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HOSPITAIS
A Importância das Normas Regulamentadoras na
Prevenção contra acidentes de Trabalho em Hospitais
Michele Karine Frutuoso
Aline Cordova Borges
Gabriel Werner
Ivan Ricardo da Silva
1. INTRODUÇÃO
Nos dias atuais, os estudos na área da saúde mostram que os profissionais da área da saúde
estão diariamente expostos aos riscos biológicos presentes em seu ambiente de trabalho,
aumentando a chance de contaminação por doenças transmissíveis. O maior vilão destes
profissionais é o material perfurocortante responsável pela maioria dos acidentes.
Com isso foram criadas muitas normas de segurança e saúde no trabalho hospitalar, para
que sempre o trabalho aconteça da melhor maneira possível. No Brasil em 1930 na era Vargas
houve uma grande criação de leis trabalhistas, com isso diversas normas e leis de segurança em
hospitais foram criadas em conjunto com outras, já hoje em dia a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) é responsável por criar normas regulamentadoras e guiar as práticas de
segurança nos hospitais. Ela também faz uma análise dos tipos de riscos do local e principalmente a
fiscalização do hospital, para que as normas da ANVISA sejam seguidas rigorosamente.
Barbosa Filho (2010 apud FERREIRA, 1997, p.563), definiu como segurança: “(...) estado,
qualidade ou condição de seguro. Condição daquele ou daquilo que se pode confiar”.
O início do trabalho nos leva a tempos bem distantes, em um período em que o homem
primitivo tinha apenas como trabalho a caça e a pesca para sua sobrevivência. Mais tarde o homem
primitivo aprende a manusear ferramentas que tornam-se essenciais em sua vida. Com isso ele
descobre os minérios e outros metais, e as consequências dessa descoberta são as primeiras
doenças do trabalho, que foram causados pelos próprios materiais que eram utilizados.
Nessa época o Brasil estava passando por uma mudança muito grande, que era da
economia agrária para industrial. O atual presidente do Brasil era Getúlio Vargas, que deu inicio
ao processo de direitos trabalhistas individuas e coletivos com a criação da CLT. Aprovada em
1943, pelo Decreto Lei nº 5.452, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que em virtude de
haver várias normas trabalhistas esparsas, reuniu de forma sistematizada varias normas
existentes, trazendo capítulos que versavam sobre a segurança e saúde do trabalhador. Pelo
Decreto Lei 7036 de 10 de Novembro de 1944 surge as Comissões Internas de Segurança do
Trabalho – CIPA, sendo regulamentadas somente em 1953 pela Portaria 155. (IMBRAEP, 2017).
No decorrer dos anos houve várias alterais nos textos da Consolidação das Leis do
Trabalho, mas no dia de 8 de junho de 1978, a Portaria 3.214, aprova as Normas
Regulamentadoras – NR do capítulo V do título II da CLT, relativas à segurança e medicina do
trabalho, da forma que as conhecemos hoje.
3. SEGURANÇA NO TRABALHO
A segurança tende a evitar o acidente de trabalho, isto é, aquilo que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço da empresa, ocasionando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte, perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o
trabalho. (VOTORANTIM METAIS, 2005 apud Côrtes, 2006, p. 6) .
As NR’s são obrigações e deveres que os empregadores têm que cumprir para garantir a
segurança e saúde dos colaboradores no ambiente de trabalho
Os riscos físicos são classificados pela cor verde. Alguns exemplos desse grupo são:
•equipamentos que geram calor, frio ou que operam sob pressão;
•radiações;
•campos elétricos;
•umidade, etc.
Os riscos químicos, por sua vez, são classificados como vermelhos. Neste grupo, estão
produtos químicos, em geral, sob as diferentes formas e apresentações (líquida, sólida, vapor,
fumaça, etc.) Alguns exemplos:
•ácidos;
•reagentes oxidantes;
•reagentes redutores;
•gases;
•formol;
•medicamentos;
•metais presentes em lâmpadas.
No terceiro grupo estão os riscos biológicos. Estes são indicados pela cor marrom e são
provocados por agentes biológicos como:
•microrganismos geneticamente modificados ou não;
•culturas de células;
•parasitas;
•toxinas e príons.
A quinta classificação é marcada pela cor azul e está em riscos de acidentes. Neste
grupo, estão:
•arranjo físico inadequado;
•máquinas e equipamentos desprotegidos;
•iluminação inapropriada;
•eletricidade;
•probabilidade de incêndio e explosão;
•animais peçonhentos;
•circunstâncias que podem provocar acidentes, etc.
A quarta categoria, classificada pela cor amarela, está relacionada com estresse físico ou
psicológico.
•jornadas de trabalho prolongadas;
•esforços repetitivos;
•postura inadequada;
•levantamento de peso etc.
4. ASPECTOS LEGAIS
De acordo com a CLT, Consolidação das Leis do Trabalho, todas as empresas devem seguir
determinações e diretrizes de segurança do trabalho. Essa regulamentação define cuidados que a
empresa precisa ter para evitar acidentes dentro do ambiente de trabalho, acidentes estes que
possam comprometer a integridade física e a saúde dos funcionários que trabalham nesse ambiente.
As normas de segurança do trabalho são um conjunto de regras definidas pelo Ministério
do Trabalho, como forma de orientar empresas e funcionários para a prevenção de acidentes. Essa
regulamentação pode ser encontrada na Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978, do Ministério do
Trabalho. Esta portaria, estabelece as Normas Regulamentadoras, as chamadas NR’s. Essas NR’s se
referem a critérios de segurança, saúde, higiene e medicina no trabalho.
Alguns aspectos legais a respeito à legislação trabalhista, que trata sobre segurança no
trabalho, serão melhor detalhadas a seguir, destacando as NR 4, que determina que todas as
empresas devem ter um departamento responsável por cuidar da medicina e segurança do trabalho,
o SESMT e a NR 5, que determina que as empresas precisam ter uma equipe de comissão interna de
prevenção de acidentes, conhecida como CIPA.
Souza (2010) complementa que a Lei nº 6514/77 mudou a denominação da legislação que
tratava na CLT a respeito da segurança do trabalho. Anteriormente, o nome que se dava a matéria
era Higiene e Segurança. Com a edição da Lei nº 6514/77, de 22 de fevereiro de 1977, passou-se a
utilizar a denominação Segurança e Medicina do Trabalho. Em 1978, pela edição da Portaria nº
3.214, esta lei ficou mais completa, principalmente pela edição das Normas Regulamentadoras.
O SESMT e a CIPA são duas comissões internas, geralmente compostas por empregados
da empresa, cujo papel é trabalhar constantemente na promoção da segurança e saúde dos
trabalhadores. Conforme o item 4.12 da NR-04, o SESMT deve manter uma permanente relação
com a CIPA, visando auxiliá-la e treiná-la, conforme dispõe a NR-05.2
4.1.2. O SESMT
Juntamente com a CIPA, a equipe do SESMT deve apoiar a área gerencial como consultor
na área de segurança do trabalho e atividades afins. Também é de responsabilidade do SESMT
elaborar análises de riscos e oferecer aos trabalhadores orientação quanto ao uso de equipamentos
para proteção individual e registrar eventuais acidentes.
A equipe do SESMT deve ser composta por: enfermeiro, um auxiliar de enfermagem,
técnico, engenheiro de segurança do trabalho e médico do trabalho. Essa equipe também é
responsável por fornecer equipamentos de proteção individual (EPI) para os trabalhadores da
empresa, bem como, checar as condições de funcionamento deles de acordo com as exigências. O
SESMT deve ser constituído pelas empresas ou instituições que possuam empregados regidos pela
CLT, conforme o grau de risco da atividade principal e o número de empregados do
estabelecimento, conforme o item 4.2 da NR-04, que específica:
4.1.3. A CIPA
A CIPA é uma instituição dentro das empresas muito importante para que acidentes sejam
diminuídos e extintos do ambiente organizacional. Os integrantes da CIPA são os colaboradores que
em sua maioria são referências dentro da organização Segundo Moraes (2012 p. 162) a CIPA tem
entre suas atribuições:
Segundo o MTE, uma norma regulamentadora é composta das obrigações trabalhistas que
devem ser cumpridas por todo contratante. Cada norma regulamentadora visa a prevenção de
acidentes e doenças provocadas ou agravadas pelo serviço. E estabelecem os parâmetros mínimos e
as instruções sobre saúde e segurança de acordo com cada atividade ou função desempenhada.
Além disso, servem para nortear as ações dos empregadores e orientar os funcionários, de forma
que o ambiente laboral se torne um local saudável e decente. Em 8 de Julho de 1978, o Ministério
do Trabalho e Emprego (MTE), com o objetivo de padronizar, fiscalizar e fornecer orientações
sobre procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e à medicina do trabalho, aprovou 28
Normas Regulamentadoras (NRs) – hoje já são 36 – que tratam do assunto.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com a pesquisa desse trabalho, nosso grupo adquiriu mais conhecimento sobre o assunto
de leis e normas do trabalho hospitalar. Mostrando que isso é fundamental para que aconteça o
trabalho da melhor maneira.
6. CONCLUSÃO
Este estudo nos mostra que para atingir uma boa qualidade de vida, o homem necessita
viver em um meio ambiente ecologicamente equilibrado, principalmente o meio de trabalho onde
ele passa a maior parte do seu tempo. A legislação vem, com o passar do tempo, atuando para
garantir o ambiente de trabalho saudável, assegurando assim os direitos fundamentais do ser
humano: o direito a saúde, complemento inseparável do direito a vida.
Com isso é fundamental existir normas de segurança em trabalhos hospitalares para que
sempre aconteça a prevenção de acidentes, assim ocorrendo um número menor número de
incidentes no trabalho. No Brasil somente em 1919 que houve a criação da primeira norma de
segurança no trabalho hospitalar, assim havendo uma grande evolução nas normas e regras da
saúde e segurança em hospitais até os dias atuais.
7. REFERÊNCIAS
BARBOSA FILHO, Antonio Nunes. Segurança do trabalho & gestão ambiental. 3.ed. São Paulo:
Atlas, 2010. p. 2-7.
BIBLIOMED. Disponível em: https://www.bibliomed.com.br/lib/showdoc.cfm?LibDocID=13814.
Acesso em 16 novembro 2021.
BEECORP: Disponível em: https://beecorp.com.br/seguranca-do-trabalho/. Acesso em 19
novembro 2021.
BULHÕES, I. Riscos do trabalho em enfermagem. Rio de Janeiro: [s.n.], 1994. 221p.