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2018/2019
transmissão da infeção
TITI
25 de abril de 2019 17:39
Transmissão Horizontal
Hospedeiro
→ Planta ou animal (incluindo artrópodes) que pode ser infetado com um agente e que lhe proporciona sobrevivência;
geralmente ocorrem multiplicação ou desenvolvimento no hospedeiro.
Definitivo Termo parasitológico que descreve o H. no qual um agente desenvolve a sua fase de reprodução sexuada
Final Termo sinónimo do anterior, mas mais geral (para todos os tipos de agentes)
Primário (Natural) Animal que mantém uma infecção numa área em que a mesma é endémica
Hospedeiro de manutenção: um agente infecioso depende frequentemente de um H. primário para a sua
existência a longo prazo
Secundário (aberrante) Espécie que está adicionalmente envolvida no ciclo de vida de um agente , especialmente fora de áreas
típicas de endemicidade e pode atuar como H. de manutenção
Paraténico Agente transmitido mecanicamente sem posterior desenvolvimento ou multiplicação
Termo helmintológico = vetor mecânico
Intermediário Animal no qual um agente infecioso sofre algum desenvolvimento, frequentemente com reprodução
assexuada (termo parasitológico)
Amplificador Animal que pode aumentar a quantidade de agente, devido a alterações temporais na dinâmica
populacional que produzem um súbito aumento no tamanho da população hospedeira
• Ocorre multiplicação do agente
Acidental (Terminal ou Não transmite geralmente o agente a outros animais
Fundo de Saco)
Hospedeiros de ligação
Reservatório Onde um agente reside e se multiplica, sendo por isso uma fonte frequente de infecção para outros
animais
• É frequentemente um H. primário
Vetor “veículo vivo”
• transmissor animado de agentes infeciosos; geralmente definidos como invertebrados (sobretudo
artrópodes) que transmitem agentes aos vertebrados
Vetor Mecânico Animal (geralmente um artrópode) que transporta fisicamente um agente infecioso ao seu H. primário ou
secundário
• Ex.: mosquitos e pulgas e vírus da mixomatose
• O agente não se multiplica nem desenvolve no v. mecânico
Vetor Biológico O agente desenvolve uma parte necessária do seu ciclo biológico, ou multiplicação, antes da transmissão
aos H. natural ou secundário
• Transmissão biológica:
1. Com desenvolvimento: com uma fase essencial no vetor (ex.: Dirofilaria immitis nos mosquitos)
2. Propagativa: o agente multiplica-se no vetor (ex.: vírus “loupin-ill” nas carraças)
3. Ciclopropagativa: combinação de 1 e 2 ( ex.: Babesia spp. em carraças)
• Podem ser H. Definitivos ou Intermediários ( ex: mosquitos do género Anopheles, etc., são Vetores
biológicos e h. definitivos de Plasmodium spp. (causa de malária ou paludismo))
3. Contacto efetivo
Descreve as condições sob as quais uma infecção é provável de ocorrer
▪ A patogenia da doença pode aumentar a probabilidade de transmissão
ex.: as doenças respiratórias podem induzir tosse e espirros, que disseminam os agentes patogénicos
Vias de Infeção
• Oral (mais frequente)
• Respiratória: permite entrada de agentes que podem não se restringir ao trato respiratório
○ As infecções pela via respiratória são mais prováveis de ocorrer quando as densidades populacionais são elevadas e a
ventilação e fraca
• Cutânea, da córnea ou de membranas mucosas
○ Transmissão através da pele = percutânea
○ Pele intacta ou lesionada
○ Picadas de vertebrados ou de artrópodes
○ Contacto sexual
Métodos de Transmissão
Ingestão • Pode ocorrer através de um veículo mecânico (fomites)
Ex.: água contaminada
• Ou por ingestão de um h. intermediário
Ex.: quistos na carne
• Dependendo dos agentes, pode haver excreção fecal, pela urina, respiração, …
Transmissão Aérea Ar contaminado
• Alguns agentes que não são primariamente agentes patogénicos do trato respiratório podem contaminar
o ar e ser transmitidos por via aérea
Ex.: vírus febre aftosa; Salmonella via conjuntival
Contacto • Transmissão sem fatores de transmissão (Ex: vetores mecânicos): É necessário algum traumatismo (ainda que
microscópico)
• Transmissão por mordedelas e arranhaduras
Inoculação Introdução, no corpo por punção da pele ou através de uma ferida, de agentes infeciosos
• Tipo de transmissão de contacto
• Picadas de artrópodes
Transmissão Criada pelo médico
Iatrogénica • Introdução de agentes patogénicos por instrumentos sujos ou por superfícies corporais contaminadas
• Introdução de preparações profilácticas ou terapêuticas contaminadas com agentes – vacinas,
transplante de órgãos, etc.
Coito Doenças venéreas ou doenças sexualmente transmissíveis (DST)
• Também em artrópodes
• Os agentes transmitidos de modo fecal-oral e aéreo produzem geralmente epidemias explosivas; os
agentes transmitidos pelo coito disseminam-se mais lentamente, durante um longo período (transmissão
Transmissão Vertical
Germinativa Infecção das camadas superficiais do ovário ou infecção do próprio ovo (ex.: vírus da leucose aviária)
Ao Embrião Via placenta (transplacentariamente) ou via circulação fetal
Ascendente Infecção transmitida do canal genital inferior ao âmnio ou placenta (ex.: Staphylococcus e Streptococcus)
Ao parto Infecção por herpes simplex
Ocorrência Endémica:
1. Frequência Habitual de ocorrência de uma doença numa população
2. Presença constante de uma doença numa população
O termo endémico/endémica implica um estado estável
Ocorrência epidémica:
Originalmente: aumento súbido e imprevisível do número de casos de uma doença infeciosas numa população
Modernamente: ocorrência de uma doença infeciosas ou não infeciosas além do nível esperado
Epidémico= inesperadamente frequente
Ocorrência pandémica
Pandemia • Epidemia disseminada que geralmente afeta grande parte da população (muitos países)
• Ex: peste negra na europa
Ocorrência esporádica
• Surto esporádico de doença ocorre irregularmente e ao acaso
• Circunstância locais -> pequenos surtos localizados
• Ex: casos individuais ou conjunto de casos
• Ir a um pais e trazer a doença para o pais nativo
"Epidemia Esporádica": doença esporádica, mas nível endémico de anticorpos (interrogans serovar pomona endémica em porcos domésticos na
Nova Zelândia)
- A bactéria é causa frequente de epidemias esporádicas de abortos em bovinos
- Infeção e aborto são esporádicos, mas há um nível endémico de anticorpos na população bovina
Surtos
“Office International des Epizooties”: uma ocorrência de doença no estabelecimento agrícola, est. de produção animal, incluindo edifícios e
instalações, em que animais estão presentes
• Implica geralmente mais do que um animal afetado
Prevalência nº de casos de doença ou situações similares (infecção ou presença anticorpos), numa população conhecida,
num tempo definido, sem distinção entre casos antigos e novos (numa população, ver quantos têm a doença)
• “número de animais afetados”
• P = nº de indivíduos com a doença num determinado momento / nº de indivíduos na população em risco
nesse momento
○ proporção que representa a probabilidade de um animal ter uma determinada doença num
determinado momento
○ Valores entre 0 e 1; por vezes, expressada como %
Prevalência instantânea • Quando o tempo não é especificado; ou seja, a quantidade de doença numa população num ponto particular
no tempo
Prevalência periódica • nº de casos que existiram durante um período de tempo determinado ( ex.: p. anual )
Prevalência anual • Soma da prevalência instantânea no início do período de tempo mais o número de casos (novos) que
ocorreram durante esse período; usado quando não se sabe o momento exato de aparecimento de uma
infecção/doença
Prevalência durante a vida • Número de indivíduos com a doença durante uma parte da sua vida
Incidência nº de casos novos que ocorrem numa determinada população durante um período definido de tempo
• Componentes essenciais: nº de casos novos e período de tempo durante o qual…
• Pode ser definida como o nº de animais afetados, mas é geralmente apresentada em relação à população
em risco
Taxa de ataque ou taxa de contágio: usada para descrever a proporção de animais que desenvolvem a doença
durante um breve período de exposição (ex.: p. neonatal)
Taxa de ataque secundária: proporção de casos de doença transmissível que surgem como resultado do
contacto com o caso primário
• TAS = nº indivíduos expostos ao caso primário que desenvolvem doença dentro da duração do PI / / nº total
indivíduos expostos caso primário
○ PI = período de incubação
• Casos terciários – surgem devido ao contacto com os casos secundários
Incidência cumulativa ou • Proporção de indivíduos sem a doença no início do período de estudo que se tornam doentes durante esse
percentual (ou risco) período
○ IC = nº indivíduos que adoecem durante um período definido / nº de indivíduos saudáveis na população
no início desse período
○ Proporção: 0-1, ou %
Taxa de incidência Mede a rapidez com que os novos casos da doença se desenvolvem ao longo do tempo (unidade calculada a
partir dos animais e do tempo)
• TI = nº de novos casos que ocorrem na população durante um período de tempo definido / soma, relativa
a todos os indivíduos, do tempo em risco de desenvolverem a doença
○ TI = 0-1 por animal-semana em risco, por animal-mês em risco, etc
• Animal em risco = animal (ainda) sem a doença
• Uma taxa de incidência de 2 casos por animal-mês em risco é igual a 24 casos por animal-ano? Sim
○ O movimento da doença depende de Tamanho da população, Período de observação e Força da
“morbilidade"
▪ Força da morbilidade (também chamada “taxa de perigo” ou “taxa de incidência
instantânea”): medida teórica do risco de ocorrência de doença num instante definido
○ TI indica ritmo de ocorrência dos casos
• A taxa de incidência é, por vezes, chamada de taxa de incidência verdadeira, taxa de indivíduo-tempo ou
densidade de incidência
• A incidência cumulativa pode ser calculada a partir da taxa de incidência: IC = 1 – e(-TI)
○ Diferença entre IC e Ti: denominador
▪ IC: relaciona a doença com o nº em risco no início do período de observação
▪ TI: … com a população média em risco
▪ A taxa é mais elevada porque o número sob observação no início do período diminui à medida
que os casos ocorrem (TI < 1, IC ≈ TI)
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Exemplos de cálculos de prevalência, incidência, mortalidade, letalidade e sobrevivência
• Um médico veterinário investiga, numa exploração bovina, uma doença que termina em recuperação ou morte: Em 1 de Julho de 2003, o
efetivo é investigado quando a doença já está presente. O efetivo é observado durante o ano seguinte, no qual se mantém o nº de
indivíduos
○ Tamanho do efectivo em 1 de Julho de 2003 = 600
○ Nº de animais clinicamente doentes em 1 de Julho de 2003 = 20
▪ Nº de animais em risco = 580
○ Nº animais que desenvolveram doença (clínica) entre 1 Julho 2003 e 1 de Julho de 2004 = 80
○ Nº total de mortes devidas à doença entre 1 Julho 2003 e 1 Julho 2004 = 30
Prevenção:
A prevenção é melhor do que a cura, em termos éticos e económicos
Primária • Modifica os determinantes para prevenir ou adiar novos casos de doença, reduzindo a
incidência (= prevenção)
Secundária • Deteta e trata a doença de imediato, para encurtar a duração da doença e prolongar o tempo
de vida (= tratamento)
Terciária • Trata casos crónicos para reduzir a disfunção ou prolongar a vida (= tratamento)
Erradicação:
Vários significados:
Pode-se também considerar o conceito intermédio de eliminação (“fora de limite”): Redução na incidência
de doença infeciosa abaixo do nível obtido pelo controlo, embora o agente infecioso possa persistir
Vacinação
Vacinação • Prevenir a incursão de doença de áreas onde é endémica, e a dispersão de doença
estratégica quando ocorrem epidemias (v. de emergência)
• V. em anel, v. em barreira, v. supressiva
• Vacinas de emergência têm, geralmente, mais potência do que as vacinas de rotina
Vacinas inativadas • Mais seguras;
• Podem ser produzidas mais rapidamente
• Mais dispendiosas
• Estimulam a imunidade das mucosas e a i. mediada por células mais devagar e de forma
menos eficaz
• Doses de reforço são frequentemente necessárias
Vacinas vivas • O agente pode readquirir a sua forma virulenta
(atenuadas) • Pode ser difícil diferenciar serologicamente entre estirpes vacinais vivas e estirpes naturais
de campo (ex.: febre aftosa)
• Mais eficazes e mais baratas
Vacinação natural • Quando os animais estão expostos a um baixo nível de infecção por agentes no meio
ambiente
• No entanto, alguns agentes podem ter a sua virulência aumentada ao passarem in vivo
Novas tecnologias • Epítopos, mutantes atenuados, vacinas em vetores (vírus ou bactérias atenuados que
vacinais transportam agentes imunizantes)
Controlo vs Erradicação
Controlo Erradicação
• é um processo contínuo que requer financiamento • limitada no tempo; custos limitados; benefícios
regular duradouros
Campanha de Erradicação
○ Todos os recursos técnicos estão disponíveis?
○ A comunidade agropecuária apoia a medida
○ As fronteiras podem ser adequadamente vigiadas
○ Disponibilidade de meios de diagnóstico e de outras ferramentas (ex.: vacinas)
Vigilância epidemiológica:
• Recolha, análise e interpretação continuadas e sistemáticas de dados específicos essenciais ao planeamento,
implementação e avaliação de práticas de saúde pública estreitamente integradas com a oportuna divulgação
destes dados aos que deles necessitam - “Centers for Disease Control and Prevention”, EUA
• Investigação continuada de uma determinada população para detetar a ocorrência de doença para efeitos do
seu controlo, que pode envolver testar parte da população - OIE (2002)
• Algumas definições descrevem-na em termos monitorização:
○ Monitorização – recolha rotineira de informação sobre doença, produtividade e outras características
relacionadas numa população
○ Vigilância – forma mais intensiva de recolha de dados
• Contém 3 elementos distintos:
1. Recolha, registo e análise de dados
2. Divulgação da informação às partes interessadas, de modo a que…
3. … possam ser tomadas ações para o controlo de doença(s)
Redes de Vigilância: Infra-estruturas e recursos humanos reunidos para conduzirem vigilância de uma ou mais doenças
Estudos Observacionais: São efetuados para identificar fatores de risco e para calcular os efeitos quantitativos
das várias causas que contribuem para a ocorrência de doença.
• A investigação é baseada na análise de doença ocorrida naturalmente em populações, comparando grupos
(de indivíduos, etc.) relativamente à ocorrência de doença e à exposição a hipotéticos fatores de risco.
2 A mesma pergunta:
• 1 grupo de cadelas com IU
(casos)
• 1 grupo de cadelas sem IU
(controlos)
→ Comparar o estatuto
(castrado ou não castrado
Estudo Transversal:
Exemplo: a mesma pergunta
• Seleção de uma amostra de indivíduos de uma população; depois, a
determinação, para cada indivíduo, da presença ou ausência
simultânea de doença e do hipotético factor de risco
○ Determina-se a prevalência
• O nº de animais com e sem a doença, e com ou sem o factor de risco,
são desconhecidos inicialmente
Vantagens e Desvantagens
Estudos Expostos/ Não Expostos
Vantagens Desvantagens
• Permite cálculo da incidência • As proporções de expostos e não expostos na população-
• Flexibilidade na escolha das variáveis alvo não são calculadas
• Doenças raras – necessário grande nº de indivíduos
• Potencial longa duração do estudo
• Relativamente dispendioso
• Difícil manter o acompanhamento
• Controlo de variáveis externas pode ser incompleto
Estudos casos/controlos
Vantagens Desvantagens
• Os estudos expostos/não expostos (medem incidência) são uma melhor ferramenta para calcular o risco e
identificar causas do que os dois outros tipos de estudo
○ Por exemplo, se a associação entre castração e IU for investigada utilizando um estudo transversal, a
incontinência poder-se-á ter desenvolvido antes da castração em alguns casos
Medidas de associação
• Uma hipótese de associação entre doença e um factor pode ser testada utilizando o teste do Qui quadrado
(χ2)
○ Contudo, este teste não pode ser utilizado para medir o GRAU de associação