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Aspectos gerais

Fungos:
 Grupos
 leveduras
Micologia Geral  filamentosos
microscópicos

 cogumelos macroscópicos

Importância dos fungos


Importância dos fungos ?
• A partir dos metabólitos secundários:
• Grande importância clinica médica porque causam – antibióticos ( penicilina),
doenças no homem e nos animais. – drogas imunosupressoras (ciclosporina)
prevenção da rejeição de pacientes submetidos a
menos de 50 espécies causam mais de 90% das
transplante de órgãos
micoses
• Têm importância na alimentação: • Degradam e reciclam a matéria orgãnica
são fundamentais na preparação de queijos, pão, carbono, nitrogênio, fósforo e outras moléculas
vinho e cerveja. são libertadas e podem ser depois utilizadas por outros
organismos.

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Aspectos gerais Fisiologia

Fungos:
 Maioria aeróbios obrigatórios
 eucarióticos  leveduras são capazes de
 são encontrados em crescimento anaeróbio facultativo
vegetais, animais, detritos e  Sacchramomyces cerevisae
no solo  São mesófilos
 Necessitam fonte de  São mais resistentes a pressão
carbono pré-formada osmótica do que as bactérias
(decomposição)  crescem em [↑] concentrações
 Dispersão dos fungosar açúcar e sal
(ventos), insetos, água e  Umidade elevadas e pH ácidos
animais (contato)

Fisiologia:

- quimiotróficos: absorvem os nutrientes por

absorção  enzimas PC  hidrolisam

macromoléculas  transporte citoplasma

- maioria são saprofíticos  decomposição

de substâncias organismos (cogumelo)

- parasitas  desenvolvem em outros

organismos vivos  nutrem de subst.

existentes células (MICOSES)

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Estrutura celular Membrana citoplasmática
Parede celular  Função: regula a passagem de
Função: estrutura rígida que substâncias para dentro e fora
da célula por uma
protege a célula de choque
permeabilidade seletiva
osmótico, suporte e forma  barreira semipermeável (t.ativo e
Composição: quitina, mananas ou passivo)
 Composição: Contém ergosterol
glucanas embebidas em uma
ao invés do colesterol (humanos).
matriz de polissacarídeos, Esteróis estrutura, modulam a
proteínas, lipídios, sais fluidez da membrana e
possibilitam o controle de alguns
inorgânicos (cálcio, magnésio) e eventos fisiológicos.
pigmentos (melanina).  Estrutura: bicamada lipídeos,
Ergosterol
- NÃO tem peptídeoglicano (bactérias): proteínas e glicoproteínas e
glicolipídeos (aderência) .
não antibiótico síntese PC
Alvo antifúngico

Estrutura celular
Citoesqueleto: microtúbulos CÁPSULA
 Tubulina (cilindros - Fungos produzem uma
longos que ocorrem no cápsula polissacarídica
citoplasma). (Cryptococcus neoformans)
 Envolvidos no movimento - Cápsula: anti-fagocitária
de organelas, (evita o reconhecimento por
cromossomos, núcleo células do sistema imune)
(fuso mitótico)
Cryptococcus neoformans

 alvos de antifúngicos (griseofulvina)

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Morfologia: leveduras Morfologia: fungos filamentosos
 Fungos unicelulares  Crescem com um conjunto de filamentos longos
 Temperatura 300C a 370C (hifas) e formam um emaranhado (micélio)
 Algumas fazem parte da microbiota humana  Temperatura ambiente e lentamente (10 d
Candida albicans  Multinucleados
 Capazes de colonizar homem e animais:  Não fazem parte da microbiota normal
perda equilíbrio: doença  Distribuídos na natureza
 Vinho, cerveja e pão  Macroscopicamente: algodonosas, aveludadas
 Microscopicamente: apresentam células ovais  Lupa:
ou esféricas
 Hifa vegetativo: absorção de nutrientes e
 Macroscopicamente: semelhantes a bactérias, sustentação
mas são maiores do que as bactérias e
 Hifa reprodutivo: projeta e cresce acima
normalmente esféricas.
do meio de cultura (esporos)
 Consistência pastosa ou cremosa

Aspergillus niger:
Hifa aérea ou reprodutiva (reprodução)
Aspergilose pulmonar Morfologia: fungos filamentosos

● Microscopicamente:

● Esporos

● Hifas Aspergillus spp Bispora spp

Peça cirúrgica massa fúngica friável no interior


● Septadas: unidades
da cavidade pulmonar. Observar a fibrose
pericavitária e o espessamento pleural
separadas por septos;
maioria dos fungos
filamentosos

P. roqueforti ● Cianocíticas unidades não

Hifa vegetativa (nutrição)


Queijo são separadas entre si
roquefort

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Morofologia: Fungos dimórficos
 Fungos que podem apresentar duas formas Morofologia: Fungos dimórficos
dependendo das condições ambientais

 Organismo de vida livre torna-  Vários fungos de importância médica são dimórficos (micoses
sistêmicas)
se parasita
 Candida sp (filamentosa: parasitária)
 Micoses sistêmicas
 Sporothrix schenckii
 Fungo filamentoso (25°C):
 Histoplasma capsulatum
saprofítica (ambiente) e Leveduras
(37°C): parasitária (tecidos)  Blastomyces dermatitidis
 Paracoccidioides brasiliensis
 Coccidioides immitis
 Candidiases:
 Leveduras (37°C): saprofítica e
fungo filamentoso parasitária
(tecidos hospedeiro )

Tipos de esporos assexuais


Reprodução
 Assexuada
Esporangiosporos Conidiosporos
 Maioria dos fungos de interesse médico: esporos assexuados esporos envolto em um saco
esporos livre na ponta da hifa
(conídios) (esporângio)

 A forma, a cor e o arranjo dos esporos


 identificação dos fungo
 Tipos de esporos assexuados:
 Codiósporos
 Esporangiosporos
 Artroconídios
Aspergillus e Penicillium
 Clamidósporos Mucor e Rhizopus A. flavus (aflatoxina: toxina
Mucormicose cancerígena) contamina
 Brotamento sementes de amendoim e nozes

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Esporos assexuados
Esporos assexuados
• Brotamento ou blastoconídeos  Artroconídeos
• Leveduras:  hifa vegetativa fragmenta-se e
• por brotamento (célula mãe origina um forma os esporo
broto)
 ou fissão binária (uma célula origina
 Ex: Coccidioides immitis
duas células de tamanhos iguais)
 Pseudo-hifas: brotos permanecem ligados a Brotamento na levedura Sacharomyces cerevisae
célula mãe

Fissão na levedura Schizosaccharomyces pombe

Reprodução sexuada
Esporos assexuados
Variabilidade genética entre os fungos: recombinação
Plasmogâmia
 Clamidosporos
Núcleo da célula doadora haplóide (+) entra do citoplasma de célula receptora haplóide (–)
 Esporos formados dentro de
Cariogâmia
uma estrutura arredondada
Fusão dos núcleos + e –
com a parede grossa
Meiosis
Núcleos diplóides produzem núcleos haplóides (esporos sexual)
 Identificação:
 C. albicans (parasita)

 Clamidósporos terminais

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Esporos Sexuais Diagnóstico Microbiológico
 Crescimento e isolamento Fungos
Basidiósporos  Fonte de Carbono e Nitrogênio
(cogumelo)  Agar Sabourud
Esporos
formados  pH ácido e açúcar
 Amanita muscaria, descrito
externamente por Lewis Carroll no livro Alice  Umidade
em um pedestal no Pais das Maravilhas.
 Veneno e alucinógenos  Temperatura
 ambiente por 10 dias (fungos filamentosos)
 37°C(leveduriforme)

 + antibiótico: amostras clínicas e cicloheximida (inibe síntese


proteínas em fungos saprofíticos)
 Amostras clínicas: sg, escarro, pele unha, líquor secreções,
pêlos, urina,...

Diagnóstico Microbiológico
Diagnóstico Microbiológico
A) Cultivo B) Exame microscópico direto (Micoses)
 Imprescindível para diagnóstico específico  Muito empregado nas rotinas

 Meio em ágar-Sabourd  Baixo custo, eficaz e reprodutível


 Caracterização morfológica, bioquímica e antifúngica  Amostras clínicas: escarro, biópsia de
 Identificação pulmão, secreção vaginal ou raspado de
pele e unha
 Grande valor de diagnóstico: iniciar a terapia
 Necessita grande quantidade de amostra
 Três métodos de coloração

Aspergillus niger Trichoderma


Penicillium

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Diagnóstico Microbiológico Diagnóstico Microbiológico
1) KOH 10 a 40% 2) Coloração de Gram
 Lâmina: amostra+ coloração Gram:
 Dissolver o material tecidual em KOH 10 a 40%  Levedura Gram positiva
 fungo visível  Tecidos Gram negativo

 Lâmina:
 Tecido biópsia+ KOH: 20’ MO 10X

Gram: Secreção Vaginal com C.


albicans (G+) células epiteliais , (G-)

Diagnóstico Microbiológico Diagnóstico Microbiológico


c) Teste para detectar a presença de anticorpos
3. Tinta da Índia: para
visualizar a cápsula de  Soro ou liquor
Cryptococcus  Elevado título de AC
 Polissacarídeo (halo)  Meningite fúngica por Criptococcus neoformans,

 Lâmina: 1 gota tintura antígenos capsulares, teste de aglutinação


nanquim + 1 gota amostra:
lamínula MO 10X e 40X

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Diagnóstico Microbiológico Drogas antifúngicas

d) Teste Intradérmicos
 Número de medicamentos limitado

 Sensibilidade do paciente aos  Fungos  eucariotos  mesmos mecanismos de síntese


antígenos fúngicos
de proteínas e ácidos nucléicos dos animais superiores
 Estado alérgico
 Aspergillus e Penicillium
 tratamento antifúngicos efeitos colaterais tóxicos.

 Áreas endémicas  Difícil alcançar a toxicidade seletiva (efeitos adversos)

Injeção intradérmica do antígeno na fase anterior do antebraço

1. Destruição da função da membrana celular 1. Destruição da função da membrana celular


• Drogas: Polienos: 1) Anfotericina B
• Mecanismo de ação (MA) • via intravenosa
• intercalam com ergosterol membrana poros
• fungicida
• alteração na permeabilidade
• ↑ afinidade ao ergosterol e ↓colesterol
• substâncias essenciais extravasem da célula
• Efeitos colaterais  febre, calafrios, dispnéia (aguda) e
1) Anfotericina B
nefrotoxicidade (crônica)
• Indicação: tratamento micoses sistêmicas (amplo espectro)
• criptococose, coccidiomicose e aspergilose
•Nome comercial: Abelcet, Amphotec e AmBisome

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2. Inibe a síntese do ergosterol
2) Nistatina (Micostatin: gel e comprimido)
• Drogas: Derivados Azóis
• tópico: leveduras como Candida ou via oral: candidíase
MA: Bloqueia a síntese de um precursor do ergosterol (14
esofágica
14-a- desmetilação citocromo 450) → síntese do ergosterol
• tóxica para administração parenteral
→ alteração da membrana citoplasmática

Fungos 100 a 1.000 x mais sensível

• Imidazóis (clotrimazol, cetoconazol, miconazol)

• Triazóis (fluconazol e intraconazol)

BIOSSÍNTESE DO ERGOSTEROL

Azois

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• Miconazol
2. Inibe a síntese do ergosterol •Tópico, oral ou sistêmico
• indicacao: Candíase cutânea e sistêmica
• Cetoconazol (Nizoral, cetconazol)
• uso sistêmico (alternativa menos tóxica) • Itraconazol (Sporznox)
• tópico • amplo espectro e via oral
• indicação: Candida boca e vagina • indicação : histoplasmose ,blastomicose,
coccidiodomicose e cromoblastomicose
• dermatofitose das unhas e pele

•Fluconazol (Zoltec)
•Oral ou intravenoso (boa penetração SNC)
• indicação : meningite criptocócica (Cryptococcus
neoformas), e coccidiodomicose (Coccidiodes
immitis) e candidiase orofaríngea em pacientes
HIV e candemia em imunocompetentes

Efeitos colaterais:
 Inibição da enzima CYP 450 dos mamíferos
 O lanosterol é um intermediário na biossíntese do
colesterol, um importante precursor de hormônios
humanos e constituinte vital das membranas

 Interação medicamentosa
 Rifampicina, isoniazida

 Cetoconazol
 mais tóxico
 Pode inibir a síntese de testosterona e cortisol
 Ginecomastia, diminuição do libido, impotência e
irregularidade mestrual

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BIOSSÍNTESE DO ERGOSTEROL
2. Inibe a síntese do ergosterol
Terbinafina
 Droga: Terbinafina (Lamisil)
 MA: inibição da enzima
escaleno-epoxidase →
acúmulo do intermediário
esqualeno e diminuição da
produção de ergosterol
 Via oral ou tópica
 Indicação
 dermatófitos.

2. Inibe a síntese do ergosterol BIOSSÍNTESE DO ERGOSTEROL


 Droga: amorolfina
 morfolínicos
 MA: inibição da 14 redutase→ incorporação de
esteróis diferentes → alteração da propriedade
e função da membrana
 Via tópica
amorolfina
 Indicação :
 dermatófitos.

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3. Interfere com a divisão celular Griseofulvina (Fulvicin)
• Droga: Griseofulvina (Fulcin)
indicação: micoses superficiais (cabelo, pele e unhas)
• MA  interage com os microtúbulos e causadas por dermatófitos (Microsporum, Tricophyton)
afeta o fuso mitótico  inibe o crescimento
dos fungos (hifas em crescimento)

• Droga: aparentemente se liga à


queratina da pele, folículos capilares e
unhas  atinge o tecido alvo via
perspiração

• Via oral: couro cabeludo (1 mês), unhas


(6 a 9 meses) Dermatofitose da cabeça
Dermatofitose da unha

4. Antimetabólito
• Droga: flucitosina (5-fluorocitisina) (Ancotil)

• interfere com a síntese de RNA ou DNA


MA: absorve (citocina permease) → 5-fluorouracil (citocina
desaminase)  inibição competitiva com a timidilato-sintetase 
inibidor da síntese do DNA

• preferentemente incorporado por células dos fungos,


mamíferos não têm citocina desaminase

•sinergismo com anfotericina B  tratamento de


criptococose e candidíase

• via oral

•indicação: Cryptococcus neoformas, Candida spp

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Outros Agentes Antifúngicos
Resumo das drogas anti-fúngicas

•Tolnaftato (Tinactina)  pé-de-atleta e coceira de joquei


• MA: desconhecido
• Hipossulfato de Na e sulfeto de selênio
• MA: ceratolíticos e anticeratolítico
• Pitiríase de versicolor e caspa
• solução saturada de Iodeto de K

•MA: mecanismo de defesa do corpo


• esporotricose
• Violeta de genciana (antimicótico)
•MA: secar
• Candidíase oral e vaginal

Microbiota da pele
 Microrganismos residentes e transientes→ habitam a
MICOSES HUMANAS
pele → não produzem doença em condições normais
 Estabelecer → beneficia o hospedeiro → prevenindo →
crescimento excessivo de microrganismos nocivos
 Microbiota: fungos
 Pityrosporum orbiculau e P.ovale no couro cabeludo
e aéreas de pêlos do corpo (transforma em
Malassezia furfur)
 Candida albicans

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Classificação das micoses
Mecanismos de defesa da pele
 Superficial: limita-se a superfície externa do pêlo,
 Barreira Física
unhas e pele.
 Poucos microrganismos → penetram na pele e atravessar
a cél. queratina → não possuem enzimas para degradar  Cutânea: (dermatofitoses) invadem somente
 Escamação contínua das células epiteliais tecidos queratinizados superficial (pele, unhas e
 Pouca umidade da pele (inibe crescimento) pêlo).
 Acidez (pH 4.0-6.0)
 quebra de lipídios → ác. graxos pela microbiota → inibe  Subcutânea: tecido subcutâneo, em geral no
crescimento ponto de inoculação. Há inflamação estende até a
 Antagonismo → microbiota normal epiderme
 Sebo → liberado gl. sebáceas → proteção pele
 Sistêmica (profunda) órgãos internos (pulmões,
 Suor → ↑ [ ] NaCl
 Hábito de tomar banho e lavar as mãos→ não elimina a microbita vísceras, cérebro). Portas de entrada: pulmões,
residente trato gastrintestinal, via sanguínea

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