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CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL

COLÉGIO BEZERRA DE ARAÚJO

BIOSSEGURANÇA

Prof. Enfª. Angélica Izidoro


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Introdução

“A biossegurança é um processo de fundamental de suma importância nos


serviços de saúde, tanto de pacientes quanto para proteção da equipe de
assistências à saúde. Tem fundamental papel na promoção da consciência sanitária
dos agentes diretamente envolvidos (pacientes, profissionais da saúde, além das
comunidades / sociedades), pois as ações que envolvem a biossegurança também
estão ligadas à preservação do meio ambiente, envolvendo a maneira como
manipulamos e descartamos os resíduos biológicos, químicos, tóxicos e infectantes
e a preocupação quanto à redução de risco à saúde e acidentes ocupacionais.
A biossegurança surgiu em meados da década de 1970, com foco na
proteção dos trabalhadores e do meio ambiente, pensando sobre os possíveis
riscos relacionados ao avanço tecnológico. Na época, iniciaram as pesquisas com
DNA recombinante, o que obrigou o governo norte-americano a se preocupar com
o processo de regulação quanto às normas de segurança de manuseio dos produtos
destes estudos.
Um dos marcos na elaboração do conceito de biossegurança foi a
Conferência de Asilomar, que discutiu e apresentou propostas para minimizar e
controlar os riscos aos trabalhadores e ao meio ambiente, refletindo sobre as
maneiras de lidar com os potenciais riscos envolvidos nas pesquisas do DNA
recombinante, as prováveis ações de proteção com foco em minimizar os possíveis
riscos que a técnica poderia oferecer aos trabalhadores em laboratórios, ao público
em geral e ao ambiente.
No Brasil, a biossegurança foi implementada pela Lei n 8.974, de 5 de janeiro
de 1995, que regulava o uso das técnicas de engenharia genética e liberação, no
meio ambiente, de organismos geneticamente modificados. Logo após, a Lei no
11.105, de 24 de março de 2005, estabeleceu as normas de segurança e os
mecanismos de fiscalização dessas atividades, criou o Conselho Nacional de
Biossegurança (CNBS) e reorganizou a Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança (CTNBio). Assim, a noção de biossegurança foi concebida e

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adotada por grupos de elite e organizações de especialistas isolados dos interesses
e das pressões sociais, tendo seu primeiro conceito baseado na regulação da
biotecnologia.
A biossegurança é um processo contínuo, envolve estar constantemente em
alerta, pois surgem novos microrganismos ou, mesmo os que conhecemos, sofrem
mutações e se tornam mais resistentes, necessitando de novos estudos e novas
medidas de prevenção e controle.
Em um contexto multidisciplinar, é necessário que todos os profissionais da
área da saúde entendam e incentivem a biossegurança por meio de um conjunto de
normas e condutas visando à segurança e proteção da saúde de todos os cidadãos.
É essencial essa visão por parte de todos os colaboradores, reforçando que não é
apenas um conjunto de regras criadas com objetivo de atrapalhar ou dificultar a
rotina de trabalho, mas, sim, ações de grande valia na segurança das populações.
A Biossegurança foi implementada pela Lei nº8.974/1995, alterada pela
Medida Provisória nº2.191-9/2001, e seu decreto regulamentador (Decreto nº
1.752/1995). Tais normas criaram a Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança (CTNBio), que editou de 1996 até 2002. A RDC 360/2004 que
dispôs sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços
de saúde, e foi revogada em 22 de março de 2018 pela RDC/222 que regulamenta
as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde. Ressalta-
se que com a promulgação da Lei nº 11.105/2005 foram revogados a Lei nº
8.974/1995, a Medida Provisória nº 2.191-9/2001 e os arts. 5º, 6º, 7º, 8º, 9º, 10 e 16
da Lei nº 10.814/2003.
A CTNBio é responsável pelas atribuições relativas ao estabelecimento de
normas, à análise de risco, à definição dos níveis de biossegurança e à classificação
de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) e é composta por
representantes de todos os ministérios envolvidos: da Ciência e Tecnologia,
Agricultura e Abastecimento, Meio Ambiente, Saúde, Educação, Trabalho e
Relações Exteriores, bem como a comunidade científica, o setor empresarial que
atua com biotecnologia, os representantes dos interesses dos consumidores e de
órgãos legalmente constituídos de proteção à saúde do consumidor. A CTNBio deve

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avaliar, tecnicamente, todas as atividades desenvolvidas com o uso da engenharia
genética no Brasil também responsável pela criação de normas e pareceres
técnicos de segurança referentes à proteção da saúde humana e do meio ambiente
para atividades que envolvam a construção, a experimentação, o cultivo, a
manipulação, o transporte, a comercialização, o consumo, o armazenamento, a
liberação e o descarte de OGMs e derivados e também dar apoio técnico-consultivo
e assessoramento ao governo federal na formulação, atualização e implementação
da Política Nacional de Biossegurança relativa aos Organismos Geneticamente
Modificados (OGMs).
A biossegurança no nosso país começou a ser institucionalizada a partir da
década de 1980 quando o Brasil tomou parte do Programa de Treinamento
Internacional em Biossegurança, ministrado pela OMS, com foco em estabelecer
ações de planejamento e controle dessa área.
Na área hospitalar, a biossegurança é vista como um desafio, pois precisa
do envolvimento das três esferas de governo (União, Estados e Municípios), o que
inclui os órgãos de Vigilância Sanitária e Ambiental, bem como a educação e
capacitação de todos os profissionais envolvidos, não só da esfera pública, mas da
privada também.

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Classificação dos resíduos de serviço de saúde:

De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiado (RDC) nº 222 de março


de 2018 da ANVISA, todos os serviços cujas atividades estejam relacionadas ao
atendimento à saúde humana ou animal, inclusive serviços de home care,
laboratórios de análises de produtos sanitários; necrotérios, funerárias e serviços
onde se realizam atividades de embalsamamento (tanatopraxia e
somatoconservação); serviço de medicina legal, drogarias e drogarias, incluindo
estabelecimentos de manipulação, de ensino e pesquisa na área da saúde centro
de controle de zoonoses, distribuição de produtos farmacêuticos, importadores,
distribuidores de materiais e controle para diagnostico in vitro, unidades móveis de
assistência à saúde serviços de acupuntura, serviços de piercing e tatuagem, salão
de beleza e estética, entre outros.

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Os resíduos são classificados da seguinte forma:

Grupo A: resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas
características de maior virulência, podem apresentar risco de infecção.

Grupo B: resíduos contendo produtos químicos que podem apresentar risco à


saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.

Grupo C: rejeitos radioativos. Qualquer material que contenha radionuclídeo em


quantidade superior aos níveis de dispensa especificados em norma da
Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN e para os quais a reutilização é
imprópria.

Grupo D: resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à


saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.

Grupo E: resíduos perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de


barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, fios
ortodônticos cortados, próteses bucais metálicas inutilizadas, pontas
diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, tubos capilares, micropipetas, lâminas
e lamínulas, espátulas e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório
(pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri).

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Identificação dos grupos de resíduos de saúde:

O grupo A é identificado, no mínimo, pelo


símbolo de risco biológico, com rótulo de fundo
branco, desenho e contornos pretos, acrescido
da expressão RESÍDUO INFECTANTE.

O grupo B é identificado por meio de símbolo


e frase de risco associado à periculosidade do
resíduo químico. Observação – outros
símbolos e frases do GHS também podem ser
utilizados. devem ser utilizados, de acordo com
o risco do resíduo.
O grupo C é representado pelo símbolo
internacional de presença de radiação
ionizante (trifólio de cor magenta ou púrpura)
em rótulo de fundo amarelo, acrescido da
expressão MATERIAL RADIOATIVO,
REJEITO RADIOATIVO ou RADIOATIVO
O grupo D deve ser identificado conforme
definido pelo órgão de limpeza urbana.

O grupo E é identificado pelo símbolo de risco


biológico, com rótulo de fundo branco, desenho
e contorno preto, acrescido da inscrição de
RESÍDUO PERFUROCORTANTE.

Tabela 1 Fonte: RDC 222/2018

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Classificação dos riscos biológicos


Os agentes biológicos que afetam o homem, os animais e as plantas são

distribuídos em classes de risco assim definidas:

classe de risco 1: (baixo risco individual e para a comunidade) agentes


biológicos conhecidos por não causarem doenças no homem ou nos animais
adultos sadios.

Tabela 2 – Visão Resumida das Características das Classes de Risco Biológicos – Fonte MS 2017

Ex.: Lactobacilos spp e Bacillus subtilis

classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a


comunidade): inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem
ou nos animais, cujo potencial de propagação na comunidade e de disseminação
no meio ambiente é limitado, e para os quais existem medidas terapêuticas e
profiláticas eficazes.
Ex.: Schistosoma mansoni e vírus da rubéola

classe de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a


comunidade): inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de
transmissão por via respiratória e que causam patologias humanas ou animais,
potencialmente letais, para as quais existem usualmente medidas de tratamento

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ou de prevenção. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio
ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa.
Ex: Vírus da influenza A, SARS-CoV-2

classe de risco 4 (elevado risco individual e elevado risco para a


comunidade): classificação do Ministério da Saúde que inclui agentes biológicos
que representam grande ameaça para o ser humano e para os animais,
implicando grande risco a quem os manipula, com grande poder de
transmissibilidade de um indivíduo a outro, não existindo medidas preventivas e
de tratamento para esses agentes.
Ex.: Ebola vírus e Vírus da Varíola

Com relação a origem e natureza, os resíduos sólidos são classificados em:


domiciliar, comercial, varrição e feiras livres, serviços de saúde, portos, aeroportos
e terminais rodoviários e ferroviários, industriais, agrícolas e resíduos de construção
civil.

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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo ou produto de


uso individual que é utilizado pelo trabalhador. Seu uso destina-se à proteção contra
riscos capazes de ameaçar a segurança e a saúde do indivíduo que utiliza este
equipamento.
A Norma Regulamentadora (NR) nº 6 diz que a empresa é obrigada a
fornecer aos empregados, gratuitamente, o EPI adequado ao risco que o funcionário
corre.
O EPI deve estar em perfeito estado de conservação e funcionamento, sob
as seguintes circunstâncias:

a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção


contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
c) para atender em situações de emergências.

Todo o profissional de saúde que presta assistência ao paciente deve utilizar


Equipamentos de Proteção Individual, sendo eles:

• Óculos de proteção ou protetor de face


• Luvas de procedimento
• Máscara cirúrgica ou máscara de proteção respiratória PFF2 (N95)
• Avental descartáveis ou avental impermeável
• Touca ou Gorro descartáveis
• Sapato de segurança

Procedimento para a utilização de EPIs para profissionais da saúde: Antes de


colocar o EPI, é necessário fazer a completa higienização das mãos.

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1) LUVAS: Utilizar luvas sempre que houver risco de contato com sangue, fluido
corporal, secreção, excreção, pele não íntegra e mucosa, com o objetivo de proteger
as mãos do profissional. Retirar as luvas imediatamente após o uso, antes de tocar
em superfícies ou contato com outro paciente, descartando-as. Trocar as luvas
entre os pacientes. Trocar as luvas entre um procedimento e outro no mesmo
paciente. Higienizar sempre as mãos antes e imediatamente após a retirada das
luvas.

Luva de procedimento tamanhos PP, P, M e G.

Luva estéril ou cirúrgica tamanhos: 6,0; 6,5; 7,0; 7,5; 8,0: 8,5.

2) MÁSCARA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA:

Máscara cirúrgica: é projetada para cobrir a boca e o


nariz, protegendo o paciente de doenças transmitidas por
gotículas (partículas maiores que 5 µm). Contribuem para
evitar a exposição dos profissionais da área da saúde à
saliva e às secreções respiratórias que podem infectar a
mucosa bucal ou as vias aéreas, bem como, diminuir a
transmissão de doenças, cuja via de transmissão se dá
por gotículas. A máscara deve ser confeccionada de
material tecido-não-tecido 9TNT), possuir, no mínimo, uma camada interna e uma
externa e obrigatoriamente um elemento filtrante. Esse elemento filtrante deve
possuir eficiência de filtragem de partículas (EFP) > 98% e eficiência de filtragem
bacteriológica (BEF) > 95%. Está indicada para precauções por gotículas

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Máscara N95: (ou PFF2) foram projetadas para


proteção dos profissionais da área da saúde
envolvidos diretamente no atendimento de pacientes
com doenças transmitidas por aerossóis (partículas
menores que 5 µm). O uso dessa máscara visa reduzir
a exposição do usuário a contaminantes biológicos
que ficam em suspensão no ar, como nos casos de
doenças transmitidas por aerossóis. Formam uma
vedação firme sobre a boca e o nariz, minimizando a possibilidade de entrada de ar
por frestas e laterais além de filtrar partícula menores que 5 µm. Está indicada para
precauções por aerossóis.

3) PROTETOR FACIAL OU ÓCULOS: Os óculos de proteção ou protetores faciais


(que cubra a frente e os lados do rosto) devem ser utilizados quando houver risco
de exposição do profissional a respingos de sangue, secreções corporais e
excreções. Os óculos de proteção ou protetores faciais devem ser exclusivos de
cada profissional responsável pela assistência, devendo após o uso sofrer limpeza
e posterior desinfecção com álcool líquido a 70%, hipoclorito de sódio ou outro
desinfetante recomendado pelo fabricante. Caso o protetor facial tenha sujidade
visível, deve ser lavado com água e sabão/detergente e só depois dessa limpeza,
passar pelo processo de desinfecção.

Protetor facial Óculos de proteção

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4) AVENTAL/ CAPOTE: Utilizar avental sempre que houver risco de contato com
sangue, fluido corporal, secreção, excreção. Se houver risco de contato com
grandes volumes de sangue ou líquidos corporais, usar avental impermeável.
Retirar o avental após o procedimento e lavar as mãos. Se o avental for descartável,
desprezá-lo no lixo. Se o avental for de tecido, desprezá-lo no hamper (cesto). O
avental quando rasgado deverá ser encaminhado para lavanderia para avaliar
condições de reparo. Não utilizar jaleco ou avental comum como substituto do
avental com finalidade de proteção contra agentes infecciosos.

Avental descartável Avental cirúrgico

Avental impermeável

5) GORRO OU TOUCA: Indicado para a proteção dos cabelos e cabeça dos


profissionais. Deve ser de material descartável e removido após o uso.

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Gorro descartavel Touca descartavel


OUTROS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIs):

1) BOTAS OU CALÇADOS DE SEGURANÇA: O calçado deve ser compatícel com


o tipo de atividade. As botas de segurança devem ser resistentes à ação do agente
químico (ácido e bases fortes) e proteger contra respingos e materiais que causam
queimaduras. Para trabalhos de limpeza, são indicados botas de borracha de PVC.
Em situações de emegência, como o derrame de líquidos ou qualquer material
perigoso, o responsavel pela limpeza deve estar com os pés devidamente
protegidos. Quando o piso é escorregadio, é recomendado o uso de calçados com
solado antiderrapante.

Calçado hospitalar Botas de PVC

PRÓ-PÉS: Sapatilhas descartáveis confeccionadas em algodão (em geral) para


áreas estéreis.

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Sapatilhas descartáveis
DISPOSITIVOS DE PIPETAGEM: Peras, pipetadores automáticos, e outros
dispositivos de pipetagem também são considerados EPIs.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC)


Todo o equipamento de uso coletivo destinado a proteger a saúde do
trabalhador, a comunidade e o meio ambiente, dos riscos inerentes às atividades
laboratoriais.

CAPELA DE SEGURANÇA QUÍMICA: tem a função de proteger o funcionário ao


manipular os produtos químicos que na sua maioria, são tóxicos, inflamáveis e
bastante voláteis. É construída de forma aerodinâmica cujo fluxo de ar ambiental
não causa turbulência e correntes, e absorve através de um exaustor os gases
provenientes dos produtos químicos. A Capela Química é o equipamento ideal para
o trabalhador com substâncias químicas em alta concentração.

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CHUVEIRO DE EMERGÊNCIA: É imprescindivel para


eliminação ou minimização aos danos causados por
acidentes em qualquer parte do corpo. Chuveiro de
aproximadamente 30cm de diâmetro por alacvancas de
mão, cotovelos ou joelhos. Deve estar localizado em local
de fácil acesso.

LAVA OLHOS: Serve para eliminar ou minimizar danos


causados por acidentes nos olhos e /ou face. É um
dispositivo formado por dois pequenos chuveiros de média
pressão, acoplados a uma bacia metálica, cujo ângulo
permite direcionamento correto do jato de agua. Pode faxer
parte do chuveiro de emergência ou ser do tipo frasco de
lavagem ocular.

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Como se equipar e retirar os EPIs


PROCEDIMENTO PARA
COLOCAÇÃO DE EPI PROCEDIMENTO PARA RETIRADA DE EPI

REMOVER EPIs DE FORMA A EVITAR AUTOCONTAMINAÇÃO OU


REUNIR TODOS OS EQUIPEMANTOS AUTO-INOCULAÇÃO COM MÃOS OU EPIs CONTAMINADOS
NECESSÁRIOS

REALIZAR HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS


REALIZAR HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

REMOVER OS EPIs APÓS REALIZAR A ATIVIDADE


DESSIGNADA:
- RETIRAR LUVAS (DEVEM SER REMOVIDAS DURANTE A
COLOAR EPIs RETIRADA DO AVENTAL DESCARTAVEL)
- VESTIR O AVENTAL / CAPOTE - REALIZAR HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
- COLOCAR RESPIRADOR ARTICULADO - RETIRAR ÓCULOS DE PROTEÇÃO
(MASCARA)
- REMOVER RESPIRADOR ARTICULADO (MASCARA) ATRAVÉS
- COLOCAR ÓCULOS DE PROTEÇÃO DAS FITAS ELÁSTICAS (EVITAR TOCAR A PELE)
- COLOCAR LUVAS -REALIZAR LAVAGEM DAS MÃOS

Quando usar os EPIs:


Quando o assunto é segurança do trabalho, sabemos que a utilização dos
EPIs é parte fundamental para assegurar a proteção dos trabalhadores contra os
riscos existentes. Na área da saúde, encontramos diversas ameaças, capazes de
prejudicar o bem-estar e a saúde dos colaboradores. Por isso, identificar os
equipamentos de proteção adequados para realizar as tarefas na jornada de
trabalho é essencial para prevenir as doenças ocupacionais. A NR 32 - Segurança
e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde estabelece as medidas de segurança
que devem ser aplicadas em todos os ambientes destinados à serviços da saúde
para minimizar, controlar ou eliminar os riscos ambientais. O uso dos EPIs faz parte
dessas medidas de proteção, sendo obrigatório o fornecimento dos equipamentos
necessários para todos os colaboradores, conforme diz a NR 6.

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Classificação dos riscos de ambiente de trabalho

Compreende-se como conjuntos de ações destinadas a prevenir, a controlar,


a mitigar ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam interferir na
qualidade de vida ou comprometê-la, além de expor a perigos também a saúde
humana, animal e o meio ambiente. (BRASIL, 201)

Biológicos Acidentais

Químicos Ergonômicos

Físicos

Os agentes ambientais ou riscos ambientais são elementos ou substâncias


presentes em diversos ambientes, que acima dos limites de tolerância podem
ocasionar danos à saúde das pessoas:

Sendo assim, tanto as áreas assim como o paciente são riscos profissionais e tem
suas classificações como:
• Riscos Físicos – São diversas formas de energia a que possam estar expostos
os trabalhadores.
Ex.: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações
ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom;

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• Riscos Químicos – São as substâncias, compostos ou produtos que possam
penetrar no organismo por via respiratória, com os quais ele tenha contato ou
que sejam absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.
Ex.: poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores etc.
• Riscos Biológicos – São riscos oferecidos por diversos tipos de micro-
organismos que possam infectar o indivíduo por vias respiratórias, contato com
a pele ou ingestão.
Ex.: bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, insetos etc.
• Riscos Acidentes – Fatores que colocam o trabalhador em situação vulnerável
e que possam afetar sua integridade e seu bem-estar físico e psíquico.
Ex.: Arranjo físico inadequado, Máquinas e equipamentos sem proteção,
Ferramentas inadequadas ou defeituosas, Iluminação inadequada, Eletricidade,
Probabilidade de incêndio ou explosão, Armazenamento inadequado, Animais
peçonhentos, outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência
de acidentes;
• Riscos Ergonômicos – Fatores que podem interferir nas características
psicofisiológicas do trabalhador, causar desconforto ou afetar sua saúde.
Ex.: Esforço físico intenso, Levantamento e transporte manual de peso,
Exigência de postura inadequada, Controle rígido de produtividade, Imposição
de ritmos excessivos, Trabalho em turno e noturno, Jornadas de

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Classificação do ambiente e dos produtos para saúde hospitalar:

Classificação das áreas hospitalares


Para o ambiente existe suas classificações de acordo com Agência
Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA envolvem as áreas hospitalares são
classificadas em:

Áreas Críticas
Áreas Semicríticas
Áreas não críticas

AREAS CRÍTICAS: aquela onde existe risco aumentado para desenvolvimento de


infecções relacionadas à assistência, seja pela execução de processos envolvendo
artigos críticos ou material biológico, pela realização de procedimentos invasivos ou
pela presença de pacientes com susceptibilidade aumentada aos agentes
infecciosos ou portadores de microrganismos de importância epidemiológica.
Estas áreas apresentam alto risco de transmissão de doenças relacionadas
à assistência devido:
• Á execução de processos envolvendo artigos críticos ou material biológico;
• Pela realização de procedimentos invasivos;
• Pela presença de pacientes com suscetibilidade aumentada aos agentes
infecciosos.

Ex.: Laboratório de anatomia patológica e análises clínicas; Banco de sangue;


Unidades de Isolamento Lactário; Unidades de Hemodiálise; Lavanderia,
Centro Cirúrgico (CC), Central de Material de Processamento e Esterilização
(CPME), Berçário, Necrotério, entre outros.

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ÁREAS SEMICRÍTICAS: aquela onde existe risco moderado abaixo para
desenvolvimento de infecções relacionadas à assistência, seja pela execução de
processos envolvendo artigos semicríticos ou pela realização de atividades
assistenciais não invasivas em pacientes não críticos e que não apresentem
infecção ou colonização por microrganismos de importância epidemiológica.
Estas áreas apresentam médio risco de transmissão de doenças relacionadas
à assistência devido:
1. Execução de processos envolvendo artigos semicríticos ou pela realização
de atividades assistenciais não invasivas em pacientes não críticos e que
não apresentem infecção ou colonização por microrganismos de
importância epidemiológica.

Ex.: Enfermarias; Consultórios; Área limpa de lavanderia hospitalar.

ÁREAS NÃO CRÍTICAS: aquela onde o risco de desenvolvimento de infecções


relacionadas à assistência é mínimo ou inexistente, seja pela não realização de
atividades assistenciais, ou pela ausência de processos envolvendo artigos críticos
e semicríticos, exceto quando devidamente embalados e protegidos
• As áreas não críticas são locais com risco baixo de desenvolver infecção
pois não são ocupantes por clientes.

Ex.: Escritórios; Almoxarifados; Salas administrativas; Corredores;


Elevadores.

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Produtos para a saúde:

PPS CRÍTICO
• É aquele utilizado em procedimentos invasivos com alto risco para
desenvolvimento de infecções, com penetração de tecidos ou órgãos.
• Requer esterilização para uso.
Ex.: instrumental cirúrgico, agulhas hipodérmicas, cateteres vasculares, pinças de
biópsia.

PPS NÃO-CRÍTICO
• É utilizado em procedimentos com baixíssimo risco de desenvolvimento de
infecções associadas ou que entra em contato apenas com pele íntegra ou
não entra em contato.
• Requer limpeza apenas ou desinfecção de baixo ou médio nível,
dependendo do risco de transmissão secundária de microrganismos de
importância epidemiológica.
• Ex.: roupas de cama e banho e mobiliário de paciente, paredes e pisos,
termômetro axilar, diafragma de estetoscópio, aparelhos de pressão.

PPS SEMICRÍTICO
É aquele que entra em contato com a pele não íntegra ou com mucosa integras
colonizadas.
Requer desinfecção de alto nível ou esterilização para uso.
Ex.: equipamentos de terapia respiratória e de anestesia, endoscopia.

Ex: Glutaraldeído 2%; ácido Peracético; ácido. Peracético + peróxido de


hidrogênio.

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TRANSMISSÃO
Entendemos transmissão como a transferência de um agente etiológico
animado de um reservatório ou fonte de infecção para um novo hospedeiro
suscetível. A transmissão pode ocorrer de forma direta ou indireta.
1.Transmissão direta (contágio): transferência rápida do agente etiológico, sem a
interferência de veículos. Ela pode ocorrer de duas formas distintas:
• Transmissão direta imediata: transmissão direta em que há um contato físico
entre o reservatório ou fonte de infecção e o novo hospedeiro suscetível.
• Transmissão direta mediata: transmissão direta em que não há contato físico
entre o reservatório ou fonte de infecção e o novo hospedeiro; a transmissão
se faz por meio das secreções oro nasais transformadas em partículas pelos
movimentos do espirro e que, tendo mais de 100 micras de diâmetro, são
dotadas da capacidade de conduzir agentes infecciosos existentes nas vias
respiratórias. Essas partículas são denominadas "gotículas de flügge".
2. Transmissão indireta: transferência do agente etiológico por meio de veículos
animados ou inanimados. A fim de que a transmissão indireta possa ocorrer, torna-
se essencial que:
• os agentes sejam capazes de sobreviver fora do organismo durante um certo
tempo;
• existam veículos que transportem os microrganismos ou parasitas de um
lugar a outro.
Entende-se por veículo o ser animado ou inanimado que transporta um
agente etiológico. Não são consideradas como veículos as secreções e excreções
da fonte de infecção, que são, na realidade, um substrato no qual os
microrganismos são eliminados.
Transmissão indireta por veículo animado (ou vetor) é aquela que se dá por
meio de um artrópode que transfere um agente infeccioso do reservatório ou fonte
de infecção para um hospedeiro suscetível.

Este artrópode pode comportar-se como:

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• vetor biológico: vetor no qual se passa, obrigatoriamente, uma fase do
desenvolvimento de determinado agente etiológico; erradicando-se o vetor
biológico, desaparece a doença que ele transmite. Os anofelíneos que
transmitem a malária são exemplos desse tipo de vetor;
• vetor mecânico: vetor acidental que constitui somente uma das modalidades
da transmissão de um agente etiológico. Sua erradicação retira apenas um
dos componentes da transmissão da doença. São exemplos as moscas, que
podem transmitir agentes eliminados pelas fezes, à medida que os
transportam em suas patas ou asas após pousarem em matéria fecal.

Transmissão indireta por veículo inanimado é aquela que se dá por meio de


um ser inanimado que transporta um agente etiológico.

Os veículos inanimados são:


• água
• ar
• alimentos
• solo
• fômites

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PRINCIPAIS CONCEITOS DE INFECÇÃO HOSPITALAR:

COLONIZAÇÃO: Crescimento e multiplicação de um microrganismo em


superfícies epiteliais do hospedeiro, sem expressão clínica ou imunológica. Ex:
Microbiota humana normal.

INFECÇÃO: Danos decorrentes da invasão, multiplicação e ação de produtos


tóxicos de agentes infecciosos no hospedeiro, ocorrendo interação
imunológica

INFECÇÃO COMUNITÁRIA: Constatada ou em incubação no ato de admissão do


paciente, não relacionada com internação anterior no mesmo hospital.

INFECÇÃO HOSPITALAR: Adquirida após a admissão do paciente e que se


manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com
a internação ou procedimentos hospitalares. O prazo máximo é de 90 dias
conectados, quando se tem o uso de implantes.

INFECÇÃO CRUZADA: provocada por uma cepa que penetra no organismo do


enfermo com um sistema defensivo gravemente afetado, procedente de um
portador ou através dos fômites (objetos) de outro paciente.

SUPERINFECÇÃO: é um quadro clínico, causado por uma nova bactéria que atua
como agente contaminador do processo infeccioso no qual o doente é portador.

INFECÇÃO OPORTUNISTA: é a infecção provocada por germes não patogênicos


de um organismo comprometido, como é o caso do doente.

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Tipos de precaução hospitalar:

• Precaução Padrão: Devem ser seguidas para TODOS OS PACIENTES,


independente da suspeita ou não de infecções.

Higienização das mãos: lave com água e sabonete ou friccione as mãos com
álcool a 70% (se as mãos não estiverem visivelmente sujas) antes e após o
contato com qualquer paciente, após a remoção das luvas e após o contato com
sangue ou secreções.
Use luvas apenas quando houver risco de contato com sangue, secreções ou
membranas mucosas. Calce-as imediatamente antes do contato com o paciente
e retire-as logo após o uso, higienizando as mãos em seguida.
Use óculos, máscara e/ou avental quando houver risco de contato de sangue ou
secreções, para proteção da mucosa de olhos, boca, nariz, roupa e superfícies
corporais.
Descarte, em recipientes apropriados, seringas e agulhas, sem desconectá-las
ou reencapá-las.

Higienização das mãos - Luvas - Avental - Óculos - Máscara.

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• Precaução de Contato: Indicado para pacientes com infecção ou colonização
por microrganismo multirresistente, varicela, infecções de pele e tecidos moles
com secreções não contidas no curativo, impetigo, herpes zoster disseminado ou
em imunossuprimido etc.

Use luvas e avental durante toda manipulação do paciente, de cateteres e


sondas, do circuito e do equipamento ventilatório e de outras superfícies
próximas ao leito.

Coloque-os imediatamente antes do contato com o paciente ou as superfícies e


retire-os logo após o uso, higienizando as mãos em seguida.
Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, a distância mínima entre
dois leitos deve ser de um metro. Equipamentos como termômetro,
esfigmomanômetro e estetoscópio devem ser de uso exclusivo do paciente

Higienização das mãos – Avental - Luvas - Quarto privativo

• Precauções para Gotículas: A transmissão por gotículas pode ser encarada,


tecnicamente, como uma forma de transmissão por contato, havendo até mesmo
alguns agentes infecciosos que além de serem transmitidos por esta via
respiratória podem também utilizar o contato direto e indireto para sua

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transmissão. Entretanto, diferente da transmissão por contato, gotículas
respiratórias contendo o agente infeccioso transmitem a infecção quando se
deslocam em geral a curtas distâncias, diretamente do trato respiratório do
indivíduo infectado para a mucosa do hospedeiro suscetível. As gotículas
respiratórias são geradas quando o indivíduo infectado tosse, espirra ou fala.
Pode ainda ser gerada durante procedimentos como aspiração traqueal,
intubação traqueal, fisioterapia respiratória com indução de tosse e ressuscitação
cardiopulmonar
Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser
internado com outros infectados pelo mesmo microrganismo.
A distância mínima entre dois leitos deve ser de um metro. O transporte do
paciente deve ser evitado, mas, quando necessário, ele deverá usar máscara
cirúrgica durante toda sua permanência fora do quarto.

Higienização das mãos - Máscara Cirúrgica (paciente durante o transporte)


- Máscara Cirúrgica (profissional) - Quarto privativo

• Precauções para Aerossóis: A transmissão por aerossol ocorre pela


disseminação de núcleos goticulares ou de pequenas partículas (< 5 microns de
tamanho) contendo agentes infecciosos que permanecem infectantes por

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períodos prolongados e mesmo percorrendo longas distâncias. O tamanho da
partícula proporciona a forma ideal para a inalação, uma vez que é
suficientemente pequena para atingir a árvore respiratória sem ser contida pelos
cílios presentes na mucosa do trato respiratório superior. (ex. esporos de
Aspergillus spp; Mycobacterium tuberculosis). Os micro-organismos carreados
desta forma podem atingir longas distâncias através das correntes de ar e ser
inalados por pessoas suscetíveis que não tiveram contato próximo ou que
estiveram no mesmo quarto com a pessoa infectada.

Higienização das mãos - Máscara PFF2 (N95) profissional – Máscara


Cirúrgica (paciente durante o transporte) - Quarto privativo.

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Higienização das Mãos:


A contaminação das mãos dos profissionais de saúde pode ocorrer durante o
contato direto com o paciente ou por meio do contato indireto, com produtos e
equipamentos ao seu redor, como bombas de infusão, barras protetoras das camas
e estetoscópio, dentre outros.
Dessa forma, bactérias multirresistentes podem fazer parte da microbiota
transitória das mãos que passam a ser fonte potencial destes micro-organismos,
ocasionando as infecções cruzadas. Na epidemiologia da transmissão de micro-
organismos multirresistentes, as mãos dos profissionais de saúde constituem a
principal ponte entre o paciente colonizado e aquele que anteriormente não tinha tal
status. A higienização das mãos é a medida mais eficaz para reduzir as infecções
relacionadas à assistência à saúde, sendo considerada o principal fator na
prevenção da transmissão cruzada de micro-organismos.
Em geral, a higienização com sabonete líquido remove a microbiota
transitória, tornando as mãos limpas. Esse nível de descontaminação é suficiente
para os contatos sociais em geral e para a maioria das atividades práticas nos
serviços de saúde. Porém, a eficácia da higienização simples das mãos, com água
e sabonete, depende da correta realização da técnica. Nos serviços de saúde,
recomenda-se o uso de sabonete líquido, tipo refil, devido ao menor risco de
contaminação do produto.
Recomenda-se que o sabonete seja agradável ao uso, suave, de fácil de
enxágue, não resseque a pele, com fragrância leve ou ausente. Produtos alcoólicos
devem ser utilizados preferencialmente á higiene de mãos com água e sabonete,
exceto se houver sujidade visível nas mãos. A sua indicação como produto de
escolha para a higiene das mãos se justifica pela fácil disponibilização no ponto de
assistência, ser menos prejudicial à pele que o sabonete, mais rápido e mais prático
na sua utilização, além da eficácia antimicrobiana.
De modo geral, os álcoois apresentam rápida ação e excelente atividade
bactericida e fungicida em relação a todos os agentes utilizados na higienização das

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mãos. Os álcoois têm pouca atividade contra os esporos bacterianos como o
Clostridium difficile.
Em nosso país todos os serviços de saúde devem se adequar à RDC 42-
2010 que dispõe sobre a “obrigatoriedade de disponibilização de preparação
alcoólica para fricção antisséptica das mãos nos pontos de assistência e
tratamento”. Embora a higienização das mãos seja uma ação simples, a não adesão
a essa prática pelos profissionais de saúde ainda é considerada um desafio no
controle das infecções relacionadas à assistência à saúde. É necessário que as
unidades de saúde desenvolvam estratégias visando aumentar a adesão à esta
prática.

Cinco momentos para a higiene das mãos


O conceito “Meus cinco momentos para a higiene das mãos” sintetiza as indicações
de higiene das mãos nos casos em que a higiene das mãos é necessária. Esse
método facilita a compreensão dos momentos em que há riscos de transmissão de
micro-organismos pelas mãos, a memorização e a incorporação nas atividades do
dia a dia.

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Técinica de fricção anti-septica e lavagem das mãos

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EXPOSIÇÃO BIOLÓGICA OU ACIDENTE:

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Conduta após acidente:

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REFERENCIAS:

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ANEXOS

DESINFETANTES

Glutaraldeído
• Desinfetante de alto nível - concentração 2%
• Período de exposição – 20 a 30 minutos
• Enxágue abundante após imersão do material
• Utilização de EPI
Vantagem: não produz corrosão de instrumentais, não altera componentes de
borracha ou plástico Desvantagem: impregna matéria orgânica e pode ser retido
por materiais porosos. Irritante de vias aéreas, ocular e cutânea. G

Ácido Peracético
• Desinfetante de alto nível - concentração de 0,2%
• Período de exposição – 5 a 10 minutos (seguir orientação do fabricante)
• Utilização de EPI
Vantagem: pouco tóxico (água, ácido acético e oxigênio). É efetivo na presença de
matéria orgânica Desvantagem: é instável quando diluído, corrosivo para metais
(aço, bronze, latão, ferro galvanizado)

Compostos fenólicos
• Desinfetante de nível médio ou intermediário - concentração de 2 a 5%
• Período de exposição – 20 a 30 minutos
• Utilização de EPI
Vantagem: pouco afetados por matéria orgânica Desvantagem: impregnam
materiais porosos não sendo indicados para artigos que entrem em contato com o
trato respiratório (borracha, látex). Contraindicados para uso em berços e
incubadoras.

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Compostos clorados
• Variadas concentrações
• Forma líquida (hipoclorito de sódio)
• Forma sólida (hipoclorito de cálcio)
• Utilização de EPI
Vantagem: baixo custo, ação rápida, baixa toxicidade
Desvantagem: difícil de ser validado, corrosivo para metais, inativado na presença
de matéria orgânica, odor forte, irritante de mucosa.

Álcool
• Desinfetante de nível intermediário – álcool etílico a 70%
• Utilizado para artigos e superfícies por meio de fricção (repetir a operação 3
vezes)
Vantagem: ação rápida, fácil uso, baixo custo, compatível com metais.
Desvantagem: dilata e enrijece borracha e plástico, opacifica acrílico, danifica
lentes e materiais com verniz, inflamável.

Quaternário de amônio
• Desinfetante de baixo nível
• Concentração da fórmula – depende do fabricante
• Utilizados em superfícies, paredes e mobiliários
Vantagem: baixa toxicidade
Desvantagem: podem causar irritação na pele. Podem danificar borrachas
sintéticas, cimento e alumínio.

ESTERILIZAÇÃO: A esterilização é o processo por meio do qual se destroem todas


as formas de vida microbiana, ou seja, bactérias na forma vegetativas e
esporuladas, fungos e vírus, aplicando-se agentes físicos, químicos ou físico-
químicos. Um PPS é considerado estéril quando a probabilidade de sobrevivência
dos microrganismos que o contaminavam é <1:1.000.000 (10−6 ) (GRAZIANO;
SILVA; PSALTIKIDIS, 2011; SOBECC, 2017).

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VACINAÇÃO DOS TRABALHADORES


A todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente,
programa de imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos
no PCMSO.
Sempre que houver vacinas eficazes contra outros agentes biológicos a que
os trabalhadores estão, ou poderão estar, expostos, o empregador deve fornecê-
las gratuitamente.
O empregador deve fazer o controle da eficácia da vacinação sempre que for
recomendado pelo Ministério da Saúde e seus órgãos, e providenciar, se
necessário, seu reforço.
A vacinação deve obedecer às recomendações do Ministério da Saúde.
O empregador deve assegurar que os trabalhadores sejam informados das
vantagens e dos efeitos colaterais, assim como dos riscos a que estarão expostos
por falta ou recusa de vacinação, devendo, nestes casos, guardar documento
comprobatório e mantê-lo disponível à inspeção do trabalho.
A vacinação deve ser registrada no prontuário clínico individual do
trabalhador, previsto na NR-07.
Deve ser fornecido ao trabalhador comprovante das vacinas recebidas.

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