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Microbiologia Geral: Roteiro de Atividades 1

Material preparado para o ensino remoto das aulas de Microbiologia Geral (Universidade Federal de Sergipe/ Departamento de
Morfologia), podendo ser utilizado somente para esse fim. Qualquer uso indevido, reprodução ou divulgação do mesmo pode
acarretar em problemas jurídicos, conforme previsto na Resolução Nº 26/2020/CONEPE, artigo 6°, parágrafo §4°.

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA
MICROBIOLOGIA GERAL

ROTEIRO DE ATIVIDADES
Profa. Dra. Ana Andréa Teixeira Barbosa

Biossegurança em Laboratórios
de Microbiologia

São Cristóvão
2020/1
Microbiologia Geral: Roteiro de Atividades 2
Material preparado para o ensino remoto das aulas de Microbiologia Geral (Universidade Federal de Sergipe/ Departamento de
Morfologia), podendo ser utilizado somente para esse fim. Qualquer uso indevido, reprodução ou divulgação do mesmo pode
acarretar em problemas jurídicos, conforme previsto na Resolução Nº 26/2020/CONEPE, artigo 6°, parágrafo §4°.
Introdução

Biossegurança corresponde ao conjunto de medidas destinadas a prevenir riscos


inerentes às atividades dos laboratórios de assistência, ensino, pesquisa e
desenvolvimento tecnológico, que possam comprometer a saúde dos profissionais e o
meio ambiente. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) é responsável
pelas atribuições relativas ao estabelecimento de normas, análise de risco e definição dos
níveis de biossegurança (Anvisa, 2013).
Os laboratórios são classificados de acordo com o nível de biossegurança (NB),
que é determinado de acordo com o tipo de microrganismo que pode ser manipulado
(Anvisa, 2013). Existem 4 níveis de biossegurança: o Nível 1 (NVB-1) é adequado ao
trabalho que envolva agente com menor grau de risco para os manipuladores do
laboratório e para o meio ambiente (Classe de Risco I). Microrganismos como Bacillus
subtilis, Lactobacillus casei, Escherichia coli não patogênica, podem ser manipulados
nestas condições; O Nível 2 (NVB-2) é adequado ao trabalho que envolve agentes de
risco moderado para os manipuladores e para o meio ambiente, em geral agentes
causadores de doenças infecciosas (Classe de Risco II). Exemplos de microrganismos
manipulados nestas condições são Staphylococcus aureus, um patógeno oportunista,
Clostridium tetani, Cândida albicans, Schistosoma mansoni, Plasmodium etc. O Nível 3
(NB-3) permite o trabalho com micro-organismos com elevado risco infeccioso (Classe
de Risco III) podendo causar doenças sistêmicas sérias e potencialmente letais como
Mycobacterium tuberculosis, Vírus ebola, entre outros. O Nível 4 de Biossegurança (NB-
4) representa o nível máximo de segurança, adequado ao manuseio de agentes infecciosos
que possuem alto risco de infecção individual e de transmissão pelo ar.
Durante as aulas práticas de Microbiologia Geral, as normas estabelecidas para
o NB2 são seguidas durante os procedimentos, sendo elas:
– O trabalho será conduzido em bancadas abertas, sem equipamentos especiais de
contenção;
– Os alunos serão treinados nos procedimentos que sempre são realizados sob supervisão;
– O laboratório possui pia específica para lavar as mãos;
– O laboratório dispõe de autoclave localizada na sala de esterilização para
descontaminação de todo o material antes do seu descarte;
– São seguidas as Boas práticas de laboratório (BPLs) (Brasil, 2013)
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Morfologia), podendo ser utilizado somente para esse fim. Qualquer uso indevido, reprodução ou divulgação do mesmo pode
acarretar em problemas jurídicos, conforme previsto na Resolução Nº 26/2020/CONEPE, artigo 6°, parágrafo §4°.

– Proibido comer, beber e aplicar cosméticos no laboratório.


– Prender os cabelos e evitar o uso de bijuterias.
– Obrigatório o uso de jaleco e calça comprida.
– É vedado o uso de calçados abertos (chinelos e sandálias).
– Não deixar objetos de uso pessoal sobre a bancada (celulares, computadores, etc.).
Somente caderno de anotações e apostila de aula prática.
– Apesar de não manipularmos microrganismos patogênicos em laboratório de aula
prática, todo material biológico deve ser considerado potencialmente patogênico.
Portanto, deve ser manuseado com segurança para evitar a sua contaminação, do ambiente
e do colega.
– Proibido pipetar com a boca.
– Obrigatória a descontaminação das bancadas de trabalho antes e após o
desenvolvimento das atividades utilizando álcool a 70%.
– Nunca manipular materiais não identificados.
– Depositar todo material contaminado em recipientes apropriados para esterilização.
– Higienizar sempre as mãos: antes da aula, depois da aula e sempre que for necessário,
seguindo as orientações apresentadas na aproxima página (Anexo 1);
–Usar de preferência toalhas descartáveis para secar as mãos;
–Evite gestos bruscos que podem levar ao derramamento de reagentes ou à quebra de
vidraria; caso isto aconteça, avise ao professor.
–Não manuseie equipamentos, soluções, vidrarias sem autorização do professor.

O álcool a 70% (70% de etanol + 30% de água destilada) é muito utilizado nos
laboratórios de Microbiologia e em Unidades de Saúde. Apresenta atividade
antimicrobiana contra fungos, bactérias e vírus envelopados, incluindo o novo
Coronavírus. Dessa maneira, a sua utilização elimina os possíveis patógenos presentes
nas mãos, evitando que as mesmas sejam veículos para a transmissão de doenças
infecciosas.
O álcool acrescido de 30% de água é mais eficiente que o álcool absoluto na
eliminação de microrganismos. De uma amaneira geral, o álcool absoluto evapora mais
rápido, tendo ação, principalmente, na superfície da célula. A água, além de aumentar o
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tempo de contato do antimicrobiano com a célula, facilitar a entrada do álcool no
citoplasma, aumentando assim a sua eficiência antimicrobiana.
A recomendação nos laboratórios é a higienização das mãos ao entrar e ao sair do
laboratório e sempre que for necessário, como após a manipulação de amostras
biológicas. Se as mãos apresentarem algum tipo de sujidade, a recomendação é que sejam
lavadas com água e sabão, como demonstrado no Anexo 1. Caso não haja sujidade
aparente nas mãos, a assepsia com álcool a 70 % é suficiente.
Infelizmente, devido ao cancelado das atividades presenciais na UFS em virtude
da COVID-19, esse período as aulas práticas de Microbiologia Geral serão substituídas
por vídeo-aulas das técnicas mais utilizadas em Microbiologia.
Dessa maneira, para essa primeira aula vocês encontrarão mais informações sobre
Biossegurança e boas práticas de laboratório nos vídeos disponíveis no canal do Youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=O8gwnDJJEow
https://www.youtube.com/watch?v=ia4_YF40-VM

https://www.youtube.com/watch?v=ySCOHBw6eaM

Após a leitura desse roteiro e visualização dos vídeos acima, os alunos deverão entrar no
SIGAA e responder ao questionário sobre o assunto.
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Anexo 1
1.2 Higienização antisséptica das mãos
Passo 1: Higienização simples das mãos:

Fonte:
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Passo 2: Antissepsia das mãos utilizando álcool 70 %:
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Referências Bibliográficas

BRASSIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Departamento de


Vigilância epidemiológica. Biossegurança em Laboratórios Biomédicos e de
Microbiologia. 2ed, Brasília: Ministério da Saúde. 2004, 290 p.

BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do Paciente:


Higienização das mãos.

BRASIL. ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Microbiologia clínica para


o controle de infecção relacionada à assistência à saúde. Módulo 1: Biossegurança e
Manutenção de Equipamentos em Laboratório de Microbiologia Clínica. 2ed, Brasília:
Ministério da Saúde. 2013, 48 p.

MADIGAN, M. T.; MARTINKO, J. M.; PARKER, J. MICROBIOLOGIA DE BROCK.


12e d. Porto Alegre: ARTMED, 2010.

TORTORA, G. J; FUNKE, B.; R; CASE, C. L. MICROBIOLOGIA. 10 ed. Porto Alegre:


ARTMED, 2012.

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