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Escola Técnica de Enfermagem Ana Nery


Professora: Sumaya Ceres Turma________________
Aluno(a)_____________________________________________________
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Estudo dos microrganismos encontrados na natureza


A Microbiologia é uma área da ciência biológica que estuda que estuda os
microrganismos, ou seja, os seres que somente são visualizados com a ajuda dos
microscópios, como as bactérias, fungos e vírus.
A etimologia diz que a palavra microbiologia vem do grego mikros que significa pequeno
e 'bio + logos' que significa estudo da vida. Esta área analisa todos os aspectos dos
seres vivos minúsculos, como fisiologia, metabolismo, relações que estabelecem com
o meio e com outras espécies.

Glossário

Agente etiológico: é o agente causador ou responsável por uma doença. Pode ser
vírus, bactéria, fungo, protozoário ou helminto. É sinônimo de “patógeno”.
Agente infeccioso: é o microorganismo (vírus, bactérias, fungos, protozoários,
helmintos) capaz de produzir infecção ou doença infecciosa.
Contaminação: é a presença de um agente infeccioso na superfície do corpo, roupas,
brinquedos, água, leite ou alimentos.
Fase aguda: é a fase da doença que surge após a infecção onde os sintomas clínicos são
mais nítidos (febre alta, parasitemia elevada, etc.). É um período de definição: o paciente se
cura, passa para a fase crônica ou morre.
Fase crônica: é a fase que se segue à fase aguda, na qual o paciente apresenta sintomas
clínicos mais discretos, havendo um certo equilíbrio entre os hospedeiros e o agente
etiológico e, usualmente, a resposta imunológica é bem elevada.
Fômite: é representado por utensílios que podem veicular o agente etiológico entre
diferentes hospedeiros.
Ex.: roupas, seringas, espéculos, etc.
Fonte de infecção: é o objeto, o paciente ou local de onde o agente etiológico passa
para novo hospedeiro ou novo paciente.
Ex.: água contaminada / febre tifóide, mosquito infectante / dengue, carne com
cisticercose / teníase, etc.
Hospedeiro definitivo: é o que apresenta o parasito em sua fase de maturidade ou
em fase de reprodução sexuada.
Ex.: o hospedeiro definitivo do Plasmodium é o Anopheles; os hospedeiros definitivos
do S. mansoni são os humanos.
Hospedeiro intermediário: é aquele que apresenta o parasito em sua fase larvária
ou assexuada. Ex.: o caramujo é o hospedeiro intermediário do S. mansoni.
Infecção: penetração e desenvolvimento ou multiplicação de um agente etiológico no
organismo humano ou animal, podendo ser vírus, bactéria, protozoário, helminto, etc.
Inflamação: A inflamação é a resposta de proteção normal do corpo a uma lesão.
Ocorre quando os nossos glóbulos brancos lutam para nos proteger de uma infecção,
por exemplo por bactérias ou vírus. Também pode ocorrer quando os nossos corpos
sofrem lesões, por exemplo, se tiver uma distensão durante a prática de esportes esta
a área afetada pode, tornar-se dolorosa, inchada e inflamada.
Período de incubação: é o período decorrente entre a penetração do agente
etiológico e o aparecimento dos primeiros sintomas clínicos.
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Portador: hospedeiro infectado que alberga o agente etiológico, sem manifestar


sintomas, porém capaz de transmiti-lo a outrem; nesse caso é conhecido como
“portador assintomático”; quando ocorre doença e o portador pode contaminar outros
hospedeiros, temos o “portador em incubação”, “portador convalescente”, “portador
crônico”, etc.
Reservatório: é qualquer local, vegetal, animal ou humano onde vive e multiplica-se
um agente etiológico e do qual é capaz de atingir outros hospedeiros.

O que é infecção?
Infecção pode ser definida, de acordo com o Ministério da Saúde, como “penetração e
desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no organismo do
homem ou de outro animal.” A infecção pode desencadear algumas manifestações
clínicas, sendo, nesse caso, denominada de doença infecciosa.
Apenas uma minoria das pessoas expostas a agentes infecciosos desenvolvem
doenças infecciosas. Isso se deve ao fato de que, na maioria das vezes, nosso
corpo é capaz de barrar a infecção. Entre as defesas do organismo contra infecções,
podemos citar a pele, que é uma barreira mecânica; células de defesa e os famosos
anticorpos. Outro ponto importante a ser destacado é que, muitas vezes, o homem
consegue transmitir agentes infecciosos de um indivíduo para outro, sendo o homem,
portanto, uma fonte de infecção.

→ Agentes infecciosos
Os agentes infecciosos são organismos capazes de desencadear doenças
infecciosas ou infecções. Esses agentes são sobretudo micro-organismos, entretanto,
podem ser também outros organismos, como os helmintos (popularmente chamados
de vermes). Entre os principais agentes infecciosos, podemos
citar: vírus, bactérias, fungos e protozoários.
As doenças infecciosas são aquelas desencadeadas por agentes infecciosos, ou
seja, que são resultado de uma infecção. O agente infeccioso, ao adentrar o
organismo humano, pode não causar nenhuma manifestação, sendo, nesse caso,
observado um quadro de uma infecção assintomática.
Outras vezes, no entanto, podem desencadear manifestações clínicas, o que
caracterizam uma doença infecciosa. O período compreendido desde a infecção até o
início dos sintomas é chamado de período de incubação.

Infecção hospitalar
A infecção hospitalar é aquela que se dá após a internação de um paciente e é
manifestada enquanto esse paciente está no ambiente hospitalar ou após sua alta, caso
seja possível a confirmação da origem da infecção.
As infecções hospitalares comumente ocorrem devido aos micro-organismos que
geralmente não causariam doença no hospedeiro, entretanto, por causa de uma baixa
resistência desses indivíduos há o desenvolvimento da infecção. Na maioria dos casos,
manifesta-se como uma complicação naqueles pacientes que estão muito debilitados.
Para evitar infecções hospitalares, é fundamental que se tenha um ambiente limpo
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e com cuidados que evitem contaminação. Entre as principais e mais básicas


medidas para evitar as infecções hospitalares, podemos destacar:
• Lavar adequadamente as mãos; • Usar equipamentos de proteção
individual;
• Descontaminar objetos e superfícies.

Transmissão horizontal e vertical


Transmissão é a transferência de um agente etiológico animado de uma fonte primária
de infecção para um novo hospedeiro. A transmissão pode ser de dois tipos: horizontal
e vertical.
Na transmissão horizontal, ocorre a transmissão do agente de um indivíduo para
outro, de mesma espécie ou não. Este tipo de transmissão pode ser:
• transmissão direta ou contágio - ocorre a transferência do agente etiológico,
sem a interferência de veículos (ser animado ou inanimado que transporta um
agente etiológico).
• transmissão direta imediata - é a transmissão direta em que há um contato
físico entre a fonte primária de infecção e o novo hospedeiro.
• transmissão direta mediata - transmissão direta em que não há contato físico
entre a fonte primária de infecção e o novo hospedeiro; a transmissão se faz por
meio das secreções oronasais (gotículas de flügge).
• transmissão indireta - a transferência do agente etiológico ocorre por meio de
veículos animados ou inanimados (água, ar, alimentos, solo e fômites – objetos
de uso pessoal do portador).
A transmissão vertical ocorre através da passagem do patógeno da mãe para o bebê
durante a gestação, o trabalho de parto, o parto propriamente dito (contato com as
secreções cérvico-vaginais e sangue materno) ou a amamentação. O vírus HIV é um
dos que podem ser transmitidos dessa forma, possibilitando que o bebê desenvolva
AIDS.

PRINCÍPAIS PORTAS DE ENTRADA OU VIAS DE


PENETRAÇÃO DOS AGENTES INFECCIOSOS
As portas de entrada de um hospedeiro são os locais de seu corpo por onde os agentes
infecciosos penetram. A seguir, listamos as principais vias de penetração:
a) boca (via digestiva) - os agentes infecciosos penetram pela boca, junto com os
alimentos, a água, ou pelo contato das mãos e objetos contaminados levados
diretamente à boca. Isto acontece com os ovos de alguns vermes (lombriga), cistos de
protozoários (amebas, giárdias), bactérias (cólera), vírus (hepatite A, poliomielite) e
fungos;
b) nariz e boca (via respiratória) - os agentes são inalados juntamente com o ar,
penetrando no corpo através do nariz e ou boca, pelo processo respiratório. Como
exemplos, temos: vírus da gripe, do sarampo e da catapora; bactérias responsáveis
pela meningite, tuberculose e difteria (crupe)
c) pele e mucosa (via transcutânea) – geralmente, os agentes infecciosos penetram
na pele ou mucosa dos hospedeiros através de feridas, picadas de insetos, arranhões
e queimaduras, raramente em pele íntegra. Como exemplos, temos: dengue, doença
de
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Chagas e malária;
d) vagina e uretra (via urogenital) - os agentes infecciosos penetram nos hospedeiros
pelos órgãos genitais, por meio de secreções e do sêmen, nos contatos e relações
sexuais. Assim ocorre a transmissão da sífilis, gonorréia, AIDS, tricomoníase, herpes
genital e papiloma vírus humano.

Tipos de doenças:
Doenças transmissíveis e não- transmissíveis Nem todas as doenças que ocorrem em
uma comunidade são transmitidas, ou passadas, de pessoa a pessoa (as “que se
pega”). Existem também as que não se transmitem desse modo (as “que não se pega”).
Podemos então dizer que as :
•doenças transmissíveis,são causadas somente por seres vivos, chamados de
agentes infecciosos ou parasitos. O sarampo, a caxumba, a sífilis e a tuberculose
exemplificam tal fato.
•As doenças não-transmissíveis podem ter várias causas, tais como deficiências
metabólicas (algum órgão que não funcione bem), acidentes, traumatismos, origem
genética (a pessoa nasce com o problema). Como exemplos, temos o diabetes, o
câncer e o bócio tireoidiano.

SISTEMA IMUNOLÓGICO

O sistema imunológico, sistema imune ou imunitário é um conjunto de elementos


existentes no corpo humano.
Esses elementos interagem entre si e têm como objetivo defender o corpo contra
doenças, vírus, bactérias, micróbios e outros.
O sistema imunológico humano serve como uma proteção, um escudo ou uma barreira
que nos protege de seres indesejáveis, os antígenos, que tentam invadir o nosso
corpo. Assim, representa a defesa do corpo humano.

Resposta Imune
O processo de defesa do corpo através do sistema imunológico é chamado de resposta
imune.
Existem dois tipos de respostas imunes:
Imunidade inata, natural ou não específica
A imunidade inata ou natural é a nossa primeira linha de defesa. Esse tipo de imunidade
já nasce com a pessoa, representada por barreiras físicas, químicas e biológicas. Ela
inclui a pele, cílios, lágrima, muco, plaquetas, saliva, suco gástrico, suor. Também é
representada pelas células de defesa, como leucócitos, neutrófilos e macrófagos. Os
principais mecanismos da imunidade inata são fagocitose, liberação de mediadores
inflamatórios e ativação de proteínas.
Imunidade adquirida, adaptativa ou específica
A imunidade adaptativa é a defesa adquirida ao longo da vida, tais como anticorpos e
vacinas.
Constitui mecanismos desenvolvidos para expor as pessoas com o objetivo de fazer
evoluir as defesas do corpo. A imunidade adaptativa age diante de algum problema
específico.
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Sistema imunológico baixo


Quando o sistema imunológico não funciona adequadamente, diminui a sua capacidade
de defender o nosso corpo.
Assim, ficamos mais vulneráveis às doenças, tais como amigdalites ou estomatites,
infecções na pele, otites, herpes, gripes e resfriados.
Para fortalecer o sistema imunológico e evitar problemas com baixa imunidade, é
preciso atenção especial com a alimentação. É importante, ainda, praticar exercícios,
beber água e tomar sol com moderação.

A IMUNIDADE

1. A Aquisição de Imunidade

Ao mesmo tempo que muitos linfócitos B estão se convertendo em plasmócitos, outros


transformam-se em linfócitos B de memória (ou células de memória). Caso a pessoa entre
em contato com o mesmo agente infeccioso, em uma outra oportunidade, essas células irão
se transformar em plasmócitos e desencadear uma produção de anticorpos rápida e intensa.
Por isso, certas doenças infecciosas deixam imunidade, ou seja, só acometem uma vez uma
determinada pessoa. Alguns exemplos de doenças que deixam imunidade são: o sarampo, a
catapora, a caxumba, a rubéola, etc.
A resposta desencadeada na segunda exposição aos mesmos antígenos, chamada resposta
imune secundária, é muito mais rápida e intensa que a resposta ocorrida frente à primeira
exposição ao mesmo antígeno (a resposta imune primária).
2. A Prática das Imunizações
A resposta imune pode ser empregada como um poderoso aliado dos médicos, no tratamento
e na prevenção de doenças infecciosas. O processo de tornar um indivíduo protegido contra
uma doença chama-se imunização.
Pode-se conseguir a imunização de duas maneiras distintas: fornecendo-se ao indivíduo
anticorpos contra certo antígeno (imunização passiva) ou estimulando-o a gerar seus
próprios anticorpos (imunização ativa). Tanto uma maneira como outra podem se dar por via
natural ou artificial. Habitualmente, as formas passivas de imunização são transitórias,
enquanto as formas ativas são duradouras ou mesmo permanentes.

A - Imunização Passiva Natural


Forma de imunização em que um indivíduo recebe anticorpos de outro indivíduo, por uma via
natural.
Os principais exemplos são:
Via placentária: alguns tipos de anticorpos atravessam a placenta, passando da circulação
materna para a fetal. Ao nascer, a criança possui uma grande quantidade desses anticorpos,
que permanecem em seu organismo por 6 a 9.
Aleitamento materno: o leite materno não é apenas o mais adequado alimento que um
recém-nascido pode receber. Trata-se, ainda, de uma poderosa arma de prevenção e de
combate às infecções, que a criança recebe de sua mãe, pois contém anticorpos.
Particularmente importante é o leite produzido nos primeiros dias logo após o parto, chamado
colostro. Sua concentração de anticorpos é muito elevada, e esses anticorpos atapetam o
tubo digestivo da criança, constituindo-se em uma eficiente barreira contra infecções
intestinais.
Além de anticorpos, o leite materno também contém outros fatores de proteção, como células
fagocitárias e anticorpos.
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B - Imunização Passiva Artificial


Há diversas formas artificiais de transferência de anticorpos para uma pessoa. Vejamos
algumas delas:
· Transfusão de plasma humano: o plasma humano contém certa quantidade de anticorpos.
Ao receber transfusão de plasma (ou mesmo de sangue), o receptor estará recebendo
anticorpos. A quantidade geralmente é pequena para que possa determinar uma imunização
efetiva.
· Gamaglobulina: a partir de plasma de diversos doadores, pode-se purificar a fração
correspondente aos anticorpos, chamada gamaglobulina. Na verdade, consiste em umpool
de anticorpos contra uma grande quantidade de antígenos diferentes. Portanto, não apresenta
especificidade.
· Soros: o soro é um tipo de gamaglobulina com elevada concentração de um determinado
tipo de anticorpos. Pode ser homólogo, quando obtido de sangue humano, ou heterólogo,
se for produzido por outras espécies.
Um exemplo é o do soro antiofídico. Uma certa quantidade de veneno de serpente é
inoculada em cavalo, repetidas vezes. Depois de o cavalo estar suficientemente imunizado, é
feita coleta de seu sangue, o plasma é separado, e, dele, purificada a fração contendo os
anticorpos específicos para o veneno da serpente.

C - Imunização Ativa Natural


Como uma pessoa pode ser naturalmente estimulada a produzir anticorpos contra um
determinado antígeno? Entrando em contato com ele naturalmente, ao longo de sua vida. Isso
acontece, por exemplo, quando uma criança "pega" caxumba, catapora ou sarampo.

D - Imunização Ativa Artificial


A forma artificial de estimular a produção de anticorpos e a aquisição de células de memória
é o emprego das vacinas, antígenos capazes de desencadear uma resposta imune sem
causar a doença.
Há diversos tipos de vacinas:
· Agente infeccioso morto: uma bactéria ou um vírus podem ser mortos por agentes físicos
(calor ou radiações) ou químicos. Quando aplicados em uma pessoa, serão reconhecidos
como partículas estranhas e irão levar à aquisição de imunidade. Exemplos: vacina
anticoqueluche, vacina Salk (contra a poliomielite), etc.
· Agente vivo atenuado: há meios de se atenuar um agente infeccioso, mantendo-o vivo mas
sem a capacidade de provocar a doença. Isso geralmente é conseguido pelo emprego de
meios especiais de cultura. Aplicados na pessoa, desencadeiam a aquisição de imunidade.
Caso essa pessoa venha a entrar em contato com o agente em sua forma selvagem, a
resposta imune secundária será disparada e o agente infeccioso eliminado sem causar a
doença. Exemplos: vacina anti-sarampo, vacina BCG (contra a tuberculose), vacina Sabin
(anti-poliomielite), vacina contra a febre amarela, etc.
Habitualmente, essas vacinas deixam uma imunidade mais ativa e mais duradoura que as
vacinas de agentes mortos.
· Toxinas atenuadas: em certas doenças, as manifestações mais graves são provocadas não
pelo agente infeccioso mas por uma toxina que ele produz. A toxina em sua forma atenuada
é chamada toxóide. Exemplos: vacina antitetânica e vacina antidiftérica.
· Fragmentos do agente infeccioso: através de técnicas de Engenharia Genética, é possível
produzir pedaços de determinados agentes infecciosos, como fragmentos do vírus causador
da hepatite B. Uma vez imunizada contra esses fragmentos, uma pessoa poderá produzir
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anticorpos contra eles, e, em caso de contato com o vírus em sua forma natural, será capaz
de destruí-lo.
Limpeza, desinfecção ou esterilização: o que fazer?
Sem dúvida alguma, todo processamento de artigos nas unidades de saúde é um
procedimento altamente complexo que tem como seu principal objetivo evitar eventos
adversos oriundos de sua utilização.

Além disso, há uma crescente preocupação com eventos adversos relacionados aos
resíduos de material imunológico de um paciente para outro, por meio destes artigos
reprocessados ou reações decorrentes de resíduos de produtos utilizados durante a
limpeza do artigo.

Sendo assim, é imprescindível que o profissional responsável pelo processamento de


artigos seja capacitado e tenha conhecimento profundo sobre crescimento microbiano,
curva de crescimento, morte microbiana, esporos bacterianos, endotoxinas, carga
microbiana (bioburden), biofilmes, resistência microbiológica, príons, entre tantos
outros itens, além de características como: responsabilidade, iniciativa, equilíbrio
emocional, trabalho em equipe, capacidade organização, que são exigidas
rotineiramente nesta atividade de extrema importância em uma unidade de saúde.

Limpeza, desinfecção e esterilização:

Limpeza: remoção de sujidade de um artigo. É de suma importância na redução da


carga microbiana de um artigo, favorecendo a eficácia do processo. É a remoção de
sujidade visível aderida nas superfícies, nas fendas, nas serrilhas, nas articulações e
lúmens de instrumentos, dispositivos e equipamentos, por meio de um processo
manual, realizando fricção com escovas apropriadas e por meio de enxágue utilizando
água sob pressão. Ou de forma mecânica utilizando detergente e água em lavadoras
com ou sem ultrassom. Em ambos são utilizados detergentes ou produtos enzimáticos.

Alguns fatores interferem na efetividade da limpeza, como a qualidade da água, tipo e


qualidade dos agentes e acessórios de limpeza, manuseio e preparação dos materiais
para a limpeza, método manual ou mecânico usado. Além do tempo-temperatura dos
equipamentos de limpeza mecânica, posicionamento do material e a configuração da
carga das máquinas.

Desinfecção: é o processo aplicado a um artigo ou superfície que visa a eliminação


de microrganismos, exceto esporos, das superfícies fixas de equipamentos e mobílias
utilizadas em assistência à saúde. A desinfecção é indicada para artigos semicríticos
que entram em contato com membranas mucosas ou pele não íntegra. Sendo os mais
comuns: acessórios para assistência respiratória, diversos endoscópios, espéculos,
lâminas para laringoscopia, entre outros.
Os métodos de desinfecção podem ser físicos, por ação térmica, ou químicos, pelo
uso de desinfetantes. Os físicos são os equipamentos de pasteurização como
desinfetadoras e lavadoras de descarga. Os desinfetantes mais utilizados são a base
de aldeídos, ácido peracético, soluções cloradas e álcool. Podem, também, ser
utilizados produtos à base de quaternário de amônia e peróxido de hidrogênio.
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Esterilização: é o processo que utiliza agentes químicos ou físicos para destruir todas
as formas de vida microbiana, sendo aplicada especificamente a objetos inanimados.
O processo de esterilização de artigos hospitalares que oferece maior segurança é o
vapor saturado sob pressão, realizado em autoclave. Este processo tem como
parâmetros: o vapor, a pressão, a temperatura e o tempo.
Há, porém, no mercado, uma gama de artigos utilizados no cuidado à saúde que são
produzidos com materiais complexos e que não suportam a termo desinfecção ou a
umidade do vapor, exigindo uma esterilização com métodos de baixa temperatura
como: óxido de etileno (ETO), plasma, ozônio, radiação gama entre outros

Lembramos que os métodos de esterilização à baixa temperatura normalmente não


estão disponíveis nos serviços de saúde. Entre os agentes químicos esterilizantes,
ressaltamos o glutaraldeído e o ácido peracético:

Glutaraldeído: é um dialdeído saturado que reúne muitas vantagens como desinfetante


de alto nível e esterilizante, devido ao seu amplo espectro de ação, bem como a
estabilidade e a compatibilidade com as mais diversas matérias primas dos materiais e
equipamentos médico-hospitalares, pois não é corrosivo a metal e não danifica
equipamentos ópticos, borracha ou plástico. Utiliza-se o glutaraldeído a 2% como
agente químico desinfetante de alto nível ou esterilizante.
Ácido peracético: tem uma rápida ação microbicida e age pela desnaturação das
proteínas, ruptura da parede celular e oxidação de proteínas, enzimas e outros
metabólicos. É essencial que o usuário conheça as vantagens e as desvantagens de
cada formulação para, junto com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH,
façam a melhor escolha baseada no custo-efetividade, uma vez que há no mercado
diferentes formulações.

Microbiota e o Corpo Humano - Microbiota Normal e


sua Função
A flora de microorganismos dentro e sobre o corpo humano está submetida a
constantes mudanças.Fatores como a idade, alimentação,higiene, regulação hormonal
podem alterar o balanço desses microorganismos.
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Os microorganismos que sempre estão em determinada região do nosso corpo, ali


permanecem de forma comensal, ou seja, ambos estão sendo beneficiados.Possuem
importante função de proteção e defesa do organismo na tentativa de colonização de
patógenos, estimulação do sistema imune em recém-natos, além de auxiliar na
absorção de nutrientes.O número de bactérias chega a ultrapassar em dez vezes o
número de células do corpo humano.

Os órgãos que possuem mais contato com o ambiente externo são os mais ricos em
microbiota.As cavidades geralmente são estéreis, como a cavidade peritoneal.

Existem dois tipos de microbiota:

a) Microbiota residente:microorganismos que se encontram em grande quantidade


em um determinada região anatômica, em uma dada população.
b) Microbiota transitória: microorganismos aparecem em determinado local, que
não o habitual, de maneira temporária, sendo eliminada por mecanismos naturais de
defesa ou por ações de limpeza como anti-sépse.
Caso a microbiota permanente esteja intacta, a microbiota transitória não causa danos
e é eliminada. Porém, se os microorganismos permanentes estiverem em
desequilíbrio, a microbiota transitória pode provocar doenças. Microorganismos de
dada região também podem se tornar patógenos se encontrados em outro local que
não o habitual.

Classificação dos Seres Vivos


Todos os seres vivos são formados por células, necessitam de alimento, precisam
respirar, são capazes de se reproduzir e possuem uma composição química formada
por substâncias orgânicas e inorgânicas.
As substâncias orgânicas são produzidas somente por seres vivos. São elas: proteínas,
lipídeos, carboidratos, ácidos nucléicos e vitaminas.
As inorgânicas estão presentes na natureza e podem ser encontradas em elementos
como o solo, rocha, etc. A água e os sais minerais (CA, I, Fé, Na, etc.) são excelentes
exemplos deste tipo de substância.
A água tem destaque na constituição química de todos os seres vivos, ela representa
de 75 a 85% de sua constituição. Ela é indispensável à vida e sua carência leva a
dificuldade e, até mesmo, a impossibilidade do organismo realizar os transportes
necessários ao seu equilíbrio e manutenção.
De acordo com seu tipo de célula, os seres vivos podem ser procariontes (com
membrana celular, citoplasma e nucleóide) ou eucariontes (com membrana celular,
citoplasma e núcleo). São seres procariontes: as bactérias, as algas azuis ou
cianofícias. São eucariontes: os fungos, as plantas e os animais.

Quanto a sua classificação, os seres vivos estão atualmente divididos em cinco


reinos:

1. Reino Metazoa ou Animalia : composto por organismos pluricelulares e


heterótrofos (não são capazes de produzir sua própria energia). Fazem parte deste
grupo: animais invertebrados, vertebrados, aves, mamíferos, inclusive o homem.
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2. Reino Metaphyta ou reino Plantae: seres pluricelulares que possuem células


revestidas por uma membrana de celulose e que são autótrofos (capazes de produzir
sua própria energia). Fazem parte deste grupo: vegetais inferiores (algas verdes,
vermelhas ou marrons), vegetais intermediários (ex. samambaia) e vegetais superiores
(plantas).

3. Reino Monera: composto por organismos unicelulares (formados por uma única
célula) e procariontes (células que não possuem um núcleo organizado). Fazem parte
deste reino: as bactérias e algas azuis ou cianobactérias (antigamente eram
consideradas como vegetais inferiores).

4. Reino Fungi: composto por seres eucariontes (núcleo organizado e individualizado)


que podem ser uni ou pluricelulares. Fazem parte deste reino: os fungos elementares e
os fungos superiores (antigamente eles eram classificados como vegetais inferiores).

5. Reino Protista: formado por seres unicelulares e eucariontes. Estão presentes


neste reino: protozoários (giárdias, amebas, tripanossomas) e algas inferiores ou
eucariontes.

observação: Os vírus não possuem classificação definida pois passam a realizar


funções vitais somente após invadir a estrutura celular, seqüestrando os componentes
que a célula necessita para formar novos vírus.

O QUE SÃO VETORES? O QUE É UMA DOENÇA TRANSMITIDA POR


VETORES?
Quando o assunto é uma doença, é importante explicar sua forma de transmissão,
citando seu agente etiológico e, quando houver, o vetor. Muitas pessoas confundem
esses termos, usando-os como sinônimos, apesar de terem significados bastante
distintos.
→ O que é vetor?
Quando falamos em vetor, referimo-nos a organismos que servem de veículo para a
transmissão de algum causador de doença. Esse organismo pode ser, por exemplo,
um artrópode, como mosquitos ou moluscos.
Os vetores podem ser classificados em dois tipos de acordo com a Sociedade Brasileira
de Parasitologia: vetor biológico e vetor mecânico. O vetor biológico é aquele que
serve de local para a multiplicação de um agente causador de doenças. Já o vetor
mecânico é aquele em que o agente causador da doença não se multiplica e não se
desenvolve nesse local, sendo o vetor apenas uma forma de transporte.
No caso das doenças transmitidas por vetores, é impossível a transmissão de uma
pessoa para outra. No caso da dengue, por exemplo, o vírus não é transmitido pelo
contato com o doente, sendo necessária a picada de um mosquito Aedes aegypti
infectado para que a transmissão ocorra. Nesse caso, o mosquito é o vetor.
Além da dengue, a malária, a doença de chagas,
febre amarela, zika, chikungunya e leishmaniose são exemplos de doenças que
são transmitidas por vetores.

Principais doenças transmitidas por vetores biológicos:


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Perfil das doenças: Dengue, Zika e Chikungunya


As três doenças são adquiridas através da picada do mosquito Aedes aegypti, mais
conhecido como mosquito da dengue, ou o Aedes albopictus. A única forma de evitar
as três doenças é com o combate do mosquito, através da eliminação dos
criadouros do mosquito nas casas, no trabalho e nas áreas públicas. Uma tarefa
de todos.

A Dengue e a Chikungunya têm sintomas e sinais parecidos, enquanto a Dengue se


destaca pelas dores nos corpo, a Chikungunya se destaca por dores e inchaço nas
articulações. Já a Zika se destaca por uma febre mais baixa (ou ausência de febre),
muitas manchas na pele e coceira no corpo.

Dengue
O primeiro sintoma da Dengue é a febre alta, entre 39° e 40°C. Tem início repentino e
geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e
articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira no corpo.
Pode haver perda de peso, náuseas e vômitos.

Chikungunya
Apresenta sintomas como febre alta, dor muscular e nas articulações, dor de cabeça e
exantema (erupção na pele). Os sinais costumam durar de 3 a 10 dias.

Zika
Tem como principal sintoma o exantema (erupção na pele) com coceira, febre baixa
(ou ausência de febre), olhos vermelhos sem secreção ou coceira, dor nas
articulações, dor nos músculos e dor de cabeça. Normalmente os sintomas
desaparecem após 3 a 7 dias.
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Dengue
A principal complicação é a desidratação grave, que ocorre sem a pessoa perceber.
Por isso, é importante tomar bastante líquido quando a pessoa estiver com Dengue.
Os sintomas da dengue hemorrágica no início da doença são os mesmos da dengue
comum. A diferença ocorre, com maior freqüência, quando acaba a febre e começam
a surgir os sinais de alarme:
• Dores abdominais fortes e contínuas. • Sede excessiva e boca seca.
• Vômitos persistentes. • Pulso rápido e fraco.
• Pele pálida, fria e úmida. • Dificuldade respiratória.
• Sangramento pelo nariz, boca e gengivas. • Perda de consciência.
• Sonolência, agitação e confusão mental.

Na dengue hemorrágica, o quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando sinais


de insuficiência circulatória e choque, podendo levar a pessoa à morte em até 24
horas.
Chikungunya
A principal complicação é a permanência, por longo tempo, das dores e inchaço nas
articulações, às vezes impedindo as pessoas de retornarem às suas atividades.

Zika
As complicações mais observadas têm sido as manifestações neurológicas como
paralisia facial e fraqueza nas pernas, a exemplo do desenvolvimento da Síndrome de
Guillain-Barré.
O conhecimento em torno das complicações resultantes da infecção pelo vírus Zika
está sendo construído agora. É o que dizem especialistas em relação ao aumento dos
casos de microcefalia relacionada ao vírus. Enquanto estudos estão em curso,
mulheres grávidas vivem uma gestação marcada pelo temor de contraírem a doença,
que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. De acordo com o último boletim
epidemiológico do Ministério da Saúde, foram registrado 1.761 casos suspeitos de má
formação congênita, em 422 municípios.

Febre amarela

A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um Arbovírus do Gênero


Flavivírus. Sua incidência se restringe à América Central, América do Sul e África. A
transmissão se dá por meio da picada de mosquitos previamente contaminados, ao
sugarem o sangue de um indivíduo acometido. Nas cidades, o responsável é o Aedes
aegypti; e em ambientes de mata, os dos Gêneros Haemagogus e Sabethes. O período
de incubação, ou seja, o tempo entre a picada e a manifestação de sintomas, é de
aproximadamente três dias.
Em algumas pessoas não há manifestação de sintomas; ao passo que em outras, o
quadro se apresenta bastante sério. Febre, náuseas, dor de cabeça e nos músculos
aparecem associados ao amarelamento da pele e dos olhos do paciente. Hemorragias,
tanto internas quanto externas, podem também se manifestar.
Seus sintomas duram, em média, dez dias. Nesses casos mais graves, além do quadro
descrito, há o comprometimento dos rins, o que pode provocar problemas cardíacos,
pulmonares e hepáticos; e morte em 50% dos casos.
14

O diagnóstico é feito pela análise dos sintomas e por meio de exames. Em alguns casos,
análises laboratoriais adicionais são requeridas para averiguar se há ou não
complicações ou comprometimento de órgãos e/ou funções vitais.
Não existe tratamento específico para a febre amarela e, dessa forma, os
procedimentos médicos focam no controle de sintomas e prevenção de complicações.
Repouso, ingestão abundante de água, boa alimentação e, no caso de hemorragias,
reposição sanguínea, são importantes medidas. Após a cura, não há riscos de
reinfecção. A melhor forma de se evitar a febre amarela é por meio da vacinação,
disponível gratuitamente em postos de saúde e da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), em portos e aeroportos. Ela é recomendada a indivíduos com nove
meses de idade ou mais e deve ser reforçada de dez em dez anos.

O controle do mosquito Aedes aegypti é outra medida eficaz, tendo a vantagem de


também prevenir a dengue. Para pessoas cuja imunização por meio da vacina não é
recomendada (gestantes, imunocomprometidos, etc.), o uso de bons repelentes,
camisas de manga comprida, calça, meias e luvas – ao visitar áreas suscetíveis – é uma
boa medida de prevenção.

importante: Assim como na dengue, o uso de aspirina ou outros fármacos contendo


acetilsalicílico é contraindicado.

Malária
A doença é causada por parasitas do gênero Plasmodium dos quais há quatro espécies
principais: Plasmodium falciparum, Plasmodium malariae, Plasmodium vivax e
Plasmodium ovale. O P. falciparum é a principal causa da malária clínica grave e de
mortes. Estima-se que a metade da população mundial esteja em risco de se infectar
com o parasita.
O parasita é transmitido através da picada da fêmea do mosquito Anopheles infectado.
Esses mosquitos geralmente picam entre o anoitecer e o amanhecer.
Sintomas
Uma vez que o mosquito infectado pica o humano, os parasitas viajam até o fígado,
onde se multiplicam e entram nas células vermelhas do sangue. Dentro dessas
células, os parasitas se multiplicam rapidamente até elas se romperem, liberando
ainda mais parasitas na corrente sanguínea e manifestando, nesse processo, os
sintomas típicos da doença.

A malária começa como a gripe, com os primeiros sintomas surgindo entre nove e 14
dias após a infecção. Os sintomas incluem febre (podem ocorrer ciclos típicos de
febre, calafrios e suor em grande quantidade), dor nas articulações, dores de cabeça,
vômitos frequentes, convulsões e coma.

Se a malária simples não for tratada, ela pode se tornar grave – anualmente, cerca de
oito milhões de casos de malária progridem para o tipo grave da doença. Mortes por
malária podem ocorrer devido a danos cerebrais (malária cerebral) ou danos aos órgãos
vitais. A redução das células vermelhas no sangue pode causar anemia. O diagnóstico
da malária é feito rapidamente por meio do teste da tira reagente ou por meio da
observação do parasita em microscópio em uma amostra de sangue. Entretanto, testes
rápidos nem sempre estão disponíveis, microscópios não são sempre efetivos e, por
15

isso, diagnósticos baseados em sintomas ainda são comuns em grande parte do mundo
em desenvolvimento.

Doença de Chagas

Sintomas
Febre, aparecimento de gânglios, crescimento do baço e do fígado, alterações
elétricas do coração e/ou inflamação das meninges nos casos graves. Na fase aguda,
os sintomas duram de três a oito semanas. Na crônica, os sintomas estão
relacionados a distúrbios no coração e/ou no esôfago e no intestino. Cerca de 70%
dos portadores permanece de duas a três décadas na chamada forma assintomática
ou indeterminada da doença.

Transmissão
A transmissão acontece pelas fezes do "barbeiro" depositadas sobre a pele da pessoa,
enquanto o inseto suga o sangue. A picada provoca coceira, facilitando a entrada do
tripanossomo no organismo, o que também pode ocorrer pela mucosa dos olhos, do
nariz e da boca ou por feridas e cortes recentes na pele. Outros mecanismos de
transmissão são a transfusão de sangue de doador portador da doença, a transmissão
vertical via placenta (mãe para filho), a ingestão de carne contaminada ou
acidentalmente em laboratórios.

Prevenção
Ainda não há vacina contra a doença de Chagas e sua incidência está diretamente
relacionada às condições habitacionais (casas de pau-a-pique, sapê, etc). Cuidados
com a conservação das casas, aplicação sistemática de inseticidas e utilização de telas
em portas e janelas são algumas das medidas preventivas que devem ser adotadas,
principalmente em ambientes rurais. A melhor forma de prevenção é o combate ao
inseto transmissor.
Leishmaniose:

A leishmaniose é uma doença não contagiosa causada por parasitas que invadem e se
reproduzem dentro das células que fazem parte do sistema imunológico da pessoa
infectada. Esta doença pode se manifestar de duas formas: leishmaniose tegumentar
ou cutânea e a leishmaniose visceral ou calazar.
A leishmaniose tegumentar ou cutânea é caracterizada por lesões na pele, podendo
também afetar nariz, boca e garganta (esta forma é conhecida como “ferida brava”). A
visceral ou calazar é uma doença sistêmica, pois afeta vários órgãos, sendo que os
mais acometidos são o fígado, baço e medula óssea. Sua evolução é longa podendo,
em alguns casos, até ultrapassar o período de um ano.
16

Sua transmissão se dá através de mosquitos que se alimentam de sangue, e, que ,


dependendo da localidade, recebem nomes diferentes, tais como: mosquito palha,
tatuquira, asa branca, cangalinha, asa dura, palhinha ou birigui. Por serem muito
pequenos, estes mosquitos são capazes de atravessar mosquiteiros e telas.
Os sintomas variam de acordo com o tipo da leishmaniose. No caso da tegumentar,
surge uma pequena elevação avermelhada na pele que vai aumentando até se tornar
uma ferida que pode estar recoberta por crosta ou secreção purulenta. Há também a
possibilidade de sua manifestação se dar através de lesões inflamatórias no nariz ou na
boca. Na visceral, ocorre febre irregular, anemia, indisposição, palidez da pele e
mucosas, perda de peso, inchaço abdominal devido ao aumento do fígado e do baço.
A melhor forma de se prevenir contra esta doença é evitar residir ou permanecer em
áreas muito próximas à mata, evitar banhos em rio próximo a mata, sempre utilizar
repelentes quando estiver em matas, etc.
Esta doença deve ser tratada através de medicamentos e receber acompanhamento
médico, pois, se não for adequadamente tratada, pode levar a óbito.

Vírus
Os vírus, organismos que apresentam diâmetro entre 15 e 300 nm, são denominados
de parasitas intracelulares obrigatórios, pois apenas se reproduzem no interior de
células. Diferentemente de todos os seres vivos, esses organismos não possuem célula
e metabolismo próprio e, por isso, não são considerados por muitos autores como
formas de vida. Entretanto, em virtude da capacidade de se autoduplicar e possuir
variabilidade e ácidos nucleicos, outros especialistas consideram esses organismos
como seres vivos.
→ Estrutura do vírus
Com a visualização dos vírus, foi possível conhecer sua estrutura, que é relativamente
simples quando comparada com a das células eucarióticas, por exemplo. De uma
maneira simplificada, podemos dizer que esses organismos são formados por duas
partes principais: o material genético, que normalmente é o DNA ou o RNA, raramente
os dois, e uma capa proteica (capsídeo).
O capsídeo pode apresentar diferentes simetrias, tais como a icosaédrica, helicoidal ou
complexa. Na simetria icosaédrica, observa-se que o capsídeo assume uma forma
similar a de um icosaedro, ou seja, um poliedro formado por 20 faces, 12 vértices e 30
arestas. Como exemplo desse tipo de vírus, podemos citar o herpesvírus e o rinovírus.
A simetria helicoidal, por sua vez, apresenta o capsídeo com formato de hélice, como é
caso do vírus da raiva e da gripe. Por fim, o vírus de simetria complexa apresenta uma
17

morfologia bastante distinta que não se encaixa em nenhum dos outros tipos. O exemplo
mais típico desse tipo de vírus são os bacteriófagos.
Alguns vírus possuem, além do capsídeo, outra estrutura que reveste o vírus
denominada de envelope. O envelope viral, que é constituído por lipídios, proteínas e
carboidratos, é formado a partir da membrana da célula infectada. Como exemplo de
vírus envelopado, podemos citar o HIV, o vírus causador da AIDS.

Doenças virais
Os vírus podem parasitar bactérias, plantas e animais. Na nossa espécie, por
exemplo, tumores e uma gama de doenças, como catapora, herpes, rubéola, sarampo,
varíola, poliomielite, raiva, dengue, febre amarela, mononucleose, gripe, caxumba,
hepatites e AIDS; podem ser provocados por eles. Algumas doenças não surgem mais
de uma vez em um mesmo indivíduo, enquanto outras podem se apresentar em mais
de um episódio.

A transmissão pode se dar por meio de vetores; em outros casos, de pessoa para
pessoa; ou por meio de alimentos, objetos ou instrumentais contaminados.

CORONAVÍRUS
COVID-19 é a doença causada por uma nova espécie de coronavírus, denominado
SARS-CoV-2. Ele pertence a uma família de vírus que já circulava no Brasil antes da
pandemia e era responsável por grande parte dos resfriados comuns. Outras espécies
foram responsáveis por doenças mais graves, como a Síndrome Aguda Respiratória
Severa (SARS-CoV-1) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) que
não tiveram casos no Brasil.
É muito provável que este vírus tenha tido origem em morcegos. O que não está
completamente elucidado é como ele passou a infectar as pessoas na China.
18

Entretanto, não é algo incomum que vírus que infectam animais, sofram mutações que
os tornem capazes de infectar seres humanos.

Conheça as diferenças entre os exames para COVID-19


PCR é a metodologia “padrão-ouro” capaz de detectar a presença do vírus nos
pacientes. O exame é feito em material coletado da garganta e do nariz (em ambientes
hospitalares, pode ser utilizada secreção do pulmão, o que aumenta a assertividade
do teste), e por meio de técnicas de biologia molecular, detecta o material genético do
vírus na amostra do paciente. O exame é recomendado para o diagnóstico de
COVID19 para pessoas com sintomas e pode detectar a presença do vírus em média
até o 12º dia de sintomas.
Sorologia são testes imunológicos capazes de detectar os níveis de anticorpos IgM e
IgG em amostra de sangue do paciente. É aconselhado para pacientes com sintomas
a partir do sétimo dia, tempo que leva para os anticorpos começarem a ser produzidos.
Ressaltamos que um resultado negativo NÃO exclui a presença da doença.
Teste de antígeno tem como objetivo identificar a infecção atual de COVID-19 em
indivíduos e é realizado quando uma pessoa apresenta sinais ou sintomas. Pode ser
utilizado em pacientes assintomáticos que tiveram contato com caso positivo - nesse
caso, recomendamos a repetição do teste em 72 horas, caso o resultado seja
negativo. É um exame mais rápido na divulgação dos resultados, de 2 a 3 horas após
a aplicação do teste.
Os sintomas aparecem após 2 até 14 dias após a infecção. Qualquer pessoa pode
apresentar sintomas leves ou severos da doença.
Veja uma lista dos sintomas mais comuns, que podem estar presentes isoladamente ou
diferentes combinações.
• Febre ou calafrios
• Tosse
• Falta de ar
• Fadiga
• Dores pelo corpo
• Dor de garganta
• Dor de Cabeça
• Coriza
• Diarréia
• Náuseas
• Anosmia (ausência de olfato)

O número de mortes causadas por Coronavírus pode variar, depende da proporção da


faixa etária da população, medidas para contenção do vírus, quantidade de casos que
são realmente reportados às autoridades competentes e quão livre o sistema de saúde
para receber os casos mais graves. A Organização Mundial da Saúde explica que o
Coronavírus é mais mortal que a gripe, mas que é possível contê-lo. Enquanto 3,4%
dos pacientes diagnosticados com SARS-CoV-2 entram em óbito, a porcentagem de
pacientes mortos por gripe cai para 1%.

Como o distanciamento social ajuda a combater o coronavírus?


19

O intuito do distanciamento é reduzir a exposição das pessoas em relação ao vírus e


aos riscos de contágio e disseminação da doença. Os números de casos tendem a
diminuir quando não há interação social. Sempre que possível, as pessoas devem
adotar o distanciamento social como a maneira mais efetiva de controlar o coronavírus.
Essa recomendação vale para todos.

Como posso me prevenir?

Durante o isolamento social, é importante: manter as mãos higienizadas com água e


sabão; limpar superfícies e objetos com frequência; espirrar ou tossir cobrindo a boca
no antebraço; evitar beijos e abraços; não dividir objetos de uso pessoal como talheres,
copos ou aparelhos eletrônicos.

Devo usar máscara facial ao sair de casa?

No Brasil, muitas cidades e estados já decretaram obrigatório o uso da máscara em


ambientes coletivos, seja público ou privado. O descumprimento da regra, em algumas
localidades, pode acarretar multas. O uso da máscara ajuda a conter a proliferação do
vírus.

GRIPE, TRATAMENTOS E VACINA


A gripe é uma doença infectocontagiosa provocada por um tipo de vírus chamado
Influenza. Existem 3 tipos de vírus Influenza: A, B e C.
A gripe é uma doença altamente contagiosa que provoca anualmente milhões de
infecções por todo o mundo. De tempos em tempos, o vírus Influenza pode sofrer
mutações, sendo responsável por grandes epidemias de gripe, com a gripe espanhola
de 1918 ou a recente gripe suína de 2009.
Conforme exposto na introdução deste artigo, a gripe é uma doença contagiosa de
origem viral, provocada pelos vírus Influenza A, Influenza B e Influenza C. Seus
sintomas mais comuns incluem febre, tosse e dores pelo corpo.
O tipo de maior relevância clínica é o Influenza A, pois ele é não só o responsável pela
maior parte dos casos sintomáticos nos humanos, como também é a origem das
principais epidemias do último século. O vírus Influenza C é o que menos provoca
doença, e quando o faz, geralmente é uma gripe com sintomas brandos.
O vírus Influenza A é o que apresenta mais subtipos, podendo infectar aves, seres
humanos e outros mamíferos. Em geral, toda vez que uma cepa do Influenza A sofre
mutação, ele tornasse mais propenso a causar epidemias, pois a população não
apresenta imunidade contra a nova cepa mutante. Como o Influenza A é altamente
propenso a mutações, praticamente todo ano há uma nova cepa circulando entre a
população. Por isso, todo inverno há um aumento no número de casos de gripe. Quem
teve gripe há 1 ou 2 anos, pode facilmente ter uma nova infecção, pois o Influenza A
que circulava naquela época já pode não ser mais o mesmo que circula hoje. O influenza
B também pode sofrer mutações, mas ele o faz em um ritmo bem menos intenso.
De tempos em tempos, essas mutações geram um Influenza mais virulento, capaz de
contagiar um número extenso de pessoas. A pandemia de gripe suína de 2009 ocorreu
20

após uma cepa do Influenza A (H1N1), natural de porcos, sofrer uma mutação e passar
a ser capaz de infectar humanos. Como essa cepa do H1N1 só existia em porcos,
quando ela deu o salto para a espécie humana pegou o sistema imunológico da maioria
das pessoas desprevenido.
TRANSMISSÃO DA GRIPE
Grandes quantidades de vírus da gripe estão presentes nas secreções respiratórias das
pessoas infectadas, fazendo com que espirros e tosses sejam a principal via de
transmissão. O vírus da gripe costuma estar presente em gotículas grandes das
secreções respiratória. Isso significa que, após um espirro ou tosse, o vírus cai para o
chão junto com as gotículas mais pesadas, não ficando suspenso no ar. Portanto, o
risco de transmissão é maior para pessoas que ficam próximas ao paciente, a menos
de 2 metros de distância. Se durante o espirro você estiver a mais de 2 metros de
distância, é baixo o risco das gotículas mais pesadas conseguirem lhe alcançar.
Outra forma muito comum de transmissão é através das mãos. Quando o paciente com
gripe espirra ou tosse em direção às mãos, as mesmas ficam cheias de vírus,
favorecendo o contágio de outras pessoas. Limpar secreções do nariz com as mãos
também tem o mesmo efeito. Se você cumprimentar esta pessoa que tem as mãos
infectadas, passará a ter o vírus da gripe nas suas mãos. Basta, então, que você coce
os olhos ou encoste a mão na boca para o vírus lhe contaminar.
Objetos manuseados por pessoas com gripe também podem conter o vírus, sendo esta
outra possível fonte de contágio. Em geral, o vírus Influenza sobrevive de 2 a 8 horas
em objetos inanimados, dependendo das condições climáticas. Lavar as mãos e os
objetos contaminados com água e sabão (ou álcool) são suficientes para impedir a
transmissão do Influenza. O período de incubação da gripe é de 1 a 4 dias (em média
2). O período de contágio iniciase no dia anterior ao surgimento dos sintomas e dura
por cerca de 5 a 10 dias. Em geral, o paciente deixa de eliminar o vírus pelas secreções
respiratórias 1 a 2 dias depois do fim dos sintomas, mas em crianças pequenas esse
período de infectividade pode se estender por vários dias.

Hepatite A:
Causada pelo vírus A (HAV), esta doença é transmitida através do contato com
humano infectado ou por água e alimentos contaminados (transmissão fecal-oral). A
maioria das pessoas consegue eliminar naturalmente o vírus A. Apesar de existir
vacina (não disponível no serviço público de saúde), as melhores formas de prevenção
da doença são saneamento básico (tratamento de esgoto e água) e higiene no
preparo de alimentos.
Hepatite B: uma DST que age silenciosamente contra o fígado
O HBV, vírus que causa a hepatite B, é transmitido através de relações sexuais sem
camisinha e através do contato com sangue contaminado. Na maioria das pessoas
infectada pelo HBV na idade adulta, o organismo se encarrega de curar a doença em
cerca de 6 meses. Quando isso não ocorre, a infecção pode se tornar crônica (que pode
levar à morte do paciente), gerando ao longo de 20 anos doenças como insuficiência
hepática e câncer do fígado.
Existe uma vacina contra o vírus da hepatite B disponível nos postos de saúde,
gratuitamente, para alguns grupos. Soropositivos para o HIV que não estejam
infectados pelo HBV podem ser indicados à vacinação. Converse com o seu médico
sobre esta possibilidade.
21

Hepatite C: sem vacina, doença é comum entre usuários de drogas A transmissão


da hepatite C acontece através do vírus C (HCV), reconhecido cientificamente em 1989.
Antes disso, a doença se chamava hepatite não A – não B. Ela é transmitida através do
contato com sangue contaminado. Apesar de a transmissão sexual não ser considerada
significativa, existem formas de contrair o HCV fazendo sexo sem camisinha, por causa
dos sangramentos que podem ocorrer, principalmente no sexo anal.
Segundo o Programa Nacional de Hepatites Virais do Ministério da Saúde, pessoas que
tenham outras doenças de transmissão sexual, como o HIV, têm um risco maior de
adquirir ou transmitir o vírus C.
Estudos identificaram o HCV no sangue menstrual de mulheres infectadas e nas
secreções vaginais. Entretanto, no esperma, o HCV foi encontrado em concentrações
muito baixas, o que pode dificultar a sua transmissão.
Cerca de 80% das pessoas que se infectam com o vírus da hepatite C não conseguem
se curar da doença espontaneamente, como ocorre com a hepatite B. Essas pessoas
desenvolvem inflação no fígado constantemente, o que pode levar – em um período
médio de 20 anos – a cirrose, insuficiência hepática e câncer do fígado. Como na
maioria dos casos a doença não gera sintomas, quanto mais cedo o diagnóstico, melhor.
Dependendo da carga viral e do tipo do vírus C, o tratamento pode durar cerca de um
ano. A chance de cura varia de 50% a 80%, dependendo de cada caso.
Ao contrário da hepatite B, não há uma vacina capaz de prevenir a hepatite C.

Raiva

A raiva é um doença viral prevenível de mamíferos, que geralmente é transmitida


através da mordida de uma animal infectado. O vírus da raiva infecta o sistema nervoso
central, causando encefalopatia e morte. Os primeiros sintomas da raiva em humanos
não são específicos e consistem em febre, dor de cabeça e mal-estar geral. À medida
que a doença progride, os sintomas neurológicos aparecem e podem incluir insônia,
ansiedade, confusão, paralisia, excitação, alucinação, agitação, hiper-salivação,
dificuldade de engolir e hidrofobia (medo da água). A morte ocorre dentro de dias após
o aparecimento dos sintomas neurológicos como a hidrofobia.

HPV
O papilomavírus humano, mais conhecido pela sigla HPV, é um vírus que pode ser
transmitido pela via sexual ou pelo contato direto com a pele.
O HPV é responsável pelo aparecimento das verrugas comuns da pele e pelas verrugas
genitais, conhecidas também como condiloma acuminado ou crista de galo. Mas o que
o torna o HPV um vírus de grande relevância médica é o fato dele estar relacionado a
praticamente 100% dos casos de câncer de colo do útero, um dos tipos de câncer mais
comuns na população feminina.
Neste artigo vamos explicar o que é o vírus HPV, como ele é transmitido, quais são os
seus sintomas e complicações, quais são as opções de tratamento e as suas chances
de cura.
Existem mais de 150 subtipos de HPV. Cada subtipo do vírus tem atração por uma
determinada área do corpo. Por exemplo, o HPV- 2 e o HPV-4 estão associados às
verrugas comuns de pele, enquanto o HPV-1 provoca verrugas que acometem
preferencialmente as plantas dos pés. Já o HPV-6 e o HPV-11 estão relacionados ao
desenvolvimento das verrugas genitais. O câncer do colo uterino pode ser provocado
22

por vários subtipos, conforme veremos a seguir, mas a maioria dos casos ocorre quando
a mulher se infecta com o HPV-16 ou o HPV18.

AIDS
A sigla Aids significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. O vírus da Aids é
conhecido como HIV e encontra-se no sangue, no esperma, na secreção vaginal e no
leite materno das pessoas infectadas pelo vírus. Objetos contaminados pelas
substâncias citadas, também podem transmitir o HIV, caso haja contato direto com o
sangue de uma pessoa.
Após o contágio, a doença pode demorar até 10 anos para se manifestar. Por isso, a
pessoa pode ter o vírus HIV em seu corpo, mas ainda não ter Aids. Ao desenvolver a
Aids, o HIV começa um processo de destruição dos glóbulos brancos do organismo da
pessoa doente. Como esses glóbulos brancos fazem parte do sistema imunológico ( de
defesa ) dos seres humanos, sem eles, o doente fica desprotegido e várias doenças
oportunistas podem aparecer e complicar a saúde da pessoa. A pessoa portadora do
vírus HIV, mesmo não tendo desenvolvido a doença, pode transmiti-la.

Formas de Contágio
A Aids é transmitida de diversas formas. Como o vírus está presente no esperma,
secreções vaginais, leite materno e no sangue, todas as formas de contato com estas
substâncias podem gerar um contágio. As principais formas detectadas até hoje são :
transfusão de sangue, relações sexuais sem preservativo, compartilhamento de
seringas ou objetos cortantes que possuam resíduos de sangue. A Aids também pode
ser transmitida da mão para o filho durante a gestação ou amamentação.

Principais Sintomas da Aids


Como já dissemos, um portador do vírus da Aids pode ficar até 10 anos sem desenvolver
a doença e apresentar seus principais sintomas. Isso acontece, pois o HIV fica
"adormecido" e controlado pelo sistema imunológico do indivíduo. Quando o sistema
imunológico começa ser atacado pelo vírus de forma mais intensa, começam a surgir
os primeiros sintomas. Os principais são: febre alta, diarréia constante, crescimento dos
gânglios linfáticos, perda de peso e erupções na pele. Quando a resistência começa a
cair ainda mais, várias doenças oportunistas começam a aparecer: pneumonia, alguns
tipos de câncer, problemas neurológicos, perda de memória, dificuldades de
coordenação motora, sarcoma de Kaposi (tipo de câncer que causa lesões na pele,
intestino e estômago). Caso não tratadas de forma rápida e correta, estas doenças
podem levar o soropositivo a morte rapidamente.

Poliomelite
A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil quando ataca crianças, é uma
infecção viral causada pelo poliovírus. A doença pode ser moderada ou severa. Nos
casos mais graves a poliomielite pode levar à paralisia e morte.
A poliomielite não se espalha facilmente em comunidades com altas taxas de vacinação.
Quando o poliovírus se espalha isso geralmente acontece dentro do lar. O vírus pode
se propagar através de contato com objetos, privadas ou mãos. Em pessoas não
vacinadas também é possível que o vírus da poliomielite se espalhe através de
secreções respiratórias.
23

Na maioria dos casos, pessoas infectadas com o poliovírus não se sentem doentes.
Algumas vezes o vírus pode causar sintomas parecidos com os da gripe pode alguns
dias ou uma combinação de febre, mal-estar, sonolência, dor de cabeça, dor muscular,
corpo dolorido, náusea, vômito, diarréia ou constipação, e dor de garganta.

Catapora

Também chamada de varicela, a catapora é uma das doenças virais mais comuns,
principalmente entre crianças. Ela é altamente contagiosa e se manifesta através de
uma infecção causada pelo vírus Varicela-Zoster, que fica alojado em nosso corpo pelo
resto da vida, porém em estado adormecido.
Entre os sintomas, estão febre alta, mal estar, dor de cabeça e perda de apetite. No
entanto, o sinal mais característico da catapora são as bolhas vermelhas com líquido
que surgem por todo o corpo causando coceira.

Herpes
Vírus da herpes simples tipo 1 (HSV-1)
Normalmente associado a infecções dos lábios, da boca e da face. Esse é o vírus mais
comum de herpes simples e muitas pessoas têm o primeiro contato com este vírus na
infância. O HSV1 frequentemente causa feridas (lesões) nos lábios e no interior da boca,
como aftas, ou infecção do olho (principalmente na conjuntiva e na córnea) e também
pode levar a uma infecção no revestimento do cérebro (meningoencefalite). Pode ser
transmitido por meio de contato com a saliva infectada.
Vírus da herpes simples 2 (HSV-2)
Normalmente transmitido sexualmente, o HSV-2 provoca coceira e bolhas ou mesmo
úlceras e feridas genitais. Entretanto, algumas pessoas com HSV-2 não apresentam
quaisquer sinais (latência). A infecção cruzada dos vírus de herpes do tipo 1 e 2 pode
acontecer se houver contato oral-genital. Isto é, pode-se pegar herpes genital na boca
ou herpes oral na área genital.

Sarampo
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, transmissível, extremamente
contagiosa e muito comum na infância. Os sintomas iniciais apresentados pelo doente
são: febre acompanhada de tosse persistente, irritação ocular e corrimento do nariz.
Após estes sintomas, geralmente há o aparecimento de manchas avermelhadas no
rosto, que progridem em direção aos pés, com duração mínima de três dias. Além disso,
pode causar infecção nos ouvidos, pneumonia, ataques (convulsões e olhar fixo), lesão
cerebral e morte.
A transmissão ocorre diretamente, de pessoa a pessoa, geralmente por tosse, espirros,
fala ou respiração, por isso a facilidade de contágio da doença. Além de secreções
respiratórias ou da boca, também é possível se contaminar através da dispersão de
gotículas com partículas virais no ar, que podem perdurar por tempo relativamente longo
no ambiente, especialmente em locais fechados como escolas e clínicas.
A suscetibilidade ao vírus do sarampo é geral e a única forma de prevenção é a
vacinação.
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Caxumba

Caxumba é uma doença infecciosa causada pelo vírus Paramyxovirus, que provoca não
só inflamação nas parótidas, mas também nas glândulas submaxilares e sublinguais.
Na maior parte das vezes, a infecção se manifesta na infância, nos meses de inverno e
no começo da primavera.
A transmissão se dá pelo contato direto com as secreções das vias aéreas superiores
da pessoa infectada, a partir de dois dias antes até nove dias depois do aparecimento
dos sintomas.
Raros são os casos de reinfecção pelo vírus da caxumba. Em geral, uma vez infectada,
a pessoa adquire imunidade contra a doença. No entanto, se a infecção se manifestou
apenas de um lado, o outro pode ser afetado em outra ocasião.
Os sintomas costumam surgir de 12 a 25 dias após o contágio. As glândulas ficam
inchadas, podendo-se perceber pelo pescoço logo abaixo da orelha, e doloridas.
Também causa dor de cabeça, dores musculares, fraqueza, febre, calafrios e dor ao
mastigar ou engolir. Nos casos masculinos pode ocorrer orquite, isto é inflamação do
testículo e em casos femininos, a ooforite, isto é, inflamação dos ovários. Em alguns
casos podem ocorrer meningite, as seqüelas podem ser diminuição da capacidade
auditiva e esterilidade.

Rotavírus: sintomas, transmissão e prevenção

Sintomas
O rotavírus é uma doença causada por sete tipos diferentes de sorotipos que são
antigêncios diferentes, mas da mesma espécie microbiana. Porém, apenas três
infectam o ser humano. Os principais sintomas são diarréia - que pode levar a
desidratação -, vômitos e febre, além de problemas respiratórios, como coriza e
tosse.
Transmissão
A transmissão pode ser fecal-oral ou seja, o vírus é eliminado nas fezes do
paciente, contamina a água ou alimentos, e pode entrar em contato com a
pessoa através das mãos.
Prevenção
As principais medidas para evitar a rotavirose é a higiene das mãos, que pode
ser feita com água e sabão ou álcool-gel, principalmente antes das refeições e
após o banheiro. Além disso, ingerir sempre alimentos bem higienizados e água
tratada é fundamental.

Rubéola

Após um período de incubação, que varia de duas a três semanas, a doença mostra
seus primeiros sinais característicos: febre baixa, surgimento de gânglios linfáticos e de
manchas rosadas, que se espalham primeiro pelo rosto e depois pelo resto do corpo. A
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rubéola é comumente confundida com outras doenças, pois sintomas como dores de
garganta e de cabeça são comuns a outras infecções, dificultando seu diagnóstico.
Apesar de não ser grave, a rubéola é particularmente perigosa na forma congênita.
Neste caso, pode deixar seqüelas irreversíveis no feto como: glaucoma, catarata,
malformação cardíaca, retardo no crescimento, surdez e outras.
A rubéola é uma doença infecto-contagiosa que acomete principalmente crianças entre
cinco e nove anos. A transmissão acontece de uma pessoa a outra, geralmente pela
emissão de gotículas das secreções respiratórias dos doentes. É pouco freqüente a
transmissão através do contato com objetos recém-contaminados por secreções de
nariz, boca e garganta ou por sangue, urina ou fezes dos doentes. A rubéola congênita
acontece quando a mulher grávida adquire rubéola e infecta o feto porque o vírus
atravessa a placenta.
A imunidade é adquirida pela infecção natural ou por vacinação, sendo duradoura após
infecção natural e permanecendo por quase toda a vida após a vacinação.

Mononucleose
Também conhecida como a doença do beijo, a mononucleose costuma acometer os
adolescentes, quando despertam para a vida sexual. Provoca febre, enfartamento dos
gânglios do pescoço e das axilas, comprometimento do fígado e do baço, entre outros
sintomas.
O vírus responsável pela doença é o Epstein-Barr, da família Herpesviridae, transmitido
pela saliva contaminada num contato íntimo entre as pessoas, daí o nome doença do
beijo.
O diagnóstico pode ser feito por um exame de sangue específico. Quando adultos fazem
esse exame, a maioria fica sabendo que foi infectada pelo vírus e teve a doença no
passado sem se dar conta de sua atividade, pois os sintomas foram confundidos com
os de infecções banais comuns na infância e na adolescência. Em alguns casos, porém,
os quadros são mais intensos e prolongados, a febre é alta e custa a desaparecer, o
que assusta muito os pacientes e seus familiares.

Bactérias
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As bactérias são organismos unicelulares e procariontes

As bactérias são organismos bastante simples e pertencem, segundo a classificação


de Whittaker de cinco reinos, ao Reino Monera. De acordo com a classificação mais
atual em três domínios, esses organismos estão divididos em Domínio Archaea, que
engloba as arqueobactérias, e Domínio Bactéria, que engloba os outros grupos de
bactérias.
→ Estrutura celular das bactérias
As bactérias são formadas por uma única célula (unicelulares), normalmente de 2 a 5
µm de comprimento, e podem ou não formar colônias. Esses organismos possuem
material genético disperso no citoplasma, sendo, portanto, denominados de
procariontes.
Na grande maioria das bactérias, além da membrana plasmática encontrada em todas
as células, é possível observar externamente uma parede celular constituída,
principalmente, por peptideoglicano. Essa parede celular apresenta como principal
função manter a forma das células bacterianas e garantir proteção. Além disso, é
possível perceber em algumas espécies uma cápsula polissacarídica envolvendo a
parede.
No citoplasma da célula bacteriana, é possível perceber a presença de apenas um tipo
de organela: os ribossomos. Esses ribossomos são menores que aqueles encontrados
em células eucarióticas, mas desempenham a mesma função, que é a síntese de
proteínas. Além disso, é possível perceber a presença de grânulos ou inclusões que
apresentam a função de armazenamento.
O citoplasma, por sua vez, apresenta uma região, chamada de nucleoide, onde está
localizado o cromossomo bacteriano, único e circular. Além do DNA cromossomial,
observa-se o plasmídeo, formado por uma molécula pequena de DNA circular de
duplicação independente.
Em algumas bactérias, é possível encontrar ainda estruturas de locomoção conhecidas
como flagelos, que são compostos por uma proteína denominada de flagelina. Existem
ainda estruturas mais finas e mais curtas que os flagelos denominadas de pili e fímbria.
Estes estão relacionados com a fixação das bactérias em superfícies (fimbrias) ou ainda
com a fixação no momento da reprodução (pili).

Formas das Bactérias


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Confira abaixo a lista de algumas doenças que são causadas por bactérias, com
as características e sintomas de cada uma e prevenções.

CÓLERA
A Cólera é causada pelo vibrião colérico (Vibrio cholerae, uma bactéria em forma de
vírgula ou bastonete que se multiplica rapidamente no intestino humano eliminando
potente toxina que provoca diarreia intensa), a doença (de origem indonésia) é
transmitida através da ingestão de água ou alimentos contaminados.
O tratamento imediato é o soro fisiológico ou soro caseiro para repor a água e os sais
minerais: uma pitada de sal, meia xícara de açúcar e meio litro de água tratada. No
hospital, a doença é curada com doses de antibióticos.
A higiene e o tratamento da água e do esgoto são as principais formas de prevenção.
A vacina existente é de baixa eficácia (50% de imunização) e de efeito retardado (de 3
a 6 meses após a aplicação).

H. PYLORI

A Helicobacterpylori (H. Pylori) é uma bactéria que se aloja no estômago, podendo


causar infecções, inflamações gástricas (gastrite), úlceras e até acelerar alguns tipos de
câncer de estômago. Trata-se da infecção bacteriana mais comum em adultos e, nem
sempre significa risco à saúde, porém precisa ser tratada corretamente em alguns
casos. Estima-se que 50% da população adulta do mundo está infectada com essa
bactéria e a incidência aumenta com a idade.
O estômago humano apresenta pH menor que 4, sendo, portanto, um meio ácido. Isso
é uma importante defesa do organismo contra infecções, já que as bactérias não
sobrevivem em ambientes ácidos. A H. Pylori, no entanto, é capaz de neutralizar o suco
gástrico secretando urease, uma enzima capaz de transformar o ácido gástrico em
amônia, e penetrar na mucosa que reveste o órgão por causa do seu formato de hélice
(por isso é chamada de Helicobacter), causando gastrite crônica.
SINTOMAS DA INFECÇÃO POR H. PYLORI
A bactéria se aloja no organismo e prejudica a barreira protetora do estômago ou
intestino, causando uma inflamação que provoca sintomas como dor e desconforto
abdominal. Também há registro de pessoas quem têm a sensação de inchaço na
barriga e sensação de saciedade rápida da fome, mesmo comendo uma pequena
quantidade de alimento.
TRANSMISSÃO E PREVENÇÃO
A H. pylori pode ser transmitida de uma pessoa contaminada para outra por meio de
secreções, especialmente através das fezes. Um dos principais modos de transmissão
acontece pelo contato com mãos ou vaso sanitário que não foram corretamente
higienizados. Para prevenir a contaminação por H. pylori, é fundamental manter bons
hábitos de higiene, como lavar as mãos antes de comer e depois de evacuar.
DIAGNÓSTICO
É possível descobrir a presença da H. pylori por meio de exames não invasivos, como
teste sorológico, teste respiratório da uréia e através das fezes. O diagnóstico é feito
mais comumente por endoscopia com biópsia e teste de urease.
Escherichia coli
"A Escherichia coli é uma bactéria na forma de bastonete, e anaeróbia facultativa. Seu
habitat primário é o trato gastrintestinal de humanos e outros animais endotérmicos (“de
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sangue quente”). É considerada um indicador de qualidade de água e alimentos através


da análise de coliformes fecais: nome dado a um grupo de bactérias que habita o
intestino dos referidos animais.
Grande parte da população desse grupo é formada pela Escherichia coli e, dessa forma,
sua presença sugere a possibilidade de haver, naquele local, micro-organismos
intestinais capazes de provocar doenças.
Geralmente a bactéria em questão habita o intestino sem causar problemas de saúde.
No entanto, ao se direcionar para a circulação sanguínea ou outras regiões do corpo, é
capaz de provocar infecções.
Esse quadro pode também se manifestar pela ingestão de água ou alimentos contendo
cepas da bactéria, liberadas juntamente com as fezes de indivíduos contaminados; pelo
contato com animais doentes, e com profissionais da saúde ou instrumentais médicos
contaminados."
"Diante disso, algumas medidas são muito importantes para prevenir essa e
muitas outras infecções:
- Lavar as mãos após ir ao banheiro;
- Lavar as mãos antes das refeições;
- Lavar as mãos antes e depois de preparar alimentos;
- Lavar bem os alimentos que são consumidos crus, como alface e tomate,
descascando-os, se possível, ou, pelo menos, desinfetando-os com água sanitária (uma
colher de sopa para cada litro de água potável, por quinze minutos);
- Cozer carnes e vegetais antes de ingeri-los;
- Preparar a carne em separado, não reutilizando os recipientes ou talheres.
Quanto ao tratamento das infecções por E. coli, geralmente a única medida a ser
adotada é a reposição de líquidos. No entanto, tratando-se de outras regiões que não
pertencem ao trato digestório, outros procedimentos podem ser requeridos. No caso da
variante do surto europeu, em razão da hemorragia que pode provocar, há a
possibilidade de ser requerida a transfusão de sangue.

LEPTOSPIROSE
A leptospirose é uma doença infecciosa aguda causada pela bactéria Leptospira
interrogans, transmitida pela urina de ratos. A rede de esgoto precária, a falta de
drenagem de águas pluviais, a coleta de lixo inadequada e as consequentes inundações
são condições favoráveis para o aparecimento de epidemias.
Os sintomas da leptospirose aparecem entre dois e trinta dias após a infecção, sendo o
período de incubação médio de dez dias. Febre alta, sensação de mal estar, dor de
cabeça constante e acentuada, dor muscular intensa, cansaço e calafrios estão entre
as manifestações da doença. Também são frequentes dores abdominais, náuseas,
vômitos e diarreia, podendo levar à desidratação.
O tratamento de pessoas com leptospirose é feito principalmente com hidratação. Não
devem ser utilizados medicamentes para dor ou para febre que contenham ácido
acetilsalicílico, que podem aumentar o risco de sangramentos. Os anti-inflamatórios
também devem ser evitados. Quando o diagnóstico é feito até o quarto dia de doença,
devem ser empregados antibióticos, que reduzem as chances de evolução para a forma
grave. As pessoas com leptospirose sem icterícia podem ser tratadas no domicílio. As
que desenvolvem meningite ou icterícia devem ser internadas.

FEBRE TIFOIDE
Causada pela bactéria Salmonella Typhi, a febre tifoide é transmitida pela ingestão de
alimentos ou água contaminados, ou pelo contato com os portadores. Seja como for, a
única porta para a sua entrada é a via digestiva. A doença também é exclusiva do
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homem, não sendo encontrada manifestações dela em nenhuma outra espécie animal.
Os primeiros sintomas, caracterizados por dor de cabeça, fadiga, febre e agitação
durante o sono. Deve ser tratada com antibióticos específicos, mais comumente o
cloranfenicol e ampicilina, também deve-se tratar as complicações, caso hajam, e isolar
o paciente, que mesmo curado pode tornar-se portador do bacilo por meses, até mesmo
anos.
Além da vacinação, para evitar o contágio da febre tifoide é necessário tratar a água e
os alimentos, controlar o lixo, observar boas condições de higiene, identificar e vigiar os
portadores dos bacilos.

BOTULISMO
É uma doença infecciosa produzida pela bactéria toxina do bacilo Clostridium botulinum
que produz uma paralisia no nível do sistema nervoso. Os primeiros casos aconteceram
pela ingestão de salsichas contaminadas e outros derivados da carne. Felizmente e
devido aos progressos nas técnicas de enlatado e conservação dos alimentos, tem-se
observado uma diminuição importantíssima de sua incidência.
Começa com uma paralisia dos músculos da cabeça que vai descendo simetricamente,
visão borrada, dificuldade para falar e para deglutir os alimentos, que pode-se
acompanhar de manifestações gerais como fraqueza muscular, enjoos e desmaios.
Também aparece: secura da boca e da língua que não se alivia com a ingestão de
líquidos, constipação, retenção de líquidos e diminuição da pressão arterial. Caso
comprometa os músculos respiratórios, pode acontecer a morte, pelo fato de mudar a
mecânica respiratória.
Tratamento específico consiste no fornecimento de soro que contenha anticorpos contra
a toxina C. botulinum, que somente age sobre a toxina que circula pelo sangue e não
sobre a ligada ao sistema nervoso. Em alguns casos, pode-se realizar lavagens
gástricas e clister para impedir a absorção das toxinas que têm ficado no aparato
digestivo.
Para evitar a contaminação dos alimentos, deve-se realizar um controle apropriado do
processo de enlatamento e conservação deles. Os alimentos enlatados suspeitos
devem ser rejeitados. As conservas caseiras somente poderão ser consumidas se
forem fervidas previamente.

TÉTANO
A bactéria Clostridium tetani, agente causadora da moléstia, uma vez no organismo
humano, a Clostridium germina, assume uma forma vegetativa e passa a produzir uma
poderosa toxina chamada tetanospasmina que ataca o sistema nervoso central,
causando rigidez muscular em diversas regiões do corpo.
Entre os principais sintomas observa-se o trismo (alteração nervosa que impossibilita a
abertura da boca), riso sardônico (produzido por espasmos dos músculos faciais), dores
nas costas, rigidez abdominal e da nuca, espasmos e convulsões. O quadro pode ser
tornar complicado e causar parada respiratória ou cardíaca.
O tratamento inclui, principalmente, sedativos, músculo-relaxadores, antibióticos e o
soro antitetânico, sendo a primeira semana capital para se evitar a morte do doente. A
partir de então, restará administrar os medicamentos e aguardar a recuperação
orgânica dos tecidos comprometidos, sobretudo o nervoso. Estatísticas apontam que
as maiores vítimas de tétano são crianças de até 14 anos. Crianças de até cinco anos
devem tomar a vacina tríplice, mas todos, sem exceção, devem ser vacinados com o
toxóide tetânico com reforço a cada dez anos.
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A vacina pode ser adquirida em qualquer posto de saúde público. Caso ocorra algum
tipo de ferimento, recomenda-se a lavagem imediata do local com água e sabão e a
aplicação de água oxigenada, já que a Clostridium tetani não resiste ao contato com o
oxigênio.

TUBERCULOSE
Grave e causada por uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis (também
conhecida como bacilo de Koch), a tuberculose é transmitida pelas vias respiratórias. O
contágio se dá pelas gotículas de escarro eliminadas pelo enfermo quando este tosse
ou espirra ou mesmo pela poeira gerada pelo catarro expelido.
Os sintomas são: “a tosse prolongada por mais de três semanas, mesmo sem febre, é
o primeiro indício da infecção. Depois pode se seguir catarro, febre acompanhada de
muito suor, perda de apetite e emagrecimento”.
Apesar dos números altos, o tratamento à base de antibióticos aplicado no país é
excelente e 100% eficaz. No entanto, aponta seu abandono como outro problema
importante: “a cura leva seis meses, mas muitas vezes o paciente não recebe o devido
esclarecimento, está desempregado, com baixa auto-estima, não é estimulado e acaba
desistindo antes do tempo

MENINGITE MENIGOCÓCICA
Doença grave do sistema nervoso central, a meningite pode ser causada por inúmeros
agentes, desde o Streptococcus pneumoniae (pneumococo causador da pneumonia)
até o Leptospira (bactéria causadora da leptospirose), mas os mais relevantes são o
Neisseria Meningitidis (meningococo) e o Mycobacterium tuberculosis (bacilo da
tuberculose).
A meningite meningocócica tem cura, mas o tratamento deve ser iniciado o mais rápido
possível para evitar sequelas neurológicas, como surdez, por exemplo.
Os sintomas da meningite meningocócica podem ser:
• Febre acima de 38º;
• Forte dor de cabeça;
• Náuseas e vômitos;
• Rigidez na nuca, com dificuldade para dobrar o pescoço;
• Sonolência e cansaço excessivo; • Intolerância à luz e ruídos; • Manchas
roxas na pele.
Os sintomas da meningite meningocócica em bebê podem, ainda, incluir moleira tensa,
agitação, choro intenso, rigidez do corpo e convulsões.
A prevenção da meningite meningocócica pode ser feita com o uso de vacinas para
meningite incluídas no calendário de vacinação da criança, assim como:
• Evitar locais com muitas pessoas;
• Manter os cômodos da casa bem ventilados;
• Evitar lugares fechados; • Ter boa higiene corporal.
Além disso, os indivíduos que estiveram em contato próximo com o paciente devem
ingerir antibióticos orais para evitar que a doença surja.

PNEUMONIA
A pneumonia pode ser desencadeada por vírus, fungos, protozoários e, principalmente,
bactérias e caracteriza-se pela inflamação dos pulmões – mais especificamente os
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alvéolos, onde ocorrem as trocas gasosas – em virtude de infecções causadas pelos


microorganismos citados.
Os principais agentes causadores da pneumonia são as bactérias Diplococcus
pneumoniae, Haemophilus influenza, Staphylococcus aureus e Klebsiella pneumoniae.
Entre os vírus destacam-se o do sarampo e o da varíola (este último, já extinto). A
doença pode ser adquirida por simples aspiração do ar ou de gotículas de saliva e
secreções contaminadas ou, ainda, por transfusão de sangue. Normalmente a moléstia
atinge crianças, idosos e pessoas com baixa imunidade, como alcoólatras, tabagistas,
ou indivíduos já atingidos por outras enfermidades – ela é a maior causa de mortes entre
os enfermos infectados com o vírus da AIDS.
A pneumonia também pode ser adquirida por mudanças bruscas da temperatura (por
exemplo, quando se sai da ducha quente direto para a varanda com vento frio) que
comprometem o funcionamento dos cílios responsáveis pela filtragem do ar aspirado.
Os sintomas da doença são tosse com escarro, dores reumáticas e torácicas, febre que
pode chegar a 40°C, calafrios, dor de ouvido e de garganta, aceleração de pulso e
respiração ofegante. Quando não é tratada, a pneumonia pode evoluir para um quadro
mais grave com acumulo de líquido nos pulmões e o surgimento de ulcerações nos
brônquios.
O tratamento depende do agente causador da enfermidade, mas costuma-se
administrar antibióticos como a tetraciclina e a eritromicina. Também deve-se isolar o
paciente para evitar o contágio de outras pessoas.

SÍFILIS
Doença infecciosa causada por uma bactéria que causa sintomas crônicos e sistêmicos
quando não diagnosticada ou tratada adequadamente. Doença sexualmente
transmissível, a sífilis começa na maior parte das vezes como uma ferida perto dos
órgãos genitais, mas também pode aparecer nos lábios e nos dedos. A seguir, os
gânglios linfáticos incham e aparece febre e dor de garganta. Se não tratada
adequadamente, a doença se espalha e pode atingir até o sistema nervoso.
Os sintomas são verrugas nos órgãos genitais, manchas vermelhas na pele, febre dor
de garganta.
O tratamento é feito com antibióticos, principalmente a penicilina. A Prevenção é usar
camisinha, fazer sempre uma boa higienização, além de exames anuais do aparelho
reprodutor. Os homens que sentirem dores súbitas e fortes nos testículos devem
procurar um médico com urgência.

FURÚNCULO
O furúnculo é uma infecção bacteriana que provoca um nódulo vermelho, quente e
dolorido, com inflamação profunda na pele. A responsável é uma bactéria perigosa, mas
muito comum, chamada Staphilococcus aureus.
Os primeiros sinais dessa lesão na pele são inflamação, dor aguda e vermelhidão. O
nódulo apresenta um pouco de pus bem no centro. A dor que ele causa é intensa e
latejante, como se estivessem cutucando com uma agulha debaixo da pele.
O Tratamento em média, dura de cinco a sete dias. Se for um furúnculo simples, é
provável que o médico receite compressas de água quente e pomada com antibióticos,
observando se há necessidade de fazer um corte para drenar o pus. Não esprema a
lesão nem fure a região com agulha. Isso pode piorar bastante o quadro. O
dermatologista é o único que pode fazer a drenagem. Furúnculos mal cuidados
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precisam ser extraídos no consultório e o procedimento deixa uma cicatriz profunda


escura.
Uma boa higiene é a melhor forma de evitar os furúnculos. Quem já foi contaminado
deve lavar com sabonete bactericida as regiões mais vulneráveis. Outras dicas: Lave
as mãos depois de cada curativo. Evite usar toalhas e sabonetes comuns. Não
frequente saunas nem piscinas até o completo desaparecimento dos sintomas.
Se tiver febre e os furúnculos aparecerem com frequência, o especialista pode indicar
antibióticos por via oral. Quem tem predisposição para a doença não deve deixar colares
friccionando a pele nem usar cintos apertados.

GONORRÉIA
Doença sexualmente transmissível, a gonorreia é uma infecção dos órgãos genitais e
do sistema urinário por bactérias. Nas mulheres, não existem sinais na fase inicial. A
gonorreia provoca mal-estar, febre, coceira, dor e queimação na hora de urinar,
corrimento esverdeado e purulento.
Ela atinge homens e mulheres, pode gerar infertilidade e até meningite – infecção na
meninge, membrana que envolve o cérebro. A cura é feita com antibióticos. O
preservativo reduz a chance de infecção e evita que a pessoa passe a doença para o
parceiro.

ERISIPELA
A erisipela geralmente é causada por um tipo comum de bactéria, o estreptococo. Toda
vez que há perda da barreira da pele, isto é, toda vez que a pele se rompe por algum
motivo, o estreptococo pode penetrar e provocar uma infecção superficial acompanhada
de vermelhidão e calor e que rapidamente afeta os vasos linfáticos existentes na
segunda camada da pele.
Calor, rubor e dor são três sintomas de inflamação que a medicina conhece há muito
tempo e que se manifestam também na erisipela. Dentro do organismo, a proliferação
das bactérias faz com que sejam liberadas toxinas que vão provocar febre, dor de
cabeça, mal-estar. Normalmente, as lesões aparecem mais nas pernas e nos pés,
embora possam manifestar-se também na face.
Se o indivíduo for hígido e a erisipela simples e inicial, a prescrição de antibióticos por
via oral, repouso e elevação do membro acometido creio que sejam medidas suficientes.
O tratamento da erisipela precisa ser seguido criteriosamente para evitar crises de
repetição que podem ter consequências graves.

LEPRA
O chamado Mal de Hansen ou Lepra é uma doença infecciosa crônica que acomete
quase que exclusivamente o homem, trata-se de uma doença que ataca principalmente
os nervos periféricos e a pele. O agente que causa a lepra chama-se Mycobacterium
leprae e é também conhecido como Bacilo de Hansen, seu descobridor.
O Homem, é hoje a fonte de contágio, e o “homem doente” ou seja aquele que não está
sendo tratado, ou está em recaída ou seja portador da chamada multibacilar (tem vários
bacilos de diferentes formas). A lepra é tratável em todas as suas formas, porém é claro,
que naquelas mais graves como as virchowianas podem ocorrer sequelas como
deformidades, atrofias, deformações de membros, faces e vários locais.
DESINTERIA BACILAR
Da água podem vir muitas doenças, ainda mais nos dias de hoje, que este líquido está
ficando cada vez mais poluído.Causado pela Bactéria Shigella, que podem ser
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transmitidas pela água contaminada. Os sintomas são Fezes com sangue e pus,
vômitos e cólicas. As bactérias do grupo coliforme são consideradas os principais
indicadores de contaminação fecal.

IMPETIGO:
causado pela bactéria Staphylococcus pyogenes, é muito comum em crianças.
Caracteriza-se pelo aparecimento de feridas na pele que se rompem e originam uma
casca. O impetigo é uma doença contagiosa.

SALMONELOSE
é uma doença infecciosa causada pela bactéria do gênero Salmonella, da
famíliaEnterobacteriaceae, sendo que são muitos tipos diferentes de germes nessa
“família”. A salmonella é encontrada principalmente nas fezes humanas e animais. A
Salmonelose é transmitida, portanto, através da ingestão de alimentos contaminados
por material fecal. Alimentos como aves, leite, carne, ovos, verduras e frutas geralmente
contêm a bactéria.
Os sintomas da doença aparecem entre 12 e 72 horas após a contaminação, sendo que
a doença costuma durar de dois a sete dias. São sintomas:
- Cólicas abdominais
- Náusea
- Diarreia
- Febre
- Desidratação
Como esses sintomas são comuns em mais de uma doença, o diagnóstico preciso da
Salmonelose só pode ser feito através de exame de fezes específico. Descoberta a
presença da bactéria, faz-se necessário à cultura das fezes para determinar o tipo
específico de germe, e com isso o tipo de tratamento.
Geralmente, não há a necessidade de tratamento específico. A medicação é a de
suporte ao paciente, garantindo seu bem estar. Em poucos dias a pessoa se recupera.
Porém, em alguns casos, a salmonelose causa desidratação severa e/ou a infecção
atinge outros órgãos além do intestino, sendo necessário, nesses casos, o
internamento, com o objetivo da reidratação com soro intravenoso, ou a prescrição de
antibióticos.

GANGRENA
A gangrena é causada pela morte dos tecidos, provocada pela falta de sangue numa
determinada região, comum em algumas doenças em fase grava, como a diabetes.
Normalmente, a gangrena surge nos dedos das mãos ou dos pés, mas pode aparecer
em qualquer parte do corpo.
Dependendo da gravidade e das causas, ela pode ser chamada de formas diferentes,
como gangrena seca, gangrena gasosa, gangrena diabética ou gangrena de Fournier.
Sintomas da gangrena
Os sintomas da gangrena são:
• Alteração da cor da pele naquela região, inicialmente a pele fica vermelha e após
algum tempo ela fica mais escura;
• Diminuição da sensibilidade;
• Pode haver dor em alguns casos de gangrena.
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Se o indivíduo apresentar estes sintomas deve procurar um cirurgião vascular para


diagnosticar a doença e começar o diagnóstico adequado, de maneira a evitar a perda
de grandes regiões do corpo.

Tratamento para gangrena


O tratamento para gangrena pode ser feito com o uso de remédios antibióticos, técnicas
para limpar a ferida, como a aplicação de larvas, ou através de cirurgia para tratar os
vasos e remover o tecido morto.
O tratamento para gangrena deve ser iniciado logo que possível para evitar a amputação
da região afetada.
Causas da gangrena
As causas da gangrena estão relacionadas à falta de circulação sanguínea naquele
determinado local. Algumas situações que podem facilitar o surgimento da gangrena
são frio extremo, fratura exposta e diabetes.

GARDNERELLA
Também conhecida como Vaginose bacteriana, a Gardnerella é uma infecção vaginal
causada pelas bactériasGardnerella vaginallis e Gardnerella mobiluncus. A bactéria
Gardnerella é comum em todas as mulheres em fase reprodutiva e o que causa essa
infecção é o desequilíbrio harmônico com relação ao organismo. Situações de stress,
outros tipos de infecções, gravidez e o uso prolongado do DIU podem acarretar no
aumento do número dessa bactéria e levar à infecção. Mulheres com mais de um
parceiro sexual estão mais propícias a pegar esse tipo de infecção.
Apesar de ser uma bactéria presente nas mulheres, os homens também podem contrair
a doença. Em caso de relação sexual com uma parceira que possui a Gardnerella, o
homem também contrai a doença. Essa infecção aumenta, em homens e mulheres, o
risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis como a gonorreia e a
tricomoníase. Nas mulheres, a infecção pode levar ainda à consequências mais graves
como a endometrite, salpingite, à infertilidade e, no caso de gestantes, ao aborto
espontâneo.
A doença, em alguns casos, pode ser assintomática. Porém, quando aparecem, os
sintomas da infecção são diferentes para homens e mulheres. Nas mulheres podem
aparecer bolhas vaginais, odor genital forte e desagradável, coceira e dor durante a
relação sexual. Nos homens os sintomas podem ser inflamações do prepúcio, da glande
ou da uretra, dores e ardor ao urinar, coceira e, em alguns casos, saída de secreção de
cor amarela.
A prevenção da Gardnerella é feita basicamente com o uso de preservativos. Limitar o
número de parceiros sexuais e uma boa higienização íntima diária também ajudam a se
prevenir da infecção. É extremamente recomendado o uso de sabonete neutro ou
apropriado na região do órgão genital.
Uma dieta balanceada, que evita a queda da imunidade, e o acompanhamento médico
ginecológico periódico também são medidas que diminuem as chances de contrair a
infecção.

Fungos
De uma forma geral, podemos dizer que há tipos diferentes de fungos e também que
eles são uma forma de vida bastante simples. Entre suas diferenças, há aqueles que
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são extremamente prejudicais para a saúde do homem, provocando inúmeras doenças.


Há ainda os que parasitam vegetais e animais mortos. Os que servem para alimento e
até aqueles dos quais se pode extrair medicamentos importantes para o homem, como
a penicilina.

DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS :

PÉ DE ATLETA
O pé de atleta é um tipo de infecção por fungos que (como se deduz pelo seu nome)
afeta os pés. É mais comum durante o verão em consequência do calor e do suor,
apesar de também ser bastante frequente em desportistas durante todo o ano.
O pé de atleta caracteriza-se por provocar uma erupção cutânea avermelhada na zona
infectada, com ampolas e inflamação, e produzindo uma comichão intensa. Costuma
aparecer na planta do pé, e sobretudo entre os dedos dos pés porque ali existe um
ambiente húmido que propicia o desenvolvimento deste tipo de fungo. Pode vir a
estender-se ao resto do pé e até mesmo às mãos por contato. Quem sofrer deste
problema deve evitar coçar frequentemente porque pode criar feridas, o que pode
complicar ainda mais a infecção devido à introdução do fungo no interior do organismo.
Para prevenir o pé de atleta basta mudar alguns hábitos. Por exemplo, deve-se secar
bem os pés (especialmente entre os dedos) e evitar andar descalço em zonas de
possível contágio (como piscinas ou duches públicos). Também é muito útil utilizar
creme hidratante entre os dedos dos pés depois do duche, deixando absorver bem
antes de se voltar a calçar. É igualmente importante utilizar calçado bem ventilado,
sobretudo durante o verão e mudar de calçado com frequência.
Quando já não for possível evitar deve ser feito um tratamento que pode durar várias
semanas em função da gravidade da infecção, e que consiste basicamente na aplicação
de uma pomada médica antimicótica.

CANDIDÍASE
A candidíase é uma infecção vaginal por fungos muito comum. É um dos transtornos
ginecológicos que mais leva as mulheres a recorrer à ajuda médica para o seu
tratamento.
Há muitos fatores que podem provocar o surgimento desta infecção, desde o uso de
anticonceptivos orais, até antibióticos, diabetes, menstruação ou gravidez. Outro fator
que também pode contribuir para o aparecimento de candidíase é a utilização de roupa
sintética apertada pois pode contribuir para o desequilíbrio do Ph da zona vaginal e
favorecer o desenvolvimento da candidíase.
Entre os sintomas mais frequentes da candidíase está a comichão, as secreções
vaginais esbranquiçadas e os fluxos mais espessos. Outros sintomas são dificuldade
em urinar, inflamação da vagina, bem como dores durante as relações sexuais. Para
prevenir esta infecção os especialistas recomendam que não se use roupas muito
apertadas e a utilização de roupa interior em algodão. Quando esta estiver húmida deve-
se trocar o mais rápido possível. Depois de utilizar o banheiro, deve-se limpar da frente
para trás e não aplicar duches vaginais, salvo por indicação médica. Se não puder evitar
o seu aparecimento, a candidíase deve ser tratada com antifúngicos e antimicóticos.
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ONICOMICOSE
A onicomicose é uma das patologias mais habituais nas unhas e uma das doenças
provocas por fungos mais difíceis de tratar. Raramente afeta as crianças, mas é
frequente em jovens e muito habitual em idosos.
Caracteriza-se por uma mudança da coloração e/ou engrossamento parcial da unha.
Pode ser tratada com a utilização de laser e de fármacos.
Para prevenir o seu aparecimento deve-se ter muito cuidado em zonas húmidas como
duches, piscinas, ginásios. E claro, deve-se também evitar trocar calçado e meias com
outras pessoas, assim como utensílios para cuidar das unhas. Deve-se manter
igualmente uma boa higiene pessoal.

PITIRÍASE VERSICOLOR
Pitiriase versicolor é uma infecção superficial da pele provocada pela levedura
lipodependente Malassezia furfur A presença dessas leveduras é extremamente comum
na pele de todos os seres humanos, de forma especial nas áreas mais gordurosas do
corpo, como tronco, braços, face, pescoço e couro cabeludo. São fatores de rico para o
aparecimento das lesões calor, umidade, pele oleosa, sudorese abundante e baixa
resistência imunológica.
A doença afeta indistintamente homens e mulheres jovens e sua principal característica
é a mudança na pigmentação da pele. Ela também é conhecida pelos nomes tínea ou
tinha versicolor, pano branco e micose de praia.
Sintomas
Em geral, as lesões são assintomáticas, mas alguns pacientes se queixam de leve
coceira. Elas aparecem sob a forma de múltiplas manchas descamativas, hipo ou
hiperpigmentadas, que variam do branco ao castanho ou são avermelhadas. Na
verdade, elas ficam mais evidentes quando a pessoa toma sol, porque se destacam na
pele bronzeada não comprometida pela infecção. As lesões pequenas e isoladas no
inicio podem confluir numa área maior despigmentada.
Diagnóstico
O diagnóstico clinico baseia-se no aspecto e localização das lesões. O exame
micológico direto ajuda a identificar o tipo de fungo e a lâmpada de Wood, a extensão e
características das lesões micóticas. É muito importante estabelecer o diagnóstico
diferencial com a hanseníase, a pitiríase rósea, a dermatite atópica e seborreica para
orientar o tratamento.

FRIEIRA
A frieira é causada por um fungo chamado Trichophyton, que normalmente está
presente na pele humana e não provoca nenhum sinal em pele íntegra, mas quando
encontra um local úmido e quente pode se reproduzir rapidamente causando coceira,
vermelhidão, descamação e até o rompimento da pele, aumentando a possibilidade de
uma infecção no local.
O tratamento para frieira pode ser feito com o uso de pomadas anti-fúngicas, que devem
ser aplicadas diariamente até a completa melhora dos sintomas. Estas pomadas são
encontradas na farmácia, podendo ser indicadas pelo próprio farmacêutico, mas quando
não são suficientes para curar a frieira após 1 mês de tratamento realizado
corretamente, pode ser necessário tomar antifúngicos em forma de comprimidos, que
precisam ser indicados pelo médico.
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Cuidados durante o tratamento


Para que o tratamento tenha o efeito esperado e a frieira não piore é preciso ter certos
cuidados diários, por toda vida, como:
• Usar chinelos durante o banho, especialmente em locais públicos para
evitar o contato com o chão que pode estar contaminado;
• Utilizar uma toalha apenas para a frieira e lavá-la após cada uso;
• Secar bem entre os dedos dos pés, após o banho e se possível usar um
secador de cabelo entre os dedos;
• Lavar as meias com água quente ou se lavar com água fria, passar à ferro
cada pé de meia;
• Optar por chinelos ou sandálias abertas nos dias quentes, pois os pés
transpiram com mais facilidade;
• Não usar meias ou sapatos fechados de outra pessoa, porque podem estar
contaminados;
• Deixar os tênis e sapatos fechados ao sol depois do seu uso;
• Pulverizar talco antisséptico antes de usar sapatos fechados;
• Trocar as meias sempre que o pé estiver transpirado;
• Evitar calçados fechados de material sintético, como plástico; • Nunca
usar um sapato úmido;
• Não andar descalço.
Estes cuidados, além de ajudar no tratamento da frieira, são essenciais para evitar o
aparecimento de novas frieiras.

TÍNEA DO COURO CABELUDO

placa de perda de cabelo ou ambas no couro cabeludo.


• Os médicos baseiam o diagnóstico em um exame do couro cabeludo e em
amostras retiradas do couro cabeludo.
• O tratamento inclui medicamentos antimicóticos tomados por via oral, para
todas as pessoas e, para crianças, creme antimicótico.
A tinea capitis é um tipo de dermatofitose. Nos Estados Unidos, a tinea capitis é causada
principalmente pelo fungo Trichophyton.
A tinea capitis é altamente contagiosa e muito comum entre crianças.
Sintomas
Escamação e perda de cabelo (na tinea do couro cabeludo)
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A tinea capitis pode causar uma erupção cutânea escamosa e seca que pode coçar ou
uma placa com perda de cabelo (alopecia), ou ambas. Um tipo de fungo causa tinea “de
pontos pretos”, que quebra o fio do cabeço na superfície do couro cabeludo. Um outro
tipo de fungo causa tinea "de toco cinza", que quebra o fio de cabeço acima da
superfície, deixando pedaços pequenos. A tinea capitis pode causar flocos que se
parecem com caspas.
Quérion

Uma infecção causada por dermatófito ocasionalmente causa quérion, que é uma placa
grande, dolorida, inflamada e inchada no couro cabeludo, e que às vezes secreta pus.
Um quérion pode ter bolhas e crostas e pode se parecer com um abscesso (bolsa de
pus). Um quérion é causado por uma reação do sistema imunológico ao fungo e pode
resultar em perda de cabelo com cicatriz. Diagnóstico

Um exame médico da pele •


• Exame de fios de cabelo arrancados ou de escamas do couro cabeludo
• Às vezes, exame com lâmpada de Wood e às vezes cultura
A tinea capitis é diagnosticada com base na aparência e nos resultados do exame de
amostra de cabelos arrancados ou da escamação do couro cabeludo. Os médicos
examinam as amostras ao microscópio.
Os médicos também podem fazer uma cultura (processo de cultivo de um organismo
em laboratório para identificação) das amostras ou do material retirado de um quérion.

IMPINGEM
A impingem, popularmente conhecida como impinge ou simplesmente Tinha ou Tinea,
é uma infecção por fungos que acometem a pele e levam a formação de lesões
avermelhadas na pele que podem descamar e coçar ao longo do tempo. No entanto,
dependendo do fungos responsável pela impingem, pode haver também alterações no
couro cabeludo, podendo haver perda de cabelo e descamação no local.
Os fungos relacionados com a impingem são denominados dermatófitos, que são
aqueles que apresentam maior afinidade pela queratina, que é uma proteína presente
na pele, cabelos e pêlos e, por isso, os sintomas são notados nessas regiões.
A impingem é mais frequente em crianças e idosos, porém pode acontecer em qualquer
idade devido a falta de higiene ou a transpiração excessiva, por exemplo, principalmente
na virilha, tronco, axilas e pescoço.
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ESPOROTRICOSE

Esta micose pode ultrapassar a pele e atingir também a região subcutânea e os


gânglios. Esta infecção é provocada por fungos da família Sporothrix spp., que habitam
a natureza e estão presentes no solo, plantas, folhas e madeira, por exemplo, por isso,
infectam principalmente fazendeiros, jardineiros ou agricultores.
Este fungo também pode de ser transmitido pela arranhadura de gatos contaminados.
Geralmente, a infecção da pele provoca o surgimento de caroço indolor, avermelhado
e que cresce gradualmente. Em alguns casos, principalmente nas pessoas com a
imunidade comprometida, pode haver o surgimento de diversas lesões, assim como
pode se espalhar pela corrente sanguínea e infectar pulmões, ossos, articulações,
testículos e, até, o cérebro.
Como tratar: O tratamento é feito com antifúngicos de uso oral ou venoso, como
Itraconazol, por 3 a 6 meses, e nos casos mais graves pode ser necessário o uso de
antifúngicos venosos, como a Anfotericina B, podendo durar por 12 meses.

Doenças causadas por protozoários


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Amebíase
A amebíase é causada pelo protozoário Entamoeba histolytica. A infecção ocorre em
virtude da ingestão desse protozoário juntamente à água ou alimento contaminado por
fezes. Essa infecção pode ser assintomática ou apresentar graves diarreias com
presença de sangue. Para evitar essa doença, é importante manter a higiene pessoal,
lavar bem os alimentos, beber água filtrada ou fervida e, principalmente, tratar o
indivíduo doente e investir em saneamento básico.

Giardíase
A giardíase é transmitida pelo protozoário chamado Giardia intestinalis (conhecido
também como Giardia lamblia). Assim como a amebíase, essa doença é contraída em
razão da ingestão de água e alimentos contaminados. A giardíase causa dores
abdominais e um quadro de diarreia que pode levar à desidratação e perda de peso.
Para evitar a transmissão, o investimento em saneamento básico, o tratamento de
doentes e bons hábitos de higiene são importantes.

Toxoplasmose
Toxoplasmose é uma doença infecciosa, congênita ou adquirida, causada por um
protozoário chamado Toxoplasma gondii, encontrado nas fezes dos gatos e outros
felinos. Homens e outros animais também podem hospedar o parasita.
Toxoplasmose é causada por um cisto do tipo Toxoplasma gondii, um dos parasitas
mais comuns do mundo. Ela pode ser adquirida por meio da ingestão de alimentos
contaminados – em especial carne crua ou mal passada, principalmente de porco e de
carneiro - e vegetais que abriguem os cistos do Toxoplasma após terem tido contato
com as fezes de animais hospedeiros.
Esses cistos podem infectar quase todas as partes do organismo humano, incluindo
cérebro, músculos e até mesmo o coração. No entanto, se a pessoa for saudável de um
modo geral, o sistema imunológico a defenderá bem contra as ações do parasita,
mantendo-o inativo dentro do organismo e impedindo, assim, que a pessoa volte a ser
infectada novamente por ele.
Mas se a resistência não for tão boa, principalmente se o paciente tiver alguma doença
que comprometa o sistema imunológico, a infecção pode ser reativada e causar sérias
complicações.
A toxoplasmose não é contagiosa entre humanos – ou seja, ela não pode ser transmitida
de pessoa para pessoa. No entanto, as fezes de gatos e outros felinos e a ingestão de
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alimentos contaminados não são a única porta de entrada para o parasita. Humanos
também podem adquirir a doença em outras situações, como:
• Usando facas e outros utensílios de cozinha contaminados
• Comer frutas e vegetais mal lavados
• Transfusões de sangue ou transplantes de órgãos
A doença também pode ser congênita. Neste caso, ela é transmitida da mãe infectada
para o bebê por meio da placenta. Se a mulher foi diagnosticada com a doença um
pouco antes ou durante a gestação, as chances de ela passar a inflamação para o filho
são de 30%, em média.
Geralmente, a toxoplasmose é uma doença que passa desapercebida. Em alguns
casos, porém, em pessoas consideradas saudáveis, podem aparecer sintomas
parecidos com os da gripe, como dor de cabeça, coriza, dor no corpo, febre,fadiga e dor
de garganta.
Já em pacientes com o sistema imunológico debilitado, podem surgir sintomas
específicos, como problemas de coordenação, convulsões, confusões, visão turva e,
em alguns casos, até mesmo infecções respiratórias, como pneumonia e tuberculose.
Em bebês, os sintomas são diferentes. Alguns podem nascer com pulmões e baço
anormalmente grandes, podem sofrer também de convulsões e de amarelamento da
pele e dos dentes, além de graves infecções nos olhos.
Somente uma pequena parte dos bebês que nascem com toxoplasmose demonstram
sinais da doença nos primeiros dias de vida. Geralmente os sintomas só aparecem na
adolescência.

Tricomoníase

Tricomoníase é um tipo de infecção da vagina e do pênis. É uma doença sexualmente


transmissível que pode ser tratada e que não causa problemas de saúde mais sérios.
Existe um microorganismo chamado Tricomonas vaginalis que causa a infecção.
Parceiros sexuais que não usam preservativo, podem disseminar o microorganismo
através de secreções.
Muitas mulheres que são infectadas pelo Tricomonas não desenvolvem sintomas.
Quando os sintomas surgem são principalmente corrimento abundante juntamente com
um prurido (coceira) vaginal. Em outros casos a mulher pode apresentar um corrimento
fluido com pouca cor e ainda um certo desconforto na micção. A maioria dos homens
não apresentam sintomas, e quando existem consiste em uma irritação na ponta do
pênis.
O que pode ser feito para prevenir a tricomoníase?
Se mantém vida sexual ativa, use camisinha (masculina ou feminina) pois esta a única
proteção contra a tricomoníase.

Verminoses
Verminoses é um grupo de doenças causadas por vermes parasitas que se instalam
no organismo. Causadas especialmente pela falta de saneamento básico e hábitos de
higiene, os vermes geralmente se alojam nos intestinos, mas podem abrigar-se
também em órgãos, como o fígado, pulmões e cérebro.
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A contaminação acontece através do contato, principalmente a ingestão, de água e


alimentos infectados e por meio de feridas na pele. Os principais sintomas das
verminoses são dores abdominais, náuseas, vômitos, diarreia, falta de apetite, perda
de peso, anemia, problemas respiratórios.
O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais, como o de fezes e de sangue.
O tratamento deve ser feito com vermífugos específicos. Pequenos cuidados como
lavar as mãos com frequência, lavar os alimentos e beber água filtrada colaboram
bastante no combate das verminoses;
Abaixo mostramos algumas das verminoses mais comuns:

Ancilostomose ou amarelão
Conhecida como amarelão, opilação, doença do Jeca Tatu, a Ancilostomose é uma
infecção intestinal causada por nematódeos, que pode apresentar-se assintomática,
em caso de infecções leves. Em crianças com parasitismo intenso, pode ocorrer
hipoproteinemia (queda na quantidade de proteína sanguínea) e atraso no
desenvolvimento físico e mental. Com frequência, dependendo da intensidade da
infecção, acarreta anemia por redução de ferro.
A transmissão acontece por meio de contato, geralmente pelos pés, com os ovos que
estão nas fezes são depositados no solo. Não se transmite de pessoa a pessoa,
porém os indivíduos infectados contaminam o solo durante vários anos, quando não
são adequadamente tratados. No Brasil, predomina nas áreas rurais, estando muito
associada a áreas sem saneamento e cujas populações têm como hábito andar
descalças
.
Ascaridíase
Causada por um helminto, habitualmente, não causa sintomatologia, mas pode
manifestar-se por dor abdominal, diarreia, náuseas e anorexia. Quando há grande
número de vermes, pode ocorrer quadro de obstrução intestinal. A contaminação
ocorre por meio da ingestão dos ovos infectantes do parasita, procedentes do solo,
água ou alimentos contaminados com fezes humanas.

TENIASE E CISTICERCOSE
Existem 32 espécies de tênia, porém só duas delas são capazes de provocar doença
no ser humano: Taenia saginata e Taenia solium. As tênias são grandes vermes de
corpo achatado que podem alcançar vários metros de comprimentos. A Taenia
saginata é um verme maior, podendo chegar até a 25 metros de comprimento, apesar
da média ser 5 metros. Já a Taenia solium costuma medir entre 2 a 7 metros.
Os seres humanos são os únicos hospedeiros definitivos da T. saginata e da T. solium.
Os bovinos são os hospedeiros intermediários da Taenia saginata, e os suínos são os
hospedeiros intermediários da Taenia solium.
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Ciclo de vida da tênia


O ciclo de vida da teníase começa quando um ser humano infectado evacua em um
local sem saneamento básico e libera para o meio ambiente ovos ou proglotes
grávidas (segmento do corpo da tênia que contém órgãos reprodutores) misturados às
fezes. Uma vez no solo, esse ovos de tênia podem sobreviver durante dias a meses,
dependendo das condições climáticas. Vacas, no caso da T. saginata, e porcos, no
caso da T. solium, tornamse infectados pela ingestão de vegetação contaminada com
ovos ou proglotes grávidas. No intestino desses animais, o embrião da tênia liberta-se
do ovo, invade a parede intestinal e consegue atingir a circulação sanguínea. Uma vez
no sangue, o embrião viaja até vários órgãos, como cérebro, olhos, coração e
músculos, onde se desenvolvem para a forma de cisticerco. O cisticerco contém cerca
de 0,5 a 1 cm e pode sobreviver na musculatura de bovinos e suínos por muitos anos.
Os seres humanos se infectam através da ingestão de carne crua ou mal cozida que
contenham cisticercos. Após ser ingerido, ao chegar ao intestino humano, o cisticerco
usa suas ventosas e ganchos para ficar aderido à mucosa. Uma vez estabelecido no
intestino, o parasito consegue completar seu ciclo de vida, tornando-se um verme
adulto dentro de 2 meses. A maioria das pessoas apresenta apenas uma única tênia,
chamada de solitária, mas se houver ingestão de muitos cisticercos, é possível que o
paciente desenvolva mais de um verme adulto ao mesmo tempo.
A tênia é um verme que possui órgãos sexuais masculinos e femininos em suas
proglotes, podendo ficar grávida sem a necessidade de um parceiro. A tênia possui
cerca de 1000 proglotes, que, ao ficarem grávidas, destacam-se do corpo do verme e
são liberadas nas fezes. Cada uma dessas proglotes pode produzir entre 50.000 e
100.000 ovos.
Ciclo da cisticercose
No momento em que o ser humano recém-infectado libera as proglotes e os ovos na
fezes, o ciclo da doença teníase torna-se completo. Porém, para a doença cisticercose
humana, estamos apenas na metade do caminho.
A cisticercose humana inicia-se quando o indivíduo contaminado libera os ovos de
Taenia solium nas fezes e, ele mesmo ou outros seres humanos, os ingerem
acidentalmente, como nos casos de águas contaminadas ou manuseio de alimentos
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com a mãos não devidamente higienizadas após uma evacuação. Pessoas que
moram na mesma casa de uma pessoa contaminada com Taenia solium são as que
têm o maior risco de desenvolverem cisticercose.
Quando um indivíduo ingere acidentalmente os ovos da T. solium, o processo se dá de
forma semelhante ao que ocorre nos porcos. Os ovos liberam o embrião do parasito
dentro dos intestinos, o mesmo cai na corrente sanguínea e espalha-se pelo corpo do
paciente. Se o ovo conseguir alcançar o cérebro, um cisticerco irá se desenvolver
neste órgão, levando à neurocisticercose, a forma mais grave da doença.
A cisticercose só ocorre com a ingestão de ovos da Taenia solium. Os ovos da Taenia
saginata não conseguem se transformar em cisticerco nos humanos, apenas nos
bovinos. A maioria dos pacientes com teníase não apresenta sintomas relevantes.
Quando eles surgem, são mais comuns nos casos de Taenia saginata. Dor
abdominal, náuseas, diarreia, perda de peso ou prisão de ventre são os sintomas de
teníase mais frequentes. As crianças costumam ser mais sintomáticas que os adultos.

SINTOMAS DA CISTICERCOSE
Os sintomas da cisticercose são completamente diferentes da teníase. Isso não é uma
surpresa, já que ambas são doenças distintas.
Os sintomas da cisticercose variam de acordo com os locais onde o cisticerco se
implanta. A forma mais grave é a neurocisticercose, que surge quando há implantação
de cisticerco no cérebro. Na neurocisticercose, os sintomas mais comuns são a dor de
cabeça e a epilepsia. Porém, não incomum haver casos totalmente assintomáticos de
neurocisticercose. O surgimento dos sintomas pode demorar anos. Na maioria dos
casos, os sintomas só surgem 3 a 5 anos após a contaminação.
Nos casos de contaminação maciça, com múltiplas implantações cerebrais do
cisticerco, o paciente pode desenvolver um quadro de edema cerebral, crises
convulsivas, náuseas, dor de cabeça, alterações da personalidade e até coma.
A cisticercose também pode atingir os olhos. O espaço sub-retiniano, vítreo e a
conjuntiva são os locais mais freqüentes de infecção. As manifestações clínicas mais
comuns da infecção ocular incluem dor, visão turva ou cegueira.
Os cisticercos também podem se depositar nos músculos, provocando um quadro de
miosite (inflamação do músculo) ou na pele, levando à formação de nódulos
subcutâneos.

Esquistossomose
A esquistossomose, também chamada de bilharzíase, é uma infecção causada por um
trematódeo pertencente ao gênero Schistosoma. No Brasil, esta doença é causada
pela espécie Schistosoma mansoni e tem como seu hospedeiro definitivo o homem,
necessitando de um hospedeiro intermediário, o caramujo, para completar seu ciclo
evolutivo.
Na água, os ovos eliminados pelo homem na urina e nas fezes, evoluem para larvas.
Estas, por sua vez, se alojam e se desenvolvem nos caramujos, que posteriormente
liberam a larva adulta que irá penetrar na pele do homem. Quando no sistema venoso
dos seres humanos, os parasitas se desenvolvem até atingirem de 1 a 2 centímetros
de comprimento, se reproduzem e eliminam seus ovos. Alguns desses ovos podem
alcançar a bexiga e o intestino, sendo eliminados pelas fezes e urina, fechando o ciclo.
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A doença apresenta a fase aguda e a crônica. Nesta primeira fase, podem aparecer
coceiras e dermatites, febre, inapetência, tosse, diarréia, enjôos, vômitos e
emagrecimento. A segunda fase (crônica), geralmente apresenta-se assintomática,
podem ocorrer episódios de diarréia, alternando-se com períodos de constipação,
podendo haver a evolução para um quadro mais grave, com hepatomegalia (fígado
aumentado), cirrose, esplenomegalia (aumento do baço), hemorragias derivadas do
rompimento de veias esofágicas, e ascite (acúmulo de líquido na região abdominal).
Esta ascite é popularmente chamada de barriga d’água.
Para o diagnóstico da esquistossomose é importante se conhecer o histórico do
paciente, saber se ele esteve presente em áreas consideradas endêmicas da doença,
além dos sintomas e do quadro clínico apresentado por este paciente. Para se ter um
diagnóstico seguro, pode ser realizado exames de fezes e urina, onde se evidenciam
ovos no material em questão, além de biópsia de órgãos, como da mucosa do final do
intestino. Hoje em dia, existem exames indiretos que detectam a presença de
anticorpos no sangue contra o Schistosoma.
Uma boa educação sanitária, saneamento básico, controle dos hospedeiros
intermediários (caramujos) e informações sobre o modo de transmissão desta doença,
são medidas necessárias para a profilaxia e controle desta doença.

Filariose
Essa doença parasitária tem como responsável o parasita denominadoWuchereria
Bancrofti, e seu vetor é o mosquito Culex quiquefasciatus. O mosquito infectado
inocula o parasita em cada pessoa, através da picada, por conseguinte o parasita
passa a percorrer a corrente sanguínea do paciente infectado.
É importantíssimo descobrir a infecção no princípio e buscar um médico, que indicará
o tratamento adequado, de acordo com os efeitos causados pelo parasita no
organismo.
Este é um problema mais comum em cidades brasileiras tais como Pará, Maranhão,
Alagoas, Bahia, Pernambuco e Santa Catarina.
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Sintomas
Os sintomas mais comuns, são:
• Febre;
• Dor de cabeça;
• Mal-estar;
• Doenças infecciosas na pele;
• Deformações;
• Presença de gordura na urina, etc.
Em uma fase mais avançada da doença, os pacientes apresentam inflamações dos
vasos linfáticos, e como consequência disso há o bloqueio dos vasos e inchaços nos
membros.
Por conta desse inchaço exagerado a doença é conhecida popularmente como
elefantíase, e ele pode ocorrer da seguinte maneira:
• Elefantíase nas pernas: ela começa no dorso do pé e costuma chegar até o joelho,
mais raramente até o quadril. A pele torna-se fibrosa e enrugada, e lembra a pele
de um elefante.
• Elefantíase do saco escrotal e do pênis: é muito frequente, causa um crescimento
extremamente exagerado das partes íntimas.
• Elefantíase de braços, mamas ou vulva: zonas raramente afetadas, que mudam
como no caso de elefantíase nas pernas.

Diagnóstico
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O diagnóstico geralmente é feito pela observação dos sintomas, posteriormente um


exame de sangue, análise de fluidos corporais ou parte do tecido infectado podem
detectar a presença das larvas do parasita.

Enterobiase

A enterobíase é uma doença infecciosa causada pela presença do verme Enterobius


vermicularis no intestino do indivíduo. Esta doença é também conhecida por oxiuriase.
Sua transmissão é de pessoa para pessoa, através do contato com as mãos cheias de
parasita, que foram parar ali após coçar o ânus ou com o consumo de água ou
alimentos contaminados.
O verme pode medir de 2 a 13 mm de comprimento, é de cor branca, parecido com
uma linha e causa intensa coceira no ânus, principalmente à noite, gerando
irritabilidade e insônia. Alguns indivíduos infectados podem ter manifestações
digestivas, como náuseas, vômitos, dores abdominais e fezes com sangue. Nas
mulheres, o verme pode migrar do ânus para a vagina, causando coceira e
corrimento, podendo haver também infecções no sistema urinário. Seu tratamento é
feito com medicamentos para vermes de dose única.

Doenças provocadas por Artrópodes

Pediculose
A pediculose da cabeça é uma doença parasitária, causada pelo Pediculus humanus
var. capitis, vulgarmente chamado de piolho da cabeça. Atinge todas as classes sociais,
afetando principalmente crianças em idade escolar e mulheres.
É transmitida pelo contato direto interpessoal ou pelo uso de objetos como bonés,
gorros, escovas de cabelo ou pentes de pessoas contaminadas.
A doença tem como característica principal a coceira intensa no couro cabeludo,
principalmente na parte de trás da cabeça e que pode atingir também o pescoço e a
região superior do tronco, onde se observam pontos avermelhados semelhantes a
picadas de mosquitos.
Com a coçadura das lesões pode ocorrer a infecção secundária por bactérias, levando,
inclusive, ao surgimento de glânglios no pescoço.
Geralmente a doença é causada por poucos parasitas, o que torna difícil encontrá-los,
mas em alguns casos, principalmente em pessoas com maus hábitos higiênicos, a
infestação ocorre em grande quantidade.
Outra característica da pediculose é a presença das lêndeas, que são os ovos do
parasita, depositados pelas fêmeas nos fios de cabelo. Tem coloração esbranquiçada
e ficam grudados nos fios a cerca de 1cm do couro cabeludo.

Escabiose
A escabiose, popularmente conhecida como sarna humana, é uma doença de pele
contagiosa, que tem como agente etiológico um ácaro da espécie Sarcoptes scabiei. A
transmissão desse parasita ocorre por meio do contato direto entre os individuos e
pelo compartilhamento de vestimentas. Esta afecção é comum entre os humanos e
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não está relacionado à falta de higiene, embora seja mais comum em ambientes de
elevada aglomeração e pouco higiênicos.
Este ácaro alimenta-se de queratina, a proteína que compõe a camada externa da
pele. Por conseguinte ao acasalamento, a fêmea deposita os ovos (em media seis por
fêmea), que ecloedem após duas semanas.
Entre duas a seis semanas de ocorrido o contato com algum indivíduo contaminado ou
com objetos pessoais do mesmo, surgem às manifestações clínicas. Como este ácaro
perfura a pele do seu hospedeiro, isso causa lesões de pele (erupções),
acompanhadas de intenso prurido, sendo este presente especialmente durante a
noite.
As lesões apresentam-se como pequeno trajeto linear da cor da pele ou um pouco
avermelhado, sendo que estas normalmente não são observadas, uma vez que o ato
de coçar a torna irreconhecível. Na maior parte dos casos, são observados diminutos
pontos escoriados ou cobertos por crostas. O ácaro em si não representa perigo, mas,
devido à coceira, podem ocorrer infecções secundárias que podem ser graves,
especialmente em pacientes portadores de doenças que afetam o sistema imune. As
áreas mais acometidas por esse parasita entre os dedos das mãos e dos pés, ao redor
dos pulsos e cotovelos, nas axilas, na dobra do joelho e ao redor da cintura; todavia,
pode afetar qualquer área do corpo. Em crianças pequenas e bebês é comum
acometer as regiões da cabeça, pescoço e palmas das mãos.
Indivíduos que já foram acometidos pelo parasita no passado poderão desenvolver os
sintomas dentre de poucos dias, pois já foram sensibilizados anteriormente, bem como
apresentar sintomatologia mais branda.
O diagnóstico é obtido por meio do exame clínico, podendo ser confirmado através da
visualização do ácaro pela microscopia.
O tratamento é realizado com inseticidas especiais ou escabicidas. Estes devem ser
aplicados no corpo inteiro, exceto acima da linha do nariz e das orelhas, por
aproximadamente 3 dias. É de extrema importância que a aplicação seja feita
novamente após 7 a 10 dias para combater o ácaro oriundo dos ovos que não haviam
eclodido durante a primeira aplicação. Alguns fármacos por via oral também são úteis
na terapêutica dessa afecção, sendo estes em dose única, podendo ser necessária a
repetição após 1 semana.

Miiase

Miíase é a infestação de larvas de moscas na pele ou em outros tecidos orgânicos de


animais, inclusive humanos, nos quais elas crescem e se desenvolvem. A miíase pode
ser primária ou secundária. Na miíase primária os ovos das moscas são depositados
sobre a pele sadia e eclodem em larvas que posteriormente invadem os tecidos
subjacentes. As larvas da miíase primária são conhecidas sob a denominação de berne
e geralmente são únicas. Na miíase secundária a mosca põe seus ovos em feridas
abertas napele, com secreção, e as larvas se alimentam do tecido necrosado existente.
As larvas da miíase secundária, também conhecidas como bicheira, em geral são
várias, até centenas.
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Febre maculosa
A febre maculosa brasileira (FMB) é uma doença infecciosa, febril aguda, de gravidade
variável, cuja apresentação clínica pode variar desde as formas leves e atípicas até
formas graves, com elevada taxa de letalidade. É causada por uma bactéria do
gêneroRickettsia (Rickettsia rickettsii), transmitida por carrapatos, caracterizando-se por
ter início abrupto, com febre elevada, cefaléia e mialgia intensa e/ou prostração, seguida
de exantema máculo-papular, predominantemente nas regiões palmar e plantar, que
pode evoluir para petéquias, equimoses e hemorragias. O tratamento precoce é
essencial para evitar formas mais graves da doença.

Alergias respiratórias por ácaros


Os ácaros do pó da casa são considerados a principal causa de alergias do aparelho
respiratório. São animais microscópicos que vivem no pó das casas e que podem ser
encontrados em tapetes, cobertores, colchões e bonecos de pelúcia. Preferem locais
húmidos e com temperaturas amenas e é no outono que mais se proliferam.
Alimentam-se principalmente dos restos de pele humana, que se vão libertando do
corpo por descamação e que se acumulam nas roupas da cama e colchões.
Quais os sintomas da alergia aos ácaros do pó?
A alergia aos ácaros não se caracteriza por um só sintoma, os seus efeitos podem ser
variados. Nas formas mais moderadas, a pessoa pode sofrer apenas de obstrução ou
corrimento nasal. Nas alergias moderadas a graves podem ocorrer outros sintomas,
tais como olhos lacrimejantes, irritação cutânea, espirros e ataques de asma.
Conselhos para uma casa livre de ácaros
Os ácaros do pó encontram-se em todas as casas, mesmo as mais meticulosamente
limpas. No entanto, existem medidas que permitem diminuir o número de ácaros
dentro de casa:
- Chão
Opte por soalhos de madeira, facilmente laváveis, e evite alcatifas ou tapetes grossos.
- Paredes
As paredes lisas retêm menos pó e são facilmente laváveis.

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