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TRABALHADOR
Introdução
O campo da saúde do trabalhador tem crescido consideravelmente,
buscando cada vez mais a apropriação dos direitos dos trabalhadores em
seus ambientes de trabalho. Dessa forma, tem-se procurado uma melhor
qualidade de vida e segurança nos locais em que esses trabalhadores
atuam.
Aliada à saúde do trabalhador está a biossegurança, que tem a função
de prevenir, controlar, mitigar ou eliminar riscos inerentes às atividades,
que possam comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o meio
ambiente (ou mesmo interferir nesses aspectos). Para isso, a biossegurança
se baseia em normas e fiscalizações por órgãos governamentais. Assim,
ela se torna um fator primordial para a promoção da saúde do trabalhador
nos ambientes laborais.
Neste capítulo, você vai entender o conceito e o contexto histórico
da biossegurança e das respectivas legislações no Brasil. Além disso,
vai aprender a identificar os principais riscos existentes nos ambientes
laborais, como os riscos físicos, químicos e ergonômicos.
2 Biossegurança e saúde do trabalhador
O que é biossegurança?
A biossegurança é uma estratégia de desenvolvimento sustentável que promove
ações de prevenção para eliminar os riscos oriundos das novas tecnologias para
a saúde. As discussões sobre a importância da biossegurança iniciaram-se, no
Brasil, na década de 1970. Nessa época, começou-se a perceber a relevância
de desenvolver programas de proteção e segurança dos trabalhadores, princi-
palmente daqueles envolvidos em pesquisas com microrganismos.
A partir disso, começaram as discussões sobre o processo de exposição
ocupacional, alinhado ao conceito de biossegurança. O foco inicial eram os
trabalhadores dos laboratórios de análise de material biológico, considerando-se
a incidência, nesses profissionais, de doenças como tuberculose e hepatite B
(BRASIL, 2005, 2011).
Todavia, a biossegurança foi instituída no Brasil somente na década de
1980, com a participação do país no programa de treinamento internacional em
biossegurança, organizado pela Organização Mundial da Saúde. A partir daí,
iniciou-se a implantação de medidas para acompanhar os avanços tecnológicos
na área de biossegurança.
A partir de 1985, começaram a ser oferecidos cursos de biossegurança no
país, com a finalidade de implementar medidas de segurança como parte do
processo de trabalho de profissionais da saúde. Nesse mesmo período, o Mi-
nistério da Saúde começou um projeto de capacitação científica e tecnológica
para doenças emergentes e reemergentes, com a finalidade de capacitar as
instituições de saúde em biossegurança. No entanto, foi somente na década
de 1990 que foi instituída a primeira Lei de Biossegurança, na forma da Lei
nº. 8.974, de 5 de janeiro de 1995, a qual foi revogada pela Lei nº. 11.105, de
24 de março de 2005 (BRASIL, 2010).
No Ministério da Saúde, a biossegurança é controlada pela Comissão
de Biossegurança em Saúde, que foi criada em 2003, pela Portaria GM/MS
nº. 1.683, de 28 de agosto de 2003. Essa comissão tem o papel de definir
estratégias de avaliação, atuação e acompanhamento das ações relacionadas
à biossegurança no território nacional. As suas principais atribuições são as
seguintes (BRASIL, 2010):
As contaminações pelos vírus das hepatites B e C e pelo vírus HIV são as principais
causas de contaminação sofridas por profissionais da saúde. A prevenção de acidentes
com exposição ocupacional é o principal caminho para evitar a transmissão dos vírus.
A biossegurança promove, nos dias atuais, maior controle dos riscos am-
bientais presentes nas atividades laborais dos profissionais da saúde. Além
disso, promove a consolidação das ações e das competências nessa área, em
prol de uma maior segurança e saúde no trabalho, bem como a qualidade de
vida e saúde dos trabalhadores. Por isso, é importante manter a discussão sobre
a biossegurança no local de trabalho, a fim de reduzir os riscos ocupacionais,
os acidentes e as contaminações dos trabalhadores.
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(Continua)
Biossegurança e saúde do trabalhador 7
(Continuação)
As pressões hiperbáricas são aquelas acima da pressão atmosférica normal. Elas ocorrem
em trabalhos realizados em tubulações de ar comprimido, máquinas de perfuração,
caixões pneumáticos e trabalhos executados por mergulhadores. Já as pressões
hipobáricas são aquelas abaixo da pressão atmosférica normal, que ocorrem com
trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes, como em arranha-céus, ou
em pilotos e astronautas (BRASIL, 1994, 2017b).
Risco
Características Agentes Consequências
químico
(Continuação)
Risco
Características Agentes Consequências
químico
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Riscos
Características Consequências
ergonômicos
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BELLUSCI, S. M. Doenças profissionais ou do trabalho. 12. ed. São Paulo: Senac, 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Biossegurança em saúde: prioridades e estratégias de ação.
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