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DEFINIÇÃO
São os hormônios corticosteróides produzidos pelo córtex adrenal ou
corticosteróides naturais e os corticosteróides semi-sintéticos compostos por análogos
estruturais dos corticosteróides naturais e, em particular, pelos glicocorticóides.
Particularmente os mais utilizados são os esteróides sintéticos, como
dexametasona ou prednisona, entre outros. Seu uso é limitado ou restrito por seus
efeitos colaterais ou adversos, especialmente aqueles administrados por via oral ou
parenteral, pois podem produzir uma síndrome de Cushing. Além dos anti-
inflamatórios, são usados como imunossupressores (o efeito imunomodulador dura
enquanto a medicação é mantida) e antialérgicos, bem como para terapia de reposição
hormonal.
Os esteróides anti-inflamatórios ou corticosteróides usados são análogos
sintéticos, dois glicocorticóides e mineralocorticóides naturais. Estes são produzidos e
secretados pelos córtex supra-renal a partir do colesterol.
OBJETIVO
Os glucocorticóides (GC) desempenham um papel fundamental na fisiologia e
manutenção da homeostasia de vários sistemas, intervindo em inúmeras funções
essenciais à vida do ser humano. A sua ação é mediada por recetores intracelulares
específicos, que quando mutados originam resistência aos glucocorticóides,
generalizada ou tecido-específica, consoante a localização da resistência.
HISTÓRIA
Thomas Addison, em meados de 1855, relatou a insuficiência adrenocortical.
Conhecida hoje como Doença de Addison. Já em 1912, Harvey William Cushing,
relatou o Hipercortisolismo (Síndrome de Cushing). Estes dois acontecimentos
trouxeram embasamento importantes para estudos ao longo dos últimos anos.
Em 1950, Tadeusz Reichstein, Edward Calvin Kendall e Philip Showalter
Hench foram premiados com o Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina, pelo trabalho
sobre hormônios da glândula supra renal.
A síndrome de resistência generalizada aos glucocorticóides (SRGGC) foi
descrita pela primeira vez em 1982, por George Chrousos.
Estes hormônios são sintetizados no córtex da glândula adrenal e apresentam
como estrutura básica o ciclopentanoperidrofenantreno. Eles podem alterar o
metabolismo dos carboidratos e diminuir a resposta inflamatória.
Devido a essas características os medicamentos que contem glicocorticoides podem ser
usados na prática clínica para várias finalidades, dentre elas: reposição hormonal,
imunossupressão, terapia antialérgica e anti-inflamatória, além de tratamentos
anticâncer.
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Aqui, vamos levá-lo pela farmacologia dos glicocorticoides, abordando
mecanismo de ação, classificação, efeitos adversos e interações medicamentosas.
PROPRIDADES
Estes fármacos têm propriedades anti-inflamatórias, anti-reumáticas e anti-
alérgicas. Por isso, no desporto, são permitidos por motivos médicos, desde que seja
entregue às autoridades uma Autorização de Utilização Terapêutica, versão abreviada.
Mas há excepções, segundo a lista de substâncias proibidas: “as preparações tópicas de
glucocorticosteróides quando utilizadas para tratamento de patologias do foro
dermatológico, auricular, nasal, bucal e oftalmológico não são proibidas e não
necessitam de qualquer tipo de autorização de utilização terapêutica”.
Há dois tipos de glucocorticosteróides: os glucocorticóides, que aumentam a
formação de glicogénio, molécula produzida pelo fígado como reserva energética, e os
mineralocorticóides, que regulam os equilíbrios de líquidos no corpo.
MECANISMO DE AÇÃO
Droga altamente lipossolúvel que penetra rapidamente nas membranas celulares
e se liga em receptor do tipo 4, que fica no citosol mas migra para o núcleo, alterando o
processo de transcrição gênica. Essa alteração promove maior síntese de lipoxinas, que
regulam a fosfolipase A2, consequentemente diminuindo a ação desta e quebrando toda
a cascata de inflamação. Isso torna os AIEs potentes anti-inflamatórios, porém promove
maiores efeitos adversos.
MACRÓFAGO
Em citologia, chamam-se macrófagos as células de grandes dimensões do tecido
conjuntivo, ricos em lisossomas, que fagocitam elementos estranhos ao corpo. Os
macrófagos derivam dos monócitos do sangue e de células conjuntivas ou endoteliais.
Intervêm na defesa do organismo contra infecções. Também são ativos no processo
de involução fisiológica de alguns órgãos. É o caso do útero, que, após o parto, sofre
uma redução de volume, havendo uma notável participação dos macrófagos nesse
processo.
Têm característica afinidade de cooperação com os linfócitos T e B.[1] Possuem
duas grandes funções na resposta imunitárias: fagocitose e destruição do
microrganismo; e apresentação de antigénios.
Expressam numerosos receptores:
Para citocinas pró-inflamatórias;
Para moléculas da parede bacteriana;
Para proteínas do complemento;
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Para imunoglobulinas;
Para moléculas de adesão.
CLASSIFICAÇÃO
A classificação dos GC ocorre de acordo com sua duração de ação. A duração de ação
pode ser curta, intermediária ou longa e tem como base o tempo de supressão do ACTH,
após dose única que demonstre atividade anti-inflamatória equivalente a 50 mg de
prednisona.
Ação curta: suprimem o ACTH durante 8 a 12 horas. A cortisona e a
hidrocortisona são exemplos.
Ação intermediária: suprimem o ACTH por 12 a 36 horas. Como
exemplo pode-se citar a prednisona, prednisolona, metilprednisolona e triancinolona.
Ação longa: suprimem o ACTH por 36 a 72 horas. A dexametasona e a
betametasona são representantes deste grupo.
INDICAÇÕES
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Só para se ter uma ideia da importância dos corticoides na prática médica,
podemos citar como indicação para a sua administração as seguintes doenças:
Asma.
Alergias, principalmente anafilaxias.
Hepatite autoimune.
Artrite reumatoide.
Leucemia.
Linfoma.
Edema cerebral.
Gota.
Sarcoidose.
Rinite alérgica.
Vitiligo.
Doença inflamatória intestinal.
Doença de Addison (insuficiência adrenal).
Doenças de pele de origem inflamatória ou autoimune.
Importante:
Deve-se utilizar a menor dose possível, pelo menor tempo necessário,
considerando como dose baixa a administração diária de 5 a 10 mg de prednisona ou
seu equivalente.
Recomenda-se administrar dose única pela manhã para reduzir os
efeitos adversos relacionados à supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal.
A via oral é a mais indicada na maioria dos casos, contudo em
patologias dermatológicas, respiratórias, intestinais ou oculares a administração
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tópica é uma boa escolha. Já a via intramuscular oferece uma biodisponibilidade
variável e muitas vezes imprevisível do fármaco, de modo que seu uso é limitado.
PULSOTERAPIA
Para pacientes com doenças graves ou risco de vida, indica-se a pulsoterapia,
que é a administração intravenosa de metilprednisolona (15 a 20mg/kg/dose) durante
três dias. Esta terapia apresenta resposta anti-inflamatória e imunossupressora rápida,
porém tem efeito rápido (menor que 30 dias). Deve-se adicionar soro glicosado a
metilprednisona, por no mínimo 120 minutos.
A pulsoterapia pode reduzir os efeitos adversos da corticoterapia, no entanto, ela
não é isenta de possíveis efeitos adversos como distúrbios hidroeletrolíticos, problemas
cardíacos, elevação na pressão, distúrbios de comportamento e predisposição a
infecções. A pressão arterial é o efeito adverso que requer maior cuidado durante o
procedimento, podendo ser necessário utilizar furosemida e redução do tempo de
gotejamento da infusão, para controlar a pressão arterial.
ATENÇÃO
A retirada ou redução das doses de GC deve ocorrer de forma lenta e gradual
em usuários crônicos destes hormônios, pois a retirada abrupta pode provocar a
reativação da doença base ou a insuficiência adrenocortical secundária (supressão do
eixo hipotálamo-hipófise-adrenal — HHA).
Exemplo: para reduzir uma dose de 60mg de prednisona ao dia para 40 mg/dia
é necessário uma ou duas semanas, porém para reduzir ou retirar uma dose de 20
mg/dia são necessárias semanas.
EFEITOS ADVERSOS
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Os principais efeitos adversos dos glicocorticoides nos sistemas do corpo
humano são:
Sistema imunológico: maior probabilidade de desenvolver infecções
secundárias.
Sistema nervoso: podem ocorrer: estados depressivos e eufóricos, convulsão,
psicoses e pseudotumor cerebral.
Sistema ocular: distúrbios como glaucoma e catarata.
Dermatológico: podem surgir acne, estrias róseas, fragilidade capilar,
dificuldade de cicatrização de feridas e equimoses.
Sistema musculoesquelético: complicações como osteoporose, miopatia e
necrose asséptica.
Sistema endócrino/metabólico: entre as principais complicações deste sistema
estão: síndrome de Cushing, supressão do eixo hipotálamo-hipófise-supra-renal,
diabetes, intolerância a glicose, obesidade central, dislipidemia, atraso do crescimento,
distúrbios menstruais, impotência, balanço negativo de cálcio e nitrogênio.
Sistema cardiovascular: pode ocorrer retenção hídrica, hipertensão arterial,
insuficiência cardíaca congestiva e equimoses.
Sistema gastrointestinal: podem ocorrer pancreatite, úlcera gastrointestinal,
ulceração e sangramento digestivo.
No sangue: hipercoagulabilidade e tromboembolismo.
Na pele: atrofia da pele, estrias cutâneas, acnes, hisurtismo, equimoses e
cicatrização lenta.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
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Antiácidos: reduzem a biodisponibilidade dos GC podendo diminuir a ação
farmacológica.
Insulina, hipoglicemiantes orais, anti-hipertensivos, fármacos para
glaucoma, hipnóticos, antidepressivos: têm suas necessidades aumentadas pelo uso de
glicocorticoides.
Digitáicos (na hipocalemia): pode ocorrer aumento da toxicidade digital devido
à alteração eletrolítica.
Estrôgenios e contraceptivos: aumentam a meia vida dos GC, prejudicando o
efeito farmacológico.
Vacinas: os GC diminuem a resposta das vacinas, potencializando a replicação
dos microrganismos.
Diuréticos depletadores de potássio: intensificam a hipocalemia.
Salicilatos: a eficácia dos salicilatos é diminuída pela redução dos níveis
plasmáticos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Devemos ter bastante cuidado com o uso de glicocorticoides pois o uso
prolongado de glicocorticoides resulta em efeitos colaterais sistêmicos e supressão do
eixo hipotalâmico-hipofise-adrenal. A suspensão do tratamento com glicocorticoide
pode resultar em quadro de insuficiência adrenocortical e na “síndrome de retirada ou
deprivação de corticoesteroides”.
A suspensão abrupta de terapia com glicocorticoide pode resultar em “crise
adrenal aguda” podendo levar a desidratação, hipotensão e choque, taquicardia, nausea,
vômito, anorexia, fraqueza, apatia, hipoglicemia, confusão mental e desorientação.
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BIBLIOGRAFIA
Farmacologia Básica e Clínica – Katzung – 10ª. Edição – Lange
Brunton, L.L. Goodman & Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica.
12ª ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2012.
Rang, H.P., Dale, M.M., Ritter, J.M., Flower, R.J., Henderson, G. Farmacologia.
7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª
ed., 2017.
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Índice
INTRODUÇÃO..............................................................................................................................1
DEFINIÇÃO..................................................................................................................................2
OBJETIVO.....................................................................................................................................2
HISTÓRIA.....................................................................................................................................2
PROPRIDADES.............................................................................................................................3
MECANISMO DE AÇÃO.............................................................................................................3
MACRÓFAGO..............................................................................................................................3
CLASSIFICAÇÃO.........................................................................................................................5
INDICAÇÕES................................................................................................................................5
COMO UTILIZAR OS GLICOCORTICOIDES...........................................................................5
PULSOTERAPIA..........................................................................................................................6
PULSOTERAPIA..........................................................................................................................6
EFEITOS ADVERSOS..................................................................................................................7
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS.........................................................................................8
CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................................9
BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................................10
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