Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM
RESUMO
Com o presente estudo realizou-se o levantamento da produção científica em Enfermagem relacionada à
biossegurança, visando conhecer os riscos a que os profissionais de Enfermagem estão expostos, assim como,
identificar o nível de conhecimento de biossegurança, as práticas adotadas no exercício profissional e os
principais acidentes ocupacionais. A partir da análise dos artigos, destacam-se os seguintes indicadores: (i)
Principais riscos biológicos para profissionais de Enfermagem, (ii) Nível de conhecimento em biossegurança de
profissionais de Enfermagem, (iii) Práticas de biossegurança adotadas entre os profissionais de Enfermagem e
(iv) Principais acidentes com material biológico entre profissionais de Enfermagem. Concluiu-se que os
profissionais de Enfermagem estão expostos a diversos agentes, inclusive biológicos; no tocante ao
conhecimento de Biossegurança, a maior parte da produção científica está relacionada à exposição a agentes
biológicos; não há abrangência suficiente do conteúdo sobre biossegurança nos currículos de formação destes
profissionais e são frequentes acidentes biológicos com a categoria, principalmente percutâneos. Sugere-se que a
biossegurança deve ser objeto de políticas públicas mais intensas; as instituições de saúde devem trabalhar com
programas de prevenção e educação permanente; e que o tema seja obrigatoriamente incorporado aos currículos
de graduação e cursos técnicos de Enfermagem e haja desenvolvimento de novos estudos na área.
ABSTRACT
This paper examines the scientific output in Nursing related to biosecurity, aiming to learn the risks to which
Nursing professionals are exposed, as well as to identify the biosecurity knowledge level, the adopted techniques
in the professional practice an the most common work accidents. The following indicators can be pointed out
from the analysis of the papers: (i) Main bilological risks for Nursing professionals, (ii) Biosecurity knowledge
of Nursing professionals, (iii) Biosecurity practices adopted by Nursing professionals and (iv) Most common
biological material accidents of Nursing professionals. The study shows that Nursing professionals are exposed
to various agents, among them biological ones; with regard to biosecurity knowledge, most of the scientific
output addresses biological agent exposure; the curricula of Nursing courses do not address the issue of
biosecurity in the necessary depth and there are frequent biological accidents among nurses, especially of the
percutaneous type. It is suggested that more focused public policies should deal with the issue, that health
institutions should have permanent prevention and training programs in place, that biosecurity should necessarily
be part of the curricula of Bachelor and technical degree courses in Nursing and that new studies dealing with
biosecurity should be encouraged.
Keywords: Biological risk, health care units, health professionals, risk agents
1. INTRODUÇÃO
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O conhecimento, a análise e a identificação dos riscos biológicos envolvidos em
unidades de saúde permitem aos profissionais a adoção de técnicas e práticas como medidas
de contenção proporcionando ambientes mais saudáveis para profissionais e pacientes. Sob
esta ótica estão apresentadas as subunidades na qual se discute a biossegurança desde a
percepção dos riscos às efetivas ações práticas dos profissionais de Enfermagem.
Patógenos/Agravo Características/Preocupações
O relatório global sobre HIV/AIDS de 2012, indica que 34,2 milhões de
HIV/AIDS pessoas vivem com HIV no mundo, e com mais de 7 mil novas infecções por
dia, motivo pelo qual há grandes preocupações entre os profissionais da
Enfermagem.
O risco de contaminação com o vírus da hepatite B é aproximadamente 100
Hepatite B vezes maior do que o risco de soroconversão pelo HIV e 10 vezes maior do
que o risco para o vírus da Hepatite C.
Mais de 180 milhões de pessoas no mundo são portadores crônicos do vírus
Hepatite C da hepatite C. E o risco de transmissão do vírus ocorre em exposições
percutâneas ou mucosas envolvendo sangue ou qualquer outro material
biológico contendo sangue. O risco estimado após exposições percutâneas é
de 1,8 a 3%.
Os vírus da influenza são altamente transmissíveis e podem sofrer mutações.
Vírus da Influenza São conhecidos três tipos de vírus da influenza: A, B e C. O tipo A é o mais
mutável entre os três. As epidemias e as pandemias geralmente estão
associadas ao vírus do tipo A. Os profissionais estão muito expostos.
No Brasil é elevado o número de casos de tuberculose notificados o que
Tuberculose propicia um contato frequente dos profissionais da área de saúde com a
doença. Em diversos estudos nacionais foi evidenciada uma elevada
prevalência de infecção tuberculosa entre os profissionais de saúde, superior
à da população geral.
O Brasil por ser um país continental possui inúmeros agentes biológicos de
Outros importância para a saúde e que evidencia a necessidade de condições de
biossegurança. Estes agentes foram classificados em publicação do
Ministério da Saúde, denominada “Classificação de risco dos agentes
biológico, Brasil, 2010a”.
Fonte: Brasil., 2010a e UNAIDS, 2012.
Dados dos EUA apontam que 1.200 profissionais que trabalham na área de saúde são
infectados por ano (Pinheiro; Zeitoune, 2008). Observa-se também que a incidência de
Hepatite B, por exemplo, é muito mais comum em profissionais de saúde do que na
população em geral (Pinheiro; Zeitoune, 2008; Soriano et al, 2008).
Já em relação ao vírus do HIV, o risco de contaminação está sempre presente, e gira
em torno de 0,3% após exposição percutânea ao sangue contaminado, podendo chegar a 1 ou
2% no caso dos cirurgiões e trabalhadores de serviços de emergência. A situação é ainda mais
alarmante no caso da hepatite B, pois o risco da aquisição do vírus é estimado em até 30%,
quando nenhuma medida profilática é adotada (Gir et al, 2004).
Pesquisas revelam que a exposição do profissional de Enfermagem a riscos biológicos,
abrange desde a atenção básica (Farias; Gollner, 2005) até a assistência em uma unidade de
terapia intensiva (Rabelo; Vieira; Silva, 2002; Correa; Donato, 2007). Apesar da variedade
imensa de patógenos desencadeadores de doença, as principais são: AIDS, Hepatites B e C,
vírus da influenza e tuberculose; todas tendo como meio de contaminação o contato do
indivíduo com o sangue e secreções através de acidentes com perfurocortantes ou por
respingos do líquido contaminado em mucosas ou pele lesadas ou ainda particulados.
Resolução CONAMA n° 05 Dispõe sobre o gerenciamento de resíduos sólidos gerados nos portos,
de 1993 (CONAMA, 1993) aeroportos e fronteiras. Ela também tratava de estabelecimentos de saúde, mas
esta parte foi revogada pela Resolução n° 358/2005.
Resolução CONAMA n° 283 Foi revogada pela Resolução n° 358/2005 e dispunha sobre o tratamento e a
de 2001 (CONAMA, 2001) disposição final dos resíduos dos serviços de saúde.
Lei 11.105/2005 (Brasil, Trata sobre normas e mecanismos de segurança relacionados aos OGMs.
2005a)
NR 32 do Ministério do Trata sobre a segurança e saúde no trabalho em ambientes de saúde. Foi
Trabalho e Emprego (Brasil, publicada em 2005.
2005b)
RDC n° 306 de 2004 Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de
(ANVISA, 2004) serviços da saúde. Substitui a Resolução RDC 33/2003 (ANVISA, 2003).
Resolução CONAMA n° 358 Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos de saúde; revogou
de 2005 (CONAMA, 2005) a Resolução n° 283 de 2001 e parte das disposições da Resolução n° 05 de
1993 que tratam dos resíduos sólidos oriundos dos serviços de saúde.
Lei nº 12.305, de 2 de agosto Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. É um de seus princípios a
de 2010 (Brasil, 2010b) visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, considerando as variáveis
ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública. Está
entre seus objetivos, a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental.
3.4. Principais acidentes com material biológico entre profissionais de Enfermagem
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Alves SSM, Passos JP, Tocantins FR. Acidentes com perfurocortantes em trabalhadores de
Enfermagem: uma questão de biossegurança. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2009 jul-
set; 17(3): 373-7.
Andrade AC, Sanna MC. Ensino de Biossegurança na Graduação em Enfermagem. Rev Bras
Enferm, Brasília 2007 set-out; 60(5): 569-72.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n 2.616 de 12 de maio de 1998. Diretrizes e normas para
a prevenção e controle das infecções hospitalares. Diário Oficial da União 1998; 13 mai.
Gallas SR, Fontana RT. Biossegurança e a Enfermagem nos cuidados clínicos: contribuições
para a saúde do trabalhador. Rev Bras Enferm, Brasília 2010 set-out; 63(5): 786-92.
Garcia LP, Zanetti-Ramos BG. Gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde: uma
questão de biossegurança. Cad. Saúde Pública Vol. 20 n° 3, Rio de Janeiro mai-jun 2004.
Rabelo MSS, Vieira LJES; Silva RM. Riscos biológicos e ergonômicos em unidade de terapia
intensiva. Texto & contexto enferm; 2002 jan-abr; 11(1): 121-137.
Vieira M, Padilha MI, Pinheiro RDC. Análise dos acidentes com material biológico em
trabalhadores de saúde. Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.19 no.2 Ribeirão Preto, 2011
mar-abr; 19(2), 33.