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Docente: Dra.

Elsa Alidia Petry Gonçalves


Discente: Francis Mery de Leão

Avalie os antimicrobianos a seguir utilizando as questões abaixo:


penicilinas, cefalosporinas, carbapenemos, aminoglicosídeos,
macrolídeos e quinolonas

1) Qual o mecanismo de ação dessa classe?

- Penicilinas: agem contra a síntese da parede celular, inibindo as proteínas ligadoras


de penicilina (PLP), que são essenciais para a síntese de peptideoglicanos,
responsáveis pela integridade da parede celular. As penicilinas causas a morte
bacteriana, ou seja, são bactericidas.

- Cefalosporinas: elas têm o mesmo mecanismo de ação das penicilinas. Contudo, elas
tendem a ser mais resistentes a certas beta-lactamases do que as penicilinas.

- Carbapenemos: exercem seu efeito terapêutico através da ligação às PBPs, inibindo


a formação do peptidoglicano e, consequentemente, impedindo a formação da parede
celular bacteriana, que é a marca dos antibióticos beta-lactâmicos.

- Aminoglicosídeos: Dentro da célula, eles se fixam na subunidade ribossomal 30S,


onde interferem com a montagem do aparelho ribossomal funcional e/ou causam a
leitura incorreta do código genético pela subunidade 30S do ribossoma completo; os
aminoglicosídeos são os únicos a atuar como bactericidas.

- Macrolídeos: eles se ligam irreversivelmente a um local na subunidade 50S do


ribossomo bacteriano, inibindo, assim, etapas de translocação na síntese de proteínas.
Eles também podem interferir em outras etapas, como a transpeptização. Geralmente
considerados bacteriostáticos, os macrolídeos podem ser bactericidas em dosagens mais
elevadas.
- Quinolonas: inibem a atividade da DNA girase, enzima essencial à sobrevivência
bacteriana. Ao inibir essa enzima, a molécula de DNA passa a ocupar grande espaço
interior da bactéria e suas extremidades livres determinam síntese descontrolada de
RNA mensageiro e de proteínas, determinando a morte das bactérias.

2) Quais são os mecanismos de resistência?

1) Penicilinas
1.1) Atividade beta-lactamase: é a principal causa de resistên- cia às penicilinas. As
beta-lactamases são constitutivas, produzidas pelos cromossomos bacterianos ou,
com frequência, são adquiridas pela transferência de plasmídeos. Alguns dos
antimicrobianos beta-lactâmicos são maus substratos para as beta-lactamases e
resistem à hidrólise, mantendo, assim, a sua atividade contra os microrganismos
produtores de beta-lactamases.

1.2) Diminuição da permeabilidade ao antimicrobiano: A diminuição da penetração


do antimicrobiano por meio da membrana celular externa da bactéria o impede de
alcançar as PLPs-alvo. A presença de uma bomba de efluxo também pode diminuir a
quantidade de fármaco dentro da célula (p. ex., Klebsiella pneumoniae). 


1.3) PLPs alteradas: PLPs modificadas têm menor afinidade pelos antimicrobianos
beta-lactâmicos, exigindo concentrações impossíveis de alcançar clinicamente para
inibir o crescimento bacteriano. Isso explica a resistência dos MRSAs à maioria dos
antimicrobianos beta-lactâmicos disponíveis comercialmente. 


2) Cefalosporinas: Os mecanismos de resistência bacteriana às cefalosporinas são


essencialmente os mesmos descritos para as penicilinas. (Nota: embora não sejam
suscetíveis à hidrólise pelas penicilinases estafilocócicas, as cefalosporinas podem ser
suscetíveis à beta-LEE. Microrganismos como E. coli e K. pneumoniae são
particularmente associados com beta-LEE.)

3) Carbapenemos: A diminuição de porinas, bombas de efluxo e a presença de beta-


lactamases são os principais mecanismos de resistência aos carbapenêmicos.

4) Aminoglicosídeos: Há três mecanismos de resistência: alteração de sítios de ligação


de ribossomos, alteração da permeabilidade da droga, modificação enzimática da droga

5) Macrolídeos: A resistência aos macrolídeos está associada com 1) a incapacidade do


microrganismo de captar o antimicrobiano; 2) a presença de uma bomba de efluxo; 3) a
diminuição da afinidade da subunidade ribossomal 50S pelo antimicrobiano, resultante
da metilação de uma adenina no RNA ribossomal bacteriano 23S em microrganismos
gram-positivos; e 4) a presença de uma eritromicina esterase associada a plasmídeo em
microrganismos gram-negativos, como as Enterobacteriaceae.
6) Quinolonas: alteração na enzima DNA girasse, que passa a não sofrer a ação do
antimicrobiano, através da mutação cromossômica nos genes responsáveis pelas
enzimas alvo; alteração da permeabilidade à droga pela membrana celular bacteriana
(porinas). Outro mecanismos é pela bomba de efluxo.

3) Qual é o espectro de ação da classe?

- Penicilinas: gram positivos e gram negativos

- Cefalosporinas: são antimicrobianos beta-lactâmicos de amplo espectro

- Carbapenemos: Antibióticos carbapenêmicos possuem um amplo espectro de ação


que inclui cocos gram-positivos, bacilos gram-negativos fermentadores e não-
fermentadores, anaeróbios gram-positivos e gram-negativos, incluindo o Bacteroides
fragilis.

- Aminoglicosídeos: atividade contra bacilos e coco gram-negativos aeróbios,


bactérias gram-positivas e micobactérias

- Macrolídeos: eritromicina, claritromicina, azitromicina e telitromicina

A eritromicina é eficaz contra vários dos mesmos microrganismos da


benzilpenicilina. Por isso ela pode ser usada em pacientes alérgicos à benzilpenicilina. 


A claritromicina tem atividade similar à da eritromicina, mas também é ativa


contra Haemophilus influenzae. Sua atividade contra patógenos intracelulares, como
Chlamydia, Legionella, Moraxella, espécies de Ureaplasma e Helicobacter pylori, é
maior do que a atividade da eritromicina.

A azitromicina é menos ativa contra estreptococos e estafi- lococos do que a


eritromicina, a azitromicina é muito mais ativa contra as infecções respiratórias por H.
influenzae e Moraxella catarrhalis. O uso extensivo da azitromicina resultou no
crescimento da resistência do Streptococcus pneumoniae. A azitromicina é o tratamento
preferido contra uretrites causadas por Chlamydia tra- chomatis. O Mycobacterium avium
é combatido preferencialmente 
co m um regime contendo macrolídeo, incluindo
claritromicina ou azitromicina.

A telitromicina tem espectro antimicrobiano similar ao da azitromicina.

- Quinolonas: espectro para bacilos gram-negativos; boa atividade contra alguns


gram-positivos.

4) Cite e comente 3 usos clínicos.

- Penicilinas: tratamento de pneumonia pela Streptococcus pneumoniae; infecções


cutâneas por Streptococcus pyogenes; e meningites bacterianas

- Cefalosporinas: ITU não complicada, principalmente durante a gravidez; profilaxia


de várias cirurgias; infecções de partes moles.
- Carbapenemos: tratamento de infecções em que exista uma forte suspeita de
microbiota aeróbia e anaeróbia ou infecções causadas por organismos
multirresistentes. É usada em pacientes graves com infecções abdominais, infecções
do sistema nervoso; pneumonia

- Aminoglicosídeos: septicemias, ITU, endocardites

- Macrolídeos: pneumonia por micoplasma: denominada de pneumonia “atípica”


porque o micoplasma causador escapa das técnicas bacteriológicas normais Azitromicina
ou doxiciclina são as opções terapêuticas preferidas. Infecções por clamídia Azitromicina
ou doxiciclina são as opções terapêuticas preferidas. Doença do legionário (legionelose)
são comuns infecções assintomáticas e não diagnosticadas Fluoroquinolonas
ou
azitromicina são as opções terapêuticas preferidas.

- Quinolonas: cistites, pielonefrites; salmoneloses; osteomielites

5) Há alguma restrição de uso em paciente com insuficiência renal?

- Penicilinas: nefrite intersticial alérgica pode ocorrer, mais frequentemente com a


oxacilina

- Cefalosporinas: são poucos nefrotóxicas e hepatotóxicas

- Carbapenemos: geralmente são bem tolerados, mas o imipenem-cilastatina pode


reduzir o limiar convulsivo, principalmente em pacientes idosos com alteração da
função renal ou cuja doença predisponha a convulsões. Esses efeitos são menos
observados com o uso de meropenem.

- Aminoglicosídeos: todos são potencialmente nefrotóxicos, manifestando-se


clinicamente após 7 a 10 dias de ratamento como uma necrose tubular aguda. Os efeitos
podem ser revertidos com a interrupção do tratamento

- Macrolídeos: Icterícia colestática

- Quinolonas: Nefrite intersticial aguda, nefropatia de cristais (ciprofloxacina)

6) Cite os principais efeitos colaterais.

- Penicilinas: reações de hipersenbilidade, rash cutâneo, nefrite intersticial alérgica

- Cefalosporinas: são antibicrobianos com boa tolerância; mas as mais frequentes são:
tromboflebite, hipersensibilidade

- Carbapenemos: geralmente são bem tolerados; aumento de transaminases (5%),


reações gastrintestinais (3,8% dos casos)

- Aminoglicosídeos: nefrotoxicidade, ototoxicidade.


- Macrolídeos: irritação e motilidade gástrica: Distúrbio gástrico é o efeito ad- verso
mais comum dos macrólideos e pode levar à pouca aderência ao tratamento
(especialmente com eritromicina). Claritromicina e azitromicina são mais bem toleradas.
Concentrações mais elevadas de eritromicina levam à contração do músculo liso, o que
resulta em movimentação do conteúdo gástrico para o duodeno, um efeito adverso às
vezes usado terapeuticamente para o tratamento da gastroparesia ou do íleo pós-cirúrgico.
Ototoxicidade: Surdez transitória foi associada à eritromicina, es- pecialmente em
dosagens elevadas. A azitromicina também foi associada com perda auditiva
neurossensorial irreversível. 


- Quinolonas: anorexia, náusea, cefaleia, rash cutâneo, fototoxicidade

REFERÊNCIAS:

Top farmacologia ilustrada 6 edição

Curso Básico de Antimicrobianos Divisão de MI – CM – FMRP-USP

https://www.anuariohde.com/artigos_posters/comunica/2158.pdf

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