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BIOSSEGURANÇA

REVISÃO GERAL
Tutora: Perla Rodrigues
UNIDADE 1

Biossegurança- Conjunto de ações


voltadas para prevenção, minimização e
eliminação de riscos para a saúde, que
ajudam na proteção do meio ambiente e
na conscientização do profissional da
saúde.

Segurança da vida
UNIDADE 1
AÇÕES EM QUE A BIOSSEGURANÇA SE DESTACA:

Ações Segmentos Desenvolvimento


Atenção à Saúde
Legislativas Industriais Sustentável

Biossegurança Engenharia Segurança


Biotecnologia
Ambiental Genética Química

Gestão da
Biossegurança e Laboratórios em
Qualidade nos
Arquitetura. Saúde
Serviços
UNIDADE 1
Conforme Garcia (2008), a biossegurança praticada tem suas origens diretamente relacionadas
às questões da proteção social e ocupacional dos trabalhadores. Documentos históricos sobre
a segurança e saúde no trabalho: Galeno (séc. 2)
Hipócrates (400 a.c) descreveu várias
descreveu nos seus doenças profissionais
escritos a existência de entre trabalhadores
doenças entre mineiros das ilhas do
e metalúrgicos. Mediterrâneo.

Plínio (Anos 20)


descreveu diversas
doenças do pulmão e
envenenamento,
oriundos do manuseio
de enxofre e zinco.
UNIDADE 1
Conforme Garcia (2008), a biossegurança praticada tem suas origens diretamente relacionadas
às questões da proteção social e ocupacional dos trabalhadores. Documentos históricos sobre
a segurança e saúde no trabalho: Bernardino Ramazzini
George Bauer (1556) (1700) realizou vários
publicou o livro “De Re estudos sobre relações de
Metallica”,, onde descreve trabalho e doença e que
problemas relacionados ao foram descritos na sua obra
manuseio profissional da “As doenças dos
prata e do ouro. trabalhadores”.

Paracelso (1697)
descreveu inúmeras
relações entre processos
de trabalho, substâncias
químicas e doenças.
• Biossegurança é um campo do conhecimento interdisciplinar, com uma
forte base filosófica, como a ética e a bioética, com múltiplos recortes e
Rosenvald interfaces, cujos limites são amplos e estão em constante construção.
(2008)

• Trata das questões envolvendo a


manipulação de DNA e pesquisas com
Vertente legal células-tronco embrionárias baseada na
Lei nº 11.105.

• Desenvolvida principalmente nas


conceito instituições de saúde e que envolve os Conceito
Vertente praticada riscos por agentes químicos, físicos,
biológicos, ergonômicos e psicossociais.
A biossegurança praticada está apoiada na

✓ legislação de segurança e saúde ocupacional (Lei nº 6.514/1977),


principalmente as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho
e Emprego (Portaria nº 3.214/1978),
✓ Lei Orgânica de Saúde (nº 8.080/1990),
✓ Lei de Crimes Ambientais (nº 9.605/1998),
✓ Resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), EAR
✓ Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), entre outras. PROTECTION
MUST BE WORN
Biosseguridade (biosecurity)- raiz grega “bio” e “seguridade”, com a conotação de
segurança da vida contra agentes externos intencionais, como, por exemplo: proteção de
agentes biológicos e/ou químicos de elevado grau de risco contra atos criminosos.

Símbolo- Símbolo do risco biológico, foi desenvolvido pelo “engenheiro Charles


Baldwin, da Dow Chemical, em 1966, a pedido do Center for Disease Control, visando
a uma padronização na identificação de agentes biológicos de risco”.

Projetar um símbolo que não se alterasse com a posição da embalagem e que


tivesse boa visibilidade. Após várias consultas a instituições de pesquisa, o
CDC aprovou o símbolo e deve ser utilizado em locais, equipamentos,
materiais e processos que envolvam condições onde o agente biológico de
risco esteja presente na sua forma viável.
UNIDADE 1

Lei- Visa estabelecer normas de segurança e mecanismos


de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a
manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a
exportação, o armazenamento, a pesquisa, a
comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e
o descarte de organismos geneticamente modificados –
OGMs e seus derivados.

Diretrizes: têm por base o estímulo ao avanço científico na


área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e
à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do
princípio da precaução para a proteção do meio ambiente.
Proibido pela Legislação:
✓ manejo da clonagem humana,
✓ engenharia genética em organismo vivo, natural ou
recombinante de materiais genéticos.

A legislação também institui normas de segurança e mecanismos


de fiscalização para construção, cultivo, produção, manipulação,
transporte, importação, exportação, armazenamento,
comercialização e consumo de OGM, bem como penas de multa
e detenção para quem descumprir as regras gerais
estabelecidas, que podem chegar a cinco anos com acréscimos,
dependendo da infração cometida.
UNIDADE 1

A LEI Nº 9.649, DE 27 B LEI Nº 8.974, DE 05 C DECRETO N° 1.752, DE 20


DE MAIO DE 1998 DE JANEIRO DE 1995 DE DEZEMBRO DE 1995
Organização da Presidência e Normas para o uso das técnicas de Vinculação, competência e
dos Ministérios para o engenharia genética e liberação de composição da Comissão
Ministério da Ciência e OGMs. Criação da Comissão Técnica Técnica Nacional de
Tecnologia e a CTNBio. Nacional de Biossegurança. Biossegurança – CTNBio.

D DECRETO Nº 2.577, DE E RESOLUÇÃO Nº 3, DE 30 F MP N° 2.191-9, de 23


30 DE ABRIL DE 1998 DE OUTUBRO DE 1996 de agosto de 2001
Nova redação sobre a vinculação, Aprova o Regimento Acresce e altera
competência e composição da Interno da Comissão dispositivos da Lei n°
Comissão Técnica Nacional de Técnica Nacional de 8.974, de 5 de janeiro de
Biossegurança – CTNBio. Biossegurança – CTNBio. 1995.
UNIDADE 1
G INSTRUÇÃO H INSTRUÇÃO I INSTRUÇÃO NORMATIVA
NORMATIVA Nº 1 NORMATIVA Nº 2 Nº 3
Requerimento e a Emissão Normas Provisórias para Normas para a Liberação
de Certificado de Qualidade Importação de Vegetais Planejada no Meio Ambiente de
em Biossegurança e Geneticamente Destinados à OGMs.
instalação das comissões. Pesquisa.

J INSTRUÇÃO K INSTRUÇÃO L INSTRUÇÃO


NORMATIVA Nº 4 NORMATIVA Nº 6 NORMATIVA Nº 7
Normas para o Transporte de Normas sobre Classificação dos Normas para o Trabalho
Organismos Geneticamente Experimentos com Vegetais em Contenção com
Modificados – OGMs. Geneticamente Modificados OGMs.
quanto ao nível de risco e de
contenção.
UNIDADE 1
M INSTRUÇÃO N INSTRUÇÃO O INSTRUÇÃO NORMATIVA
NORMATIVA Nº 8 NORMATIVA Nº 9 Nº 10
Dispõe sobre a Normas sobre Normas Simplificadas para Liberação
manipulação genética e Intervenção Genética em Planejada no Meio Ambiente de
sobre a clonagem em Seres Humanos. Vegetais Geneticamente Modificados
seres humanos. aprovada pela CTNBio.

P INSTRUÇÃO Q INSTRUÇÃO R INSTRUÇÃO


NORMATIVA Nº 11 NORMATIVA Nº 12 NORMATIVA Nº 13
Normas para Importação de Normas para Trabalho Normas para Importação de Animais
Microrganismos em Contenção com Geneticamente Modificados
Geneticamente Modificados Animais Geneticamente (AnGMs) para uso em trabalho em
para uso em Trabalho em Modificados. Regime de Contenção.
Contenção.
UNIDADE 1

S INSTRUÇÃO T NR 32 – NORMA REGULAMENTADORA


NORMATIVA Nº 14 NA ÁREA DE BIOSSEGURANÇA
Prazo de caducidade de Regulamenta ações pontuais em ambientes que
solicitação de Certificado de envolvam manipulação em saúde.
Qualidade em Biossegurança –
CQB.
UNIDADE 1
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO TRABALHO

Origem da palavra trabalho- é tripalium (latim), instrumento de tortura


para empalar escravos ou aparelho para ferrar cavalos. Já a escrita
“labor” vem de labos, que significa esforço penoso, dobrar-se sob o peso
de uma carga, dor, sofrimento, penosidade e fadiga.
UNIDADE 1
Relação entre o trabalho e a Revolução Industrial- o
saúde x doença verificada trabalhador "livre" para vender
desde a Antiguidade, com sua força de trabalho tornou-se
destaque a partir da Revolução presa da máquina para
Industrial. acumulação rápida de capital.

O trabalhador, o escravo e o Jornadas enormes (16 a 18 h de


servo eram elementos que se trabalho/ dia), em ambientes
assemelhavam a animais e extremamente desfavoráveis à
ferramentas, sem história, sem saúde, eram frequentemente
progresso, sem perspectivas, incompatíveis com a vida.
sem esperança.
UNIDADE 1

Conforme Mastroeni (2010), no século XX,


noções de biossegurança foram inseridas
naturalmente no meio dos trabalhadores,
principalmente no que diz respeito às noções
de higiene. Era o início das pesquisas com
vírus e bactérias que poderiam ter sua
transmissão bloqueada, através da lavagem
das mãos.
UNIDADE 1
Doença- é o estado de uma determinada parte do corpo afetada por algo que
o prejudica, a enfermidade está relacionada à totalidade do ser humano, ou
seja, uma pessoa pode estar enferma sem apresentar qualquer doença.

Processo saúde-doença- é um processo social caracterizado pelas relações


dos homens com o meio ambiente (espaço, natureza, território) e com outros
indivíduos, por meio das relações sociais, culturais, políticas e de trabalho,
num determinado tempo e espaço.

São fatores condicionantes e determinantes do processo de saúde-


doença: o acesso à alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio
ambiente, o trabalho, a renda, a educação.
UNIDADE 1
“A chegada da Revolução Industrial na primeira metade do século XIX, e a supervalorização
das máquinas trazidas por esse movimento, fizeram com que houvesse grandes mudanças
no modo de produção”.

As doenças do trabalho aumentaram em proporções alarmantes,


seguindo a evolução e a potencialização dos meios de produção, com
as péssimas condições de trabalho e de vida das cidades.

Com o término da Primeira Guerra Mundial e posteriormente com a


criação da Organização Internacional do Trabalho, em 1919, pela
Conferência de Paz (Constituição do Tratado de Versalhes), tem-se
como objetivo a regularização de questões trabalhistas, a superação
das condições degradantes do trabalho e a promoção do
desenvolvimento econômico.
UNIDADE 1

❑ Acabando a Segunda Guerra Mundial, e com a assinatura da Carta


das Nações Unidas em 1945, foram estabelecidas novas condições
de vida, a fim de preservar e garantir a saúde das futuras gerações.

❑ Na Constituição de 1946, o legislador se preocupou com melhores


condições de trabalho, prevendo a higiene e segurança do trabalho.
“Em 1967, com a alteração da Constituição, o constituinte manteve
aos trabalhadores o direito à higiene e segurança do trabalho”.

❑ No início da década de 70, o Brasil é considerado o campeão


mundial de acidentes de trabalho.
UNIDADE 1
Em 1977, foi criado o Capítulo V, Título II, da CLT, por meio da Lei nº 6.514/77, que
introduziu a Segurança e a Medicina do Trabalho no texto legal, vindo a resguardar os
direitos dos trabalhadores, com a implantação de medidas no sentido de tomar as devidas
precauções para evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais.

O Ministério do Trabalho também aprovou diversas Normas


Regulamentadoras sobre Segurança e Medicina do Trabalho através
da Portaria nº 3.214/78, onde estabelece a concepção de saúde
ocupacional.

Constituição de 1988- redução dos riscos inerentes ao


trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança, resguardando os direitos quanto à
segurança e à saúde dos trabalhadores e protegendo o
ambiente de trabalho.
UNIDADE 1

Grave problema de saúde pública, atingindo anualmente milhares de


trabalhadores que perdem suas vidas ou comprometem sua capacidade
produtiva em um evento potencialmente passível de prevenção.

Acidente biológico- é um tipo específico de acidente de


trabalho, no qual os profissionais de saúde constituem o
grupo de trabalhadores mais expostos, contudo não são os
únicos. Os profissionais de limpeza também são bastante
atingidos, devido principalmente aos descartes
inadequados.
UNIDADE 1

Doenças ocupacionais-Conjunto de danos ou agravos que incidem sobre a saúde dos


trabalhadores, causados, desencadeados ou agravados por fatores de risco presentes nos
locais de trabalho. Manifestam-se de forma lenta, insidiosa, podendo levar anos para se
manifestarem, o que dificulta a interligação da sua relação direta com o trabalho.

Segundo Garcia (2008) as doenças relacionadas ao trabalho


são classificadas em três grupos:
UNIDADE 1
Grupo I – doenças em que o trabalho é causa necessária,
tipificadas pelas doenças profissionais e pelas intoxicações
agudas de origem ocupacional (intoxicação por chumbo;
silicose).

Grupo II – doenças em que o trabalho pode ser um fator de risco, contributivo, mas não
necessário, exemplificadas pelas doenças comuns, mais frequentes ou mais precoces em
determinados grupos ocupacionais e para as quais o nexo causal é de natureza
eminentemente epidemiológica. Ex: hipertensão arterial, cânceres, doença coronariana,
doença do aparelho locomotor e varizes nos membros inferiores.
UNIDADE 1

Grupo III – doenças em que o trabalho é


provocador de um distúrbio latente, ou agravador
de doença já estabelecida ou preexistente, ou
seja, com causa tipificada pelas doenças
alérgicas de pele e respiratórias e pelos distúrbios
mentais, em determinados grupos ocupacionais
ou profissões (bronquite crônica; dermatite de
contato alérgica; asma; doenças mentais).
UNIDADE 1
DOENÇAS INFECCIOSAS

Germes ou micróbios- são organismos vivos que podem causar ou não algum tipo de
doença e que, por serem minúsculos, só conseguimos vê-los por meio de um microscópio.

Doenças infecciosas ou doenças transmissíveis- podem ser definidas como qualquer


moléstia causada por um agente biológico infectante, como um vírus, bactéria ou algum outro
organismo que possa ser caracterizado como parasita.

Causadas pela atuação de diferentes agentes infectantes e transmitidas


diretamente de um ser humano doente para outro, por via fecal-oral, através de
água e alimentos contaminados, por via respiratória, através de secreções
respiratórias, ou pelo contato sexual (vírus causadores de hepatite, rubéola,
sarampo), além das bactérias que podem causar tétano, meningite.
UNIDADE 1
Tipos de germes:

➢ Protozoários (causadores da diarreia e doença de Chagas);

➢ Fungos (causadores de micose de pele, frieira);

➢ Vírus (causam AIDS, gripe, hepatite);

➢ Bactérias (causadoras da pneumonia, tuberculose etc.).


UNIDADE 1
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
❑ TUBERCULOSE;
❑ CARBÚNCULO;
❑ BRUCELOSE;
❑ LEPTOSPIROSE;
❑ TÉTANO;
❑ PSITACOSE, ORNITOSE, DOENÇA DOS TRATADORES DE AVES;
❑ DENGUE;
❑ FEBRE AMARELA;
❑ HEPATITES;
❑ HIV;
❑ DERMATOFITOSE;
❑ CANDIDÍASE;
❑ PARACOCCIDIOIDOMICOSE (BLASTOMICOSE, DOENÇA DE LUTZ);
❑ MALÁRIA;
❑ LEISHMANIOSE.
UNIDADE 1
VIGILÂNCIA SANITÁRIA-NASCIMENTO

No Brasil, o registro mais antigo de ações de prevenção e controle de doenças foi com relação à
contenção de medidas para combater a epidemia de febre amarela, no século XVII, no porto de
Recife. Em 1889 foi promulgada a primeira Regulamentação dos Serviços de Saúde dos Portos,
para tentar, de maneira semelhante aos seus predecessores europeus, prevenir a chegada de
epidemias e possibilitar um intercâmbio seguro de mercadorias.

Brasil organizou ações de vigilância, prevenção e controle das doenças


transmissíveis mais precisamente no século XX, com a formulação,
coordenação e a execução das ações realizadas diretamente pelo
Governo Federal.
UNIDADE 1
VIGILÂNCIA SANITÁRIA-NASCIMENTO

A vigilância sanitária originou-se na Europa dos séculos XVII e XVIII e no Brasil dos
séculos XVIII e XIX, com o surgimento da noção de “polícia sanitária”, que tinha como
função regulamentar o exercício da profissão, combater o charlatanismo e exercer o
saneamento da cidade, fiscalizar as embarcações, os cemitérios e o comércio de
alimentos.

Objetivo: Vigiar a cidade para evitar a propagação das doenças.


UNIDADE 2

Conforme a NR-9, consideram-se riscos


ambientais os agentes físicos, químicos e
biológicos existentes nos ambientes de
trabalho que, em função da sua natureza,
concentração ou intensidade e tempo de
exposição, são capazes de causar danos à
saúde do trabalhador.
UNIDADE 2
UNIDADE 2
Resíduos de Serviço de Saúde- São gerados por prestadores de assistência médica,
odontológica, laboratorial, farmacêutica, instituições de ensino e pesquisa médica
relacionada tanto ao homem quanto aos animais.

➢ Fontes potenciais de propagação de doenças.

Produção dos resíduos:


▪ Destinados de forma inadequada,
▪ produzindo grandes impactos ambientais,
▪ causando poluição das águas,
▪ contaminação do solo,
▪ ar e na proliferação de doenças.
UNIDADE 2
2 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS)

Um programa eficiente de gerenciamento dos resíduos infectocontagiosos gerados nos


estabelecimentos de saúde objetiva promover a melhoria das condições de saúde
pública, através da proteção do meio ambiente.
UNIDADE 2
5 ETAPAS DO PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SAÚDE

5.1 CLASSIFICAÇÃO

GRUPO A – Resíduos com risco biológico


GRUPO B – Resíduos com risco químico
GRUPO C – Rejeitos radioativos
GRUPO D – Resíduos comuns

As regulamentações são atualizadas constantemente e atualmente a ANVISA, através da


RDC 306/2004, e Resolução CONAMA 358/2005, consideram resíduos de serviço de
saúde os que são originados por estabelecimentos relacionados com o atendimento à
saúde humana ou animal.
UNIDADE 2
UNIDADE 2
Os resíduos comuns devem ser separados de maneira adequada, ou seja, em sacos
plásticos impermeáveis na cor preta, sendo importante saber que para diminuir a poluição
ambiental, deve-se lançar mão da segregação, reutilização e reciclagem. Dessa forma,
podem ser instalados recipientes especiais para a segregação no mesmo local em que eles
são gerados. As cores dos recipientes devem estar de acordo com a Resolução do
CONAMA, seguem abaixo as especificações:

➢ Vidro = cor verde


➢ Plástico = cor vermelha
➢ Metal = cor amarela
➢ Papel = cor azul
➢ Orgânico = cor marrom
➢ Não reciclável = cor cinza
UNIDADE 2

✓ Segregação
✓ Acondicionamento
✓ Identificação
✓ Tratamento
✓ Transporte Interno
✓ Armazenamento
✓ Transporte Externo
✓ Disposição Final
UNIDADE 2
SEGREGAÇÃO
O manuseio apropriado dos resíduos hospitalares segue um fluxo de operações que
começa com a segregação. Essa é a primeira e mais importante operação, pois requer a
participação ativa e consciente de toda a comunidade hospitalar.
UNIDADE 2
ACONDICIONAMENTO- Embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que
evitem vazamentos e resistam à punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de
acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo
(ANVISA, 2004).

➢ Deve-se contar com recipientes apropriados para cada tipo de resíduo. O tamanho, o
peso, a cor, a forma e o material devem garantir uma apropriada identificação, facilitar
as operações de transporte e limpeza, ser herméticos para evitar exposições
desnecessárias e estar integrados às condições físicas e arquitetônicas do local. Esses
recipientes são complementados com o uso de sacos plásticos para efetuar uma
embalagem apropriada dos resíduos (ANVISA, 2004).
UNIDADE 2
COLETA INTERNA

Deve-se estabelecer turnos, horários e a frequência de coleta para evitar o acúmulo de


resíduos. Os resíduos especiais e alguns recicláveis devem ser coletados de forma
separada segundo as características do resíduo. Os carros para a coleta interna devem
ser lavados e desinfetados no final de cada operação. Além disso, devem ter manutenção
preventiva (ANVISA, 2004).

Ao depositar os resíduos no local temporário após a coleta e transporte, o funcionário


deverá pesar os resíduos separadamente, conforme sua segregação, pois se sabe que os
resíduos recicláveis podem ser rentáveis e os infectantes podem ser cobrados por peso
para sua coleta.
UNIDADE 2

ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO
EXTERNO
UNIDADE 2
COLETA EXTERNA E DESTINAÇÃO FINAL
Disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebê-los, obedecendo a
critérios técnicos de construção e operação, e com licenciamento ambiental de acordo
com a Resolução CONAMA nº 237/97.

Como exemplo de disposição final, podemos citar:

✓ Lixo comum: aterro sanitário

✓ Resíduos comuns recicláveis: associações ou prefeitura recolhem

✓ Demais dejetos: empresas terceirizadas contratadas


UNIDADE 2

ASPECTOS HISTÓRICOS, LEGAIS E NORMATIVOS DOS RSS

Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010)- Teve como princípio a formulação de


medidas detalhadas, referentes ao gerenciamento adequado dos resíduos sólidos.

Implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), veio trazer


novos rumos referentes ao descarte adequado do lixo, objetivando minimizar os impactos
ambientais do processo de produção e comercialização de produtos.

➢ Esta política propõe a prática de hábitos de consumo sustentável e contém instrumentos


variados para propiciar o incentivo à reciclagem e à reutilização dos rejeitos sólidos
(reciclagem e reaproveitamento), e a destinação ambiental adequada dos resíduos.
UNIDADE 2
Resíduos sólidos- São todos os materiais que resultam das atividades humanas e que
muitas vezes podem ser aproveitados tanto para reciclagem como para sua reutilização. A
denominação “resíduo sólido” é usada para nominar o “lixo”, proveniente das residências,
das indústrias, dos hospitais, do comércio, de serviços de limpeza urbana ou da agricultura.
UNIDADE 2
Segundo Costa (2000), saber a origem do lixo é o principal elemento para caracterizar os
resíduos sólidos, pois conforme este critério, os diferentes tipos de lixo podem ser
agrupados em classes:
➢ Lixo doméstico ou residencial
➢ Lixo comercial
➢ Lixo público
➢ Lixo domiciliar especial
➢ Entulho de obras
➢ Pilhas e baterias
➢ Lâmpadas fluorescentes
➢ Pneus
MASKS CAUTION DANGER
MUST BE RISK HIGH
WORN OF FIRE VOLTAGE
UNIDADE 2

Coleta seletiva como o processo de


separação e recolhimento dos resíduos
conforme sua constituição: orgânico,
reciclável e rejeito, respeitando-se as cores
padronizadas dos coletores.
UNIDADE 2
A COLETA SELETIVA
No Brasil iniciou-se, em abril de 1985, no bairro de São Francisco, localizado na cidade de
Niterói, no Rio de Janeiro.

4 principais modalidades de coleta seletiva:

❑ Porta a porta (domiciliar),


❑ em postos de entrega voluntária,
❑ em postos de troca e por catadores.
UNIDADE 2
MÉTODOS DE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO DO LIXO

Segundo Schneider (2004), a geração de resíduos sólidos de um estabelecimento de


saúde é determinada:
▪ pelo grau de complexidade,
▪ pela frequência dos serviços.

Incineração- Queima controlada a temperaturas entre 800 e 1000°C. Do ponto de vista


sanitário, esta tecnologia é interessante, pois assegura a eliminação dos microrganismos
patogênicos e demanda um espaço físico pequeno para as instalações. Entretanto, devem ser
analisados alguns aspectos econômicos e ambientais, tais como: investimentos, flexibilidade
de adaptação de quantidades a tratar, presença de resíduos perigosos (halogênios, metais
pesados etc.) e lançamento de compostos perigosos na atmosfera (dioxinas, furanos etc.)
UNIDADE 2
Aterros Sanitários- Método de destinação final que repercute em inúmeras vantagens, como a
redução dos impactos causados pelos resíduos. Sua característica está relacionada com a
maneira de aterramento, que é dividida em células para o descarte dos resíduos dos serviços de
saúde, colocação de drenos superficiais para a coleta da água da chuva, recolhimento dos gases
decorrente do processo de decomposição do lixo para posterior utilização como fonte energética,
dentre outras características.
UNIDADE 2

Compostagem- Processo natural de decomposição biológica


de materiais orgânicos (aqueles que possuem carbono em sua
estrutura), de origem animal e vegetal, pela ação de micro-
organismos. Para que ele ocorra não é necessária a adição de
qualquer componente físico ou químico à massa do lixo.

Figueredo (2005) define compostagem como um processo


aeróbio controlado, onde se desenvolvem sucessivas
populações de micro-organismos, onde a primeira fase é de
degradação e a segunda fase é a ocorrência dos processos de
humificação.
UNIDADE 2
Reciclagem- Designar o reaproveitamento de materiais beneficiados como matéria-prima
para a produção de um novo produto. Portanto, a reciclagem é a finalização de vários
processos pelos quais passam os materiais que seriam descartados.
UNIDADE 3
LIMPEZA DE ARTIGOS

Conforme Fernandes e Gilio (2000), a limpeza dos materiais deve ser feita de maneira
meticulosa e segura, selecionando-se o método que seja mais adequado ao material utilizado,
de acordo com as necessidades e com os recursos disponíveis no trabalho.

Tipos de limpeza:

✓ Manual;
✓ Mecânica.
SAFETY
GLOVE BE
WORN
UNIDADE 3
LAVAGEM DAS MÃOS

A higienização correta das mãos depende de alguns fatores essenciais para eficácia do
processo:
❑ técnica empregada;
❑ Duração.

As técnicas de higienização das mãos podem ser divididas em:

❑ higienização simples,
❑ Antisséptica,
❑ Antissepsia cirúrgica.
UNIDADE 3

DESINFECÇÃO

Conjunto de operações com objetivo de eliminar os microrganismos potencialmente


patogênicos, com exceção de esporos bacterianos.

❑ A desinfecção normalmente é realizada mergulhando os objetos em soluções específicas


para eliminar microrganismos.

Desinfetantes- são os produtos químicos que destroem os esporos, quando submersos por
um longo período, denominados de esterilizantes químicos.
UNIDADE 3
ESTERILIZAÇÃO

Processo de destruição de toda e qualquer forma de vida microbiana, através da utilização


de agentes químicos ou físicos.

❑ Os métodos de esterilização permitem assegurar níveis de esterilidade compatíveis às


características exigidas em produtos farmacêuticos, médico-hospitalares e alimentícios.

O método escolhido depende da:


❑ natureza;
❑ carga microbiana.

Agentes esterilizantes: Calor, a filtração, a radiação e o óxido de etileno.


UNIDADE 3
EPI- É todo dispositivo de uso individual, destinado à proteção dos riscos suscetíveis de
ameaçar a saúde do trabalhador. É um equipamento de uso individual, não sendo adequado o
uso coletivo por questões de segurança e higiene.

Ou todos os equipamentos cuja função é proteger, prevenir e limitar o contato


entre o operador e o material infectante, podendo ser nacionais ou importados,
porém precisam ter o certificado de aprovação do SINMETRO.

❑ Devem ser oferecidos gratuitamente pelo empregador, com


obrigatoriedade de uso do empregado.
❑ UNIDADE 3
• EPIs:
❑ Luvas;
❑ Protetor auricular;
❑ Avental;
❑ Máscara;
❑ Óculos protetores;
❑ Botas.
UNIDADE 3
5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA – EPC

Dispositivos de uso coletivo, destinados a proteger a integridade física dos trabalhadores, podem
ser utilizados combinados com o uso de EPIs. Objetivo- É de controlar os riscos do ambiente.

❑ ser compatível ao risco que irá neutralizar;


❑ necessitam ser resistentes aos impactos, corrosão, desgastes,
entre outros a fim de proteger a integridade física do trabalhador;
❑ possuir manutenção e serem devidamente limpos;
❑ evitar impedir o fluxo natural do serviço;
❑ os funcionários devem receber capacitação para o uso dos EPCs;
❑ precisam obrigatoriamente estar em locais de fácil acesso e
sinalizados.
UNIDADE 3
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA – EPC

❑ Lava-olhos;
❑ Capela;
❑ Enclausuramento acústico de fontes de ruído.
❑ Exaustores para gases, névoas e vapores contaminantes.
❑ Ventilação dos locais de trabalho.
❑ Proteção de partes móveis de máquinas.
❑ Sensores em máquinas.
❑ Barreiras de proteção em máquinas e em situações de risco.
❑ Corrimão e guarda-corpos.
❑ Fitas sinalizadoras e antiderrapantes em degraus de escada.
❑ Piso antiderrapante.
UNIDADE 3
SESMT

Serviço Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), disciplinado


pela Norma Regulamentadora – NR4, que as empresas privadas e públicas, os órgãos
públicos da administração direta e indireta e os poderes judiciários que possuem
trabalhadores regidos pela CLT, de manter o SESMT, objetivando prevenir a saúde do
trabalhador, alertar e instruir os funcionários sobre o surgimento de novas doenças, além de
prestar informações sobre prevenção de qualquer patologia.
UNIDADE 3
CIPA

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes- Criada na década de 40, é constituída por


um grupo de pessoas representando os empregados e empregadores e especialmente
treinados para colaborar na prevenção de acidentes.

Objetivo- Prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar


compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida, com vistas à promoção da
saúde do trabalhador.

❑ É regida pela Norma Regulamentadora nº 5 e necessitando ser


constituída por processo eleitoral. Uma vez organizada, ela deve ser
registrada no órgão regional do Ministério do Trabalho, em até 10 dias
após a eleição.
UNIDADE 3
BRIGADA DE INCÊNDIO

A composição da brigada de incêndio é formada pelos habitantes de um determinado


estabelecimento como indústria, escola, hospital, supermercado etc., os quais devem receber
treinamento para atuarem com eficiência, dinamismo e agilidade nas atividades que
envolvem sua função.

❑ São previstas na legislação, Lei Federal n° 6.514, de 22 de dezembro de 1977,


que dá diretrizes sobre Segurança e Medicina do Trabalho, regulamentadas pela
Portaria n° 3.214/78 e pela NR-23 do Ministério do Trabalho.
UNIDADE 3
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

Cor na segurança do trabalho


UNIDADE 3
UNIDADE 3
UNIDADE 3

O mapa de risco é uma representação gráfica de vários fatores adversos presentes nos
locais de trabalho, capazes de prejudicar a saúde dos trabalhadores.

Objetivos:

a) juntar as informações a fim de fazer a leitura da situação de segurança e saúde no


trabalho na empresa;
b) ao realizar o mapa de risco ele possibilita a troca de informações e incentiva a
participação dos trabalhadores nas atividades de prevenção.
ETAPAS PARA CONSTRUÇÃO DO MAPA
DE RISCO

1 2 3 4
Conhecer o processo de Identificar os riscos Identificar as medidas Identificar itens
trabalho no local analisado existentes preventivas relacionados à saúde

5 6
Conhecer os levantamentos Elaborar o mapa de
ambientais risco
UNIDADE 3
UNIDADE 3
RESULTADO FINAL

• informar sobre as áreas sujeitas e riscos de acidentes na empresa;


• conscientizar os empregadores e empregados sobre a necessidade de se
diminuírem os graus de riscos, ou eliminá-los em determinadas áreas da empresa;
• alertar para a necessidade da adoção de medidas de proteção nas áreas onde os
riscos não podem ser eliminados;
• induzir o estabelecimento de metas e prioridades para a prevenção de acidentes.

Objetivo final do mapa- Conscientizar os trabalhadores sobre os riscos e contribuir


para eliminá-los, reduzi-los ou controlá-los.
ESPERO
CONTRIBUIR
COM A SUA
JORNADA DE
APRENDIZADO!

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