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PERFUROCORTANTES

ENFERMEIRO: DOUGLAS DOS PASSOS E SILVA


CAPS DR BEZERRA DE MENEZES
MAIO/ 2014
O que são perfurocortantes?
Conforme a RDC Nº 306, de 7 de dezembro de 2004, da
ANVISA, os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) do
grupo E são constituídos por materiais perfurocortantes
como objetos e instrumentos contendo cantos, bordas,
pontas ou protuberâncias rígidas e agudas capazes de
cortar ou perfurar.
O Grupo E é identificado pelo símbolo de substância infectante
constante na NBR-7500 da ABNT, com rótulos de fundo branco,
desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de RESÍDUO
PERFUROCORTANTE, indicando o risco que apresenta o
resíduo.
Exemplos
Lâminas de barbear, Agulhas

Escalpes Ampolas de vidro

Brocas Limas endodõnticas

Pontas diamantadas Laminas de bisturi

Lancetas Tubos capilares

Micropipetas Lâminas e laminulas

Espatulas Todos utensilios de vidro quebrados em


laboratório (pipetas, tubos de coleta
sanguínea e placas de Petri)
Cuidados na manipulação e descarte
● Usar EPI
● Manuseio correto ( Técnicas )
● Descarte apropriado (Desprezar em recipiente resistente a perfuração,
com tampa e identificados com o simbolo Internacional de Risco Biologico,
acrescido pela inscrição Perfurocortante);
● Apenas ⅔ do recipiente deve ser preenchido ( 3 à 13 litros ) ou 5cm da
boca do recipiente
● Não realizar tarefas simultâneas
● Não reencapar, quebrar, entortar e nem retirar agulhas
● Cumprir as normas segurança
● Ater se a situações difíceis nos cuidados com o paciente ( Crise de
agitação psicomotora )
Pode haver transporte interno dos resíduos
perfurocortantes, porem este deve ser
realizado atendendo roteiro previamente
definido e em horários não coincidentes
com a distribuição de roupas, alimentos e
medicamentos, períodos de visita ou de
maior fluxo de
pessoas ou de atividades.

Os resíduos do grupo E são recolhidos e


encaminhados para a incineração pela
firma Pró- Ambiental a qual presta serviços
para Prefeitura Municipal de Itajubá- MG.
Fatos relevantes
A relação entre doença e trabalho é fato descrito há décadas. É
vinculado a multiplicidade de causas.
Com o surgimento da AIDS no início da década de 80 os
profissionais da área de saúde passaram a experimentar intensa
preocupação com a possibilidade de adquirirem o vírus HIV, Hepatite B
e C.
Em 1991, a Occupational Safety and
Administration (OSHA) estabeleceu padrões
onde o sangue, derivados e outros materiais
foram definidos como potencialmente infecciosos
com o objetivo de reduzir os riscos ocupacionais.
Esta padronização determina uma
combinação desde área de trabalho controlada
até boas práticas no trabalho, incluindo
equipamento de proteção individual, vacinação
contra hepatite B e treinamentos para minimizar
o risco de transmissão de doenças
As exposições ocupacionais a materiais biológicos
potencialmente representam um sério risco aos profissionais da área
da saúde no seu local de trabalho e os acidentes envolvendo
sangue e outros fluidos orgânicos correspondem às exposições
mais frequentemente relatadas.
Fluxo de atendimento pós acidente
1. Cuidados locais;
2. Notificação à chefia imediata, que notificará a CCIH
(determinar a conduta de 2 até 72 horas);
3. CAT (Comunicação de acidente de Trabalho) -
CAPS;
4. Documentar e comunicar o programa DST/AIDS;
Fluxo de atendimento pós acidente
5. Avaliação do acidente
5.1 Material biológico envolvido;
5.2 Tipo de acidente
5.2.1 Perfuro cortante;
5.2.2 Contato com mucosa ocular, oral ou pele
com solução de continuidade;
5.2.3 Contato com pele integra
Fluxo de atendimento pós acidente
5.3 Situação sorologica do paciente :
HIV - Positivo ou negativo (retrovirais se
necessário)
Fluxo de atendimento pós acidente
Hepatite B - Positivo ou negativo (imunoglobulina e
vacinas)
Fluxo de atendimento pós acidente
Hepatite C -Positivo ou negativo (acompanhamento);
Fluxo de atendimento pós acidente
Hepatite C - Positivo ou negativo (acompanhamento);
Após o acidente com perfurocortante, o profissional
deve:

● Lavar o local com agua e sabão, no caso de exposição


percutânea;
● Lavar com agua ou soro fisiológico, no caso de exposição de
mucosa;
● Não espremer nem passar soluções abrasivas no caso de lesões
● Não usar hipoclorito de sódio por aumentar a lesão e
consequentemente os riscos de contaminação.
O profissional deve procurar atendimento especializado
imediatamente. Caso a fonte do acidente seja conhecida, o
profissional ou seu superior devem conversar com o paciente
fonte para que o mesmo autorize a realização de exames
sorologicos (HIV, Hepatite B e C), pois se estes resultados
forem negativos, o médico ou serviço que acompanhará este
profissional estará autorizado a dar alta do seguimento
ambulatorial. Não existe necessidade de se fazer o seguimento
do acidente por seis meses nesta situação.
Se a fonte for desconhecida o profissional deverá ser
acompanhado por um período mínimo de 6 meses.
Dados Estatísticos
Em uma pesquisa realizada pela UNIFESP 2009, por meio do Sistema de
Vigilância Voluntário, mantido pelo Projeto Riscobiologico.org, demonstrou que
os índices de acidentes que ocorreram sequencialmente, em ordem crescente,
foram:
1. procedimento odontólogico
2. manuseio de lixo
3. punção venosa periférica
4. reencape de agulha
5. administração de medicação
6. procedimento cirúrgico
7. descarte
O grau de risco de contaminação
com diferentes agentes infecciosos é
variável, considerando-se que a
exposição de mucosas íntegras,
representa risco médio de 0,1% e
quando há exposição da pele
íntegra, o risco é inferior a 0,1%.
50% dos acidentes
com materiais
perfurocortantes
ocorre pelo fato
desses objetos
estarem em local
impróprio para
descarte e sem
segurança.
As doenças infecciosas que podem ter como fonte de infecção
acidentes com materiais perfurocortantes, incluem:

Blastomicose Brucelose

Criptococose Difteria

Gonorréia cutânea Herpes

Malária Micobacteriose

Mycoplasma cavia Febre Maculosa

Esporotricose Staphylococcus aureus

Streptococcus pyogenes Sífilis

Toxoplasmose Tuberculose
LEGISLAÇÃO
NORMA REGULAMENTADORA 32 - NR 32
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE
ANEXO III
PLANO DE PREVENÇÃO DE RISCOS DE ACIDENTES COM MATERIAIS PERFURO CORTANTES

1.1 Estabelecer diretrizes para a elaboração e implementação de um


plano de prevenção de riscos de acidentes com materiais
perfurocortantes com probabilidade de exposição a agentes biológicos,
visando a proteção, segurança e saúde dos trabalhadores dos serviços
de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e
assistência à saúde em geral.
32.2.3.3 Com relação à possibilidade de exposição acidental aos agentes
biológicos, deve constar do PCMSO: (Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional)

a) Os procedimentos a serem adotados para diagnóstico, acompanhamento e


prevenção da soroconversão e das doenças;
b) As medidas para descontaminação do local de trabalho;
c) O tratamento médico de emergência para os trabalhadores;
d) A identificação dos responsáveis pela aplicação das medidas pertinentes;
e) A relação dos estabelecimentos de saúde que podem prestar assistência
aos trabalhadores;
f) As formas de remoção para atendimento dos trabalhadores;
g) A relação dos estabelecimentos de assistência à saúde depositários de
imunoglobulinas, vacinas, medicamentos
necessários, materiais e insumos especiais
Referencias:
1. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/ MEDICINA LABORATORIAL. Prevenção de acidentes por material
perfurocortante Gestão da fase Pré-Analítica: Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina
Laboratorial (SPPC/ML). Disponível em: http://www.sbrafh.org.br/site/public/temp/4f7baaa733121.pdf. Acesso em
26/05/2014.
2. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC Nº 306, DE 7 DE
DEZEMBRO DE 2004 (Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Disponível em:
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/legislacao/residuos/lei%20federal/RDC%20N%20306,%20DE%207%20
DE%20DEZEMBRO%20DE%202004.pdf. Acesso em: 26/05/2014.
3. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Recomendações para Atendimento e Acompanhamento de Exposição Ocupacional a Material
Biológico: HIV E Hepatites B e C. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/04manual_acidentes.pdf.
Acesso em 26/05/2104.
4. MINISTÉRIO DO TRABALHO. NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. Disponível em:
http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A350AC8820135161931EE29A3/NR-32%20(atualizada%202011).pdf. Acesso
em 26/05/2014.
5. PROJETO RISCOBIOLOGICO.ORG. Manual de implementação - Programa de prevenção de acidentes com materiais
perfurocortantes em serviços de saúde. Disponível em:
http://www.unifesp.br/reitoria/residuos/orientacao-geral/grupo-e-1/mte_perfurocortantes.pdf. Acesso em: 26/05/2014.
Muito Obrigado!

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