina
o CA-MARSA  usar sulfametoxazol-trimetropim e clindamicina
 S. pneumoniae  resistente a penicilina
 Enterococos (VRE)  resistente a vancomicina
 E. coli e K. pneumoniae – ESBL (beta-lactamases de espectro estendido)  inativa penicilinas e
cefalosporinas
 KPC
 P. aeruginosa – metalobetalactamases
 Acinetobacter – produtor de carbapenemase: OXAs – resistente a carbapenêmicos
 BGNs (Gram-negativos) produtores de MCR-1

# Clavulanato é inibidor de beta-lactamase.

ENZIMAS

 Enzimas de amplo espectro: PEN de amplo espectro e CEF 1ªG


 Enzimas de espectro estendido: CEF de 1ª, 3ª e 4ª e aztreonam
 Metalo-beta-lactamases: todos os beta-lactêmicos com exceção do aztreonam
 KPC: CEF de 1, 3, e 4 geração e carbapenêmicos

# Localizados em elementos geneticamente móveis, soltas no citoplasma e as bactérias conseguem trocar essa
informação.

CONLCUSÕES

 Resistência microbiana um problema global em rápida ascensão


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o A redução da emergência de cepas resistentes e a prevenção da sua disseminação requer, entre


outras medidas:
 Uso criterioso dos antimicrobianos
 Aderência rigorosa às recomendações para o controle de infecção hospitalar

# O desenvolvimento de novos antimicrobianos não acompanha o desenvolvimento de novas resistências - demoram


a ser produzidos, são caros para produzir e difíceis de incorporar na prática devido à alta resistência bacteriana
desenvolvida nos últimos tempos, e o tempo de uso é pequeno.

# A resistência microbiana é um problema global em rápida ascensão. Para evitar que esse processo cresça, é
necessário o uso criterioso dos ATBs e seguir as recomendações para controle de infecção hospitalar.

 BETA-LACTÂMICOS

 Antibióticos beta-lactâmicos constituem um grupo de substâncias caracterizadas pela presença de um


grupamento químico denominado anel beta-lactâmico (penicilina, cefalosporinas e carbapnêmicos  3
classes que possuem esse agrupamento)
 O mecanismo mais frequente de resistência é a produção de enzimas do tipo beta-lactamase. Essas
enzimas são codificadas em genes cromossômicos (não são móveis) e plasmidiais (soltos no citoplasma,
podem trocar essa informação)
o São capazes de inativar os beta-lactâmicos
o Algumas enzimas são específicas: penicilinases, cefalosporinas ou carbapenemases
 Penicilinases: encontrada em gram-negativos
 Com a finalidade de bloquear a ação das beta-lactamases, foram desenvolvidas substâncias capazes de
inibir sua ação, os inibidores de beta-lactamases
o Clavulanato e Sulbactam (substâncias criadas para bloquear a ação das beta-lactamases)

# Penicilinas  gram-positivos e anaeróbios.

PENICILINAS NATURAIS (PENICILINA G e V)

 Mecanismo de ação:
o É rapidamente eliminada do organismo (~4h)
o Mecanismo de ação: ligação as PBPs (proteínas ligantes de penicilina)
o Atualmente, o prolongamento do tempo de ação da penicilina G é conseguido pelo uso e seus
ésteres, a penicilina G procaína e a penicilina G benzatina
o Essas penicilinas apresentam o mesmo espectro de ação da penicilina cristalina, diferenciando-se
somente pelo tempo de circulação mais prolongado e pela menor concentração de penicilina que
alcançam no sangue.
o A Penicilina G tem elevada potência antimicrobiana (isto é, age em baixas concentrações)

# Baixa absorção via oral. Se faz via intravenosa.

# A penicilina G benzatina atinge baixa concentrações sanguíneas, é de depósito: nível sanguíneo por 21 dias, porém
baixo  não recomendada para infecções graves. Excreção via renal.

 Espectro de ação:
o Ativa contra Estreptocococos (exceto pneumococo), Clostrídios, Leptospiras e Treponemas
o Sua atividade sobre as bactérias anaeróbias é elevada, exceto contra o Bacteroides fragilis (principal
anaeróbio do TGI)
o A PEN G não é ativa contra BGNs
o Os enterococos são pouco sensíveis á ação da penicilina G, havendo sinergismo de ação que se
associa um aminoglicosídeo
 Resistência:
o Resistência do estafilococo á penicilina foi adquirida principalmente pela transdução de plasmídios e
ocorre devido a produção de beta-lactamases que inativam o antibiótico
o Os estreptococos beta-hemolíticos dos grupos A,B, C e G não apresentam resistência a penicilina G, a
qual constitui o antibiótico de escolha para o tratamento de infecções por eles causadas
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 Indicações clínicas e doses:


o A PEN G é indicada principalmente nas infecções por CGP, por treponemas, clostrídios e Neisseria.
o Indicação terapêutica da PEN G benzatina: sífilis não neurológica e faringoamigdalite
o O uso profilático da penicilina:
 Surto agudo de febre reumática
 Erisipela de repetição

# Não deve ser usada nos casos de erisipela, pneumonia, gonorréia, feridas traumáticas e profilaxia do tétano.

o Na meningoencefalite pneumocócica, considerando a sua gravidade e a possibilidade de infecção por


uma cepa com resistência intermediária, é mais prudente, no Brasil, iniciar a terapêutica empírica
utilizando uma cefalosporina (ceftriaxona)
 Em meningoencefalite pneumocócica  usar ceftriaxona
o Nas celulites e fascites necrotizantes originadas em traumatismos ocorridos na comunidade e
causados por anaeróbios e por estreptococos, a penicilina é, também, a droga de escolha
o Recomenda-se o uso associado de droga para BGN e Oxacilina, devido á provável associação de BGNs
e estafilococos nessas infecções

# Terapêutico: sífilis e amigdalite bacteriana estreptocócica; profilático: febre reumática e erisipela de repetição.

o Efeitos adversos:
 A penicilina G é um dos antibióticos mais seguros em uso clínico, sendo mínima sua toxicidade.
Esse antibiótico é utilizado na gestante e lactante com segurança, visto não provocar efeitos
lesivos para o feto ou RN (cefalosporinas também)
 O principal efeito colateral da penicilina G é representado pelas manifestações de
hipersensibilidade, que podem ser de pequena gravidade, até choque anafilático (1/100.000)
 Precoces ou tardias
 Habitualmente, a penicilina G apresenta hipersensibilidade cruzada com outras penicilinas
 reação cruzada com as CEF
 Testes cutâneos: não são inócuos, podendo sensibilizar o paciente ou mesmo provocar
reações alérgicas, e que um teste cutâneo negativo não exclui inteiramente a possibilidade de
reação à penicilina – pode até levar a reações anafiláticas. Falso positivo ~ 10%
 Na necessidade absoluta: indica-se a dessensibilização, que pode ser realizada VO, SC ou ID
 Ex: gestante com sífilis e com alergia a penicilina é extremamente necessário a
dessensibilização, pois o único tratamento considerado eficaz para sífilis em gestantes é
o uso de penicilinas (a penicilina trata o feto e a gestante)
 A dessensibilização não é vitalícia (é momentânea)

# GESTANTE COM SÍFILIS  SÓ PENICILINA – drogas de 2ª escolha não trata sífilis do bebe, só da mãe – bebe
nascerá com sífilis congênita. A penicilina é um dos ATB mais seguros em uso clinico, sendo mínima sua toxicidade.
Esse antibiótico é utilizado na gestante e lactante com segurança, visto não provocar efeitos lesivos para o feto ou
RN.

 Penicilina V
o Seu espectro de atividade e mecanismo de ação é semelhante ao da penicilina G. Seu diferencial é o
uso por via oral, pois esta penicilina é mais resistência à inativação ácida

PENICILINAS SEMISSINTÉTICAS

o Penicilina antiestafilócicas
o Oxacilina e derivados – resistentes á ação da penicilinase produzida por estafilococos

# Em hospital, cepas já são resistentes, geralmente usa a vancomicina e faz as culturas para ver se o estafilococo é
sensível a oxacilina, se for: descalonar.

 Oxacilina (meticilina):
o A nível hospitalar, no Brasil, a ocorrência de S. aureus resistentes á oxacilina (MRSA) atinge 30% a
60% das cepas isoladas
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o MRSA é resistente à oxacilina


o SCN 98% de resistência
o Coagulase negativo são todos os outros estafilococos que não S. aureus
o 98% tem resistência ao SNC, 2% não. Se não for resistente, usar oxacilina. Se for resistente
usar vancomicina
o Não atravessa a BHE (barreira hematoencefálica) normal, na meningite atinge níveis no LCR
o Elimina-se, principalmente, por secreção tubular renal e, em pequena parte, pela bile  eliminação
renal e em parte biliar
o Não sofre acumulo em pacientes com insuficiência renal devido aos mecanismos
extrarrenais de eliminação
o A grande utilização clinica encontra-se nas infecções estafilococócicas graves, tais como impetigo
bolhoso, celulite flegmonosa, síndrome da pele escaldada, furunculose generalizada,
broncopneumonia, osteomielite, meningites, sepse, abcesso, artrite séptica e endocardite
o Em gestantes com infecções estafilocócicas graves, usar cefalotina

 Aminopenicilinas:
o Ampicilina e Amoxicilina

# Ampicilina: droga de escolha para enterococo.

 Ampicilina
o A ampicilina, descoberta em 1961, foi a primeira penicilina semissintética capaz de agir contra
bacilos gram-negativos
o As aminopenicilinas são também chamadas de penicilinas de segunda geração
o São disponíveis para uso clínico no Brasil a ampicilina e amoxicilina, isoladas ou associadas a
substâncias inibidoras de beta-lactamases (ácido clavulânico e sulbactam), com a finalidade de
restaurar sua ação contra alguns microrganismos produtores de beta-lactamases
o Mecanismo e espectro de ação:
o Não apresenta atividade contra Klebsiella, Enterobacter, Proteus indol-positivos (vulgaris),
Serratia, Pseudomonas, bem como contra riquétsias, micoplasmas e clamídias
o No Brasil, a ampicilina mantém sua atividade praticamente inalterada sobre o meningococo,
estreptococo do grupo A, bacilos gram-positivos
o Droga de escolha para o enterococo
o Nos BGNs, o principal mecanismo de resistência é a produção de beta-lactamases
o A associação da ampicilina\Sulbactam não age em pneumococos e enterococos resistentes, nem
sobre MRSA, já que o mecanismo é a alteração de PBPs
o Indicações clínicas e doses:
o Principal indicação da ampicilina é a infecção por enterococo, incluindo a endocardite e a
sepse. Na endocardite inclusive necessita da associação com antibióticos aminoglicosídeos.
Tem, também, indicações precisa nas meningoencefalites e Streptococcus agalactiae (grupo
B)

 Ampicilina/Sulbactam
o Está indicada nas incões causadas pelo Acineyobacter baumannii (ação do subactam)
o São relatados bons resultados com o seu emprego em infecções intra-abdominais (apendicite,
abcesso intra e retroabdominal, abcesso subfrênico, peritonite bacteriana, colangite), infecções
ginecológicas e obstétricas

 Amoxicilina e Amoxicilina / Clavulanato


o Derivado da ampicilina
o Melhor absorção VO
o 8/8 ou 12/12 X 6/6h
o Para neutralizar as beta-lactamases, mecanismo importante no Haemófilo, Gonococo, Estafilococo
e enterabactéricas, atualmente a amoxicilina é disponível em associação com o ácido clavulânico
o Indicações clínicas e doses:
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o Suas indicações, considerando a boa atividade que tem contra Streptoccus pyogenes e
Streptococcus pneumoniae, são as mesmas da ampicilina: faringoamigdalite
estreptocócica, erisipela estreptocócica e IVAS (otite, sinusite) e inferiores (bronquite
bacteriana aguda ou agudizada, pneumonia) causada pelo pneumococo

 Amoxicilina / Clavulanato
o A associação da amoxicilina com o ácido clavulânico esta indicada por via oral no tratamento de
infecções urinárias, respiratórias, ginecológicas e da pele e tecido celular subcutâneo,
causadas por bactérias produtoras de beta-lactamases, em especial as determinadas por
Haemofilos, estafilococos Moraxella
o É aconselhada, também, na terapêutica e profilaxia de infecções decorrentes de mordeduras
humanas
o Na infecção abdominal cirúrgica (peritonites, abscesso intra-abdominal), bem como no aborto
séptico, pielonefrite aguda, osteomielite aguda e sepse, a associação é recomendada em
administração por via intravenosa

 Ureidopenicilinas:
o São originadas da ampicilina pela ligação á cadeia de uma molécula de ureia
o As ureidopenicilinas surgiram com amplo espectro de ação, potente atividade antipseudomonas e
menor toxicidade que os antibióticos aminoglicosídeos
o Usadas em ambiente hospitalar - injetáveis
o No Brasil = Piperacilina + tazobactam
o Piperacilina + Tazobactam
o Se destaca pela ação sobre P. aeruginosa, outros BGN NF e anaeróbios
o Efeitos adversos: semelhante aos das demais penicilinas
o A neutropenia pode ocorrer com o uso de doses elevadas de qualquer penicilina, mas
parece ser mais frequente com o emprego de doses altas da piperacilina

CEFALOSPORINAS

 As cefalosporinas constituem uma classe de antibióticos pertencente ao grupo das beta-lactaminas. São
aparentadas quimicamente com as penicilinas, apresentando como núcleo central o acido-7-
aminocefalosporânico (7-ACA), substancia construída por dois anéis, um dos quais é beta-lactâmico
 Cefatonia - 1962
 Logo, seguiram-se a cefazolina, a cefalexina e outras, apresentando como característica a ação contra
BGNs e a capacidade de resistir á inativação pela penicilinase estafilocócica
 São bactericidas
 Inibem a síntese da parede celular através da ligação as PBPs
 O espectro de atuação para gram-positiva decresce à medida que se aumentam as gerações, enquanto o
espectro de atuação para gram- negativo aumenta à medida que se aumentam as gerações. A 4ª geração
tem ação ainda melhor contra gram-negativo, mas volta a atuar um pouco em Gram +
o São 5 gerações

 Cefalosporinas da Primeira Geração:

# Excelente para gram-positivo e modesta para gram-negativo. À medida que vai subindo a geração, essa relação vai
se invertendendo (válido até 4 geração). Na terceira geração surge ação contra Pneumococo.

o Cefalotina e Cefazolina (EV)


 Diferenciam pela meia vida, cefazolina é melhor; a cefalotina é dialisável, sofrendo redução
da sua concentração sérica pôs dialise
o Cefalexina e Cefadroxil (VO)
 A cefalexina e o cefadroxil caracterizam se por sua excelente absorção VO
o Espectro de ação e características gerais:
 Terapêutica e profilaxia de infecções causadas por estafilococos sensíveis a oxacilina
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 Difundem-se amplamente pelo organismo, (fígado, baço, rins, intestino, pulmões, pele,
miocárdio, pericárdio, útero e líquidos ascético, sinovial, pleural e pericárdico, e secreção
brônquica)
 Seguros na gravidez
 Como as demais cefalosporinas, não penetram adequadamente no meio intracelular
 A cefalotina e seu metabolito são eliminados em maior parte pelo rim, principalmente, por
secreção tubular
 A cefalotina é dialisável (eliminada pelos rins), sofrendo redução em 90% de sua
concentração sérica, após hemodiálise. A cefazolina é pouco dialisável por hemodiálise
o Indicações clínicas:
 Nos dias atuais, não são mais indicadas para a terapia empírica das infecções graves por
BGNs, em razão dos níveis de resistência, sendo substituídas pelas cefalosporinas da 3\4
gerações
 Podem ser, ainda, utilizadas nas infecções urinárias não complicadas, causada por BGNs
sensíveis, devido a elevada concentração que atingem no trato urinário
 A cefalotina é indicada na sepse estafilocócica em gestações, devido a concentração
terapêutica que atinge no feto e no liquido amniótico e á ausência de toxicidade fetal, já que
a oxacilina não atinge concentração uterina adequada
 Cefazolina dentro do hospital: profilaxia cirúrgica

 Cefalosporinas Segunda Geração:

# Alguns representantes também tem atividade contra alguns anaeróbios intra-abdominais.

o As cefalosporina desse grupo tem ação contra bactérias gram-positvas, cocos gram-negativos,
hemofílicos e enterobactérias, mas não são ativas contra a Pseudomonas aeruginosa. Alguns
representantes mostram-se ativos contra B. fragilis
o Cefuroxima e cefuroxima (axtil-cefuroxima)
o Cefaclor – biodisponibilidade VO 50% e 70%
o Cefprozila – tem biodisponibilidade superior a 80% e não sofre interferência de alimentos em sua
absorção
o Cefalosporinas de amplo espectro de ação, com alguma estabilidade ante as beta-lactamases
produzidas por BGN
o Apresenta atividades sobre CGP e BGN, agindo contra estreptococos do grupo A e outros grupos,
pneumococos, estafilococos PEN S\R, clostrídios, gonococo e meningococo. Pouco eficaz sobre
BGN entéricos
 Uso clínico semelhante ao da amoxacilina + clavulanato
o Atingem concentrações terapêuticas no fígado, rim, pulmão, baço, osso, bile, secreção brônquica,
líquido peritoneal e pleural
o Indicações clínicas:
 Amigdalite e faringites estreptocócicas
 Sinusites, PNM e otites médias, cujos germes causadores mais frequentes são os
pneumococos e o hemófilo (este, sobretudo, na criança)
 ITU por BGN
 IPPM- causadas por estrepto\estafilo

# Muito usadas para IVAS superiores e inferiores (espectro semelhante das penicilinas + clavulanato). Se o paciente
tiver alergia “normal” à penicilina, pode usa a substituição por causa da reação cruzada (se for uma alergia grave,
não usar).

 Cefalosporinas de Terceira Geração:

# Cefixima, cefotaxima, ceftriaxona, ceftazidima.

# Infecções comunitárias que precisam de internação.

o Intensa atividade contra BGNs


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o Mais estáveis à inativação pelas beta-lactamases produzidas por gram-negativos


o Alguns são indutores de produção de B-lactamases
o Ceftazidima: ação contra pseudomonas
o Menos ativas contra algumas CGP (Streptoco\Staphylo)
o Espectro de ação:
o Ação contra H. Influenzar, M. catarrhalis. Neisseria spp produtoras de betalactamase
o Ação contra pneumococo resistentes a penicilina (resistência intermediaria)  ceftrixona,
cefotaxima
o Não atuam contra:
 Enterococo
 MRSA
 S. epidermidis
 Listeria
 Acnetobacter
 Bacteroides fragilis
o Resistência: formação de complexos cefalosporina-betalactamase, impedindo a ação do ATB por
não atingir os receptores na PBP
 Serratia, Enterobacter, Pseudomonas
 Grupo CESP (citrobacter, enterobacter, serratia e proteus)  possuem um gene inativo, que
ao se deparar com a ceftriaxona, se ativa e produz uma enzima que inativa a droga
 ESBL  inativa todas as penicilina e cefalosporinas
o Indicações clínicas:
 Meningite (associado ou não a Ampicilina) – paciente internado
 Pneumonia em adultos
 Pielonefrite
 Celulites
 Infecções intra-abdominais

 Cefalosporina Quarta Geração:

# É a cefalosporina de melhor ação com os gram-negativos.

# Pode usar para infecções hospitalares, que surgiram no hospital.

o Cefepime
o Maior estabilidade frente às betalactamases (ativa contra muitas enterobactérias resistentes a outras
cefalosporinas)
o Ação contra germes gram-negativos, incluindo Pseudomonas
o Elevada potencia contra gram-positivos, especialmente estafilococos sensíveis á oxacilina
o Mas não é ativo contra MRSA
o Espectro de ação:
 Enterobactérias
 Pseudomonas aeruginosa
 Meningococo
 Estreptococo
 Pneumococo
 Estafilococo sensível a oxacilina
 Grupo CESP
 Não é ativa contra:
 MRSA
 Pneumococo penicilinoresistente
 Enterococos
 B.fragilis
 L. monocytogenes

 Cefalosporinas Quinta Geração:


o Ceftobiprole e Ceftaroline (usadas no hospital)
Lívia Loureiro | Maria Emília Viana | Turma XXIV

 São ativas contra:


o MRSA - primeira vez que um beta-lactâmico tem ação contra MRSA
 As MRSA são resistentes à meticilina (e normalmente a outros antibióticos
frequentemente utilizados para tratar infecções provocadas pela Staphylococcus
aureus
o Pneumococo
o Enterococos - única entre as cefalosporinas
o Pseudomonas (Ceftobiprole)

CARBAPENÊMICOS

 Elevada potência contra gram-negativos e muito estáveis frente a maioria das beta-lactamases produzidas
 Foram considerados a ‘’última linha’’ frente aos BGNs
 Representantes: Meropenem\ Imipenem\ Ertapenem
 Os enterococos são sensíveis, mas aqueles resistentes à ampicilina são resistentes, também, aos
carbapênemicos
 O Ertapenem não possui ação frente aos BGN não fermentadores (Pseudomonas e Acinobacter)
 Tem sido indicados como monoterapia no tratamento de sepses e de infecções respiratórias, urinárias,
ginecológicas e intra-abdominais graves, adquiridas em hospital ou em pacientes imunocomprometidos
 PK/PD:
o IMP/MER- meia vida de cerca de uma hora, o ATB, mantém atividade terapêutica por quatro a seis
horas
 Meropenem 3x/dia EV. Imipenem 4x/dia EV – tem ação contra BGN não fermentadores
o ERT- meia vida de 3 a 5h, permitindo sua administração em dose única diária por via parenteral
 Efeitos adversos:
o Infusão rápida pode causar náuseas e vômitos
o Convulsões observadas em 2% a 16% dos pacientes – principalmente em pacientes com infecção
grave com história de quadro convulsivo prévio. IMP tem potencial epiléptico

 POLIPEPTÍDEOS

POLIMIXINAS

 As polimixinas são drogas antigas, descobertas em 1947. Foram usadas desde 1962 até o surgimento dos
aminoglicosídeos anti-pseudomonas
 Em desuso (desde 1980)  nefrotoxicidade grave
 Polimixina B e polimixina e
o Eficácia semelhante, mas a POLI B é menos tóxica e é mais fácil a admnistração
 Bactericidas
 Reservados para infecções graves por gram-negativos ou uso tópico (ocular, otológico)
 Atividade antimicrobiana:
o Possuem amplo espectro contra BGNs
o Exceção: CGP e a maioria dos anaeróbios são resistentes
 Toxicidade:
o Existe nefrotoxicidade relacionada à dose, o que geralmente é, mas nem sempre, reversível com a
retirada da droga
 Uso clínico:
o Infecções por bactérias multirresistentes
o Uso eventual por via inalatória e intra-tecal  no geral o uso é tópico, IM e EV

 QUINOLONAS

# 1ª geração: Ácido nalidixico, ácido oxolínico, cinoxacin  ativo contra Enterobactérias. Sítio de infecção: urina
(infecções de urina).

# 2ª geração:
Lívia Loureiro | Maria Emília Viana | Turma XXIV

- Lomefloxacino, norfloxacin  ativo contra Enterobacterias e Pseudomonas. Sítio de infecção: urina. Pouco
usado.
- Ciprofloxacino (Gram -)  ativo contra Enterobacterias, Pseudomonas e atípicos. Sítio de infecção: urina e
sistêmico.

# 3ª geração: Levofloxacino  ativo contra Enterobacterias, Pseudomonas atípicos e Streptococos (por conta desta
ação foram chamados de quinolonas respiratórias). Sítio de infecção: urina e sistêmico. “Quinolonas respiratórias”.

# 4ª geração: Moxifloxacino ativo contra Enterobacterias, Pseudomonas atípicos, Streptococos e anaeróbios.


Sítio de infecção: urina e sistêmico. Infecções intra abdominais.

 Lesher (1962) – ácido nalidíxico (subproduto da cloroquina)


 Década de 80 - fluoroquinolonas: aumento do espectro para os BGN e boa atividade contra alguns
cocos gram-positivos
o Mais 800.000.000 pacientes tratados
 PK/PD:
o Boa absorção pelo TGI superior
o Administração EV: níveis séricos semelhantes, porém mais caro
o Bactericida contra a maioria das espécies susceptíveis
 Mecanismo de ação:
o Penetram na bactéria por porinas ou diretamente pela membrana plasmática
 Resistência: mutações enzimáticas (DNA girase e topoisomerase) e em porinas e bombas de
efluxo
 Resistência nas enterobacterias (principalmente E. coli  principal causadora de infecções
urinárias e intra-abdominais)
 Uso:
o ITU/ Prostatites
o Infecções respiratória:
 Otite externa maligna
 Fibrose cístico
 PNM comuniária/hospitalar
 Sinusite
o Infecções gastrointestinais
o Infecções pele e partes moles
o Osteomielites/ artrites
o DST
o Febre tifoide e paratifoide
o Profilaxia em granulocitopênicos
o Infecções micobacterinanas
 Efeitos colaterais:
o GI: náuseas, vômitos, diarreia, dor abdminal (2 – 20%)
o SNC: cefaleia, tontura e sonolência (1-2%)
 Convulsão: mais comum em suppopul. especiais (TCE prévio, anóxia, epiléticos)
o SCV: prolongamento QT, podendo levar a TV graves
o Endócrino: hipoglicemia graves
o S. músculo- esquelético: artropatia, tendindite e ruptura de tendão – mais presente em quinolonas
do que em outros ATB (14% x 0,3%)
o Anafilaxia: reação tipo I IGE mediada até 1h após o uso da droga

# Obs: Por conta dos efeitos colaterais, a orientação é restringir o uso (valvopatia aórtica e a neurisma de aorta
abdominal).

# Contra-indicações: gestantes (uso com cautela), reação alérgica prévia e menores de 18 anos.

# Pneumococo – melhor com levo; Estafilococo – melhor com moxifloxacino; Pseudomonas e E. Coli – melhor
com cipro.
Lívia Loureiro | Maria Emília Viana | Turma XXIV

 AMINOGLICOSÍDEOS

 Gentamicina, estreptomicina, neomicina, amicacina, metilmicina, paramomicina, tobramicina,


espectinomicina
o Estreptomicina: 1944. Boa atividade contra M. tuberculosis e M. bovis
o Gentamicina: infecções por BGN, ação contra Psudomonas e S. marcescens
o Amicacina: maior espectro de ação do grupo
 Bactericidas
 Concentração-dependente
o Dose única diária: menor chance de surgir resistência, menor nefrotoxicidade, facilidade terapêutica,
melhor adesão ao tratamento, mais econômico.
 Não são absorvíveis VO  somente IM
 Agem principalmente em meio aeróbico e em PH alcalino
 Indicações:
o Septicemia
o ITU
o Endocardites
o Infecções intra- abdominais
o Atrites sépticas
o Infecções oculares
o Meningites em recém-nascidos
 Dose única diária:
o ITU, sepse por BGN, neutropenia febril, TB e IPPM
o RN e crianças
o Endocardite não estabelecido
o Vantagens:
 Menor chance de surgir resistência
 Menor nefrotoxicidade
 Facilidade
 Mais econômico
 Maior adesão
 Efeitos colaterais:
o Nefrotoxicidade: todos são potencialmente nefrotóxicos
o Ototoxicidade: é relativamente incomum, porém irreversível, podendo ocorrer mesmo após a
interrupção da droga. Lesão 8 par craniano (comprometimento da audição)
o Paralisia neuromuscular: complicação rara, devido a absorção de altas doses intra-peritoneais ou
infusões rápidas do medicamento. Deve-se ter cuidado no PO, por conta do uso de bloqueadores
neuromusculares

 GLICOPEPTÍDEOS

 Representantes: Vancomicina e Teicoplanina


 Espectro: estafilococos resistentes a meticilina/oxacilina, e outros gram-positivos resistentes
 BGN são naturalmente resistentes!  não penetram pela membrana externa
 Principais usos
 São bactericidas!
 Agem inibindo a síntese de protéica bacteriana
 Espectro: quase todos os gram-positivos
 S. aureus – inclusive MRSA
 S. epidermidis
 Estreptococos
 Clostridium
 Existe diferença de espectro de ação entre Vanco e Teicoplanina?  não
o A eficácia e atividade antibacteriana de Teicoplanina é comparada a de Vancomicina
 Usos clínicos:
o Infecções cutâneas, de tecidos moles e ósseos/articulares
Lívia Loureiro | Maria Emília Viana | Turma XXIV

o Infecções do trato respiratório


o Meningoencefalites (ação sobre pneumococo resistente a penicilina\ pós-neurocirurgia)- teico não
penetra na meninge, aqui tem que ser vanco
o Endocardite infecciosa (vanco + genta)
 Farmacocinética:
o Má absorção por VO – uso parenteral exclusivo
 Exceção – CPM: colite pseudomembranosa  pode ser por VO
o Teicoplanina: interessante uso por via IM (menor Irritação do que vancomicina) - vantagem por as
vezes poder ser usado1x ao dia
o Vancomicina tem ampla distribuição pelos tecidos (inclusive ossos e interior de abcessos) -
Teicoplanina é mais lipofílica (melhor distribuição)
 Segurança:
o Uso nas gestantes, lactantes e crianças. Avaliar risco x beneficio
o Reação de hiper sensibilidade e anafilaxia.
o Síndrome do pescoço vermelho ou síndrome do homem vermelho (associado a vancomicina) –
não é reação alérgica!
 É uma reação histaminérgica causada pela infusão rápida da droga  paraevitar, deixar
correr por pelo menos 1 hora
 Efeitos adversos:
o Nefrotocidade e Ototoxidade: mais frequente com Vancomicina
o Ambas estão associadas as concentrações plasmáticas elevadas do fármaco:
o Ototoxicidade (> 60-100ug/ml) e nefrotoxicidade (ocorreu em 33% dos pacientes com >
20ug/ml e em 5% dos com < 10ug/ml)
 Segurança:
o Grande importância da vancocinemia
o Cuidado ao associar outras drogas ototóxicas e nefrotóxicas
o Atuais formulações de Vancomicina:
 Menos nefrotóxicas
 Atentar para a dose feita e os níveis de vancomicina plasmáticas
o Como se realizar o monitoramento dos níveis de vancomicina?
 Quando monitorar vancocinemia?
 Pacientes com função renal instável ou com risco de nefrotoxicidade; terapia
prolongada (>3-5 dias); terapias mais agressivas (dose entre 15-20 mg\ml)
 A vacocinemia deve ser realizada no vale e não no pico
 Antes da 4ª dose normalmente
 A dosagem deve ser feita antes da administração da 4ª dose- concentrações mais estáveis
 A vancocinemia (VALE) deve ser sempre metida acima de 10 mg/l. Para infecções mais
complicadas (meningoencefalites, abscessos, pneumonias): entre 15 – 20 mg\L- melhor
penetração
 Em pacientes hemodinamicamente estáveis: verificar vancocinemia 1x (iniciando se antes da
4ª dose)
 Teicoplanina x Vancomicina
o Vantagens:
 Menor nefrotoxicidade
 Não necessita monitorização sérica
 Menor irritação local: uso IV ou IM
 Meia vida mais longa (comodidade posológico)
 Mais lipofílico: distribui-se bem por diversos tecidos e líquidos
o Desvantagens:
 Maior custo
 Não penetra no SNC

# Vancomicina: penetra em meninges inflamadas (é tempo dependente). Pode ser dado empiricamente (penicilina
não pode).
Lívia Loureiro | Maria Emília Viana | Turma XXIV

# Teicoplanina: não penetra meninges, nem mesmo inflamadas. Interessante uso por via IM – menor irritação que a
vanco (estratégia para desospitlizar pacientes). Tem meia vida mais longa (1x/dia).

 LIPOPEPTÍDEO

DAPTOMICINA

 Descoberto há mais de 25 anos: necessidade crescente de antimicrobianos eficazes contra cepas resistentes
á vancomicina – uso retomado
 Antimicrobiano bactericida ativo contra bactérias gram-positivas aeróbicas, facultativas e anaeróbicas
 Ativa contra MRSA e potente contra cepas resistentes á vancomicina e linezolida – MICs tendem a ser
mais altas
 Não é ativa contra bactérias gram-negativas. Não penetra pela membrana externa (espectro =
glicopeptídeos + VRE + VRSA)

# VRE  enterococos resistentes à vancomicina.

# Uso quando tem Staphylococos resistente a vancomicina e quando tem efeitos colaterais com o uso de
vancomicina.

 Bactericida
 Usos clínicos semelhantes à Vancomicina
 Eficácia comparável à Vancomicina e penicilina semissintéticas
 Contra- indicação: pneumonia (é inativada pelo surfactante pulmonar  portanto, não é usada para
infecções pulmonares)
 Segurança:
o 80% de excreção renal (restante intestinal) – ajudar dose nos DRC
o Uso em gestantes, lactantes e crianças: estudos ainda insuficientes  não é usada
o ATENÇÃO com miopatia!!! Atente para os níveis de CPK e associação com estatinas

 OXAZOLIDINONAS

LINEZOLIDA

 As oxazolidinonas correspondem a uma nova classe de antimicrobianos, sendo a Linezolida seu principal
representante
 Outras oxazolidinonas estão em desenvolvimento (Tedizolid - recentemente aprovada)
 As grandes características da Linezolida são: sua excelente atividade estafilocócica (incluindo MRSA e
VRSA), ação contra VRE e grande penetração pulmonar
o Inclui estafilococo resistente a vancomicina, meticilina e enterococo resistente a vancomicina
o “Pulmão infectado por estáfilococo  Linezolida”
 Espectro de ação:
o Grande atividade contra gram-positivas, incluindo estafilococos, enterococos, estreptococos e
bastonetes gram-positivas
o Sem atividade frente gram-negativa
o Bacteriostática contra Estafilococos e Enterocos, bactericida contra Estreptococos
 Usos clínicos e apresentação do fármaco:
o Excelente ação para infecção de partes moles por MSSA, MRSA, VRSA
o Ação sobre VRE
o Pneumonia nosocomial ou adquirida na comunidade
o Sub-análise de alguns estudos sugerem que Linezolida é superior á Vancomicina em pneumonias
estafilocócicas
 Farmacocinética:
o Bem absorvida VO quase 100%, com ou sem alimentos
o Excreção via renal (80%)
o Não é necessária correção de dose em DRC leve e moderada
o Administração após HD
Lívia Loureiro | Maria Emília Viana | Turma XXIV

o 1/2vida: 5-7h
 Segurança:
o Toxicidade hematológica-mielossupressão (>2 semanas)
o Tratamento prolongado (>28dias): neuropatia óptica e neuropatia periférica ou mielossupressão
 Há relatos de cegueira
o Linezolida é um inibidor fraco de monoaminoxidase (MAO)  risco de síndrome serotoninérgica
(palpitação, cefaleia, crise hipertensiva, incoordenação, etc.)
 Não pode ser administrado com drogas adrenérgicas ou serotoninérgicas

 GLICILCLINAS

TIGECICLINA

 Classe: glicilclinas
 Espectro muito amplo, mais de todos  gram-positivo, gram-negativo e anaeróbio
o Não tem ação contra Pseudomonas
 Derivados semi-sintéticos de ATB tetraciclínicos
 Inibição de tradução proteica subunidade de 30s
 Bacteriostática
 SEM necessidade de ajuste de dose em insuficiência renal ou hepática
 Vantagem: pode ser usada em monoterapia e desvantagem de ser bacteriostático
 Desvantagens:
o Bacteriostática
o Efeitos adversos: náuseas e vômitos
o Contra-indicada em gestantes e crianças
o Sem ação anti-Pseudomonas
o Bacteremias e PAVs
 Indicações:
o Infecções complicadas de pele e partes moles
o Infecções complicadas intra-abdomonais
o Não aprovada para tratamento de infecções de corrente sanguínea pneumonia

 MACROLÍDEOS

Ex: azitromicina (24/24h), claritromicina (12/12h), eritromicina (6/6h), espiramicina

 Bacteriostáticas
 Espectro de ação:
o Gram-positivas
 Estreptococos
 Estafilococos
 Corinebactérias
 Listéria
o Gram-negativas:
 Meningococo/ Treponemas
 Atípicas (Legionella, Clamídia e Micoplasma)  principalmente em pneumonia e DPOC
descompensado
 Uso clínico:
o Coqueluche  droga de escolha
o Difteria
o Legioneloses
o Pneumonias atípicas
o Infecções genitais e pélvicas – C. trachomatis e U. urealiticum
o Hipersensibilidade às penicilinas: profilaxia de febre reumática e infecções estreptocócicas de
faringe e pele
o Espiramicina: toxoplasmose gestacional (profilazia)
Lívia Loureiro | Maria Emília Viana | Turma XXIV

 SULFONAMIDAS

 Estrutura química:
o Derivados da sulfanilamida bacteriostáticos sintetizam grande número de derivados de sua ação e
outras características
 Associação das sulfonamidas aos pirimidínicos (pirimetamina e trimetropim)
o Efeito sinérgico
o Ação contra agentes resistentes as drogas isoladamente
 Paracoccidioides brasiliensis , Toxoplasma gondii, Isospora gondii, Nocardia, Pneumocystis
jiroveci, S. aureus (CA-MRSA tem mostrado grande sensibilidade) – principalmente para
infecções de pele
 Droga de escolha para: toxoplasmose, paracocomicose, pneumocistose, S. aureus
 Toxoplasmose = sulfametoxazol + primetamina, sinergismo
 Interações Medicamentosas:
o Por diminuir o metabolismo:
 Aumenta o efeito dos anticoagulantes orais - varfarina
 Aumenta o efeito do metotrexato, hipoglicemiantes orais, fenitoína
 Reduz efeito de anticoncepcionais orais e ciclosporina

SULFADIAZINA

 Boa absorção por via oral


 Eliminação por via renal
 Boa distribuição em todos os líquidos e tecidos orgânicos
 Atravessa barreira placentária atingindo contrações no feto e liquido amniótico
 Ação intracelular
 Sulfa mais ativa contra Toxoplasma gondii  droga de escolha para toxoplasmose

# Para pacientes queimados  tratamento e profilaxia.

SULFAMETOXAZOL

 Boa absorção VO e eliminação por via renal prolongada


 Atinge níveis séricos em 2h
 Boa distribuição em todos os líquidos e tecidos orgânicos
 Indicações:
o ITU/ prostatites – E. coli e elevadas concentrações
o Pneumocistose
o Infecções por S. maltophila
o Infecções por P. brasiliensis
 Usado junto com trimetropim (efeito sinérgico, inibe a síntese de ácido nucléico em duas vias)  nome
comercial: Bactrim

SULFADIAZINA DE PRATA

 Tópico para queimaduras (infecções para pacientes quemiados)

 LINCOSAMIDAS

CLINDAMICINA

 Tem efeito bacteriostático


 A concentração intracelular é 50% maior que a extracelular
 Espectro de ação
 Possui efeito antitoxina, inibindo a produção da toxina estafilocócica associada com a síndrome do
choque tóxico
 Indicações:
o Infecções por anaeróbios
Lívia Loureiro | Maria Emília Viana | Turma XXIV

o Celulites necrotizantes, abscessos e faringe, sinusites crônicas, pneumonias, abscessos hepáticos,


pulmonares e subfrênicos, peritonite, apendicites supuradas, abortos sépticos, osteomielites
crônicos, sepses por anaeróbios
o Pouca ação em abscesso cerebral, meningites e endocardites  porque em infecções graves
evita-se drogas bacteriostáticos, prefere-se bactericidas
 Efeitos colaterais:
o Colite pseudomembranosa: leve a severa, possivelmente fatal. Pode levar a superinfecção fúngica
ou bacteriana, incluindo C. difficile associada à diarreia e colite pseudomembranosa
 Qualquer antibiótico pode causar, mas está mais associado à clindamicida
 Atinge concentração cerebral para tratamento de encefalite por Toxoplasma Gondii
(toxoplasmose) e atravessa a placenta para o tratamento do feto
o Usar com precaução em pacientes com doenças gastrointestinais, particularmente colite. Diarréia
associada ao C. difficile pode ser observada até 2 meses após o tratamento

# Não tem concentração adequada no líquido amniótico (não é usada quando quer tratar uma infecção no feto e na
gestante.

 NITROIMIDAZÓLICOS

METRONIDAZOL

 Introduzido em 1959
 Importantes drogas no tratamento de infecções anaeróbicas e é o tratamento de escolha para paciente com
diarreia causada por Clostridium difficile
 Metronidazol exerce efeito antimicrobiano através da produção de radicais livres, que são tóxicos para as
bactérias
 Rápido efeito bactericida contra bactérias anaeróbicas
 Efeito concentração- dependente
 Metronidazol tem efeito bactericida contra Bacteroides fragillis e Clostridium perfringes de ação mais rápida
que a clindamicina
 É rara resistência adquirida
 Espectro de ação: ativo contra maioria dos anaeróbios, protozoários
 Efeitos colaterais (pouco frequentes, mas amplos):
 SNC: tontura, convulsão, alucinações e parestesias reversíveis com o tratamento
 Renal: coloração avermelhada da urina
 Dermatológicos: rash cutâneo
 Hematológicas
 GI: vômitos, gosto metálico na boca
 Neuromuscular: neuropatia periférica

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