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Aspectos Jurídicos sobre Segurança do Trabalho

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho apresentará os aspectos gerais sobre a segurança do


trabalho que é uma matéria de suma importância para o Direito do Trabalho
Brasileiro.

Por meio das Normas Regulamentadoras, que é a legislação de Segurança e


Medicina do Trabalho, em vigor desde 22 de dezembro de 1977, rege-se a
sistemática de como as empresas, empregados e empregadores devem adequar-se
para que o trabalhador possa exercer a sua profissão e função em um ambiente de
trabalho que proporcione saúde, segurança, bem estar.

Com a evolução das normas trabalhistas, as Normas Regulamentadoras hoje


são quase efetivamente aplicadas. Desde a década de 1970 até bem pouco tempo
atrás, as normas já estavam padronizadas, porém, não eram aplicadas.

Aconteciam os acidentes de trabalho, levando assim a incapacidade parcial ou


total do trabalhador que não possuía equipamento de proteção individual para
desenvolvimento do seu trabalho, que era ocorrência cotidiana em empresas de
diversos segmentos.
As Normas Regulamentadoras estão dispostas em número de trinta e seis (36)
e regulamentam atividades que as classificam com o chamado grau de risco, de
acordo com o risco que oferece à integridade do trabalhador quando da execução
desta atividade.

Este trabalho está disposto em quatro capítulos. No primeiro capítulo será


explanado sobre o histórico da Segurança do Trabalho. No segundo capítulo será
explanado sobre as Normas Regulamentadoras. No terceiro capítulo será abordado
sobre os fatores de risco. No quarto capítulo será explanado sobre Direito e
Segurança do Trabalho.

2. HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO

A Segurança do Trabalho é a ciência que atua na prevenção dos acidentes de


trabalho decorrentes dos fatores de riscos ocupacionais.

De acordo com o Bureau Internacional do Trabalho de Genebra, consiste a


segurança e a saúde do trabalhador:

A promoção e a manutenção dos mais elevados níveis de bem-estar físico,


mental e social dos trabalhadores de todos os setores de atividade; a prevenção para
os trabalhadores de efeitos adversos para a saúde decorrentes das suas condições
de trabalho; a proteção dos trabalhadores no seu emprego perante os riscos
resultantes de condições prejudiciais à saúde; a colocação e a manutenção de
trabalhadores num ambiente de trabalho ajustado às suas necessidades físicas e
mentais; a adaptação do trabalho ao homem. (2009, p.01)

A instituição da segurança do trabalho no Brasil ficou a cargo do Ministério do


Trabalho e Emprego, embora haja contribuição do Ministério da Saúde e da
Previdência Social. Cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego também a
regulamentação complementar e as atualizações das normas regulamentadoras de
saúde e segurança do trabalho, e a inspeção dos ambientes de trabalho onde são
executadas as atividades laborais para o devido cumprimento das normas.

De modo específico, o Ministério do Trabalho regula a relação de trabalho,


entre o empregador e o empregado, onde há subordinação jurídica por parte do
empregador.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma agência ligada à


Organização das Nações Unidas (ONU) e especializada em questões do trabalho,
sendo seus principais objetivos: proteção da saúde do trabalhador e melhoria de
suas condições de vida.
Dentro do Direito do Trabalho, a segurança do trabalho é chamada de Direito
Tutelar do Trabalho. Segundo Sérgio Pinto Martins (2000, p.164) diz que as regras de
Segurança e Medicina do Trabalho destinam-se igualmente aos empregadores
e também os chamados grupos de empresas.

A Constituição Brasileira de 1988 foi de suma importância para a efetivação


das normas de segurança do trabalho. Dentre os direitos sociais garantidos, o direito
a saúde e a segurança dos trabalhadores estão assegurados, de acordo com o artigo
7º, inciso XXII explicita: “redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de
normas de saúde, higiene e segurança” (Brasil, 1988).

Depois de um período autoritário que se estendeu por 21 anos, até sua


extinção por completo em 1985, a população buscava por direitos e garantias,
assegurados hoje pela Carta Magna que antes não existiam.

Foi com o advento da lei 6514, de 22 de dezembro de 1977 que a Segurança e


a Medicina do Trabalho foram inseridas no ordenamento jurídico, com a normativa
de segurança para ser rigorosamente seguida.

Dentre outras normativas, as de destaque são: equipamento de proteção


individual e coletivo, atividades insalubres e atividades perigosas.
Todas as normas regulamentadoras são de suma importância e o
conhecimento destas normas pelo advogado é imprescindível para quando, na
elaboração de sua tese de defesa, o profissional possa, com conhecimento, utilizar-
se deste aparato normativo para a integração de ideias entre o conhecimento
jurídico e técnico.

3. NORMAS REGULAMENTADORAS

As Normas Regulamentadoras conhecidas como NR´s são de suma


importância para o desenvolvimento da saúde e segurança do trabalho. Dispostas
em número de 36 (trinta e seis) são elencadas de acordo com a sua especificidade.

Todas as normas são importantes, mas podemos destacar algumas que são
imprescindíveis para todas as atividades exercidas pelos trabalhadores: NR 06 que
onde trata sobre o equipamento de proteção individual; NR 09 que dispõe sobre o
Programa de Prevenção de Acidentes e Riscos Ambientais (PPRA).

A normativa que dispõe sobre equipamentos individuais é utilizada a todas as


profissões. É dever de o trabalhador utilizar o equipamento de segurança, podendo
ensejar até demissão por justa causa se caso recusar-se a utilizar.
As Normas são elaboradas por uma comissão composta por representantes do
governo, do empregador e do empregado e possuem ampla fiscalização do
Ministério do Trabalho para que sejam cumpridas rigorosamente.

De acordo com a redação dada pela Portaria 3.214/1978, do Ministério do


Trabalho e Emprego, as Normas Regulamentadoras estão assim dispostas:

NR-1 Disposições gerais; NR-2 Inspeção prévia;NR-3 Embargo ou


interdição; NR-4 Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT); NR-5 Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA); NR-6 Equipamento de
Proteção Individual; NR-7 Programa de controle médico e saúde
ocupacional (PCMSO); NR-8 Edificações; NR-9 Programa de
prevenção de acidentes e riscos ambientais (PPRA); NR-10
Segurança em instalações e serviços em eletricidade; NR-
11Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de
Materiais; NR-12 Máquinas e equipamentos; NR-13 Caldeiras e
vasos de pressão; NR-14 Fornos; NR-15 Atividades e operações
insalubres; NR-16 Atividades e operações perigosas com
radiações ionizantes ou substâncias radioativas atividades/áreas
de risco; NR-17 Ergonomia; NR-18 Condições e meio ambiente
de trabalho na indústria da construção; NR-19 Explosivos; NR-20
Líquidos combustíveis e inflamáveis; NR-21 Trabalho a céu
aberto;NR-22 Segurança e saúde ocupacional da mineração; NR-
23 Proteção contra incêndios; NR-24 Condições sanitárias e de
conforto nos locais de trabalho;NR-25 Resíduos industriais;NR-
26 Sinalização de segurança; NR-27 Registro profissional do
técnico de segurança do trabalho no Ministério do Trabalho;
NR-28 Fiscalização e penalidades;NR-29 Segurança e saúde no
trabalho portuário; NR-30 Segurança e saúde no trabalho
aquaviário; NR-31 Segurança e saúde no trabalho na agricultura,
pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura: NR-32
Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde; NR-33
Segurança e saúde nos trabalhos de espaços confinados; NR-34
Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da
construção e reparação naval; NR-35 Trabalho em altura; NR-36
Segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e
processamento de carnes e derivados. (2015, s/p).

4. FATORES DE RISCO

Os denominados fatores de risco dentro da segurança do trabalho são o


conjunto de atividades insalubres e perigosas que colocam em risco a saúde e a
segurança do trabalhador.
Estes riscos estão classificados de acordo com a atividade desempenhada pelo
trabalhador, que são: riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e
psicossociais.

Riscos físicos: ruído, vibração, radiação ionizante e não-ionizante,


temperaturas extremas (frio e calor), pressão atmosférica anormal, entre outros;

Químicos: agentes e substâncias químicas, sob a forma líquida, gasosa ou de


partículas e poeiras minerais e vegetais, comuns nos processos de trabalho;

Biológicos: vírus, bactérias, parasitas, geralmente associados ao trabalho em


hospitais, laboratórios e na agricultura e pecuária;

Ergonômicos e psicossociais: decorrem da organização e gestão do trabalho;

Mecânicos e de Acidentes: ligados à proteção das máquinas, arranjo físico,


ordem e limpeza do ambiente de trabalho;

Os riscos ambientais são fatores determinantes para o grau de risco de um


ambiente de trabalho e sua classificação como insalubre ou perigoso.
Um ambiente insalubre ou perigoso pode custar não somente a saúde, mas
também a vida do trabalhador. Por isso, os profissionais da segurança e saúde
devem trabalhar conjuntamente, para que os riscos sejam minimizados e,
possivelmente, sanados neste ambiente insalubre ou perigoso.

Para que sejam minimizados os riscos à vida e à saúde do trabalhador existe o


chamado EPI: equipamento de proteção individual e o EPC: equipamento de
proteção coletivo, conforme conceitua Sérgio Ferreira Pantaleão:

O Equipamento de Proteção Individual - EPI é todo dispositivo ou produto, de


uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado a proteção contra riscos capazes
de ameaçar a sua segurança e a sua saúde.
O uso deste tipo de equipamento só deverá ser feito quando não for possível
tomar medidas que permitam eliminar os riscos do ambiente em que se desenvolve
a atividade, ou seja, quando as medidas de proteção coletiva não forem viáveis,
eficientes e suficientes para a atenuação dos riscos e não oferecerem completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e
do trabalho.
Os equipamentos de proteção coletiva - EPC são dispositivos utilizados no
ambiente de trabalho com o objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos
inerentes aos processos, tais como o enclausuramento acústico de fontes de ruído, a
ventilação dos locais de trabalho, a proteção de partes móveis de máquinas e
equipamentos, a sinalização de segurança, dentre outros.
Como o EPC não depende da vontade do trabalhador para atender suas
finalidades, este tem maior preferência pela utilização do EPI, já que colabora no
processo minimizando os efeitos negativos de um ambiente de trabalho que
apresenta diversos riscos ao trabalhador. Portanto, o EPI será obrigatório somente se
o EPC não atenuar os riscos completamente ou se oferecer proteção parcialmente.
(2015, s/p).

Os equipamentos de proteção individual estão previstos na Norma


Regulamentadora nº 06, ou simplesmente a NR 06 como é costumeiramente mais
conhecida. É uma das normas mais importantes no rol de normas apresentadas no
capítulo anterior. É de fundamental importância os equipamentos de proteção
individual e coletivo, pois, sem eles, o trabalhador fica exposto a riscos inerentes ao
desenvolvimento de sua profissão.

É através do PPRA: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais que é


determinado se o ambiente que o trabalhador atua é insalubre ou perigoso e de
acordo com função exercida do trabalhador, será determinado qual tipo de
equipamento de proteção individual e coletivo que deverá ser utilizado.

5. DIREITO E SEGURANÇA DO TRABALHO


O grande desafio enfrentado pela segurança do trabalho, não é somente o
reconhecimento do direito, mas também para que a norma cumpra a sua devida
eficácia.

O direito do trabalho visa assegurar melhores condições de trabalho aos


empregados, por meio de medidas protetoras, que estão previstas na própria
legislação trabalhista. A segurança do trabalho é um tema relativamente novo no
ordenamento jurídico brasileiro.

Antigamente o que existia, eram os empregados sem condições nenhuma de


higiene, saúde e segurança no ambiente laboral.

Com a Revolução Industrial, os trabalhadores do campo vieram para a cidade


em busca de um futuro melhor para suas famílias e com isso trabalhavam em
condições sub-humanas, comparados com o que se tem hoje disponível na lei.

Ficava a cargo do próprio trabalhador a busca da adequação e defesa para o


cumprimento de seu trabalho. Jornadas exaustivas de trabalho, sem direito à
alimentação, descanso ou repouso. As próprias famílias, inclusive as crianças,
trabalhavam para ajudar no seu próprio sustento.
Somente em 1940, com o advento da Consolidação das Leis Trabalhistas no
governo de Getúlio Vargas, então presidente da República, inspirado no modelo do
Estado paternalista italiano de Mussolini, foi que os trabalhadores tiveram acesso à
garantias e direitos efetivos previstos em lei.

Como explicitado no artigo 1º da Consolidação das Leis do Trabalho que diz:


“Fica aprovada a Consolidação das Leis do Trabalho, que a este Decreto-Lei
acompanha, com as alterações por ela introduzidas na legislação vigente.” (Brasil,
1943, p.1), que efetivamente o trabalhador teria assegurados direitos e condições de
trabalho, onde, a partir daquela data, não seria mais tratado sem dignidade e sim,
até recebendo salário para exercício de sua atividade laboral, de onde seria
mantenedor de si e de sua família, providenciando o sustento.

Com esta conquista, o trabalhador passou a ter direitos garantidos pela lei.
Assim sendo, em 1977, com o advento na lei que normatizada a legislação de saúde
e segurança do trabalho. Mas somente em 1978, com a portaria 3214 que foram
criadas as normas de segurança e medicina do trabalho e assim respaldadas como
direito e garantias fundamentais no texto constitucional.

A conquista destes direitos não veio somente para melhorias de condições de


trabalho para o trabalhador, mas também a melhoria em sua qualidade de vida.
Empregadores desinformados, não adeptos à segurança e saúde do trabalho, não
prezando pela qualidade da saúde de seus empregados, onde o custo fala mais alto,
onde o foco é somente geração de lucros. Infelizmente, hoje ainda, existem
empresas prezando somente quantidade e se esquecendo da qualidade que é o
fator principal.

Seguem o modelo fordista, onde a produção em massa era prioridade, onde o


trabalhador era obrigado a cumprir uma longa jornada diária, estafante, sem pausa
para descanso ou repouso.

O Brasil possui um excelente aparato legislativo em matéria de proteção e a


saúde do trabalhador, porém é necessário dar eficácia concreta, como principal a
dignidade humana perante o ambiente laboral, não somente no exercício de suas
funções, e sim, principalmente, em sua qualidade de vida.

Sendo assim, Amauri Mascaro do Nascimento explicita o conceito do


ambiente de trabalho adequado:

A proteção ao meio ambiente do trabalho tem por suporte um conceito: para


que o trabalhador atue em local apropriado, o Direito deve fixar condições mínimas
a serem observadas pelas empresas, quer quanto às instalações onde as oficinas e
demais dependências se situam, quer quanto às condições de contágio com agentes
nocivos à saúde ou de perigo que a atividade possa oferecer. (2011, p. 846)
O ambiente de trabalho deve oferecer o maior conforto e condições higiênicas
possíveis para que o trabalhador possa desenvolver seu trabalho. A equipe da
segurança do trabalho formada por profissionais como técnicos, médicos,
engenheiros, equipe de enfermagem devem oferecer todos os suporte necessário
para garantir o bem estar e a segurança dos trabalhadores.

Estes profissionais devem receber treinamento especializado, onde, todas as


atividades realizadas juntamente com os trabalhadores devem ser documentadas e
devidamente arquivadas, caso venham a ser solicitadas como elemento probatório.

Assim explicita a Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 157, caput:

Art. 157 - Cabe às empresas: I - cumprir e fazer cumprir as


normas de segurança e medicina do trabalho; II - instruir os
empregados, através de ordens de serviço, quanto às
precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho
ou doenças ocupacionais; III - adotar as medidas que lhes sejam
determinadas pelo órgão regional competente; IV - facilitar o
exercício da fiscalização pela autoridade competente. (BRASIL,
1943, p. 898)
As empresas devem oferecer treinamento especializado aos trabalhadores,
onde o técnico de segurança que ministra este treinamento, baseado nas normas de
segurança. O uso correto de equipamentos de proteção individual e coletivo,
quando como proceder em caso de incêndio, até treinamento em primeiros socorros
alguns técnicos ministram aos trabalhadores.

Sérgio Pinto Martins, em analogia ao artigo 158 da Consolidação das Leis do


Trabalho, ensina:

Os empregados deverão observar as normas de segurança e medicina do


trabalho, inclusive as instruções ou ordens de serviços quanto às precauções no local
de trabalho, de modo a evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais.
Devem, também, colaborar com a empresa na aplicação das normas de
medicina e segurança do trabalho.

Considera-se falta grave do empregado quando este não observa as instruções


expedidas pelo empregador, assim como não usa os equipamentos de proteção
individual que lhe são fornecidos pela empresa (art. 158 da CLT). A falta grave do
empregado dependerá da gravidade do ato praticado ou de sua reiteração, sendo
passível, antes, de advertência ou suspensão, se o ato não foi considerado grave o
bastante para rescindir o contrato de trabalho. (2000, p. 493)
O empregador deve seguir as normas de segurança e saúde do trabalho, para
sua própria segurança e manutenção no cargo empregatício, sendo considerado a
falta grave o não uso de equipamentos de proteção. Muitos acidentes acontecem
devido à imprudência, imperícia ou negligência do empregado.

O empregado que trabalha com eletricidade, por exemplo, não deve utilizar,
quando da manutenção de redes elétricas de alta ou baixa tensão, objetos de metal,
como pulseiras, anéis, correntes que são condutores de energia, colocando a vida do
trabalhador em risco. O uso e o manuseio dos equipamentos de segurança são de
extrema importância para a diminuição da periculosidade de serviços em
eletricidade.

Existem trabalhadores que não utilizam os equipamentos de segurança, com o


argumento que causa transtorno na hora da realização da manutenção. Muitos
acidentes ocorrem devido a isso. O manuseio de uma corrente elétrica sem luvas de
proteção, por exemplo, podem causar um choque elétrico e causar a morte ao
trabalhador.

Os equipamentos de proteção individual ou coletivo são de uso obrigatório,


sendo passível de demissão por justa causa, caso o trabalhador se recuse a utilizar os
equipamentos de proteção disponibilizados pela empresa.
Conforme caput da NR 01, que trata das Disposições Gerais, apresentado no
item 1.8, alínea a, b, empregado deve utilizar o EPI fornecido pelo empregador e
este deve cobrar o uso do EPI pelo empregado:

1.8: Cabe ao empregado:

a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde do


trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador;

b) usar o EPI fornecido pelo empregador. (2015, p.02)

Doravante, se a recusa do empregado para o não uso do EPI for injustificada, é


passível de demissão por justa causa, como previsto em lei.

6. CONCLUSÃO

Neste trabalho foram abordados os aspectos gerais sobre a Segurança do


Trabalho, que é uma matéria de suma importância para o Direito do Trabalho
Brasileiro. A importância da compreensão das Normas de Segurança do Trabalho,
pelo profissional do Direito do Trabalho, que deve ter o conhecimento dessas
normas, para poder aplicá-las ao caso prático.
A instituição da Segurança do Trabalho teve seu ápice em 1977 com o advento
da legislação das Normas de Segurança e Medicina do Trabalho.

As Normas Regulamentadoras estão dispostas em número de 36 (trinta e seis)


e cada uma possui sua fundamental importância. Uma de fundamental importância
é a NR 06 que trata sobre o EPI Equipamento de Proteção Individual.

Se a utilização do equipamento de proteção individual ou coletivo, o


trabalhador fica exposto a riscos inerentes ao desenvolvimento de sua profissão,
seja em ambiente insalubre ou periculoso.

Há também os fatores de risco, que determinam o grau de insalubridade ou


periculosidade. Estes riscos estão classificados de acordo com a atividade
desempenhada pelo trabalhador, que são: riscos físicos, químicos, biológicos,
ergonômicos e psicossociais.

O Direito do Trabalho conjuntamente com a Segurança do Trabalho visa


assegurar melhores condições de trabalho aos empregados, através de medidas
protetoras, que estão previstas na própria legislação trabalhista.

Que a Segurança do Trabalho seja colocada em prática, eficazmente, para a


preservação da saúde do trabalhador, pois quem mais sofre com os fatores de risco
é o próprio empregado. Que haja a conscientização por parte do empregador, que
deixe que ter apenas a visão de lucratividade, de pensar em quanto pode ganhar na
economia na compra de equipamentos de proteção individual de baixa qualidade,
deixando assim de proteger com eficácia a vida do trabalhador.

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