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Efeitos sistêmicos e efeitos adversos dos corticosteróides

Clarissa Nakakura, Elisa Cardoso Guimarães, Ingrid Isidoro Porto de Lima e


Juliana Melo Nomiya

Introdução. Corticóides são hormônios produzidos pela glândula suprarrenal.


Existem duas classes de corticoides : mineralocorticoides e glicocorticoides
(pertencem a classe dos esteróides). Estes fármacos exercem efeitos sobre todo
o sistema orgânico e pela sua ação diversificada é muito utilizado em terapêutica.
Os glicocorticóides possuem efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores.¹
Entretanto seu uso clínico pode gerar diversos efeitos indesejáveis durante a
corticoterapia, em geral relacionados ao tempo de tratamento e uso de
glicocorticóides de ação mais prolongada.² Objetivo. Devido ao vasto uso dos
corticosteróides em terapêuticas, este estudo tem como objetivo apresentar o
mecanismo de ação e citar os efeitos colaterais dos corticosteróides, a fim de
ampliar o conhecimentos sobre este fármaco. Métodos. Em setembro de 2019,
realizou-se pesquisa nas bases indexadoras de dado PubMed e SciELO. As
palavras chaves “corticosteroid”,”cushing syndrome”, “phatophysiological
mechanisms”, “side effects” e variações encontradas no MeSH foram utilizadas
para a construção da frase de pesquisa. Os critérios de exclusão foram artigos
que não abordavam a ocorrência dos efeitos colaterais resultantes da
corticoterapia. Resultados. Os fármacos esteróides imitam as ações do cortisol
endógeno, sendo que os glicocorticóides inibem a transcrição de várias
citoquinas, moléculas relevantes nas respostas inflamatórias. Os glicocorticóides
ligam-se a receptores intracelulares citoplasmáticos específicos dos tecidos-alvo
e, no núcleo, agem como fator de transcrição ativando ou desativando genes,
dependendo do tecido considerado. Ademais, o glicocorticóide deprime a
resposta imunitária, expondo o indivíduo ao perigo de contrair infecções
bacterianas, fúngicas e virais.³ Ressalta-se que a utilização prolongada dos
corticosteróides leva à síndrome de Cushing iatrogênica, caracterizada pela
desfiguração cosmética (moon face, giba dorsal, estrias), redução da tolerância
a carboidratos, fragilidade vascular, miopatia e fraqueza muscular, hipertensão
arterial, osteoporose, alterações psiquiátricas, entre outras comorbidades⁴
.Conclusão. Em decorrência das inúmeras ações relacionadas a essa classe de
medicamentos, seu uso clínico é de grande importância e abrangência sendo
considerado um marco da medicina desde 1949. Ademais, vale ressaltar os
principais efeitos indesejados relacionados ao uso dos corticosteroídes.

1. Danielle RA, Greice AM, Maria do Carmo SA. Glicocorticóides: Uma Meta-
Análise. Disc. Scientia 2007; 8 (1) : 51-68.
2. Carlos AL. Corticoterapia: minimizando efeitos colaterais. J. Pediatri. 2007;
83(5)

3. Rafael CT, Daniella BRI, Vinícius FC. Mecanismos celulares e moleculares da


ação antiinflamatória dos glicocorticóides. Corpus et Scientia 2012; 8 (2) : 36-51.

4. Faiçal S, Uehara MH. Efeitos sistêmicos e síndrome de retirada em tomadores


crônicos de corticosteróides. Rec. Assoc. Med. Bras. 1998; 44 (1).

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