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SAÚDE DO

TRABALHADOR

Sérgio Valverde Marques dos Santos


Biossegurança e saúde
do trabalhador
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Reconhecer o conceito, a história e a legislação aplicada à biossegurança.


„„ Identificar os riscos químicos e físicos existentes nos ambientes de
trabalho.
„„ Descrever os riscos ergonômicos existentes no ambiente de trabalho.

Introdução
O campo da saúde do trabalhador tem crescido consideravelmente,
buscando cada vez mais a apropriação dos direitos dos trabalhadores em
seus ambientes de trabalho. Dessa forma, tem-se procurado uma melhor
qualidade de vida e segurança nos locais em que esses trabalhadores
atuam.
Aliada à saúde do trabalhador está a biossegurança, que tem a função
de prevenir, controlar, mitigar ou eliminar riscos inerentes às atividades,
que possam comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o meio
ambiente (ou mesmo interferir nesses aspectos). Para isso, a biossegurança
se baseia em normas e fiscalizações por órgãos governamentais. Assim,
ela se torna um fator primordial para a promoção da saúde do trabalhador
nos ambientes laborais.
Neste capítulo, você vai entender o conceito e o contexto histórico
da biossegurança e das respectivas legislações no Brasil. Além disso,
vai aprender a identificar os principais riscos existentes nos ambientes
laborais, como os riscos físicos, químicos e ergonômicos.
2 Biossegurança e saúde do trabalhador

O que é biossegurança?
A biossegurança é uma estratégia de desenvolvimento sustentável que promove
ações de prevenção para eliminar os riscos oriundos das novas tecnologias para
a saúde. As discussões sobre a importância da biossegurança iniciaram-se, no
Brasil, na década de 1970. Nessa época, começou-se a perceber a relevância
de desenvolver programas de proteção e segurança dos trabalhadores, princi-
palmente daqueles envolvidos em pesquisas com microrganismos.
A partir disso, começaram as discussões sobre o processo de exposição
ocupacional, alinhado ao conceito de biossegurança. O foco inicial eram os
trabalhadores dos laboratórios de análise de material biológico, considerando-se
a incidência, nesses profissionais, de doenças como tuberculose e hepatite B
(BRASIL, 2005, 2011).
Todavia, a biossegurança foi instituída no Brasil somente na década de
1980, com a participação do país no programa de treinamento internacional em
biossegurança, organizado pela Organização Mundial da Saúde. A partir daí,
iniciou-se a implantação de medidas para acompanhar os avanços tecnológicos
na área de biossegurança.
A partir de 1985, começaram a ser oferecidos cursos de biossegurança no
país, com a finalidade de implementar medidas de segurança como parte do
processo de trabalho de profissionais da saúde. Nesse mesmo período, o Mi-
nistério da Saúde começou um projeto de capacitação científica e tecnológica
para doenças emergentes e reemergentes, com a finalidade de capacitar as
instituições de saúde em biossegurança. No entanto, foi somente na década
de 1990 que foi instituída a primeira Lei de Biossegurança, na forma da Lei
nº. 8.974, de 5 de janeiro de 1995, a qual foi revogada pela Lei nº. 11.105, de
24 de março de 2005 (BRASIL, 2010).
No Ministério da Saúde, a biossegurança é controlada pela Comissão
de Biossegurança em Saúde, que foi criada em 2003, pela Portaria GM/MS
nº. 1.683, de 28 de agosto de 2003. Essa comissão tem o papel de definir
estratégias de avaliação, atuação e acompanhamento das ações relacionadas
à biossegurança no território nacional. As suas principais atribuições são as
seguintes (BRASIL, 2010):

„„ participar e acompanhar, nos âmbitos nacional e internacional, a ela-


boração e reformulação de normas de biossegurança;
„„ proceder ao levantamento e à análise das questões referentes à biosse-
gurança, visando a identificar os seus impactos e as suas correlações
com a saúde humana;
Biossegurança e saúde do trabalhador 3

„„ propiciar debates públicos sobre biossegurança, por meio de reuniões


e eventos abertos à comunidade;
„„ estimular a integração de ações dos diversos órgãos do Sistema Único
de Saúde nas questões de biossegurança em saúde;
„„ assessorar as atividades relacionadas à formulação, atualização e im-
plementação da Política Nacional de Biossegurança.

A partir desse contexto, a biossegurança tem trazido resultados relevantes e


consideráveis para a saúde dos profissionais da saúde. Essas ações necessitam
de maior reconhecimento e divulgação junto aos trabalhadores e às instituições,
uma vez que promovem menores riscos ocupacionais de contaminação do
trabalhador durante o seu processo de trabalho.
Outro avanço da biossegurança, em termos de segurança e saúde dos
trabalhadores da saúde, foi a regulamentação da Norma Regulamentadora
(NR) nº 32, pelo Ministério do Trabalho, em 2005. Essa norma estabeleceu
diretrizes básicas e fundamentais para a prática de implementação de medidas
de proteção, segurança e saúde dos trabalhadores que atuam em ambientes
que prestam serviços de saúde, tanto em atividades de promoção como de
assistência à saúde em geral (BRASIL, 2005, 2011).

As contaminações pelos vírus das hepatites B e C e pelo vírus HIV são as principais
causas de contaminação sofridas por profissionais da saúde. A prevenção de acidentes
com exposição ocupacional é o principal caminho para evitar a transmissão dos vírus.

A NR 32 trouxe diversos avanços para a promoção da saúde dos trabalha-


dores de instituições de saúde. Ela preconiza que essas instituições devem
implantar ações de promoção, proteção e recuperação da saúde dos seus
trabalhadores, com vistas aos riscos ambientais presentes nas atividades
laborais. A NR 32 possui três eixos (BRASIL, 2005, 2011):

1. capacitação contínua dos trabalhadores;


2. definição dos programas que abordam os riscos ocupacionais;
3. determinação das medidas de proteção contra os riscos.
4 Biossegurança e saúde do trabalhador

A biossegurança promove, nos dias atuais, maior controle dos riscos am-
bientais presentes nas atividades laborais dos profissionais da saúde. Além
disso, promove a consolidação das ações e das competências nessa área, em
prol de uma maior segurança e saúde no trabalho, bem como a qualidade de
vida e saúde dos trabalhadores. Por isso, é importante manter a discussão sobre
a biossegurança no local de trabalho, a fim de reduzir os riscos ocupacionais,
os acidentes e as contaminações dos trabalhadores.

Para mais informações a respeito das estratégias de pre-


venção, consulte o documento “Prevenção combinada
do HIV: bases conceituais para trabalhadores e gestores de
saúde”, do Ministério da Saúde, disponível no link a seguir.

https://qrgo.page.link/DWqA5

Riscos ocupacionais nos ambientes de trabalho


Os trabalhadores têm enfrentado diversos obstáculos para desenvolver as
suas atividades laborais. Além das pressões administrativas e da sobrecarga
de trabalho, eles ainda enfrentam dificuldades relacionadas ao ambiente de
trabalho. Muitos ambientes laborais oferecem riscos ocupacionais nas ativi-
dades exercidas, em função das necessidades do trabalho.
Os riscos ocupacionais fazem parte da vida diária do trabalhador. Por isso,
todos precisam conhecer e ficar atentos a tais fatores de riscos. Ao identificar
os fatores de risco ocupacional, é possível promover a maior segurança no
trabalho.
Entre os riscos ocupacionais que podem prejudicar a saúde e o trabalho do
indivíduo, os riscos físicos são os mais presentes nos ambientes laborais. Além
disso, tem-se investigado muito a exposição dos trabalhadores aos agentes
químicos nos ambientes de trabalho. Esses dois riscos são responsáveis por
muitos acidentes e doenças advindas das atividades laborais.
Para compreender melhor sobre os riscos físicos e químicos, o Quadro 1
apresenta os grupos, as cores e as especificidades de cada risco ocupacional,
de acordo com a regulamentação das NRs 05 e 09.
Biossegurança e saúde do trabalhador 5

Quadro 1. Mapa de riscos ambientais

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5


Verde Vermelho Marrom Amarelo Azul

Riscos Riscos Riscos Riscos Riscos de


físicos químicos biológicos ergonômicos acidentes

„„ Ruídos „„ Poeiras „„ Vírus „„ Esforço „„ Arranjo


„„ Vibra- „„ Fumos „„ Bactérias físico físico
ções „„ Névoas „„ Protozo- intenso inadequado
„„ Radia- „„ Gases ários „„ Levanta- „„ Máquinas
ções io- „„ Vapores „„ Fungos mento e e equipa-
nizantes „„ Substân- „„ Parasitas transporte mentos
„„ Radia- cias, com- „„ Bacilos manual de sem
ções não postos ou peso proteção
ionizan- produtos „„ Exigência „„ Ferramen-
tes químicos de postura tas inade-
„„ Frio em geral inadequada quadas ou
„„ Calor „„ Controle defeituosas
„„ Pressões rígido de „„ Iluminação
anormais produtivi- inadequada
„„ Umidade dade „„ Eletricidade
„„ Imposição „„ Probabili-
de ritmos dade de in-
excessivos cêndio ou
„„ Trabalho explosão
em turno „„ Armaze-
noturno namento
„„ Jornadas inadequado
de traba- „„ Animais
lho prolon- peçonhen-
gadas tos
„„ Monotonia „„ Outras si-
e repetitivi- tuações de
dade risco que
„„ Outras poderão
situações contribuir
causadoras para a
de estresse ocorrên-
físico e/ou cia de
psíquico acidentes

Fonte: Adaptado de Brasil (2017b).


6 Biossegurança e saúde do trabalhador

Os riscos físicos são aqueles capazes de modificar o ambiente de trabalho


dos indivíduos. São efeitos gerados por máquinas, equipamentos e condições
físicas características do local de trabalho que podem causar prejuízos à saúde
do trabalhador. Esses riscos são identificados por três principais características:
necessitam de um meio de transmissão; agem mesmo sobre pessoas que não
têm contato direto com a fonte e podem ocasionar lesões crônicas (BRASIL,
1994, 2017b; BELLUSCI, 2017). Algumas das características e consequências
da exposição aos riscos físicos são apresentadas no Quadro 2.

Quadro 2. Riscos físicos, características e consequências

Riscos físicos Características Consequências

Ruído Sons presentes no Baixa concentração, baixo


ambiente de trabalho rendimento, má comunicação,
que, ao atingir níveis acidentes, desconforto,
excessivos, podem perda auditiva, alterações
provocar sérios prejuízos na pressão sanguínea.
à saúde, dependendo
do tempo de exposição,
nível sonoro e da
sensibilidade individual.

Vibração São agentes físicos Danos na região espinal,


nocivos, produzidos alterações no sistema
por máquinas ou circulatório e/ou urológico e
equipamentos neurológico, fadiga, insônia,
vibrantes que atuam dor de cabeça, tremor,
por transmissão de vômitos, respiração irregular,
energia mecânica, alterações neurovasculares e
emitindo oscilações com articulares nas mãos, problemas
amplitudes perceptíveis. nas articulações de mãos
e braços, osteoporose.

Radiação São formas de energia Radiação ionizante: os efeitos


transmitidas por ondas. imediatos são eritema, queda
São divididas em dois de cabelos, necrose de tecido,
grupos: ionizantes esterilidade temporária ou
e não ionizantes. permanente. Os efeitos tardios
são catarata, câncer, anemia.
Radiação não ionizante:
os efeitos são perturbações
visuais, queimaduras,
lesões, insolação, fadiga.

(Continua)
Biossegurança e saúde do trabalhador 7

(Continuação)

Quadro 2. Riscos físicos, características e consequências

Riscos físicos Características Consequências

Umidade Atividades ou Doenças do aparelho


operações executadas respiratório, quedas,
em locais alagados doenças de pele, doenças
ou encharcados, com circulatórias, efeitos
umidade excessiva, metabólicos e endócrinos.
capazes de produzir
danos à saúde dos
trabalhadores.

Temperatura Calor: fatores ambientais Calor: desidratação, erupção


extrema podem afetar o da pele, câimbras, fadiga física,
trabalhador exposto distúrbios psiconeuróticos,
ao calor excessivo. problemas cardiocirculatórios,
Frio: atividades laborais insolação, hipertermia.
que expõem os Frio: feridas, rachaduras e
trabalhadores aos danos necrose na pele, enregelamento,
provocados pelo frio. agravamento de doenças
reumáticas, predisposição
para acidentes, predisposição
para doenças das vias
respiratórias, hipotermia.

Pressão Atividades em que Hipobáricas (baixas pressões):


anormal os trabalhadores irritabilidade, diminuição da
ficam sujeitos a capacidade motora e sensitiva,
pressões ambientais alterações do sono, fadiga
acima ou abaixo das muscular, hemorragias na
pressões normais. retina, edema cerebral, edema
agudo do pulmão, hipóxia.
Hiperbáricas (altas pressões):
convulsões, ruptura do tímpano,
liberação de nitrogênio nos
tecidos, necrose óssea.

Fonte: Adaptado de Brasil (1994, 2017b) e Marchetti e Leat (2003).

A prevenção aos riscos físicos é a melhor forma de evitar as consequências


que o trabalho pode causar ao trabalhador devido à exposição direta aos agen-
tes. A promoção de medidas de proteção individual pode ajudar no combate
à exposição aos riscos físicos.
8 Biossegurança e saúde do trabalhador

As pressões hiperbáricas são aquelas acima da pressão atmosférica normal. Elas ocorrem
em trabalhos realizados em tubulações de ar comprimido, máquinas de perfuração,
caixões pneumáticos e trabalhos executados por mergulhadores. Já as pressões
hipobáricas são aquelas abaixo da pressão atmosférica normal, que ocorrem com
trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes, como em arranha-céus, ou
em pilotos e astronautas (BRASIL, 1994, 2017b).

Os riscos químicos são causados por exposição a substâncias sólidas,


líquidas ou gasosas, compostas por produtos químicos capazes de penetrar
no organismo, como poeira, fumo, gases, vapores, entre outros. Esses riscos
são representados pelas substâncias químicas que se encontram nas formas
líquida, sólida ou gasosa e que, quando absorvidas pelo organismo, podem
produzir reações tóxicas e danos à saúde.
Existem três vias de penetração no organismo: respiratória (inalação pelas
vias aéreas), cutânea (absorção pela pele) e digestiva (ingestão) (BRASIL,
1994, 2017b). Algumas das características e das consequências da exposição
aos riscos químicos são apresentadas no Quadro 3.

Quadro 3. Riscos químicos: características, agentes e consequências

Risco
Características Agentes Consequências
químico

Poeiras Provêm de Sílica, asbesto, Silicose (quartzo),


minerais diversos minerais. carvão, minerais. asbestose
(amianto) e
pneumoconiose
dos minérios
de carvão.

Poeiras São produzidas Algodão, bagaço de Bissinose (algodão),


vegetais pelo tratamento cana de açúcar. bagaçose (cana
industrial. de açúcar).
(Continua)
Biossegurança e saúde do trabalhador 9

(Continuação)

Quadro 3. Riscos químicos: características, agentes e consequências

Risco
Características Agentes Consequências
químico

Névoas, São causados por Irritantes: ácido Irritação das vias


gases e agentes irritantes, clorídrico, ácido aéreas superiores.
vapores asfixiantes e sulfúrico, amônia,
anestésicos. soda cáustica, cloro.
Asfixiantes: Dores de
hidrogênio, nitrogênio, cabeça, náuseas,
hélio, metano, sonolência,
acetileno, dióxido de convulsões,
carbono, monóxido coma, morte.
de carbono.
Anestésicos: Ação depressiva
butano, propano, sobre o sistema
aldeídos, cetonas, nervoso, danos
cloreto de carbono, aos diversos
benzeno, álcool. órgãos e ao
sistema formador
do sangue.

Poeiras Provêm, em Calcário. Doença pulmonar


alcalinas especial, do obstrutiva crônica
calcário. e enfisema
pulmonar.

Fumos Provêm do Cobre, alumínio, Doença pulmonar


metálicos uso industrial chumbo, solda. obstrutiva
de metais. crônica, febre de
fumos metálicos
e intoxicação
específica, de
acordo com
o metal.

Fonte: Adaptado de Brasil (1994, 2017b) e Teixeira (2013).


10 Biossegurança e saúde do trabalhador

A prevenção aos riscos químicos é a melhor forma de evitar danos à saúde


decorrentes do trabalho. Para isso, é necessário conhecer as suas principais
fontes e consequências, possibilitando assim a implementação de barreiras para
contenção da exposição do trabalhador. As medidas de proteção individual são
as melhores maneiras de evitar essa contaminação. Dessa forma, elas devem
ser adotadas, monitoradas e incentivadas pelo setor de saúde ocupacional.

Entenda mais sobre os riscos químicos e as suas especifi-


cidades no site da Fiocruz. Acesse o link a seguir.

https://qrgo.page.link/QXsnk

Riscos ergonômicos no ambiente de trabalho


Os riscos ergonômicos presentes no ambiente de trabalho são responsáveis
por diversas doenças osteomusculares. Eles estão presentes na maioria das
atividades ocupacionais e relacionam-se a posturas inadequadas na execução
das tarefas e tempo prolongado na mesma posição no processo de trabalho.
O objetivo principal da ergonomia é manter a satisfação, a segurança e
o bem-estar do trabalhador em seu ambiente laboral. É importante atentar
às tarefas, aos equipamentos e ao melhor comportamento entre as equipes,
assim como à adaptação do ambiente e do processo de trabalho (SILVA;
MARTINS, 2013).
Os riscos ergonômicos são regulamentados pela NR 17 e fazem parte dos
mapas de riscos dos ambientes de trabalho. Esses riscos são divididos de
acordo com as suas características, como você pode observar no Quadro 4.
Biossegurança e saúde do trabalhador 11

Quadro 4. Riscos ergonômicos no ambiente de trabalho, características e consequências

Riscos
Características Consequências
ergonômicos

Esforço físico Esforço físico demandado por Dores, fadiga,


intenso algumas tarefas, sem uso de esgotamento profissional
equipamento adequado. (burnout), cansaço.

Levantamento Levantar ou transportar Lesões na coluna,


e transporte cargas pesadas. ombro e braço.
de peso

Postura Posição inadequada Dores nas costas,


inadequada em que o trabalhador enfraquecimento e lesões
executa a sua atividade. em várias partes do corpo,
como ombros e pulsos,
distúrbio osteomuscular
relacionado ao
trabalho (DORT).

Controle da Cobrança excessiva para um Estresse físico e mental,


produtividade trabalho acelerado, com mais transtorno de ansiedade,
esforço físico do trabalhador. fadiga, esgotamento
profissional (burnout).

Ritmos Excesso de tarefas e cobranças. Estresse físico e mental,


excessivos hipertensão arterial,
transtorno de ansiedade,
depressão, doenças do
trato gastrintestinal.

Jornada de Horários de trabalho Fadiga, estresse,


trabalho prolongados, prática de esgotamento
prolongada horas extras ou duplo profissional (burnout).
vínculo de trabalho.

Monotonia e Movimentos repetitivos, como Tendinites, lesão por


repetitividade trabalhar no computador ou esforço repetitivo (LER),
operar máquinas, e a prática dores e limitação de
de atividades sempre iguais. movimentos, transtorno
de ansiedade, depressão.

Iluminação Redução da segurança no Acidentes, fadiga


inadequada ambiente de trabalho por não visual, olhos vermelhos,
enxergar direito em ambiente doloridos e lacrimejantes.
com iluminação insuficiente.

Fonte: Adaptado de Brasil (2007) e Iida (1997).


12 Biossegurança e saúde do trabalhador

Os riscos ergonômicos precisam ser analisados de acordo com as ca-


racterísticas físicas do trabalhador, ou seja, sexo, idade, peso, altura, entre
outros. Assim, torna-se mais fácil direcioná-lo para uma atividade que tenha
características que o agradem e que não provoquem doenças ou acidentes.
Além disso, é necessária a adoção de medidas que previnam as doenças er-
gonômicas, como a prática de atividade física e alongamento antes de iniciar
as atividades laborais.
Torna-se importante lembrar que a análise dos riscos ergonômicos no
ambiente de trabalho contribui para a promoção de soluções de adaptação do
trabalho ao trabalhador, assim como para a redução do risco existente naquela
atividade. Assim, promove uma melhor condição de trabalho e satisfação na
realização das tarefas laborais.

Entenda mais sobre os riscos ergonômicos, as suas espe-


cificidades e alterações no site da Fundacentro (RINALDI,
2018).

https://qrgo.page.link/aGfwv

BELLUSCI, S. M. Doenças profissionais ou do trabalho. 12. ed. São Paulo: Senac, 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Biossegurança em saúde: prioridades e estratégias de ação.
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Biossegurança e saúde do trabalhador 13

BRASIL. Ministério do Trabalho. Portaria MTb nº. 871, de 06 de julho de 2017. NR 9 —


Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Brasília, DF, Diário Oficial da União, 07
jul. 2017b. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/
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