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NORMATIVAS BÁSICAS PARA TRABALHO EM

HOSPITAIS
A Importância das Normas Regulamentadoras na
Prevenção contra acidentes de Trabalho em Hospitais
Michele Karine Frutuoso
Aline Cordova Borges
Gabriel Werner
Ivan Ricardo da Silva

1. INTRODUÇÃO

Para satisfazer as necessidades básicas para a sobrevivência do homem, o trabalho é


considerado uma atividade fundamental. De outro modo, os trabalhadores estão regularmente
expostos aos riscos de seus afazeres e do meio ambiente em que se encontram, podendo sofrer
danos à saúde.

Nos dias atuais, os estudos na área da saúde mostram que os profissionais da área da saúde
estão diariamente expostos aos riscos biológicos presentes em seu ambiente de trabalho,
aumentando a chance de contaminação por doenças transmissíveis. O maior vilão destes
profissionais é o material perfurocortante responsável pela maioria dos acidentes.

Com isso foram criadas muitas normas de segurança e saúde no trabalho hospitalar, para
que sempre o trabalho aconteça da melhor maneira possível. No Brasil em 1930 na era Vargas
houve uma grande criação de leis trabalhistas, com isso diversas normas e leis de segurança em
hospitais foram criadas em conjunto com outras, já hoje em dia a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) é responsável por criar normas regulamentadoras e guiar as práticas de
segurança nos hospitais. Ela também faz uma análise dos tipos de riscos do local e principalmente a
fiscalização do hospital, para que as normas da ANVISA sejam seguidas rigorosamente.

2. CONTEXTO HISTÓRICO DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO


O conhecimento prévio de sua origem e evolução no tempo é fundamental antes de
começar a estudar qualquer assunto referente à segurança e saúde do trabalho.

Barbosa Filho (2010 apud FERREIRA, 1997, p.563), definiu como segurança: “(...) estado,
qualidade ou condição de seguro. Condição daquele ou daquilo que se pode confiar”.

“A prevenção de acidentes no trabalho é uma área de estudo extremamente complexa, e


exige de todos que nela atuam um conhecimento e uma visão muito ampla dos problemas
encontrados”. (Bottazzini apud CUNHA, GOMES, SILVÉRIO, p. 1 ).

O início do trabalho nos leva a tempos bem distantes, em um período em que o homem
primitivo tinha apenas como trabalho a caça e a pesca para sua sobrevivência. Mais tarde o homem
primitivo aprende a manusear ferramentas que tornam-se essenciais em sua vida. Com isso ele
descobre os minérios e outros metais, e as consequências dessa descoberta são as primeiras
doenças do trabalho, que foram causados pelos próprios materiais que eram utilizados.

No século I, Plinius Secundus (Plínio, o Velho) escreveu que os fundidores envolviam as


faces com bexigas de animais, para não inalar as poeiras fatais. Ao descrever intoxicações por
chumbo, Hipócrates fez as primeiras menções de doenças ocupacionais. Mais tarde, em 1713,
Bernardino Ramazzini publicou um tratado completo de doenças ocupacionais. Quando foram
reconhecidos os riscos ambientes de trabalho para a preservação da saúde foi o passo essencial no
desenvolvimento da Saúde Ocupacional. (BIBLIOMED, 2021).

“Saúde do trabalhador é a área de conhecimento e aplicação técnica que da conta do


entendimento dos múltiplos fatores que afetam a saúde dos trabalhadores e seus
familiares, independente das fontes de onde provenham das consequências da ação
desses fatores sobre tal população (doenças) e das variadas maneiras de atuar sobre
estas condições...” (MENDES, 1991)

Em 1919 surge no Brasil a primeira lei relativa à segurança e saude do trabalhador,


chamada de “Lei dos Acidentes do Trabalho”, que tinha como fundamento jurídico a “Teoria do
Risco Profissional”, lei essa que estipulava que o empregador deveria responder por todos os
riscos derivados das atividades de sua empresa. Em 1930 nasce o “Ministério do Trabalho,
Indústria e Comércio”, (TEMSEGURANÇA, 2018).

Nessa época o Brasil estava passando por uma mudança muito grande, que era da
economia agrária para industrial. O atual presidente do Brasil era Getúlio Vargas, que deu inicio
ao processo de direitos trabalhistas individuas e coletivos com a criação da CLT. Aprovada em
1943, pelo Decreto Lei nº 5.452, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que em virtude de
haver várias normas trabalhistas esparsas, reuniu de forma sistematizada varias normas
existentes, trazendo capítulos que versavam sobre a segurança e saúde do trabalhador. Pelo
Decreto Lei 7036 de 10 de Novembro de 1944 surge as Comissões Internas de Segurança do
Trabalho – CIPA, sendo regulamentadas somente em 1953 pela Portaria 155. (IMBRAEP, 2017).

No decorrer dos anos houve várias alterais nos textos da Consolidação das Leis do
Trabalho, mas no dia de 8 de junho de 1978, a Portaria 3.214, aprova as Normas
Regulamentadoras – NR do capítulo V do título II da CLT, relativas à segurança e medicina do
trabalho, da forma que as conhecemos hoje.

3. SEGURANÇA NO TRABALHO

Segurança do trabalho é a ciência que estuda as possíveis causas dos acidentes e


incidentes originados durante a atividade laboral do trabalhador, é um conjunto de normas,
atividades, medidas e ações preventivas praticadas para melhorar e garantir a segurança dos
ambientes e campos de trabalho. Ela tem como objetivo proporcionar tanto para o empregado e
para o empregador, um ambiente agradável, permitindo que o trabalhador cumpra sua jornada e
retorne para sua casa feliz. (BEECORP, 2021)

A segurança tende a evitar o acidente de trabalho, isto é, aquilo que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço da empresa, ocasionando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte, perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o
trabalho. (VOTORANTIM METAIS, 2005 apud Côrtes, 2006, p. 6) .

A Portaria GM nº 3.214 do Ministério do Trabalho regulamento as atividades da


Segurança do Trabalho, essa Portaria, de 08 de junho de 1978 estabelece as Normas
Regulamentadoras, as chamadas NR’s.

As NR’s são obrigações e deveres que os empregadores têm que cumprir para garantir a
segurança e saúde dos colaboradores no ambiente de trabalho

As Normas Regulamentadoras, é uma prática obrigatória pelas empresas públicas e


privadas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, da mesma forma que pelos
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados administrados pela
Consolidação das Leis do Trabalho.

3.1. Segurança no Trabalho em Hospitais


Por ser um local onde se cuida de vários pacientes, o hospital requer o máximo de
segurança – para os enfermos e os profissionais envolvidos. Os riscos podem ser os mais
diversos, biológicos ou não.

Por isso, é necessário que a direção do hospital reforcem sempre as regras e


regulamentos de segurança, estar alerta e identificar as práticas e condições inseguras, tomando,
imediatamente, atitudes apropriadas para corrigir irregularidades.

Risco ocupacional é definido como a probabilidade de ocorrer um evento bem definido


no espaço e no tempo, durante a realização de atividades no trabalho, que causa dano à saúde, às
unidades operacionais ou dano econômico/financeiro. O risco ocupacional decorre da exposição
do trabalhador a fatores de risco no ambiente de trabalho, de diversas espécies. (BULHÕES,
1994)

De acordo com a Portaria nº 3.214, do Ministério do Trabalho do Brasil, de 1978, os


riscos para a saúde e segurança dos trabalhadores, presentes ou relacionados ao trabalho, podem
ser classificados em cinco grupos: Riscos Físicos, Riscos Químicos, Riscos Biológicos, Riscos
de Acidentes, Riscos Ergonômicos.

3.1.1. Riscos Físicos no Ambiente Hospitalar

Os riscos físicos são classificados pela cor verde. Alguns exemplos desse grupo são:
•equipamentos que geram calor, frio ou que operam sob pressão;
•radiações;
•campos elétricos;
•umidade, etc.

3.1.2. Riscos Químicos no Ambiente Hospitalar

Os riscos químicos, por sua vez, são classificados como vermelhos. Neste grupo, estão
produtos químicos, em geral, sob as diferentes formas e apresentações (líquida, sólida, vapor,
fumaça, etc.) Alguns exemplos:
•ácidos;
•reagentes oxidantes;
•reagentes redutores;
•gases;
•formol;
•medicamentos;
•metais presentes em lâmpadas.

3.1.3. Riscos Biológicos no Ambiente Hospitalar

No terceiro grupo estão os riscos biológicos. Estes são indicados pela cor marrom e são
provocados por agentes biológicos como:
•microrganismos geneticamente modificados ou não;
•culturas de células;
•parasitas;
•toxinas e príons.

3.1.4. Riscos Acidentais no Ambiente Hospitalar

A quinta classificação é marcada pela cor azul e está em riscos de acidentes. Neste
grupo, estão:
•arranjo físico inadequado;
•máquinas e equipamentos desprotegidos;
•iluminação inapropriada;
•eletricidade;
•probabilidade de incêndio e explosão;
•animais peçonhentos;
•circunstâncias que podem provocar acidentes, etc.

3.1.5. Riscos de Ergonômicos no Ambiente Hospitalar

A quarta categoria, classificada pela cor amarela, está relacionada com estresse físico ou
psicológico.
•jornadas de trabalho prolongadas;
•esforços repetitivos;
•postura inadequada;
•levantamento de peso etc.

4. ASPECTOS LEGAIS

De acordo com a CLT, Consolidação das Leis do Trabalho, todas as empresas devem seguir
determinações e diretrizes de segurança do trabalho. Essa regulamentação define cuidados que a
empresa precisa ter para evitar acidentes dentro do ambiente de trabalho, acidentes estes que
possam comprometer a integridade física e a saúde dos funcionários que trabalham nesse ambiente.
As normas de segurança do trabalho são um conjunto de regras definidas pelo Ministério
do Trabalho, como forma de orientar empresas e funcionários para a prevenção de acidentes. Essa
regulamentação pode ser encontrada na Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978, do Ministério do
Trabalho. Esta portaria, estabelece as Normas Regulamentadoras, as chamadas NR’s. Essas NR’s se
referem a critérios de segurança, saúde, higiene e medicina no trabalho.

Alguns aspectos legais a respeito à legislação trabalhista, que trata sobre segurança no
trabalho, serão melhor detalhadas a seguir, destacando as NR 4, que determina que todas as
empresas devem ter um departamento responsável por cuidar da medicina e segurança do trabalho,
o SESMT e a NR 5, que determina que as empresas precisam ter uma equipe de comissão interna de
prevenção de acidentes, conhecida como CIPA.

4.1. Legislação brasileira – Lei 6.514/77 e a Portaria nº 3.214/78

A segurança no trabalho é prevista na CLT, no Capítulo V do Título II – das Normas Gerais


de Tutela do Trabalho, com 70 artigos (do 154 até o 223) e regulamentada pela Lei nº 6514/77 e que
posteriormente foi complementada pela Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978, do Ministério do
Trabalho, que estabeleceu as Normas Regulamentadoras, as chamadas NR’s, que se referem a
critérios de segurança, saúde, higiene e medicina no trabalho.

Souza (2010) complementa que a Lei nº 6514/77 mudou a denominação da legislação que
tratava na CLT a respeito da segurança do trabalho. Anteriormente, o nome que se dava a matéria
era Higiene e Segurança. Com a edição da Lei nº 6514/77, de 22 de fevereiro de 1977, passou-se a
utilizar a denominação Segurança e Medicina do Trabalho. Em 1978, pela edição da Portaria nº
3.214, esta lei ficou mais completa, principalmente pela edição das Normas Regulamentadoras.

As Normas Regulamentadoras, contidas na Portaria nº 3.214, em número de 37, com 2


atualmente revogadas, abordam aspectos bem detalhados e específicos relacionados a segurança no
trabalho. Destaca-se a NR-2, que trata diretamente da inspeção prévia em estabelecimentos novo,
NR-4, que criou o SESMT, a NR-5, que regulamenta a CIPA, NR-6, sobre a utilização de
equipamentos de proteção individual e A NR-15, sobre os procedimentos obrigatórios para se
trabalhar em locais ou operações insalubres.

A seguir será melhor detalhada as NR 4 e na sequência a NR 5 e concluindo essa parte


sobre os aspectos legais, serão abordadas breves considerações sobre a Portaria nº 3.214/78 e as
Normas Regulamentadoras contidas nesse dispositivo legal.

4.1.1. O SESMT e a CIPA

Dentre as Normas Regulamentadoras estabelecidas pela Portaria nº 3.214/78, duas em


especial tratam de entidades essenciais à segurança no trabalho NR 4, que criou o SESMT e a NR 5,
que regulamenta a CIPA. As siglas SESMT e CIPA significam, respectivamente, Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes.

O SESMT e a CIPA são duas comissões internas, geralmente compostas por empregados
da empresa, cujo papel é trabalhar constantemente na promoção da segurança e saúde dos
trabalhadores. Conforme o item 4.12 da NR-04, o SESMT deve manter uma permanente relação
com a CIPA, visando auxiliá-la e treiná-la, conforme dispõe a NR-05.2

São obrigadas a manter os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e


Medicina do Trabalho (SESMT) e as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA) as
empresas privadas e públicas (incluindo os hospitais) que possuem empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). São responsabilidades inerentes à CIPA e SESMT:

• Zelar pela saúde e integridade física do trabalhador;


• Revisar todos os acidentes envolvendo visitantes, pacientes e funcionários, bem como
manter relatórios e estatísticas de todos os danos;
• Investigar e analisar acidentes, recomendando medidas preventivas e corretivas para
evitá-los;
• Apoiar a área gerencial como consultor na área de segurança do trabalho e atividades
afins;
• Coordenar e treinar a equipe de Brigada Contra Incêndio, bem como a população
envolvida em situações de incêndio.
Finalizando, a principal diferença entre o SESMT e a CIPA refere-se à constituição deles,
pois o SESMT será obrigatoriamente formado por profissionais especializados em segurança e
saúde do trabalho, como o médico do trabalho, o técnico ou engenheiro de segurança do trabalho,
entre outros enquanto, a CIPA poderá ser formada por profissionais leigos e especialistas na área da
segurança e saúde do trabalho. (SOUZA, 2020)

A seguir os aspectos principais do SESMT e a CIPA serão apresentados, de forma sintética,


a partir do disposto nas NR. 4 e NR.5, respectivamente, para se compreender as diferenças e
semelhanças entre ambas.

4.1.2. O SESMT

No Brasil, a Norma Regulamentadora Nº 4 (NR4), estabelecida pela Portaria nº 3.214/78,


regulamenta a obrigatoriedade de que empresas públicas e privadas, que possuam empregados
regidos pela CLT, "de organizarem e manterem em funcionamento um Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) com a finalidade de promover a saúde
e proteger a integridade do trabalhador, no local de trabalho”, conforme conceitua Moraes (2017). É
o que item 4.1 da NR-04 estabelece :

As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e


dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis
do Trabalho – CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a
integridade do trabalhador no local de trabalho.“

Juntamente com a CIPA, a equipe do SESMT deve apoiar a área gerencial como consultor
na área de segurança do trabalho e atividades afins. Também é de responsabilidade do SESMT
elaborar análises de riscos e oferecer aos trabalhadores orientação quanto ao uso de equipamentos
para proteção individual e registrar eventuais acidentes.
A equipe do SESMT deve ser composta por: enfermeiro, um auxiliar de enfermagem,
técnico, engenheiro de segurança do trabalho e médico do trabalho. Essa equipe também é
responsável por fornecer equipamentos de proteção individual (EPI) para os trabalhadores da
empresa, bem como, checar as condições de funcionamento deles de acordo com as exigências. O
SESMT deve ser constituído pelas empresas ou instituições que possuam empregados regidos pela
CLT, conforme o grau de risco da atividade principal e o número de empregados do
estabelecimento, conforme o item 4.2 da NR-04, que específica:

O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em


Medicina do Trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade principal e ao número total de
empregados do estabelecimento, constantes dos Quadros I e II, anexos, observadas as exceções
previstas nesta NR.“

O texto da NR 4 especifica todos os detalhes para criar o SESMT em empresas públicas e


privadas, que possuam funcionários regidos pela CLT. O dimensionamento do SESMT é variável.
O número de integrantes depende da quantidade de funcionários e da atividade da empresa. Ou seja,
quanto maior o risco, mais integrantes. Mesmo com risco baixo, se houver muitos funcionários é
preciso aumentar o SESMT.

As atividades do SESMT são determinadas pela NR 4 e por outras Normas


Regulamentadoras. É o caso, por exemplo, da NR 12, que traz instruções sobre como reduzir os
riscos de acidente com máquinas e equipamentos.

4.1.3. A CIPA

A Comissão Interna de Prevenção de Acidente (CIPA) tem como objetivo prevenção de


acidentes e doenças vinculadas ao trabalho e busca melhorar a relação entre o trabalho com a vida e
saúde dos trabalhadores. A atuação da CIPA é importante para que os colaboradores de todos os
segmentos possam exercer seus cargos dentro de uma empresa, sem que haja ocorrência de nenhum
tipo de risco, seja de morte ou de doenças ocupacionais. (MORAES, 2017)

Segundo Moraes (2012, p. 228) a quinta Norma Regulamentadora (NR) do trabalho


urbano, cujo título é Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - estabelece a
obrigatoriedade das empresas em organizar e manter, dependendo da sua classificação econômica,
uma comissão constituída por representantes dos empregados e do empregador.
Recentemente, por meio da Portaria nº 5, de 17 de agosto de 1992, do Ministério do
Trabalho, ficou estabelecido que a CIPA terá como obrigatoriedade adicional a confecção de
denominado "Mapa de Riscos". Esse mapa deverá ser confeccionado com auxílio do SESMT e terá
como finalidade básica fazer uma representação gráfica do reconhecimento dos riscos existentes nos
diversos locais de trabalho, a conscientização e informação dos trabalhadores por intermédio da
fácil visualização dos riscos existentes na empresa.3

As empresas ou instituições que possuam empregados com vínculo de emprego, ou seja,


regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), devem constituir a CIPA ou designar um
responsável para o cumprimento da NR-05 (CIPA), conforme o dimensionamento disposto na NR –
5, item 5.2:

Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as


empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e
indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras
instituições que admitam trabalhadores como empregados.

Além disto, o item 5.6.4 da NR-05 dispõe que:

5.6.4 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa designará um


responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser adotados mecanismos de
participação dos empregados, através de negociação coletiva.

A CIPA é uma instituição dentro das empresas muito importante para que acidentes sejam
diminuídos e extintos do ambiente organizacional. Os integrantes da CIPA são os colaboradores que
em sua maioria são referências dentro da organização Segundo Moraes (2012 p. 162) a CIPA tem
entre suas atribuições:

a) Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a


participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT (Serviço Especializado
em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho), onde houver;
b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de
segurança e saúde no trabalho;
c) Participar de implantação e do controle da qualidade das medidas de prevenção
necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;
d) Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a
identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;
4.2. Normas Regulamentadoras

A Lei nº 6514/77 e que posteriormente foi complementada pela Portaria nº 3.214 de 08 de


junho de 1978, do Ministério do Trabalho, estabeleceu as Normas Regulamentadoras, as chamadas
NR’s, que se referem a critérios de segurança, saúde, higiene e medicina no trabalho.

As Normas Regulamentadoras, contidas na Portaria nº 3.214, em número de 37, com


algumas atualmente revogadas, abordam aspectos bem detalhados e específicos relacionados a
segurança no trabalho. Cada norma regulamentadora visa a prevenção de acidentes e doenças
provocadas ou agravadas pelo serviço. E estabelecem os parâmetros mínimos e as instruções sobre
saúde e segurança de acordo com cada atividade ou função desempenhada.

Segundo o MTE, uma norma regulamentadora é composta das obrigações trabalhistas que
devem ser cumpridas por todo contratante. Cada norma regulamentadora visa a prevenção de
acidentes e doenças provocadas ou agravadas pelo serviço. E estabelecem os parâmetros mínimos e
as instruções sobre saúde e segurança de acordo com cada atividade ou função desempenhada.
Além disso, servem para nortear as ações dos empregadores e orientar os funcionários, de forma
que o ambiente laboral se torne um local saudável e decente. Em 8 de Julho de 1978, o Ministério
do Trabalho e Emprego (MTE), com o objetivo de padronizar, fiscalizar e fornecer orientações
sobre procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e à medicina do trabalho, aprovou 28
Normas Regulamentadoras (NRs) – hoje já são 36 – que tratam do assunto.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com a pesquisa desse trabalho, nosso grupo adquiriu mais conhecimento sobre o assunto
de leis e normas do trabalho hospitalar. Mostrando que isso é fundamental para que aconteça o
trabalho da melhor maneira.

6. CONCLUSÃO

Este estudo nos mostra que para atingir uma boa qualidade de vida, o homem necessita
viver em um meio ambiente ecologicamente equilibrado, principalmente o meio de trabalho onde
ele passa a maior parte do seu tempo. A legislação vem, com o passar do tempo, atuando para
garantir o ambiente de trabalho saudável, assegurando assim os direitos fundamentais do ser
humano: o direito a saúde, complemento inseparável do direito a vida.
Com isso é fundamental existir normas de segurança em trabalhos hospitalares para que
sempre aconteça a prevenção de acidentes, assim ocorrendo um número menor número de
incidentes no trabalho. No Brasil somente em 1919 que houve a criação da primeira norma de
segurança no trabalho hospitalar, assim havendo uma grande evolução nas normas e regras da
saúde e segurança em hospitais até os dias atuais.

7. REFERÊNCIAS

BARBOSA FILHO, Antonio Nunes. Segurança do trabalho & gestão ambiental. 3.ed. São Paulo:
Atlas, 2010. p. 2-7.
BIBLIOMED. Disponível em: https://www.bibliomed.com.br/lib/showdoc.cfm?LibDocID=13814.
Acesso em 16 novembro 2021.
BEECORP: Disponível em: https://beecorp.com.br/seguranca-do-trabalho/. Acesso em 19
novembro 2021.
BULHÕES, I. Riscos do trabalho em enfermagem. Rio de Janeiro: [s.n.], 1994. 221p.

CUNHA, Anderson de Faria; GOMES, Juliana Aparecida; SILVÉRIO,Lara Rodrigues,


Implementação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais em uma Indústriade Bens e
Serviços. Disponível em: http://www.ebah.com.br/programa-de-prevencao-de-riscos-ambientais-
doc- a2996.html. Acesso em 19 novembro 2021.
DINIZ, Antônio Castro. Manual de Auditoria Integrado de Saúde, Segurança e Meio Ambiente
(SSMA). 1. ed. São Paulo: VOTORANTIM METAIS, 2005.
INBRAEP. Disponível em: https://inbraep.com.br/publicacoes/historia-seguranca-do-trabalho/.
Acesso em 18 novembro 2021. MENDES, R.; DIAS, E. C. Saúde dos trabalhadores.
Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho. Editora GVC, 2012.
MORAES, Giovani. Legislação de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional. 13. Ed. Rio de
Janeiro, 2017.
NR 4 – Serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho -
Disponível em: https http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr4.htm. Acesso em 26 nov.
2021.
NR 5 – Comissão interna de prevenção de acidentes - Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/
portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-05.pdf. Acesso em 26 nov. 2021.
ROUQUAYROL, M. Z.; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia e saúde. Rio de Janeiro: MEDSI,
1999. p. 431–458.
Segurança e Saúde no Trabalho em Ambientes da Saúde –Ministério do Trabalho (Portaria
n° 485, de 11 de novembro de 2005).
SESMT e CIPA: Saiba a Diferença e a Relação entre eles. Disponível
em:https://www.blogsegurancadotrabalho.com.br/sesmt-cipa/. Acesso em 27 nov. 2021.
SOUZA, Thiago Lennon de. Considerações sobre segurança e medicina do trabalho na ótica da
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em: http://siaibib01.univali.br/pdf/Thiago%20Lennon%20de %20Souza.pdf. Acesso em 27
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TEMSEGURANÇA. Disponível em: https://temseguranca.com/historia-da-seguranca-do-trabalho/.
Acesso em 19 novembro 2021.

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