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BIOSSEGURANÇA EM AMBIENTE ODONTOLÓGICO: SUA IMPORTÂNCIA E DIRETRIZES AO PROFISSIONAL E

ACADÊMICO

1JULIA DELAZARI AMERICO, 2BEATRIZ MARTINS GAIARI, 3HENRIQUE SARTORI ANDRE, 4ANNY GABRIELLI BIUDES

MARQUES, 5RICARDO MARQUES BARROSO, 6KLISSIA ROMERO FELIZARDO

1Acadêmica do PEX/ UNIPAR


2Acadêmica do Curso de Odontologia da UNIPAR
3Acadêmico do Curso de Odontologia da UNIPAR
4Acadêmica do Curso de Odontologia da UNIPAR
5Acadêmico do PEX/Unipar
6Docente da UNIPAR

Introdução: A biossegurança em odontologia é um conjunto de medidas empregadas com a finalidade de proteger a equipe
odontológica, o indivíduo e o acompanhante em ambiente clínico. Esse conjunto de medidas agrupa todos os princípios de
controle de infecção, as práticas ergonômicas no desenvolvimento do exercício da profissão e o controle dos riscos físico e
químico (FRANCO et al., 2020).
Objetivo: Este trabalho tem como finalidade descrever por meio de um levantamento bibliográfico a importância da
biossegurança em um ambiente odontológico e como se dá a adoção de medidas preventivas dentro dela.
Desenvolvimento: No Brasil, a segurança do profissional de saúde é estabelecida pela norma regulamentadora nº 32 Portaria nº
1.748 de 30/08/2011. Trata-se da constituição e implementação do plano de prevenção de risco de acidentes com materiais
perfurocortantes (FRANCO et al., 2020). Ainda que exista essa regulamentação, acontece de muitos profissionais cometerem
alguns tipos de acidentes na prática cotidiana. Segundo Binalrimal et al. (2019) a maior causa de acidentes perfuro cortantes
acontece com estudantes e recém-formados pela inexperiência e falta de atenção. A maioria apenas lava o ferimento com água e
sabão, mas não se preocupa em ir ao médico verificar se está contaminado ou não. De acordo com tais informações Orestes-
Cardoso et al. (2009) afirma que a contaminação pelos perfurocortantes está entre as maiores taxas, mesmo sendo totalmente
aconselhado as medidas profiláticas após o acidente, a maioria dos estudantes e até mesmo profissionais da saúde nem sempre
fazem essas medidas. Caso ocorra uma contaminação com perfurocortante é recomendado o tratamento do sítio de exposição:
para exposição cutânea ou percutânea, lavagem com água corrente e soluções antissépticas; para exposições em mucosa, lavar
abundantemente com água ou solução fisiológica. Em seguida, fará a notificação do acidente por meio de um boletim de acidente
de trabalho; coleta de amostras de sangue do paciente e do profissional: realização de testes sorológicos para HIV, hepatite B e
C. Outra medida muito conhecida na clínica odontológica, é a vacinação, sendo considerada uma das medidas mais importantes
para prevenir a aquisição de infecções como: hepatite B, febre amarela, sarampo, caxumba, rubéola, tuberculose, difteria, tétano
e influenza. Tem sido recomendado tanto para cirurgiões-dentistas quanto para auxiliares e técnicos de odontologia (FROTA et
al., 2019). Devemos citar também que o preparo da sala antes e após o atendimento é essencial para evitar a contaminação
cruzada. Deve realizar a limpeza e a desinfecção das superfícies e de outros ambientes utilizados pelo paciente, entre eles: alça
do refletor, cadeira, mocho, superfície do carrinho auxiliar, equipo (pontas de alta e baixa rotação, seringa tríplice e pontas da
unidade de sucção) e cuspideira (WITZEL et al., 2020). O uso EPIs ou de barreiras protetoras individuais (sapato fechado, luvas,
óculos de proteção, gorro, máscara, bata ou jaleco) objetiva evitar o contato de produtos biológicos de origem oral com o tecido
cutâneo, ou com a mucosa conjuntival. As vestimentas protetoras, como o jaleco/bata, luva e gorro, são medidas que visam à
proteção do corpo do profissional de saúde. As máscaras protegem contra possíveis inalações de microgotas de saliva e/ou
sangue gerados durante alguns tipos de procedimentos clínicos. Já os óculos de proteção servem como barreira protetora para
os olhos contra secreções e aerossóis (MAIA et al., 2021). Para a esterilização dos materiais, o método recomendado é o vapor
sob pressão (autoclave), que através da combinação de temperatura, pressão e umidade provoca a coagulação pelo calor e a
desnaturação das proteínas. Monitoramento físico e químico e monitoramento biológico são usados para demonstrar e verificar a
eficácia dos processos (ASCARI et al., 2013). A esterilização é um processo destinado a eliminar todos os tipos de
microrganismos até mesmo as formas mais resistentes de bactérias. O processo de esterilização deve seguir etapas para serem
eficazes, tais etapas começam com a lavagem e secagem dos materiais e armazenamento em embalagens específicas
(invólucros de tecido em papel cru, ou papel grau cirúrgico, papel Kraft e/ou caixas metálicas, necessitando de adequação quanto
ao invólucro utilizado para o tipo de esterilização praticada) (ASCARI et al., 2013).
Conclusão: A biossegurança é essencial para qualquer consultório odontológico. Seguir seus procedimentos e regras
corretamente previne a transmissão de doenças, reduz o risco ocupacional e de infecção cruzada, além de diminuir os riscos de
penalização legal e criminal perante a justiça.

Referências
ASCARI. O processo de esterilização de materiais em serviços de saúde: uma revisão integrativa, Master editora, Cianorte
v.4, n.2, 08 agosto 2013. Disponível em: https://www.mastereditora.com.br/periodico/20130831_181149.pdf Acessado em: 22
ago. 2023.
BINALRIMAL. Awareness and compliance of dental students and interns toward infection control at Riyadh Elm University, GMS
Hygiene and Infection Control, v. 14, 2019. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6734498/pdf/HIC-14-
10.pdf Acessado em: 22 ago. 2023.
FRANCO. Cuidados Odontológicos na era do COVID-19: recomendações para procedimentos odontológicos e profissionais. Rev
assoc paul cir dent, v. 74, n. 1, 2020. Disponível em
https://site.crosp.org.br/uploads/arquivo/8b9e5bd8d0d5fd9cf5f79f81e6cb0e56.pdf Acessado em 22 ago. 2023.
FROTA. Eficiências da limpeza e desinfecção de superfícies clínicas: métodos da avaliação, Revista Brasileira de
Enfermagem, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0623 Acessado em 22 ago. 2023.
MAIA. Caio Rodrigues et al. Conhecimento e aplicabilidade sobre normas de biossegurança por discentes de odontologia,
cirurgiões-dentistas e auxiliares de saúde bucal (ASB) da rede pública e privada de saúde. Brazilian Journal of Development, v.
7, n. 8, p. 75791-75806, 2021. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/33728/pdf
Acessado em 22 ago. 2023.
ORESTES-CARDOSO. Acidentes perfuro cortantes: prevalência e medidas profiláticas em alunos de odontologia. Rev. Bras.
Saúde Ocup, 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbso/a/cTpC9yDWY5hX87dmPbpT8Kn/?format=pdf&lang=pt Acessado
em 22 ago. 2023.
WITZEL. Orientação de Biossegurança- Adequações Técnicas em Tempos de COVID-19. CROSP, São Paulo. 2020. Disponivel
em: https://site.crosp.org.br/uploads/paginas/38f65fd62bd4e5e56b16e859ada6c751.pdf Acessado em 22 ago. 2023.

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