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Antimicrobianos

M.V. Mestranda Rafaela Eduarda dos Reis


Classes farmacológicas

Mecanismo de ação
Bactericida
Aminoglicosídeos, penicilinas,
sulfonamidas potencializadas
Bacteriostático
Cloranfenicol, licosaminas,
macrolídeos, sulfonamidas,
tetraciclinas, trimetoprim
Mecanismo de ação
Bactericidas→ dose elevada→ reação alérgica
Bacteriostáticos→ dose terapêutica
Bactericidas e
bacteriostáticos
Bactericidas Bacteriostáticos
Atuam unicamente frente às bactérias Bloqueiam de maneira reversível
que se encontram em fase de a síntese dos ácidos nucléicos ou
crescimento, provocando sua morte das proteínas
ou dissolução Uma vez interrompida a
Inibem de maneira irreversível administração, reinicia-se a
reações bioquímicas essenciais ou biossíntese interrompida com
destroem estruturas celulares vitais decorrente retorno da
proliferação bacteriana
Qual usar?

Qual tipo de bactéria? Onde é o foco


infeccioso?
Gram + e Gram -
Tecido acometido

Local de infecção Resistência?


Infecção hospitalar MRSA e MDR
(multirresistentes)
E. coli e Staphylococcus
Risco de vida do
paciente
Beta-lactâmicos
β-Lactâmicos

Penicilinas
Sódica, potássica, benzatina, procaína
Aminopenicilinas
Ampicilina e amoxicilina
Cefalosporina
1ª, 2ª e 3ª geração
Carbapenêmicos
Penicilinas
Não atingem concentrações inibitórias
mínimas (CIM) em:
Olhos
Próstata
SNC
Pouco em pulmões
Atingem concentrações melhores em
tecidos inflamados
Passam por mínima biotransformação
hepática
São instáveis na presença de ácido gástrico
Penicilinas naturais

Penicilina G
1º antibiótico descoberto (fermentação
fungo Penicillium nototum, Fleming - 1928)
Formulação como ésteres: penicilina G –
procaína, benzatina
Dose: em unidades internacionais (UI)
Farmacocinética
Absorção
↓ abs. VO – inativação por hidrólise ácida
gástrica e por bactérias intestinais
Distribuição
Ampla, exceto no LCR (se meninges não
inflamadas), articulações, glândula mamária,
ligação a proteínas plasmáticas – 60%
Excreção
Predomínio da excreção renal na forma
inalterada
Período de retirada (carência) – Ex.: penicilina
G procaína (leite, 2 dias)
Penicilina G
Espécies:
Cães, gatos, ruminantes, equinos,
suínos SEM EFETIVIDADE:
Indicações clínicas Bacilos GRAM -
Bactérias GRAM + (estreptococos) Riquétsias
Micobactérias
Anaeróbios (clostrídios) Micoplasma
Cocos GRAM – (Neisseria spp.)
Espiroquetas (treponema,
leptospira)
Penicilina V
Espectro e mecanismo de ação
semelhante à penicilina G
Relativamente menos ativa que
penicilina G
Vantagem: uso VO em monogástricos
– resiste a hidrólise ácida
Administrar em jejum (1h antes ou 2h
após as refeições)
Distribuição: semelhante a penicilina G;
80% ligação as proteínas plasmáticas
Excreção: predominantemente renal
Penicilinas

Mecanismo de resistência
Bactérias produtoras de beta lactamase
Enterobacter, Escherichia coli, Klebsiella,
Proteus, Pseudomonas e Staphylococcus

Efeitos adversos
Hipersensibilidade imediata
Induzem superinfecções gastrointestinais
Farmacodermia
Aminopenicilina

AMPICILINA
Penicilina com espectro ampliado: E. coli,
Klebsiella spp., Haemophilus spp.
Inativada pela β-lactamase
Ampicilina pode ser conjugada com
inibidor de β-lactamase – sulbactam
Sem atividade: Pseudomonas aeruginosa,
Proteus indol (+), P. vulgaris,
Enterobacter, Citrobacter, Acinetocabter,
riquétsias, micobactérias, micoplasmas
Ampicilina

FARMACOCINÉTICA
Absorção: baixa disponibilidade oral (30 –
35%), alimento reduz a absorção
Distribuição: ampla (10 a 60% do nível sérico
é atingido no LCR se as meninges
inflamadas)
Metabolização: hepática
Excreção: renal
T. ½ = 45 a 80 min – cães e gatos
T. ½ = 60 min – suínos
Principais vias de administração: SC, IM, IV
Aminopenicilina

AMOXICILINA
Espectro de ação: semelhante à
ampicilina
FARMACOCINÉTICA
Absorção
Biodisponibilidade oral alta (74 – 92%);
fármaco não degradado no suco gástrico
Alimento retarda a velocidade de absorção
Distribuição: ampla
Músculo; fluidos sinovial, ascético e
pleural; fígado
Metabolização hepática e excreção renal
Ácido clavulâmico
Se uso isolado, fraco inibidor de crescimento
bacteriano
Conjugado com amoxicilina
Inibição das beta-lactamases: competitiva e
irreversível
Via de administração: oral
Espécies
Cães e gatos
Farmacocinética:
Ácido clavulâmico – estável no suco gástrico,
distribuição ampla, excreção renal (34 – 53%)
Amoxicilina + Clavulanato
de Potássio

Aumenta o espectro de ação do antibiótico


Staphylococcus produtores de beta-lactamases
Atividade contra patógenos GRAM +
Fármaco de primeira escolha para:
Infecções de pele
Tecido mole
Trato urinário
Profilaxia cirúrgica
Cefalosporina
Primeira geração
Cefalotina
PRIMEIRA GERAÇÃO
Cefalexina
Infecções de pele
Cefadroxil Tecidos moles
Cefazolina Trato urinário
Osteomielites
Segunda geração
TERCEIRA GERAÇÃO
Cefoxitina Sepse
Terceira geração Urinário
TGI
Cefovecina Pele (Cevovecina)
Ceftiofur
Ceftriaxona
Terceira geração

Por causa do custo, disponibilidade de alternativas


mais baratas e potencial para selecionar bactérias
mais resistentes, as cefalosporinas de terceira
geração dever SER RESERVADAS, para infecções
severas
Boa atividade em SNC
CEFTIOFUR: excelente contra pneumonia aguda
CEFOVECINA (Convenia®)
Infecções de tecido mole; trato urinário e pele
Efeitos adversos

Vômito e diarreia

Algumas podem
causar alterações de
coagulação
Nefrotoxicidade -
cautela
Carbapenêmicos

IMIPENEM, MEROPENEM
Ativo contra quase todos: cocos, bastonetes
aeróbios, gram positivos e negativos, anaeróbios
RESISTÊNCIA
MRSA (Staphylococcus aureus
multirresistente)
Enterococcus multirresistente
Não beta-
lactâmicos
Não β-Lactâmicos

Aminoglicosídeos
Fluoroquinolonas
Metronidazol
Vancomicina
Tetraciclinas
Aminoglicosídeos

AMICACINA, GENTAMICINA, NEOMICINA,


ESTREPTOMICINA, TOBRAMICINA
Ótimo espectro GRAM -, moderado GRAM +
Fraca penetração em tecidos: SNC, olhos
São hidrofílicos
São inativos na presença de pus
São potencializados com Beta-lactâmicos
Efeitos adversos:
Nefrotóxicos
USAR SID – diminui a nefrotoxicidade
Fluidoterapia
Espectro de ação

Varia em função do aminoglicosídeo


GRAM - aeróbicos
Micoplasma
Estafilococos - gentamicina atua
combinada com β-lactâmicos
Sem ação: fungos, vírus, anaeróbicos
Mecanismo de ação

Ligação irreversível à
subunidade 30S
ribosomal

Inibição síntese proteica


– efeito bactericida
Fluoroquinolonas

ENROFLOXACINA, CIPROFLOXACINA,
MARBOFLOXACINA, NORFLOXACINA
Ótimo espectro GRAM -, bom GRAM +
Acumulam-se na porção lipídica dos leucócitos
Atingem boa concentração
Próstata, LCR, secreção brônquica
Ossos e cartilagem
Otites externas
Pele
Fluoroquinolonas

São antimicrobianos
bactericidas sintéticos

Logo: são a rigor,


quimioterápicos e não
antibióticos!
Fluoroquinolonas

CARACTERÍSTICAS VANTAJOSAS
Amplo especto de ação
Alta potência
Farmacocinética excelente
↑ biodisponibilidade oral
↑ distribuição
Administração q24h
Uso de diferentes vias administração
↓ toxicidade
Fluoroquinolonas

ESPECTRO DE AÇÃO
GRAM –
Atua sobre maioria das bactérias aeróbias

GRAM +
Atividades é variável
Alternativa para bactérias resistentes à
oxacilina (MRSA)
Estreptococos e anaeróbios são resistentes
Fluoroquinolonas

MECANISMO DE AÇÃO
As fluoroquinolonas inibem a enzima DNA
girasse e topoisomerase IV

Prejuízo da replicação e transcrição do


DNA bacteriano – lise celular
Fluoroquinolonas

Resistência
Mutação no gene da
enzima DNA girasse
bacteriana
↓ permeabilidade da
parede celular (poros)
•Bombas de efluxo Efeitos colaterais
Problemas na cartilagem
em filhotes
Risco de degeneração
retiniana em gatos
Pode causar convulsões
Metronidazol

NITROIMIDAZOL
Espectro contra bactérias anaeróbias e
protozoários
Cocos anaeróbios
Bacilos GRAM + anaeróbios
Ação induzida por transferência de elétrons
O oxigênio reduz a citotoxicidade do
fármaco ao microrganismo
Oxigênio compete com o metronidazol
Possui boa penetração: SNC, líquidos
corporais (exceção a placenta)
Metronidazol

TOXICIDADE
Intoxicação - problemas SNC
Letargia, depressão, ataxia, vômitos,
convulsão
Inibição da ação do GABA
Tratamento:
Benzodiazepínicos
Diazepam 0,4 mg/kg TID por 3 dias
Vancomicina

MECANISMO DE AÇÃO
Liga-se a terminação D-ala-D-ala
Diminui a síntese do peptídeoglicano da
parede celular – lise osmótica
Grupo dos antibióticos glicopeptídeos –
vancomicina, teicoplanina, avoparcina
Isolada do Streptomyces orientalis (1956)
Antibiótico bactericida
Via de administração
Endovenosa lenta, diluída em soro
glicosado ou fisiológico
Evitar as vias IM ou SC – dor intensa
Vancomicina

Espectro de ação – GRAM +


Indicações de uso
Infecções S. aureus resistentes a
meticilina (MRSA)
Infecções enterococos resistentes a
ampicilina
Doses
Cão: 15 mg/kg, q6-8h, IV lenta
Gato: 12 – 15 mg/kg q8h, IV lenta
Equino: 4,3 a 7,5 mg/kg q8h, IV lenta
Tetraciclinas

Tetraciclinas são bacteriostáticos


Obtenção:
Streptomyces
Tetraciclina, oxitetraciclina e
clortetraciclina
Derivados semi-sintéticos:
Doxiciclina e minociclina
Tetraciclinas

Oxitetraciclina, terramicina, doxiciclina


Doxiciclina tem bom espectro contra
riquétsia e brucelose
Infecções respiratórias
MRSA (Staphylococcus aureus
resistentes à meticiclina)
Efeitos adversos
Lesão esofágica
Destruição do esmalte dentário
Tetraciclinas

ESPECTRO DE AÇÃO
Apresentam amplo espectro de ação
Bactérias GRAM + e GRAM –
Aeróbios e anaeróbios
Protozoários
Microrganismo
Micoplasma
Clamídia
Riquétsia
Macrolídeos e
Lincosaminas
Macrolídeos e lincosaminas

AZITROMICINA, ERITROMICINA,
ESPIRAMICINA, TILOSIN

CLINDAMICINA, LINCOMICINA
Ótimo espectro GRAM +, moderado GRAM –
Azitromicina
Boa atividade contra Mycopylobacter,
Bartonella, Borrelia, Brucella, Leptospira,
Campylobacter, Helicobacter,
Chlamydophila e Toxoplasma
Sulfonamidas
Sulfonamidas

SULFADIAZINA, SULFADIMIDINA,
SULFADOXINA, SULFAMETOXAZOL,
SULFASSALAZINA
Potencializam com Trimetoprim
Quando associadas: bom espectro GRAM -,
Nocardia, protozoaricida (Toxoplasma e
Neospora)
Aplicações clínicas: cristalúria e hematúria
Sulfas

Amplo espectro de ação


Sulfonamidas, sulfonamídicos ou
simplesmente sulfas
Foram os primeiros antimicrobianos eficazes
utilizados por via sistêmica
Primeiros agentes quimioterápicos eficazes
São ativas contra bactérias GRAM + e GRAM -,
bem como contra determinados protozoários e
alguns fungos
Sulfas

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
Via oral
Água de bebida (aves): sais de sódio para
melhorar dissolução
Pele, glândula mamária: com exceção da
sulfadiazina de prata, as demais podem causar
reações alérgicas e retardo na cicatrização
Sulfas

FARMACOCINÉTICA
Via de administração – oral – absorção
Taxa de absorção varia entre espécie e
condição
Enfermidade entérica, exercício – aumenta
absorção
Estase ruminal – reduz a absorção
Ligam-se as proteínas plasmáticas – albumina
Biotransformação hepática – acetilação e
oxidação
Excreção – renal por filtração glomerular
Sulfas

EFEITOS TÓXICOS E CONTRA INDICAÇÕES


Hipersensibilidade
Discrasias sanguíneas
Insuficiência renal e/ou hepática
Lactação
Fatores que predispõe a
resistência bacteriana
Os mandamentos da
antibioticoterapia
Usarás apenas quando houver
indicação
Conhecerás o agente patogênico
primariamente
Avaliarás os efeitos adversos antes
Anamnese e exame físico em
primeiro lugar
Analisarás o microrganismo e o
tecido acometido antes
Não matarás, indiscriminadamente
Se atentarás aos detalhes
Usarás o mais antigo primeiro
Considerarás o custo
Uso de antibióticos

O uso do antimicrobiano foi embasado em achados clínicos?


As amostras clínicas foram analisadas?
Quais microrganismos estão associados a doença infecciosa?
Qual o melhor antimicrobiano para tratamento da infecção?
É necessário usar associações?
Há limitantes para o uso do antibiótico?
Qual a via de administração?
Qual dose deve ser administrada?
É necessário mudar a antibioticoterapia após a cultura e
antibiograma?
Qual a duração do tratamento?
Já acabou
Márcia?

Já deu, né?

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