Você está na página 1de 16

Deborah

2018/2019
transmissão da infeção
TITI
25 de abril de 2019 17:39

Doença Infeciosa: Resultado da invasão de um hospedeiro por um agente patogénico.


• A sobrevivência continuada dos agentes infeciosos, com ou sem indução de doença, depende da sua transmissão a um
hospedeiro suscetível, do estabelecimento de infecção e da replicação do agente para manter o ciclo da infecção.

Transmissão Horizontal (Lateral) ou Vertical


Horizontal Vertical
De um segmento da população a outro (entre indivíduos da De uma geração á outra, pela infeção do embrião ou do feto in
mesma geração) utero ou in ovo.
• Direita ou Indireta
• Direta: Hospedeiro suscetível contrai uma infeção, por contacto • Hereditária: Agente transportado no genoma de um progenitor
físico com um H. infetado ou por contacto com as suas (ex.: retrovírus)
descargas infetadas (ex.: vírus da esgana na urina e fezes de • Congénita: “doenças presentes ao nascimento”, mas referem-
cães) se geralmente a doenças adquiridas in utero ou in ovo
• Indireta: Envolve um veículo intermediário, vivo ou inanimado,
que transmite a infecção entre o hospedeiro infetado e o H. Infecção inata – infecção inaparente e que continua após o
suscetível nascimento

Transmissão Horizontal
Hospedeiro
→ Planta ou animal (incluindo artrópodes) que pode ser infetado com um agente e que lhe proporciona sobrevivência;
geralmente ocorrem multiplicação ou desenvolvimento no hospedeiro.

Definitivo Termo parasitológico que descreve o H. no qual um agente desenvolve a sua fase de reprodução sexuada
Final Termo sinónimo do anterior, mas mais geral (para todos os tipos de agentes)
Primário (Natural) Animal que mantém uma infecção numa área em que a mesma é endémica
Hospedeiro de manutenção: um agente infecioso depende frequentemente de um H. primário para a sua
existência a longo prazo
Secundário (aberrante) Espécie que está adicionalmente envolvida no ciclo de vida de um agente , especialmente fora de áreas
típicas de endemicidade e pode atuar como H. de manutenção
Paraténico Agente transmitido mecanicamente sem posterior desenvolvimento ou multiplicação
Termo helmintológico = vetor mecânico
Intermediário Animal no qual um agente infecioso sofre algum desenvolvimento, frequentemente com reprodução
assexuada (termo parasitológico)
Amplificador Animal que pode aumentar a quantidade de agente, devido a alterações temporais na dinâmica
populacional que produzem um súbito aumento no tamanho da população hospedeira
• Ocorre multiplicação do agente
Acidental (Terminal ou Não transmite geralmente o agente a outros animais
Fundo de Saco)
Hospedeiros de ligação
Reservatório Onde um agente reside e se multiplica, sendo por isso uma fonte frequente de infecção para outros
animais
• É frequentemente um H. primário
Vetor “veículo vivo”
• transmissor animado de agentes infeciosos; geralmente definidos como invertebrados (sobretudo
artrópodes) que transmitem agentes aos vertebrados
Vetor Mecânico Animal (geralmente um artrópode) que transporta fisicamente um agente infecioso ao seu H. primário ou
secundário
• Ex.: mosquitos e pulgas e vírus da mixomatose
• O agente não se multiplica nem desenvolve no v. mecânico
Vetor Biológico O agente desenvolve uma parte necessária do seu ciclo biológico, ou multiplicação, antes da transmissão
aos H. natural ou secundário
• Transmissão biológica:
1. Com desenvolvimento: com uma fase essencial no vetor (ex.: Dirofilaria immitis nos mosquitos)
2. Propagativa: o agente multiplica-se no vetor (ex.: vírus “loupin-ill” nas carraças)
3. Ciclopropagativa: combinação de 1 e 2 ( ex.: Babesia spp. em carraças)
• Podem ser H. Definitivos ou Intermediários ( ex: mosquitos do género Anopheles, etc., são Vetores
biológicos e h. definitivos de Plasmodium spp. (causa de malária ou paludismo))

Epidemiologia Teórica - Deborah Página 1


biológicos e h. definitivos de Plasmodium spp. (causa de malária ou paludismo))

Fatores associados à dispersão da infeção:

1. Características dos hospedeiros


Suscetibilidade Infecciosidade
Todos os mamíferos são suscetíveis ao vírus da raiva, mas Duração do período em que o animal é infecioso OU quantidade
apenas os equinos são naturalmente suscetíveis à relativa de um agente que um animal pode transmitir
infecção pelo vírus da rinopneumonia equina
Um animal não é infecioso assim eu se infeta:
○ Período pré-patente: parasitas
○ Fase de eclipse: vírus
○ Período latente: bactérias
○ Período de incubação: período de tempo entre a infecção e o desenvolvimento de sinais clínicos
○ Infecções inaparentes têm período pré-patente, mas não período de incubação
○ Tempo de Geração: período entre a infecção e a infecciosidade máxima
Sinónimo de
○ Intervalo de série: período de tempo entre fases análogas de uma doença infeciosa em casos sucessivos de uma cadeia
de infecção
Estes períodos, para um determinado agente e espécies hospedeiras, não são os mesmos para todos os animais, mostrando
variação natural
○ Período de incubação extrínseca do agente: tempo entre a infecção e a disponibilidade de um agente infecioso num
vetor artrópode
○ Nível limite/limiar: para que ocorra transmissão entre um hospedeiro vertebrado e um vetor artrópode, um agente infecioso
deve apresentar uma concentração mínima na circulação do h. vertebrado
Alguns H. vertebrados infetam-se, mas não transmitem a infecção aos artrópodes porque o nível limite não é atingido: h.
terminais

2. Características do agentes patogénicos


Infetividade Estabilidade Virulência
Quantidade de um organismo que é necessária Período de tempo que um agente pode permanecer
para iniciar a infecção infetante fora do hospedeiro
• A Infetividade de um agente não pode ser
especificada sem referência ao hospedeiro

3. Contacto efetivo
Descreve as condições sob as quais uma infecção é provável de ocorrer
▪ A patogenia da doença pode aumentar a probabilidade de transmissão
ex.: as doenças respiratórias podem induzir tosse e espirros, que disseminam os agentes patogénicos

Vias de Infeção
• Oral (mais frequente)
• Respiratória: permite entrada de agentes que podem não se restringir ao trato respiratório
○ As infecções pela via respiratória são mais prováveis de ocorrer quando as densidades populacionais são elevadas e a
ventilação e fraca
• Cutânea, da córnea ou de membranas mucosas
○ Transmissão através da pele = percutânea
○ Pele intacta ou lesionada
○ Picadas de vertebrados ou de artrópodes
○ Contacto sexual
Métodos de Transmissão
Ingestão • Pode ocorrer através de um veículo mecânico (fomites)
Ex.: água contaminada
• Ou por ingestão de um h. intermediário
Ex.: quistos na carne
• Dependendo dos agentes, pode haver excreção fecal, pela urina, respiração, …
Transmissão Aérea Ar contaminado
• Alguns agentes que não são primariamente agentes patogénicos do trato respiratório podem contaminar
o ar e ser transmitidos por via aérea
Ex.: vírus febre aftosa; Salmonella via conjuntival
Contacto • Transmissão sem fatores de transmissão (Ex: vetores mecânicos): É necessário algum traumatismo (ainda que
microscópico)
• Transmissão por mordedelas e arranhaduras
Inoculação Introdução, no corpo por punção da pele ou através de uma ferida, de agentes infeciosos
• Tipo de transmissão de contacto
• Picadas de artrópodes
Transmissão Criada pelo médico
Iatrogénica • Introdução de agentes patogénicos por instrumentos sujos ou por superfícies corporais contaminadas
• Introdução de preparações profilácticas ou terapêuticas contaminadas com agentes – vacinas,
transplante de órgãos, etc.
Coito Doenças venéreas ou doenças sexualmente transmissíveis (DST)
• Também em artrópodes
• Os agentes transmitidos de modo fecal-oral e aéreo produzem geralmente epidemias explosivas; os
agentes transmitidos pelo coito disseminam-se mais lentamente, durante um longo período (transmissão

Epidemiologia Teórica - Deborah Página 2


agentes transmitidos pelo coito disseminam-se mais lentamente, durante um longo período (transmissão
individual)

Transmissão da infeção a longas distâncias


• Mobilidade dos hospedeiros: transporte, importação, etc.
• Transmissão aerógena (atmosférica):categoria de transmissão a longa distância
○ Núcleos de gotas desidratadas e chuva sedimenta núcleos

Transmissão Vertical
Germinativa Infecção das camadas superficiais do ovário ou infecção do próprio ovo (ex.: vírus da leucose aviária)
Ao Embrião Via placenta (transplacentariamente) ou via circulação fetal
Ascendente Infecção transmitida do canal genital inferior ao âmnio ou placenta (ex.: Staphylococcus e Streptococcus)
Ao parto Infecção por herpes simplex

Estado Imunitário do feto e transmissão vertical


Transmissão Transovárica e Transestádica em artrópodes (e transmissão sexual)
Vírus da peste suína africana mantido no argasídeo Ornithodoros moubata pelos 3 tipos
Manutenção da Infeção
• Limites para os agentes infeciosos
○ Ambiente no hospedeiro: defesas naturais
▪ Resistências dos agentes, grande fecundidade, etc.
○ Ambiente externo: dissecação (inibe com frequentemente a multiplicação) e radiação UV
▪ Dissecação inibe frequentemente a multiplicação
• Estratégias de manutenção
1. Evitar estado no ambiente • Transmissão vertical
externo • Transmissão venérea
• Transmissão por vetores
• Transmissão por sarcofagia
2. Desenvolvimento de • Esporos bacterianos e fúngicos, quistos de protozoários, ovos de helmintes de casca
formas de resistência espessa
3. Estratégia “rapidamente • Antes de o hospedeiro instalar resposta imunitária; disponibilidade de H. suscetíveis
dentro, rapidamente fora"
4. Persistência no • Imunossupressão (geral ou específica) e tolerância
hospedeiro • Variabilidade antigénica, parasitismo intracelular, localização inacessível, indução de AC
ineficazes
5. Extensão da gama de • A maioria dos agentes infeciosos podem infetar mais do que uma espécie de hospedeiro
hospedeiros • Por exemplo, 80% dos agentes aos quais os seres humanos são suscetíveis infetam
outras espécies de animais: ZOONOSES
• No entanto, se um agente está presente em diferentes espécies numa determinada área,
não pode ser sempre assumido que ocorra transferência entre essas espécies: algumas
espécies são H. terminais

Epidemiologia Teórica - Deborah Página 3


descrição da ocorrência
de doença
it
26 de abril de 2019 18:15

Ocorrência Endémica:
1. Frequência Habitual de ocorrência de uma doença numa população
2. Presença constante de uma doença numa população
O termo endémico/endémica implica um estado estável

Hiperendémica Continuamente presente a um nível elevado, afetando todos os grupos etários


Endémica Doenças infeciosas e não infeciosas. A população afetada e a sua localização devem ser específicas

Ocorrência epidémica:
Originalmente: aumento súbido e imprevisível do número de casos de uma doença infeciosas numa população
Modernamente: ocorrência de uma doença infeciosas ou não infeciosas além do nível esperado
Epidémico= inesperadamente frequente

Epidemia • Não envolve obrigatoriamente um elevado numero de indivíduos


• Quando ocorre, a população terá estado sujeito a um ou mais fatores que previamente não estavam presentes
• O nível endémico de doença numa população tem de ser conhecido antes que uma epidemia possa ser reconhecida

Ocorrência pandémica
Pandemia • Epidemia disseminada que geralmente afeta grande parte da população (muitos países)
• Ex: peste negra na europa

Ocorrência esporádica
• Surto esporádico de doença ocorre irregularmente e ao acaso
• Circunstância locais -> pequenos surtos localizados
• Ex: casos individuais ou conjunto de casos
• Ir a um pais e trazer a doença para o pais nativo

"Epidemia Esporádica": doença esporádica, mas nível endémico de anticorpos (interrogans serovar pomona endémica em porcos domésticos na
Nova Zelândia)
- A bactéria é causa frequente de epidemias esporádicas de abortos em bovinos
- Infeção e aborto são esporádicos, mas há um nível endémico de anticorpos na população bovina

Surtos
“Office International des Epizooties”: uma ocorrência de doença no estabelecimento agrícola, est. de produção animal, incluindo edifícios e
instalações, em que animais estão presentes
• Implica geralmente mais do que um animal afetado

Quantificação de doenças - conceitos básicos

Morbilidade Quantidade da doença: nº de animais doentes relativamente ao tamanho da população em risco


Mortalidade Nº de Mortos
• Distribuição temporal e espacial
Medidas análogas ás da incidência
Mortalidade Cumulativa MC = nº de mortes / nº indivíduos da população no início do período de tempo
Taxa de mortalidade (densidade TM = nº de mortes devidas a doença que ocorrem numa população durante um período definido de tempo /
de mortalidade) soma, relativa a todos os indivíduos, do tempo em risco
Letalidade nº mortes / nº de animais doentes
• Se o período de observação é longo – sobrevivência
Sobrevivência É a probabilidade de os indivíduos com uma doença específica permanecerem vivos durante um período
definido de tempo
• S = N – D / N (D = nº de mortes; N = nº casos novos diagnosticados e sob observação durante o período
de tempo)

Letalidade e sobrevivência são complementares ( a soma das 2 dá100%)


Demografia Mensuração e descrição do tamanho de uma população e suas características

Estrutura de populações animais

População Contígua • Há contacto entre os indivíduos da população e elementos de outras populações


• Predisposição para a transferência e persistência de doenças infeciosas em áreas extensas
• Avaliação do tamanho de população contiguas: registo de canídeos, etc…
• Cavalos e póneis: relação com numero de ferradores, ferraduras produzidas, …
População de animais Selvagens • Contagem direta ou indireta
→ Direta: observação individual, incluindo contagem aérea ou no solo
○ Captura- Libertação - Recaptura: N=a x n/r (N: tamanho estimado; a: nº inicialmente marcados;
n: nº recapturados; r: nº marcados recapturados)

Epidemiologia Teórica - Deborah Página 4



n: nº recapturados; r: nº marcados recapturados)
○ Condições: mistura de animais marcados e não marcados na população; a população não é
aumentada por imigração ou nascimentos; a probabilidade de capturar marcados e não é
igual; as marcas não se perdem nem são demasiado evidentes
○ Amostragem à distância – computador, etc.
→ Indireto: efeitos do ato de pastar, etc,…
Populações Separadas • Rebanhos ou Bandos
• Populações fechadas e Populações Abertas
• Mais fácil de avaliar o tamanho

Medidas de ocorrência de doença:

Prevalência nº de casos de doença ou situações similares (infecção ou presença anticorpos), numa população conhecida,
num tempo definido, sem distinção entre casos antigos e novos (numa população, ver quantos têm a doença)
• “número de animais afetados”
• P = nº de indivíduos com a doença num determinado momento / nº de indivíduos na população em risco
nesse momento
○ proporção que representa a probabilidade de um animal ter uma determinada doença num
determinado momento
○ Valores entre 0 e 1; por vezes, expressada como %
Prevalência instantânea • Quando o tempo não é especificado; ou seja, a quantidade de doença numa população num ponto particular
no tempo
Prevalência periódica • nº de casos que existiram durante um período de tempo determinado ( ex.: p. anual )
Prevalência anual • Soma da prevalência instantânea no início do período de tempo mais o número de casos (novos) que
ocorreram durante esse período; usado quando não se sabe o momento exato de aparecimento de uma
infecção/doença
Prevalência durante a vida • Número de indivíduos com a doença durante uma parte da sua vida
Incidência nº de casos novos que ocorrem numa determinada população durante um período definido de tempo
• Componentes essenciais: nº de casos novos e período de tempo durante o qual…
• Pode ser definida como o nº de animais afetados, mas é geralmente apresentada em relação à população
em risco
Taxa de ataque ou taxa de contágio: usada para descrever a proporção de animais que desenvolvem a doença
durante um breve período de exposição (ex.: p. neonatal)
Taxa de ataque secundária: proporção de casos de doença transmissível que surgem como resultado do
contacto com o caso primário
• TAS = nº indivíduos expostos ao caso primário que desenvolvem doença dentro da duração do PI / / nº total
indivíduos expostos caso primário
○ PI = período de incubação
• Casos terciários – surgem devido ao contacto com os casos secundários

Incidência cumulativa ou • Proporção de indivíduos sem a doença no início do período de estudo que se tornam doentes durante esse
percentual (ou risco) período
○ IC = nº indivíduos que adoecem durante um período definido / nº de indivíduos saudáveis na população
no início desse período
○ Proporção: 0-1, ou %
Taxa de incidência Mede a rapidez com que os novos casos da doença se desenvolvem ao longo do tempo (unidade calculada a
partir dos animais e do tempo)
• TI = nº de novos casos que ocorrem na população durante um período de tempo definido / soma, relativa
a todos os indivíduos, do tempo em risco de desenvolverem a doença
○ TI = 0-1 por animal-semana em risco, por animal-mês em risco, etc
• Animal em risco = animal (ainda) sem a doença
• Uma taxa de incidência de 2 casos por animal-mês em risco é igual a 24 casos por animal-ano? Sim
○ O movimento da doença depende de Tamanho da população, Período de observação e Força da
“morbilidade"
▪ Força da morbilidade (também chamada “taxa de perigo” ou “taxa de incidência
instantânea”): medida teórica do risco de ocorrência de doença num instante definido
○ TI indica ritmo de ocorrência dos casos
• A taxa de incidência é, por vezes, chamada de taxa de incidência verdadeira, taxa de indivíduo-tempo ou
densidade de incidência
• A incidência cumulativa pode ser calculada a partir da taxa de incidência: IC = 1 – e(-TI)
○ Diferença entre IC e Ti: denominador
▪ IC: relaciona a doença com o nº em risco no início do período de observação
▪ TI: … com a população média em risco
▪ A taxa é mais elevada porque o número sob observação no início do período diminui à medida
que os casos ocorrem (TI < 1, IC ≈ TI)

Relação entre prevalência e taxa de incidência


• Uma doença com curso longo é mais provável de ser detetada durante um estudo transversal do que uma doença de curso curto
• P depende de TI x Duração média da doença
• Uma alteração de P pode ser devida a: uma alteração em TI , uma alteração em D , alterações em ambas, TI e D
Cálculo da taxa de incidência a partir da prevalência
• Assumindo uma população estável e TI e P constantes:
○ P (1 – P) = I x D
▪ Quando P é baixa, P = I x D

Aplicação dos valores de prevalência e incidência


Prevalência: foca os casos existentes (frequência); é importante para a avaliação de testes de diagnóstico, etc. (quanto maior, mais fiável é o
teste)
Incidência cumulativa: indica a probabilidade de um indivíduo se tornar doente num período de tempo definido

Epidemiologia Teórica - Deborah Página 5


Incidência cumulativa: indica a probabilidade de um indivíduo se tornar doente num período de tempo definido
Taxa de incidência: nível populacional; importante quando é necessário conhecer a velocidade de desenvolvimento de novos casos na
população

_____________________________________________________________________________________________________________________________ __________________
Exemplos de cálculos de prevalência, incidência, mortalidade, letalidade e sobrevivência
• Um médico veterinário investiga, numa exploração bovina, uma doença que termina em recuperação ou morte: Em 1 de Julho de 2003, o
efetivo é investigado quando a doença já está presente. O efetivo é observado durante o ano seguinte, no qual se mantém o nº de
indivíduos
○ Tamanho do efectivo em 1 de Julho de 2003 = 600
○ Nº de animais clinicamente doentes em 1 de Julho de 2003 = 20
▪ Nº de animais em risco = 580
○ Nº animais que desenvolveram doença (clínica) entre 1 Julho 2003 e 1 de Julho de 2004 = 80
○ Nº total de mortes devidas à doença entre 1 Julho 2003 e 1 Julho 2004 = 30

Prevalência em 1 Julho 2003 = 20/600 = 0,03


Incidência cumulativa de 1 Julho 2003 a 1 Julho 2004 = 80/580 = 0,14
Taxa de incidência = 80/[(580+500)/2] = 0,15 por animal-ano em risco
• 580: animais em risco no inicio do estudo
• 500 -> animais em risco no fim do estudo
• [(580+500)/2] -> média dos animais em risco
Mortalidade cumulativa de 1 Julho 2003 a 1 Julho 2004 = 30/600 = 0,05
• 600 -> total animais no inicio
• 570 -> total animais no fim
Taxa de mortalidade = 30/[(600+570)/2] = 0,05 por animal-ano em risco
Letalidade = 30/100 = 0,30
• 100 = 80+20
_____________________________________________________________________________________________________________________________ __________________
_

Rácio (razões), proporções e taxas


Rácio Valor que se obtém dividindo uma quantidade por outra quantidade
• Geralmente reservado para medidas em que o denominador não contém o numerador
• Ex.: rácio machos/fêmeas, homens/mulheres, etc,…
Proporção O denominador contém o numerador
• Ex.: prevalência, IC, letalidade e sobrevivência
Taxa Expressa a variação de uma quantidade (numerador) relativamente a outra quantidade (numerador)
• O tempo está pode estar presente no denominador
• A velocidade é uma taxa; ex.: 10 m/segundo
• O termo “taxa” é, por vezes, incorretamente aplicado aos rácios epidemiológicos em que o numerador é uma fração
do denominador, ou seja, às proporções

Epidemiologia Teórica - Deborah Página 6


estratégias
sanitárias
15 de maiososo.tt
de 2019 10:16
→ O papel tradicional do médico veterinário era cuidar de animais doentes quando o proprietário solicitava –
tratamento de bombeiro
○ Esta abordagem era útil quando as doenças tinham causas predominantemente individuais e
respondiam a um ciclo único de tratamento
→ Anos 1960: natureza multifatorial de muitas doenças; intensificação das indústrias animais nos países
desenvolvidos; diminuição do valor relativo dos animais
○ Controlo das doenças: agente, hospedeiro e ambiente
○ Papel do médico veterinário: prevenir mais do que tratar doenças
○ Doença considerada também em termos de redução da performance (rendimento) de uma
exploração

Controlo e erradicação de doença:


Epidemiologia: estudo de doenças e dos fatores que afetam a sua distribuição nas populações
Este estudo envolve a descrição e a análise de doença em grupos de animais, com recurso às técnicas
de:
1. Observação e registo da ocorrência natural de doenças e dos seus determinantes, e apresentação das
observações registadas
2. Análise estatística das observações
3. Modelação
Estas técnicas são utilizadas em conjugação com a investigação clínica, patológica e, por vezes,
experimental para:
○ Calcular a morbilidade e a mortalidade de doença
○ Esclarecer a causa da doença
○ Compreender a ecologia da doença (transmissão, manutenção e localização)
○ Investigar a eficácia de diferentes técnicas de controlo de doença

Controlo: Redução da morbilidade e da mortalidade resultantes de doença


• Termo geral que engloba todas as medidas destinadas a interferir com a ocorrência descontrolada de
doença, qualquer que seja a sua causa
• É um processo permanente
• O controlo pode ser alcançado tratando-se os animais doentes, o que reduz a prevalência, ou prevenindo a
doença, o que reduz a incidência e a prevalência

Prevenção:
A prevenção é melhor do que a cura, em termos éticos e económicos
Primária • Modifica os determinantes para prevenir ou adiar novos casos de doença, reduzindo a
incidência (= prevenção)
Secundária • Deteta e trata a doença de imediato, para encurtar a duração da doença e prolongar o tempo
de vida (= tratamento)
Terciária • Trata casos crónicos para reduzir a disfunção ou prolongar a vida (= tratamento)

Erradicação:
Vários significados:

Epidemiologia Teórica - Deborah Página 1


Vários significados:
1. Eliminação regional de doenças infeciosas dos animais
2. Extinção de um agente infecioso: a erradicação não é conseguida se um agente infecioso sobrevive algures
na natureza; de acordo com esta definição, muito poucas doenças foram erradicadas (a varíola humana é
um exemplo)
3. Redução da prevalência de doença infeciosa numa determinada área para um nível no qual não ocorre
transmissão (ex.: doenças erradicadas pela eliminação dos vetores)
4. Redução da prevalência de doença infeciosa para um nível no qual a doença deixa de ser um problema
importante de saúde, embora possa haver alguma transmissão
5. Extinção regional de um agente infecioso (a mais comum em MV) (ex.: acredita-se que desde a erradicação
da febre aftosa do RU não haja partículas virais no país, exceto laboratórios)
○ A doença pode ser acidentalmente reintroduzida em regiões de onde havia sido previamente
erradicada (ex.: febre aftosa em países europeus)
○ A erradicação envolve campanhas limitadas no tempo

Pode-se também considerar o conceito intermédio de eliminação (“fora de limite”): Redução na incidência
de doença infeciosa abaixo do nível obtido pelo controlo, embora o agente infecioso possa persistir

Estratégias de controlo e erradicação de doença


“Não fazer nada”: Em determinadas circunstâncias, a história natural da doença proporciona a redução da
incidência de doença
○ Esta não é propriamente uma técnica de controlo
○ A língua azul não ocorre no Chipre no Inverno porque o vetor (Culicoides spp.) não sobrevive
○ A incidência de tripanossomose é reduzida nas regiões de savana (Nigéria) durante a estação seca…
Quarentena – período de tempo variável
○ Isolamento dos animais infetados ou suspeitos, ou de animais não infetados mas em risco
○ Método clássico mas atual de controlo de doenças
○ Animais importados de países onde doenças “exóticas” são endémicas
○ Isolar animais suspeitos até que a infecção seja confirmada ou descartada
Abate
○ Quebra de produtividade de animais doentes – abate economicamente adequado
○ Animais infetados podem ser abatidos para remover fontes de infecção
○ Febre aftosa – em alguns países, são abatidos todos os bi-ungulados de explorações infetadas
○ Teste e remoção: todos testados, mas só os positivos são removidos e abatidos (ex.: tuberculose bovina)
Abate preventivo • Animais que possam ter estado expostos à infecção e, por isso, em risco de desenvolverem
doença
Abate em massa • De animais em explorações em redor de explorações infetadas
• Estudos de campo não identificaram efeito benéfico
Abate total • Abate de animais acompanhado por outros procedimentos para reduzir o risco de
(morticínio) transmissão (desinfeção e destruição de carcaças)

Vacinação
Vacinação • Prevenir a incursão de doença de áreas onde é endémica, e a dispersão de doença
estratégica quando ocorrem epidemias (v. de emergência)
• V. em anel, v. em barreira, v. supressiva
• Vacinas de emergência têm, geralmente, mais potência do que as vacinas de rotina
Vacinas inativadas • Mais seguras;
• Podem ser produzidas mais rapidamente
• Mais dispendiosas
• Estimulam a imunidade das mucosas e a i. mediada por células mais devagar e de forma
menos eficaz
• Doses de reforço são frequentemente necessárias
Vacinas vivas • O agente pode readquirir a sua forma virulenta
(atenuadas) • Pode ser difícil diferenciar serologicamente entre estirpes vacinais vivas e estirpes naturais
de campo (ex.: febre aftosa)
• Mais eficazes e mais baratas
Vacinação natural • Quando os animais estão expostos a um baixo nível de infecção por agentes no meio
ambiente
• No entanto, alguns agentes podem ter a sua virulência aumentada ao passarem in vivo
Novas tecnologias • Epítopos, mutantes atenuados, vacinas em vetores (vírus ou bactérias atenuados que
vacinais transportam agentes imunizantes)

Quimioprofilaxia (terapia profilática)


Antibióticos, anti-helmínticos, outros fármacos e soros hiperimunes são usados (terapeuticamente) para

Epidemiologia Teórica - Deborah Página 2


○ Antibióticos, anti-helmínticos, outros fármacos e soros hiperimunes são usados (terapeuticamente) para
tratar doenças e podem ser administrados (profilaticamente) em períodos de risco para prevenir
doença e para aumentar a produtividade
▪ Uso de AB – efeitos indesejáveis, como seleção de estirpes resistentes
Movimentação de hospedeiros
○ Animais podem ser removidos de áreas de alto risco onde as infecções são endémicas
○ Migração sazonal de hospedeiros em países tropicais
○ Cavalos estabulados à noite, para prevenir infecções (ex.: vírus da PEA, transmitido por Culicoides, com
actividade noturna)
Restrição de movimento de hospedeiros
○ Nível nacional e nível internacional (ex.: banir a importação de animais vivos e dos seus produtos de
países em que a febre aftosa é endémica)
Pastoreio misto, alternado ou sequencial: animais resistentes e suscetíveis (sensíveis)
Controlo de vetores biológicos: inseticidas; eliminação do habitat
Controlo de vetores mecânicos
Desinfeção de fomites: equipamento, veículos, instrumentos cirúrgicos, etc.
Biossegurança: engloba limpeza; desinfeção; redução de exposição (vedações, isolamento, tratamento de
efluentes); gestão de pessoal
Ambiente, maneio e alimentação
Melhoramento genético

Programas de erradicação e controlo


Antes de uma campanha de controlo ou erradicação ser levada a cabo, diversos fatores devem ser considerados:
• Nível de conhecimento acerca da causa da doença e, se infeciosa, também acerca da sua transmissão e
manutenção, incluindo espécies hospedeiras e natureza da relação parasita/hospedeiro
• Infra-estruturas veterinárias
• Exequibilidade do diagnóstico
• Vigilância adequada
• Disponibilidade para a substituição do efectivo
• Posição dos produtores e da sociedade
• Importância da doença para a saúde pública
• Existência de legislação adequada com atribuição de compensações
• Possíveis consequências ecológicas
• Custos económicos e disponibilidade de fundos

Controlo vs Erradicação
Controlo Erradicação
• é um processo contínuo que requer financiamento • limitada no tempo; custos limitados; benefícios
regular duradouros
Campanha de Erradicação
○ Todos os recursos técnicos estão disponíveis?
○ A comunidade agropecuária apoia a medida
○ As fronteiras podem ser adequadamente vigiadas
○ Disponibilidade de meios de diagnóstico e de outras ferramentas (ex.: vacinas)

Medicina Veterinária no Século XXI


Medicina de animais de produção
• Doenças multifatoriais: diversos determinantes associados a agente, hospedeiro e ambiente
• Bem-estar animal
• Estudos observacionais
• Países em desenvolvimento: necessário aumentar a qualidade dos dados
• Métodos de diagnóstico: sensibilidade e refinamento
• Vacinas de subunidades
• Vacinas contra helmintes: raras, mas vantajosas para evitar seleção de estirpes resistentes
• Desenvolvimento de animais resistentes: clonagem, etc.
Medicina de animais de companhia
• Aumento do nº de médicos veterinários envolvidos na clínica de animais de companhia
• Aumento da qualidade dos cuidados de saúde
• Ensaios clínicos
• Validação de testes de diagnóstico
• Terapia anti-oncológica: genes, etc.
• Objetivo dos epidemiologistas médicos: assegurar que as pessoas desfrutem de longa vida com a
morbilidade confinada a um curto período antes da morte (contando também com um aumento da
esperança de vida)
• Este pode também ser um objetivo dos epidemiologistas médico-veterinários: prevenção, etc.
• Há alguma escassez de dados, etc.

Epidemiologia Teórica - Deborah Página 3


epidemiovigilância
spiders
12 de maio de 2019 09:53

Vigilância epidemiológica: Capacidade de documentar a ocorrência de doença com o objetivo de desenvolver


estratégias eficazes de controlo e erradicação – parte essencial do controlo de doenças

OIE (“Office Internationale des Epizooties”) – 1924


1. O termo vigilância foi originalmente aplicado a indivíduos em contacto com casos de doenças transmissíveis
para se observar o eventual desenvolvimento de sinais ou sintomas da doença
2. O termo vigilância foi gradualmente alargado para incluir doenças e fatores relacionados, pelo que não há uma
definição padronizada
-> desde a vigilância de indivíduos à vigilância da população

Vigilância epidemiológica:
• Recolha, análise e interpretação continuadas e sistemáticas de dados específicos essenciais ao planeamento,
implementação e avaliação de práticas de saúde pública estreitamente integradas com a oportuna divulgação
destes dados aos que deles necessitam - “Centers for Disease Control and Prevention”, EUA
• Investigação continuada de uma determinada população para detetar a ocorrência de doença para efeitos do
seu controlo, que pode envolver testar parte da população - OIE (2002)
• Algumas definições descrevem-na em termos monitorização:
○ Monitorização – recolha rotineira de informação sobre doença, produtividade e outras características
relacionadas numa população
○ Vigilância – forma mais intensiva de recolha de dados
• Contém 3 elementos distintos:
1. Recolha, registo e análise de dados
2. Divulgação da informação às partes interessadas, de modo a que…
3. … possam ser tomadas ações para o controlo de doença(s)

Objetivos da vigilância epidemiológica:


• Manutenção de elevados padrões de saúde e bem-estar animal, e proteção da saúde pública (controlo de
zoonoses e infecções alimentares)
1. Deteção rápida de surtos de doença
2. Identificação precoce de problemas de doença (endémica ou não endémica)
3. Avaliação do estatuto sanitário de uma população definida
4. Definição de prioridades para o controlo e prevenção de doença
5. Identificação de doenças novas e emergentes
6. Avaliação de programas de controlo de doença
7. Disponibilização de informação para planear e conduzir investigação
8. Confirmação da ausência de uma doença específica

Tipos de Vigilância (definidos pela função e pelo método)


• V. de doença
• V. epidemiológica
• V. de unidades sentinelas
• V. serológica
• V. ativa e v. passiva
• V. focada e v. global

Vigilância de doença Vigilância Epidemiológica


• Aspetos da ocorrência e dispersão da doença que • Descrição mais abrangente de vigilância (para alguns
são pertinentes para o controlo da doença autores está intimamente relacionada com monitorização)
• Durante surtos de febre aftosa, as fontes de infecção
podem ser localizadas, isoladas e removidas
• A v. de doença é mais focada do que a vigilância
em geral, que pode incluir registo da distribuição de
agentes e vetores, etc.
Vigilância de Unidades sentinelas Vigilância Serológica
• A vigilância pode incluir todo um efectivo nacional • Identificação de infecções atuais ou passadas utilizando
(p.e., testar bovinos para a tuberculose) testes serológicos
• Em alternativa, podem ser selecionadas apenas → Exemplo: na União Europeia, a seguir a uma epidemia
algumas explorações, matadouros, clínicas ou de febre aftosa, todas a explorações de pequenos
laboratórios, que são designadas por sentinelas ruminantes num raio de 3 km das instalações infetadas
→ Cães vadios como sentinelas da infecção por devem ser serologicamente analisadas de acordo com
parvovírus (identificação serológica) um protocolo definido, antes de a área ser declarada
→ Outras espécies animais suscetíveis a um livre de infecção e antes de as restrições à
agente infecioso podem ser utilizadas como movimentação serem levantadas

Epidemiologia Teórica - Deborah Página 4


agente infecioso podem ser utilizadas como movimentação serem levantadas
sentinelas da infecção na população de
maior importância (seres humanos ou outros
animais)
○ Encefalites víricas, gripe aviária, etc.
→ Animais domésticos podem ser utilizados como
sentinelas de perigos ambientais para a saúde
humana como carcinogéneos e inseticidas
• O termo sentinela refere-se a uma unidade de
observação específica ou a uma espécie animal
Vigilância Passiva Vigilância Ativa
• Exame de apenas casos clínicos • Envolve a amostragem de animais clinicamente normais
• Monitorização contínua do estatuto sanitário das numa população (incluindo exame post-mortem), sendo
populações rastreadas, utilizando dados recolhidos importante para a vigilância de doenças para as quais os
por rotina para produzir informação que possa servir casos subclínicos predominam
de base a decisões • Envolve o esforço empenhado das autoridades veterinárias
→ Relatórios de diagnósticos laboratoriais, de recolherem informação, geralmente levando a cabo
registos de inspeção sanitária e notificações rastreios para doenças específicas
de doenças • Pode produzir estimativa da frequência de doença
• Utiliza dados que podem estar enviesados. Ex. • É o primeiro estádio na identificação de doenças novas e
pedidos voluntários de análises aos laboratórios, não emergentes
se conhecendo a população
• Pode subestimar a frequência de doença
• Ajuda a estabelecer relação uma de confiança dos
médicos veterinários e produtores com o laboratório
• Menos dispendiosa
NOTA: ambas a passiva e ativa são necessárias
Vigilância Focada ("targeted") Vigilância Global
• Recolhe informação específica acerca de uma • Mantém observação constante sobre doenças endémicas
doença definida, de modo a que o seu nível numa
população definida possa ser medido e a sua
ausência monitorizada
→ Vigilância da BSE em bovinos, etc.

Natureza e Exatidão dos dados


Cooperação: Explicar os objetivos da recolha de dados às partes envolvidas
○ Cooperação facilitada quando faz parte de um programa de controlo de doença
Motivação: pode ser difícil de manter em recolhas de dados a longo prazo
Confidencialidade
• Custo da recolha de dados: Inclui despesas laboratoriais, portes de correio, etc.
○ Despesas suportadas pelos governos, quando as doenças têm importância nacional
• Rastreabilidade: microchips

Fontes de dados: Mecanismos de Vigilância:


• Organizações veterinárias governamentais • Notificação voluntária
• Clínicas veterinárias (CAMV) • Notificação obrigatória
• Matadouros (incluindo m. de aves) • Investigação de foco
• Produtos farmacêuticos e agrícolas (vendas) • Vigilância de sentinelas
• Jardins zoológicos • Rastreios (estudos) estruturados
• Organizações de produtores • Censos
• Empresas de produção animal
• Escolas de medicina veterinária
• Laboratórios de investigação
• Fabricantes de produtos para animais
• Lojas de produtos para animais
• Sociedades de criadores
• Bancos de soros

Redes de Vigilância: Infra-estruturas e recursos humanos reunidos para conduzirem vigilância de uma ou mais doenças

Principais métodos de recolha de informação:


• Entrevistas semi-estruturadas
• Categorização ou ordenamento (“scoring and ranking”)
• Visualização

Epidemiologia Teórica - Deborah Página 5


estudos
epidemiológicos
STATES
16 de maio de 2019 13:04
► Estudos Observacionais
► Estudos Experimentais: ensaios clínicos, etc…
► Teóricos: modelos matemáticos

Estudos Observacionais: São efetuados para identificar fatores de risco e para calcular os efeitos quantitativos
das várias causas que contribuem para a ocorrência de doença.
• A investigação é baseada na análise de doença ocorrida naturalmente em populações, comparando grupos
(de indivíduos, etc.) relativamente à ocorrência de doença e à exposição a hipotéticos fatores de risco.

Estudos observacionais vs Experimentais


→ Observacionais: O investigador é (ou não) livre para atribuir fatores (doença ou de hipotético risco) aos
indivíduos
Tipos de estudos observacionais
• Exposto/ não expostos (“cohort”)
• Casos/controlos (ou testemunhas)
• Transversal

Estudos expostos/ não expostos e Estudos Caso/Controlo:


Exemplo: 1 2
1 A castração de cadelas constitui
um factor de risco para a
incontinência urinária (IU)?
• 1 grupo com jovens cadelas
castradas (expostas)
• 1 grupo com jovens cadelas
inteiras (não expostas)

Epidemiologia Teórica - Deborah Página 6


inteiras (não expostas)
→ Monitorizar para o
aparecimento de IU

2 A mesma pergunta:
• 1 grupo de cadelas com IU
(casos)
• 1 grupo de cadelas sem IU
(controlos)
→ Comparar o estatuto
(castrado ou não castrado

Estudo Transversal:
Exemplo: a mesma pergunta
• Seleção de uma amostra de indivíduos de uma população; depois, a
determinação, para cada indivíduo, da presença ou ausência
simultânea de doença e do hipotético factor de risco
○ Determina-se a prevalência
• O nº de animais com e sem a doença, e com ou sem o factor de risco,
são desconhecidos inicialmente

Estudos Casos/Controlos e Estudos de exposto/Não Expostos


• São considerados 2 eventos:
○ Exposição a um hipotético factor ou fatores causais
○ Desenvolvimento de doença
→ E. longitudinais
• Separados por um período de tempo

• Casos/controlos – estudo retrospetivo


• Expostos/não expostos – estudo prospetivo

Postulados de Evans (adaptados)


Estudo Transversal • A prevalência da doença deve ser significativamente maior nos indivíduos expostos à
suposta causa do que nos não expostos
Estudo • A exposição à suposta causa deve estar presente mais frequentemente nos indivíduos
casos/controlos com do que nos sem a doença
Estudo expostos/não • A incidência de doença deve ser significativamente maior nos expostos à suposta causa
expostos do que nos não expostos

Vantagens e Desvantagens
Estudos Expostos/ Não Expostos
Vantagens Desvantagens
• Permite cálculo da incidência • As proporções de expostos e não expostos na população-
• Flexibilidade na escolha das variáveis alvo não são calculadas
• Doenças raras – necessário grande nº de indivíduos
• Potencial longa duração do estudo
• Relativamente dispendioso
• Difícil manter o acompanhamento
• Controlo de variáveis externas pode ser incompleto
Estudos casos/controlos
Vantagens Desvantagens

Epidemiologia Teórica - Deborah Página 7


Vantagens Desvantagens
• Doenças raras ou com longo período de incubação • As proporções de expostos e não expostos na população-
• Relativa rapidez de execução alvo não são calculadas
• Relativamente pouco dispendioso • Baseiam-se na lembrança ou no registo de informação de
• Requer comparativamente menos indivíduos exposições no passado
• Ausência de risco para os indivíduos • Por vezes, é impossível validar informação
• Permite o estudo de múltiplas hipotéticas causas • Controlo de variáveis externas pode ser incompleto
• Estudo da interação do genótipo e de fatores • A incidência nos expostos e não expostos não é calculada
ambientais • A sequência temporal de causa e efeito não pode ser
determinada
• Não permite calcular a prevalência

• Os estudos expostos/não expostos (medem incidência) são uma melhor ferramenta para calcular o risco e
identificar causas do que os dois outros tipos de estudo
○ Por exemplo, se a associação entre castração e IU for investigada utilizando um estudo transversal, a
incontinência poder-se-á ter desenvolvido antes da castração em alguns casos

Risco: Probabilidade de ocorrência de um acontecimento inconveniente ou indesejável (Medida de um perigo)


• Fatores de risco: fatores associados a um aumento do risco de doença ou mortalidade
• Exposição (a um factor de risco): um indivíduo, antes de ficar doente, esteve em contacto com o factor de
risco

Medidas de associação
• Uma hipótese de associação entre doença e um factor pode ser testada utilizando o teste do Qui quadrado
(χ2)
○ Contudo, este teste não pode ser utilizado para medir o GRAU de associação

• Medidas do impacto de um factor na ocorrência de doença:


Risco atribuível • Diferença absoluta entre a ocorrência de doença nos grupos “expostos” e ”não expostos”
calculada pela diferença entre as duas proporções
• Descreve diferenças absolutas
• Exemplos:
Castração e incontinência urinária: Embora a incidência de IU seja maior nos cães
castrados do que nos inteiros, há cães inteiros que desenvolvem IU. O risco atribuível (ou
diferença de risco) mede essa diferença
Risco Atribuído • Indica o potencial grau de redução da incidência de doença nos animais expostos se os
(Expostos) mesmos não tivessem estado expostos ao factor de risco, assumindo que o fator é causal
Pode ser expresso em termos do risco relativo: RA = (RR – 1) x [c/(c+d)]
(RA – risco atribuível; RR – risco relativo)
Risco atribuível • Diferença entre a incidência de doença na população total e a incidência de doença no
populacional grupo não exposto
• Dá uma indicação direta da quantidade de doença na população total que é atribuível ao
factor de risco
• RAP= [(a+c)/n] – [c/(c+d)] = (a+b/n) x risco atribuível (RA)
◊ (a+b)/n – prevalência de exposição ao fator
• Permite calcular a redução da incidência da doença na população se o factor de risco for
suprimido
• Calculado apenas quando a quantidade de doença na população total é conhecida
• Para: Estudos expostos/não expostos e Estudos transversais
Proporção ou • Expressa as diferenças em termos relativos
Fração Atribuível • Proporção da incidência em animais expostos que é atribuível à exposição a um factor de
risco
(RR – 1)/RR
• Expostos/não expostos: cálculo direto
• Casos/controlos: cálculo indireto
(OR – 1)/OR
Proporção ou • Proporção da incidência na população que é atribuível à exposição a um factor de risco
fração Atribuível • Probabilidade de indivíduos selecionados ao acaso de um grupo ou população
Populacional desenvolverem a doença como resultado do factor de risco
• Pode ser calculada dividindo o risco atribuível populacional pela prevalência
FAP = RAP / prevalência
Risco Relativo • Medidas relativas (rácios ou razões)
• Rácio entre a incidência de doença nos animais expostos e a incidência nos não expostos
• Incidência nos expostos = a/(a+b)
• Incidência nos não expostos = c/(c+d)
Risco relativo = [a/(a+b)]/[c/(c+d)]

Epidemiologia Teórica - Deborah Página 8


Risco relativo = [a/(a+b)]/[c/(c+d)]
RR > 1 indica uma associação estatística positiva entre factor e doença
RR = 2 indica que a incidência da doença nos animais expostos é o dobro daquela nos
animais não expostos
RR <1 indica uma associação estatística negativa – a presença do factor terá um efeito
contra a doença
RR = 1 sugere não associação
• Quantas vezes mais provavelmente (ou menos) contraem os indivíduos expostos a doença
em relação aos não expostos?
• Rácio das incidências cumulativas ou de prevalências entre indivíduos expostos e não
expostos
• Não aplicável a estudos de casos/controlos
"Odds Ratio" • Rácio entre probabilidade de um acontecimento ocorrer e a probabilidade de não ocorrer
(razão de Odds ratio = ad/bc
produtos • "likeyhood ratio": índices de vero-semelhança
cruzados)

Epidemiologia Teórica - Deborah Página 9

Você também pode gostar