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Curso: MEDICINA Período: 4º

Unidade Curricular: Agressão e Defesa II - Micologia Docente: CÁSSIO A. L. SANTOS


Data: 24/04/2021
Acadêmico(a): Letícia Ventura Webber

PESQUISA SOBRE DROGAS ANTIFÚNGICAS

- CLASSIFICAÇÃO DE DROGAS ANTIFÚNGICAS + MECANISMOS DE AÇÃO DOS


AGENTES ANTIFÚNGICOS DE MICOSES SUPERFICIAIS

As micoses superficiais ocorrem quando há o acometimento da porção superior do tegumento


cutâneomucoso, dos pelos e das unhas. O diagnóstico laboratorial consiste do exame micológico
direto e da cultura em meio de Sabouraud (ágar, peptona e glicose).
Doenças como diabetes, imunodepressão e aids, facilitam a ocorrência das micoses superficiais.
O mesmo acontece com os usuários de medicamentos empregados em algumas terapias.
Exemplos deles são os antibióticos e imunossupressores utilizados no tratamento de infecções
bacterianas e câncer, respectivamente.

Tratamento:
Iodo, ácido salicílico e ácido benzoico em solução alcóolica: O ácido benzóico apresenta uma
ação fungistática que impede a proliferação e o crescimento dos fungos. O iodo, apresenta ação
fungicida, eliminando os fungos por reação química ou por adsorção. O ácido salicílico além de
ser empregado como antisséptico, no produto tem por finalidade promover a remoção gradual da
camada córnea da pele, facilitando assim a penetração do Iodo.
As reações adversas mais frequentes incluem em irritação cutânea, sinais de salicismo (tontura,
dor de cabeça contínua, confusão, respiração rápida), coceira e vermelhidão da pele.
Interações medicamentosas: evitar fármacos que contenham ácido acetilsalicílico ou salicilatos, e
evitar o uso simultâneo de outros medicamentos tópicos que contenham esfoliantes, álcool,
sabões abrasivos, produtos que ressequem a pele.

Imidazólicos (Miconazol , oxiconazol , tioconazol , isoconazol e flutrimazol):  Inibem a


incorporação do acetato de ergosterol, inibindo a lanosterol desmetilase, por interferência no
citocromo P-450 da levedura, trazendo como conseqüência alterações na fluidez e
permeabilidade da membrana citoplasmática do fungo, prejudicando a captação dos nutrientes, o
que se traduz por inibição do crescimento fúngico, originando alterações morfológicas que
resultam em necrose celular. A metabolização é principalmente por via hepática, sendo os efeitos
colaterais mais comuns náuseas e vômitos quando utilizados por via sistêmica, além de eritema,
ardência, descamação, edema, prurido, urticária e formação de vesículas no uso tópico.

Ciclopirox olamina 1%. - Amorolfina 0,025% - Terbinafina 1%. - Vaselina salicilada ou ureia
20.
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Tratamento oral lesões pele e pelo: - Griseofulvina, Terbinafina, Cetoconazol, Itraconazol,
Fluconazol: Sendo que estes atuam em sua maioria na membrana celular, excetuando-se a
griseofulvina, que atua na síntese do ácido nucleico.

Tratamento tópico - Amorolfina.(Ex: Loceryl® e Onicoryl®): agem na membrana celular.


Efeitos adversos: Hipersensibilidade (reação alérgica sistêmica), dermatite de contato, eritema,
prurido, uticária e bolhas.

No tratamento das micoses superficiais a diversidade de fármacos disponíveis para a terapia é


maior. Além dos polienos anfotericina B e nistatina, da flucitosina e de uma maior variedade de
azóis (bifonazol, clotrimazol, econazol, isoconazol, oxiconazol, sertaconazol, miconazol,
terconazol e tioconazol), existem ainda outros antifúngicos: o derivado da morfolina, amorolfina;
os tiocarbamatos tolnaftato e tolciclato; as alilaminas naftifina, terbinafina e butenafina e o
composto ciclopirox, além do antibiótico griseofulvina.

- CLASSIFICAÇÃO DE DROGAS ANTIFÚNGICAS + MECANISMOS DE AÇÃO DOS


AGENTES ANTIFÚNGICOS DE MICOSES CUTÂNEAS

As micoses cutâneas são infecções fúngicas localizadas nas camadas superficiais da pele e
podem ser causadas por dermatófitos, leveduras ou fungos filamentosos não dermatófitos. 
As micoses cutâneas, sobretudo as onicomicoses, algumas vezes são de difícil tratamento, e as
recidivas costumam ser frequentes, o que, em parte, pode ser atribuído à falta de adesão ao
tratamento pelo alto custo dos medicamentos, tratamento prolongado, má utilização ou
descontinuidade do fármaco, ineficácia ou resistência à droga e efeitos colaterais, como
hepatotoxicidade e manifestações gastrointestinais. O sucesso do tratamento está vinculado tanto
ao correto diagnóstico e prescrição adequada quanto à total adesão ao tratamento pelo paciente, o
que muitas vezes implica em persistência e alterações de hábitos, que devem ser orientados pelos
profissionais.
Os principais grupos de antifúngicos sistêmicos comumente utilizados para o tratamento de
micoses superficiais e cutâneas são:

Imidazóis (cetoconazol): O cetoconazol foi o primeiro antifúngico azol oral introduzido no


mercado para uso clínico. Distingue-se dos triazóis pela sua grande propensão a inibir as enzimas
do citocromo P450 dos mamíferos.
Tem uma boa absorção oral e possui um baixo nível de inativação após absorção.
O cetoconazol é também um inibidor potente e não-seletivo da síntese dos esteróides supra-
renais e gonadais. Inibe a clivagem da cadeia lateral do colesterol, P450c17, C17, 20-liase, 3β-
hidroxiesteróide desidrogenase e P450c11, enzimas necessárias à síntese das hormonas
esteróides. A sensibilidade das enzimas do sistema do Citocromo P450 a este composto nos
tecidos dos mamíferos é muito menor do que a necessária para o tratamento das infecções
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fúngicas, pelo que os seus efeitos inibitórios sobre a biossíntese dos esteróides apenas são
observados em doses elevadas.
Nos adultos, este composto azólico, quando administrado por via oral deve ser em doses de 200
mg de 24 em 24h durante 14 dias. Para aplicação tópica deste composto estão disponíveis várias
formas farmacêuticas: creme, solução, e shampoo, que devem ser aplicados 2 a 3 vezes por dia,
continuando mais 14 dias após o desaparecimento das lesões.
Efeitos adversos: Provoca hepatotoxicidade, náuseas, vómitos, epigastralgias, erupções
cutâneas, prurido, urticária, e ginecomastia. Quando aplicado topicamente, este azol,
ocasionalmente, pode causar irritação dérmica ou sensibilidade. Não deve ser usado durante a
gravidez, ou se apresenta hipersensibilidade a este composto e disfunção hepática.

Triazóis (fluconazol e itraconazol): Atuam na 14-alfa-desmetilase do lanosterol do Citocromo


P450, que é codificada pelo gene ERG11 para Erg11p. Os efeitos adversos dos compostos
azólicos devem-se ao fato de estes bloquearem a biossíntese das mesmas enzimas do complexo
P450 que produzem colesterol nas células do fígado dos mamíferos.

A classe dos azóis apresenta uma toxicidade relativamente baixa, sendo mesmo alguns dos seus
elementos quase atóxicos. Por norma, são fármacos seguros e bem tolerados. A reação adversa
mais frequentemente observada consiste num desconforto gastrointestinal como náuseas,
vómitos, dor, distensão abdominal e diarreia. Podem ainda ocorrer cefaleias e exantema cutâneo.
Existem registos de anormalidades nas enzimas hepáticas (aumento das transaminases e
bilirrubina) e, muito raramente, hepatite clínica.

Alilamina (terbinafina): É um antifúngico químico que inibe a ação da esqualeno epoxidase,


enzima importante para a formação do ergosterol na membrana fúngica, resultando em morte
celular. Não interfere no metabolismo de hormônios ou outros mecanismos, liga-se fortemente as
proteínas plasmáticas, difundindo-se rapidamente através da derme e concentra-se no estrato
córneo lipofílico. Em humanos, menos de 5% da dose são absorvidos após aplicação tópica e a
biotransformação resulta em metabólitos sem atividade fúngica excretados pela urina, com meia-
vida de eliminação de 17 horas.
Os efeitos colaterais são leves ou moderados e temporários e os sintomas mais freqüentes são
gastrointestinais ou reações cutâneas sem gravidade.

- CLASSIFICAÇÃO DE DROGAS ANTIFÚNGICAS + MECANISMOS DE AÇÃO DOS


AGENTES ANTIFÚNGICOS DE MICOSES SUBCUTÂNEAS

As micoses subcutâneas podem ser introduzidas de forma traumática através da pele. Podem
envolver camadas mais profundas da derme, do tecido subcutâneo e do osso, mas não
costumam se disseminar para órgãos distantes. O curso clínico mostra-se crônico e insidioso.

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Os agentes causais são, muitas vezes, de baixo potencial patogênico e são comumente isolados
do solo, da madeira e de vegetação em decomposição, o que justifica a comum exposição de
forma ocupacional ou relacionada a passatempos.
Para o tratamento deve-se considerar:

Iodeto de potássio para tratamento das formas cutâneas. – Solução saturada, sendo administrada
20 gotas, três vezes ao dia, para adultos (corresponde a dose diária de 3g).
– Crianças devem tomar doses menores (metade). Tratamento deve ser mantido por, pelo
menos, duas semanas após a cicatrização total das lesões, que, na maioria dos casos, se dá em
torno da sexta semana. – A utilização de pomadas de iodeto de potássio a 10% tem efeito
semelhante ao tratamento oral
• Itraconazol e anfotericina B em casos de esporotricose extracutânea e alguns casos de cutânea
disseminada. – Itraconazol 100mg/dia – duração depende da resposta clínica. – Anfotericina B
- IV – na dose máxima acumulativa de 3g.
A anfotericina B: É um antibiótico poliênico derivado do Streptomyces nodosus, cujo
mecanismo de ação, se baseia na ligação com os esteróis da membrana celular, provocando
uma alteração funcional com saída de metabólitos essenciais, nucleotídeos e proteínas, levando
à morte celular. Aumenta a atividade da 5-fluorocitosina porque facilita a sua entrada através
da membrana citoplasmática. As reações adversas mais comumente relatadas em estudos
clínicos controlados e abertos foram calafrios (16%), aumento de creatinina sérica (13%),
pirexia (10%), hipocalemia (9%), náusea (7%) e vômito (6%).

Iodeto de potássio: Caráter imunomodulador, é considerada como primeira escolha para o


tratamento das formas cutânea fixa e linfocutânea da esporotricose desde 1900. A dose
preconizada de iodeto de potássio para as doenças infecciosas varia de 4-6g/dia ou 6-7,5g/dia
nos adultos, dependendo da referência científica. A dose pediátrica é cerca de metade ou um
terço da dose do adulto. Entretanto, para as dermatoses inflamatórias, a dose recomendada é
menor, aproximadamente 1g/dia nos adultos, dividida em três doses.
Contraidicações: É prudente evitar o uso concomitante com outros medicamentos, como o
lítio, por sua interação medicamentosa, além dos que contenham iodo, como a amiodarona.
Pacientes transplantados, com câncer, história de doença alcoólica, diabetes melito mal
controlada e insulino-dependentes, portadores de doenças autoimunes em geral, que apresentam
condições imunossupressoras, tais como AIDS, e em uso crônico de corticoides e

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medicamentos imunossupressores, não devem utilizar este medicamento, cujo mecanismo de
ação afeta o sistema imune. Não pode ser usado em gestantes e nutrizes, pois causa
hipotireoidismo neonatal, tireomegalia, obstrução respiratória fetal e parto prolongado, estando
entre as drogas da categoria D.
Efeitos adversos: Podem ocorrer efeitos adversos, em geral leves a moderados, em virtude das
altas doses administradas, sobretudo para tratamento das dermatoses infecciosas.
Habitualmente, relacionam-se ao sistema digestivo, predominando a intolerância gastrintestinal
e o gosto metálico ou amargo.
Itraconazol: É um derivado triazólico sintético, que apresenta um largo espectro de ação nas
micoses superfíciais (dermatofitose, candidose, malasseziose) e sistêmicas (candidose
sistêmica, aspergilose, histoplasmose, esporotricose e cromomicose). A biodisponibilidade de
itraconazol é máxima quando a ingestão se faz imediatamente após uma refeição e a eliminação
é bifásica, com uma meia-vida terminal em um dia. Os níveis da droga nos tecidos
queratinizados, especialmente na pele, são cinco vezes superiores aos níveis plasmáticos.
Efeitos adversos: Falta de apetite, náuseas, vômitos, cansaço, dor abdominal, icterícia (cor
amarelada nos olhos e na pele), urina muito escura.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: (LIVRO,VÍDEO, ARTIGO, ETC..)

 INFARMED (2010) Pontuário Terapêutico. INFARMED.


 Chrousos, G.P. (2008) Farmacologia Básica e Clínica. Agentes antifúngicos. McGraw- Hill.
 Azóis: Farmacolofia e Interações medicamentosas. Disponível em: < https://bdigital.ufp.pt/>.
Acesso em 24 de abril de 2021.
 NOVIDADES EM FÁRMACOS ANTIFÚNGICOS: UMA REVISÃO. Disponível em
<https://revistas.ufpr.br/>. Acesso 24 de abril de 2021.

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