Você está na página 1de 32

Microbiologia clínica

Daniella Paternostro de Araújo Grisólia


Farmacêutica- Bioquímica - UFPA.
Ms. Ciências Farmacêuticas – UFPA.
Dra. Neurociência e Biologia Celular – UFPA.
Pós- Doutorado – UFPA.

Belém-Pará
Coleta e transporte de amostras
Introdução

• O tipo e a qualidade da amostra biológica, submetida ao laboratório de


micologia, são fatores importantes no sucesso do isolamento e
identificação do agente etiológico de infeções fúngicas.

Pitiríase versicolor hifas septadas curtas e curvas,


blastoconídios em cacho
• A amostra deve ser submetida ao EMD e cultura em meios para isolamento
e identificação acurada do agente etiológico. Por isso, a assepsia na coleta
e o volume da amostra são fatores básicos para o sucesso do diagnóstico da
infecção.
Introdução

• Um laboratório de micologia necessita de uma estreita relação entre o


médico e os laboratórios de referência.
• A estrutura precisa estar adequada quanto a espaço físico, controle de
qualidade e técnicas de diagnóstico para a execução de forma segura e
precisa do diagnóstico definitivo da micose.
• No EM, o fungo deve ser caracterizado como patógeno primário,
oportunista ou contaminante, para posteriormente ser liberado o laudo
definitivo.
Introdução
• Etapas do diagnóstico micológico:
• Coleta do material
• É a primeira fase do diagnóstico micológico.
• Essencial para o diagnóstico.
• Procedimentos adequados para evitar FALSOS RESULTADOS

• Coleta externa
• Deve obedecer critérios
Enviar o mais rápido possível o material após coleta
A amostra deve ser identificado
Conservado em recipiente estéril e fechado
NÃO usar swab
• Diagnóstico Errado ⟶ Coleta inadequada
✓ Outras informações
• Dados Pessoais: idade, sexo, grupo étnico, profissão, etc

• Naturalidade (áreas endêmicas)

• História Clínica (resumida): tempo de evolução da doença, localização e


aspectos da lesão

• Atividades (lazer e profissional)

• Contato com animais

• Uso de antifúngicos nos últimos 30 dias


Introdução
Materiais para coleta
Local de coleta
• Na lesão do Paciente

- Fazer assepsia local antes da coleta

- Em lesão descamativa ou vesículas fechadas


• Higienizar com Álcool 70%

- Em lesão aberta
• Higienizar Soro fisiológico ou água destilada estéril
Local de coleta
• Espaço físico:

- No momento da coleta as portas e janelas devem estar fechados.

- Dentro do fluxo laminar o processamento da amostra deve ser próximo do Bico


de Bunsen para evitar CONTAMINAÇÃO.
Cuidados no procedimentos de coleta
• No dia da coleta:
• Higiene corporal normal
• Não é permitido uso de substâncias gordurosas

DIFICULTAM
DETECÇÃO E ISOLAMENTO DOS FUNGOS
Procedimentos para coleta de amostras
1. Escarro

• Recolher, de preferência, a primeira expectoração da manhã, após gargarejo


com água limpa, em frasco de boca larga, esterilizado.

• Não deve conter saliva.


2. Secreção ou Pele de conduto auditivo externo

• Colher material por curetagem da lesão ou com “swab” estéril. Mergulhar o


“swab” umedecido em solução salina estéril e enviar o tubo ao laboratório.

Aspergillus

Otomicose é uma infecção fúngica do ouvido.


3. Material de micose ocular

• O melhor método para recuperação de fungos, requer raspado de córnea,


aspiração de líquido intra-ocular ou biopsia.

A ceratite fúngica é uma infecção fúngica da córnea.


Os agentes causadores mais comuns são Aspergillus spp, Fusarium spp. e Cândida spp, embora outros fungos possam ser
responsáveis.
4. Mucosa Oral e orofaringe

• Coletar com “swab” estéril o material de lesão de mucosa jugal, papilas linguais
ou regiaõ tonsilar.

• Mergulhar o “swab” umedecido em solução salina estéril e enviar o tubo ao


laboratório.
5. Lesão Cutânea

• Descontaminar a pele com álcool 70% antes da coleta.

• Raspar com lâminas de bisturi as escamas cutâneas da borda das lesões.

• Conservação: Em local estéril – Placa de petri.

• No laboratório colocar o material em lâmina de microscopia com lactofenol e


lamínula e observar no microscópio.
Os dermatófitos causam as chamadas tinea ou tinhas nos animais e no homem e, de acordo com a localização,
denominam-se: Tinea Corporis, Tinea cruris, Tinea capitis e Tinea pedis)
6. Pelos

• Fios do couro e barbas- Arrancar pela raiz com o uso de pinça estéril.

• Raspar as escamas com lâmina, bisturi.

• Muitos fungos que infectam os cabelos tornam-se fluorescentes sob a


lâmpada de Wood (366 nm).

• Em caso de Piedras Cortar o pelo que contem o nódulo.

• Acondicionar em recipiente estéril.


lâmpada de Wood
Piedra preta é um tipo de micose caracterizada por
formações nodulares irregulares nos pelos do couro cabeludo,
barba, bigode, pelos axilares e pelos pubianos.
Os nódulos são duros, de cor castanha-escura, firmemente
aderidos aos pêlos.
6. Unhas

• Fazer uma limpeza prévia das unhas.


• Em seguida limpar com álcool a 70%.
• Cortar com tesoura e desprezar a parte descolada da unha e com a lâmina de
bisturi, raspar as áreas entre a unha lesada e a sadia.

• Quando a micose se manifesta na superfície da lâmina ungueal – raspar com


bisturi.

• Lesão com inflamação – coletar o pus.


7. Trato genital

• Com auxílio de espéculo, coletar material da lesão ou do fundo de saco vaginal


com swab estéril.

• Mergulhar o swab umedecido em solução salina estéril e enviar o tubo ao


laboratório.
8. Líquido Cefalorraquidiano

• Fazer assepsia no local da punção.

• Coleta é realizada com o paciente deitado e em posição fetal.

• Coleta é feita na região da coluna lombar e é feita por um médico com


treinamento para esse tipo de procedimento.

• Após a coleta, centrifugar amostra e depositar uma gota do sedimento na


lâmina e cobrir com lamínula.

• Observar no microscópico.
Meningite fúngica

• Líquido Cefalorraquidiano

Cryptococcus spp

Cryptococcus spp cresce geralmente na forma de levedura (unicelular) e reproduz-se


por gemulação.
Exame microscópico direto com hidróxido de potássio (KOH a 20%)
• É usado para exame de pelos, pele, unha, tecido obtido por biópsia, exsudatos espessos e
outros materiais densos.
• Colocar uma gota de KOH (aquoso a 20%) em uma lâmina de microscopia em seguida a
amostra a ser examinada.
• Cobrir a preparação com uma lamínula .
• Examinar em microscópio óptico.
Exame microscópico direto com tinta nanquim (tinta da china)
• É usado em amostras de líquor, urina, secreções ou exsudatos, para visualização de
leveduras capsuladas do gênero Cryptococcus, que se tornam mais evidentes contra o fundo
negro proporcionado pela tinta.
• Colocar uma gota de tinta nanquim e uma gota do sedimento da amostra centrifugada sobre
a lâmina.
• Cobrir a preparação com uma lamínula .
• Examinar em microscópio óptico.

Presença de leveduras em
brotamento rodeadas de halo
transparente(cápsula
polissacarídica).
FIM

Você também pode gostar