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CIPA Grau de Risco III

Introdução Cipa

O curso de CIPA  tem como finalidade educar para prática de


Segurança do Trabalho. Todos nós sabemos da necessidade de se
implantar uma estrutura voltada a prevençao capaz de nortear os
riscos de acidentes nas atividades do trabalho. Neste sentido,
procuramos direcionar nossa metodologia, recursos didáticos, etc.,
em atendimento ao currículo básico para o curso de componentes da
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes na Norma
Regulamentadora, NR – 5 da Portaria 3.214, do Ministério do
Trabalho.

Ao longo dos tempos, a experiência tem mostrado que a preparação


prévia do indivíduo contribui sensivelmente para a melhoria do seu
desempenho. No que diz respeito a segurança, os esclarecimentos ao
trabalhador quanto às possíveis condições inseguras dos ambientes
de trabalho e dos procedimentos seguros que deverá adotar é
fundamental para o sucesso de Programa Prevencionista.
Com a aplicação do curso para membros da CIPA, acreditamos
promover a combinação indivíduo – cargo - segurança, alicerçando no
treinamento, a implantação de conceitos e medidas de prevenção de
acidentes do trabalho. A existência da CIPA, já constitui um avanço a
insensatez. Os resultados serão colhidos quando empregado e
empregador estenderem aos demais empregados, doutrinas de
segurança, reuniões, palestras, treinamentos, atendimento das
solicitações que previnem acidentes e doenças ocupacionais.
Enfim, trabalhar o elemento humano é fator complexo, mas possível,
humanizar uma coletividade de trabalho e torná-la tão compreensiva
quanto eficiente e consequentemente, consistirá na continuidade do
trabalho operacional seguro.

CIPA Grau de Risco III


Origem das Normas Regulamentadoras
 

 
Ao longo da história, é possível notar que os países mais
desenvolvidos e com melhor qualidade de vida são aqueles que
apostaram na força de trabalho, e os que mais contribuem para isso
são os trabalhadores. No entanto, sem leis que promovessem a
prevenção e fiscalização, os números de acidentes, doenças e mortes
causadas em ambiente de trabalho eram muito elevados. Dessa
forma, houve a necessidade de assegurar normas de proteção para
os trabalhadores.
 
No século XVIII, na Inglaterra, surge a Revolução Industrial, um
movimento que iria mudar toda a concepção em relação aos trabalhos
realizados, e aos acidentes e doenças profissionais que deles
provinham. Como a produção estava em primeiro lugar, não havia
limites de horas de trabalho ou critério para o recrutamento de mão-
de-obra. Homens, mulheres e até mesmo crianças eram selecionadas
sem qualquer exame inicial quanto à saúde e ao desenvolvimento
físico ou qualquer outro fator humano.
 
 
As máquinas eram projetadas inadequadamente, não oferecendo
qualquer segurança ao usuário. Dessa forma, o número de acidentes
de trabalho crescia assustadoramente e a morte de crianças era
frequente.
 
Com isso, foram surgindo os primeiros movimentos operários contra
as péssimas condições de trabalho e ambientes insalubres. Após
muitas revoltas, começaram então a surgir as primeiras leis de
proteção ao trabalho, que inicialmente se voltavam apenas para
crianças e mulheres. É possível perceber, com isso, que a motivação
para todas as leis foram os trabalhadores que através da não
aceitação do que era imposto, lutaram para conseguir melhorias e
qualidade de vida.
 
O Brasil há muito tempo tem se destacado no cenário mundial por
apresentar elevados índices de acidentes do trabalho, tendo até
mesmo o título de campeão de acidentes do trabalho na década de
1970. Desde então, várias mudanças ocorreram e ainda vêm
ocorrendo na legislação, sendo aplicadas punições mais severas,
além do aumento dos esforços para melhorar a segurança e a
qualidade de vida nos locais de trabalho.
 
Em decorrência da contínua evolução tecnológica e mudanças nas
relações trabalhistas, surge no Brasil a Legislação de Segurança do
Trabalho que compõe-se de Normas Regulamentadoras, outras leis
complementares, como portarias e decretos e também as convenções
Internacionais da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
aprovadas pelo Brasil. Essas normas regulamentadoras e outras leis
complementares surgem para melhorar a segurança, integridade
física e qualidade de vida dos trabalhadores.
 
As regulamentações de proteção ao trabalhador têm sua origem na
Constituição Federal que, ao relacionar os direitos dos trabalhadores,
incluiu entre eles o cuidado e preservação da sua saúde e segurança
por meio de normas específicas.
 
 
As Normas Regulamentadoras, também chamadas de NR, são
disposições complementares ao capítulo V da Consolidação das Leis
do Trabalho - CLT, consistindo em obrigações, direitos e deveres a
serem cumpridos por empregadores e trabalhadores com o objetivo
de garantir um ambiente de trabalho seguro e salubre, prevenindo a
ocorrência de doenças e acidentes de trabalho.
 
A elaboração e revisão das normas é realizada pela Comissão
Tripartite que é composta por representantes do governo, de
empregadores e de empregados, tendo como base a CLT.  As
empresas privadas, públicas, órgãos públicos da administração direta
e indireta, bem como os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário
que possuam empregados conduzidos pela Consolidação das Leis do
Trabalho - CLT são obrigados a verificar e aplicar as NRs de forma
eficaz.
 
Desta forma, todos os trabalhadores têm direito a um trabalho seguro
e saudável sendo necessário estar sempre atento aos itens
fundamentais dispostos em cada norma para compreender a
importância de sua aplicabilidade no ambiente de trabalho.

CIPA Grau de Risco III


Objetivos das Normas Regulamentadoras
 
De forma geral, as normas regulamentadoras se dispõem com os
seguintes objetivos:
 
 
 NR 1 - DISPOSIÇÕES GERAIS: Estabelece as disposições
gerais, o campo de aplicação, os termos e as definições
comuns às Normas Regulamentadoras - NR relativas a
segurança e saúde no trabalho e as diretrizes e os requisitos
para o gerenciamento de riscos ocupacionais e as medidas de
prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho - SST.
 NR 2 -  INSPEÇÃO GERAL: ANULADA. 
 NR 3 - EMBARGO OU INTERDIÇÃO: Estabelece as diretrizes
para caracterização do grave e iminente risco e os requisitos
técnicos objetivos de embargo e interdição.  
 NR 4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE
SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO: As empresas
privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta
e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho -
CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a
finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do
trabalhador no local de trabalho.
 

 
 NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE
ACIDENTES: Estabelece os parâmetros e os requisitos da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, tendo por
objetivo a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao
trabalho, de modo a tornar compatível, permanentemente, o
trabalho com a preservação da vida e promoção da saúde do
trabalhador.
 
 

 
 NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI:
Esta norma estabelece os requisitos para aprovação,
comercialização, fornecimento e utilização de Equipamentos de
Proteção Individual - EPI.  
 NR 7 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE
OCUPACIONAL - PCMSO: Esta NR estabelece diretrizes e
requisitos para o desenvolvimento do Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO nas organizações, com
o objetivo de proteger e preservar a saúde de seus empregados
em relação aos riscos ocupacionais, conforme avaliação de
riscos do Programa de Gerenciamento de Risco - PGR da
organização.
 NR 8 – EDIFICAÇÕES: Esta NR estabelece requisitos que
devem ser atendidos nas edificações para garantir segurança e
conforto aos trabalhadores.
 

 
 NR 9 - AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES
OCUPACIONAIS A AGENTES FÍSICOS, QUÍMICOS E
BIOLÓGICOS: Esta NR estabelece os requisitos para a
avaliação das exposições ocupacionais a agentes físicos,
químicos e biológicos quando identificados no Programa de
Gerenciamento de Riscos - PGR, previsto na NR-1, e subsidiá-
lo quanto às medidas de prevenção para os riscos
ocupacionais.
 

 
 NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM
ELETRICIDADE: Esta Norma Regulamentadora estabelece os
requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de
medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir
a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou
indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços
com eletricidade. 
 NR 11 - TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E
MANUSEIO DE MATERIAIS: Essa é uma norma que trata
da segurança para operação de elevadores, guindastes,
transportadores industriais e máquinas transportadoras.
 NR-12 - SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E
EQUIPAMENTOS: Esta NR e seus anexos definem referências
técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para
resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores e
estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e
doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de
máquinas e equipamentos, e ainda à sua fabricação,
importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer
título, em todas as atividades econômicas.
 NR-13 CALDEIRAS, VASOS DE PRESSÃO, TUBULAÇÕES E
TANQUES METÁLICOS: Esta NR fornece   os requisitos
relativos à instalação, operação e manutenção de caldeiras e
vasos de pressão, com a finalidade de prevenir a ocorrência de
acidentes do trabalho.
 NR-14 FORNOS: estabelece requisitos para a operação de
fornos com segurança.
 NR 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES: Esta NR
define as atividades, operações e agentes insalubres e
estabelece os limites de tolerância dessas atividades e prevê
medidas preventivas com a finalidade de proteger a saúde dos
trabalhadores.
 NR 16 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS: Esta NR
estabelece os procedimentos nas atividades exercidas pelos
trabalhadores que manuseiam e/ou transportam explosivos ou
produtos químicos, classificados como inflamáveis, substâncias
radioativas e serviços de operação e manutenção.
 NR 17 – ERGONOMIA: Esta Norma Regulamentadora visa
estabelecer as diretrizes e os requisitos que permitam a
adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar
conforto, segurança, saúde e desempenho eficiente no trabalho.
 

 
 NR 18 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO: Esta NR tem o objetivo de
estabelecer diretrizes de ordem administrativa, de planejamento
e de organização, que visam à implementação de medidas de
controle e sistemas preventivos de segurança nos processos,
nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da
construção.
 NR 19 – EXPLOSIVOS: Esta NR tem o objetivo de estabelecer
os requisitos e as medidas de prevenção para garantir as
condições de segurança e saúde dos trabalhadores em todas as
etapas da fabricação, manuseio, armazenamento e transporte
de explosivos.
 

 
 NR 20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM
INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS: Esta NR estabelece
requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no
trabalho contra os fatores de risco de acidentes provenientes
das atividades de extração, produção, armazenamento,
transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e
líquidos combustíveis. 
 NR 21 – TRABALHOS A CÉU ABERTO: Esta NR estabelece
requisitos mínimos para os trabalhos realizados a céu aberto,
sendo obrigatória a existência de abrigos, ainda que rústicos,
capazes de proteger os trabalhadores contra intempéries.  
 NR 22 - SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA
MINERAÇÃO: Esta NR tem por objetivo disciplinar os preceitos
a serem observados na organização e no ambiente de trabalho,
de forma a tornar compatível o planejamento e o
desenvolvimento da atividade mineira com a busca permanente
da segurança e saúde dos trabalhadores. 
 NR 23 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS: Esta NR dispõe que
todos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de
incêndios, em conformidade com a legislação estadual e as
normas técnicas aplicáveis.
 NR 24 - CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS
LOCAIS DE TRABALHO: Esta NR estabelece as condições
mínimas de higiene e de conforto a serem observadas pelas
organizações, devendo o dimensionamento de todas as
instalações regulamentadas por esta NR ter como base o
número de trabalhadores usuários do turno com maior
contingente.
 NR 25 - RESÍDUOS INDUSTRIAIS: Esta NR estabelece os
critérios para eliminação de resíduos industriais dos locais de
trabalho, através de métodos, equipamentos ou medidas
adequadas, de forma a evitar riscos à saúde e à segurança do
trabalhador.
 
 
 NR 26 - SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA: Esta NR estabelece
que devem ser adotadas cores para segurança em
estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim de indicar e
advertir acerca dos riscos existentes.
 NR 27 - REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE
SEGURANÇA DO TRABALHO: ANULADA. 
 NR 28 - FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES: Esta NR estabelece
os procedimentos a serem adotados pela fiscalização
trabalhista de segurança e medicina do trabalho tanto no que
diz respeito à concessão de prazos às empresas para a
correção das irregularidades técnicas, como também no que
têm relação às multas por infração às normas regulamentadoras
de segurança e medicina do trabalho
 NR 29 - NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E
SAÚDE NO TRABALHO PORTUÁRIO: Esta norma tem por
objetivo estabelecer as medidas de prevenção em Segurança e
Saúde no trabalho portuário e as diretrizes para a
implementação do gerenciamento dos riscos ocupacionais nos
ambientes de trabalho alcançados por esta NR. 
 NR 30 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO:
Esta norma regulamentadora e seu anexo estabelecem
requisitos para a proteção e o resguardo da segurança e da
saúde no trabalho aquaviário, disciplinando medidas a serem
observadas nas organizações e nos ambientes de trabalho para
a prevenção de possíveis lesões ou agravos à saúde.
 NR 31 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA
AGRICULTURA, PECUÁRIA SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO
FLORESTAL E AQUICULTURA: Esta NR tem por objetivo
estabelecer os preceitos a serem observados na organização e
no ambiente de trabalho rural, de forma a tornar compatível o
planejamento e o desenvolvimento das atividades do setor com
a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho
rural.
 NR 32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS
DE SAÚDE: Esta NR tem por finalidade estabelecer as
diretrizes básicas para a implementação de medidas de
proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços
de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de
promoção e assistência à saúde em geral.  
 
 
 
 NR-33 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESPAÇOS
CONFINADOS: Esta Norma tem como objetivo estabelecer os
requisitos para a caracterização dos espaços confinados, os
critérios para o gerenciamento de riscos ocupacionais em
espaços confinados e as medidas de prevenção, de forma a
garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que
interagem direta ou indiretamente com estes espaços
 NR 34 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, REPARAÇÃO E DESMONTE
NAVAL: Esta NR estabelece os requisitos mínimos e as
medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente
de trabalho nas atividades da indústria de construção,
reparação e desmonte naval. 
 

 
 NR-35 TRABALHO EM ALTURA: Esta Norma fornece os
requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho
em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a
execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta
atividade. 
 NR-36 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM
EMPRESAS DE ABATE E PROCESSAMENTO DE CARNES E
DERIVADOS: O objetivo desta Norma é estabelecer os
requisitos mínimos para a avaliação, controle e monitoramento
dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria
de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao
consumo humano, de forma a garantir permanentemente a
segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho, sem
prejuízo da observância do disposto nas demais Normas
Regulamentadoras.
 NR-37 - SEGURANÇA E SAÚDE EM PLATAFORMAS DE
PETRÓLEO: Esta norma estabelece os requisitos de segurança,
saúde e condições de vivência no trabalho a bordo de
plataformas de petróleo em operação na costa brasileira.
Desta forma, podemos compreender que as normas se estabelecem
com diferentes objetivos e campos de aplicação, sempre com o intuito
de garantir a segurança dos trabalhadores durante suas atividades.
CIPA Grau de Risco III
Apresentação da Norma Regulamentadora Nº5
SUMÁRIO 
 
5.1 Objetivo 
5.2 Campo de aplicação 
5.3 Atribuições
5.4 Constituição e estruturação 
5.5 Processo eleitoral 
5.6 Funcionamento 
5.7 Treinamento 
5.8 CIPA das organizações contratadas para prestação de serviços  
5.9 Disposições finais Anexo I - CIPA da Indústria da Construção  
 
5.1 Objetivo 
 
5.1.1 Esta norma regulamentadora - NR estabelece os parâmetros e os
requisitos da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA tendo
por objetivo a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho,
de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a
preservação da vida e promoção da saúde do trabalhador.  
 
5.2 Campo de aplicação 
 
5.2.1 As organizações e os órgãos públicos da administração direta e
indireta, bem como os órgãos dos Poderes Legislativo, Judiciário e
Ministério Público, que possuam empregados regidos pela Consolidação
das Leis do Trabalho - CLT, devem constituir e manter CIPA.  5.2.2 Nos
termos previstos em lei, aplica-se o disposto nesta NR a outras relações
jurídicas de trabalho.  
 
5.3 Atribuições 
 
5.3.1 A CIPA tem por atribuição:
 
a) acompanhar o processo de identificação de perigos e avaliação de
riscos bem como a adoção de medidas de prevenção implementadas pela
organização; 
b) registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores, em conformidade
com o subitem 1.5.3.3 da NR-01, por meio do mapa de risco ou outra
técnica ou ferramenta apropriada à sua escolha, sem ordem de preferência,
com assessoria do Serviço Especializado em Segurança e em Medicina do
Trabalho - SESMT, onde houver;  
c) verificar os ambientes e as condições de trabalho visando identificar
situações que possam trazer riscos para a segurança e saúde dos
trabalhadores; 
d) elaborar e acompanhar plano de trabalho que possibilite a ação
preventiva em segurança e saúde no trabalho;  
e) participar no desenvolvimento e implementação de programas
relacionados à segurança e saúde no trabalho;  
f) acompanhar a análise dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho,
nos termos da NR-1 e propor, quando for o caso, medidas para a solução
dos problemas identificados;  

g) requisitar à organização as informações sobre questões relacionadas à


segurança e saúde dos trabalhadores, incluindo as Comunicações de
Acidente de Trabalho - CAT emitidas pela organização, resguardados o
sigilo médico e as informações pessoais;  
h) propor ao SESMT, quando houver, ou à organização, a análise das
condições ou situações de trabalho nas quais considere haver risco grave e
iminente à segurança e saúde dos trabalhadores e, se for o caso, a
interrupção das atividades até a adoção das medidas corretivas e de
controle; e 
i) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a
Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT, conforme
programação definida pela CIPA.  
 
5.3.2 Cabe à organização: 
 
a) proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao
desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a
realização das tarefas constantes no plano de trabalho;  
b) permitir a colaboração dos trabalhadores nas ações da CIPA; e  
c) fornecer à CIPA, quando requisitadas, as informações relacionadas às
suas atribuições.
 
5.3.3 Cabe aos trabalhadores indicar à CIPA, ao SESMT e à organização
situações de riscos e apresentar sugestões para melhoria das condições de
trabalho.   
 
5.3.4 Cabe ao Presidente da CIPA: 
a) convocar os membros para as reuniões; e  
b) coordenar as reuniões, encaminhando à organização e ao SESMT,
quando houver, as decisões da comissão.   
 
5.3.5 Cabe ao Vice-Presidente substituir o Presidente nos seus
impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos temporários.  
 
5.3.6 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as
seguintes atribuições de: 
 
a) coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os
objetivos propostos sejam alcançados; e  
b) divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do
estabelecimento. 
 
5.4 Constituição e estruturação 
 
5.4.1 A CIPA será constituída por estabelecimento e composta de
representantes da organização e dos empregados, de acordo com o
dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as
disposições para setores econômicos específicos.  
 
5.4.2 A CIPA das organizações que operem em regime sazonal devem ser
dimensionadas tomando-se por base a média aritmética do número de
trabalhadores do ano civil anterior e obedecido o Quadro I desta NR.  

 
5.4.3 Os representantes da organização na CIPA, titulares e suplentes,
serão por ela designados.  
5.4.4 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão
eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de
filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados.  
 
5.4.5 A organização designará dentre seus representantes o Presidente da
CIPA, e os representantes eleitos dos empregados escolherão dentre os
titulares o vice-presidente.  5.4.6 O mandato dos membros eleitos da CIPA
terá a duração de um ano, permitida uma reeleição.  
 
5.4.7 Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no
primeiro dia útil após o término do mandato anterior.  
 
5.4.8 A organização deve fornecer cópias das atas de eleição e posse aos
membros titulares e suplentes da CIPA.  
 
5.4.9 Quando solicitada, a organização encaminhará a documentação
referente ao processo eleitoral da CIPA, podendo ser em meio eletrônico,
ao sindicato dos trabalhadores da categoria preponderante, no prazo de
até 10 (dez) dias. 
 
5.4.10 A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem
como não poderá ser desativada pela organização, antes do término do
mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de
empregados, exceto no caso de encerramento das atividades do
estabelecimento.  
 
5.4.11 É vedada à organização, em relação ao integrante eleito da CIPA:  
a) a alteração de suas atividades normais na organização que prejudique o
exercício de suas atribuições; e  
b) a transferência para outro estabelecimento, sem a sua anuência,
ressalvado o disposto nos parágrafos primeiro e segundo do art. 469 da
CLT.  
 
5.4.12 É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado
eleito para cargo de direção da CIPA desde o registro de sua candidatura
até um ano após o final de seu mandato.  
 
5.4.12.1 O término do contrato de trabalho por prazo determinado não
caracteriza dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito
para cargo de direção da CIPA.  
 
5.4.13 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I e não for
atendido por SESMT, nos termos da Norma Regulamentadora n° 4 (NR-04),
a organização nomeará um representante da organização dentre seus
empregados para auxiliar na execução das ações de prevenção em
segurança e saúde no trabalho, podendo ser adotados mecanismos de
participação dos empregados, por meio de negociação coletiva.  
 
5.4.13.1 No caso de atendimento pelo SESMT, este deverá desempenhar
as atribuições da CIPA.  
 
5.4.13.2 O microempreendedor individual - MEI está dispensado de nomear
o representante da NR-05. 5.4.14 A nomeação de empregado como
representante da NR-05 e sua forma de atuação devem ser formalizadas
anualmente pela organização. 5.4.15 A nomeação de empregado como
representante da NR-05 não impede o seu ingresso na CIPA, quando da
sua constituição, seja como representante do empregador ou como dos
empregados.  
 
5.5 Processo eleitoral 
 
5.5.1 Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos
representantes dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60
(sessenta) dias antes do término do mandato em curso.  
 
5.5.1.1 A organização deve comunicar, com antecedência, podendo ser por
meio eletrônico, com confirmação de entrega, o início do processo eleitoral
ao sindicato da categoria preponderante.  
 
5.5.2 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA constituirão dentre seus
membros a comissão eleitoral, que será a responsável pela organização e
acompanhamento do processo eleitoral.  
 
5.5.2.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a comissão eleitoral
será constituída pela organização.   
 
5.5.3 O processo eleitoral deve observar as seguintes condições:  
 
a) publicação e divulgação de edital de convocação da eleição e abertura
de prazos para inscrição de candidatos, em locais de fácil acesso e
visualização, podendo ser em meio físico ou eletrônico;  
b) inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para
inscrição será de 15 (quinze) dias corridos;  
c) liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento,
independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de
comprovante em meio físico ou eletrônico;  
d) garantia de emprego até a eleição para todos os empregados inscritos;  
e) publicação e divulgação da relação dos empregados inscritos, em locais
de fácil acesso e visualização, podendo ser em meio físico ou eletrônico;
f) realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do
término do mandato da CIPA, quando houver;  
g) realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários
de turnos e em horário que possibilite a participação da maioria dos
empregados do estabelecimento;
h) voto secreto; 
i) apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com
acompanhamento de representante da organização e dos empregados, em
número a ser definido pela comissão eleitoral, facultado o
acompanhamento dos candidatos; e
j) organização da eleição por meio de processo que garanta tanto a
segurança do sistema como a confidencialidade e a precisão do registro
dos votos. 

 
5.5.4 Havendo participação inferior a cinquenta por cento dos empregados
na votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá
prorrogar o período de votação para o dia subsequente, computando-se os
votos já registrados no dia anterior, a qual será considerada válida com a
participação de, no mínimo, um terço dos empregados.  
 
5.5.4.1 Constatada a participação inferior a um terço dos empregados no
segundo dia de votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão
eleitoral deverá prorrogar o período de votação para o dia subsequente,
computando-se os votos já registrados nos dias anteriores, a qual será
considerada válida com a participação de qualquer número de
empregados. 
 
5.5.4.2 A prorrogação referida nos subitens 5.5.4 e 5.5.4.1 deve ser
comunicada ao sindicato da categoria profissional preponderante.  
 
5.5.5 As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas
na unidade descentralizada de inspeção do trabalho, até 30 (trinta) dias
após a data da divulgação do resultado da eleição da CIPA.  
 
5.5.5.1 Compete à autoridade máxima regional em matéria de inspeção do
trabalho, confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a
sua correção ou proceder a anulação quando for o caso.  
 
5.5.5.2 Em caso de anulação somente da votação, a organização
convocará nova votação no prazo de 10 (dez) dias, a contar da data de
ciência, garantidas as inscrições anteriores.  
 
5.5.5.3 Nos demais casos, a decisão da autoridade máxima regional em
matéria de inspeção do trabalho determinará os atos atingidos, as
providências, e os prazos a serem adotados, atendidos os prazos previstos
nesta NR. 
 
5.5.5.4 Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA,
ficará assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a
complementação do processo eleitoral.  
 
5.5.6 Assumirão a condição de membros titulares e suplentes os
candidatos mais votados.  
 
5.5.7 Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de
serviço no estabelecimento.
 
5.5.8 Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de
eleição e apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando
nomeação posterior, em caso de vacância de suplentes.  
 
5.6 Funcionamento 
 
5.6.1 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário
preestabelecido.  
 
5.6.1.1 A critério da CIPA, nas Microempresas - ME e Empresas de
Pequeno Porte - EPP, graus de risco 1 e 2, as reuniões poderão ser
bimestrais. 
 
5.6.2 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas na organização,
preferencialmente de forma presencial, podendo a participação ocorrer de
forma remota. 
 
5.6.2.1 A data e horário das reuniões serão acordadas entre os seus
membros observando os turnos e as jornadas de trabalho.  
 
5.6.3 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes.  
 
5.6.3.1 As atas das reuniões devem ser disponibilizadas a todos os
integrantes da CIPA, podendo ser por meio eletrônico.  
 
5.6.3.2 As deliberações e encaminhamentos das reuniões da CIPA devem
ser disponibilizadas a todos os empregados em quadro de aviso ou por
meio eletrônico. 
 
5.6.4 As reuniões extraordinárias devem ser realizadas quando:
a) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal; ou b) houver solicitação de
uma das representações.  
 
5.6.5 Para cada reunião ordinária ou extraordinária, os membros da CIPA
designarão o secretário responsável por redigir a ata.
 
5.6.6 O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente,
quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.  
 
5.6.7 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será
suprida por suplente, obedecida a ordem de colocação decrescente que
consta na ata de eleição, devendo os motivos ser registrados em ata de
reunião. 
 
5.6.7.1 Caso não existam mais suplentes, durante os primeiros 6 (seis)
meses do mandato, a organização deve realizar eleição extraordinária para
suprir a vacância, que somente será considerada válida com a participação
de, no mínimo, um terço dos trabalhadores.  
 
5.6.7.1.1 Os prazos da eleição extraordinária serão reduzidos à metade
dos prazos previstos no processo eleitoral desta NR.  
 
5.6.7.1.2 As demais exigências estabelecidas para o processo eleitoral
devem ser atendidas.  
 
5.6.7.2 No caso de afastamento definitivo do presidente, a organização
indicará o substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os
membros da CIPA. 
 
5.6.7.3 No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros
titulares da representação dos empregados, escolherão o substituto, entre
seus titulares, em dois dias úteis.  

 
5.6.7.4 O mandato do membro eleito em processo eleitoral extraordinário
deve ser compatibilizado com o mandato dos demais membros da
Comissão. 
 
5.6.7.5 O treinamento de membro eleito em processo extraordinário deve
ser realizado no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados a partir da data
da posse. 
 
5.6.8 As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.  
 
5.6.8.1 Não havendo consenso, a CIPA deve regular o procedimento de
votação e o pedido de reconsideração da decisão.
 
5.7 Treinamento 
 
5.7.1 A organização deve promover treinamento para o representante
nomeado da NR-5 e para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes
da posse. 
 
5.7.1.1 O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no
prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados a partir da data da posse.  
 
5.7.2 O treinamento deve contemplar, no mínimo, os seguintes itens:  
 
a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos
originados do processo produtivo;  
b) noções sobre acidentes e doenças relacionadas ao trabalho decorrentes
das condições de trabalho e da exposição aos riscos existentes no
estabelecimento e suas medidas de prevenção;
c) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças
relacionadas ao trabalho;  
d) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de prevenção dos
riscos; 
e) noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à
segurança e saúde no trabalho;  
f) noções sobre a inclusão de pessoas com deficiência e reabilitados nos
processos de trabalho; e 
g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das
atribuições da Comissão.
 
5.7.3 O treinamento realizado há menos de 2 (dois) anos contados da
conclusão do curso pode ser aproveitado na mesma organização,
observado o estabelecido na NR-1.  
 
5.7.4 O treinamento deve ter carga horária mínima de:  
 
a) 8 (oito) horas para estabelecimentos de grau de risco 1;  
b) 12 (doze) horas para estabelecimentos de grau de risco 2;  
c) 16 (dezesseis) horas para estabelecimentos de grau de risco 3; e  
d) 20 (vinte) horas para estabelecimentos de grau de risco  
 
4. 5.7.4.1 A carga horária do treinamento deve ser distribuída em no
máximo 8 (oito) horas diárias.  
 
5.7.4.2 Para a modalidade presencial deve ser observada a seguinte carga
horária mínima do treinamento:  
a) 4 (quatro) horas para estabelecimentos de grau de risco 2; e  
b) 8 (oito) horas para estabelecimentos de grau de risco 3 e 4. 5.7.4.3 A
carga horária do treinamento dos estabelecimentos de grau de risco 1 e do
representante nomeado da NR-05 podem ser realizadas integralmente na
modalidade de ensino à distância ou semipresencial, nos termos da NR-
01. 
 
5.7.4.4 O treinamento realizado integralmente na modalidade de ensino à
distância deve contemplar os riscos específicos do estabelecimento nos
termos do subitem 5.7.2. 5.7.4.5 O integrante do SESMT fica dispensado
do treinamento da CIPA.  
 
5.8 CIPA das organizações contratadas para prestação de serviços 
 
5.8.1 A organização de prestação de serviços deve constituir CIPA
centralizada quando o número total de seus empregados na Unidade da
Federação se enquadrar no Quadro I desta NR.
 
5.8.1.1 Quando a organização contratada para prestação de serviços a
terceiros exercer suas atividades em estabelecimento de contratante
enquadrado em grau de riscos 3 ou 4 e o número total de seus empregados
no estabelecimento da contratante se enquadrar no Quadro I desta NR,
deve constituir CIPA própria neste estabelecimento, considerando o grau
de risco da contratante. 
 
5.8.1.1.1 A organização contratada está dispensada da constituição da
CIPA própria no caso de prestação de serviços a terceiros com até 180
(centro e oitenta) dias de duração.  
 
5.8.1.2 O número total de empregados da organização contratada para
prestação de serviços, para efeito de dimensionamento da CIPA
centralizada, deve desconsiderar os empregados alcançados por CIPA
própria. 
 
5.8.2 A organização contratada para prestação de serviços, quando
desobrigada de constituir CIPA própria, deve nomear um representante da
NR-5 para cumprir os objetivos desta NR se possuir 5 (cinco) ou mais
empregados no estabelecimento da contratante. 5.8.2.1 A nomeação de
representante da NR-05 em estabelecimento onde há empregado membro
de CIPA centralizada é dispensada.  
 
5.8.2.2 O estabelecido no subitem 5.8.2 não exclui o disposto no subitem
5.4.13 quanto ao estabelecimento sede da organização contratada para a
prestação de serviços. 
 
5.8.2.3 A nomeação do representante da organização contratada para a
prestação de serviços deve ser feita entre os empregados que exercem
suas atividades no estabelecimento.  

 
5.8.3 A organização contratada para a prestação de serviços deve garantir
que a CIPA centralizada mantenha interação entre os estabelecimentos nos
quais possua empregados.  
 
5.8.3.1 A organização deve garantir a participação dos representantes
nomeados da NR-05 nas reuniões da CIPA centralizada.  
 
5.8.3.2 A organização deve dar condições aos integrantes da CIPA
centralizada de atuarem nos estabelecimentos que não possuem
representante nomeado da NR-05, atendido o disposto no subitem 5.6.2.
5.8.4 O representante nomeado da NR-05 das organizações contratadas
para a prestação de serviço deve participar de treinamento de acordo com
o grau de risco da contratante.  
 
5.8.5 A CIPA da prestadora de serviços a terceiros constituída nos termos
do subitem 5.8.1.1 será considerada encerrada, para todos os efeitos,
quando encerradas as suas atividades no estabelecimento.  
 
5.8.6 A organização contratante deve exigir da organização prestadora de
serviços a nomeação do representante da NR-05 prevista no subitem
5.8.2. 
 
5.8.7 A contratante deve convidar a contratada para participar da reunião
da CIPA da contratante, com a finalidade de integrar as ações de
prevenção, sempre que as organizações atuarem em um mesmo
estabelecimento. 
 
5.8.7.1 A contratada deve indicar um representante da CIPA ou o
representante nomeado da NR05 para participar da reunião da CIPA da
contratante. 
 
5.9 Disposições finais 
 
5.9.1 A contratante adotará medidas para que as contratadas, suas CIPA,
os representantes nomeados da NR-05 e os demais trabalhadores lotados
naquele estabelecimento recebam informações sobre os riscos presentes
nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de prevenção, em
conformidade com o Programa de Gerenciamento de Riscos, previsto na
NR-01. 
 
5.9.2 Toda a documentação referente à CIPA deve ser mantida no
estabelecimento à disposição da inspeção do trabalho pelo prazo mínimo
de 5 (cinco) anos. 
 
5.9.3 Em havendo alteração do grau de risco do estabelecimento, o
redimensionamento da CIPA deve ser efetivado na próxima eleição.  

 
ANEXO I da NR-5 
CIPA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO 
 
Sumário 
 

1. Objetivo
2. Campo de Aplicação 
3. Disposições Gerais 

 
1. Objetivo 
 
1.1 Este anexo estabelece requisitos específicos para a Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes - CIPA da indústria da construção.
2. Campo de Aplicação 
 
2.1 As disposições estabelecidas neste Anexo se aplicam às organizações
previstas no subitem 18.2.1 da Norma Regulamentadora nº 18 -
CONDIÇÕES DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA INDÚSTRIA
DA CONSTRUÇÃO. 
 
3. Disposições Gerais 
 
3.1 A organização responsável pela obra deve constituir a CIPA por
canteiro de obras quando o número de empregados se enquadrar no
dimensionamento previsto no Quadro I da NR05, observadas as
disposições gerais dessa Norma.  
 
3.1.1 Quando o canteiro de obras não se enquadrar no dimensionamento
previsto no Quadro I da NR-05, a organização responsável pela obra
deverá nomear entre seus empregados do local, no mínimo, um
representante para cumprir os objetivos da NR-05.  
 
3.1.2 A organização responsável pela obra está dispensada de constituir
CIPA por frente de trabalho.  
 
3.1.3 Quando existir frente de trabalho, independentemente da quantidade
de empregados próprios no local, a organização responsável pela obra
deverá nomear, entre seus empregados, no mínimo, um representante, que
exerça suas atividades na frente de trabalho ou no canteiro de obras, para
cumprir os objetivos da NR-05.  
 
3.1.3.1 O representante nomeado da NR-05 da organização responsável
pela obra pode ser nomeado como representante para mais de uma frente
de trabalho. 
 
3.2 Havendo no canteiro de obras ou na frente de trabalho organização
prestadora de serviços a terceiros, essa deve nomear, no mínimo, um
representante da NR-05, quando possuir cinco ou mais empregados
próprios no local. 
 
3.2.1 A nomeação do representante da NR-05 da organização prestadora
de serviços a terceiros, no canteiro de obras ou na frente de trabalho, deve
ser feita entre os empregados que obrigatoriamente exercem suas
atividades no local. 
 
3.2.2 A organização responsável pela obra deve exigir da organização
prestadora de serviços a terceiros que presta serviços no canteiro de obras
ou na frente de trabalho a nomeação do representante da NR-05, quando
essa alcançar o mínimo previsto no item 3.2.  
 
3.2.3 A organização que presta serviços a terceiros nos canteiros de obras
ou frentes de trabalho, quando o dimensionamento se enquadrar no Quadro
I da NR-05, considerando o número total de empregados nos diferentes
locais de trabalho, deve constituir uma CIPA centralizada.  
 
3.2.3.1 O dimensionamento da CIPA centralizada da organização
prestadora de serviços a terceiros nos canteiros de obras ou frentes de
trabalho deve levar em consideração o número de empregados da
organização distribuídos nos diferentes locais de trabalho onde presta
serviços, tendo como limite territorial, para o dimensionamento da CIPA
Centralizada, a Unidade da Federação.  
 
3.2.3.1.1 A organização deve garantir que a CIPA centralizada mantenha
interação entre os canteiros de obras e frentes de trabalho onde atua na
Unidade da Federação.  
 
3.3 Obras com até 180 (cento e oitenta) dias de duração estão dispensadas
da constituição da CIPA, devendo a Comunicação Prévia de Obra ser
enviada ao sindicato dos trabalhadores da categoria preponderante do
local, no prazo máximo de 10 (dez) dias, a partir de seu registro eletrônico
no Sistema de Comunicação Prévia de Obras - SCPO.  
 
3.3.1 Para obras com até 180 (cento e oitenta) dias de duração, a
organização responsável pela obra deverá nomear, no mínimo, um
representante da NR-05, aplicando-se o disposto no subitem 3.1.2 quando
existir frente de trabalho.  
 
3.3.2 Para obras com até 180 (cento e oitenta) dias de duração, havendo
no canteiro de obras ou na frente de trabalho organização prestadora de
serviços a terceiros, essa deverá nomear, no mínimo, um representante da
NR-05, quando possuir cinco ou mais empregados próprios no local. 3.4 A
escolha do representante nomeado da NR-05 compete à organização,
observado o disposto nos itens 5.4.14 e 5.4.15. 3.4.1 A organização deve
fornecer ao representante nomeado da NR-05 cópia da sua nomeação.  
 
3.5 Os membros da CIPA do canteiro de obras devem participar de
treinamento, conforme estabelecido nessa Norma.  
 
3.5.1 O representante nomeado da NR-05 deve participar de treinamento
com carga horária mínima de oito horas, considerando o disposto no item
1.7 da NR-01 e observadas as disposições gerais dessa Norma, com o
seguinte conteúdo: 
 
a) noções de prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho;  
b) estudo do ambiente e das condições de trabalho, dos riscos originados
no processo produtivo e das medidas de prevenção, de acordo com a etapa
da obra; e 
c) noções sobre a legislação trabalhista e previdenciária relativas à
segurança e saúde no trabalho.  
 
3.5.1.1 A validade do treinamento do representante nomeado da NR-05
deverá atender ao disposto nessa Norma, podendo ser, dentro do prazo de
validade e para a organização que promoveu o treinamento, aproveitado
em diferentes canteiros de obras ou frentes de trabalho.
 
3.5.1.2 É permitida a convalidação do treinamento do representante
nomeado da NR-05 por diferentes organizações, desde que atendido o
disposto no item 1.7 da NR-01. 3.6 A organização responsável pela obra
deve coordenar, observadas as disposições gerais dessa Norma, o trabalho
da CIPA, quando existente no canteiro de obras, e, quando aplicável, do
representante nomeado da NR-05.  
 
3.6.1 A organização responsável pela obra deve promover a integração
entre a CIPA, quando existente, e o representante nomeado da NR-05,
quando aplicável, no canteiro de obras e na frente de trabalho, observadas
as disposições gerais dessa Norma.  
 
3.6.2. A participação dos membros da CIPA e do representante nomeado
da NR-05 nas reuniões, para cumprir os objetivos dessa Norma, deve
atender ao disposto em sua parte geral.  
 
3.7 A CIPA do canteiro de obras será considerada encerrada, para todos os
efeitos, quando as atividades da obra forem finalizadas.  
 
3.7.1 Consideram-se finalizadas as atividades da obra, para os efeitos de
aplicação do disposto nessa Norma, quando todas as suas etapas previstas
em projetos estiverem concluídas.  
 
3.7.2 A conclusão da obra deverá ser formalizada em documento próprio
pelo responsável técnico da obra e cuja cópia deve ser encaminhada -
física ou eletronicamente - ao sindicato da categoria dos trabalhadores
predominante no estabelecimento.
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CIPA Grau de Risco III


Classificação dos Acidentes de Trabalho
A Lei nº 8.213 define como acidente de trabalho as seguintes
situações:

1) Acidentes que possuam ligação com o trabalho e que, mesmo que


não tenham sido a causa única, contribuíram inteiramente para a
morte do trabalhador, para a perda ou redução de sua capacidade
para o trabalho ou tenha causado lesão que exija algum cuidado
médico para a sua recuperação.
2) Acidente sofrido pelo trabalhador no ambiente de trabalho em
decorrência de:
 Agressão, sabotagem ou terrorismo praticado
por terceiros ou companheiro de trabalho;
 Ofensa física intencional, inclusive de terceiro,
motivado por disputa relacionada ao trabalho;
 Imprudência, negligência ou imperícia de
terceiros ou de companheiro de trabalho;
 Desabamento, inundação, incêndio e outros
casos eventuais decorrentes de força maior; e
 Doença derivada de contaminação acidental do
empregado no exercício de sua atividade.

3) Acidente sofrido pelo trabalhador ainda que fora do local e


horário de trabalho, como por exemplo:
Durante realização de ordem ou execução de serviços sob a
autorização da empresa;

 Prestação de qualquer serviço para a empresa,


com o intuito de lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito;
 Viagem a serviço da empresa, inclusive para
estudo, quando financiada pela organização,
independentemente do meio de locomoção
utilizado, mesmo quando o veículo pertencer
ao empregado; e
 Trajeto da residência para o local de trabalho
ou deste para aquela, qualquer que seja o
meio de locomoção utilizado, inclusive veículo
de propriedade do funcionário.

Atenção: Para que se caracterize o acidente de trajeto o trabalhador


deve estar no seu trajeto normal, ou seja, caso o empregado saia do
trabalho e se encaminhe diretamente a local diferente da sua
residência, por exemplo, para a casa de parentes ou para um
restaurante, eventual acidente que ele sofra nesse percurso ou desse
local até sua casa, não será classificado como acidente de trajeto.
Além disso, deve ser observado o tempo normalmente gasto no
percurso, isto é, o tempo utilizado deve ser compatível com a
distância percorrida.
Além disso, consideram-se acidentes de trabalho:
 Doença profissional: produzida ou
desencadeada pelo exercício do trabalho,
peculiar à determinada atividade e constante
da relação elaborada pela Previdência Social.
Como por exemplo: problemas de coluna,
perda da audição, dentre outras;

 Doença do trabalho: adquirida ou
desencadeada em função de condições
especiais em que o trabalho é realizado e que
com ele se relacione diretamente, desde que
constante na relação elaborada pela
Previdência Social. São causadas pelas
condições de trabalho, tais como: dermatoses
causadas por cal e cimento ou problemas de
respiração causadas pela inalação de poeira
etc. 

Por outro lado, não serão consideradas como doença do trabalho:

 Doença degenerativa: que provoca a


degeneração do organismo envolvendo vasos
sanguíneos, tecidos, ossos, visão, órgãos
internos e cérebro. São exemplos de doenças
degenerativas: o diabetes, a arteriosclerose, a
hipertensão, as doenças cardíacas e da coluna
vertebral, além de câncer, Mal de Alzheimer,
reumatismo etc
 Inerente a grupo etário: que são doenças
comuns a determinada faixa de idade;
 Que não produz incapacidade laborativa: a
incapacidade para o trabalho; e
 Doença endêmica: que é adquirida por
trabalhadores, habitantes de região em que
uma doença se desenvolve, salvo comprovação
de que resultou de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho. 
Concluímos que acidente do trabalho é todo acontecimento que cause
a morte ou a perda da capacidade de trabalho do profissional, ainda
que de maneira temporária, sempre que o mesmo estiver de alguma
forma a serviço da empresa.

CIPA Grau de Risco III


Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT)
Segundo a lei nº 8.213, a empresa ou o empregador doméstico
deverão comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o
primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte do
trabalhador, deve-se comunicar imediatamente à autoridade
competente, podendo a empresa ser multada no caso de omiss ã o.

Para esse fim, existe o documento de Comunicação de Acidente de


Trabalho (CAT) que formaliza, perante a Previdência Social, a
ocorrência de acidente ou doença do trabalho de um empregado
segurado pelo INSS, permitindo que o trabalhador receba o auxílio-
acidente ou outros benefícios gerados pela ocorrência.
Esse formulário também possibilita que os serviços de saúde tenham
informações sobre os acidentes e doenças, assim como possam
fiscalizar e investigar as empresas a fim de impedir o acontecimento
de acidentes semelhantes.
Na falta de comunicação por parte da empresa, o formulário pode ser
formalizado pelo próprio acidentado, seus dependentes, a entidade
sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade
pública (magistrados, membros do Ministério Público e dos serviços
jurídicos da União e dos Estados ou do Distrito Federal e
comandantes de unidades do Exército, da Marinha, da Aeronáutica,
do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar), podendo ser efetivado a
qualquer tempo o registro deste documento junto à Previdência
Social, o que não excluirá a possibilidade da aplicação da multa à
empresa.

Tipos de CAT
As Comunicações de Acidente de Trabalho feitas perante o INSS
devem se referir às seguintes ocorrências:
 CAT inicial: irá se referir ao acidente do
trabalho típico, de trajeto, doença ocupacional
ou óbito imediato;
 CAT de reabertura: será utilizada para casos
de reiní cio de tratamento ou afastamento por
agravamento de lesã o de acidente do trabalho
ou doenç a profissional ou do trabalho que já
tenham sido comunicados anteriormente ao
INSS.

Atenção: Na CAT de reabertura, deverão constar as mesmas


informações da época do acidente, exceto quanto ao afastamento,
último dia trabalhado, atestado médico e data da emissão, que serão
referentes à data da reabertura. Não será considerada CAT de
reabertura a situação de simples assistência médica ou de
afastamento com menos de 15 dias consecutivos.

 CAT de comunicaç ã o de ó bito: será emitida


exclusivamente para casos de falecimento
decorrente de acidente ou doenç a profissional
ou do trabalho, ocorrido apó s a emissã o da
CAT inicial. 

Além disso, o acidente de trabalho deverá ser caracterizado de duas


formas: 

 Administrativamente, pelo setor de benefícios


do INSS, que estabelecerá o nexo entre o
trabalho exercido e o acidente; e
 Tecnicamente, pela perícia médica do INSS
que estabelecerá o nexo de causa e efeito
entre: 

1. o acidente e a lesão; 
2. a doença e o trabalho; e
3. a causa mortis e o acidente.
CIPA Grau de Risco III
Cadastro da Comunicação de Acidentes de trabalho

O passo a passo do Cadastro da Comunicação de Acidente de


Trabalho (CAT) tem por objetivo assegurar o seu correto
preenchimento para a Previdência Social, de tal forma que auxilie os
profissionais mais leigos no assunto durante o preenchimento da
CAT. A intenção é facilitar a vida daqueles que nunca preencheram
esse importante documento previdenciário, de forma prática e segura.
Para o preenchimento da CAT recomenda-se que sejam tomadas
algumas precauções, entre elas: 

 Não assinar a CAT em branco; 


 Verificar se todos os itens de identificação
foram devidamente preenchidos ao assinar a
CAT; 
 O atestado médico da CAT é de competência
única e exclusiva do médico; 
 O preenchimento deve ser feito em letra de
fôrma, quando presencial, e de preferência
com caneta esferográfica; 
 Não conter emendas ou rasuras; e
 Evitar deixar os campos em branco.

 
Como se faz o registro da CAT?
 
O registro da CAT é feito exclusivamente por meio digital, não sendo
possível o protocolo do documento nas Agências da Previdência
Social. Para comodidade do empregador ou do empregado que for
comunicar a ocorrência, o INSS permite o Registro da CAT de forma
online, desde que preenchidos todos os campos obrigatórios. O
sistema responsável também permite gerar o formulário da CAT em
branco para, em último caso, ser preenchido de forma manual.
 
Deverão ser emitidas quatro vias da CAT, sendo:

 1ª via ao INSS
 2ª via ao segurado ou dependente
 3ª via ao sindicato de classe do trabalhador
 4ª via à empresa.

 
Passo a passo para o preenchimento da CAT
 
O formulário da CAT é dividido em 5 quadros a serem preenchidos:

 O quadro 1 deve ser preenchido com as


informações referentes ao emitente da
comunicação;
 O quadro 2 deve ser preenchido com
informações referentes ao empregador
 O quadro 3 deve ser preenchido com
informações envolvendo o acidentado;
 O quadro 4 deve ser preenchido com
informações referentes ao acidente ou doença;
e
 O quadro 5  deve ser preenchido com
informações referentes ao atestado médico.

Vale lembrar que a empresa é obrigada a informar à Previdência


Social todos os acidentes de trabalho ocorridos com seus
empregados, mesmo que não haja afastamento das atividades, até o
primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência. E se a empresa não fizer
o registro da CAT, o próprio trabalhador, o dependente, a entidade
sindical, o médico ou a autoridade pública poderão efetivar a
qualquer tempo o registro deste instrumento junto à Previdência
Social, o que não excluirá a possibilidade da aplicação da multa à
empresa.
 
Cabe ressaltar também que a estrutura do formulário da CAT pode
sofrer alterações, tendo em vista a finalidade do tema, os avanços
tecnológicos e as necessidades internas do Instituto Nacional de
Seguro Social (INSS). Nesse sentido, deve-se sempre consultar o site
da Previdência Social e verificar possíveis mudanças.
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CIPA Grau de Risco III


História e Organização da CIPA

A ideia de criar uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


(CIPA) surgiu a partir da Revolução Industrial, na segunda metade do
século XVIII, na Inglaterra. Ela ocorreu em decorrência da chegada
das máquinas, do aumento do número de acidentes, da adaptação do
trabalhador às atividades, bem como da necessidade de um grupo
que pudesse apresentar sugestões para a correção de possíveis
riscos de acidentes.
No entanto, foi somente em 1921 que a Organização Internacional do
Trabalho - OIT aprovou uma instrução para a criação de comitês de
segurança para indústrias que tivessem em seus quadros funcionais
pelos menos 25 trabalhadores. Uma das recomenda ç õ es desse
comitê foi a organizaç ã o da comissã o de seguranç a do trabalho em
estabelecimentos industriais, que no Brasil se deu em 10 de
novembro de 1944.

Em 08 de junho de 1978, foi então promulgada a Portaria nº 3.214, da


CLT que aprovou e expediu 28 novas Normas Regulamentadoras,
dentre elas a da Comissã o Interna de Prevenç ã o de Acidentes,
identificada pelo có digo NR-5. A partir de então, a NR-5 tem fixado as
instruções para que as empresas possam organizar e instalar as
CIPAS.

Caracterizada como Norma Geral em 2018, a CIPA tem como objetivo


a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de
modo a tornar compatível, de forma permanente, o trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. Além
disso, a CIPA tem a importante missão de investigar os acidentes de
trabalho ocorridos na empresa. Isso é essencial para identificar os
verdadeiros responsáveis e criar ações de prevenção mais efetivas
para aquela situação. Também são responsáveis por garantir o
cumprimento das normas regulamentadoras de segurança e por
realizar a Semana Interna de Prevenção de Acidentes (Sipat), que
tem um papel fundamental para conscientizar os trabalhadores e
diminuir o número de acidentes.

Em relação à estrutura, de acordo com a NR-5,  a CIPA deve ser


constituída por estabelecimento, e as empresas privadas, públicas,
sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e
indireta, instituições beneficentes, associações recreativas,
cooperativas, bem como outras instituições que admitam
trabalhadores como empregados, devem  mantê-la em regular
funcionamento.
Sendo assim, essa comissão deve ser composta por representantes
titulares do empregador e dos empregados e seu número de
participantes deve obedecer às proporções mínimas estabelecidas
pela NR-5. Os representantes do empregador são designados pelo
próprio, enquanto que os dos empregados são eleitos em votação
secreta, representando obrigatoriamente, os setores de maior risco
de acidentes e com maior número de funcionários. Vale observar que,
mesmo que um estabelecimento não se enquadre no  Quadro I da NR-
5, o mesmo deverá designar um responsável pelo cumprimento dos
objetivos desta norma.

É importante ressaltar que cabe ao empregador fornecer aos


membros da CIPA os meios necessários ao desempenho das suas
atribuições, garantindo tempo suficiente para realização das tarefas
constantes do plano de trabalho.
Por fim, participar da CIPA é uma oportunidade não só de interagir,
efetivamente, na solução de problemas prevencionistas que possam
existir, como também de melhorar os conhecimentos relativos aos
acidentes e doenças, aproveitando-os não só no ambiente de trabalho
como no ambiente doméstico, de lazer, de esporte e outros.
CIPA Grau de Risco III
Considerações sobre a CIPA

Na preservação da integridade física dos funcionários, a CIPA deve


desempenhar um papel preponderante. Dela são derivadas as
práticas prevencionistas, que tem o objetivo de reduzir acidentes e,
consequentemente, contribuir para a continuidade operacional e para
o aumento de produtividade.
O papel do representante da CIPA, conhecido como cipeiro, é de
grande responsabilidade. Sendo assim, ao tomar posse, o cipeiro se
torna aquele que responde legal e/ou moralmente por sua segurança
e a dos outros funcionários. É aquele que tem compromisso, que
acredita no ideal da CIPA e o transmite. 
Portanto, os cipeiros indicados e eleitos foram escolhidos devido à
sua demonstração de interesse e competência em relação à causa
prevencionista e principalmente por seu grau de responsabilidade.
Vale a pena lembrar que pessoas mudam pessoas, e o cipeiro deve
ser um multiplicador através do contato humano e do companheirismo
com os outros funcionários, tornando isso um ponto marcante no seu
tempo vigente. 
É importante ressaltar que a prevenção de acidentes, é mais que uma
necessidade, é um dever. Assim sendo, os assuntos relacionados à
CIPA devem ser tratados de forma clara e objetiva. E que através do
treinamento, o cipeiro tenha não somente conhecimentos sobre as
normas de segurança, mas tenha também consciência de suas
responsabilidades.
Lembre-se que a manutenção do ambiente de trabalho e a
consequente preservação da integridade física de cada companheiro
de trabalho dependerá em grande parte da conduta da CIPA e do seu
modo de ação. Portanto, é necessário que o cipeiro não se omita e
realize seu trabalho com dedicação e coragem, e o resultado será a
certeza de haver colaborado efetivamente na prevenção de acidentes
CIPA Grau de Risco III
Atribuições da CIPA

Uma das principais atribuições da Comissão Interna de Prevenção de


Acidentes - CIPA é elaborar o mapa de risco das áreas, portanto, a
CIPA deve identificar os riscos do ambiente de trabalho para poder
elaborar o mapa, que é uma metodologia de avaliação qualitativa e
subjetiva dos riscos presentes no trabalho.  
Os cipeiros não tem obrigação de fazer avaliações quantitativas para
identificação dos riscos, pois a atribuição de medir e quantificar é do
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho - SESMT ou do responsável pelo Programa de
Gerenciamento de Riscos - PGR. 
Todas as recomendações sobre a segurança do trabalho feitas pelos
membros da CIPA e pelos trabalhadores são analisadas e
confirmadas quanto à necessidade de implantar medidas de
prevenção. O resultado das análises é encaminhado à empresa para
que as medidas sejam postas em prática. A CIPA, então, indica um de
seus membros que conheça a realidade do trabalho para acompanhar
a implantação da solução encontrada, participando e observando se
os procedimentos adotados atendem às necessidades de prevenção.
 

Quando tratamos de elaborar um plano de trabalho, cabe lembrar que


ele é um quesito obrigatório, sendo um instrumento de gestão das
atividades planejadas e serve para medir o desempenho do
planejamento estabelecido pela CIPA, pois permite acompanhar os
resultados obtidos.
A CIPA deverá fazer um plano de trabalho simples que conterá
objetivos, metas, cronograma de execução e estratégia de ação. A
elaboração do plano de trabalho foi escolhida dentro da visão de que
a CIPA deve ser uma comissão proativa, que pretenda contribuir,
dentro de suas possibilidades, para a melhoria das condições de
trabalho. 
O Plano de Trabalho deverá estar em sintonia com os programas de
prevenção adotados pela empresa. Para tanto, é importante que os
responsáveis pela elaboração do Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional - PCMSO e do PGR contem com a colaboração
da CIPA quanto ao desenvolvimento e implantação desses
programas. 
Em geral, o SESMT é o responsável pela implementação destes,
sendo que a CIPA deve prever em seu plano de trabalho o
fornecimento das informações coletadas por seus membros e
trabalhadores aos responsáveis pela elaboração do PCMSO e do
PGR, com o objetivo de torná-los mais eficientes.
 

Cabe ressaltar que o plano de trabalho pode estar estruturado na


própria ata, não necessitando constituir documento separado. É
importante que a empresa garanta aos membros da CIPA o tempo
necessário para que este plano seja elaborado e monitorado.  
A avaliação a respeito do cumprimento dos objetivos do plano de
trabalho pode ser feita em uma das etapas das reuniões ordinárias, e
a cobrança sobre a execução e o andamento da tarefa deve ser feita
ao responsável.
É fundamental que a CIPA seja atuante e, para tanto, deve se fazer
presente nos ambientes de trabalho. Devem ser realizadas
verificações nos diversos ambientes do estabelecimento, buscando
com isso uma atuação preventiva para a CIPA. Devem-se promover
inspeções e entrevistas com os trabalhadores em seus postos de
trabalho, e não apenas esperar que o trabalhador demande algo à
Comissão. 
Além disso, as verificações devem ser periódicas, tendo em vista que
o ambiente de trabalho é dinâmico. As verificações podem ser feitas
por meio de uma checklist desenvolvida para cada setor da empresa
considerando os pontos indicados no mapa de riscos elaborado.  A
periodicidade para a realização dessas verificações deve ser
estipulada e programada no plano de trabalho. 
 
A melhor forma de despertar o interesse dos trabalhadores para a
segurança e saúde é através da divulgação de informações. É
importante ressaltar que essa divulgação deve ser feita a todos que
trabalham na empresa, tanto empregados da empresa, como
terceirizados, com a participação das CIPAs ou designados das
empresas contratadas que prestam serviço no estabelecimento.
A divulgação de informações pode ser feita por meio da comunicação
falada ou escrita. Tanto uma como a outra possuem limitações, mas a
informação escrita pode ser afixada em um quadro, disponibilizada
no site da empresa ou distribuída no jornal interno da empresa, ou
seja, estará disponível para ser lida pelo funcionário no momento em
que ele se dispuser a isso.
Para que a CIPA divulgue e promova o cumprimento das Normas
Regulamentadoras e outras leis a respeito da segurança e saúde no
trabalho, é essencial que os membros sejam treinados a fim de
abordar e fiscalizar o cumprimento das disposições de forma efetiva.
Os cipeiros devem realizar uma análise coerente de doenças e
acidentes de trabalho, tendo por objetivo alcançar os reais fatores
que contribuem para a sua ocorrência, muitas vezes relacionados à
jornada excessiva, falhas de procedimento, falta de treinamento e
outros. A análise jamais pode se limitar a tratar o acidente de
trabalho como um simples incidente, não podendo se restringir a
apontar fatores vagos tais como: desatenção por parte do
empregado. 

As soluções dos problemas identificados são encontradas com a


realização de reuniões com a presença do empregador, da CIPA e do
SESMT. Essas reuniões podem ser agendadas mediante ocorrências
ou fazer parte de um calendário estabelecido para essa finalidade.  A
CIPA indicará um de seus membros para manter contato frequente
com a equipe do SESMT, a fim de manter-se atualizada sobre as
observações e os relatórios emitidos pelos profissionais que o
compõem.
É importante que ambos estejam atentos aos impactos das alterações
no ambiente de trabalho, como a evolução tecnológica, por exemplo,
que pode trazer novos riscos, uma vez que a modernização dos
processos produtivos cria novos padrões de adoecimento devido aos
novos padrões de trabalho. A CIPA deve estar envolvida em todas as
campanhas do SESMT e participar ativamente da divulgação e
realização dessas campanhas.
O SESMT é composto por especialistas, sendo, portanto, capaz de
avaliar a necessidade de paralisação de um setor ou de toda a
empresa se forem constatados riscos à segurança e à saúde do
trabalhador. Mesmo que a CIPA identifique o problema e aponte o
fato, cabe ao SESMT a solicitação de providências à empresa por
meio de pareceres emitidos por seus especialistas.
As empresas em geral, mesmo não sendo obrigadas por lei, enviam à
CIPA uma cópia das CATs - Comunicação de Acidente de trabalho já
que esse documento reconhece acidentes de trabalho e até mesmo
uma doença ocupacional, contribuindo para que a CIPA conheça o
perfil acidentário da empresa. Caso isso não ocorra, deve-se solicitar
uma cópia do documento e em reunião discutir o acontecimento e
buscar soluções que evitem novos acidentes.

A CAT deve ser emitida não apenas para acidentes de trabalho, mas
também em caso de ocorrência de doenças profissionais. É
importante acrescentar que a CAT é emitida em quatro vias, sendo
uma para a empresa, uma para o INSS, uma para o empregado
acidentado ou seu dependente e outra para o sindicato que o
representa. A não emissão de CAT sujeita a empresa à multa, nos
termos da lei. 
Uma das atribuições da CIPA é promover anualmente a Semana
Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho - SIPAT, que deve
tratar do macrotema Saúde e Segurança do Trabalho e contar com a
participação de todas as pessoas da empresa, de todos os cargos e
atividades e de membros das famílias dos funcionários, caso a
empresa concorde. A melhor maneira de incentivar os funcionários da
empresa a participarem da SIPAT é torná-los responsáveis por ela
mediante a coleta de opiniões sobre o que deve ser feito e a
colaboração na execução de atividades de preparação.  
A CIPA pode aproveitar o evento da SIPAT para realizar outra
atribuição muito importante: a campanha de prevenção da AIDS. A
AIDS é uma grande preocupação do governo e das empresas,
portanto, a CIPA é obrigada a participar das campanhas de prevenção
e elaborar atividades que devem ser desenvolvidas durante a
conscientização. A SIPAT não tem obrigação de englobar a
campanha, mas pode conter o assunto.
Os membros da CIPA devem ter comportamento exemplar com
relação à segurança do trabalho, uma vez que são exemplos para
todos os demais funcionários da empresa. Suas práticas diárias são
observadas, analisadas e questionadas, pois eles exercem liderança
entre os trabalhadores

CIPA Grau de Risco III


Atribuições específicas da CIPA

Além das competências gerais cabíveis a todos os membros, o


presidente, o vice-presidente e o secretário da CIPA realizam as
funções próprias de seus cargos. Por exemplo:
 

Presidente
O presidente da CIPA é o representante do empregador dentro da
comissão, a ele cabem as seguintes atribuições:
 

1. convocar os membros para a reunião da CIPA;


2. coordenar as reuniões, encaminhando à
organização e ao SESMT, quando houver, as
decisões da comissão.

 
Assim como em todo o tipo de reunião, é importante que o presidente
esteja atento ao tempo e foque nas questões definidas na pauta
elaborada previamente por ele, juntamente com o(a)
Secretário(a). Alguns pontos-chave para uma boa reunião da CIPA
são: 

 Relembrar o propósito das reuniões da CIPA;


 Ler a ata da reunião anterior;
 Verificar na lista de presença as pessoas
presentes e ausentes;
 Discutir pendências deixadas nas reuniões
anteriores;
 Tratar dos assuntos de Segurança e Saúde no
Trabalho trazidos na pauta; 
 Reservar momentos para que todos os
presentes possam dar suas ideias e opiniões; 

 Registrar a ata da reunião, que precisa ser


assinada e entregue a todos os membros da
CIPA.
 Ao final da reunião, o presidente ou vice deve
determinar as obrigações de cada membro,
podendo utilizar o Plano de Trabalho da CIPA.

 
Assegurar que as atas das reuniões cheguem ao empregador e enviar
relatórios periodicamente sobre a situação da empresa são formas
simples de manter o empregador informado sobre o andamento dos
trabalhos da CIPA.
 

Vice-Presidente
O Vice-Presidente é o representante dos empregados, escolhido
dentre os que foram eleitos por voto direto. Ele é responsável por:
 

1. substituir o Presidente nos seus impedimentos


eventuais ou nos seus afastamentos
temporários. Realizando, nesse período, as
tarefas atribuídas ao Presidente.

Presidente e o Vice-Presidente

O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA também terão, em


conjunto, as seguintes atribuições: 
 

1. coordenar e supervisionar as atividades da


CIPA, zelando para que os objetivos propostos
sejam alcançados; 
2. divulgar as decisões da CIPA a todos os
trabalhadores do estabelecimento, por meio de
atas, relatórios ou outros;

Secretário

Para cada reunião ordinária ou extraordinária, os membros da CIPA


designarão o secretário responsável por redigir a ata.
A ata da CIPA serve para documentar o acontecido durante as
reuniões, devendo ser emitida logo após o término das discussões. A
ata deve ser redigida seguindo algumas regras, como:

 As datas numéricas devem ser escritas por


extenso para evitar adulterações;
 Todos os presentes da reunião devem assinar,
tanto os membros da comissão quanto os
demais participantes;
 Devem ser registradas na ata as seguintes
informações: tipo de reunião, nome dos
presentes, pauta dos assuntos, discussões e
decisões tomadas;
 O secretário deverá colher assinatura de todos
os presentes;
 A ata deve ser escrita sem parágrafos e, em
caso de erro, o documento não deverá ser
rasurado. Deve-se empregar a expressão
“onde se lê… leia-se…“;
 A escrita deve ser clara e objetiva;
 Por fim, devem ser anotados os nome do
presidente e do secretário com as respectivas
assinaturas.

 
É importante que o prevencionista esteja sempre atento às datas de
reuniões e participe ativamente, levando contribuições e ideias que
possam colaborar na criação de novos projetos. O trabalhador deve
sempre realizar suas atribuições de forma organizada e divulgar seus
resultados para que mais pessoas vejam o trabalho da CIPA e sua
função.
 

Empregados

A CIPA trabalha com o objetivo de assegurar a segurança dos


empregados, portanto, estes também têm responsabilidades dentro
da Comissão. Cabe aos empregados: 

1. indicar à CIPA, ao SESMT e à organização


situações de riscos e apresentar sugestões
para melhoria das condições de trabalho; 

Quanto mais atuante for a Comissão, mais se estimula a participação


dos empregados nas questões de saúde e segurança do trabalho e,
consequentemente, no processo eleitoral de escolha dos
representantes dos trabalhadores na CIPA.
Os trabalhadores precisam participar ativamente da gestão da CIPA,
não apenas relatando problemas que eventualmente surjam no
ambiente de trabalho, mas devem também participar das reuniões e
cobrar a resolução dos problemas identificados, bem como sugerir
melhorias nas condições de trabalho.
Sabendo que não é possível que os membros da Comissão estejam
presentes o tempo todo em todas as áreas da empresa, os
empregados têm de estar atentos aos riscos e comunicar à CIPA e ao
SESMT as situações observadas no intuito de promover melhorias na
segurança do trabalho.
Por fim, para que suas atividades sejam desempenhadas da melhor
forma possível, é necessário que os trabalhadores colaborem com
iniciativas e apoio aos programas e recomendações da Comissão.2
Por exemplo, quando a CIPA elaborar algum novo projeto ou exigir
certa medida de segurança, os trabalhadores devem contribuir com a
sua execução utilizando os métodos estabelecidos. Dessa forma, a
CIPA poderá proporcionar uma maior proteção aos trabalhadores,
evitando possíveis riscos e fatalidade no ambiente de trabalho
CIPA Grau de Risco III
Plano de Trabalho

Entre as atribuições gerais da CIPA está a elaboração do plano de


trabalho ou plano de ação. Este documento serve para organizar o
trabalho da CIPA ou até do SESMT, ele ajuda na organização e
planejamento da gestão de qualquer parte ou setor da empresa,
podendo contribuir até para outros programas de proteção no
trabalho.
O plano de trabalho funciona como um lembrete de seus deveres,
obrigações e roteiro de trabalho. O objetivo principal do plano de
trabalho na CIPA é agir de forma preventiva, antecipando os riscos
com ações planejadas e organizadas, implantando as medidas de
correção, avaliando os resultados obtidos e discutindo-os nas
reuniões da CIPA. Observe abaixo um exemplo de plano de trabalho:

A respeito dos campos de cada coluna, devemos entender que:

Ações: É o campo onde será descrita a atividade desenvolvida pelo


responsável do cumprimento das ações de prevenção e antecipação,
que serão efetuadas a partir do documento. 
Objetivo: Campo para descrever o objetivo da ação, levando em
conta qual resultado se pretende alcançar através da ação proposta.
Local: Onde será efetuado o trabalho, por exemplo, o lugar onde está
o item que necessita ser melhorado, corrigido ou mudado.  
Estratégia de ação: Como pretende chegar ao resultado esperado,
quais as etapas que deverão ser cumpridas para chegar ao objetivo.  

Data início: A data na qual o trabalho irá começar. 


Data término: Data na qual os trabalhos serão concluídos.  
Responsável: Encarregado ou encarregados  pelo cumprimento da
determinada ação.
O último item, que se refere à prioridade, tem relação com uma matriz
utilizada para facilitar no emprego do plano de ação. O método
utilizado se chama “Matriz de prioridades GUT” e é basicamente uma
ferramenta que facilita o caminho para o estabelecimento de
prioridades.
Esta matriz é muito usada em situações onde é necessário obter
orientação para tomar decisões, e, sendo assim, ela acaba sendo
estratégica na gestão de segurança e saúde do trabalhador nas
empresas onde o gestor toma decisões o tempo todo. O método se
aplica de forma simplificada, utilizando conceitos de gravidade,
urgência e tendência levando em consideração os critérios já citados
a respeito dos riscos no ambiente de trabalho.

Gravidade:
A gravidade busca determinar os efeitos que o problema pode causar
na empresa, na tarefa ou no setor se não for solucionado. Essa
avaliação pode ser qualitativa ou até quantitativa, mas lembramos
que a CIPA deve estabelecer somente análises qualitativas.  A Matriz
de Prioridades GUT busca determinar, por exemplo, uma situação de
risco grave e que poderia provocar um acidente ou que resultaria em
óbito. O nível para determinar a gravidade varia de um a cinco,
observando os seguintes critérios:

 Sem gravidade

 Pouco grave

 Grave

 Muito grave
 Extremamente grave

 
Urgência 
A urgência leva em consideração o prazo para resolver um
determinado problema. Quanto menor for o tempo indicado, mais
urgentemente o problema deverá ser resolvido. Podemos considerar
problemas urgentes, por exemplo, aqueles acidentes de trabalho que
poderiam gerar multas pesadas ou que podem levar a óbito. A
pontuação equivale às seguintes atribuições:

 Pode esperar

 Pouco urgente

 Urgente

 Muito urgente

 Deve ser eliminado imediatamente

Tendência
Na tendência é avaliada a probabilidade do problema se agravar com
o passar do tempo se nada for feito para solucioná-lo. Devemos
avaliar se o problema ficará pior aos poucos ou rapidamente. Desta
forma, serão considerados tais itens:

 Nada irá mudar, o problema pode até


desaparecer.

 Irá piorar a longo prazo

 Irá piorar a médio prazo

 Piorar a curto prazo


 Vai piorar rapidamente

 
Agora que foram apresentados os significados de cada conceito e o
que cada número indica, vamos entender como aplicar esta matriz.
Será necessário identificar um problema ou risco, definir através dos
conceitos apresentados a sua gravidade, a necessidade de resolver o
problema e a consequência se nada for feito, para então realizar um
cálculo simples que indicará a prioridade para resolver este problema.
O cálculo é feito da seguinte forma: gravidade x urgência x tendência.
Imagine que você precisa determinar medidas de segurança numa
empresa do ramo de construção civil e observe abaixo como deverá
ser feita a matriz de prioridades, considerando alguns acidentes
prováveis de acontecer em uma obra.

Algumas empresas não tem recurso para todas as ações de


segurança, e, por isso, podem utilizar este método para priorizar e
saber por onde começar a implementar os controles de risco. Desta
forma, após identificar a prioridade poderá ser estabelecido um prazo
para ação de controle no plano de trabalho, contribuindo para a
segurança dos trabalhadores durante suas atividades

CIPA Grau de Risco III


SIPAT
Entre as atribuições da CIPA, está a necessidade de organizar uma
Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho - SIPAT. Por
ser um evento que dura um determinado prazo e que trata de
assuntos importantes em relação a segurança e saúde do
trabalhador, é necessário ter uma organização antecipada e
complexa. É importante levar em conta o que o organizador e o
empregador têm em mente,  assim como estabelecer os custos que a
SIPAT vai exigir para que se encaixem no orçamento.   

A CIPA deve:

 Definir junto à direção da empresa a verba


para realização do evento;
 Registrar em ATA toda a movimentação em
torno da SIPAT;
 Definir um tema para a SIPAT; 
 Escolher uma imagem para o tema do evento;
 Definir uma equipe para a SIPAT;
 Definir um coordenador para a realização da
SIPAT; 
 Definir um local para a realização do evento.

Antes de encontrar a direção para começar a realizar a organização


da SIPAT, os organizadores devem fazer um levantamento dos
custos. Isso evita perder tempo e possibilita a apresentação de
argumentos consistentes para convencer a direção à apoiar o
evento.  
Para conseguir sensibilizar o empregador, é importante mostrar o que
a SIPAT pode fazer pela empresa. Mostrar como os funcionários
serão conscientizados e como o evento pode influenciar na criação de
uma imagem positiva para a empresa em diminuição de acidentes,
doenças, afastamentos, entre outros.
Registrar em ATA toda a movimentação em prol do evento serve para
acompanhar o trabalho e seu passo a passo de forma precisa, sendo
também uma prova de que a CIPA está trabalhando. O registro de
atividades deixa um histórico do que foi discutido e implementado,
isso ajuda a CIPA a evitar erros cometidos no passado e possibilita a
repetição de estratégias que deram certo.
Após acertar o valor disponível para a realização do evento, é hora
de se reunir com a CIPA para definir o tema. Pode ser escolhida uma
frase que já existe, ou até criar uma. Para encontrar a frase ideal, a
empresa pode promover um concurso e premiar o vencedor. Não
precisa ser um prêmio caro, basta ser algo que gere interesse.  
A partir da escolha do tema da palestra, escolhe-se o palestrante. A
CIPA deve propor ao palestrante somente temas que tenham a ver
com trajetória profissional e que sejam assuntos que ele domine de
fato. A escolha dos palestrantes pode ser o começo do sucesso ou do
fracasso da SIPAT, procurar pela trajetória do palestrante antes de
contratá-lo pode contribuir bastante para não fazer a escolha errada.  
Muitas empresas gostam de fazer banners para divulgação da SIPAT.
Principalmente em empresas que têm muitos parceiros, o envio de
materiais para divulgação é fundamental para viabilizar a participação
de uma quantidade maior de pessoas. É possível encontrar uma
infinidade de banners para SIPAT, eles não devem ser copiados, mas
podem ser usados como fonte de inspiração para criar um novo. Uma
boa ideia é definir convites para serem entregues, os convites fazem
a diferença para alcançar mais pessoas.
Para movimentar os setores da empresa a respeito da SIPAT, poderá
ser feita uma caixa de sugestões antes ou durante o evento, na qual
os funcionários possam depositar suas dicas sobre o que deveria
conter ou ser a SIPAT. A CIPA deve fazer propagandas sobre o
evento, se a empresa tiver canais de comunicação, deve ser avaliada
a possibilidade de usá-los.4 
Outra boa possibilidade é o uso de e-mails internos e cartazes
informativos no quadro de comunicação da empresa. Os concursos
são uma ótima forma de mobilizar os funcionários e fazer com que
participem do evento. Podem ser feitos concursos de frases de
Segurança do Trabalho, como já foi dito, e até concurso de dicas,
quem der a melhor dica para a organização ganha algum prêmio.  
A equipe responsável pela realização da SIPAT deve ser escolhida
dentre os próprios cipeiros, afinal, a SIPAT é feita em parceria entre
CIPA e SESMT. Toda empresa tem um bom comunicador, o
orientador, o responsável, alguém bom em matemática, o organizado,
o atencioso, etc. A partir do perfil da pessoa, ela pode ser
direcionada a uma tarefa específica e será notável uma confiança
maior ao realizar suas atividades.
O coordenador escolhido deve ter perfil de liderança, ser proativo e
dinâmico, já que esse coordenador ficará responsável por toda
equipe. Todas as tarefas relativas à SIPAT deverão antes passar por
ele, e caberá ao coordenador acompanhar mais de perto o trabalho
da equipe. Vale lembrar que uma vez escolhido o coordenador, a
cobrança relativa ao evento deve ser feita diretamente a ele.  

Na hora de pensar no local, há uma série de itens interessantes que


precisam ser notados, como: 

 Existem banheiros nas proximidades?


 Existe água nas proximidades?
 O local comporta a previsão de participantes?
 É ventilado, arejado, limpável?
 O local é iluminado ou iluminável?
 Se forem utilizados sons e vídeos, a rede
elétrica do local suporta estes equipamentos?
 Se o evento não ocorrer na empresa, existe
transporte público para o local?
 Os organizadores podem procurar por
patrocínio, como empresas que possam doar
brindes, lanches, picolés, pipocas, sucos,
camisetas, bonés e até mesmo preservativos
no caso de palestras e eventos sobre HIV.

 
A SIPAT pode envolver gincanas, elas aproximam o público ao evento
e são uma ferramenta ótima para tornar o evento marcante. São mais
recomendadas atividades que não envolvam uma carga elevada de
exercícios físicos, e é preciso que a CIPA leve em consideração o
perfil do seu público. Além disso, podem ser feitas peças teatrais,
lembrando que o tema sempre tem que ter relação com a Segurança
do Trabalho.

O orador ou oradores do evento devem ser, de preferência, pessoas


da empresa, assim a interação entre público e orador tem chance de
acontecer com mais naturalidade. Se optarem por uma pessoa da
empresa, ela deve se comunicar com facilidade.
Para organizar as atividades que serão realizadas nos dias do
evento, pode ser feito um  cronograma que contenha datas, horários,
as atividades e os palestrantes. Ele serve para evitar perda de tempo
ocasionado por falta de planejamento, imprevistos e atrasos.   
Além dos itens a respeito das palestras, poderá ser feito outro
cronograma somente com dados que se referem à organização do
evento, como:
 Arrumação do auditório;
 Limpeza do auditório;
 Lugares para todo o público sentar;
 Som do auditório funcionando;
 Iluminação no auditório;
 Funcionamento do projetor do auditório;
 Premiações e brindes;
 Água para palestrantes;
 Comidas e bebidas em ordem;
 Lugares reservados para autoridades;
 Pessoas disponíveis para dar suporte técnico e
providenciar um roteiro ao orador;
 Presença dos cipeiros e SESMT para dar apoio
ao evento;
 Reserva de baterias para microfones,
máquinas ou câmeras;
 Entre outros.

 
O planejamento da SIPAT envolve um trabalho que deverá ser
realizado durante o ano. Por isso, é fundamental que nas reuniões
ordinárias da CIPA, a SIPAT sempre esteja entre os assuntos. Tudo
deve ser debatido e planejado e ser colocado em prática com
antecedência, ficando somente alguns detalhes para os meses
próximos ao evento.

CIPA Grau de Risco III


Designados da CIPA
Um membro designado da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes - CIPA, é uma pessoa indicada pelo empregador para
ocupar um cargo dentro da CIPA. Na CIPA, o cargo de presidente é
exclusivo para um designado, conforme cita a NR-05  “O empregador
designará entre seus representantes o Presidente da CIPA…”.
O cargo de secretário e vice-secretário também podem ser ocupados
pelos designados, porém, diferentemente do cargo de presidente,
este não é um cargo exclusivo a designados, como cita a NR-
05 “Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um
secretário e seu substituto, entre os componentes ou não da
comissão, sendo neste caso necessária a concordância do
empregador.” 
Outro cargo que é ocupado por designados é o cargo de membro da
CIPA, conforme a NR-05 “Os membros efetivos e suplentes terão
representantes dos Empregadores e Empregados.”,  para cada
membro eleito teremos um designado pelo empregador, e a
quantidade de membros que devem ser eleitos encontramos no
quadro I da NR-05.
A NR-05 aborda também o designado, que se constitui quando a
empresa não se enquadra no Quadro I da NR-05, conforme cita a
norma “Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a
empresa designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos
desta NR…”,  é um membro da CIPA que terá um mandato solo com
todas as atribuições que a CIPA possui:
Entre os designados citados, iremos abordar a fundo o designado da
empresa que não se enquadra no quadro I da NR-05. Quando
indicado pelo empregador, o designado irá realizar todas as
atribuições da CIPA, exceto as reuniões e atas, que não são
necessárias neste caso. Entre as atribuições estão:
 Identificar os riscos do processo de trabalho;
 Elaborar plano de trabalho que possibilite a
ação preventiva na solução de problemas de
segurança e saúde no trabalho;
 Participar da implementação e do controle da
qualidade das medidas de prevenção
necessárias, bem como da avaliação das
prioridades de ação nos locais de trabalho;
 Participar, com o Serviço Especializado em
Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho SESMT, onde houver, das discussões
promovidas pelo empregador, para avaliar os
impactos de alterações no ambiente e processo
de trabalho relacionados à segurança e saúde
dos trabalhadores; 
 Divulgar aos trabalhadores informações
relativas à segurança e saúde no trabalho;
 Requerer ao Serviço Especializado em
Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho SESMT, quando houver, ou ao
empregador, a paralisação de máquina ou
setor onde considere haver risco grave e
iminente à segurança e saúde dos
trabalhadores;
 Colaborar no desenvolvimento e
implementação do Programa de Controle
Médico e Saúde Ocupacional PCMSO e o
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
PPRA.
 Participar, anualmente, em conjunto com a
empresa, de Campanhas de Prevenção da
AIDS.;
 Divulgar e promover o cumprimento das
Normas Regulamentadoras, bem como
cláusulas de acordos e convenções coletivas
de trabalho, relativas à segurança e saúde no
trabalho; 
 Participar, em conjunto com o Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e
Medicina do Trabalho SESMT, onde houver, ou
com o empregador da análise das causas das
doenças e acidentes de trabalho e propor
medidas de solução dos problemas
identificados; 
 Requisitar ao empregador e analisar as
informações sobre questões que tenham
interferido na segurança e saúde dos
trabalhadores; 
 Requisitar à empresa as cópias das CAT
emitidas; e
 Realizar, periodicamente, verificações nos
ambientes e condições de trabalho visando a
identificação de situações que venham a trazer
riscos para a segurança e saúde dos
trabalhadores; 

É interessante que o setor de segurança do trabalho, se a empresa


possuir, tire um tempo para orientar o Designado a definir
ferramentas para que possa conduzir a CIPA, como:

 Análise Preliminar de Risco; 


 Checklists; 
 Relatórios de segurança;  
 Mapa de Risco.

O Designado, diferente dos membros eleitos por votação, não possui


estabilidade, porém o tempo de mandato é de um ano, tal qual a CIPA
convencional. Qualquer pessoa pode ser indicada para ser um
Designado da CIPA, independente do cargo, salário, horário de
trabalho, entre outros. A única exigência é que esta pessoa seja
empregado da empresa, ou seja, uma pessoa com carteira
assinada.  Para oficializar o Designado de CIPA é necessário:
 Dar início a indicação do cipeiro Designado;
 Preencher um formulário de Designado da
CIPA. É necessário que possua a assinatura do
funcionário a ser designado e do empregador;
 Providenciar treinamento para o Designado da
CIPA com duração de 20 horas;
 Renovar o treinamento do Designado todo
ano; 
 Guardar toda documentação referente ao
Designado.

CIPA Grau de Risco III


Riscos ambientais
 
Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos,
biológicos, ergonômicos além dos riscos mecânicos que também são
conhecidos como riscos de (acidentes). Esses riscos são existentes
nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza,
concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de
causar danos à saúde do trabalhador. Os riscos são classificados em:
 

 Riscos Físicos, representados pela Cor verde;


 Quí micos, pela Cor vermelha;
 Bioló gicos, pela Cor Marrom;
 Ergonô micos, pela Cor Amarela; e
 Riscos Mecânicos ou Acidentes, pela Cor Azul.
 
Riscos Fí sicos
 
Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia as
quais os trabalhadores possam estar expostos, tais como:
 

 Ruí do;
 Vibraç õ es;
 Radiaç ã o ionizante;
 Radiaç ã o nã o ionizante; 
 Temperaturas extremas;
 Pressõ es anormais; e 
 Umidade.

Ruí do: É definido como um som indesejá vel, produto das atividades
diá rias. O som representa as vibraç õ es mecâ nicas da maté ria por
onde ocorre o fluxo de energia na forma de ondas sonoras.
 
Vibraç ã o: É qualquer movimento que o corpo executa em torno de
um ponto fixo. Esse movimento pode ser regular, do tipo  ondular, ou
irregular, quando nã o segue um padrã o determinado.
 
Radiaç ã o ionizante: É a emissã o de energia em diversos ní veis,
desde a visí vel, passando pelo ultravioleta, raios X, raio gama e
partí culas alfa e beta.
 
Radiaç ã o nã o ionizante: Dependendo da sua frequê ncia, pode ser
apenas refletida ou absorvida sem consequê ncias, porém, à medida
que aumenta, pode provocar contraç õ es cardí acas, debilitaç ã o do
sistema nervoso central, catarata ou até mesmo a morte. O fator
determinante é o tempo de exposiç ã o.
 
Temperaturas extremas: frio e calor.
 

 Frio: Pode provocar fenô menos vasculares perif é ricos, doenç as do


aparelho respirató rio e queimaduras. 
 Calor: Pode provocar taquicardia, aumento da pulsa ç ã o, cansaç o,
irritaç ã o, choques té rmicos, fadiga té rmica, perturbaç õ es das
funç õ es digestivas e hipertensã o.

Pressõ es anormais: Hipobárica e Hiperbárica. 

 Hipobá rica: quando o trabalhador está sujeito a pressõ es menores


que a pressã o atmosfé rica. Essas situaç õ es ocorrem a elevadas
altitudes. Provocam coceira na pele, dores musculares, v ô mitos,
hemorragias pelo ouvido e ruptura do t í mpano. 
 Hiperbá rica: quando o trabalhador fica sujeito a press õ es maiores
que a atmosfé rica, como em mergulho e uso de ar comprimido.

Umidade: As atividades ou operações executadas em locais alagados


ou encharcadas, com umidades excessivas, capazes de produzir
danos à saúde dos trabalhadores. A exposição do trabalhador à
umidade pode acarretar doenças do aparelho respiratório, quedas,
doenças de pele, doenças circulatórias, entre outras.
 
As condições físicas de trabalho estão entre os fatores mais
negligenciados, pois as modificações geram despesas, muitas vezes
as empresas preferem pagar o adicional de insalubridade, conforme
previsto em lei. Por sua vez, o trabalhador aceita trabalhar em locais
insalubres com melhor salário.
 
Riscos Quí micos
 
Consideram-se agentes químicos as substâncias compostas ou
produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas
formas de:
 

 poeiras;
 fumos;
 névoas; 
 neblinas; 
 gases; 
 vapores; 

Ou que pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato


ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.
 
Poeiras: São aerossó is só lidos formados por desagregaç ã o
mecâ nica de corpos só lidos. As partí culas geradas tê m normalmente
diâ metros maiores que um mí cron. Dividem-se em:
 

 poeiras minerais;
 poeiras de madeira; 
 poeiras em geral.

Fumos: São aerossó is só lidos formados por condensaç ã o de


vapores, geralmente metá licos. As partí culas geradas tê m
normalmente diâ metros maiores que um mí cron. Exemplo: os Fumos
de solda. 
 
Né voas: São aerossó is constituí dos de partí culas lí quidas,
independente da natureza e do diâ metro das partí culas, formadas por
desagregaç ã o mecâ nica de corpos lí quidos. Exemplo: né voa de tinta.
 
Neblinas: aerossó is lí quidos, formados por condensaç ã o de vapores.
 
Vapores: sã o substâ ncias que se encontram no estado gasoso como
resultado de algum tipo de alteraç ã o no seu estado normal e
temperatura ambiente.
 
Gases: nã o possuem formas e volumes pró prios e tendem a
expandir-se indefinidamente. À temperatura ordinária, mesmo sujeitos
à pressã o forte, nã o podem ser total ou parcialmente reduzidos ao
estado lí quido. Exemplos: GLP, oxigê nio.
 
 
Riscos Bioló gicos 
 
Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos,
parasitas, protozoários, vírus, entre outros.
 
Riscos Mecânicos (Acidentes)
 
Sã o variados, como falta de ilumina ç ã o, probabilidade de incê ndio,
explosã o, piso escorregadio, armazenamento, ferramenta e arranjo
fí sico  inadequados, má quina defeituosa, mordida de cobra, aranha,
escorpiã o.
 
Riscos Ergonô micos
 
Sã o decorrentes de local de trabalho inadequado:
 

 Levantamento e transporte de pesos sem meios auxiliares corretos;


 Postura inadequada;
 Repetitividade;
 Ritmo excessivo, entre outros.

Sempre que os níveis de agentes nocivos encontrados no ambiente


de trabalho não estiverem de acordo com a legislação, as empresas
devem realizar o pagamento do adicional de insalubridade. Este
pagamento não isenta o fornecimento obrigatório de Equipamentos de
Proteção Individual (EPI).
 
Agentes agressivos inibem o trabalhador e fazem com que as
empresas percam funcionários com doenças ou acidentes.
 
No caso da empresa possuir em sua fase de produção agentes
agressivos, deve-se procurar estabelecer uma política de
recrutamento e seleção voltada para cuidar para que não haja
agravamento de situação de doença já existentes, através de exames
admissionais realizados por médicos do trabalho e adotando sistemas
de exames complementares para cada função da empresa.

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Programa de Gerenciamento de Riscos

Anteriormente as questões voltadas para preservação da saúde e da


integridade dos trabalhadores eram estabelecidas pelo Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA por meio da antecipação,
reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de
riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de
trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos
recursos naturais. 
 
No entanto, o PPRA considera como riscos ocupacionais apenas os
riscos ambientais, ou seja, os agentes físicos, químicos e biológicos
existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua
natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são
capazes de causar danos à saúde do trabalhador.  
 
 
Com a nova NR-01 são apresentadas as diretrizes do Gerenciamento
de Riscos Ocupacionais - GRO,  que devem ser adotadas
obrigatoriamente pelas empresas. Assim, com a atualização da norma
todas as organizações devem estar com o seu processo de
gerenciamento de riscos implementado e seu respectivo Programa de
Gerenciamento de Riscos - PGR elaborado, podendo utilizar as
informações produzidas pelo PPRA no que se refere aos riscos
físicos, químicos e biológicos, mas não se limitando a eles.
 
O PGR tem como objetivo a implantação de um programa que busca
preservar a vida e evitar danos físicos e psíquicos às pessoas, como
também a necessidade de manter sob controle todos os agentes
ambientais, com monitoramentos periódicos, levando-se em
consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.  
 
Conforme a NR-01, a empresa deve implementar por
estabelecimento, o GRO em suas atividades. Isso é implementado por
meio do PGR e fica a critério da organização se este programa será
estabelecido por unidade operacional, setor ou atividade. Vale
destacar que a nova NR-01 estabelece que o PGR deve ser um
processo contínuo, a ser revisto a cada 2 anos ou quando ocorrer as
seguintes situações:

 implementação das medidas de prevenção; 


 após modificações nas tecnologias, ambientes,
processos, condições, procedimentos e
organização do trabalho que impliquem em
novos riscos ou modifiquem os riscos
existentes; 
 quando identificadas inadequações,
insuficiências ou ineficácias das medidas de
prevenção; 
 na ocorrência de acidentes ou doenças
relacionadas ao trabalho; e 
 quando houver mudança nos requisitos legais
aplicáveis. 

 
 

Mas afinal, qual a diferença entre o GRO e o


PGR segundo a NR-01? 
 
O Gerenciamento de Riscos Ocupacionais - GRO, como o próprio
nome diz, irá gerenciar os riscos ocupacionais, que são aqueles
representados pelos agentes físicos, químicos, biológicos, de
acidente e fatores ergonômicos. 
 
Como uma forma de concretizar o processo de gerenciamento de
riscos da organização, a NR-01 estabeleceu a obrigatoriedade da
elaboração do PGR, que tem o objetivo de consolidar as informações
para preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores nos
ambientes de trabalho, por meio de um conjunto de ações
permanentes que devem ser planejadas e desenvolvidas no âmbito de
cada estabelecimento de uma empresa, sob responsabilidade do
empregador e com a participação dos trabalhadores.
 
No caso do PGR, ele deve contemplar ou estar integrado com planos,
programas e outros documentos previstos na legislação de segurança
e saúde no trabalho. Além disso, o desenvolvimento do PGR não
desobriga a elaboração de outros documentos exigidos pelas demais
NR.
 
 

Etapas do GRO/PGR
 
A relação do GRO com o PGR, giram em torno de cinco etapas
estabelecidas pela NR-01, sendo elas: 
 Levantamento preliminar de perigos;
 Identificação de perigos;
 Avaliação dos riscos ocupacionais;
 Definição e implementação dos controles dos
riscos; e
 Monitoramento e melhoria do desempenho em
Saúde e Segurança no Trabalho - SST. 

 
Por fim, a organização deve adotar as medidas necessárias para
melhorar o desempenho em Segurança e Saúde no Trabalho - SST. O
processo de identificação de perigos e avaliação de riscos
ocupacionais deve considerar o disposto nas Normas
Regulamentadoras e demais exigências legais de segurança e saúde
no trabalho. 

CIPA Grau de Risco III


Documentação e disposições gerais sobre o Programa
de Gerenciamento de Riscos

 
O PGR deve conter, no mínimo, os seguintes documentos:
 
a) inventário de riscos; e 
b) plano de ação. 
 
Os documentos integrantes do PGR devem ser elaborados sob a
responsabilidade da organização, respeitado o disposto nas demais
Normas Regulamentadoras, datados e assinados. Os documentos
integrantes do PGR devem estar sempre disponíveis aos
trabalhadores interessados ou seus representantes e à Inspeção do
Trabalho.
 
Inventário de riscos ocupacionais 
 
Os dados da identificação dos perigos e das avaliações dos riscos
ocupacionais devem ser consolidados em um inventário de riscos
ocupacionais. O Inventário de Riscos Ocupacionais deve contemplar,
no mínimo, as seguintes informações:
a) caracterização dos processos e ambientes de trabalho, que seriam
as tarefas desempenhadas, atividades rotineiras, local de trabalho,
como por exemplo: 
Uma Empresa de Mineração que compreende as seguintes etapas:
Escoramento de teto, perfuração de frente, detonação, transporte de
materiais e topografia de subsolo. As atividades são exercidas no
subsolo. 
 
b) caracterização das atividades, que seriam as características das
atividades realizadas, como por exemplo: 
Setor de frente de serviços: realiza escoramento, topografia de
subsolo, perfuração, detonação, carregamento do minério através de
máquinas e transporte e manutenção de máquinas e equipamentos.
 
c) descrição de perigos e de possíveis lesões ou agravos à saúde dos
trabalhadores, com a identificação das fontes ou circunstâncias,
descrição de riscos gerados pelos perigos, com a indicação dos
grupos de trabalhadores sujeitos a esses riscos, e descrição de
medidas de prevenção implementadas; vamos seguir com o exemplo
da empresa de mineração:
 

 Descrição de perigo: Risco físico - Ruídos;  


 Possível lesão: perda de audição ou até surdez
temporária ou permanente;
 Fontes: detonação 95 a 110 dB (A), transportes
de materiais através de MT 700 97 dB (A);
 Grupo de trabalhadores sujeito ao risco: Setor
de frente de serviço;
 Medidas de prevenção implementadas: uso de
abafadores adequados, tipo concha ou plug.

 
d) dados da análise preliminar ou do monitoramento das exposições a
agentes físicos, químicos e biológicos e os resultados da avaliação
de ergonomia nos termos da NR-17;

Como por exemplo: 


Agente - Temperaturas Extremas 
Influências - Desconforto térmico, Desidratação e perda de sal,
Acidentes, Doenças infecciosas.
 
e) avaliação dos riscos, incluindo a classificação para fins de
elaboração do plano de ação; como por exemplo:  

 Risco Físico causado por ruído em função da


detonação e transportes de materiais através
de caminhão MT 700.

 
f) critérios adotados para avaliação dos riscos e tomada de decisão.  
 

 
Seguindo o exemplo: Enclausuramento do funcionário através do uso
de abafadores adequados, tipo concha ou plug que melhor se
adaptaram às condições de operação, permitindo uma redução de
aproximadamente 25% do nível de ruído. O serviço médico da
empresa adota o monitoramento através de exames audiométricos
periódicos.
 
O inventário também pode ser utilizado como uma ferramenta
administrativa que:

 Integra e sintetiza as informações sobre


avaliação e controle de risco;
 Indica a necessidade/prioridade de adoção de
medidas preventivas; e
 Comunica riscos para diferentes partes
interessadas. 

 
É necessário que o inventário de riscos ocupacionais seja mantido
atualizado. O histórico das atualizações deve ser mantido por um
período mínimo de 20 anos ou pelo período estabelecido em
normatização específica. 
 
Plano de ação

As medidas de prevenção do PGR devem constituir também, um


plano de ação, indicando quais medidas devem ser introduzidas,
aprimoradas ou mantidas. A norma não apresenta um modelo de
Plano de Ação, define apenas que este deverá conter um
cronograma, formas de acompanhamento e aferição de resultados.
Ou seja, além das medidas de prevenção que serão adotadas, é
importante inserir datas, como será feito o acompanhamento, como
será aferido o resultado daquela medida e outras informações que
forem pertinentes.  
Com isso, o objetivo principal do plano de ação é agir de forma
preventiva, antecipando os riscos com ações planejadas e
organizadas, implantando as medidas de correção, avaliando os
resultados obtidos e discutindo-os nas reuniões da empresa ou até na
CIPA, caso a empresa tenha a Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes.
 

CIPA Grau de Risco III


Identificação dos Riscos
 
De acordo com a NR-5, o mapa de risco não é mais um item
obrigatório da Comissão Interna de Prevenção a Acidentes (CIPA)
para realizar a identificação dos riscos de um ambiente de trabalho.
Mas, então, como essa demanda seria atendida?
Segundo a redação da norma, é obrigatório o uso de uma ferramenta
para percepção de riscos, mas deixa esta escolha a critério da CIPA.
Pode ser um mapa de risco? Sim. Assim como também pode ser
alguma outra opção, como por exemplo, uma tabela, gráfico ou
informativo, contanto que cumpra sua função de registrar a percepção
de riscos, tendo a assessoria do Serviço Especializado em Segurança
e em Medicina do Trabalho - SESMT, quando houver.
Ou seja, isso significa que o tradicional Mapa de Riscos não é mais a
única forma de registrar a percepção de riscos e apresentá-los aos
trabalhadores. A norma tira a obrigação de realizar a consulta e o
registro da percepção de riscos ocupacionais e posterior divulgação
pelo Mapa de Risco, porém, mantém a obrigação de se realizar as
seguintes etapas:
 

1. Identificação
2. Comunicação dos riscos presentes nos
ambientes de trabalho.

 
Por fim, a identificação dos riscos deve ser feita pela CIPA a partir da
percepção dos trabalhadores, em conformidade com a NR-1.
Contudo, considerando a relevância e eficácia do mapa de risco
nessa tarefa de identificação, nos próximos temas iremos nos
aprofundar um pouco sobre essa ferramenta. Mas lembrando que fica
a cargo da CIPA, com assessoria do SESMT, definir a ferramenta
mais apropriada para identificar os riscos de um ambiente de trabalho
CIPA Grau de Risco III
Implementação do Mapa de Risco

O mapa de risco é a representação gráfica dos riscos de acidentes


nos diversos locais de trabalho, de fácil visualização e afixado em
locais acessíveis no ambiente de trabalho, servindo para informação
e orientação de todos os que ali atuam e transitam pelo local.  Além
disso, a elaboração do Mapa de Risco é vantajosa por: 

 Informar o nível dos riscos e obter um


diagnóstico da situação, auxiliando na
prevenção, segurança e conscientização de
todos; 
 Auxiliar na compreensão da importância da
conscientização quanto ao uso adequado dos
EPIs e EPCs;
 Favorecer empregadores com a redução do
absenteísmo além de aumentar a
produtividade, competitividade e lucratividade
através da melhoria do clima organizacional;  
 Reduzir os gastos da empresa com multas,
processos judiciais, acidentes e doenças
ocupacionais; e
 Contribuir com a redução de gastos do sistema
previdenciário em virtude da aposentadoria
precoce por invalidez.

O mapeamento possibilita o desenvolvimento de uma atitude mais


cautelosa por parte dos trabalhadores diante dos perigos
identificados e sinalizados. Desse modo, contribui com o controle dos
riscos detectados, podendo até eliminá-los. Sendo um modelo
participativo, ele contempla soluções práticas e que visam a melhoria
do ambiente e das condições de trabalho.

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Como funciona um Mapa de Risco

O mapa de riscos é feito pela CIPA, sendo ela o Agente Mapeador,


após ouvir os trabalhadores de todos os setores e com a orientação
do Serviço Especializado em Engenharia e Segurança e Medicina do
Trabalho (SESMT).
Para sua ação, o mapeador deve possuir conhecimentos básicos
sobre o órgão, a CIPA, o SESMT, segurança patrimonial, bem como
sobre aspectos legais do acidente de trabalho. Além desses
conhecimentos, o agente mapeador necessita de algumas atribuições
específicas para um melhor levantamento de riscos, que são:

 Observação; 
 Percepção; 
 Criatividade; 
 Visão global; 
 Objetividade; 
 Poder de síntese; 
 Bom senso;
 Capacidade de comunicação; 
 Receptividade à segurança; 
 Educação; 
 Descrição;
 Persistência; 
 Capacidade de organização; e
 Simpatia.
O mapa de risco deve ser feito na planta do local, mas se não for
possível obtê-la, isto não deverá ser um obstáculo, pode ser feito um
desenho simplificado, um esquema ou croqui do local.
Exemplo de planta:

Exemplo de desenho simplificado:

Exemplo de esquema:
Exemplo de croqui:

 
Agentes causadores de risco
São capazes de causar danos à saúde e à integridade física do
trabalhador em função de sua natureza, intensidade, suscetibilidade e
tempo de exposição. Os agentes que causam riscos à saúde dos
trabalhadores e que costumam estar presentes nos locais de trabalho
são agrupados em cinco tipos, classificado por cores:

 Agentes físicos - Verde;


 Agentes químicos - Vermelha;  
 Agentes biológicos - Marrom;  
 Agentes ergonômicos - Amarela; e
 Agentes de acidentes ou Risco mecânico -
Azul.

 
Inserção dos Círculos  
Os círculos podem ser desenhados ou colados. O importante é que os
tamanhos e as cores correspondam aos graus e tipos. Os riscos
serão simbolizados conforme sua gravidade, em cores, por círculos
de três tamanhos conforme o tipo de risco:

 Quando o risco for pequeno, o círculo terá o


diâmetro de 2,5 cm;
 Quando o risco for médio, terá diâmetro de 5
cm; e 
 Quando grande, terá diâmetro de 10 cm. 

Na planta da seção, exatamente no local onde se encontra o risco,


deve ser colocado o círculo no tamanho avaliado pela CIPA e na cor
correspondente ao grau de risco.
Caso existam, em um mesmo ponto de uma seção, diversos riscos de
um só tipo, não é preciso colocar um círculo para cada um desses
agentes. Por exemplo: Existe em um determinado local três riscos
físicos, o ruído, a vibração e o calor, estes devem ser referenciados
com um único círculo de cor azul. 
Caso haja a ocorrência de riscos de tipos diferentes num mesmo
ponto, divide-se o círculo conforme a quantidade de riscos em 2, 3, 4
e até 5 partes iguais, cada parte com a sua respectiva cor,  este
procedimento é chamado de critério de incidência.
Quando um risco afeta a seção inteira, uma forma de representar isso
no mapa é colocá-lo no meio do setor e acrescentar setas nas bordas,
indicando que aquele problema se espalha pela área toda. Um
exemplo de risco que pode afetar toda uma seção é o ruído.

Legenda do Mapa de Risco


A legenda é uma parte muito importante do Mapa de Riscos e pode
dar força e eficácia a ele. Um Mapa de Risco com uma legenda de
difícil interpretação, ou com deficiência de informações, não irá
funcionar na sua totalidade, pois as pessoas podem não entender.
Um visitante na empresa não conhece as instalações e os riscos,
assim, a legenda tem a função de auxiliar nesta compreensão.
O mapa deve conter na legenda o significado de cores, intensidade
dos riscos em formato de círculos conforme está no layout, e informar
os responsáveis pela confecção do mapa. Também pode conter na
legenda as medidas preventivas para cada risco, porém não há
obrigatoriedade na norma.

CIPA Grau de Risco III


Como Montar um Mapa de Risco
O desenho do mapa de risco é feito apó s o levantamento dos riscos,
que podem ser exclusivos do processo produtivo ou do ambiente em
que se realizam os trabalhos, de forma que as pessoas que transitam
pelo local consigam conhecer e identificá-los simplesmente olhando
para o mapa de risco, que deve estar fixado em locais de fácil
visualização, procure sempre os lugares de maior concentração de
pessoas, onde todos tenham acesso, inclusive visitantes. Para
realizar o levantamento dos riscos, a CIPA deve ouvir os
trabalhadores quanto aos agentes e fatores que influenciam
negativamente a sua relação com o ambiente laboral, como
desconforto, mal-estar, irritação, entre outros.  Para realizar o
levantamento dessas informações a CIPA deve: 

 
Conhecer o processo de trabalho no local analisado: 

 
Trabalhadores: Verificar o número, sexo, idade, jornada de trabalho
e os treinamentos profissionais e de segurança já realizados.  
 
Instrumentos e materiais de trabalho: Verificar as atividades
exercidas e o ambiente.
 
Identificar os agentes de riscos existentes no local analisado:

 
Realizar uma inspeção em toda edificação, levantando os riscos de
acidentes, físicos, químicos, biológicos e ergonômicos.  Conhecer os
levantamentos ambientais já realizados no local é muito importante
nessa etapa do levantamento.
 
Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia: 

 Medidas de proteção coletiva; 


 Medidas de organização do trabalho; 
 Medidas de proteção individual; 
 Medidas de higiene e conforto: banheiros,
lavatórios, vestiários, armários, bebedouros,
refeitórios, área de lazer.

 
Identificar os indicadores de saúde: 

 Queixas mais frequentes e comuns entre os


trabalhadores expostos aos mesmos riscos; 
 Acidentes de trabalho ocorridos; 
 Doenças profissionais diagnosticadas; e
 Causas mais frequentes de ausência ao
trabalho.

Para ter certeza de que o mapeamento dos riscos ambientais foi feito
adequadamente e contemplou todos os aspectos, é recomendado
solicitar aos funcioná rios das á reas que preencham um questioná rio
complementar, o qual permitirá que se conheç a a visã o de cada
trabalhador sobre os riscos existentes em suas atividades e áreas. O
conjunto de respostas fornecidas nos questioná rios permite a
checagem do mapeamento de riscos e a realiza ç ã o de ajustes sobre
aspectos de seguranç a que nã o haviam sido identificados.
 
Elaborando o mapa de riscos sobre a planta baixa da empresa
 
Definir se o mapa de risco será da área total da empresa ou separado
por setor. Após essa escolha, na planta da área definida, deve-se
indicar por meio de círculo: 

 O grupo a que pertence o risco que deve ser


sinalizado por meio de cores. Por exemplo, o
risco Ergonômico que deve conter a cor
amarela;
 O número de trabalhadores expostos ao risco,
o qual deve ser anotado dentro do círculo; 
 A especificação do agente. Por exemplo: Risco
químico - Temos a sílica, hexano, ácido
clorídrico; ou ergonômico − repetitividade e
ritmo excessivo;
 A intensidade do risco, de acordo com a
percepção dos trabalhadores, que deve ser
representada por tamanhos proporcionalmente
diferentes dos círculos.

 
Após essa etapa, o mapa de risco deve ser discutido e aprovado pela
CIPA. Além disso,  caso haja o SESMT, este também deve participar
deste processo. O mapa deve ser fixado em cada local analisado, de
forma claramente visível e de fácil acesso para os trabalhadores.
No caso das empresas do setor de construção, o mapa de riscos do
estabelecimento deve ser realizado por etapa de execução dos
serviços, devendo ser revisto sempre que um fato modificar a
situação de riscos estabelecida. 
 
Modelo de um Mapa de Risco em um Setor Laboratorial de
Análises Clínicas:

CIPA Grau de Risco III


Consequências dos Acidentes de Trabalho
A segurança do trabalho é um assunto muito importante, que não
interessa apenas aos trabalhadores, mas também às empresas e a
sociedade em geral. Pois um acidente do trabalho causa sofrimentos
ao trabalhador e as pessoas ligadas a ele, além de provocar
despesas ao sistema de saúde, no que se refere ao atendimento,
tratamento e acompanhamento, bem como a  sociedade em geral, pois
o trabalhador passa a receber seus direitos previdenciários, que são
pagos por todos os trabalhadores e empresas. As consequências dos
acidentes de trabalho podem ser distribuídas em cinco categorias,
sendo:
 

 Fatal: morte ocorrida devido a eventos


adversos relacionados ao trabalho; (Como por
exemplo: A queda de um funcionário que
realizava trabalho em altura)

 Grave:
o perda de visão; 
o amputação ou esmagamentos; 
o lesão ou doença que causam a perda
permanente de funções orgânicas (Por
exemplo: perdas auditivas);
o queimaduras que atinjam toda a face ou
mais de 30% da superfície corporal do
trabalhador;
o fraturas que necessitem de intervenção
cirúrgica ou que tenham elevado risco de
causar incapacidade permanente; e
o outros agravos que resultem em
incapacidade para as atividades
habituais por mais de trinta dias.

 Moderada: agravos à saúde que não se


enquadram nas classificações anteriores e cujo
trabalhador afetado fique incapaz de executar
seu trabalho habitual durante três a trinta dias
(como por exemplo: Uma entorse no pé);

 Leve: todas as outras lesões ou doenças, nas


quais o acidentado fique incapaz de executar
seu trabalho por menos de três dias (Como por
exemplo: Um caso de travamento da coluna); 

 Prejuízos: relacionados a danos à uma


propriedade, instalação, máquina,
equipamento, meio ambiente ou perdas na
produção.

 
Consequências ao trabalhador 
 
Um acidente de trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da
empresa por algumas horas, o que é chamado de  acidente sem
afastamento. É o que ocorre, por exemplo, quando o acidente resulta
em um pequeno corte no dedo e o trabalhador retorna ao trabalho em
seguida.
 
Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de
realizar as atividades por dias seguidos, meses, ou de forma
definitiva. Caso o trabalhador acidentado não retorne ao trabalho
imediatamente ou até a jornada seguinte, se tem o chamado  acidente
com afastamento, que pode resultar na incapacidade temporária, ou
na incapacidade parcial e permanente ou, ainda, na incapacidade
total e permanente para o trabalho. Acompanhe mais detalhes dessas
incapacidades a seguir:

 Incapacidade temporária: é a perda da


capacidade para o trabalho por um período
limitado de tempo, após o qual o trabalhador
retorna às suas atividades normais. 
 Incapacidade parcial e permanente: é a
diminuição, por toda vida, da capacidade física
total para o trabalho. É o que acontece, por
exemplo, quando ocorre a perda de um dedo
ou de uma vista. 
 Incapacidade total e permanente: é a
invalidez incurável para o trabalho. Nesse
caso, o trabalhador não tem mais condições
para trabalhar. É o que acontece, por exemplo,
se um trabalhador perde as duas vistas em um
acidente do trabalho. Nos casos extremos, o
acidente resulta na morte do trabalhador.

 
Além disso, o trabalhador ainda pode sofrer com danos físicos,
emocionais, psíquicos e morais, como:
 

 Necessidade recorrente de assistência médica;


 Sofrimento físico e mental;
 Próteses, cirurgias e remédios;
 Fisioterapia;
 Assistência Psicológica e Psiquiátrica;
 Mobilidade e locomoção afetadas;
 Desemprego;
 Desamparo à família;
 Diminuição do poder aquisitivo;
 Marginalização;
 Depressão e doenças psicológicas.

Consequências à empresa
 
As empresas perdem social e financeiramente com os acidentes.
Entre os custos mais óbvios estão:

 Paralisação de setor, equipamentos e


maquinário;
 Salário dos 15 ou 30 primeiros dias após o
acidente;
 Comoção e trauma coletivo;
 Prejuízos referentes à imagem da empresa;
 Destruição ou danificação de produtos, matéria
prima, máquinas, veículos, equipamentos e
outros insumos.
 Embargo, interdição fiscal e investigação de
causas;
 Perícia trabalhista, civil ou criminal;
 Paralisação de setor ou da empresa até a
correção das causas apontadas;
 Cobertura de licenças médicas pagas;
 Treinamento de substitutos;
 Aumento do prêmio do seguro;
 Multas contratuais;
 Indenizações e honorários legais.

 
Consequências a sociedade
 
Além dos trabalhadores e empresas que podem ser diretamente
afetados pelos acidentes e doenças ocupacionais, a  sociedade em
geral também é atingida. Geralmente, os trabalhadores que estão em
melhor condição física e estão em maior número dentro da população
economicamente ativa, acabam sendo os afetados por algum tipo de
acidente ou doença ocupacional. Ou seja, esses trabalhadores
afetados, em sua maioria, sustentam famílias e exercem papéis
importantes dentro das empresas, o que afeta diretamente a
sociedade.
 
A necessidade de socorro, medicações e cirurgias urgentes acabam
tomando mais leitos dos hospitais e exigindo muitas vezes apoio e
suporte familiar que pode afetar a atividade laboral de outros
membros da família e ou da comunidade. Consequentemente, isso
prejudica o desenvolvimento do país, principalmente no setor
econômico. O aumento de benefícios previdenciários a serem pagos e
a redução da população economicamente ativa contribuem para este
impacto, além do aumento de impostos, taxas e do próprio seguro.

CIPA Grau de Risco III


Doenças ocupacionais
 
Desde 1991, a definição de acidente do trabalho no Brasil, também
considera como acidente as doenç as profissionais produzidas ou
desencadeadas pelo exercí cio do trabalho peculiar a determinada
atividade e as doenç as do trabalho adquiridas ou desencadeadas em
razã o de condiç õ es especiais de trabalho.
 
As doenças ocupacionais são adquiridas através da exposição dos
trabalhadores aos agentes ambientais físicos,  químicos, biológicos e
ergonômicos em situações acima do limite de tolerância.
Normalmente, elas ocorrem apó s vá rios anos de exposiç ã o e
algumas delas podem surgir mesmo depois que o trabalhador se
afasta do agente causador.
 
Alguns fatores influenciam no desenvolvimento da doen ç a
ocupacional, como o tempo de exposi ç ã o ao agente, a concentraç ã o
do agente no ambiente laboral e as suas caracterí sticas especí ficas,
os quais contribuem para potencializar a agressividade do agente ao
trabalhador, poré m a suscetibilidade individual também pode
determinar o aparecimento ou agravamento das doen ç as
ocupacionais.
 
É de extrema importância conhecer os limites de toler â ncia dos
agentes ambientais a que o trabalhador fica exposto, pois eles est ã o
relacionados diretamente ao desencadeamento das doen ç as. 
 
Doenças ocupacionais por exposição à vibrações
 

 
Um dos agentes físicos são as vibrações, em que  a aç ã o repetida
desse movimento no corpo pode sobrecarregar e prejudicar n ã o
somente o sistema nervoso perifé rico, mas també m o sistema
nervoso central. O trabalhador precisa estar exposto à vibração por
vá rios anos para que ocorram mudanç as em seu estado de saú de,
como uma sensaç ã o de desconforto e mau humor, má influência no
desempenho ou oferecer risco à saú de e seguranç a. Alguns efeitos
mais danosos provocados pela vibração, são: 
 

 Perda do equilí brio, simulando uma labirintite, al é m de lentidã o de


reflexos;
 Manifestaç ã o de alteraç ã o no sistema cardí aco, com aumento da
frequê ncia de batimentos do coraç ã o;
 Efeitos psicoló gicos, como a falta de concentra ç ã o para o trabalho;
 Apresentaç ã o de distú rbios visuais, como visã o turva;
 Efeitos no sistema gastrointestinal, com sintomas desde enjoos at é
gastrites e ulceraç õ es; e
 Degeneraç ã o gradativa do tecido muscular e nervoso, especialmente
para os submetidos a vibraç õ es localizadas, onde pode ocorrer a
doença popularmente conhecida como síndrome de reynaud ou dedo
branco, causando perda da capacidade manipulativa e o tato nas
mã os e dedos, dificultando o controle motor.

Medidas de controle de vibrações no ambiente de trabalho


 

 Substituir equipamentos que produzam vibra ç ã o quando possí vel e


viá vel;
 Instalar amortecedores de vibra ç ã o em assentos ou com suspens ã o
a ar em veí culos como caminhõ es, tratores e ô nibus;
 Calibrar pneus de veí culos contribui para a reduç ã o das vibraç õ es
transmitidas por veí culos mó veis;
 Utilizar ferramentas com caracterí sticas antivibratórias; e
 Elaborar normas de procedimento para manuten ç ã o perió dica dos
equipamentos e das instalaç õ es, evitando aumento das vibraç õ es. 

Medidas de controle no trabalhador


 

 Limitar o tempo de exposiç ã o à vibraç ã o;


 Implantar rodí zios e pausas, buscando minimizar e conduzir a
exposiç ã o abaixo do limite de toler â ncia;
 Realizar os treinamentos dos trabalhadores de forma a utilizar
corretamente as ferramentas e os equipamentos adequadamente
com o mí nimo de vibraç ã o;
 Utilizar EPIs como luvas antivibraç ã o na exposiç ã o à vibraç ã o
localizada;
 Usar ferramentas com caracterí sticas antivibratórias, como as barras
para madrilamento antivibração; e 
 Realizar o controle mé dico dos trabalhadores conforme o Programa
de Controle Médico de Saúde Ocupacional da empresa.

Doenças ocupacionais ocasionadas por exposição aos Solventes


 
Solventes são agentes químicos, com toxicidade vari á vel para o ser
humano. Alguns produtos sã o inflamá veis e alguns deles devem ser
utilizados dentro de normas rí gidas de seguranç a por serem muito
tó xicos e com potencial cancerí geno já conhecido. Os solventes são
geralmente utilizados:
 

 Remoç ã o de gordura, graxa, tinta e sujidade;


 Diluidores de tintas, vernizes, esmaltes, pesticidas, resinas; e
 Limpeza a seco de tecidos, tapetes e roupas.

Para o risco químico, vamos tratar da exposição ao benzeno, que é


um hidrocarboneto líquido, incolor, com odor agradável e altamente
inflamável. A intoxicaç ã o ocupacional pode ocorrer por via
respirató ria ou dérmica, ou seja, pela aspira ç ã o de vapores ou pelo
contato com a pele e sua toxicidade pode ser aguda ou crônica.  
 

 
Nos sintomas agudos o benzeno pode provocar edema pulmonar em
inalaç ã o a altas concentraç õ es por ele ser irritante. Outros efeitos
estã o relacionados à intoxicaç ã o do sistema nervoso central,
causando, de acordo com a quantidade absorvida, a alteração do
estado de consciência seguido de sonolê ncia, tonturas, ná useas,
taquicardia, dificuldade respirató ria, tremores, convulsõ es e morte.
Adulterações neuropsicoló gicas e neuroló gicas também podem surgir
como alteraç õ es da: 
 

 Atenç ã o;
 Memó ria;
 Habilidade motora; e 
 Raciocí nio ló gico. 

Além destes, já foram observadas alteraç õ es dermatoló gicas, como


eritema e dermatite irritativa de contato com exposi ç õ es ocupacionais
repetidas e prolongadas ao benzeno. Nã o existe tratamento
medicamentoso especí fico para os casos de intoxicaç ã o pelo
benzeno, mas o acompanhamento mé dico para os casos confirmados
de intoxicaç ã o deve ser regular e em longo prazo. 
 
As alterações clí nicas devem ser tratadas o mais rápido possível, as
perturbaç õ es de ordem psí quica e social causadas aos indivíduos
devem merecer atenç ã o especializada em programas de saú de
integrados sob o enfoque do trabalho. Todos os trabalhadores
expostos ao benzeno e que manifestarem altera ç õ es hematoló gicas,
ou seja, alterações sanguíneas, devem ter acompanhamento m é dico
e serem afastados da exposiç ã o ao benzeno, nã o sendo permitida a
reexposiç ã o.
 
Medidas de controle dos agentes químicos 
 

 
O controle dos agentes quí micos deve ser feito tanto no ambiente
como no trabalhador, são eles:
 

 Substituição do produto;
 Mudanças ou alterações do processo;
 Enclausuramento da operação;
 Isolamento ou segregação da operação;
 Sistema de ventilação;
 Utilização de EPI;
 Monitoramento individual;
 Testes de vedação;
 Implementação de um Programa de Proteção Respiratória;
 entre outros. 

Doenças ocupacionais causadas por agentes biológicos  


 
 
Os coletores de lixo ou garis estão expostos ao contato com estes
agentes bioló gicos principalmente atravé s de materiais
perfurocortantes, como agulhas e latas. Os trabalhadores que
manuseiam lixo estã o em contato direto com material orgâ nico em
decomposiç ã o, estando expostos a agentes que podem causar
doenças infectocontagiosas, como tuberculose e pneumonia, al é m de
dermatites.
 
O lixo nã o acondicionado adequadamente está exposto a vetores
como moscas, mosquitos e ratos, podendo assim transmitir, entre
outras doenç as, a tuberculose, a febre tifoide e a peste bub ô nica. Os
microrganismos que podem causar as doenças est ã o presentes nos
resí duos domiciliares, como:
 

 Lenç os de papel; 
 Papel higiê nico; 
 Curativos; 
 Absorventes; 
 Preservativos; 
 Fraldas descartá veis; e
 Seringas e agulhas descart á veis utilizadas em tratamento domiciliar
de doentes.

Quando tratamos dos lixos hospitalares, de pequenas clínicas e


farmácias, eles devem ser jogados fora nestes estabelecimentos. No
entanto, algumas dessas instituições nã o cumprem o recomendado,
colocando esses resí duos de saú de em lixos domiciliares.
 
Medidas de prevenção a exposição de materiais biológicos
 
As recomendações de prevenção à exposição de materiais biológicos
incluem:
 
 

 Realizar os procedimentos com seguran ç a;


 Utilizar adequadamente os EPIs;  
 Evitar a manipulaç ã o desnecessá ria de material bioló gico;
 Manipular cuidadosamente instrumentos perfurocortantes
potencialmente  contaminados;
 Utilizar coletor resistente para descarte dos materiais
perfurocortantes; e
 Evitar o reencape de agulha ou a desconex ã o da agulha da seringa.

Doenças ocupacionais ocasionadas pelos agentes ergonômicos


 

 
É muito comum ouvirmos os termos LER/DORT,  essas siglas foram e
ainda são muito utilizadas para caracterizar  sí ndromes relacionadas
ao trabalho. Atualmente alguns tribunais e entidades médicas
consideram estes termos desatualizados, pois abrangem um grande
número de doenças não apenas relacionadas a esforços físicos
durante o trabalho, mas também a fatores psicológicos influenciados
pela questão social e cultural. Porém, como estes termos ainda são
muito conhecidos e utilizados, iremos empregá-los neste curso. A
LER ou DORT se caracterizam pela ocorr ê ncia de vá rios sintomas
simultâneos ou nã o, como: 
 

 Dor crô nica; 


 Formigamento; 
 Sensaç ã o de peso; e
 Fadiga, que geralmente ocorre nos membros superiores, mas
podendo acometer membros inferiores.  

Esta síndrome é resultado da combinaç ã o da sobrecarga dos ossos e


músculos com a falta de tempo para sua recupera ç ã o. É
frequentemente a causa de incapacidade laboral tempor á ria ou
permanente. O desenvolvimento de LER/DORT pode ser causado por
diversos motivos, sendo importante analisar os fatores de risco
envolvidos direta ou indiretamente. Entre os fatores que influenciam a
sobrecarga dos ossos e músculos, encontramos:
 

 A forç a e repetitividade de movimentos;


 A duraç ã o da carga; 
 A postura do punho e o mé todo de trabalho; 
 Manutenç ã o de posturas inadequadas por tempo prolongado;  
 Esforç o fí sico exagerado; 
 Pressã o mecâ nica sobre determinadas regiões do corpo;  
 Trabalho muscular está tico.

 
Para que os fatores possam ser considerados de risco para a
ocorrê ncia de LER/ DORT, é importante observar a
sua intensidade, duraç ã o e frequê ncia. Muitos trabalhadores relatam
também que sentem uma dormência, sensa ç ã o de diminuiç ã o de
forç a, edema e enrijecimento muscular, falta de firmeza nas m ã os,
entre outros. 
 
Tratamento de LER/DORT
 
Como em qualquer outro caso, quanto mais precoce o diagn ó stico e o
iní cio do tratamento adequado, maiores são as possibilidades de
ê xito. Os medicamentos analgé sicos e anti-inflamatórios sã o ú teis no
combate à dor aguda e inflamação. As terapias corporais de
relaxamento, alongamento e reeducaç ã o postural tê m sido de
extrema importâ ncia.  Assim como a hidroterapia, a terapia
ocupacional tem se mostrado bastante importante na conquista da
autonomia dos trabalhadores acometidos por essa síndrome.  
 
Outra opção é a giná stica laboral, que compreende exercí cios
específicos de alongamento, fortalecimento muscular, coordenaç ã o
motora e relaxamento, sendo o objetivo principal a prevenç ã o e a
diminuiç ã o dos casos de LER/DORT. Os exerc í cios devem ser
realizados no pró prio local de trabalho, com sessõ es de cinco, dez ou
15 minutos. 
 
De um modo geral, todas as doenç as ocupacionais sã o possí veis de
prevenir, iniciando pela higiene ocupacional que é a ciê ncia e arte
dedicada ao reconhecimento, avaliaç ã o e controle dos riscos
ambientais originados nos locais de trabalho e pass í veis de causar
danos à saú de dos trabalhadores.
 
Reconhecer os agentes ambientais que afetam a sa ú de dos
trabalhadores é a primeira etapa, em seguida, é realizada a avalia ç ã o
desses agentes, que pode ser qualitativa ou quantitativa. Na terceira
etapa sã o realizadas as medidas de controle dos agentes ambientais
reconhecidos e avaliados pelos processos anteriores.  
 
Para todos os agentes ambientais existem medidas de controle que
devem ser adotadas, priorizando a sua efici ê ncia, ou seja, em
primeiro lugar são adotadas as medidas que se referem à fonte dos
agentes, seguidas das que se referem ao percurso e finalmente as
relativas aos trabalhadores. Uma forma de impedir que as doenças
não prejudiquem os trabalhadores é através da prevenção, que se
apresenta em três fases:
 

 Prevenção primária: consiste em educar para adoç ã o de há bitos de


vida saudá veis, realizar imunizaç õ es impedindo que a doenç a
ocorra, removendo suas causas;
 Prevenç ã o secundá ria: incentivar a detenç ã o precoce da doenç a e
tratamento quando ela ainda é assintomá tica, instituindo o
tratamento precoce e evitando a progress ã o da doenç a. O
tratamento é dividido em precoce, ainda no perí odo assintomá tico, e
tratamento das doenç as já estabelecidas.  
 Prevenç ã o terciá ria: prevenir a deterioraç ã o ou reduzir as
complicaç õ es depois da doenç a instalada e na recuperaç ã o, quando
se procura superar as limitaç õ es decorrentes das doenç as e
promover a reinserç ã o do doente na sociedade. (programas de
reabilitaç ã o).

Quando falamos de saú de ocupacional os ní veis de prevenç ã o nã o


sã o diferentes, sendo os objetivos os seguintes:
 

 Promover manutenç ã o do mais alto grau de bem-estar f í sico, mental


e social dos trabalhadores de todas as ocupa ç õ es;
 Prevenir desvios de saú de causados pelas condiç õ es de trabalho; e
 Proteger o trabalhador em seu emprego dos riscos resultantes de
fatores adversos à saú de.

É importante que fique claro que as doenças aqui citadas são


somente para melhor esclarecimento de como cada agente de risco
pode atuar prejudicando a saúde e segurança dos trabalhadores,
existem ainda diversas consequências às exposições inadequadas.
Por isso, é essencial que as medidas preventivas e de controle sejam
devidamente aplicadas para que os colaboradores não sejam
prejudicados. 

CIPA Grau de Risco III


Medidas para prevenção, controle e mitigação dos riscos
de transmissão da COVID-19 em ambientes de trabalho

Estamos vivendo uma pandemia referente a COVID-19, doença


respiratória causada pelo novo coronavírus, o Sars-CoV-2, e com isso
a sociedade passa por um período único em sua história. Surgem
grandes desafios e é preciso decisões assertivas para preservação da
vida e saúde dos cidadãos, de modo que possamos enfrentar
efetivamente a emergência de saúde pública de importância
internacional.
Neste momento é de extrema importância que os trabalhadores e
empregadores mantenham foco na prevenção evitando a ocorrência
de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Sendo assim, a
Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) da Secretaria de
Trabalho sugere algumas orientações aos trabalhadores e
empregadores, como forma de prevenir e diminuir o contágio da
COVID-19.
Como ocorre a transmissão:
A transmissão acontece de uma pessoa doente para outra ou por
contato próximo por meio de:

 Toque do aperto de mão contaminada;


 Gotículas de saliva;
 Espirro;
 Tosse; 
 Objetos ou superfícies contaminadas, como
celulares, mesas, talheres, maçanetas,
brinquedos, teclados de computador, entre
outros.

 Os sintomas da COVID-19


Os sintomas da COVID-19 podem variar de um resfriado, a uma
Síndrome Gripal com a presença de um quadro respiratório agudo e
possui pelo menos dois dos seguintes sintomas:  

 Sensação febril ou febre;


 Dor de garganta;
 Dor de cabeça;
 Tosse;
 Falta de olfato ou paladar; e
 Coriza.

Os sintomas mais comuns são:

 Tosse;
 Febre;
 Coriza;
 Dor de garganta;
 Dificuldade para respirar;
 Perda de olfato;
 Alteração do paladar;
 Distúrbios gastrintestinais como náuseas,
vômitos, diarreia;
 Cansaço;
 Diminuição do apetite; 
 Falta de ar. 

Medidas, recomendações e boas práticas de higiene para


prevenção e controle de doenças respiratórias como o COVID-
19:  
 Estimular a higienização frequente das mãos
dos funcionários e clientes;  
 Utilizar máscaras de proteção, as máscaras de
tecido devem ser substituídas a cada 4 horas,
as empresas devem fornecer máscaras
cirúrgicas à disposição de seus trabalhadores,
caso haja necessidade;
 Emitir comunicações sobre evitar contatos
muito próximos, como abraços, beijos e
apertos de mão;
 Manter distância segura entre os
trabalhadores, considerando as orientações do
Ministério da Saúde e as características do
ambiente de trabalho;
 Disponibilizar a todos os clientes e
funcionários o acesso fácil a pias providas de
água corrente, sabão líquido e toalhas
descartáveis. 
 Reforçar a limpeza de pontos de grande
contato como corrimões, banheiros,
maçanetas, terminais de pagamento,
elevadores, mesas, cadeiras etc; 
 Disponibilizar frascos com álcool 70% para uso
individual em cada mesa de atendimento;
 Orientar para que seja realizada a fricção das
mãos com preparação álcool 70% a cada
atendimento ou manipulação de documentos;  
 Intensificar a limpeza das áreas com água e
sabão, solução de água sanitária ou produto
próprio para limpeza;  
 Estabelecer rotina frequente de desinfecção de
artigos e equipamentos que possam ser de uso
compartilhado ou coletivo;  

 Utilizar EPI’s para higienização;


 Realizar a limpeza e desinfecção dos EPI`s por
20 segundos com  preparação alcoólica a
70%. 
 Guardar os EPI’s em locais separados dos
pertences pessoais;  
 Orientar o não compartilhamento de utensílios
como copos, talheres, pratos entre outros;  
 Instituir mecanismo e procedimentos para que
os trabalhadores possam reportar aos
empregadores se estiverem doentes ou com
sintomas; 
 Divulgar para todos os funcionários a adoção
de etiqueta respiratória ao tossir ou espirrar
onde deve-se cobrir o nariz e a boca com
lenços descartáveis ou toalha de papel,
descartando-os em seguida, e que se evite
tocar os olhos, nariz e boca, higienizando as
mãos na sequência.  
 Privilegiar a ventilação natural nos locais de
trabalho. No caso de aparelho de ar
condicionado, evite recirculação de ar e
verifique a adequação de suas manutenções
preventivas e corretivas; 

Notificar imediatamente à Vigilância Epidemiológica da Secretaria


Municipal de Saúde todo caso suspeito.

CIPA Grau de Risco III


Definição da Ergonomia
 
 
Desde a sua origem, a ergonomia tem como objetivo a adaptação do
trabalho, dos ambientes e das máquinas ao homem. No entanto, o
intuito da ergonomia deve ser o desenvolvimento, que inclui o dos
indivíduos por meio da implementação de situações de ação que
favoreçam o sucesso e a aquisição ou a construção do saber - fazer,
de conhecimentos e de competências.
 
Já o desenvolvimento das organizações deve ser por meio da
integração nas próprias formações de processos reflexivos, abertos
às capacidades de inovação dos próprios operadores. O desafio para
o ergonomista é desenvolver o potencial capacitante das
organizações para que elas contribuam simultaneamente e de modo
permanente para a melhoria do bem-estar dos trabalhadores, para o
desenvolvimento das competências e para a melhoria do
desempenho.
 

 
A NR-17 é a Norma que trata da Ergonomia e tem como objetivo
estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de
modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente. Conforme a Norma, as condições de trabalho
incluem aspectos relacionados:
 

 Ao levantamento, transporte e descarga de


materiais;
 Ao mobiliário do trabalho;
 Aos equipamentos e às condições ambientais
do posto de trabalho; e
 À organização do trabalho. 

Sendo assim, para avaliar a adaptação das condições de trabalho às


características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao
empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo
abordar, no mínimo, as condições de trabalho.

CIPA Grau de Risco III


Ergonomia Cognitiva
 

 
O ser humano, ao desenvolver um trabalho, envolve o físico e o
mental. O trabalho mental não se opõe ao trabalho físico, eles se
complementam e dizem respeito a todos os aspectos do trabalho
humano.
 
A ergonomia cognitiva, també m conhecida como engenharia
psicoló gica, pode ser definida como o ramo da ergonomia que se
preocupa com os aspectos mentais do trabalho, como percep ç ã o,
memó ria, raciocí nio e resposta motora.
 
Ela visa adequar as exigências cognitivas da atividade ao
trabalhador, facilitando a solução tecnologica, compreensão e
desenvolvimento das atividades à s necessidades e caracterí sticas
dos colaboradores.
 
Os estudos sobre a ergonomia cognitiva surgiram na década de 1960,
quando o psiquiatra Louis Le Guillant percebeu que os telefonistas
reclamavam muito de dores de cabeça e tinham mudanças repentinas
de humor.
 
Tais problemas não desapareciam com o fim do expediente, pelo
contrário, seguiam para fora do trabalho. Além disso, Guillant notou
que outros trabalhadores, de outras atividades que não apresentavam
grande esforço físico em si, também apresentavam as mesmas
queixas. 
 
Este é o ponto da ergonomia cognitiva. Se por um lado a ergonomia
física possui ações em prol do bem-estar físico de pessoas que
executam trabalhos que exigem força e movimentos repetitivos do
corpo, a ergonomia cognitiva tem sua atuação em relação ao
desgaste mental e ao esforço de ações cerebrais rotineiras.
 
Objetivos da ergonomia cognitiva:
 

 Aumento da memória e da atenção;


 Aumento da satisfação dos profissionais;
 Melhoria nos processos de tomada de decisão;
 Melhoria da psicomotricidade (integração das funções motoras e
mentais);
 Elevação da produtividade e eficiência dos colaboradores;
 Identificar tipos de inteligência;
 Promover a inteligência emocional;
 Aumentar a harmonia dentro da organização;
 Redução das chances dos funcionários desenvolverem quadros
depressivos ou de ansiedade, preservando a saúde mental e física;
 Diminuição da incidência de demissões, entre outros.

Existem diversas formas de implantar a ergonomia cognitiva no


trabalho e todas elas devem funcionar em sintonia para um melhor
aproveitamento.
 
Exemplos de como realizar a aplicação da Ergonomia Cognitiva: 
 

Recrutamento e seleção
 
Deve-se avaliar o perfil do candidato e verificar a compatibilidade
com o perfil exigido pela vaga, essa verificação é realizada com a
aplicação de testes psicológicos específicos que avaliam o nível
de atenção, memória, inteligência, raciocínio lógico, entre outros
fatores.
 
Treinamento e desenvolvimento
 
Realizar programas de treinamento e desenvolvimento onde os
colaboradores terão a oportunidade de aprimorar seus
conhecimentos, bem como desenvolver novas habilidades e
competências que irão contribuir para uma performance de
excelência.
 
Administração do Tempo
 
Conforme vamos executando atividades dentro da empresa, a
tendência é que a nossa atenção tenha uma queda,
como alternativa podemos buscar maneiras eficientes de otimizar e
organizar o nosso tempo, outra alternativa para solucionar esse
problema é promover pequenas pausas para que retorne a atenção no
nível máximo.
 
Ginástica laboral
 
Como forma de colocar o colaborador em movimento, a ginástica
laboral é uma atividade física que contribui para o aumento da
memória, atenção e bom humor dos colaboradores, servindo também
para evitar doenças como LER ou DORT.
 
Ambiente organizado
 
Tendo em vista que o nosso local de trabalho é onde passamos
grande parte de nosso dia e até mesmo de nossa vida, é fundamental
mantê-lo organizado. Caso contrário, ele pode impactar diretamente
em nossa atenção, criando estímulos que tiram o nosso foco do
trabalho, trazendo, com isso, uma sensação indesejada de estresse.
 
Efeitos dos Riscos Cognitivos:
 
 
Carga mental de trabalho
 
Dependendo da atuação ou das exigências, pode ocorrer uma
elevada carga mental de trabalho. Isso faz com que o colaborador se
sinta mais pressionado a entregar resultados, além de deixá-lo
sobrecarregado. Em níveis extremos, leva à Síndrome de Burnout
(distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema)  ou Esgotamento,
que faz com que o funcionário não seja capaz de desempenhar as
suas funções.
 
Transtornos psicológicos
 
Outro risco cognitivo que tem a ver com o desenvolvimento de
questões que afetam diretamente o psicológico. De acordo com  ISMA-
BR (International Stress Management Association no Brasil), o Brasil
tem a segunda população mais estressada, com o trabalho sendo a
principal causa. E segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o
país lidera o ranking na América Latina quando a depressão e a
ansiedade são os temas principais. Se o ambiente de trabalho não
tiver a ergonomia adequada, essas tendências são fortalecidas.
 
Perda de foco
 
A falta de motivação e a baixa percepção sobre o próprio trabalho
ainda conduz o profissional ao risco de não conseguir manter o foco e
a atenção. Diante da procrastinação, ele encontra menos facilidade
para cumprir tarefas específicas, bem como obedecer prazos e certas
exigências.
 
Dificuldade de aprendizado
 
A capacidade cognitiva também pode ser comprometida a ponto de o
colaborador ter dificuldade para aprender e consolidar novas
informações. Isso é prejudicial tanto para o desenvolvimento da
carreira quanto para a atuação na organização. Incapaz de reter
novos conhecimentos, o profissional corre o risco de não acompanhar
as transformações do mercado.
 
Incapacidade de tomar decisões
 
Além de tudo, talvez o colaborador não seja capaz de decidir de
maneira assertiva e pontual. Isso é especialmente grave no caso de
gestores e líderes, mas pode acontecer em menor escala. A paralisia
sobre qual caminho seguir compromete o próprio profissional, bem
como aqueles que dependem dele.

CIPA Grau de Risco III


Condições Ambientais de Trabalho
 

 
Conforme a NR-17, as condições ambientais de trabalho devem estar
adequadas às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à
natureza do trabalho a ser executado. Nos locais de trabalho onde
são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e
atenção constantes, como por exemplo: salas de controle,
laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de
projetos, são recomendadas algumas condições de conforto, como o
conforto acústico e térmico.
]
A respeito do conforto acústico em locais de solicitação intelectual e
atenção constantes, a norma discorre que os níveis de ruído devem
estar de acordo com o estabelecido na NBR 10152 -  Acústica —
Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações.
 
Apesar disso, a NR-17 diz que para as atividades que possuam essas
características mas não apresentam equivalência ou correlação com
aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para
efeito de conforto será de até 65 dB. Esta recomendação faz com que
a NR-17 se difira da NR-15 quando fala dos níveis de ruído, já que no
Anexo I, sobre Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou
Intermitente da NR-15, apresenta como exposição máxima para o
trabalhador, 85 dB durante oito horas.
 

 
É importante lembrar que, acima desses n í veis, o ruí do pode
provocar lesõ es no sistema auditivo do trabalhador, que é a chamada
Perda Auditiva Induzida por Ruí do, ou (PAIR), sendo necessário
tomar algumas providências para que o trabalhador não seja
prejudicado. Nos ambientes de trabalho em que s ã o executadas
atividades que requeiram atenç ã o e solicitaç ã o intelectual, o ruí do
prové m principalmente do esforç o vocal das pessoas, que é
necessá rio à execuç ã o de suas atividades.
 
Em grandes centros, o ruí do externo vindo de avenidas ou aeroportos
é um dos maiores problemas para a manuten ç ã o do conforto acú stico
do trabalhador que executa atividades intelectuais, pois muitas
edificaç õ es nã o possuem tratamento acú stico adequado, como
divisó rias acú sticas ou tratamento acú stico em paredes, janelas,
tetos e pisos. A respeito do conforto térmico, a NR-17 faz as
seguintes recomendações:
 

 Índice de temperatura efetiva entre 20°C e


23°C; 

 Velocidade do ar não superior a 0,75m/s; e

 Umidade relativa do ar não inferior a 40 por


cento. 

Para atender a esses itens da norma, normalmente esses ambientes


de trabalho possuem climatizaç ã o por sistema de ar-condicionado.
Na maioria das situaç õ es de trabalho, nã o há o emprego de fontes de
calor radiante para a execuç ã o das atividades, sendo assim, o
ambiente não possui temperatura excessivamente alta. Os crit é rios
de mediç ã o do conforto té rmico devem levar em conta a atividade
real do trabalhador, e a té cnica de mediç ã o deve ser realizada na
altura do tó rax do funcionário.
 

 
Além do Conforto Térmico e Acústico, a NR-17 ainda determina que
em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, seja
ela natural ou artificial, geral ou suplementar, mas que seja
apropriada à natureza da atividade. Outra recomendação é que a
iluminação suplementar ou geral deve ser projetada e instalada de
forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e
contrastes excessivos, sendo que a iluminação geral deve ser
uniformemente distribuída e difusa.
 
O ofuscamento é a sensaç ã o visual produzida por á reas brilhantes
dentro do campo de visã o. Pode ser causado por reflexo em
superfí cies especulares, que seria o ofuscamento refletido. A
iluminâ ncia muito alta pode levar a ofuscamento e, portanto, deve ser
limitada, para evitar erros, acidentes e fadigas visuais. O
ofuscamento desconfortá vel surge de luminá rias brilhantes ou
janelas. Por isso, para proteger o ofuscamento reflexivo, deve-se:
 

 Proteger o trabalhador contra visã o direta das


lâ mpadas; 
 Escurecer as janelas com anteparos como
cortinas e persianas; 
 Proporcionar acabamento de cor clara para
tetos e paredes e evitar pontos brilhantes;
 Proporcionar acabamento de superfí cie com
materiais pouco reflexivos; 
 Aumentar a á rea luminosa de luminá rias. 

A NR-17 ainda indica que os métodos de medição e os níveis


mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho
são os estabelecidos na Norma de Higiene Ocupacional n.º 11 da
Fundacentro, a NHO 11 - Avaliação dos Níveis de Iluminamento em
Ambientes de Trabalho Internos.
 
Sendo assim, é evidente que o conforto térmico, acústico e a
iluminação devem estar adequados ao local de trabalho e às
atividades desenvolvidas pelos profissionais para que não tenha má
influência sobre o desempenho dos funcionários.

CIPA Grau de Risco III


Mobiliário dos postos de trabalho
 

 
Por meio do grande número de queixas em ambulatórios médicos e
afastamento de trabalhadores em empresas, existe uma preocupação
maior com as características e necessidades dos trabalhadores. Em
consequência, surge a ergonomia, uma ciência que estuda a
adaptação do trabalho ao homem, propiciando conforto, bem estar
físico e mental ao trabalhador.  A perspectiva ergonômica tende a
desenvolver postos de trabalho que reduzem as exigências
biomecânicas e cognitivas, procurando colocar o trabalhador em uma
boa postura de trabalho.
 
A grande diferença entre as características corporais da população
leva a dimensionamentos inadequados dos postos de trabalho,
provocando esforços musculares estáticos e movimentos exagerados
dos membros superiores, membros inferiores e o tronco. Posturas
inadequadas e alcances forçados podem provocar dores musculares
resultando na queda de produtividade. É importante entender que não
adianta realizar o movimento correto, como, por exemplo, sentar em
uma cadeira, pois é preciso também que essa mesma cadeira tenha
as medidas de altura e encosto apropriados. Ou seja, a ergonomia é
mais abrangente que isso quando se trata dos postos de trabalho,
uma ferramenta utilizada pela ergonomia, é a antropometria, que
estuda as medidas físicas do corpo humano.
 
Atualmente, diversos setores da sociedade necessitam de um estudo
das medidas para poder ajustar os produtos e locais para os diversos
tipos de pessoas, como, por exemplo: as roupas, indústrias
automotivas, e aeronáuticas. As várias características humanas,
como etnias, sexo, faixa etária, entre outros, determinam diferentes
medidas antropométricas determinantes para se projetar qualquer
ambiente adequado de trabalho.
 

 
Do ponto de vista industrial, o ideal seria fabricar um único tipo de
produto padronizado, pois isto reduziria os custos. No entanto, do
ponto de vista do usuário, isto nem sempre proporciona conforto e
segurança. Desta forma, os estudos antropométricos possibilitam o
desenvolvimento de um único tipo de mobiliário para ser utilizado por
diversos biotipos. Geralmente, as pessoas realizam diversas
mudanças posturais quando permanecem por muito tempo na posição
sentada. Isto, porque frequentes variações de posturas aliviam não só
as pressões sobre o disco vertebral nutrindo a coluna, mas também
as tensões dos músculos dorsais de sustentação, o que reduz a
fadiga muscular.
 
Quando se fala em ergonomia, outro fator importante é a postura
adotada pelo trabalhador. É necessário que fique claro, que postura é
um termo geral que é definido como uma posição ou atitude do corpo
ou disposição relativa das partes do corpo para uma atividade
específica, de forma a realizá-la com menor gasto de energia. O
trabalho de digitação pode ser considerado simples do ponto de vista
intelectual, repetitivo após a aprendizagem, passando a ser
automatizado, muitas vezes levando o indivíduo que o desenvolve, ao
desinteresse e falta de estímulos para sua realização. Em trabalhos
assim, por menor que seja, sempre há utilização de carga mental para
que o trabalho seja executado com qualidade. Qualidade esta, que
pode ser comprometida se o ambiente não for adequado podendo
causar problemas visuais, posturais e musculares.
 
A NR-17, que trata da Ergonomia, diz que sempre que o trabalho
puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve
ser planejado ou adaptado para esta posição. Para trabalho manual
sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas,
escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador
condições de boa postura, visualização e operação, devendo atender
aos seguintes requisitos mínimos:
 

1. a) ter altura e características da superfície de


trabalho compatíveis com o tipo de atividade,
com a distância requerida dos olhos ao campo
de trabalho e com a altura do assento; 
2. b) ter área de trabalho de fácil alcance e
visualização pelo trabalhador; 
3. c) ter características dimensionais que
possibilitem posicionamento e movimentação
adequados dos segmentos corporais. 

 
Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos
seguintes requisitos mínimos de conforto:

1. a) altura ajustável à estatura do trabalhador e


à natureza da função exercida; 
2. b) características de pouca ou nenhuma
conformação na base do assento; 
3. c) borda frontal arredondada; 
4. d) encosto com forma levemente adaptada ao
corpo para proteção da região lombar. 

 
A partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido
suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do
trabalhador para as atividades em que os trabalhos devam ser
realizados sentados. Já para os trabalhos realizados em pé, devem
ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser
utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas. Para os
trabalhos que necessitam também a utilização dos pés, além dos
requisitos estabelecidos anteriormente os pedais e demais comandos
para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões
que possibilitem fácil alcance, ângulos adequados entre as diversas
partes do corpo do trabalhador, em função das características e
peculiaridades do trabalho a ser executado.  Nas atividades que
envolvam leitura de documentos para digitação, datilografia ou
mecanografia deve:
 

1. a) ser fornecido suporte adequado para


documentos que possa ser ajustado
proporcionando boa postura, visualização e
operação, evitando movimentação frequente do
pescoço e fadiga visual; e
2. b) ser utilizado documento de fácil
entendimento sempre que possível, sendo
vedada a utilização do papel brilhante, ou de
qualquer outro tipo que provoque
ofuscamento. 

 
Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados
com terminais de vídeo devem observar o seguinte:

1. a) condições de mobilidade suficientes para


permitir o ajuste da tela do equipamento à
iluminação do ambiente, protegendo-a contra
reflexos, e proporcionar corretos ângulos de
visibilidade ao trabalhador; 
2. b) o teclado deve ser independente e ter
mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo
de acordo com as tarefas a serem executadas;  
3. c) a tela, o teclado e o suporte para
documentos devem ser colocados de maneira
que as distâncias olho-tela, olho-teclado e
olho-documento sejam aproximadamente
iguais; 
4. d) serem posicionados em superfícies de
trabalho com altura ajustável. 

 
Desta forma, mesmo que o mobiliário esteja conforme às
características psicofisiológicas dos trabalhadores ainda há uma
questão importante: como garantir que os trabalhadores utilizem o
mobiliário de forma correta? Neste caso, é necessário que os
trabalhadores saibam, na teoria e na prática, a forma correta e como
manusear o mobiliário que utilizam, sendo de vital importância o
processo de educação e treinamento.  Em todo e qualquer processo, a
educação e em paralelo o treinamento é uma ferramenta
imprescindível, pois sem ela não existe possibilidade de mudança de
hábitos, nem de evolução pessoal.

CIPA Grau de Risco III


Levantamento, Transporte e descarga de materiais

É comum encontrarmos atividades em que os trabalhadores realizam


constantemente o levantamento, transporte e descarga de materiais.
A NR-17, que trata sobre a Ergonomia, destaca algumas definições e
determinações destas atividades. Para começar, a norma designa que
o transporte manual de cargas é referente a todo transporte no qual o
peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador,
considerando o levantamento e a retirada da carga. O termo
trabalhador jovem se refere a todo trabalhador com idade superior a
quatorze anos e inferior a dezoito anos.
Quando mulheres e trabalhadores jovens forem realizar o transporte
manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser
nitidamente inferior ao peso carregado por homens adultos, para que
não tenham sua saúde ou sua segurança comprometidas.
Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de
cargas que não sejam leves deve receber treinamento ou instruções
satisfatórias a respeito dos métodos de trabalho que deverá utilizar,
para não prejudicar sua saúde e prevenir acidentes. Durante essas
atividades, não deve ser exigido ou realizado o transporte manual de
cargas por um trabalhador, cujo o peso do material seja suscetível de
comprometer sua saúde ou sua segurança.

O transporte, levantamento ou descarga de materiais feitos por


impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou
qualquer outro aparelho mecânico deverão ser executados de forma
que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com
sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua
segurança. 
O trabalhador que pratica sua atividade laboral com repetidas
alterações da postura e com carga está sujeito ao aumento de
problemas na coluna, prejudicando a sua integridade. Devemos ter
em mente que a integridade e a durabilidade estão relacionadas à:

 Idade do trabalhador; 
 Duração da atividade; 
 Excesso de peso da carga transportada; 
 Movimentos e extensão do corpo realizados
com o peso do material; e 
 Aos efeitos causados através da atividade,
como possíveis problemas na coluna.

Por fim, a quantidade de força que o trabalhador poderá aplicar à


lombar depende do tipo de atividade e da postura que o indivíduo
deverá utilizar ao levantar, transportar e descarregar o material.

CIPA Grau de Risco III


Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC
 
Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) - é todo dispositivo,
sistema, meio fixo ou móvel de abrangência coletiva, destinado a
preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores usuários e
terceiros. São utilizados para proteção de segurança, enquanto uma
ou mais pessoas realiza determinada tarefa ou atividade. Entre os
principais objetivos do uso dos equipamentos de proteção coletiva,
estão:
 

 Evitar acidentes que envolvam tanto os


trabalhadores, como também outras pessoas
que venham a estar presentes naquele local de
trabalho;
 Minimizar perdas e aumentar a produtividade
da empresa através de uma melhora nas
condições de trabalho;
 Neutralizar ou ao menos reduzir os riscos que
anteriormente eram comuns em um
determinado local de trabalho.

 
Sendo assim, essas medidas visam à proteção não só de
trabalhadores envolvidos com a atividade principal, que será
executada e que gerou o risco, como também a proteção de outros
funcionários, que possam executar atividades paralelas nas
redondezas ou até de passantes, cujo percurso pode levá-los à
exposição ao risco existente.

CIPA Grau de Risco III


Normatização do Uso do EPC
 

 
As Normas regulamentares do Ministério do Trabalho que fazem
referência ao uso do equipamento de proteção coletiva são a NR-04 e
a NR-09. Segundo a NR-04, quando houver o SESMT (Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho) na empresa, este ficará responsável por, aplicar o seu
conhecimento em saúde e segurança do trabalho (SST) para reduzir
ou, se possível, eliminar os riscos existentes em todos os ambientes
de uma determinada empresa.
 
Já a NR-09, por sua vez, discorre sobre o PGR (Programa de
Gerenciamento de Riscos). De acordo com essa norma, durante o
processo de identificação dos riscos, é necessário que sejam
descritas todas as medidas de controle já existentes, incluindo, por
exemplo, o uso do EPC e do EPI (Equipamento de Proteção
Individual).
 
De acordo com a NR-01, a utilização do EPC e de outras medidas de
segurança coletiva, devem ser vistas como prioritárias pelas
empresas, enquanto o uso do EPI, este deve ser adotado apenas em
último caso.
 
Desta forma os Equipamentos de Proteção Coletiva deve ser adotado
ANTES dos Equipamento de Proteção Individual. Em geral os EPC
são mais eficientes do que o EPI e ainda tem a vantagem de não
fornecer incômodo ao trabalhador.
 
A empresa sempre que puder optar entre EPI e EPC deve optar pelo
EPC, a longo prazo sai bem mais em conta. Além disso, pode-se
evitar os desgastes na relação que ocorrem entre direção e
funcionários da empresa por causa da imposição pelo uso do EPI.
 
As empresas que não cumprem o previsto pelas normas
regulamentadoras podem ser multadas e penalizadas – no mínimo,
por descumprirem com a hierarquia obrigatória das medidas de
proteção. Em caso de acidentes, elas ainda pode responsabilizadas
por nexo de causalidade.

CIPA Grau de Risco III


Importância do Uso do EPC
 

O uso do equipamento de proteção coletiva possui um papel


fundamental para que ocorra uma diminuição no número de acidentes
de trabalho e de doenças ocupacionais. A Organização Internacional
do Trabalho (OIT) alertou para a situação preocupante envolvendo
acidentes de trabalho.
 
Segundo o diretor-geral da organização, Guy Ryder, são 2,3 milhões
de mortes por ano por acidentes e doenças de trabalho em todo o
mundo.
 
Outro dado alarmante é de que cerca de 860 mil pessoas sofrem
algum tipo de ferimento diariamente ao redor do mundo no ambiente
de trabalho. O especialista afirmou que os custos globais, diretos e
indiretos, chegam a 2,8 trilhões de dólares.
 
Como podemos perceber, infelizmente ainda ocorre um grande
número de acidentes em todo mundo, sendo que o Brasil está entre
os países com mais registros de acidentes. Porém, nos últimos anos
este quadro vem apresentando uma ligeira melhora, que pode ser
creditada, em parte, a crescente importância dada ao uso do EPC e
do EPI.
 
Com a queda no número de acidentes de trabalho e dos casos de
doenças ocupacionais, as empresas passam a ganhar vantagens
através do aumento da produtividade em resultado de uma acentuada
diminuição de funcionários afastados.
 
Além disso, o equipamento de proteção coletiva possui a vantagem
de não precisar ser trocado com frequência, exigindo apenas o
investimento inicial para adquiri-lo e sua manutenção periódica.
 
Segundo, uma série de debates levantados nos últimos anos pelo
Centro de Excelência em EPC (CE-EPC), o uso contínuo do
equipamento de proteção coletiva pode auxiliar na melhora do
desempenho profissional.
 
De acordo com a instituição, ao utilizarem o EPC, os trabalhadores se
sentem mais seguros dentro do ambiente de trabalho, o que também
contribui para aumentar a motivação e, consequentemente, a
produtividade desses profissionais.
 
Portanto, fica evidente a importância do EPC, quanto à Saúde e
Segurança do Trabalho (SST) no Brasil, sendo essa uma das formas
mais eficazes de se prevenir os acidentes e as doenças ocupacionais.

CIPA Grau de Risco III


Tipos de EPC
 
Existem diversos tipos de equipamentos de proteção coletiva  que são
usados de acordo com o tipo de serviço que será executado, bem
como quanto ao grau de risco que é oferecido às equipes e aos
terceiros envolvidos. Entre os principais podemos citar:
 
 

 Sinalização de Segurança (cones, placas, fitas,


correntes, avisos, etc)
 Isolantes Elétricos (banquetas, tapetes, fitas,
mantas)
 Sistemas contra Incêndios
 Redes de proteção
 Linha de vida - para trabalhos em altura.
 Cavaletes
 Ventilação dos locais de trabalho
 Proteção de partes móveis de máquinas;
 Exaustores para gases e vapores;
 Ar-condicionado ou aquecedor para locais
frios;
 Sensores de máquinas;
 Corrimão;
 Antiderrapantes;
 Ventiladores;
 Iluminação;
 Barreiras de proteção
 Guarda-corpos;
 Protetores de máquinas;
 Cabines para pintura;
 Purificadores de ar e água;
 Chuveiro e lava olhos de emergência;
 Kit para limpeza para produtos químicos;
 Sistemas de aterramentos elétricos
Como podemos perceber, há uma grande variedade de EPC’s,
inclusive podem também ser considerados EPC’s os equipamentos de
uso individual compartilhados pelo grupo, como kits de primeiros
socorros.

CIPA Grau de Risco III


Sinalização de Segurança

 
A sinalização de segurança é considerada um dos principais
Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC).
 
Quando falamos de sinalização de segurança a primeira coisa que
vem em nossas cabeças são as Placas de sinalização, porém, a
sinalização é muito mais que isso.
 

 
Além das placas a sinalização também é realizada por:
 
 cones,
 sons,
 fitas e/ou correntes de sinalização

A sinalização também ocorre através das cores, que podem sinalizar


grau de riscos, identificar os equipamentos de segurança e
tubulações, bem como delimitar áreas.
 
Sinalizar significa comunicar de alguma forma. Dispondo de placas,
adesivos, cartazes, cones, faixas, etc. com sinais gráficos, escritos
ou com objetos, que visam indicar, mostrar, apontar situações e/ou
informações rápidas sobre o local.
 
Desta forma, define-se a sinalização de segurança como um conjunto
de estímulos, que informam e orientam um indivíduo sobre algum
risco ou a melhor conduta a tomar perante determinadas
circunstâncias relevantes, como por exemplo uma rota de fuga em
caso de princípio de incêndio ou explosões, fornecendo assim uma
indicação ou uma prescrição relativa à segurança e/ou à saúde no
trabalho.

CIPA Grau de Risco III


Sistemas Contra Incêndios
 

 
Um sistema contra incêndio é um conjunto de elementos manuais
e/ou automáticos, que tem por objetivo detectar e/ou combater um
incêndio na sua fase inicial, evitando sua propagação.
 
 
Entre este conjunto de elementos, os mais utilizados são:
 

 Iluminação de emergência
 Detectores
 Alarme de incêndio
 Sinalização de emergência
 Extintores
 Hidrantes e mangotinhos
 Chuveiros automáticos
 Outros sistemas de extinção automática de
incêndio

O melhor projeto de segurança contra incêndio é realizado pela


implantação de um conjunto de sistemas de proteção ativa (detecção
do fogo, combate ao incêndio, etc.) e de proteção passiva (resistência
ao fogo das estruturas, compartimentação, entre outros).
 
Para se projetar um bom sistema é preciso analisar o ambiente que
se deseja proteger, analisar os riscos, verificar os materiais que estão
presentes no ambiente, as interferências arquitetônicas, a presença e
o fluxo de pessoas, entre outros fatores.
 
No combate a incêndios, vários agentes podem ser utilizados: água,
espuma, gás ou pó químico. Dependendo das classes de incêndio e
risco, alguns agentes podem ser combinados.

CIPA Grau de Risco III


Antiderrapantes

 
 
Os dispositivos antiderrapantes são aplicados com o objetivo de
evitarem acidentes decorrentes a quedas por meio de escorregões.
 
Infelizmente, escorregões são umas das causas mais frequentes de
acidentes nas empresas. As quedas fatais devido a escorregões e
tropeços matam centenas de pessoas anualmente. Porém, medidas
simples podem ser tomadas para reduzir o risco.
 
Devem ser utilizados materiais antiderrapantes nos pisos, escadas,
rampas, corredores e passagens dos locais de trabalho onde houver
perigo de escorregamento.
 
Ao projetar, construir ou reformar os ambientes de trabalho, os
responsáveis devem solicitar e utilizar os materiais antiderrapantes
nos locais necessários.
 
Existem, muitos tipos de antiderrapantes que são utilizados para
evitarem acidentes. Alguns são aplicados após observar sua
necessidade, que não havia sido considerada ao projetar, construir ou
reformar os ambientes.

CIPA Grau de Risco III


Aterramentos
 
O aterramento é a ligação através de um condutor à terra, podendo
ser de um equipamento ou de um sistema, por motivos de proteção ou
por exigência quanto ao funcionamento do mesmo. Desta forma, o
aterramento pode ser considerado um equipamento de proteção
coletiva, quando seu objetivo visa à proteção das pessoas (usuários)
e/ou trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nas
atividades. Em geral existem 3 tipos de aterramentos, podendo
ser Funcional, de Proteção e Temporário.
 

 O Aterramento Funcional consiste na ligação


de um dos condutores do sistema (geralmente
o neutro) à terra, e está relacionado com o
funcionamento correto, seguro e confiável da
instalação.
 O Aterramento de Proteção consiste na ligação
das massas e dos elementos condutores
estranhos à instalação à terra, visando assim a
proteção contra danos que possam ocorrer a
pessoas e animais e/ou a um sistema ou
equipamento elétrico.
 O Aterramento Temporário ou aterramento de
trabalho, consiste no aterramento em uma
parte do circuito de uma instalação elétrica,
que está normalmente sob tensão, mas é posta
temporariamente sem tensão, para que possam
ser executados trabalhos com segurança. Para
realizar este aterramento há um conjunto de
dispositivos que visam a proteção dos
trabalhadores.

CIPA Grau de Risco III


Coberturas Isolantes
 
As coberturas Isolantes são confeccionadas em materiais dielétricos,
possuindo diversos formatos e modelos. As coberturas possuem
características e especificações diferenciadas uma das outras, que
devem ser verificadas antes da utilização dos trabalhos, pois cada
qual possui dimensão e proteção específica para as classes de
tensões. As coberturas Isolantes podem ser permanentes ou
temporárias, dependendo da realidade e necessidade de segurança
para cada equipamento e serviço. 

Podemos dividir as Coberturas Isolantes em dois tipos,


sendo Rígidas ou Flexíveis. Ambas possuem a mesma função,
visando proteger os profissionais contra acidentes por eventuais
aproximações ou contatos com partes energizadas da estrutura e/ou
condutores elétricos, durante a execução de trabalhos próximos ou
em redes energizadas.
 

 
O que praticamente diferencia as coberturas isolantes rígidas das
flexíveis, é o material utilizado para sua fabricação, sendo que as
coberturas rígidas são geralmente fabricadas com polipropileno ou
polietileno de alta rigidez dielétrica e as flexíveis são fabricadas com
borracha.

CIPA Grau de Risco III


Barreiras de Segurança
 
O sistema de barreiras consiste na implantação de proteções físicas
que possibilitem eliminar, prevenir ou delimitar o risco, fluxo ou
acesso de pessoas, animais e/ou veículos, que possa causar danos
ou acidentes em áreas de risco ou áreas de trabalho.  
 
Desta forma as barreiras geralmente são destinadas a proteger
acessos acidentais em locais que apresentam algum tipo de risco,
porém temos que lembrar que não protegem dos acessos voluntários
por uma tentativa deliberada de contorno da barreira, por tanto se a
pessoa quiser pular, contornar ou atravessar a barreira, ela poderá
ter acesso voluntário a área delimitada, visto que as barreiras
proporcionam uma sinalização e bloqueio parcial da área.  

Existem diversos equipamentos que são utilizados para barreiras e


sinalização de trabalho, lembrando que há barreiras que podem ser
utilizados externamente ou internamente, dependendo de suas
características e necessidade, sendo que estas devem ser verificadas
junto ao fabricante. Alguns modelos encontrados no mercado são:  
 

 1. Grade Metálica Dobrável


 2. Cavaletes
 3. Cortina/grade de luz
 4. Barreiras Metálicas removíveis
 5. Barreiras Retráteis
 6. Grade de Perímetro
 7. Barreira com rede
 8. Defensa Metálica
 9. Barreira plástica de sinalização
 10. Barreira com cinto retrátil.
 11. Barreira ou cerca plástica de Segurança
 12. Cancelas.
 13. Entre outras… 

Como podemos perceber existem diversos tipos de barreiras,


podendo ser fixas ou temporárias, dependendo do objetivo e sua
utilização. Por isso é importante utilizar o equipamento que mais se
adapta a realidade de cada situação e necessidade.

CIPA Grau de Risco III


Proteção de Máquinas e Equipamentos
 
As proteções de máquinas e equipamentos são fundamentais para a
segurança dos profissionais que operam máquinas ou transitam
próximos à zona de perigo. As proteções geralmente fazem parte da
máquina e são utilizadas para prover proteção por meio de uma
barreira física. Dependendo de sua construção, a proteção pode ser
uma carenagem, cobertura, tela, porta, entre outras.
 
No entanto, existem proteções que não fazem parte da estrutura da
máquina, sendo uma proteção distante. Esta não cobre
completamente a zona de perigo, mas impede ou reduz o acesso em
razão de suas dimensões e sua distância, um exemplo disso seria
uma grade de perímetro ou uma proteção em túnel.
 

Grade de perímetro
 
O objetivo das proteções de máquinas e equipamentos é eliminar,
neutralizar ou minimizar os riscos aos quais os profissionais podem
estar expostos. Este objetivo é alcançado através de medidas
técnicas e operacionais preventivas, que devem ser adequadas a
cada situação e necessidade. O importante é que nenhum trabalhador
execute suas atividades expondo-se aos riscos.
 
Para isso, as proteções necessitam oferecer uma barreira que impeça
os riscos de acidentes, como a entrada das mãos, dedos ou até
mesmo a entrada acidental de um trabalhador na zona de perigo.
Outra preocupação seria a respeito dos riscos físicos, como nos
casos de ruídos de máquinas que podem prejudicar a saúde dos
trabalhadores.
 
 
A proteção de máquinas e equipamentos é uma barreira mecânica ou
eletroeletrônica que impede o acesso às zonas de perigo, ou seja,
protege dos mecanismos que oferecem perigo para as pessoas.
Devendo estas proteções serem preservadas, de forma a impedir que
os trabalhadores burlem os mecanismo de segurança.
 
Vale lembrar que máquinas e equipamentos em movimento são
particularmente perigosos. Mesmo movendo-se lentamente, os eixos
podem pegar roupas, cabelos, dedos e mãos dos trabalhadores, vindo
a causar sérias lesões que podem ser evitadas com uma proteção
adequada e sinalizações para lembrar os funcionários dos perigos
existentes.
 
Portanto, sempre que for projetado ou selecionado algum tipo de
proteção para uma máquina em particular, a mesma deve ser
adequada. Além disso, é importante avaliar o risco proveniente de
vários perigos presentes na máquina e as categorias previstas de
pessoas em risco. 
 
Desta forma, deve-se ter em mente uma visão global de todo o
processo, as pessoas envolvidas diretamente e indiretamente, bem
como os riscos potenciais inerentes às atividades, devendo ser
adotados diversos sistemas de segurança interligados para garantir a
máxima segurança de todos. Dependendo das características das
máquinas e equipamento são necessárias diversas proteções. De um
modo geral podemos dizer que as proteções são compostas por:
 

 Proteções Fixas;
 Proteções Móveis; e
 Dispositivos de segurança.

CIPA Grau de Risco III


Ventilação dos Locais de Trabalho
 

 
A ventilação é o processo que retira ou fornece ar por meios naturais
ou mecânicos em um recinto. Sendo um dos métodos disponíveis
para controle de um ambiente ocupacional. De um modo geral, um
sistema de ventilação deve garantir a renovação do ar interno e o
controle de temperatura.
 
Existem duas formas de ventilação, podendo
ser: Natural ou Mecânica.
 
A ventilação natural ocorre através das janelas, aberturas, elementos
vazados e etc.. que permitem que o ar circule naturalmente pelo
ambiente. A ventilação mecânica ocorre através da utilização de
motores ou mecanismos, como por exemplo: ventiladores, exaustores
e etc. Através da ventilação mecânica ocorre a insuflação ou a
exaustão do ar. Insuflação significa injeção de ar ou seja entrada do
ar, já a exaustão significa a retirada do ar.
 
Um ventilador pode insuflar ar em um ambiente, tomando ar externo,
ou exaurir ar desse mesmo ambiente para o exterior. Quando um
ventilador funciona no sentido de exaurir ar de um ambiente é
comumente chamado de exaustor. No ambiente Industrial, a
ventilação tem como principal objetivo reduzir e eliminar a exposição
de trabalhadores a contaminantes químicos presentes no ambiente de
trabalho como por exemplo névoas, gases ou vapores.
 
 
Deste modo a ventilação é a medida mais efetiva na promoção da
qualidade de vida em ambientes prejudiciais ao ser humano. A
ventilação também é bastante utilizada para realizar o controle de
temperatura, geralmente em ambientes quentes, que precisam
possuir ventilação para manter a qualidade e saúde dos
trabalhadores.
 
Portanto, a aplicação de sistemas de ventilação previne doenças
profissionais causadas pela concentração de pó suspenso no ar,
gases venenosos ou tóxicos ou partículas nocivas, bem como garante
uma qualidade e condições de trabalho.
 
Já sabemos que o conceito da ventilação se baseia na movimentação
do ar, porém, quando se trata de ventilação industrial, esta deve ser
planejada para que se possa atingir objetivos específicos no ambiente
de trabalho.
 
A movimentação do ar pode ocorrer através de meios mecânicos ou
naturais, tendo em vista que deve-se observar a dinâmica entre
pressão positiva e pressão negativa no ambiente.
 
Em um ambiente de pressão atmosférica comum, a insuflação e a
exaustão provocam uma pequena variação da pressão (considerada
desprezível). Dessa forma, a insuflação é chamada de pressão
positiva e a exaustão de pressão negativa. Métodos de ventilação que
são geralmente aplicados na indústria:
 

 insuflação mecânica e exaustão natural;


 insuflação natural e exaustão mecânica;
 insuflação e exaustão mecânica.
 
Vale salientar que a insuflação mecânica, ventilando ar externo em
um ambiente, deve ser verificada, pois nem sempre é recomendável,
uma vez que o ar externo pode estar contaminado por impurezas, ou
ainda com temperatura e umidade relativas inadequadas para o
processo de trabalho ou produtos manipulados.

CIPA Grau de Risco III


Iluminação
 

 
Ter um ambiente bem iluminado faz com que a visualização do
ambiente seja clara, fazendo com que as pessoas que ali estejam
consigam se movimentar com segurança e realizar as suas tarefas
com maior eficiência e de forma segura, sem que haja a fadiga visual
que pode vir a prejudicar a sua visão.
 
Falar de qualidade de iluminação no ambiente (principalmente de
trabalho) é também falar de saúde. Isso porque o olho humano se
adapta a iluminação do ambiente, abrindo as pupilas quando a
iluminação é baixa (por exemplo em uma grande sala com apenas
uma luminária) ou pela sensibilidade da retina quando percebe um
fator de iluminação alto (por exemplo quando saímos de um ambiente
fechado e vamos para a área externa em um dia ensolarado).
 
Quando o olho humano precisa se adaptar constantemente, acaba
causando uma sobrecarga nos olhos, tornando a visão difícil, o que
pode dificultar tarefas cotidianas (leitura de um texto) , causar
acidentes (estar em uma sala onde a iluminação não permita ver um
objetivo que está próximo) , e até mesmo ocasionar alguma
deficiência permanente na visão. Sendo assim, um ambiente com boa
iluminação se torna essencial.
 
Definir o que é uma iluminação de qualidade está ligado a muito
fatores, desde a maneira como a luz é fornecida, características da
cor, ofuscamento, luz natural no ambiente e mesmo o objetivo para o
qual o ambiente foi construído assim como as tarefas nele
desenvolvidas, por exemplo a iluminação necessária em um escritório
é diferente da iluminação de um centro cirúrgico.
 
Por tanto uma iluminação inadequada no ambiente profissional pode
prejudicar a saúde física e psicológica do funcionário, além de afetar
seu rendimento e acabar provocando um acidente de trabalho.

Critérios para Iluminação de qualidade


 
Com o objetivo de fazer com o que o ambiente ofereça:
 

 conforto visual (ou seja não forçar a visão


devido a baixa ou alta luminosidade);
 Desempenho visual (para que os trabalhadores
realizem as tarefas de forma tranquila ainda
que por um longo período);
 e segurança visual (perceber os perigos
existentes no ambiente).

Devem ser definidos alguns padrões nos itens como:


 

 Iluminância: que é intensidade de iluminação


 Distribuição da Luminância: que é a medida da
intensidade da luz refletida em uma direção
específica, levam em conta o quanto os olhos
se ajustam ao ambiente, interferindo na
visualização das atividades.
 Ofuscamento: que é o resultado de luz
indesejada no campo visual, ou seja é a
sensação de perder a visão ao olhar para uma
fonte que emite luz, e pode ocorrer também em
superfícies especulares (por exemplo usar um
espelho diretamente contra uma fonte de luz).
 Outro item a ser considerado é a
Direcionalidade: que é a iluminação focada
(direcionada) para algo específico, auxilia no
desenvolvimento de uma tarefa, justamente por
aumentar a visibilidade.
 Deve ser verificado também os Aspectos da
Cor: que está ligada a cor aparente da luz que
ela emite, que pode ser quente, intermediária
ou fria.
 Entre outros aspectos como Luz Natural,
Manutenção, Considerações sobre Energia,
Cintilação e Efeito estroboscópico.

 
 

 
 
Em falar de iluminação, não podemos esquecer da iluminação de
emergência, que deve seguir as normas e planejamento para
padronizar a segurança e instalação da iluminação de emergência em
ambiente fechados, para acionamento de iluminação complementar
no caso de falta de energia elétrica. Facilitando a movimentação das
pessoas no ambiente e evitando acidentes.
 
A Norma Regulamentadora NR-17 define: Os tipos, onde e como a
iluminação deve ser instalada, o tempo que as luminárias devem
permanecer em funcionamento, as fontes que alimentam as
luminárias (ou seja como as baterias são carregadas), entre outros
critérios.
 
A aplicação é fundamental para garantir tanto a segurança dos
usuários, pois permite a eles se locomover para abandonar o espaço
em segurança, bem como facilitar o trabalho de profissionais de
resgate no caso de um acidente, mantendo assim a segurança da
edificação como um todo.

CIPA Grau de Risco III


Sistemas de Proteção Contra Quedas
 
Falar em trabalho em altura é falar em risco ao trabalhador, visto que
as quedas podem deixar graves sequelas à saúde (com danos
irreparáveis), assim como levar à morte. Por este motivo, é essencial
que os trabalhadores estejam cientes dos riscos aos quais estão
expostos, dos procedimentos e dos métodos de trabalho indicados
para as atividades desenvolvidas, resguardando assim a própria vida
e a vida dos demais trabalhadores.
 
Mas o que é considerado trabalho em altura?
 

 
O trabalho em altura é definido pela NR-35 como toda atividade
executada acima de 2 metros de altura, onde existe risco de queda. A
norma define ainda que todo trabalho em altura deve ser planejado,
organizado e executado por trabalhador capacitado e autorizado.
Cabe ao empregador, garantir meios para que o trabalho seja
realizado com total segurança.
 
A proteção do trabalhador neste caso, se dá por meio dos
equipamentos de proteção Coletiva (EPC) e individual (EPI). Para
garantir que o trabalho seja realizado com total segurança e respeitar
a Norma Regulamentar, todo o trabalho em altura deve possuir um
Sistema de proteção contra quedas, e todo o trabalhador deve ser
capacitado com o curso da NR-35.
 
Os Sistemas de Proteção Contra Quedas - SPQ, são sistemas
destinados a eliminar o risco de queda dos trabalhadores ou a
minimizar as consequências da queda. Lembrando que estes
sistemas devem ser projetados por profissional legalmente habilitado
e instalados por profissionais capacitados.
 
Na utilização do sistema de proteção contra quedas, devem ser
considerados dois tipos de sistemas, o 1º é o sistema de proteção
coletiva contra quedas - SPCQ, que podem ser barreiras de proteção,
redes de proteção, telas, grades entre outros. Quando esse for
impossível de ser instalado ou insuficiente para a segurança total,
deverá ser adotado o sistema de proteção individual contra quedas-
SPIQ. O sistema de proteção individual contra quedas – SPIQ é
basicamente constituído dos seguintes elementos:
 

 sistema de ancoragem;
 elemento de ligação;
 equipamento de proteção individual.

O sistema de Ancoragem
 

 
Quando falamos em trabalho em altura, certamente um dos pontos
mais importantes para a segurança é a ancoragem. Ancorar
corresponde ao ato de amarrar, prender ou sustentar algo ou um
equipamento em algum lugar, proporcionando estabilidade. No
trabalho em altura, a ancoragem consiste em manter o trabalhador
conectado e estável, evitando uma possível queda, através de um
sistema onde cordas e cabos de aço são sustentados por estruturas.
 
O sistema de ancoragem corresponde a um conjunto de
componentes, integrante de um sistema de proteção individual contra
quedas, ou seja, o sistema de proteção individual é conectado ao
sistema de ancoragem. Por exemplo, o cinturão de segurança(1) é
preso ao ponto de ancoragem (3), através de um elemento de ligação
(2). Este ponto de ligação pode ser um talabarte, trava-queda guiado
ou trava-queda retrátil, entre outros. Lembrando que o tipo de
elemento de ligação dependerá da realidade e necessidade do
trabalho.
 
Linha de Vida ou Linha de Ancoragem
 
 
 
A linha de vida ou Linha de Ancoragem é um sistema fixo ou
temporário de proteção contra quedas para profissionais que
necessitam de maior movimentação nos trabalhos em altura. Os
sistemas de linha de vida temporários são aqueles montados,
utilizados e desmontados de acordo com os trabalhos a serem
executados. Os fixos são aqueles projetados, instalados e que
permanecem na estrutura.
 
Vale lembrar que é necessário ter no mínimo sempre 2 pontos de
ancoragem para ser instalada a linha de vida e o tipo de ancoragem
depende não apenas das atividades a serem desenvolvidas mas
também do material que irá suportar os mesmos. A linha de vida pode
ser considerada um equipamento de proteção coletiva, visto que pode
suportar vários trabalhadores ao mesmo tempo, sendo que a
quantidade dependerá do projeto realizado e recomendações do
fabricante.
 
Além disso, as linhas de vida podem ser verticais ou horizontais, de
acordo com o tipo serviço e movimentação necessária. Seja na
construção civil, energia, offshore ou na indústria em geral, cada
ambiente oferece condições e desafios únicos. Existem inúmeros
equipamentos, ferramentas e métodos de trabalho diferentes, o que
gera riscos variados para o trabalhador em altura.
 
É por isso que todo Sistema de Proteção Contra Quedas precisa de
um projeto detalhado, específico para cada local e operação,
obedecendo a todas as normas aplicáveis. O projeto deve ser
personalizado e realizado por profissional legalmente habilitado, onde
deverão ser analisados fatores como materiais utilizados, altura da
estrutura, formas de fixação, coeficientes de segurança, entre outros.

CIPA Grau de Risco III


Equipamentos de Proteção Individual - Conceito Básico
 
EPI é todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho nas seguintes circunstâncias:
 sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de
doenças profissionais e do trabalho;
 enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
implantadas;
 para atender a situações de emergência.
 
A empresa é obrigada a fornecer aos trabalhadores, gratuitamente,
EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e
funcionamento. O equipamento de proteção individual, de fabricação
nacional ou importada, só poderá ser posto à venda ou utilizado com
a indicação do Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão
nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do
Órgão Responsável pela Segurança e Saúde dos Trabalhadores.
 
Cabe ao empregador, quanto ao EPI:

 adquirir o adequado ao risco de cada atividade;


 exigir seu uso;
 fornecer ao trabalhador somente o equipamento aprovado pelo
órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde
no trabalho;
 orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, a guarda
e a conservação;
 substituir, imediatamente, quando este for danificado ou
extraviado;
 responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
 comunicar ao Órgão Responsável pela Segurança e Saúde dos
Trabalhadores, qualquer irregularidade observada;
 registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo adotar
livros, fichas ou sistema eletrônico.
 
Cabe ao empregado, quanto ao EPI:
 usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
 responsabilizar-se pela guarda e conservação;
 comunicar ao empregador qualquer alteração que torne o
equipamento impróprio para uso;
 cumprir as determinações do empregador sobre o uso
adequado.
 
Lembrando que a utilização de cada EPI depende do trabalho a ser
realizado.

CIPA Grau de Risco III


Responsabilidades, Direitos e Obrigações do
Empregador Referente ao EPI
 

 
Para que uma empresa possa conhecer todos os equipamentos de
proteção individual que devem ser fornecidos aos seus funcionários,
é necessário elaborar um estudo dos riscos ocupacionais. Esse tipo
de trabalho, facilita a identificação dos perigos dentro de uma planta
industrial, por exemplo, e ajuda a empresa a reduzi-los ou neutralizá-
los.
 
Além de orientar sobre as normas de segurança no trabalho, o
empregador deve exigir e fiscalizar o uso do EPI - Equipamento de
Proteção Individual. Até porque, a recusa do empregado em utilizar o
equipamento, não exime a culpa do empregador quanto aos danos
causados ao trabalhador em eventual acidente.
 
Os EPIs devem ser utilizados durante todo o expediente de trabalho,
seguindo todas as determinações da organização. Conforme a NR-06
o empregador está obrigado a fornecer aos empregados,
gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de
conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
 
a) Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças
profissionais e do trabalho;
b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
implantadas; e
c) Para atender a situações de emergência.
 
Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional e
observado o disposto no subitem 6.3, o empregador deve fornecer
aos trabalhadores os EPI adequados, de acordo com o disposto no
Anexo I da NR-6.

Segundo a NR-06 cabe ao empregador:


 

 Adquirir o EPI adequado ao risco de cada


atividade;
 Exigir o seu uso;
 Fornecer ao empregado somente EPI’s
aprovados pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho;
 Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso
adequado, guarda e conservação;
 Substituir imediatamente, quando danificado ou
extraviado;
 Responsabilizar-se pela higienização e
manutenção periódica;
 Comunicar ao Órgão Responsável pela
Segurança e Saúde dos Trabalhadores
qualquer irregularidade observada;
 Registrar o seu fornecimento ao trabalhador,
podendo ser adotados livros, fichas ou sistema
eletrônico.

 
Conforme o Art. 157 da CLT
 
Cabe às empresas:
 
I. Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do
trabalho;
II. Instruir o empregado, através de ordens de serviço, quanto às
precauções a serem tomadas no sentido de evitar acidentes do
trabalho ou doenças profissionais.
 
A empresa que não cumpre as normas regulamentadoras pode ser
multada, inclusive no caso de acidente no trabalho, pode caracterizar
responsabilidade por nexo de causalidade.
 
Para a Justiça do Trabalho, somente a comprovação de que o
empregado recebeu o equipamento de proteção, por escrito (através
de ficha de entrega de EPI), não retira do empregador o pagamento
de uma eventual indenização, pois, a norma estabelece que o
empregador deva garantir o seu uso, através de fiscalização e de
medidas coercitivas, quando for o caso.

CIPA Grau de Risco III


Responsabilidades, Direitos e Obrigações do Empregado
Referente ao EPI
 

 
Quando tratamos das atribuições nas empresas, cabe ao trabalhador:  
 

1. cumprir as disposições legais e regulamentares


sobre segurança e saúde no trabalho, inclusive
as ordens de serviço expedidas pelo
empregador; 
2. submeter-se aos exames médicos previstos
nas NR; 
3. colaborar com a organização na aplicação das
NR; 
4. usar o equipamento de proteção individual
fornecido pelo empregador.

Se o empregado se recusar a cumprir o que foi disposto nos tópicos


anteriores e não apresentar justificativa, ele poderá ser penalizado.
No entanto, o trabalhador poderá interromper suas atividades quando
constatar uma situação de trabalho onde, a seu ver, envolva um risco
grave e iminente para a sua vida e saúde, informando imediatamente
ao seu superior hierárquico. 
 

 
Se o empregador comprovar a situação de grave e iminente risco, ele
não poderá exigir o retorno dos trabalhadores à atividade enquanto
não forem tomadas as medidas corretivas. Todo trabalhador, ao ser
admitido ou quando mudar de função que implique em alteração de
risco, deve receber informações sobre:
 

1. a) os riscos ocupacionais que existam ou


possam originar-se nos locais de trabalho;  
2. b) os meios para prevenir e controlar tais
riscos; 
3. c) as medidas adotadas pela organização;
4. d) os procedimentos a serem adotados em
situação de emergência; 

A respeito das atribuições do empregado quanto ao EPI, temos:

 Usar o EPI apenas para a finalidade à que se


destina; 
 Responsabilizar-se pela guarda e
conservação; 
 Comunicar ao empregador qualquer alteração
que o torne impróprio para uso;
 Cumprir as determinações do empregador
sobre o uso adequado.

A fiscalização do uso do equipamento de proteção é obrigação do


empregador. Conforme o artigo 158 da Consolidação das Leis
Trabalhistas - CLT, o empregado pode ser penalizado ou receber
justa causa por não apresentar uma justificativa ao empregador ao se
recusar a utilizar o EPI. Se o empregador não cumprir com o que diz
no artigo 157 da CLT, o empregado tem o direito de ter seu contrato
de trabalho rescindido por culpa do empregador, sem prejuízo de
responsabilidade civil, criminal e administrativa.
 
Ainda de acordo com a CLT, o artigo 482 estabelece que o
empregador poderá promover a rescisão por justa causa devido à
falta grave por razões disciplinares, sendo a demissão por justa
causa a mais severa das penalidades que pode ser aplicada ao
empregado, o motivo deve ser suficientemente grave e ficar
devidamente comprovado.
 
Sendo assim, é fundamental que o empregado esteja atento às suas
atribuições, pois se forem cumpridas de forma adequada, contribuirão
com a prevenção de acidentes garantindo a preservação de sua
saúde e segurança.

CIPA Grau de Risco III


Importância do EPI

 
Os Equipamentos de proteção individual (EPI’s) são ferramentas de
trabalho que visam proteger a saúde do trabalhador, reduzindo
possíveis riscos ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o
exercício de uma determinada atividade. O uso deste tipo de
equipamentos , deverá ser contemplado sempre que não for possível
tomar medidas que permitam eliminar os riscos do ambiente em que
se desenvolve a atividade.
 
Além disso, o EPI também é usado para garantir que o profissional
não será exposto a doenças ocupacionais, que podem comprometer a
capacidade de trabalho e de vida dos profissionais durante e depois
da fase ativa de trabalho. O uso dos equipamentos de proteção é
determinado por uma norma técnica NR 6, que estabelece que os
EPIs sejam fornecidos de forma gratuita ao trabalhador para o
desempenho de suas funções dentro da empresa.
 
O simples fornecimento dos equipamentos de proteção individual não
garante a proteção da saúde do trabalhador. Incorretamente
utilizados, os EPI’s podem comprometer ainda mais a sua segurança.
O uso correto dos EPI é um tema que vem evoluindo rapidamente e
exige a reciclagem contínua dos profissionais através de
treinamentos e do acesso às informações atualizadas.
 
Bem informado, os profissionais poderão adotar medidas cada vez
mais econômicas e eficazes para proteger a saúde dos trabalhadores,
além de evitar problemas trabalhistas. Infelizmente, Há muitos mitos
sobre os EPI’s o que acaba causando a não utilização dos mesmos:
como:
 
 EPI’s são desconfortáveis:
 O operário não usa EPI
 EPI’s são caros
 Em relação a fala de que os EPI’s são desconfortáveis:
Realmente , os EPI’s eram muito desconfortáveis no passado,
mas atualmente existem EPI’s confeccionados com materiais
leves e confortáveis. A sensação de desconforto está associada
a fatores como a falta de treinamento e ao uso incorreto.
 Sobre a fala de que O operário não usa EPI: o trabalhador
recusa-se a usar os EPI’s somente quando não foi
conscientizado do risco e da importância de proteger sua
saúde. O bom profissional exige os EPI’s para trabalhar.
 Em relação ao mito de que EPI’s são caros: Estudos
comprovam que os gastos com EPI representam em média
menos de 0,05% dos custos de uma obra. O uso dos EPI’s é
obrigatório e o não cumprimento da legislação pode acarretar
em multas e ações trabalhistas.
Acreditamos que o desenvolvimento da percepção do risco aliado a
um conjunto de informações e regras básicas de segurança são as
ferramentas mais importantes para evitar a exposição e assegurar o
sucesso das medidas individuais de proteção a saúde do trabalhador.
 
A NR-06 lista os Equipamentos de Proteção Individual, subdividindo
em grupos, como por exemplo, proteção de cabeça, olhos e face,
auditiva, respiratória, tronco, membros superiores, membros
inferiores, corpo inteiro e contra quedas com diferencial de nível.

CIPA Grau de Risco III


Tipos de Capacete
 
O capacete de segurança é um Equipamento de Proteção Individual
(EPI) imprescindível para diminuir os riscos de ferimentos graves em
caso de acidente, pois protege a cabeça do usuário contra impactos
causados pela queda de objetos, riscos elétricos, entre outros perigos
que possam estar presentes no ambiente de trabalho.
 
A Norma que estabelece os tipos e classes de capacetes de
segurança para uso ocupacional é a NBR 8221.  Ela fixa os requisitos
mínimos quanto às características físicas e de desempenho, além de
prescrever os ensaios para a avaliação dos referidos capacetes, que
são destinados à proteção da cabeça contra impactos, penetrações e
riscos elétricos no uso ocupacional.
 
De acordo com esta Norma, os capacetes de segurança são
classificados em Classes G e E, quando referentes aos riscos
elétricos, e C, que se refere a capacetes condutivos. Além das
classes, temos os capacetes Tipos I e II, para a proteção contra
impactos.
 

 
 Acompanhe a seguir a descrição de cada uma destas classificações:
 

 Capacete Classe G (geral): O capacete de


segurança Classe G é concebido para reduzir o
risco de choque elétrico quando houver contato
com condutores elétricos de baixa tensão, ele
é ensaiado com 2.200 V. Observação: Esta
tensão não busca ser um indicador da tensão
na qual o capacete protege o usuário.
 Capacete Classe E (elétrico): O capacete de
segurança Classe E é concebido para reduzir o
risco de choque elétrico quando houver contato
com condutores elétricos de alta tensão, ele é
ensaiado com 20.000 V.  Observação: Assim
como para o outro capacete, a tensão acima
não busca ser um indicador da tensão na qual
o capacete protege o usuário.
 Capacete Classe C (condutivo): O capacete
de segurança Classe C não oferece proteção
contra riscos elétricos. São indicados para uso
geral, sendo normalmente utilizados na
construção civil e indústrias.
Tipos de Capacete
 
Os capacetes de segurança também são classificados conforme a
proteção oferecida contra impacto, sendo subdivididos em Tipo I e
Tipo II. 

Subdivisão das classes dos capacetes de acordo


com seus tipos
 

 Tipo I: Capacete com aba total

O capacete de segurança Tipo I tem o objetivo de reduzir a força de


impacto resultante de um golpe no topo da cabeça. Confeccionado
com aba em todo o seu perímetro, ele oferece maior área de proteção
contra objetos que possam atingir a cabeça, radiação solar,
escorrimento de líquidos e também proporciona maior afastamento de
possíveis contatos com energia elétrica. É ideal para trabalhadores
externos que passam a jornada de trabalho em exposição ao sol e a
variações climáticas como vento e chuva.
 

 Tipo II: Capacete com aba frontal

O capacete de segurança Tipo II é concebido para reduzir a força de


impacto resultante de um golpe no topo ou nas laterais da cabeça.
Tem a aparência de um boné, pois possui aba somente na região
frontal, oferecendo proteção ao rosto e aos olhos. É muito comum
esse EPI ser usado na construção civil.
 
 
Especificações mínimas para capacetes Tipo I e Tipo II 
 
Para se atestar a qualidade dos capacetes, torna-se fundamental
analisar os seguintes requisitos.
 

 Inflamabilidade
 Transmissão de força
 Penetração no topo
 Requisitos de isolamento elétrico
 

 
Inflamabilidade
 
Para testar a inflamabilidade do capacete, é colocada uma chama de
ensaio em contato com o casco, criando uma nova chama no próprio
capacete. Esta nova  chama deve se extinguir em até cinco segundos
após a remoção da chama de ensaio, ou seja, a utilizada para testá-
lo.
 

 
Transmissão de força
 
Para entender esse teste, é preciso conhecer duas definições: a de
cabeça-padrão e a de newtons:
 
 Cabeça-padrão é um dispositivo em formato
semelhante ao de uma cabeça, utilizado nos
ensaios com capacetes. Elas são feitas em
materiais, dimensões e pesos específicos para
cada tipo de teste, servindo como suporte.
 Um newton corresponde à força exercida sobre
um corpo de massa igual a 1 kg, que lhe induz
uma aceleração de 1 m/s² na mesma direção e
sentido da força. Em outras palavras, newton é
a forma usada para medir a força do impacto
que um objeto com determinado peso gera ao
cair de certa altura.

 
No caso, é medida a força do impacto do míssil de teste na superfície
do capacete, e o capacete deve absorver essa força sem passá-la
para a cabeça-padrão.
 
Em questão à transmissão de força, o capacete de segurança deve
ser ensaiado de acordo com requisitos específicos e não pode
transmitir uma força superior a 4.450 Newton para a cabeça-padrão
utilizada nos testes. O ensaio é realizado repetidas vezes, para cada
sessão de testes deve ser calculada a média das forças máximas
transmitidas nos ensaios individuais. O valor da média não pode ser
superior a 3.780 Newton.
 

 
Penetração no topo
 
O punção é uma estrutura metálica pontuda que serve para perfurar o
capacete durante os testes de penetração. Para o teste, deve-se
seguir as recomendações específicas de peso e formato dos
equipamentos e, assim, deixar que o punção caia de determinada
altura com a ponta sobre o capacete, de forma que a aceleração seja
compatível com a especificada na norma. O punção não pode entrar
em contato com o topo da cabeça-padrão durante o teste, do
contrário, o capacete não será aprovado.
 
 
Requisitos de isolamento elétrico
 
Capacetes de segurança Classe G e Classe E devem atender aos
requisitos de isolamento elétrico, ou seja, cada um deve ser ensaiado
com sua respectiva voltagem especificada na norma. O objetivo do
teste é verificar se o capacete transmite um nível de eletricidade além
do aceitável para o crânio do usuário, se esse for o caso, ele não é
aprovado. O capacete de segurança Classe C não é ensaiado para
isolamento elétrico.
 

 
Uso adequado dos capacetes
 

 O capacete deve ser usado com a aba frontal


virada para a frente;
 Não deve-se utilizar capacetes com o casco
trincado ou fissurado;
 É proibido o uso de gorros ou bonés por baixo
do capacete, afinal, ele não foi projetado para
ser usado assim. O boné ou gorro diminui o
poder de fixação da aranha do capacete na
cabeça do empregado. Com o boné, o
capacete cai da cabeça com mais facilidade;
 O capacete deve ser lavado com sabão neutro;
 O capacete só deve ser utilizado se apresentar
certificado de aprovação;
 O trabalhador que utilizar o equipamento deve
fazer um ajuste firme, mas confortável.

 
Descarte
 
O capacete não deve ser utilizado se:
 

 O resultado das verificações (antes do uso,


durante inspeções de rotina) não for
satisfatório;
 O equipamento tiver sofrido esforços
importantes ou uma queda importante;
 O trabalhador não conhecer o histórico
completo de sua utilização;
 O produto tiver mais de cinco anos e for
composto de materiais plásticos ou têxteis.

O não respeito a qualquer uma destas advertências pode ser a causa


de ferimentos graves ou mortais. Desta forma, podemos concluir que
conhecer os tipos e classes dos capacetes de segurança do trabalho
é de suma importância para poder realizar a escolha do modelo
adequado para cada tipo de atividade, garantindo a eficácia na
proteção à saúde e segurança do trabalhador.   

CIPA Grau de Risco III


Importância dos Equipamentos de Proteção dos Olhos e
Face
 

 
Alguns empregos que estão disponíveis no mercado atualmente
podem no caso de fábricas e construções, por exemplo, causar danos
aos funcionários, como lesões na cabeça, danos nos olhos, na face e
nos demais membros.
 
 
Sendo assim, para evitar estes acidentes, o ideal é se proteger
devidamente com equipamentos de proteção individual
especializados. Dentro do funcionamento de uma fábrica existem
alguns tipos de máquinas que podem atingir os funcionários no rosto
e nos olhos, como é o caso de farelos e pequenas partes de
substâncias que são emitidas pela máquina, tais substâncias quando
entram em contato com os olhos chegam até a cegar o trabalhador,
recomenda-se então, que sejam utilizados equipamentos corretos de
segurança para essas regiões.
 
Importância da proteção dos olhos
 
Os olhos são uma das regiões mais sensíveis de todo o nosso corpo
e por isso merecem atenção redobrada em serviços em indústrias e
construções, onde pequenas porções de matéria, ou mesmo faíscas e
gases, podem atingi-los. O que ressalta a importância do uso de
equipamentos de segurança, que servem para protegê-los não
somente de partículas, mas de outros fatores, como luminosidade
intensa, radiação ultravioleta e radiação infravermelha.
 
Os óculos protetores protegem os olhos de areia, fagulhas, gases,
pancadas, pó, vento e energia radiante. Não somente o trabalhador
que faz o serviço deve estar com os óculos de proteção, mas também
todos que o cercam.
 

 
O trabalhador que faz uso de óculos de grau não está dispensado do
equipamento de proteção dos olhos, no EPI pode ser feita a correção
óptica necessária ou até mesmo o uso de óculos de sobreposição
(óculos de sobrepor). É importante frisar que o uso dos óculos de
grau é proibido por apresentarem o risco de serem estilhaçados e
entrarem em contato com os olhos.
 
É fundamental lembrar que os olhos são áreas muito sensíveis do
corpo, logo, exigem um cuidado maior para evitar queimaduras e
perfurações do globo. 
 
Importância da proteção da face
 
A face em si é tão importante quanto à proteção dos olhos, deve-se
então, ser usados EPI’S em locais que possam oferecer riscos ao
trabalhador.
 
Os protetores faciais visam dar proteção à face e ao pescoço contra
impacto de partículas volantes, respingos de líquidos prejudiciais,
protegendo contra ofuscamento e calor radiante.
 

 
Estes EPI’S são recomendados quando a projeção de partículas
volantes oferece maior risco, como no caso de operadores de
equipamentos em madeireiras, em serralherias, na aplicação de
defensivos; apicultura; jateamento; riscos químicos e biológicos.

CIPA Grau de Risco III


Proteção Auricular
 

 
O ouvido é uma região muito sensível do corpo e está exposto a
diversos riscos no nosso dia a dia, seja no lazer ou nas tarefas
profissionais. Porém, no ambiente de trabalho existem limites de
tolerância para evitar futuras complicações e ameaças à saúde do
trabalhador. O ruído é o principal risco existente que ameaça a saúde
da audição nos locais de trabalho. Por isso, entendemos que
respeitar as normas de segurança é essencial para a proteção
auditiva eficaz e para a prevenção dos riscos existentes.
 
Prevenir as doenças ocupacionais faz parte do dia a dia dos
profissionais da segurança do trabalho, a avaliação dos riscos e a
atenuação dos ruídos são de extrema importância para escolher o
equipamento de proteção auditiva ideal. Quando um ambiente de
trabalho ultrapassa os limites de tolerância que a norma determina, é
obrigação do empregador fornecer o EPI adequado para aquela
atividade.
 
Ao ser exposto a ruídos contínuos, o nosso ouvido reage produzindo
um zumbido, que a curto prazo não parece ser um problema, porém, a
longo prazo, esses barulhos podem causar perdas auditivas até
mesmo permanentes. De acordo com a NR 6, atuando juntamente
com a NR 15, ela determina que a empresa deve disponibilizar tanto
os EPI’s para proteção auditiva, quanto um treinamento para que a
proteção seja total.
 
Segundo a NR 15, os níveis de ruídos contínuos ou intermitentes
devem ser medidos em decibéis, com instrumento de nível de pressão
sonora. As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do
trabalhador.
 

 
A avaliação quantitativa é realizada através dos equipamentos de
medição para avaliar os riscos ocupacionais existentes nos locais de
trabalho, neste caso, o ruído. Os equipamentos utilizados para avaliar
o risco do ruído podem ser: decibelímetro e dosímetro.
 
O decibelímetro é utilizado para registrar os picos do ruído, já o
dosímetro é recomendado para qualificar e definir a dose de uma
jornada inteira de trabalho, calculando a média de ruído correta.
 
A NBR 16077 estabelece o método de cálculo do nível de pressão
sonora, com o objetivo de fornecer a proteção auditiva por meio de
abafadores de ruídos ou outros protetores auriculares. Este método é
definido através do nível de redução de ruído (NRR).
 
A estimativa do nível de pressão sonora na orelha protegida pode ser
calculada por dois métodos, o método longo e o método simplificado:
 
O método longo leva em conta o espectro do ruído presente no
ambiente e deve ser utilizado quando os dados necessários para
cálculo puderem ser medidos conforme o nível de pressão sonora
equivalente da exposição. Caso contrário, deve ser utilizado o método
simplificado, que é uma aproximação calculada, baseada em um
número único de atenuação do protetor auditivo.
 
O profissional deve averiguar se o NRR que o EPI possui é
compatível com os ruídos produzidos no ambiente de trabalho, para
que a proteção auditiva através dos protetores auriculares seja
realizada de maneira eficaz.
 
Através destes dados, são estabelecidos limites de tolerância para
ruído contínuo ou intermitente. Sendo assim, é disposta uma tabela
que apresenta níveis de ruídos decibéis e seu limite máximo
permissível por dia, como, por exemplo: quando em contato com 85
decibéis, o trabalhador deverá ficar exposto no máximo a 8 horas.
 

 
Segundo a norma regulamentadora NR15, qualquer atividade
comercial que ultrapasse os 85 decibéis em uma jornada de trabalho
de oito horas é considerada insalubre. Isso porque ruídos acima
deste nível podem prejudicar não somente a saúde auditiva do
funcionário, como também afetar a produtividade.

CIPA Grau de Risco III


EPI para Proteção Respiratória
 

 
Ambientes como construções e fábricas muitas vezes apresentam
componentes contaminantes no ar, que podem prejudicar o corpo
humano quando inalados. Para isso existem os equipamentos de
proteção respiratória (EPR), ou respiradores, que tem como objetivo
prevenir que o trabalhador se exponha a substâncias perigosas por
meio da inalação e também ao ar com pouco oxigênio. Porém, o uso
desses equipamentos é considerado o último recurso na hierarquia
das medidas de controle e deve ser adotado somente após cuidadosa
avaliação dos riscos.
 
Quando não for possível prevenir a exposição de substâncias
perigosas ao local, o controle de exposição adequado deve ser
alcançado, se possível, pela adoção de outras medidas de controle
que não o uso de respiradores. Medidas como substituição das
substâncias por outras menos tóxicas, confinamento da operação,
sistema de ventilação local ou redução do tempo de exposição devem
ser consideradas.
 

 
No entanto, existem situações nas quais ainda pode ser necessário o
uso de um respirador, como quando as medidas de proteção coletiva
implementadas não forem suficientes, enquanto as mesmas estiverem
sendo implementadas, ou ainda em casos de caráter emergencial,
garantindo uma completa proteção ao trabalhador contra os riscos
existentes no ambiente de trabalho.
 
Qualquer modificação, mesmo que pequena, pode afetar de modo
significativo o desempenho do respirador e invalidar a sua aprovação.
Portanto, estes equipamentos só devem ser colocados em uso
quando possuírem o certificado de aprovação e sua utilização estiver
em conformidade com os requisitos legais.
 

 Contaminantes

Os respiradores oferecem proteção contra diversos tipos de


contaminantes, que são agentes químicos ou biológicos presentes em
um determinado ambiente que tenham algum potencial de causar
efeitos prejudiciais ao organismo, dependendo de sua concentração
no ambiente.¹ Os contaminantes podem vir por meio de partículas
sólidas, líquidas, gasosas ou até mesmo radioativas:
 

 Partículas Sólidas

Poeiras: são pequenas partículas suspensas no ar geradas pela


ruptura mecânica de um sólido, como, por exemplo, quando uma
pedra é cortada em uma marmoraria.
 

 
Fumos: são gerados termicamente, geralmente em processos de
soldagem ou fundição. O material sólido é aquecido e torna-se um
vapor, que, por sua vez, condensa e volta a ser um sólido, dessa vez
dividido em pequenas partículas.
 
 
 

 Partículas Líquidas

Névoas: partículas líquidas suspensas no ar geradas pela ruptura


mecânica de um líquido, como nas pinturas a revolver.
 

 
Alguns autores consideram as partículas líquidas geradas pela
condensação do vapor como neblina, diferenciando-a da névoa.
 
Vapores: São resultantes da vaporização de líquidos para formar
gases menos densos que as névoas em condições normais de
temperatura e pressão.
 

 Partículas Gasosas
Gases: substâncias que, em condições normais de pressão e
temperatura, estão no estado gasoso, como dióxido de enxofre, gás
carbônico e amônia.
 

 Partículas Radioativas

Radiação: é a transmissão de energia por meio de ondas ou


partículas. Muitas vezes ela é encontrada no ramo da construção civil
por meio de formações rochosas ou até mesmo no próprio cimento. É
importante evitar a respiração prolongada dessas partículas, pois são
cancerígenas.
 

 
Dependendo da química envolvida em cada tipo de partícula, sua
inalação em grande quantidade pode causar doenças respiratórias,
alergias e irritações nas vias aéreas. Nos casos mais graves, a
exposição prolongada pode levar a danos a diversos órgãos,
convulsões e até a morte.
 
Desta forma, é fundamental utilizar respiradores em ambientes que
apresentam contaminantes para não ocasionar riscos à saúde durante
a realização das atividades.

CIPA Grau de Risco III


Importância dos equipamentos de proteção para as mãos
 
 
Como os trabalhadores utilizam principalmente as mãos nos serviços, o ideal
é que eles possuam equipamentos de proteção. Segundo a Norma
Regulamentadora Nº6, os equipamentos que realizam essa proteção são as
dedeiras, que agem contra riscos abrasivos e escoriantes, os cremes
protetores que atuam contra agentes químicos e as luvas.
 
No entanto, as luvas são as mais utilizadas para proteger essa parte do corpo,
que ocupa o primeiro lugar entre as mais atingidas nos acidentes de trabalho.
Para fazer a escolha do equipamento que será utilizado é necessário a
presença de um indivíduo capacitado em segurança do trabalho, pois ele irá
considerar, por exemplo, o tamanho das mãos do trabalhador, o tipo de
material e a textura do equipamento que é mais recomendado para aquela
atividade conforme os riscos que ela apresenta.

Classificação das luvas

 
Esse equipamento pode ser caracterizado quanto à sua proteção e quanto à
sua estrutura. As luvas protegem contra diferentes riscos, como:
 

 Riscos físicos: choques elétricos e queimaduras;


 Riscos biológicos: vírus e bactérias;
 Riscos mecânicos: cortes e perfurações;
 Riscos químicos: exposição a substâncias perigosas
a saúde do trabalhador, como o formol por exemplo.

A respeito da sua estrutura, as luvas podem ser leves, médias e pesadas:


 

1. Leves – luvas de grande flexibilidade, utilizadas em


atividades que necessitam destas características,
como as luvas de proteção cirúrgica.
2. Médias – oferecem boa maleabilidade, mesmo sendo
utilizadas em atividades que necessitam de uma
moderada proteção à abrasão e cortes, entre outros.
Um exemplo de luva média seria a luva pigmentada
contra abrasivos.
3. Pesadas – por serem mais grossas, possuem pouca
maleabilidade dependendo do material em que são
fabricadas, uma vez que necessitam de maior
proteção contra o risco de cortes, abrasão, e
excesso de calor, etc. Um exemplo dessa luva seria
as anti-corte.

De uma forma geral, as luvas usadas por trabalhadores nas mais variadas
áreas devem estar em perfeito estado e não possuir buracos e nem cortes.
Todo profissional que precisar usar luvas de segurança no trabalho deve usar
de acordo com o tamanho de suas mãos. O material da luva vai de acordo com
a necessidade e é escolhido pelo profissional de segurança do trabalho. No
caso das luvas sofrerem algum dano, é necessário falar com o responsável e
trocar o equipamento.

CIPA Grau de Risco III


EPI’s para Proteção dos Pés
 

 
Existe um grande número de riscos para os trabalhadores em
diversas empresas, um deles seria a respeito dos pés, que podem vir
através da queda ou rolamento de materiais pesados, riscos elétricos,
substâncias quentes ou corrosivas, e até mesmo uma área
escorregadia, sendo assim, é recomendável o uso de EPI’s para
evitar transtornos e acidentes. 
 
No entanto, mesmo sabendo da importância do uso dos calçados para
cada atividade específica, alguns trabalhadores ainda não utilizam de
forma correta ou até deixam de usar, por isso, é necessário que tenha
algum funcionário responsável por fiscalizar se estão utilizando, se
usam de forma adequada e se armazenam conforme as exigências.
 
Como sabemos, o perigo que o trabalhador está exposto se liga
diretamente com a atividade que ele exerce, neste caso, quando
tratamos das principais consequências, podemos citar as seguintes:
 

 Luxação
 Torção
 Escoriação
 Corte 
 Fratura
 Esmagamento 
 Amputação 
 Queimaduras

 
Levando em consideração todas as lesões, é notável que o uso do
EPI não pode ser ignorado. 
 
Exemplos de EPI para proteção dos pés 
 
São diversos os equipamentos de proteção para os pés, entre eles
estão:
 
 

 Sapatos ou botas contra riscos de queda,


esmagamento ou rolamento;
 Calçados eletricamente condutores: que evitam
o acúmulo de eletricidade estática em áreas
com potencial para atmosferas explosivas ou
não condutores para proteger os trabalhadores
de riscos elétricos no local de trabalho;
 Botas de fundição: são resistentes a
temperaturas altas e também a metais
fundidos;
 Botas impermeáveis ou à prova d’água:
mantém os pés secos em ambientes molhados.
 Botas resistentes ao deslizamento:feitas com
solados apropriados para ambientes
escorregadios. 
 Botas termicamente isoladas: recomendadas
para temperaturas baixas e mantém os pés
aquecidos.

 
Material do EPI
 
Para adquirir os calçados e estabelecer a segurança dos
trabalhadores, o empregador precisa se basear no ambiente em que
todos estão disponibilizados, escolhendo o material correto que pode
ser um dos seguintes:
 

 Revestimento impermeável: os revestimentos


à prova d’água são acrescentados ao EPI para
proteção dos pés, sendo assim, o forro mantêm
a água fora mas o suor é eliminado.

 
 Couro: Estes EPI’s são resistentes a água,
duradouros e de fácil manutenção. São mais
pesados e menos ventilados que os de malha
de nylon, mas costumam ter mais durabilidade,
por isso, são uma ótima escolha para
condições de trabalho mais difíceis. 

 Combinação de malha de nylon e couro: são


ótimos para climas mais quentes por
normalmente não pesarem muito, costumam
ser flexíveis e ventilados, mas apresentam
menor resistência à água do que as botas de
couro. 

Uma característica importante desses calçados são as solas


apropriadas às condições de trabalho, como as que resistem ao
deslizamento e protegem os pés do calor, punção e choque elétrico.
 
Conforto do EPI
 
Para entendermos melhor sobre o conforto do EPI, temos que saber
que existem duas categorias de danos que podem ocorrer nos pés, a
primeira se baseia na queda de materiais pesados, cortantes ou
químicos, a segunda não causa diretamente problemas nos pés, mas
como tem ligação com o EPI deve ser considerada, se apresenta
através de escorregões, quedas ou desequilíbrios.  
 

 
As duas categorias citadas não excluem os outros problemas que
podem acontecer como: calos ou unhas encravadas. Apesar de não
serem lesões extremamente graves, costumam causar desconforto e
dor, fazendo com que o trabalhador não esteja nas melhores
condições para evitar novos riscos.
 
Piso para conforto dos pés 
 
Trabalhar por longa duração em pisos que são inflexíveis e duros
pode causar desconforto, para este caso, calçados com solas grossas
e isolantes ou palmilhas absorventes de choques podem aliviar essa
sensação, outras opções são uma boa escolha, como o tapete anti-
fadiga que em algumas situações e áreas poderão ser utilizados
tomando cuidado em sua instalação para que os trabalhadores não
corram perigo de escorregar ou tropeçar. 
 

 
Para diminuir o perigo de deslizamento, se utiliza pavimentos
antiderrapantes, mas como podem fazer com que os pés dos
trabalhadores escorreguem para frente dentro dos calçados causando
uma sensação de queimação, é recomendado palmilhas
antiderrapantes para aliviar o incômodo.
 
Maneiras de armazenar e manter o EPI de proteção para os pés
 
Quando o trabalhador deixar de utilizar seu EPI, deve escolher um
local arejado, longe do calor e da umidade para guardar até que seja
necessário fazer o uso novamente, ele sempre deve estar amarrado.
Nunca deve ser utilizado como “chinelo”, ou seja, com o calcanhar
para fora, o EPI não pode ter nada alterado, como ser cortado,
furado, costurado ou até pintado. O calçado não deve permanecer
estocado por mais de 180 dias, para os de borracha, o prazo máximo
de estocagem são 12 meses. 
 

 
O usuário não deve fazer o contínuo, pois contribui para o
aparecimento de fungos, bactérias e mau cheiro, o suor absorvido
deve ser eliminado naturalmente, o EPI deve ser secado longe de
secadoras de roupas, aquecedores, caldeiras, estufas, fogões e até
mesmo longe do sol. A forma adequada de secar o calçado é na
temperatura ambiente e na sombra, para eliminar a sujeira poderá ser
utilizado um pano úmido e limpo, após secar, no caso de calçados de
couro, é só aplicar algum produto de engraxe ou conservação
específico.

CIPA Grau de Risco III


Conceito e Importância da Inspeção de Segurança

As inspeções são a parte do controle de riscos que tem como


propósito efetuar vistorias nas áreas e meios de trabalho, para
prevenir, descobrir e corrigir situações que comprometam a
segurança dos trabalhadores. Para que tenha total eficácia, ela
precisa ser planejada e o primeiro passo é definir o que se pretende
com a inspeção e como fazê-la. Quando bem processadas e
envolvendo todos os que devem assumir sua parte de
responsabilidade, as inspeções atingem seus objetivos, que são:

 Possibilitar a determinação de meios


prevencionistas antes da ocorrência de
acidentes;
 Ajudar a fixar nos trabalhadores a mentalidade
da segurança e da higiene do local de trabalho;
 Encorajar os próprios trabalhadores a agirem
inspecionando o seu ambiente de trabalho;
 Melhorar o entrelaçamento entre o serviço de
segurança e os demais departamentos da
empresa;
 Divulgar e consolidar nos trabalhadores o
interesse da empresa pela segurança do
trabalho;
 Despertar nos trabalhadores a necessária
confiança na administração e angariar a
colaboração de todos para a prevenção de
acidentes. 
Existem diversas situações que podem ser consideradas um risco em
potencial, como:

 Falta de uso de Equipamentos de Proteção


Individual como capacete, botas, luvas e
máscaras de proteção;
 Ausência de Equipamentos de Proteção
Coletiva, como sinalização de segurança,
cadeados para bloqueio e etiquetagem;
 Manutenções preventivas de máquinas e
equipamentos que não estão em dia; e
 Trabalhadores cansados e desatentos.

A maioria dos acidentes de trabalho ocorrem pela junção de um ou


mais fatores. Por isso, as inspeções devem fazer parte da rotina das
indústrias continuamente e tudo deve ficar registrado para que as
mudanças, sendo elas preventivas ou corretivas, sejam colocadas em
prática e as medidas implantadas sejam fiscalizadas no futuro

CIPA Grau de Risco III


Tipos de Inspeções de Segurança
As inspeções de segurança não são feitas somente pela CIPA, mas
também pelos profissionais dos Serviços Especializados e podem ser
realizadas por diversos motivos, com objetivos diferentes e
programadas em épocas e intervalos variáveis. Elas podem ser:

 Inspeções gerais;
 Inspeções parciais;
 Inspeções de rotina;
 Inspeções periódicas;
 Inspeções eventuais;
 Inspeções oficiais; e
 Inspeções especiais. 

Inspeções Gerais
São feitas em todos os setores da empresa e abrangem todos os
aspectos de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho. Dessas
verificações podem participar engenheiros, técnicos de segurança,
assistentes sociais e membros da CIPA. Além disso, essa inspeção
pode ser realizada no início do mandato da CIPA.

Inspeções Parciais
São limitadas a determinadas áreas, setores ou atividades, onde já se
sabe que existem problemas, seja por reclamações dos trabalhadores
ou ocorrência de doenças e acidentes do trabalho. Neste caso, deve
ser uma inspeção mais detalhada e criteriosa.
Inspeções de Rotina
Este procedimento cabe aos encarregados dos setores de segurança,
aos membros da CIPA, ao pessoal que cuida da manutenção de
máquinas, equipamentos e condutores de energia. É muito importante
que os próprios trabalhadores também façam verificações em suas
ferramentas, nas máquinas que operam e nos equipamentos que
utilizam. Normalmente, em verificações de rotina, são mais
procurados os riscos que se manifestam com mais frequência e que
constituem as causas mais comuns de acidentes.
Inspeções Periódicas
Como ocorrem desgastes dos materiais utilizados na produção, essas
inspeções são feitas com frequência regular, em data e local
previamente agendados, elas são destinadas a descobrir riscos que o
uso de ferramentas, de máquinas, de equipamentos e de instalações
energéticas podem provocar. Algumas dessas inspeções são
determinadas por lei, principalmente a de equipamentos perigosos,
como caldeiras e equipamentos de segurança como extintores.
Inspeções Eventuais 
Não tem data ou período determinados, podem ser feitas por vários
técnicos e visam solucionar problemas considerados urgentes.
Inspeções oficiais
São aquelas realizadas por agentes de órgãos oficiais e das
empresas de seguro.
Inspeções Especiais

São realizadas por técnicos especializados com aparelhos de teste e


medição, como por exemplo, as medições de ruído ambiental, de
temperatura, entre outras.
É importante lembrar que somente inspeções sistemáticas diminuem
os riscos reduzindo os acidentes e lesões. Riscos não descobertos ou
novos riscos podem estar presentes e só através da vigilância
contínua, educação e treinamentos cuidadosos pode-se descobrir
práticas inseguras no trabalho, para depois serem corrigidas de forma
satisfatória.

CIPA Grau de Risco III


Etapas da Inspeção de Segurança

Para que o estabelecimento ou ambiente de trabalho esteja adequado


para oferecer a segurança das pessoas, é necessário que seja
realizado a inspeção de segurança através dos seguintes passos:
 Observação;
 Informação;
 Registro; 
 Encaminhamento; e 
 Acompanhamento. 

Cada uma dessas etapas é realizada da seguinte forma:


Observação

 Saber observar o que se pretende analisar;


 Observar o lado humano e material;
 Analisar dados já conhecidos e a experiência
do dia-a-dia;
 Procurar a colaboração das pessoas
envolvidas na atividade; e
 Esclarecer aos envolvidos os motivos da
observação. 

Informação 

 Comunicar qualquer irregularidade aos


responsáveis; e
 Mostrar as irregularidades discutindo a melhor
medida a ser adotada.

Registro 
 Registrar os itens observados em formulários
especiais, como relatórios de inspeção; e
 Deve constar o que foi observado, o local de
observação e as recomendações.

Encaminhamento

 Os registros das inspeções são importantes


para fins estatísticos e para possibilitar que um
pedido de reparo ou de uma solicitação de
compra seja encaminhada; e
 O registro de inspeção desencadeia o processo
de atendimento das solicitações.

Acompanhamento 

 Após o registro feito e encaminhado, deve-se


acompanhar o processo até a execução final.

CIPA Grau de Risco III


Levantamento das Causas dos Acidentes

A investigação apropriada das causas de acidentes é uma tarefa


necessária no planejamento de ações e um fator essencial de
sucesso dos Programas de Prevenção de Acidentes. Uma atitude
comum é organizar medidas preventivas quando ocorrem acidentes,
levando em consideração as causas identificadas na análise desses
acidentes.
A fó rmula clá ssica de demonstrar como o homem participa da
sequência de causas que resultam na ocorrê ncia do acidente e suas
consequências continua sendo a teoria proposta pelo pioneiro da
segurança do trabalho, Herbert Heinrich. A sua teoria contextualiza
que as pessoas, seja por hereditariedade ou por influência do meio
social, podem ter traços negativos de personalidade, de caráter e
educação, sendo por meio dessas características pessoais que
ocorrem as falhas humanas, que dão origem aos dois principais elos
da cadeia do acidente:

 Atos inseguros: praticados pelas pessoas no


desempenho de suas funções; e
 Condições inseguras: criadas ou mantidas no
ambiente por diversos motivos, mas
principalmente, por não entender que as
atividades não deveriam ser executadas em
quaisquer condições que não fossem
totalmente seguras para as pessoas.

É por meio dos atos e condições inseguras, simultâneos ou não, que


ocorrem os acidentes causadores de lesões aos colaboradores e
prejuízos à empresa. Alé m das lesõ es sofridas pelas pessoas, muitos
prejuí zos materiais incluem-se nas consequências dos acidentes de
trabalho, como por exemplo, taxa de seguro paga à previdência
social, diárias pagas aos acidentados até o décimo quinto dia de
afastamento e outros fatores relacionados com o atendimento dos
acidentados.
Desta forma, as causas são definidas em condi ç õ es e aç õ es
humanas e condiç õ es materiais inseguras que, combinadas ou nã o,
propiciam a ocorrê ncia de acidentes. Para que seja feita uma
observação eficiente desses fatores, é necessário levar em
consideração alguns outros relacionados aos trabalhadores:
 

 Inaptidão para o trabalho 

É comum uma pessoa, principalmente se nã o tem profissã o definida,


se sujeitar a qualquer tipo de servi ç o, e  nesses casos as tarefas são
executadas sem a necessá ria aptidã o e sem possibilidade de
adaptaç ã o satisfató ria. A empresa onde o trabalhador é admitido nem
sempre possui serviç o especializado de seleç ã o. No caso, o
candidato ao emprego, que també m à s vezes desconhece sua real
aptidã o, é recrutado para preencher a vaga que existe, decorrendo
daí muitos casos de pessoas inaptas para o trabalho que aceitaram.
O cuidado com a seleç ã o e o treinamento de novos empregados, se
aplicados també m nos casos de transferê ncias, viriam prevenir
muitos problemas de acidentes, pela adapta ç ã o correta do
empregado à atividade que lhe é atribuí da.
 

 Temperamento

O trabalhador pode estar totalmente seguro ou inseguro na atividade


que exerce, essa condição pode provocar a ocorr ê ncia de acidentes
do trabalho, ou pelo menos criar circunstâncias para isso, por meio
de atitudes realizadas devido ao temperamento. O temperamento
nervoso ou irritadiç o, à s vezes até explosivo, sã o perigosos para si
mesmo como para os outros. Normalmente, as pessoas que
apresentam esses temperamentos são as que nã o aceitam ordens
com espontaneidade e nã o as entendem corretamente.

Ao ocupar uma funç ã o de comando, essas atitudes influem


negativamente no grupo subordinado, causando desentendimentos,
descontentamentos e mal-estar geral, que criam condi ç õ es favorá veis
à ocorrê ncia de acidentes de trabalho, entre outros problemas.
 

 Preocupação

A preocupaç ã o é um estado emocional que pode levar as pessoas à


prá tica de atos inadmissíveis do ponto de vista da seguran ç a do
trabalho. Problemas passionais, domé sticos, financeiros e até mesmo
a expectativa de algum acontecimento nã o rotineiro causam
preocupaç õ es. É difí cil algué m deixar de se preocupar em face de
um desses problemas. No entanto, muitas das preocupa ç õ es existem
ou persistem por falta de orientaç ã o ou por desconhecimento acerca
da preocupaç ã o.
Campanhas educacionais de seguranç a do trabalho seriam uma ótima
alternativa para enfatizar as orientaç õ es sobre a preocupaç ã o.
Muitos desses problemas sã o criaç õ es da pró pria imaginaç ã o ou da
maneira pró pria de interpretar determinadas situaç õ es. 

Como a preocupaç ã o contribui para a ocorrê ncia de acidentes, é


necessário que as pessoas entendam que esses pensamentos devem
ser evitados, pois nã o resolvem os problemas que as originam e
porque podem acrescentar um mal maior aos já existentes, isto é , um
acidente com suas consequências.
 

 Emoção

As alteraç õ es emocionais repentinas, quer por motivo de alegria, de


tristeza, de aborrecimento, ou por um susto, alteram os reflexos e as
reaç õ es das pessoas, levando a falhas perigosas em qualquer
atividade que exerç am. O trabalhador está mais sujeito a se acidentar
quando sob a influê ncia de qualquer impacto emocional, mas o risco
é sempre maior nas atividades em que os movimentos da pessoa
devem ser sincronizados com movimentos de má quinas, de
equipamentos e de outras pessoas. 

Nem todos possuem autocontrole para manter normais as rea ç õ es em


casos de grande emoç ã o. Portanto, quem se identifica com isso deve
procurar compensar essa falha com precau ç õ es extras. Nos trê s
ú ltimos exemplos citados, as pessoas poderã o ter ajuda psicoló gica
se a empresa dispuser desse servi ç o.
 

 Incapacidade Física e Doenças

Às vezes pela competiç ã o ou exibicionismo, o trabalhador usa sua


forç a muscular, tentando levantar e carregar pesos no limite ou al é m
de sua capacidade, sã o frequentes as lesõ es da coluna vertebral, as
lombalgias de esforç o e outros males que contraem nessas atitudes.
É difícil reconhecer e aceitar limita ç õ es impostas por sua capacidade
fí sica ou por doenç as, mas isso é necessário para que os
trabalhadores não exerçam esforç os excessivos, adicionando mais
perigos aos que já estão expostos. Por isso, se for notada alguma
incapacidade, deve-se procurar um mé dico e seguir os tratamentos
necessá rios, para evitar maiores problemas.
Além destas condições, temos entre as incapacidades, insufici ê ncias
ou deficiências que podem comprometer a seguran ç a do trabalho,
segundo experiê ncia já consolidada, que são:

 Surdez;
 Insuficiência visual;
 Daltonismo; e
 Analfabetismo

Por fim, a prevenç ã o dos acidentes é feita na prá tica, evitando os


atos inseguros da parte do trabalhador, corrigindo e n ã o criando
condiç õ es inseguras nas á reas de trabalho, além de ser necessário
que os trabalhadores sejam adequadamente integrados à s atividades
que exercem e treinados para exercê -las corretamente.

CIPA Grau de Risco III


Atos Inseguros
Atos inseguros são definidos como a maneira que as pessoas se
expõ em ao perigo de acidentes. Eles podem ser:  

 Consciente – as pessoas sabem que estã o se


expondo ao perigo; 
 Inconsciente – as pessoas desconhecem o
perigo ao qual se expõ em; e
 Circunstancial – as pessoas podem conhecer
ou desconhecer o perigo, mas algo as leva à
prá tica da aç ã o insegura.

É importante que fique claro que quanto à aç ã o perigosa das


pessoas, nada muda nos trê s casos, o que diferencia um dos outros é
o estado de consciê ncia das pessoas ou o motivo que as levou a
praticar o ato inseguro. Alguns atos inseguros destacam-se como
mais frequentes, embora a maior evidê ncia de um ou de outro varie
de empresa para empresa. Observe a seguir alguns deles:
Colocar parte do corpo em lugares perigosos 
Um grande nú mero de trabalhadores sofrem lesõ es por colocarem
parte do corpo, principalmente as mã os, em pontos perigosos, como
em áreas de prensamento, em contato com facas e outras pe ç as
contundentes nas zonas de operaç ã o. A maioria das contusõ es
graves e amputaç õ es de dedos e mã os são em virtude da colocaç ã o
das mesmas em lugares conhecidos como perigosos, mas nem
sempre entendidos assim pelos colaboradores.  

Estes trabalhos devem ser planejados e os equipamentos constru í dos


de modo a nã o ser preciso que as mã os ou outras partes do corpo
sejam colocadas em pontos que possam causar ferimentos. É
recomendado que sejam adotados dispositivos de afastamento
automá tico das mã os, no ato do ciclo da má quina e de interrupç ã o do
ciclo por mecanismo ativado nos casos em que, por motivos t é cnicos,
o operador precisar colocar as mã os na zona perigosa, como nas
operaç õ es de prensa.
Nas atividades de colocaç ã o ou reparo dos estampos das prensas, é
obrigatório o uso de calç os de seguranç a entre a mesa e o martelo da
má quina para evitar que a prensa desç a acidentalmente.

Exemplo de calço de segurança para prensa


Para operar de forma segura e eficiente má quinas ou outros
equipamentos, o trabalhador deve  conhecê-los muito bem, sendo
necessário estabelecer normas rí gidas para que somente pessoas
habilitadas e autorizadas possam operá-los. Sendo que só é
considerada habilitada a pessoa que conhece a m á quina com a qual
trabalha també m do ponto de vista de seguranç a, ficando sob a
responsabilidade do supervisor garantir que alguém fora dessas
características não opere os equipamentos.
Improvisação ou utilização inadequada de ferramentas manuais  
As ferramentas manuais são aplicadas em diversos campos de
atividades, embora sejam utensí lios elementares na grande maioria
dos casos, é sempre necessá rio algum conhecimento, habilidade e
bom senso para que possam render o má ximo com menos desgaste e
mais seguranç a. Porém, nem sempre isso acontece, as vezes as
ferramentas não recebem a atenç ã o que merecem, e essa
desatenç ã o vai desde o uso de algumas em pé ssimas condiç õ es até
as atitudes de improviso. Tais atos sempre trazem preju í zos,
principalmente acidentes lesivos aos usuários desses instrumentos de
trabalho. 
O uso de ferramentas em condiç õ es precá rias deve-se à negligê ncia
do usuário, à precariedade de manutenç ã o, ou ainda ao
desconhecimento do perigo. Improvisaç õ es e uso inadequado
decorrem, muitas vezes, da falta de vontade do colaborador, que n ã o
quer se locomover para conseguir a ferramenta correta ou ent ã o
procura ganhar tempo, o que quase nunca traz bons resultados.
Em qualquer situação, ainda sã o atos perigosos que devem ser
combatidos com reparos e substituiç ã o das ferramentas impró prias,
com instruç ões aos usuá rios para a utilização correta e segura.
Não usar proteções individuais 

Muitos riscos nã o sã o totalmente controláveis por recursos de


engenharia. Nestes casos, é necessário o uso de protetores
especí ficos, tais como ó culos de seguranç a, luvas, má scaras, entre
outros. Deixar de usar o EPI adequado e de maneira correta é um ato
inseguro e dos mais perigosos, principalmente quando os
trabalhadores expõ em os olhos e as vias respirató rias aos riscos aos
quais estã o sujeitos.
O uso correto dos Equipamentos de Prote ç ã o Individual nã o só é
recomendável do ponto de vista da seguran ç a em si, como també m é
obrigató rio. Geralmente, o uso satisfató rio do EPI requer
esclarecimento aos usuá rios, à s vezes treinamento e sempre um
comportamento disciplinar. 
Uso de roupas inadequadas ou acessórios desnecessários 
A maneira de se vestir també m faz parte da seguranç a de quem
trabalha, usar roupas e calç ados inadequados em relaç ã o ao trabalho
que se executa pode ser prejudicial à segurança, pois muitas vezes
expõe o trabalhador a riscos adicionais à sua atividade. Roupas muito
folgadas, gravatas, cinto solto e mangas compridas, por exemplo,
constituem perigo quando usadas em trabalhos com m á quinas que
tenham peç as em movimento onde podem se enroscar.
Alguns acessórios como reló gio de pulso, pulseiras, correntes e ané is
també m constituem perigo em trabalhos com certos equipamentos, no
manuseio de materiais e em outras atividades. Até as boas condi ç õ es
dos sapatos e roupas contribuem para a seguranç a dos usuá rios.
Quando a roupa de trabalho é fornecida pela empresa, o serviç o de
seguranç a é que deve determinar os modelos a serem usados e o
crité rio de distribuiç ã o e controle, para evitar que sejam usadas
roupas inadequadas em relaç ã o aos trabalhos que executam.

CIPA Grau de Risco III


Condições Inseguras

As condições inseguras sã o falhas, defeitos, irregularidades té cnicas,


ausência de dispositivos de seguranç a, desorganizaç ã o, entre outros
que colocam em risco a integridade fí sica ou a saú de das pessoas e
a pró pria seguranç a das instalaç õ es e dos equipamentos. É
importante que as condições inseguras nã o sejam confundidas com
os perigos inerentes ao trabalho, já que eles s ã o caracterizados pelas
agressividades pró prias de produtos, energias e equipamentos, que
são utilizados nas atividades laborais e que podem ser submetidos a
algum tipo de controle para neutralizaç ã o de suas caracterí sticas
agressivas. 
Diferente das condições inseguras que existem quando um ou mais
de um perigo, fora de controle, expõ e algué m ou alguma coisa ao
risco de sofrer qualquer dano, os perigos existem como decorr ê ncia
da pró pria atividade, sendo que as condiç õ es inseguras sã o
caracterizadas pela ameaç a dos perigos à s pessoas.
Podemos usar como exemplo a corrente elétrica, pois ela é um perigo
inerente aos trabalhos que envolvem eletricidade, aparelhos
ou instalaç õ es elé tricas. No entanto, a eletricidade  nã o pode ser
considerada uma condiç ã o insegura por si só , já as instalaç õ es
malfeitas ou improvisadas e fios expostos são condições inseguras.
Ou seja, a corrente elé trica, quando devidamente isolada do contato
com as pessoas, passa a ser um perigo controlado e n ã o constitui
risco.
Por isso, é importante que o trabalhador se certifique que a corrente
elétrica está realmente isolada, garantindo que ela não constitua risco
a ele. É possível concluir então que os perigos inerentes ao trabalho
existem e raramente podem ser eliminados e as condi ç õ es inseguras
podem deixar de existir com a aplicaç ã o de medidas corretas de
controle de riscos. Vamos conhecer agora algumas das condições
inseguras mais frequentes:
 
Falta de proteção em máquinas e equipamentos
 
A falta de proteç õ es adequadas a má quinas e a outros equipamentos,
que evitem que os trabalhadores tenham contato com pontos
perigosos ou que sejam atingidos em caso de qualquer ocorr ê ncia
anormal, é uma condiç ã o insegura responsá vel por um nú mero
elevado de acidentes de graves consequê ncias. Se as máquinas e
equipamentos não possuírem as devidas proteções, poderá ocorrer:

 necessidade ou possibilidade de contato com


os componentes de transmissão de força, como
as correias, engrenagens, Eixos e polias; e
 contato com partes móveis perigosas e
acessórios de operação, como os
alimentadores e transportadores.
As proteç õ es que podem ser aplicadas nestes casos sã o as mais
diversas, todas visando, acima de tudo, impedir o contato das
pessoas com os pontos perigosos.
 
Iluminação inadequada
 
A boa iluminaç ã o favorece tanto a seguranç a do trabalho quanto a
precisã o do serviç o e a produtividade. A iluminaç ã o pode ser
inadequada tanto pela falta, como pelo excesso. Quando há pouca
iluminação o esforço visual é dobrado, nã o permite que as pessoas
percebam certos detalhes perigosos do servi ç o, correndo riscos
adicionais. Já o excesso de luz ofusca e atrapalha a vis ã o, cansando
os olhos e comprometendo a seguranç a do trabalho.
Quando se emprega iluminaç ã o artificial, ela deve ter cor e
intensidade adequada, alé m de ser bem orientada. No entanto, a
iluminaç ã o geral é sempre preferida e se forem necessários pontos
de iluminaç ã o local, nã o devem contrastar muito com a intensidade
da iluminação geral, para evitar cansa ç o visual.
Um ponto importante a ser observado é que as paredes, estruturas e
as má quinas pintadas em cores claras e a conservação dos vidros e
das luminá rias limpas favorecem muito o ní vel de iluminação dos
locais de trabalho, evitando condições inseguras.
 
Defeitos nas edificações
 
As vá rias partes dos edifí cios, tais como tetos, janelas, pisos,
escadas e plataformas também podem gerar condi ç õ es inseguras.
Alguns exemplos sã o:

 janelas sem vidros ou com vidros quebrados;


 pisos escorregadios, com buracos, saliê ncias e
desnivelamentos;
 escadas escorregadias, com degraus
defeituosos e sem corrimã o; e
 plataformas sem corrimã o ou sem rodapé .

Algumas dessas condiç õ es podem ser originá rias dos projetos e da


construção e muitas sã o criadas pela falta de cuidados na
manutenç ã o dos edifí cios. Esta é uma das razõ es para que
recomendem que, desde os projetos, a seguranç a do trabalho seja
levada em consideraç ã o e incluí da. Portanto, é possível compreender
que o ambiente de trabalho sempre deve ser observado de forma
detalhada para que não sejam criadas condições inseguras para os
trabalhadores.

CIPA Grau de Risco III


Importância e Objetivos da Higiene do Trabalho

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o conceito de saúde


está associado ao completo bem-estar físico, mental e social e não
apenas a ausência de doenças. Sendo assim, a saúde ocupacional
seria a ausência de desvios de saúde causados pelas condições de
vida no ambiente de trabalho. Quanto mais sólidos forem os
processos de medicina e higiene do trabalho relativos a uma
determinada atividade laboral, mais completa será a saúde
ocupacional.
Apesar da história trabalho não ser a mais positiva, durante muitos
anos houve quem se preocupasse com a saúde dos trabalhadores. No
entanto, ainda faltava um rigor técnico-científico e, por isso, algumas
iniciativas foram tomadas para contribuir com a prevenção de
doenças e para oferecer um ambiente de trabalho mais salubre, ou
seja, um ambiente que contribui mais para a saúde.
A Higiene no Trabalho é a ciência cujos objetivos são reconhecer,
avaliar e controlar os riscos provenientes do trabalho. Esses riscos
são fatores decorrentes do ambiente ou processos produtivos
utilizados que podem provocar acidentes e afetar a saúde, o conforto
ou a eficiência do trabalhador. Portanto, é preciso mudar os hábitos e
as condições de trabalho para que a higiene e a segurança no
ambiente de trabalho se tornem satisfatórios. Nessas mudanças, se
faz necessário resgatar o valor humano.

A higiene do trabalho compreende normas e procedimentos


adequados para proteger a integridade física e mental do trabalhador,
preservando-o dos riscos de saúde inerente às tarefas do cargo e ao
ambiente físico onde são executadas. Ela tem caráter preventivo por
promover a saúde e o conforto do funcionário, evitando que ele
adoeça e se ausente do trabalho. Envolve, também, estudo e controle
das condições de trabalho. 
Já a segurança do trabalhador durante o desenvolvimento de suas
atividades necessita, principalmente, de medidas por parte das
empresas, que visem o treinamento e a conscientização dos
mesmos. É necessário que fique claro que não se deve associar
Higienização com Higiene de Trabalho, a higienização tem relação
com descontaminação, sanitização e desinfecção, podendo ser, por
exemplo, práticas de higiene pessoal.
 
Objetivos da Higiene do Trabalho
A Higiene do Trabalho tem alguns objetivos principais, são eles:

 Manutenção da Saúde;
 Eliminação das causas de doenças
profissionais;
 Aumento da produtividade;
 Propor as medidas preventivas de acordo com
os riscos encontrados; e
 Controle das exposições inadequadas à
agentes ambientais.

 
Etapas da Higiene do Trabalho
Para que a Higiene do Trabalho tenha total eficácia, ela deve conter
os seguintes passos:

 Antecipação;
 Reconhecimento;
 Avaliação; e
 Controle.

Cada um destes termos representa uma função importante dentro da


Higiene do Trabalho:

 Antecipação: O termo  antecipação mostra a


necessidade de identificar os potenciais riscos
à saúde, antes que um determinado processo
industrial seja implementado ou modificado, ou
que novos agentes sejam introduzidos no
ambiente de trabalho.
 Reconhecimento: O termo reconhecimento
refere-se a toda análise e observação do
ambiente de trabalho a fim de identificar os
agentes existentes, os potenciais de risco a
eles associados e qual prioridade de avaliação
ou controle existe nesse ambiente de trabalho;
por fim

Os termos avaliação e controle designam principalmente as
monitorações que serão conduzidas no ambiente de trabalho.

CIPA Grau de Risco III


Medidas de Controle e Proteção dos Riscos
A CIPA tem um papel fundamental nas medidas de controle e
proteção dos riscos ocupacionais, por isso, cabe à Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes, identificar os riscos e propor medidas de
controle para situações perigosas ou insalubres da empresa. Há uma
série de medidas de controle utilizadas no meio ambiente de trabalho
ou no próprio trabalhador, no entanto, a prioridade deve ser dada às
medidas de proteção coletiva.
 
Medidas de Proteção Coletiva
 
Considerando as medidas de proteção coletiva, três alternativas
podem ser adotadas:

 Eliminação do risco;
 Sinalização e Bloqueio do risco; e
 Neutralização do risco, sendo que a
Neutralização se subdivide em outras três
etapas chamadas de proteção contra o risco,
isolamento do risco e enclausuramento do
risco. 

Cada uma dessas alternativas são feitas da seguinte forma:

 Eliminação do risco: Do ponto de vista da


segurança, esta deve ser a atitude prioritária
da empresa diante da situação de risco. A
eliminação do risco pode ocorrer em vários
níveis da produção, como por exemplo: na
substituição de uma matéria prima - tóxica por
uma que ofereça menos riscos à saúde do
trabalhador e na alteração nos processos
produtivos, realizando modificações na
construção e instalações físicas da empresa;  
 Neutralização do risco: Na impossibilidade
temporária ou definitiva da eliminação de um
risco, por motivo de ordem técnica, pode ser
feita a neutralização do risco, que pode ocorrer
de três maneiras: 

1. Proteção contra o risco, por exemplo,


instalar uma grade para proteção de
polias;
2. Isolamento do risco no tempo e no
espaço, por exemplo, ao instalar
compressor de ar fora das linhas de
produção, pois o ruído não atingirá os
trabalhadores; e
3. Enclausuramento do risco, por exemplo,
fechar completamente um forno com
paredes isolantes térmicas, isso
protegerá os trabalhadores do calor
excessivo.

 Sinalização e Bloqueio do Risco: A


sinalização do risco é um recurso que se usa
quando não há alternativas que se apliquem à
eliminação e neutralização do risco. A
sinalização deve ser usada em
complementação às outras medidas alertando
determinados perigos e riscos, como por
exemplo o uso das placas de sinalização. A
sinalização juntamente com o bloqueio
geralmente são utilizados em caráter
temporário, enquanto tornam-se medidas
definitivas. Exemplo: utilização de placas com
cones, fitas ou cavaletes, que alertam e
bloqueiam a passagem de pessoas ou
automóveis em uma determinada obra ou
manutenção industrial.

 
Esgotadas as possibilidades de adoção de medidas de proteção
coletivas, ou como forma de complementação destas medidas, a
empresa poderá adotar as medidas de proteção individual
(EPI). Prevenir o colaborador de qualquer função que ofereça riscos à
saúde e bem-estar é uma das maiores responsabilidades das
empresas atualmente. Entende-se por riscos ocupacionais no
trabalho, todas as situações de perigo em que a pessoa contratada
está exposta e que faz parte da função que ela irá assumir.
 
O Órgão Responsável pela Segurança e Saúde dos Trabalhadores
tem uma classificação para cada um dos riscos ocupacionais e separa
por: físico, químico, biológico, ergonômico ou acidental, que são
divididos em dois grupos. O primeiro grupo é o dos operacionais, que
são riscos relacionados a acidentes, já o segundo grupo é o de riscos
comportamentais ou ambientais, que são os riscos físicos,
ergonômicos, químicos e biológicos. Observe a seguir as medidas
preventivas para alguns exemplos de agentes biológicos, químicos e
físicos.
 
Medidas Preventivas para Agentes Biológicos

As medidas preventivas para riscos biológicos incluem:

 Vacinação (imunização ocupacional); 


 Esterilização; 
 Higiene pessoal; 
 Ventilação; 
 Luvas cirúrgicas e de procedimentos;
 Máscaras cirúrgicas;
 Luvas de látex; e
 Sempre sinalizar o Risco Biológico. 

A vacinação varia de acordo com a função exercida, dentre os


profissionais que estão diretamente expostos a esses agentes,
podemos citar:

 Médicos;
 Dentistas;
 Lixeiros;
 Agricultores;
 Açougueiros; e
 Veterinários.

 
Medidas Preventivas para Agentes Físicos 
 
Temos diversos riscos físicos, como: ruído, calor, frio, vibrações,
radiações, entre outros. Para exemplificar como poderiam ser feitas
as medidas preventivas em uma empresa, vamos considerar o ruído.
Para empresas que possuem esse tipo de risco, a mesma deve ter um
Programa de Conservação Auditiva -  PCA, que será basicamente
composto de:
 

 Avaliação e monitoramento da exposição ao


ruído; 
 Medidas de controle ambientais e
administrativas; 
 Avaliação e monitoramento audiológico;
 Seleção e uso de protetores auditivos;
 Comunicação de risco e aspectos educativos; e
 Avaliação da eficácia do PCA.

 
Medidas de Controle na Fonte
 
O ruído pode ser combatido por medidas de controle na fonte de sua
produção, como:
 Eliminação ou substituição por máquinas mais
silenciosas; 
 Modificação no ritmo de funcionamento da
máquina; 
 Aumento da distância da fonte emissora e
redução da concentração de máquinas;
 Implantação de programas de manutenção
preventiva;
 Alteração na fonte emissora; e
 Cabines isolantes.

 
Medidas de controle na trajetória
 
O ruído também pode ser combatido pelo controle na trajetória,
adotando as seguintes ações:

 Blindagem ou enclausuramento parcial ou total


da máquina; 
 Instalação de máquinas sobre suportes
antivibrantes; e
 Utilização de barreiras.

 
Medidas de controle no trabalhador 
 
Por fim, uma das medidas que pode ser executada, são as medidas
de controle no trabalhador, que no caso do ruído pode ser por meio
da:

 Redução no tempo de exposição ao ruído; e


 Uso de protetores auriculares.

Além destas, medidas complementares podem ser adotadas para ter


total convicção que o trabalhador não será prejudicado, como

 Medidas médicas, feita pela realização de


exames audiométricos periódicos, afastamento
do local do trabalho ou revezamento;
 Medidas educacionais, através da orientação
para uso correto do EPI e realização de
campanhas de conscientização; e
 Medidas administrativas, tornando obrigatório
o uso do EPI e controlando seu uso.

 
Agentes Químicos
 
Quando tratamos dos agentes químicos, consideramos os produtos ou
substâncias que podem penetrar no organismo pelas vias:

 Via Respiratória (nariz); 


 Via Digestiva (boca); e
 Via Cutânea (pele). 

Esses produtos ou substâncias podem estar em forma de poeiras,


fumos, névoas, neblina, gases e vapores.
 
Medidas de Controle para Risco Químico 
 
As medidas de controle para riscos químicos são feitas da seguinte
forma:

 Identificar as substâncias ou produtos que


estão sendo manuseados; 
 Ter a Ficha de Informação de Segurança para
Produtos Químicos e seguir as orientações do
fabricante; e
 Manter o rótulo das embalagens e os produtos
nas embalagens de fábrica.

 
Esses foram alguns exemplos de como a Higiene do Trabalho pode
prevenir ou eliminar doenças e riscos à saúde do trabalhador. No
entanto, é necessário ter em mente que,   independente do setor ou
atividade deve-se:

 Fazer um exame admissional; 


 Fazer exames periódicos; 
 Realizar treinamento e reciclagem;
 Ter noções de primeiro socorros; 
 Fazer uso de EPIs e EPCs; 
 Realizar a manutenção do EPIs e EPCs; 
 Ter regras básicas de higiene; e
 Prezar pela organização e limpeza no ambiente
de trabalho.

CIPA Grau de Risco III


Análise Preliminar de Riscos
 

 
A Análise Preliminar de Risco (APR) é uma técnica que consiste em
identificar eventos perigosos, suas causas e consequências e
estabelecer medidas de controle de forma preliminar, sendo utilizada
como primeira abordagem do objeto de estudo. Em um grande
número de casos ela é suficiente para estabelecer medidas de
controle de riscos.
 
É muito importante que na identificação dos riscos eles sejam
controlados conforme exige as normas regulamentadoras de cada
atividade, por exemplo, quando houver uso de Máquinas e
Equipamentos, o objetivo da APR, além de conhecer a tarefa, é
verificar se os mesmos estão em conformidade com a NR 12 -
Máquinas e Equipamentos, quando o trabalho a ser realizado tiver
risco de eletricidade, é preciso estar em conformidade com a NR-10,
e assim por diante. O foco da APR são todos os perigos ou eventos
indesejáveis.
 
É necessário realizar uma avaliação qualitativa dos riscos
associados, identificando, desta forma, aqueles que requerem
priorização. Além disso, são sugeridas medidas preventivas ou
mitigadoras dos riscos, a fim de eliminar as causas ou reduzir as
consequências dos cenários de acidente identificados.  O grau de
risco é determinado por uma matriz de risco gerada por profissionais
com maior experiência na unidade, orientada pelos técnicos que
aplicam a análise.
 
A APR deve ser sempre desenvolvida com a participação dos
trabalhadores e implantada antes da execução de determinadas
atividades, seja para trabalhos realizados pela própria empresa ou
através de empresas contratadas.
 
Responsabilidades do SESMT (Serviço Especializado em
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) 

Auxiliar no processo de aplicação da APR, de modo a estabelecer


integração dos envolvidos na identificação e reconhecimento dos
riscos, bem como adoção de medidas de controle para assegurar e
garantir a realização dos trabalhos com total segurança.
 
Supervisores
 

 Assegurar que os serviços somente serão


inicializados depois de concluída a elaboração
da APR e adotadas todas as medidas de
controle e segurança do trabalho para a
execução da atividade. 
 Preencher e assinar todos os campos
específicos da análise preliminar de risco –
APR, 
 cobrar e verificar a assinatura de toda equipe
envolvida no trabalho. No caso de dúvidas a
respeito do preenchimento da APR ou sobre
um determinado risco, devem procurar
imediatamente o SESMT da empresa a fim de
esclarecer.  
 Zelar para que as tarefas sejam realizadas com
segurança, conforme definido na APR e
incumbir-se pela guarda e conservação da
análise preliminar de risco – APR, mantendo-a
acessível aos demais componentes da equipe
e possíveis fiscalizações. Bem como comunicar
ao SESMT dificuldades para realização das
atividades dentro do escopo de segurança
estabelecido;
 Realizar avaliação sobre a necessidade de
interromper o trabalho, caso seja identificada
alguma situação de risco iminente de acidente,
que inicialmente não havia sido identificada.

 
SESMT e Supervisores responsáveis pelo trabalho
 

1. Assegurar que os trabalhadores tenham pleno


conhecimento do conteúdo da análise
preliminar de risco – APR e suas obrigações na
execução do trabalho; 
2. Prestar orientações técnicas necessárias às
equipes de campo, de forma a assegurar a
efetiva aplicação da análise preliminar de risco
– APR; e
3. Assegurar que a análise preliminar de risco –
APR esteja sendo efetivamente aplicada.

 
Desenvolvimento
 
A análise preliminar de risco (APR) deve ser minuciosamente
estudada e elaborada de maneira compreensível a todos envolvidos.
Para a elaboração de uma boa análise preliminar de risco é
recomendável sempre buscar o máximo de informações com o
supervisor e a equipe responsável pela realização do trabalho, é
muito importante sempre realizar uma visita ao local onde o trabalho
será executado.
 
Dessa forma, se obtêm mais detalhes sobre o serviço, facilita na
compreensão para melhorar o desenvolvimento da APR - Análise
Preliminar de Risco.
 
Envolvidos na realização da Tarefa 
 
É importante a participação de toda equipe de trabalho na elaboração
da análise preliminar de risco – APR, dessa forma passam a conhecer
os procedimentos de trabalho, os riscos identificados e os controles
necessários à prevenção de acidentes.

CIPA Grau de Risco III


Técnicas de Análise de Riscos
 

 
Os acidentes são materializações dos riscos associados com as
atividades, com os procedimentos, projetos, instalações, máquinas e
os equipamentos. Para reduzir a frequência de acidentes, é preciso
avaliar e controlar os riscos e responder às seguintes perguntas:
 
 O que pode acontecer errado?
 Quais são as causas básicas dos eventos não desejados?
 Quais são as consequências?
A análise de riscos se constitui em um conjunto de métodos e
técnicas, que aplicados a uma atividade proposta ou existente
identificam e avaliam, qualitativa e quantitativamente, os riscos que
essa atividade representa para a população vizinha, ao meio
ambiente e à própria empresa.
 
A utilização de técnicas e de métodos específicos para a análise de
riscos ocupa cada vez mais, o espaço nos programas sobre
segurança e gerenciamento ambiental das indústrias, como evidência
da preocupação destas, dos governos e de toda a sociedade com
respeito aos temas relacionados à segurança e ao meio ambiente.
 

 
Os principais resultados de uma análise de riscos são:
 
 Identificação de cenários de acidentes;
 As frequências esperadas de ocorrência destes acidentes;
 Magnitude das possíveis consequências.
Deve-se incluir nas medidas de prevenção de acidentes e nas
medidas para controle, as consequências dos acidentes para os
trabalhadores, para as pessoas que vivem ou trabalham próximo às
instalações e/ou para o meio ambiente.

CIPA Grau de Risco III


Prevenção de Riscos Ocupacionais
 
A prevenção de riscos ocupacionais é o que se faz ou se aplica para
neutralizar a agressividade dos perigos à s atividades humanas, com
o objetivo de prevenir acidentes ou doen ç as causadas por atividades
relacionadas ao trabalho. Na maioria dos casos, esses acidentes ou
doenças são consequências das condições ambientais ou pessoais,
como por exemplo: a ausência de um determinado equipamento de
proteção, falta de treinamento ou conhecimento do trabalhador,
excesso de confiança e/ou desatenção.
 
O efeito dominó e os acidentes de trabalho
 

 
Você já observou o que acontece quando enfileirarmos pedras de um
dominó e depois empurramos uma delas? Todas as demais, na
sequência, acabam caindo, até derrubar a última pedra. Podemos
imaginar que algo semelhante acontece quando um acidente de
trabalho ocorre. Dessa forma, a lesão sofrida por um trabalhador, no
exercício de suas atividades profissionais, obedece a uma sequência
de quatro fatores, sendo:
 

1. O ambiente social;
2. Causa pessoal;
3. Causa mecânica; e
4. Acidente.

 
Vamos entender detalhadamente cada um desses fatores a seguir:
 

 O ambiente social do trabalhador envolve dois


subfatores principais, a hereditariedade e a
influência:
 Hereditariedade: refere-se ao conjunto de
características genéticas, transmitidas pelos
genes, que passam de uma geração para
outra. A cor dos olhos ou o tipo de sangue são
exemplos de características físicas herdadas
geneticamente. Sendo assim, certas
características psicológicas também podem ser
transmitidas dos pais para os filhos,
influenciando o modo de ser de cada um; 

 Influência:  o comportamento de uma pessoa


em situação de trabalho, pode sofrer
influências também das pessoas com as quais
ela convive. Desta forma, uma pessoa que
negligencia as atividades de segurança do
trabalho em uma empresa pode acabar
influenciando muitas outras a fazerem o
mesmo, podendo desenvolver assim: excesso
de confiança, irresponsabilidade e teimosia em
não acatar determinados procedimentos de
segurança.
 A causa pessoal de acidentes está
relacionada ao conjunto de conhecimentos e
habilidades, e com as condições de momento
que cada um está atravessando. Por exemplo,
a probabilidade de envolvimento em  acidentes
aumenta quando estamos tristes ou
deprimidos, ou quando vamos desempenhar
uma tarefa para a qual não temos o preparo
adequado. 
 A causa mecânica diz respeito às falhas
materiais existentes no ambiente de trabalho,
que podem expor as pessoas a acidentes,
como por exemplo: Quando o equipamento não
apresenta proteção para o trabalhador, quando
a iluminação do ambiente de trabalho é
deficiente ou quando não há boa manutenção
do maquinário.
 Assim, para evitar que os acidentes ocorram,
devemos controlar os fatores que antecedem o
acidente: o ambiente social, a causa pessoal e
a causa mecânica.

 
Medidas de prevenção contra os fatores de risco
 
Para adotar medidas efetivas na prevenção de acidentes, é
necessária a realização de análises no contexto de trabalho. A partir
dessas análises, é possível desenvolver medidas para frear os
fatores de risco, como por exemplo: 
 

 No caso da hereditariedade, sabemos que não


é possível interferir nas características
genéticas de uma pessoa, mas é possível
influenciar sua conduta proporcionando
um ambiente social rico em exemplos
positivos. Por exemplo, a educação e o
treinamento do trabalhador para o exercício de
suas funções são recursos importantíssimos
para reduzir o risco de acidentes.
 As causas pessoais também podem ser
neutralizadas, observando-se a adaptação do
trabalhador ao seu trabalho, e proporcionando-
lhe cuidados médicos e assistenciais
adequados.
 A remoção da causa mecânica é o fator que
mais reduz a probabilidade de um acidente
ocorrer. Sendo assim, as máquinas necessitam
estar com suas manutenções em dia, de modo
a garantir a segurança do trabalhador.

 
É indicado que as empresas possuam grupos de pessoas
responsáveis pela aplicação dessas medidas de prevenção, como:
 

 O Serviço Especializado em Segurança e


Medicina do Trabalho - SESMT e a Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA.  

No entanto, é muito importante que todos os trabalhadores da


empresa estejam comprometidos em cuidar da segurança e dispostos
a colaborar com a prevenção de acidentes.

CIPA Grau de Risco III


Investigação de Acidentes
A investigação de acidentes é um procedimento de segurança desenvolvido
dentro da empresa, cujo objetivo é a prevenção de novos acidentes. Para isso
é imprescindível que se reúna o maior número de informações possíveis para
serem analisadas e se obter uma conclusão a respeito do mesmo.  Dessa
forma, identificam-se os fatores que contribuíram para o acidente, visando à
formulação de recomendações para a prevenção de outros acidentes de
mesma origem.
De acordo com a NR 5, a investigação de acidente deve ser feita pela
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), envolvendo:

 Acidentado;
 Testemunhas; 
 Supervisão direta.  

E de acordo com a NR 4, quando existir o Serviços Especializados em


Engenharia de Segurança e em Medicina no Trabalho (SESMT) dentro da
empresa, a CIPA participa das investigações auxiliando o SESMT na busca
das causas dos acidentes e das doenças ocupacionais.Para um melhor
entendimento é importante expor e conceituar alguns termos:
Acidente: É um evento indesejável, não programado, que resulta em morte,
doença, lesão, dano ou outras perdas.
Perigo de acidente: É toda a situação com potencial de criar danos,
ferimentos ou lesões pessoais, danos para a propriedade, instalações,
equipamentos, ambiente ou perdas econômicas.  
Risco de acidente: É a combinação da probabilidade de ocorrência de uma
situação potencialmente perigosa e sua gravidade.
Quase-acidente: É o evento ou ocorrência inesperada, relacionada a um
trabalhador ou equipamento, que por pouco deixou de ser um acidente.  
Incidente: É o evento que deu origem a um acidente ou que tinha potencial de
levar a um acidente. Um incidente em que não ocorre doença, lesão, dano ou
outra perda também é chamado de “quase acidente”, o termo “incidente” inclui
“quase-acidente”. 
Desvios: São as posturas, ações ou condições ambientais inseguras que
podem gerar acidentes ou incidentes.
É importante fazer uma investigação de acidentes muito bem elaborada, pois
os acidentes causam grandes perdas para as empresas, para os trabalhadores
e suas famílias, perdas para a Previdência Social e para a sociedade,
dificultando, assim, o desenvolvimento da riqueza nacional e a preservação da
saúde dos seus trabalhadores.
A prevenç ã o de acidentes deve obedecer a um processo din â mico e constante
que se caracteriza por aç õ es efetivamente prevencionistas que devem ser
tomadas no sentido de evitar, eliminar, controlar ou impedir a evolu ç ã o e
consolidaç ã o dos riscos no ambiente de trabalho.  
A cuidadosa investigaç ã o de um acidente oferece elementos valiosos para a
aná lise que deve ser feita, concluindo-se sobre suas causas e suas
consequê ncias. A aná lise dos acidentes fornece dados que se acumulam e
possibilitam uma visã o melhor das condiç õ es de trabalho nas empresas, com
indicaç õ es sobre os tipos de acidentes mais comuns, as causas mais
atuantes, a gravidade das consequ ê ncias e os setores que necessitam de
maior atenç ã o do SESMT e da CIPA. 

Mas afinal, como deve ser realizada a investigação de acidentes?


Uma boa investigação de acidentes, que aponte realmente essas falhas,
requer um planejamento de ações. Primeiro deve-se criar um formulário para
investigação do acidente, contendo, no mínimo os seguintes dados:

 Informações de identificação do acidentado: Nome, função, idade,


local do acidente, descrição da lesão e parecer do médico.
 Informações sobre o atendimento ao acidentado:  Primeiros socorros,
hora do acidente, descrição do acidente e testemunhas que
presenciaram ou possam dar alguma contribuição para a investigação
do acidente.
  Histórico de segurança desenvolvido pelo acidentado: O
funcionário teve treinamento na execução de sua tarefa? Já se
envolveu em um acidente antes? Outros funcionários se envolveram em
acidente semelhante? Usava equipamento de proteção individual?
Houve outros acidentes no mesmo local? Havia sinalização de
segurança no local do acidente?   
 Análise do acidente: busca de informações para responder às
seguintes questões – ocorreram atos inseguros? Existem condições
inseguras? Que fatores ou pessoas foram determinantes para a causa
do acidente? Quais fatores de trabalho contribuirão para o acidente?
Qual o tipo de acidente?  
 Elaboração de um diagrama de causa e efeito: representação gráfica
cujo objetivo é levantar as causas do acidente. Cada causa levantada
vai gerar uma ação a ser feita. Resolvendo as ações, as fontes
geradoras de acidentes de trabalho dentro da empresa vão diminuindo
e o número de acidentes cairá dia após dia.
  Elaboração de uma planilha com as estatísticas de
acidentes: planilha cujo o objetivo é a validação e necessidades das
ações de segurança dentro da empresa.

Assim, para se realizar uma investigação de acidentes, deve-se pesquisar e


registrar o maior número de informações possíveis. O responsável pela
investigação de acidentes irá ao local do acidente, observará as condições
ambientais de insegurança realizando uma análise preliminar dos riscos
(APR), devendo efetuar o registros da cena do acidente, identificando as
evidências e provas físicas, realizando anotações, entrevistando os envolvidos
e as testemunhas do acidente.
As evidências são tudo aquilo que é real, fundamentado e pode esclarecer os
fatos. As provas físicas podem ser registradas, fotografadas,  medidas e
analisadas, confirmando a causa do acidente. Como evidências, podemos
analisar: 
 
Posição das ferramentas e equipamentos

Pode oferecer dados para se detectar se as ferramentas e equipamentos


estavam sendo bem utilizados ou não e se estavam adequados para o
desenvolvimento da atividade.
 
Qualidade do ar na área do acidente 
Um ambiente insalubre, sem qualidade do ar que se respira, pode ter
contribuído para a causa do acidente, dessa forma, sempre que necessário,
deve-se medir a concentração do ar, procurando-se falhas administrativas,
ineficiência no controle da engenharia, obediência ao limite de exposição
permitido, eficiência ou não dos EPC’s e EPI’s utilizados.  
 
Operações, manuais, quadros e arquivos dos equipamentos 

Os manuais de operação fornecem informações sobre a integridade mecânica


dos equipamentos, onde e como são utilizados, informações de como foram
projetados, construídos, instalados e mantidos pela empresa, registro de
antecedentes de falhas dos equipamentos em atividade, etc.  
 
Número de identificação dos equipamentos 
Ajuda na identificação das peças e na investigação de possíveis defeitos
provenientes da fabricação.
 
Limpeza e cuidado físico em torno do trabalho geral 
Limpeza deficiente e manutenção inadequada de ferramentas e equipamentos
podem contribuir para a incidência de acidentes. Assim, numa investigação,
devemos procurar alguma classe de resíduo e lixo que possa ter contribuído
com o acidente. 
 
Condições do piso, pavimento ou superfície 
As condições físicas da edificação favorecem ou não o número de acidentes.
Assim, devem ser observados se: o piso é escorregadio; há buracos no piso
ou nas paredes sem proteção; há superfícies molhadas. E ainda se existe
espaço suficiente destinado à passagem de pessoas e veículos e se estão
dimensionadas adequadamente para receber as cargas a que estão impostas.  
 
Condições ambientais 
Em relação às condições ambientais, podemos investigar a iluminação do
ambiente, fator primordial nas atividades de controle de qualidade, nível de
ruído admissível abaixo do limite de tolerância, limitações de visibilidade com
a presença de riscos químicos, tais como, pó, fumo ou névoa, possibilidade de
distrações na área de trabalho ou em seus arredores e condições climáticas
durante um acidente ao ar livre.
Uma vez identificadas as evidências, as mesmas deverão ser recolhidas. O
recolhimento consiste na localização, identificação e preservação da
informação do acidente, de modo que possa ser analisada a qualquer
momento, a fim de auxiliar nas investigações. A pressa em liberar o local do
acidente não ajuda na identificação e recolhimento das provas, dificultando a
investigação. 
Nesse caso, deve-se resistir às pressões para limpar a área, recolher os
resíduos ou lavar o local do acidente até que todas as provas sejam
analisadas e recolhidas. Como recurso, no auxílio às investigações, podemos
fazer um esboço ou layout do local do acidente, definindo suas dimensões e
posições das ferramentas e equipamentos, tirando fotografias e fazendo
anotações sobre o ocorrido.
As fotografias são o registro fiel do acontecimento, elas podem chamar a
atenção de determinados detalhes que inicialmente não foram percebidos. O
uso de filmadoras também registram com maior realismo a cena do acidente.
As anotações da investigação de acidentes são um registro de fatos que
envolvem o acidente e contém informações sobre os acontecimentos
observados pelas pessoas. A elaboração das anotações deve ser realizada
com qualidade e o mais fiél possível, pois elas irão ser empregadas na
elaboração do relatório final.
As entrevistas devem ser formuladas e aplicadas visando a determinar
maiores informações sobre o que não ficou bem esclarecido na ocasião do
acidente, servindo para a determinação de detalhes que só depois de algum
tempo poderiam ser evidenciados. Nas entrevistas realizadas com as vítimas
ou testemunhas, o objetivo é apurar os fatos e não atribuir culpas, críticas ou
discussões dos custos ou prejuízos legais envolvidos no acidente. Deixe isso
bem claro para seu interlocutor, na forma como conduz a entrevista, pois o
mesmo se sentirá mais à vontade para discutir os acontecimentos de forma
que venha a colaborar com a investigação.
Anexo A - MODELO DE FORMULÁRIO DE INVESTIGAÇÃO DE
ACIDENTES
CIPA Grau de Risco III
Introdução Combate ao Incêndio
 
 
A prevenção e combate a incêndios é um assunto complexo, e que
tem uma grande importância para proteção a vida em casos de
acidentes. É comum o pensamento de que isto se refere, apenas aos
equipamentos de combate a incêndios normalmente vistos fixados
nas edificações e na correria de bombeiros e equipes de resgate em
situações de emergência, porém esta é uma pequena parte de um
sistema ainda maior, que vai exigir o conhecimento e o treinamento
tanto destes profissionais citados anteriormente, quanto dos
ocupantes de uma edificação sujeita a sinistro. Uma edificação seja
ela de que categoria for, trataremos em particular das indústrias, está
em maior ou menor grau, vulnerável a acidentes, que vão causar
perda de vidas e prejuízo financeiro e ambiental.
 
Então a existência de pessoas e equipes organizadas e treinadas é
essencial para identificar situações que levem a um possível acidente
e que também estejam aptas a pronta resposta em no caso da
ocorrência do sinistro, sendo capazes de operar corretamente os
equipamentos de combate a incêndio, resgate, aplicar primeiros
socorros, utilizar os Equipamentos de Proteção individual e agindo
com calma e racionalidade durante os procedimentos.
 
No domínio e na utilização em seu proveito de fenômenos da
Natureza, o fogo foi um grande passo para a humanidade. O fogo
quando corretamente aproveitado nos traz grandes benefícios em
nossas atividades industriais e domésticas, mas, quando
descontrolado, pode causar danos materiais e sofrimento humano. Os
riscos de incêndio continuam hoje em dia a ser uma das grandes
preocupações no campo da segurança industrial.
 
O curso apresentado tem como objetivo fornecer subsídios para
prevenir e proteger as edificações em geral contra incêndios,
expondo as características dos serviços, dos materiais empregados,
dos processos de fabricação, entre outros, e determina as soluções
mais adequadas a cada situação.
 
A prevenção e proteção contra incêndios são de grande influência na
tentativa de diminuição dos prejuízos materiais e, principalmente, dos
desastres pessoais e ambientais, que os incêndios sempre acarretam.
As causas de incêndios são as mais diversas como: descargas
elétricas, atmosféricas, sobrecarga nas instalações elétricas dos
edifícios, reações químicas, falhas humanas (por descuido,
desconhecimento ou irresponsabilidade) entre outras.
 
No Brasil, uma das principais causas de incêndios em edificações
está ligada a deficiência em instalações elétricas, gerando um curto
circuito e originando o princípio de incêndio. Para podermos dar a
melhor resposta a uma ocorrência de incêndio é importante
conhecermos melhor os elementos que compõem o fogo e seu
mecanismo de ação (teoria do fogo)

CIPA Grau de Risco III


Teoria do Fogo
Fogo é um processo químico de transformação, uma forma de
combustão. Pode-se também defini-lo como um processo (reação
química) de oxidação rápida, autossustentável, acompanhada pela
produção de luz e calor em intensidades variáveis. É necessária a
combinação de alguns elementos essenciais em condições
apropriadas para que o fogo ocorra.
 

Combustão
Combustão é uma reação química, na qual uma substância
combustível reage com o oxigênio, e se ativada pelo calor (elevação
de temperatura), emite energia luminosa (fogo), mais calor e outros
produtos (Fumaça e gases, por exemplo).
A combustão pode ser classificada em:
1. Combustão Lenta: Ocorre quando a oxidação de uma
determinada substância não chega provocar calor para a
ignição e liberação de energia luminosa nem aumento de
temperatura. Ex.: ferrugem, respiração, etc.
2. Combustão Viva: Ocorre quando a reação química de oxidação
atinge o ponto de ignição e libera energia luminosa e calor sem
aumento significativo de pressão no ambiente. Ex.: Queima de
materiais comuns diversos.
3. Combustão Muito Viva: Ocorre quando a reação química de
oxidação libera energia e calor numa velocidade muito rápida
com elevado aumento de pressão no ambiente. Ex.: Explosões
de gás de cozinha, Dinamite, etc.
Para fins didáticos, nesse curso, adota-se o triângulo do fogo como
elemento de estudo da combustão, atribuindo-se, a cada lado, um dos
elementos essenciais à combustão.
 

Teoria geral do fogo


 
Para haver fogo é necessária a existência de três elementos
essenciais:
 
 
1. Combustível: Combustível é o material que queima. Pode ser
sólido, líquido e gasoso.
2. Calor: é o elemento que dá início ao fogo, que o mantém e até
amplia sua propagação.
3. Oxigênio (comburente): é o elemento que alimenta as chamas,
intensificando-as. O oxigênio não é combustível; ele alimenta a
combustão.
O combustível, calor e oxigênio compõem o que se denomina de
triângulo do fogo e a presença destes três elementos é que determina
o fogo

Para evitar incêndios o melhor é não deixar uma fonte de calor


chegar perto de um combustível. O oxigênio não tem jeito, como este
elemento está no ar, ele está sempre pronto para fazer um
combustível queimar. Para evitar que o fogo continue, pode-se
impedir a chegada de mais oxigênio, visto que o fogo consome o
oxigênio.
 
Há um quarto elemento que se une ao triângulo do fogo, formando um
quadrado. Este elemento é a reação em cadeia. Esse quarto
elemento, também denominado transformação em cadeia, vai formar
o quadrado ou tetraedro do fogo, substituindo o antigo triângulo do
fogo.
CIPA Grau de Risco III
Combustível
 
O combustível é o material ou substância que se oxida ou arde no
processo da combustão. O combustível de uma reação de combustão
é conhecido como agente redutor. A maioria dos combustíveis mais
comuns contém carbono junto com combinações de hidrogênio e
oxigênio. Estes materiais combustíveis podem ser divididos em
materiais derivados de hidrocarbonetos (como a gasolina, óleos e
plásticos) e materiais derivados da celulose (como a madeira e o
papel).
 
De forma simplificada, podemos dizer que o combustível é toda a
substância capaz de queimar-se e alimentar a combustão, ou seja, é
o elemento que serve de campo de propagação ao fogo.
 
Os combustíveis podem ser sólidos, líquidos ou gasosos e, a grande
maioria precisa passar pelo estado gasoso para, então, combinar-se
com o oxigênio. A velocidade da queima de um combustível depende
de sua capacidade de combinar-se com o oxigênio sob a ação do
calor e da sua fragmentação (área de contato com oxigênio).
 
Em geral quase todas as matérias são combustíveis a uma
determinada temperatura, porém, para efeito prático, atribui-se a
temperatura de 1000°C como divisor entre os materiais considerados
combustíveis (entram em combustão a até 1000°C) e os
“incombustíveis” (entram em combustão a temperaturas superiores a
1000°C).

Combustíveis sólidos
 
 
Os combustíveis sólidos, quando expostos ao calor, sofrem
decomposição, liberando vapores num processo chamado pirólise
(decomposição química de uma substância mediante a ação do calor).
Esses vapores em contato com o oxigênio do ar numa concentração
adequada, formam uma mistura inflamável, que na presença de uma
fonte de ignição (faísca, chama, centelha), se inflamam.
 
Os combustíveis sólidos têm forma e tamanho definidos. Esta
propriedade afeta significativamente o modo como estes combustíveis
se incendeiam. A posição do combustível sólido afeta sua forma de
queima, pois quanto mais área exposta ao oxigênio melhor a queima
e a propagação do fogo.

Combustíveis líquidos
 

 
 

No caso dos combustíveis líquidos, os vapores combustíveis são


gerados a partir de um processo chamado vaporização. A vaporização
é a transformação de um líquido em vapor, ou seja, a mudança do
estado líquido para o estado gasoso. Os vapores formados em
contato com uma concentração adequada de comburente (oxigênio do
ar) irão proporcionar uma mistura inflamável. Essa mistura, na
presença de um agente de ignição ou por ter atingido o seu ponto de
ignição, irá se inflamar. A vaporização de combustíveis líquidos
geralmente requer um gasto de energia bem menor do que a pirólise
dos combustíveis sólidos, o que explica o fato de serem combustíveis
mais eficientes que os sólidos.
 
A que se observar ainda a volatilidade dos combustíveis líquidos,
visto que liberam facilmente os vapores, porque quanto mais volátil
for o líquido, maior a possibilidade de haver fogo, ou mesmo
explosão. Chamamos de voláteis os líquidos que liberam vapores a
temperaturas menores que 20°C. A gasolina como exemplo libera
gases inflamáveis a -42,8 °C.
 

Combustíveis gasosos
 

São aqueles combustíveis que em temperatura ambiente apresentam-


se já em estado de gás ou vapor, não necessitando serem aquecidos
para formar a mistura inflamável, requerendo menos energia que os
combustíveis líquidos.
 
Como combustíveis gasosos podemos citar o gás natural, o acetileno,
o hidrogênio, o monóxido de carbono, o GLP (gás liquefeito de
petróleo), o metano, o propano e o butano.

Os combustíveis gasosos para inflamarem necessitam de uma


dosagem ideal juntamente com o ar atmosférico (oxigênio).
Concentrações maiores ou menores ao limite de inflamabilidade de
um combustível gasoso inviabilizarão a inflamação. Alguns exemplos:
  

COMBUSTÍVEL CONCENTRAÇÃO

Metano 1,4% a 7,6%

Propano 5% a 17%

Hidrogênio 4% a 75%

Acetileno 2% a 80%

Monóxido de Carbono 12,5% a 74%


CIPA Grau de Risco III
Comburente (Oxigênio)
 

Os comburentes ou agentes oxidantes são aquelas substâncias que


cedem oxigênio ou outros gases oxidantes durante uma reação
química. São no processo químico, os redutores. O oxigênio (O2) é o
comburente mais comum que possibilita vida às chamas e intensifica
a combustão. Existem também outros químicos que podem atuar
como comburente. Ex.: o cloro (Cl 2), o bromo (Br 2), o flúor (F 2).
 

   
 
A atmosfera é composta por 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e
1% de outros gases, por isso, em ambientes com a composição
normal do ar, a queima desenvolve-se com velocidade e de maneira
completa e notam-se chamas.
 

 
A combustão consome oxigênio do ar num processo contínuo e
gradativo, diminuindo a porcentagem do mesmo no ambiente. Quando
a porcentagem do oxigênio do ar do ambiente diminuir de 21% para a
faixa compreendida entre 16% e 8%, a queima tornar-se-á mais lenta,
surgindo brasas e não mais chamas.
 
Quando o oxigênio contido no ar do ambiente atingir concentrações
menores de 8% é provável a extinção da combustão. Os combatentes
de fogo devem ficar atentos e lembrar que materiais que não
queimam facilmente nos níveis normais de oxigênio poderão queimar
com rapidez em atmosferas enriquecidas com o mesmo.
 
Um desses materiais é o conhecido Nomex (material resistente ao
fogo que é utilizado na fabricação de roupas de aproximação e
combate ao fogo) que em ambientes normais não se inflama, no
entanto, arde rapidamente em atmosferas com concentrações de 31%
de oxigênio. Essas situações podem ocorrer em indústrias químicas,
ambientes hospitalares e até, em domicílios que haja equipamentos
portáteis para oxigenioterapia.

CIPA Grau de Risco III


Calor
 

 
O calor é o componente energético do tetraedro do fogo, é uma forma
de energia em trânsito, geralmente decorrente de uma diferença de
temperatura entre corpos. O calor é o fator preponderante para dar
origem a um incêndio, mantê-lo e intensificar sua propagação. É,
portanto, uma forma de energia que eleva a temperatura, sendo
gerado pela da transformação de outra energia, através de processos
físicos ou químicos.
 
 
Processos químicos
 
Energia química: a quantidade de calor gerado pelo processo de
combustão;
 
Energia nuclear: o calor gerado pela fissão ou fusão de átomos.
 
 
Processos físicos
 
Energia elétrica: o calor gerado pela passagem de eletricidade
através de um condutor, como um fio elétrico ou um aparelho
eletrodoméstico;
 
Energia mecânica: o calor gerado pelo atrito de dois corpos.
 
Uma fonte de calor pode ser qualquer elemento que inflame os gases
do combustível. Na prática, pode ser uma chama, uma fagulha (faísca
ou centelha) ou ainda uma superfície aquecida.
 
Alguns efeitos físicos e químicos do calor são a elevação da
temperatura, o aumento de volume do corpo aquecido, mudanças no
estado físico ou químico da matéria.
 
O calor também produz efeitos fisiológicos, como queimaduras,
desidratação, insolação, fadiga, lesões no aparelho respiratório e até
a morte.
 

 
 
Riscos da variação de volume e de temperatura
 
O calor age sobre os corpos, produzindo, variações de volume e
temperatura, trazendo alguns riscos, como:
 
Dilatação de sólidos: O aço e o concreto dilatam com o calor e isso
pode provocar falha estrutural e desabamento numa edificação.
 
Dilatação de corpos líquidos: A dilatação em líquidos pode provocar
o transbordamento.
 

 
Dilatação de corpos gasosos: A dilatação dos corpos gasosos
envazados (cilindros) pode provocar a ruptura dos mesmos, se não
possuírem válvulas de alivio de pressão.
 
Variações bruscas de temperaturas: Durante o combate ao incêndio
o aquecimento e o resfriamento pela água pode causar dilatação e
contração dos materiais gerando riscos de colapso nos mesmos.

CIPA Grau de Risco III


Reação em Cadeia
 

 
A Reação em Cadeia ocorre quando os elementos de combustível,
comburente e calor, que isoladamente não provocam um incêndio,
interagem entre si e geram uma combustão que se auto mantém. No
entanto, é necessário que haja uma ignição para que o processo de
combustão se inicie.

 O combustível é um material oxidável, podendo


ser líquido, gasoso ou sólido, que reage com o
comburente e gera uma reação de combustão;
 O comburente é o material gasoso, geralmente
o oxigênio, que reage ao combustível;
 A ignição é o gatilho inicial para a combustão e
a reação, geralmente representado pelo calor;

Após o início da combustão, é gerado mais calor, causando o


desprendimento de mais gases e vapores, ocasionando uma nova
reação em cadeia, que irá realizar o mesmo processo, sendo assim,
um processo que se autossustenta, gerando sua própria energia, o
calor de ativação e ocorrendo até que acabe o comburente e/ou
combustível.
 
A reação em cadeia é um dos elementos do conhecido “tetraedro do
fogo”, que representa os quatro elementos básicos do fogo: a reação
em cadeia, o combustível, o comburente e o calor.
 

CIPA Grau de Risco III


Classes de incêndio
 
 
Como princípio de funcionamento, todos os extintores contêm uma
substância conhecida como agente extintor. Dependendo do seu tipo,
este agente pode agir pelo efeito de cobertura, ou seja, pelo
abafamento ou resfriamento diante de uma emergência. A substância
extintora está confinada no recipiente e, por isso, deve ser expelida
com vazão e pressão suficientes para assegurar o combate ao fogo e
oferecer, ao mesmo tempo, segurança para quem a manuseia.
 
Os incêndios são classificados de acordo com as características dos
seus combustíveis. Somente com o conhecimento da natureza do
material que está sendo queimado que é possível descobrir o melhor
método para uma extinção eficaz e segura. As classes são divididas
em A, B, C, D e K, dependendo da matéria que está pegando fogo.
Observe a seguir as características de cada classe:
 

 Classe A: esta é a identificação do fogo em


materiais sólidos que deixam resíduos, como
madeira, papel, tecido e borracha. Queimam
em superfície e profundidade e após a queima
deixam resíduos como brasas e cinzas. Esse
tipo de incêndio é extinto, principalmente, pelo
método de resfriamento e, às vezes, por
abafamento por meio de jato pulverizado.
 Classe B: Caracteriza-se por fogo em
combustíveis líquidos inflamáveis ou de sólidos
liquidificáveis. Exemplo: gasolina, querosene,
álcool e etc. Queimam em superfície e após a
queima, não deixam resíduos, esse tipo de
incêndio é extinto pelo método de abafamento.
 Classe C: Caracteriza–se por fogo em
materiais/equipamentos energizados,
geralmente, ocorre em equipamentos elétricos,
sendo exemplo deste tipo de incêndio:
Equipamentos elétricos, motores,
transformadores e etc. A extinção só pode ser
realizada com agente extintor não condutor de
eletricidade, em geral o CO2, nunca com
extintores de água ou espuma. A primeira
providência a ser tomada diante de um
incêndio de classe C é desligar o quadro de
força, pois assim este tipo de incêndio se
tornará um incêndio de classe A.
 Classe D: classe de incêndio que tem como
combustível os metais pirofóricos, como
magnésio, selênio, antimônio, lítio, potássio,
alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio,
urânio e zircônio. São difíceis de serem
apagados, esse tipo de incêndio é extinto pelo
método de abafamento. Nunca se deve utilizar
extintores de água ou espuma para extinção
desse tipo de fogo, pois eles tendem a reagir
com a água; e
 Classe K: São assim classificados os
incêndios em óleo e gordura em cozinhas.
Geralmente ocorrem em equipamentos como
fritadeiras, grelhas, assadeiras e frigideiras. O
combate mais indicado é com extintores à base
de solução especial de Acetato de Potássio
diluída em água.

Os agentes extintores da Classe K controlam rapidamente o fogo,


formando uma camada protetora na superfície em chamas. Possui um
efeito de resfriamento por vapor de água e de inertização resultante
da formação do vapor. Estes agentes possuem produtos químicos
capazes de interromper uma reação química e combustão.

CIPA Grau de Risco III


Agentes Extintores
 
 
A água é o agente extintor universal, pode ser encontrado em
abundância, é o mais barato e de fácil transporte e aplicação e é o
mais empregado em incêndios. Mas trataremos a seguir dos agentes
extintores envasados e obrigatórios para o controle de princípios de
incêndio em estabelecimentos.
 
Em todos os estabelecimentos ou locais de trabalho só devem ser
utilizados extintores de incêndio, que obedeçam às normas brasileiras
ou regulamentos técnicos do Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO, garantindo essa
exigência pela posição nos aparelhos de identificação de
conformidade de órgãos de certificação credenciados pelo INMETRO.
 
Os extintores de incêndio são, normalmente, a melhor ferramenta
para o combate imediato e rápido de pequenos incêndios,
principalmente, em fase inicial. No entanto, estes não devem ser
considerados como substitutos aos sistemas de extinção mais
complexos, mas sim como equipamentos adicionais. Os extintores
são compostos basicamente por válvula, lacre, manômetro,
mangueira, difusor, agente extintor e cilindro. Conforme a imagem
abaixo:

O preço de um extintor de incêndio não é comparável ao valor de se


proteger, a qualquer momento, contra uma tragédia.
 
Para cada classe de fogo existe um extintor adequado, sendo muito
importante saber as substâncias e modo de usar.
 
Todos os estabelecimentos, mesmo os dotados de chuveiros
automáticos, deverão ser providos de extintores portáteis, a fim de
combater o fogo em seu início. Tais aparelhos devem ser apropriados
à classe do fogo a extinguir.
 
Na planilha abaixo serão descritos os principais tipos de extintores e
as classes de incêndios que se destinam.
 

Classes de Incêndio

Tipos de Extintores

Unidade Unidade
CO AB
  Água Espuma BC FE36 Extintora Extintora
2 C
Classe K Classe D

Papel, Sim Sim Não Não Sim Sim Não Não


Madeira,
Tecido,
Borracha,
Fibras

Gasolina, Não Sim Sim Sim Sim Sim Não Não


Queronese,
Óleo,
Solventes,
G.L.P

Não Não
(conduz (conduz Sim Sim Sim Sim Não Não
Equipamentos corrente) corrente)
Elétricos e
Energizados
Não Não
Pó de (conduz (conduz Não Não Não Não Não Sim
Alumínio, corrente) corrente)
Magnésio,
Zircônio,
Potácio,
Titânio

Não Não Não Não Não Não Sim Não

Óleo, Gordura

 
 

CIPA Grau de Risco III


Extintor de Água
 
 
 
 São extintores para incêndios de classe A.
 Age por resfriamento e/ou abafamento.
 Pode ser aplicado na forma de jato compacto, chuveiro e
neblina. Para os dois primeiros casos, a ação é por
resfriamento. Na forma de neblina, a ação é de resfriamento e
abafamento.
Obs.: Os extintores de Classe A não devem ser utilizados em fogos
de outras classes, visto que o fogo de classe B é composto por
líquidos inflamáveis e estes em contato com a água podem espalhar
mais as chamas, além da água ser mais pesada, ficando embaixo do
líquido inflamável.
 
A água é condutora de eletricidade e, por esse motivo, não se deve
usar o extintor de classe A em fogos de classe C.
 
Nos estabelecimentos industriais de 50 (cinquenta) ou mais
empregados, deve haver um aprisionamento conveniente de água sob
pressão, a fim de a qualquer tempo seja possível extinguir os
começos de fogo de Classe A.
 
Os pontos de captação de água deverão ser facilmente acessíveis, e
situados ou protegidos de maneira a não poderem ser danificados.
 
Os pontos de captação de água e os encanamentos de alimentação
deverão ser experimentados, frequentemente, a fim de evitar o
acúmulo de resíduos.
 
A água nunca será empregada:
 
 
 nos fogos da Classe B, salvo quando pulverizada sob a forma
de neblina;
 nos fogos da Classe C, salvo quando se tratar de água
pulverizada ou o aparelho não estiver energizado;
 nos fogos da Classe D.
 
Técnicas de Utilização
 
1. Identifique o Extintor por meio da aparência externa deste e da
etiqueta presa ao mesmo, observando no manômetro se está
carregado.
2. Retire o Extintor do suporte preso a parede ou outro lugar em
que esteja acondicionado.
3. Retire o lacre e o pino de segurança.
4. Empunhe a mangueira para baixo e aperte o gatilho
rapidamente, a fim de confirmar o agente extintor.
5. Transporte o Extintor até próximo do local sinistrado (10 m).
6. Aperte o gatilho e direcione o jato para a base do fogo e
movimente-o em forma de "ziguezague" horizontal.

CIPA Grau de Risco III


Extintores de Pó Químico
 
 
São extintores que utilizam agente extintor à base de Bicarbonato de
Sódio ou Potássio e também Fosfato monoamônico. São indicados
para combater incêndios da classe B e C. O agente extintor atua
rapidamente sobre os materiais, resfriando, e interrompendo a cadeia
de reações químicas necessárias à alimentação da combustão. Ele é
recomendado para a classe C por não ser condutor de eletricidade.
 

 
Em contato com superfícies quentes, este pó não adere a superfície,
o que permite fácil limpeza após a extinção do fogo. Este tipo de
extintor age por abafamento, podendo ser também utilizado em
princípio de incêndios de classes A, porém somente em seu início.
Quando o extintor de Pó Químico é utilizado em princípio de incêndio
de Classe C mesmo sendo indicado, ele pode danificar o equipamento
que está pegando fogo ou até mesmo equipamentos próximos, devido
aos resíduos que se espalham no ambiente.
 

Técnicas de Utilização
 

 Identifique o extintor por meio da aparência


externa deste e da etiqueta presa ao mesmo.
 Rapidamente verifique as condições do
extintor, observando se o manômetro está
carregado e com pressão adequada.
 Retire o extintor do suporte onde está
acondicionado
 Retire o lacre e o pino de segurança
 Empunhe a mangueira para baixo e aperte o
gatilho rapidamente, a fim de confirmar se o
agente extintor está mesmo funcionando
 Leve o extintor ao local do fogo
 Se o incêndio for de classe C, aponte a
mangueira para a base do fogo, fazendo
movimentos na horizontal, em forma de zigzag.
 Se o incêndio for de classe B, inicie apontando
a mangueira para o topo do fogo, buscando
cobrir o mesmo, com movimentos
horizontais,em zigzag. Deve-se iniciar no topo
do fogo, descendo até a sua base, ou seja,
fazer um zigzag de cima para baixo,
permanecendo em sua base até a extinção do
mesmo.

CIPA Grau de Risco III


Extintores de Gás Carbônico

O extintor de Dióxido de Carbono é indicado para incêndios das


classes B e C. Atua por abafamento, criando uma camada gasosa e
isolando o oxigênio. O gás carbônico é um agente limpo, inodoro, que
não deixa resíduos, não danifica os equipamentos e não conduz
eletricidade.

 É o agente extintor indicado para incêndios da Classe C, por


não ser condutor de eletricidade e ser capaz de se expandir no
ar não deixando resíduos.
 Age por abafamento e resfriamento, podendo ser também
utilizado em incêndios da Classe A, somente em seu início e na
Classe B em ambientes fechados.

CIPA Grau de Risco III


Extintores de Pó Químico Especial

 
O extintor de pó químico especial é composto de substâncias como o
cloreto de sódio para abafar fogo em metais inflamáveis. São os
únicos capazes de apagar incêndios da classe D. Criam uma crosta
sobre o metal flamejante e evitam seu contato com o oxigênio
 
 É o agente extintor indicado para incêndios da Classe D.
 Age por abafamento.

CIPA Grau de Risco III


Extintores de Espuma

 É um agente extintor indicado para incêndios das Classes A e


B.
 Age por abafamento e secundariamente por resfriamento.
 Por ter água em sua composição, não se pode utilizá-lo em
incêndio de Classe C, pois conduz corrente elétrica.

CIPA Grau de Risco III


Uso dos Extintores

O emprego dos extintores portáteis de incêndio está ligado


diretamente à classe de incêndio, sendo que esta classe depende do
material combustível. Sendo assim, para o correto uso dos extintores,
é importante:
 

 Identificar o extintor apropriado para a classe


de incêndio em questão, através do rótulo ou
pelas características físicas de cada extintor.
 Após a identificação do mesmo, Retirá-lo de
seu suporte, romper o lacre e retirar o pino de
segurança.
 Sempre é importante testá-lo antes de levar o
extintor até as chamas, para evitar
deslocamentos em vão.

Portanto, com o extintor em mãos, deve-se empunhar a mangueira


com o esguicho voltado para baixo e pressionar o gatilho, a fim de
testar seu funcionamento, e se o agente é o que estava indicado pelo
rótulo. Com tudo pronto para o uso, transporte o extintor na posição
vertical até o local sinistrado. Com uma das mãos deve se segurar o
extintor juntamente com seu gatilho, e com a outra mão segurar o
ponta da mangueira ou cabo do difusor se for um extintor de CO2.
 
 
Quando formos apagar um fogo geralmente de Classe A, ou até
mesmo de Classe C, o esguicho deve ser apontado para a base do
fogo fazendo movimentos em horizontais, devendo sempre com a
outra mão apertar a válvula para esguichar o conteúdo do extintor
contra o fogo.
 
Em fogos de Classe B o indicado é começar de cima para baixo, a fim
de abafar o fogo, visto que se apontar diretamente para a base,
dependendo do caso, pode espalhar ainda mais o líquido inflamável.
 
Dependendo da realidade e propagação do fogo, deve-se aproximar
de forma progressiva e cautelosa, varrendo e cobrindo lentamente
toda a superfície das chamas, principalmente quando há
possibilidades do fogo atingir o combatente. Por esse motivo, sempre
que possível, se deve atuar no sentido do vento.
 
Sendo assim, logo após o processo de cobrir cautelosamente o fogo,
aponte o jato para a base do fogo e Termine apenas depois de se
assegurar que o princípio de incêndio foi totalmente apagado.

CIPA Grau de Risco III


Noções sobre a inclusão de pessoas com deficiência e
reabilitados nos processos de trabalho
 
Após a promulgação da Constituição de 1988, foi aprovada a Lei
7.853 em 1989, que estabelece as normas gerais para assegurar o
pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas com
deficiência e sua efetiva integração social. Nesta lei é disposto que
as empresas com cem ou mais funcionários devem preencher de 2%
a 5% de seu quadro de funcionários com pessoas com deficiência ou
reabilitados, determinação conhecida como Lei de Cotas.  
A Lei de Cotas é considerada como a principal garantia para o acesso
de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Ela vem
estimulando as organizações a iniciarem programas de inclusão e a
buscarem alternativas para que este tipo de contratação seja feita de
maneira adequada. Ou seja, não se trata apenas de contratar
pessoas com deficiência e agir de acordo com o que determina a
legislação, mas oferecer todas as oportunidades para que elas
possam se desenvolver, permanecer e crescer na organização.  
No Brasil existe a Lei nº 13.146 de 6 de julho de 2015, que institui a
Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (conhecida
como LBI - Estatuto da Pessoa com Deficiência). Trata-se da Lei mais
abrangente de proteção e garantia dos direitos das pessoas com
deficiência no Brasil e que tem como base a Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência. 
A LBI, junto dos movimentos de inclusão de pessoas com deficiência
e o reconhecimento de seus direitos, possibilitou um aumento
significativo de contratações destes profissionais por empresas dos
mais diferentes segmentos econômicos. No entanto, apesar do
crescimento constante da inclusão no mercado de trabalho, ainda há
muitas vagas a serem preenchidas.
Um ponto importante de se destacar sobre a LBI foi a inovação
trazida por ela com a criação do Cadastro-Inclusão. Trata-se de um
registro público eletrônico com a finalidade de coletar e processar
informações para identificação e a caracterização socioeconômica da
pessoa com deficiência, bem como das barreiras que impedem a
realização de seus direitos. 
A LBI trouxe também outro direito importantíssimo na garantia da
empregabilidade, a criação do Auxílio-Inclusão, disposto no artigo 94
da lei. É um benefício financeiro para a pessoa com deficiência
moderada ou grave que recebe ou recebia o benefício de prestação
continuada (o BPC) e que comece a trabalhar. Vale ressaltar que o
cidadão que vai solicitar o benefício tem que ser o titular do BPC
concedido à pessoa com deficiência, ter inscrição atualizada no
Cadastro Único e CPF regularizado.
 
Avanços na inclusão profissional
 
A Lei Brasileira de Inclusão ainda trouxe diversas garantias às
pessoas com deficiência. Além da obrigação de oferecer ambientes
de trabalho acessíveis e inclusivos, a pessoa com deficiência tem
direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas, a
condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo igual
remuneração por trabalho de igual valor. Outra garantia importante é
a acessibilidade em cursos de formação e de capacitação.  
Mediante isso, existe uma seção na LBI que trata da Habilitação e
Reabilitação Profissional, determinando ao poder público a
implementação de serviços e programas completos de habilitação e
de reabilitação profissional para que a pessoa com deficiência possa
ingressar, continuar ou retornar ao campo do trabalho, sendo
respeitados sua escolha, sua vocação e seu interesse.

CIPA Grau de Risco III


Definição de Primeiros Socorros
 

 
Primeiros socorros são as primeiras providências tomadas no local do
acidente. É o atendimento inicial e temporário até a chegada de um
socorro profissional. Geralmente, presta-se atendimento no próprio
local. As providências a serem tomadas inicialmente são:
 
 Uma rápida avaliação da cena e vítima;
 Aliviar as condições que ameacem a vida ou
que possam agravar o quadro da vítima, com a
utilização de técnicas simples;
 Acionar corretamente um serviço de
emergência local;
 Atuar conforme o seu conhecimento;
 Assistir a vítima até que chegue o socorro
médico.
Anualmente, milhares de pessoas se acidentam nas ruas, nas
rodovias, em casa e no trabalho. Geralmente, são quedas,
queimaduras, envenenamentos, cortes, choques e situações que
exigem, na maioria das vezes, socorro imediato.
 
É importante lembrar que, como adulto, a pessoa é responsável pela
própria segurança e, muitas vezes, também pela segurança de
terceiros, principalmente de crianças e de idosos. Eles precisam e
devem ser protegidos.
 

 
Apesar das medidas de segurança comumente adotadas e dos
cuidados que as pessoas têm com as próprias vidas, nem todos os
acidentes podem ser evitados, porque nem todas as causas podem
ser controladas. Assim, os riscos de acidente fazem parte do
cotidiano, o que requer a presença de indivíduos treinados para atuar
de forma rápida.
 
Cada vez se investe mais na prevenção e no atendimento às vítimas.
No entanto, por mais que se aparelhem hospitais e prontos-socorros,
ou se criem os Serviços de Resgate e SAMU’s (Serviços de
Atendimento Móvel de Urgência) sempre vai haver um tempo até a
chegada do atendimento profissional.
 
Nesse período, os únicos presentes são aqueles envolvidos no
acidente e os que estavam ou passaram pelo local. Somente a equipe
especializada é composta por socorristas, ou seja, socorrista é
aquele que está preparado, treinado e habilitado a fazer os primeiros
socorros e transporte de acidentados.
 

 
A pessoa que presta os primeiros socorros, em casos de acidentes ou
males súbitos, deve ter conhecimento das primeiras medidas a serem
tomadas. Esta função é importante, pois pode manter a vítima viva
até a chegada do socorro adequado, bem como não ocasionar outras
lesões ou agravar as já existentes. Sendo assim, é preciso agir com
bom senso, tolerância, calma e ter grande capacidade de
improvisação.
 
Prestar os primeiros socorros é uma atitude humana, que requer
coragem e o conhecimento das técnicas adequadas em face de ser
capaz de auxiliar numa emergência. O socorro imediato evita que um
ferimento se agrave, que uma simples fratura se complique, ou que
um desmaio resulte na morte do acidentado.
 
É comum que as pessoas se sintam incomodadas e até não gostem
de socorrer um estranho. No entanto, não se deve esquecer que
qualquer pessoa, inclusive família ou amigos, também podem ser
vítimas de acidentes e de mal súbito.
 
 

 
 
Os primeiros socorros, ou socorro básico de urgência, são as
medidas iniciais e imediatas dedicadas à vítima, fora do ambiente
hospitalar, executadas por qualquer pessoa treinada, para garantir a
vida, proporcionar bem-estar e evitar agravamento das lesões
existentes.
 
O conhecimento e a aplicação dos primeiros socorros têm como
objetivo fundamental salvar vidas. Se a pessoa não tiver condições
emocionais de prestar socorro direto à vítima, deve procurar por
alguém que a auxilie no atendimento e, em seguida, acionar os
serviços especializados: médicos, ambulâncias, SAMU e bombeiros.
Não se deve deixar uma vítima sem uma palavra de apoio ou um
gesto de solidariedade, nem deixar de adotar os procedimentos
cabíveis.
 
Existem várias maneiras de ajudar num acidente, até um simples ato
de chamar assistência especializada como ambulância e bombeiros,
sendo de suma importância para o atendimento adequado. Ao
solicitar ajuda, a pessoa deve procurar passar o máximo de
informações, como endereço do acidente, ponto de referência, sexo
da vítima, idade aproximada, tipo de acidente e número de vítimas.
 
Prestar os primeiros socorros não significa somente fazer respiração
artificial, colocar um curativo em um ferimento ou levar uma pessoa
ferida para o hospital. Significa chamar a equipe especializada
(Bombeiros, SAMU), dar suporte a alguém que está ferido e
tranquilizar os que estão assustados ou em pânico.
 
É importante entender que quem presta socorro deve saber que não é
sua tarefa realizar o diagnóstico, mas sim, ocupar-se em prover os
cuidados necessários para o suporte básico à vida. Sendo assim,
existem algumas regras básicas que devem ser seguidas em qualquer
situação de emergência, que são:
 

 O socorrista sempre inicia sua ação


executando a avaliação primária da vítima;
 A vítima não deve ser movimentada
desnecessariamente, e não deve ser permitido
a ela que se movimente bruscamente;
 As roupas e sapatos da vítima devem ser
afrouxados;
 Deve ser impedida a aglomeração em torno do
local do atendimento;
 Não se deve oferecer líquidos, alimentos ou
medicamentos, sem indicação médica;
 O conforto da vítima deve ser priorizado, além
do apoio emocional.

Por fim, é possível compreender que a importância dos primeiros


socorros reside no fato de que, apesar da grande maioria dos
acidentes poder ser evitada, quando eles ocorrem, alguns
conhecimentos simples contribuem para diminuir o sofrimento, evitar
complicações futuras e até mesmo salvar vidas. No entanto, do
mesmo modo, um atendimento de emergência mal feito pode
comprometer ainda mais a saúde da vítima.

CIPA Grau de Risco III


Procedimentos Gerais de Primeiros Socorros
 
Quando tratamos dos procedimentos gerais para um atendimento
adequado em primeiros socorros, é preciso fazer uma rápida
avaliação da situação antes de tudo, pois ela indicará as prioridades.
Há três passos básicos para uma avaliação que são:
 
 Observação
 Palpação; e
 Diálogo

Observação
 
A observação é a primeira ação que uma pessoa que está preparada
e treinada em primeiros socorros deve fazer num atendimento de
emergência. É preciso realizar uma observação detalhada da cena,
certificando-se de que o local em que se encontra a vítima está
seguro e analisando a existência de riscos, como desabamentos,
atropelamentos, colisões, afogamento, eletrocussão, agressões, entre
outros.
 
Mas fique atento, socorrer alguém pode ser perigoso. Não descuide
de sua segurança pessoal e não corra riscos em resgates heróicos.
Somente depois de assegurar-se da segurança da cena é que a
pessoa deve se aproximar da vítima para prestar assistência. Não
adianta tentar ajudar e, em vez disso, se tornar mais uma vítima.
Lembre-se: primeiro você, depois as demais pessoas e, por último, a
vítima.
 
Após a avaliação da cena, identificando os riscos existentes e
verificando que não há ameaças, a pessoa que irá prestar os
primeiros socorros poderá se aproximar da vítima. A observação da
vítima pode revelar vários fatos como:
 

 Alteração ou ausência da respiração;


 Hemorragias externas;
 Deformidades de partes do corpo;
 Coloração diferente da pele;
 Presença de suor intenso;
 Inquietação;
 Expressão de dor;
Palpação
 
Antes de examinar a vítima, a pessoa deve se proteger para evitar
riscos de contaminação por meio do contato com sangue, secreções
ou por produtos tóxicos. Por isso, é importante a utilização de kits de
primeiros socorros como: luvas, óculos, máscaras, entre outros. Na
ausência desses dispositivos, vale o improviso com sacos plásticos,
panos ou outros utensílios que estejam disponíveis. A palpação
permite que o socorrista identifique:
 

 Batimentos cardíacos;
 Fraturas;
 Umidade da pele;
 Alterações de temperatura (alta ou baixa).
Diálogo
 
Sempre que possível, deve-se interagir com a vítima, procurando
acalmá-la e, ao mesmo tempo, avaliar as condições desta enquanto
conversa. A tentativa de diálogo com a vítima pode permitir perceber:
 
 Nível de consciência;
 Sensação e localização da dor;
 Incapacidade de mover o corpo ou partes dele;
 Perda ou sensibilidade em alguma parte do corpo.
Uma vez definida e analisada a situação, a ação deve ser dirigida
para:
 

 
 Pedido de ajuda qualificada e especializada;
 Avaliação das vias aéreas;
 Avaliação da respiração e dos batimentos cardíacos;
 Prevenção do estado de choque;
 Aplicação de tratamento adequado para as lesões menos
graves;
 Preparação da vítima para remoção segura;
 Providências para transporte e tratamento médico (dependendo
das condições).
A pessoa que presta os primeiros socorros deve lembrar que sua
tarefa se restringe sempre em só prestar o socorro básico de
urgência. Não deve fazer nada que não seja rigorosamente essencial
para a vida do acidentado, enquanto aguarda o auxílio médico.

CIPA Grau de Risco III


Princípios para Primeiros Socorros
 
 
Os principais princípios para atendimento de primeiros socorros são:
 

 
 Agir com calma e confiança – evitar o pânico;
 Ser rápido, mas não precipitado;
 Usar bom senso, sabendo reconhecer limitações;
 Usar criatividade para improvisação;
 Demonstrar tranquilidade, dando ao acidentado segurança;
 Manter a atenção voltada para a vítima, quando estiver
interrogando-a;
 Falar de modo claro e objetivo;
 Aguardar a resposta da vítima;
 Não atropelar com muitas perguntas;
 Explicar o procedimento antes de executá-lo;
 Responder honestamente às perguntas que a vítima fizer;
 Usar luvas descartáveis para proteção contra doenças de
transmissão por sangue; e
 Atender a vítima em local seguro (removê-la do local se houver
risco de explosão, desabamento ou incêndio).

CIPA Grau de Risco III


Urgências Coletivas
 

 
Acidentes em locais em que há aglomeração de pessoas costumam
envolver um grande número de vítimas e, nesses casos, geralmente,
o atendimento é muito confuso. Estas urgências coletivas podem
acontecer em diversos locais, como igrejas, estádios, casas de
espetáculos, shows, protestos e em qualquer ambiente onde há um
grande volume de pessoas. Ao se deparar com uma urgência coletiva,
a pessoa deve tomar as seguintes medidas:
 

 Providenciar comunicação imediata com os


serviços de saúde, defesa civil, bombeiros e
polícia;
 Isolar o local, para proteger vítimas e demais
pessoas;
 Determinar locais diferentes para a chegada
dos recursos e saída das vítimas;
 Verificar a possibilidade de retirar as vítimas
que estejam em local instável, quando estas
estiverem conscientes e em condições de se
movimentar;
 Determinar as prioridades de atendimento,
fazendo uma triagem rápida das vítimas para
que as mais graves possam ser removidas em
primeiro lugar. Essa triagem pode ser realizada
para informar e agilizar o atendimento do
serviço especializado;
 Providenciar também o transporte, de forma
adequada, das vítimas que não possuem
condições de se movimentar sozinhas ou que
estejam inconscientes. Este transporte deve
ser realizado somente quando a vítima estiver
correndo risco ao permanecer no local e deve
ser feito de forma adequada para não
prejudicar as lesões.
Ninguém deseja passar por esta situação, mas, caso ocorra, é preciso
ter um mínimo de preparo para não tomar atitudes desesperadas. Por
isso, é fundamental usar o bom senso ao se deparar com um acidente
com vítimas.

CIPA Grau de Risco III


Parada Cardiorrespiratória
 

 
A parada cardíaca e a respiratória ocorrem de forma isolada por um
curto espaço de tempo, em questão de alguns instantes, uma acarreta
a outra, ocasionando, consequentemente, a parada
cardiorrespiratória, onde será necessário que a prestação de socorro
seja imediata. A parada cardiorrespiratória é a parada dos
movimentos cardíacos e respiratórios, ou seja, é a ausência das
funções vitais do cérebro e coração e a falta dos movimentos
respiratórios e batimentos cardíacos.  
 
Esta é uma emergência de grande risco, pois leva à morte
rapidamente e, por isso, os primeiros atendimentos devem ser dentro
de no máximo 4 minutos a partir da ocorrência, já que após este
tempo as chances de recuperação são escassas.  Uma vítima de
parada cardiorrespiratória é identificada por meio dos seguintes
sinais:
 

 Inconsciência;
 Ausência de batimentos cardíacos; e 
 Ausência de movimentos respiratórios.

Desta forma, podemos entender que, ao identificar estes sintomas


durante uma emergência, será possível reconhecer uma vítima de
parada cardiorrespiratória para colocar em prática os procedimentos
de primeiro atendimento referentes a esta circunstância, contribuindo
para maiores chances de sobrevivência da vítima.

CIPA Grau de Risco III


Parada Respiratória
 

 
A parada respiratória é a parada súbita da respiração, ou seja, a
parada dos movimentos de inspiração e expiração de ar. Com isso, há
falta de oxigênio nos tecidos do corpo, principalmente em órgãos
vitais, que necessitam de maior quantidade de oxigênio, como o
coração e o cérebro. A parada respiratória pode ocorrer por diversas
situações, como por exemplo em:
 
 Afogamento;
 Sufocação; 
 Aspiração excessiva de gases venenosos ou
vapores químicos; 
 Presença de corpos estranhos na garganta;
 Choque elétrico; 
 Parada cardíaca; 
 Doenças do pulmão; 
 Trauma; 
 Obstrução de vias aéreas;  
 Overdose por drogas. 

É possível identificar os primeiros sinais do indivíduo com parada


respiratória pela ausência de movimentos torácicos, cianose, que é a
coloração roxa dos lábios e extremidades do corpo e inconsciência.
Há um modo bem simples e eficaz para verificar os sons e
movimentos respiratórios da vítima. Este modo consiste em aproximar
o seu ouvido próximo da boca e do nariz da vítima direcionando o
olhar para o tórax da mesma, ou seja, para o peito da vítima e
verificar:
 
 

 Se o tórax se expande;
 Se há algum ruído de respiração;
 Sentir na própria face se há saída de ar.

Portanto, podemos concluir que os sinais clássicos de uma parada


respiratória são:
 

 Inconsciência;
 Tórax imóvel;
 Ausência de saída de ar pelas vias aéreas (ou
seja, não apresenta saída de ar pelo nariz e
boca).

Desta forma, é notável que a parada respiratória pode ser


extremamente prejudicial para a vítima, e por isso é necessário
identificar os sinais desta emergência para poder realizar os
procedimentos adequados.

CIPA Grau de Risco III


Parada Cardíaca e Ataque Cardíaco
 
Doenças cardíacas são a principal causa de morte em todo o mundo e
em cerca de 60% dessas mortes ocorre uma parada cardíaca súbita -
PCS (que é a parada total do coração)
 
O coração funciona como uma bomba de ejeção de sangue para todo
o corpo humano. Quando se contrai (ou seja, se fecha), distribui
sangue pelas artérias; e quando se dilata (ou se infla), traz o sangue
de volta para dentro dele, pelas veias.
 
A parada cardíaca ocorre quando o coração para de funcionar. Nessa
condição, ele deixa de fazer a função de bomba, deixando de circular
o sangue pelo organismo.
 
Portanto, a Parada Cardíaca é a perda súbita e inesperada da função
cardíaca, ou seja, é perda total e repentina de circulação sanguínea
em resultado da incapacidade do coração em bombear sangue.
 

 
Muitas pessoas confundem ataque cardíaco com parada cardíaca,
pois o nome é muito similar. Vejamos a diferença entre ataque
cardíaco e parada cardíaca de forma mais detalhada:
 

 O Ataque Cardíaco refere-se à ocorrência do


Infarto ou Enfarte Agudo do Miocárdio, por
esse motivo os ataques cardíacos podem ser
chamados de infarto ou infarte. Miocárdio é o
músculo do coração que possui funcionamento
autônomo e involuntário, assegurando a
circulação sanguínea. Portanto, podemos dizer
que o miocárdio é uma espécie de "parede" do
coração.
 O Ataque cardíaco (ou infarto..) é o resultado
da interrupção do fluxo sanguíneo através das
artérias do coração (que são chamadas de
artérias coronárias). Estas artérias são
responsáveis por enviar os suprimentos para o
coração funcionar. Quando estas artérias ficam
obstruídas, prejudicam uma determinada região
do músculo do coração pela falta de
suprimento sanguíneo em seu tecido muscular.
Essa falta de fluxo sanguíneo causa alterações
bioquímicas nas células do músculo cardíaco e
com isso danos do sistema elétrico do coração
pela falta de oxigênio, surgindo rapidamente as
arritmias que são potencialmente fatais. Estas
arritmias são chamadas de Fibrilações
Ventriculares que é um ritmo cardíaco com
risco de morte, resultando em batimentos
cardíacos acelerados e inadequados.

Por esse motivo, a pessoa que está sofrendo um infarto sente um


grande aperto ou dor no peito, além de: formigamento ou desconforto
no peito, nos braços ou na mandíbula, falta de ar, náuseas, tonturas,
desconforto na região do estômago, sudorese e até mesmo desmaios.
 
Além do infarto, há outras diversas causas que podem levar à parada
cardíaca, como: insuficiência cardíaca em fase terminal, embolia
pulmonar, arritmia cardíaca congênita, entre outras. Porém, podemos
dizer que em grande parte dos casos, os infartos ou Ataques
Cardíacos são uma pré-condição para um quadro de Parada
Cardíaca. A Parada Cardíaca, na maioria das vezes, é provocada por
Arritmias Cardíacas decorrentes do Infarto do Miocárdio. No tempo
em que ocorre o infarto grande parte das vítimas apresenta algum
tipo de fibrilação ventricular (FV) durante a parada.
 
Nenhum tipo de reanimação cardiopulmonar (RCP) ou reanimação
cardiorrespiratória (RCR) consegue reverter esse quadro, mas
garante a oxigenação do organismo até a chegada de um
desfibrilador ou equipe de especializada. É importante lembrar que
uma manobra de reanimação aplicada corretamente pode dobrar ou
até mesmo triplicar as taxas de sobrevivência de uma Parada
Cardíaca.
 

Sinais de Parada Cardíaca


Os sinais de parada cardíaca são:
 
 Inconsciência;
 Ausência de pulsação (batimentos cardíacos);
 Ausência de som de batimentos cardíacos.
Para verificar as pulsações é necessário senti-las nas artérias
principais, que passam pelo corpo. As mais utilizadas são as que
passam pelo pescoço, denominadas carótidas. Quando ocorre
ausência de pulsação, nessas artérias, é possível dizer que se está
diante de um dos sinais mais evidentes de que ocorreu uma parada
cardíaca.
 
Quando a pessoa ficar com dúvida ou não conseguir verificar as
pulsações, deve observar se a vítima apresenta algum sinal de
circulação como:
 
 Respiração
 Tosse ou emissão de som
 Movimentação
Em casos em que esses sinais não são evidentes, deve-se considerar
que a vítima está sem circulação e iniciar as compressões torácicas
imediatamente.

CIPA Grau de Risco III


Importância do Reconhecimento e Procedimentos de
Parada Cardiorrespiratória
 
A parada cardiorrespiratória (PCR) é uma intercorrência inesperada e
constitui-se numa grave ameaça à vida das vítimas, principalmente
aquelas que ocorrem fora do ambiente hospitalar, visto que o manejo
dessas vítimas requer atendimento imediato e desfibrilação,
diferentemente do ambiente hospitalar em que há uma equipe com
profissionais especializados que atuam especificamente na
emergência de pacientes que apresentam parada cardiorrespiratória.
 

 
Para termos uma ideia, segundo estudos, após uma parada
cardiorrespiratória sem atendimento instantâneo, a sobrevida é
diminuída em 10% para cada minuto de atraso na desfibrilação. Por
outro lado, a taxa de sobrevivência é de cerca de 98% quando o
atendimento ocorre em até 30 segundos à ocorrência, ou seja, a
desfibrilação é fundamental para salvar a vida da vítima. Por esse
motivo, a aquisição de um DEA (Desfibrilador Externo Automático),
nas empresas ou locais públicos é de extrema relevância.
 
Inúmeras pessoas morrem sem receber atendimento, pela demora do
socorro ou pela inabilidade das pessoas que presenciam o acidente,
algumas pessoas até mesmo atrapalhando aquelas que conhecem os
procedimentos a serem aplicados, em contrapartida outras pessoas
apresentam iniciativa de prestar os primeiros atendimentos a vítima e
transportar em veículo próprio e não aguarda um socorro adequado,
às vezes pela demora do Serviço Médico de Emergência ou por
despreparo, só que essa reação pode causar sequelas e levar à
vítima a morte.
 

 
O que vamos apresentar, baseia se no que há mais de atual nas
diretrizes internacionais, a respeito da ressuscitação cardiopulmonar
e Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE). baseia-se nas
novas diretrizes da Agência Americana do Coração (American Heart
Association), que é a referência mundial sobre o assunto, e teve um
processo de avaliação de evidências que envolveu 250 revisores de
39 países.
 
Segundo estas diretrizes, as vítimas que têm uma Parada
Cardiorrespiratória extra-hospitalar (PCREH), ou seja fora do
hospital, dependem da assistência da comunidade. Os socorristas
leigos precisam seguir os critérios de reconhecimento da Parada
Cardiorrespiratória (PCR), pedir ajuda e iniciar a reanimação
cardiopulmonar (RCP) e aplicar a desfibrilação (na nossa realidade,
se possível) ou seja, as diretrizes internacionais dizem que deve-se
haver um acesso público à desfibrilação (chamada de APD) até que
um time de serviço médico de emergência (SME) com formação
profissional assuma a responsabilidade e, em seguida, transporte o
paciente para um pronto-socorro ou um laboratório de hemodinâmica.
 
Por esse motivo é recomendado ter nas empresas e em locais com
grande movimentação de pessoas o Desfibrilador Externo Automático
(DEA) para que pessoas preparadas utilizá-lo em caso necessitem
prestar socorro em uma Parada Cardiorrespiratória.

CIPA Grau de Risco III


Procedimentos para Parada Cardiorrespiratória
 
Como sabemos, a Parada Cardiorrespiratória (PCR) é a interrupção
da circulação sanguínea devido à suspensão inesperada dos
batimentos cardíacos, sendo a cessação súbita das funções
respiratórias e cerebrais, comprovada pela ausência de pulso central,
carotídeo ou femoral, de movimentos respiratórios ou respiração
agônica, e a presença de inconsciência do paciente.
 
 
Ao acontecer uma parada cardiorrespiratória, a pessoa perde a
consciência entre 10 a 15 segundos, ocorrendo também a parada de
circulação sanguínea na região do cérebro e, caso a pessoa
permaneça nesta situação entre 4 a 6 minutos, inicia-se a morte das
células cerebrais.
 
A PCR pode ser de origem cardíaca, respiratória, metabólica ou
traumática onde provoca um colapso na circulação sanguínea, ou
seja, colapso hemodinâmico. Para reverter esse quadro, foi
desenvolvido o método de Ressuscitação Cardiopulmonar - RCP, que
se refere às tentativas de recuperar a circulação espontânea, sendo
sua aplicação universal.
 
PCR é um evento que ocorre com frequência em Unidades de Terapia
Intensiva (UTI’s), uma vez que essas unidades possuem pacientes
gravemente enfermos, com instabilidade hemodinâmica acentuada,
necessitando de equipe profissional. Desta forma, as questões que
fundamentam a Reanimação Cardiorrespiratória - RCR encefálica
devem ser conhecidas pelos enfermeiros, uma vez que têm sido
motivo de controvérsias e, consequentemente, provocado estudos
com o objetivo de esclarecê-las e melhorar os padrões de
atendimento. Uma parada cardiorrespiratória pode acontecer de três
ritmos cardíacos diferentes:
 

 Fibrilação ventricular – Esta é a mais comum


de ocorrer. É causada por muitos focos
ectópicos disparados em frequências
diferentes, produzindo um ritmo de batimentos
cardíacos caótico, irregular e fatal.
 Atividade elétrica sem pulso – é
caracterizada pela ausência de pulso
detectável, não há circulação sanguínea e os
batimentos cardíacos são ineficazes. Esta
atividade em um monitor cardíaco apresenta
evidências de atividade elétrica organizada,
porém, o músculo cardíaco é muito fraco ou
com problemas na reperfusão, ou seja, no
retorno do sangue, para responder ao estímulo
elétrico. 
 Assistolia – É a ausência de ritmo cardíaco,
ou seja, a ausência total de atividade elétrica
do coração, é a evolução final das demais
modalidades de paradas cardiorrespiratórias
quando não atendidas adequadamente ou em
tempo hábil.

 
Quando identificados qualquer um destes casos, devemos
rapidamente iniciar as manobras de ressuscitação cardíaca. A taxa de
sobrevida após uma parada cardiorrespiratória é diminuída em 10%
para cada minuto de atraso na desfibrilação. Porém, se a
desfibrilação for aplicada nos primeiros 30 segundos, a taxa de
sobrevida salta para 98%. Por isso, o conhecimento e treinamento
para a utilização do Desfibrilador Externo Automático - DEA é tão
importante.

Procedimentos iniciais de Primeiros Socorros


 
Como sabemos, os primeiros socorros são os cuidados imediatos que
devem ser prestados rapidamente a uma pessoa, vítima de acidentes
ou de mal súbito, cujo estado físico põe em perigo a sua vida, com a
finalidade de manter as funções vitais e evitar o agravamento de suas
condições, aplicando medidas e procedimentos até a chegada de
assistência qualificada.
 
Para a prestação dos primeiros socorros não é obrigatória a presença
de profissionais da área médica, esse primeiro atendimento pode ser
realizado por indivíduos leigos. Contudo, para prestar um
atendimento correto, há necessidade de conhecimentos suficientes e
adequados sobre noções de primeiros socorros, o que por vezes não
acontece frequentemente, sendo, portanto, necessária a orientação
de todos, para assim constituir um elemento estratégico a fim de
reduzir a mortalidade e morbidade provocadas por acidentes e
emergências.
Suporte Básico de Vida – SBV
 
Quando falamos de Primeiros socorros em casos de Parada
Cardiorrespiratória, automaticamente estamos falando de Suporte
Básico de Vida - SBV, que são as medidas iniciais e imediatas
aplicadas à vítima de mal súbito ou trauma, fora do ambiente
hospitalar, onde são realizadas ações na tentativa de manter os
sinais vitais, permitindo ganhar tempo até à chegada de um socorro
especializado, capaz de instituir procedimentos de Suporte Avançado
de Vida - SAV.
 

 
As novas Diretrizes da Associação Americana do Coração - AHA,
recomendam a alteração em procedimentos de Suporte Básico de
Vida - SBV em adultos, no chamado de A-B-C da vida que priorizava
a liberação da via aérea, respiração e compressões torácicas. Este
procedimento foi alterado para C-A-B-D, onde devemos entender que:
 

 C - corresponde a checar responsividade e


respiração da vítima, chamar por ajuda, checar
o pulso e realizar compressões.
 A - é abertura das vias aéreas.
 B - boa ventilação.
 D - desfibrilação.

Vale lembrar que para os socorristas leigos que não se sentem


confortáveis ou preparados para fazer a Abertura das Vias Aéreas e
Ventilação (respiração artificial), o procedimento será C-D, ou seja:
 

 Checar responsividade e respiração da vítima;


 Chamar por ajuda;
 Checar o pulso da vítima quando se sentir
apto; e
 Realizar compressões até a chegada do
Desfibrilador Externo Automático e/ou chegada
da Equipe especializada.

Na maioria das paradas assistidas, as vítimas apresentam fibrilação


ventricular - FV ou taquicardia ventricular - TV sem pulso. Nestes
casos, a sequência A-B-C acaba sendo atrasada devido à dificuldade
que o socorrista encontra em abrir a via aérea para dar início às
ventilações de resgate. Com a alteração para C-A-B-D ou C-D para
socorristas leigos, as compressões torácicas serão iniciadas mais
cedo, o que não trará problemas para ventilação.
 
Portanto, as ações iniciais do Suporte Básico de Vida são realizadas
por leigos capacitados, e, no caso de Parada Cardiorrespiratória, o
suporte considera a circulação artificial. Já a desobstrução das vias
aéreas e ventilação devem ser feitas somente se o socorrista leigo se
sentir preparado para executar, contando ainda com a desfibrilação
precoce quando obtiver disponibilidade do equipamento. Porém, os
primeiros socorros requerem alguns cuidados iniciais como:
 
1º: Segurança do local: avaliar primeiramente a
segurança do local onde a vítima está,
certificando-se de que este é seguro para você
e para a vítima. Caso o local não seja seguro,
será preciso remover a vítima para um outro
que ofereça segurança.
 
2º: tocar e chamar a vítima para observar se ela
responde aos seus estímulos. Se a vítima não
responder, será necessário avaliar sua
respiração observando a presença de elevação
do tórax. Caso a vítima não esteja respirando, é
preciso chamar ajuda imediatamente.
 
3º: ligar para o serviço de emergência (SAMU
192), ou pedir para alguém próximo fazê-lo. Se
um DEA estiver disponível, é só buscá-lo, ou
pedir para alguém próximo buscá-lo enquanto
você continua o atendimento à vítima. É
importante que, ao ligar para o serviço de
emergência, seja identificada a localização do
incidente e condições da vítima.
 
4º: Tentar checar o pulso carotídeo da vítima
em menos de 10 segundos. Caso não seja
possível detectar pulsações, as compressões
torácicas deverão ser iniciadas imediatamente.
 
5ª: a atualização da Associação Americana do
Coração - AHA orienta que na Reanimação
Cardiopulmonar realizada por socorristas leigos,
treinados ou não, seja priorizado realizar as
compressões cardíacas no lugar das
ventilações. Ou seja, o socorrista deve aplicar
somente as compressões cardíacas, estando ele
com assistentes ou não.
 
O diagnóstico deve ser feito com a maior rapidez possível,
compreendendo a avaliação de três parâmetros: responsividade,
respiração e pulso. A responsividade deve ser feita com estímulo
verbal e tátil, o estímulo verbal deve ser efetuado com voz firme e em
tom alto, garantindo que a vítima seja capaz de escutar o socorrista.
 
O estímulo tátil deve ser firme, sempre contralateral, ou seja, do lado
oposto em que se posiciona o socorrista, para evitar que o socorrista
seja atingido involuntariamente por pacientes semiconscientes. Se
não houver resposta e for detectada a ausência da respiração,
considera-se que a vítima esteja em situação potencialmente letal,
devendo ser assegurado atendimento médico de emergência.
 

Reanimação cardiopulmonar ou Reanimação


Cardiorrespiratória - RCP
 
A RCP é um conjunto de manobras destinadas a garantir a
oxigenação dos órgãos e tecidos da vítima, e com a finalidade final
de fazer com que o coração e o pulmão voltem a funcionar
normalmente garantindo a vida da pessoa acometida pela parada
cardiorrespiratória. A importância do reconhecimento rápido da PCR,
bem como a iniciação da RCP precocemente se dá pelo fato de que a
falta de oxigenação decorrente da PCR gera, conforme passam os
minutos, lesões irreversíveis no tecido cerebral e cardíaco, causando
a morte da vítima.
 
 

Massagem cardíaca
 
A massagem cardíaca é uma manobra que objetiva garantir a
oxigenação dos órgãos quando ocorre uma parada cardiorrespiratória.
Nesta situação, não há bombeamento de sangue para os órgãos vitais
do corpo, como cérebro e coração, e estes acabam por entrar em
processo de necrose.
 
Em caso de suspeita de parada cardíaca (PCR), existe uma
sequência de passos que qualquer pessoa pode seguir para ajudar o
sangue a fluir até que a vítima tenha atendimento especializado. É
importante saber que o melhor resultado na tentativa de reanimar
uma pessoa em parada cardíaca é quando esse processo é realizado
nos primeiros cinco minutos do evento. Essa sequência foi descoberta
e revista ao longo dos anos. Vamos repassar agora toda a sequência
de procedimentos em caso de uma parada cardiorrespiratória e como
realizar a uma massagem cardíaca:
 

 Vale frisar que em casos que são necessários


os procedimentos de Suporte Básico de Vida,
como é o caso de uma parada
cardiorrespiratória, onde o tempo é crucial, os
procedimentos formam uma cadeia de atos que
somam ações em conjuntos, não é um passo a
passo onde você inicia um procedimento,
finaliza, depois inicia outro.
 Nessa cadeia somam-se as ações, fazendo
uma, duas ou três coisas ao mesmo tempo, ou
seja, é acionada a ajuda por meio de um
celular, por exemplo, colocando-o no viva-voz
e em seguida já é iniciado outro procedimento
enquanto o telefone está chamando.
 Como já vimos, o primeiro passo sempre é
avaliar a cena, pois a prioridade é a sua
segurança e das demais pessoas. Após
avaliada a situação e o ambiente, é só se
aproximar da vítima.
 Tente despertar a vítima, pois na maioria das
vezes ela apresenta somente um desmaio,
sendo assim, a pessoa desperta em pouco
tempo. Em alguns casos, a pessoa pode estar
dormindo ou estar alcoolizada e tentar
despertá-la é o primeiro passo para evitar
esforço desnecessário.
 Se a vítima responder, é preciso se apresentar
e conversar com ela, perguntando se precisa
de ajuda. Se a vítima não responder, deverá
ser avaliada sua respiração, observando se há
elevação do tórax em menos de 10 segundos.
Caso a vítima esteja respirando, é necessário
ficar ao seu lado e aguardar para ver sua
evolução e, se for preciso, chamar ajuda.
 Se ela estiver em uma posição difícil de
verificar a respiração, o ideal é colocá-la
deitada de barriga para cima (decúbito dorsal),
aproximando seu ouvido à boca e nariz da
vítima para verificar se sente ou ouve a
respiração e, ao mesmo tempo, ver se o tórax
se movimenta. Mas atenção, sempre verifique
a cena, veja se a vítima encontra-se nesta
situação devido a algum acidente ou queda.
 Nesses casos, a movimentação deve ser feita
preservando ao máximo a cervical, virando a
cabeça e tronco em bloco, fazendo com que a
cabeça e o corpo da vítima se movimentem em
conjunto unitário. Por esse motivo, sempre é
bom solicitar ajuda de outro socorrista. Se a
vítima não estiver respirando ou estiver
somente com respiração agônica, chame ajuda
imediatamente.
 O tempo necessário entre a avaliação da
responsividade, respiração e o acionamento do
serviço de emergência deve ser entre 5 a 10
segundos. Com as evidências de inconsciência
e falta de respiração já podemos caracterizar
que estamos presenciando uma parada
cardiorrespiratória, mas caso se sinta
preparado, ao mesmo tempo em que estiver
verificando a respiração, veja se a pessoa
apresenta pulsação.
 O procedimento indicado em pessoas
inconscientes é verificar o pulso carotídeo
situado no pescoço. Para isso, posicione os
dedos indicador e médio na parte macia e oca
da lateral do pescoço, que é onde fica a artéria
carótida. Pressione firmemente e verifique se
sente a pulsação.
 Estudos mostram que tanto profissionais da
saúde quanto socorristas leigos têm dificuldade
de detectar o pulso e que pode levar muito
tempo para realizá-lo, por isso, não é
enfatizada e nem obrigatória a checagem de
pulso.

Podemos dizer que, até aqui, estas são ações padrão de qualquer
situação de emergência que apresente vítima inconsciente e
possivelmente com parada cardiorrespiratória, porém, haverá
diferentes situações que exigirão outros procedimentos como, por
exemplo: quando o socorrista leigo estiver sozinho ou houver dois ou
mais socorristas, e até mesmo quando estiver disponível ou não o
DEA.
 

Procedimentos com um Socorrista SEM


disponibilidade do DEA
 
Após identificar a parada cardiorrespiratória, ligue para o serviço de
emergência (192). O ideal é a utilização de um celular no modo viva
voz para que, enquanto estiver chamando, já esteja iniciando os
procedimentos de massagem cardíaca.
 
Ao ser atendido pelo serviço de emergência (192) informe a situação,
localização do incidente e condições da vítima. Ao iniciar a
massagem cardíaca, lembre-se que todos estes procedimentos são
feitos de maneira rápida e coordenada, então, quando iniciar a
massagem cardíaca é possível que ainda não tenha sido atendido
pelo serviço de emergência. Para iniciar a Massagem Cardíaca, é
necessário ficar de joelhos ao lado da vítima e iniciar as
compressões.
 
a) Para saber exatamente o ponto onde devem
ser feita as compressões em adultos, sinta o
final do osso esterno, o osso que junta as
costelas da direita com as da esquerda, no meio
do peito. Sinta o final do osso na boca do
estômago. Meça dois dedos a partir dali na
direção da cabeça.
 
b) Posicione a região hipotênar e tênar da
palma da mão sobre o osso esterno da vítima,
que condiz com a parte inferior da palma da
mão.
 
c) Entrelace os dedos com a segunda mão,
afastando os dedos do tórax, para comprimir
somente com a região inferior da mão, conforme
demonstrado na imagem.
 
d) Mantenha os braços e cotovelos esticados e
travados em linha reta, sendo assim, os
cotovelos não devem ser dobrados durante as
compressões. A força aplicada será o peso do
socorrista sobre o tórax da vítima, e o mesmo
deve deixar o braço reto em direção ao tórax da
vítima, assim evitará fadiga rápida, e as
compressões serão de melhor qualidade.
 
e) Comece a empurrar com o peso do seu
corpo, em movimentos ritmados, o tórax para
dentro. Cerca de 100 a 120 compressões por
minuto, deve ser feito em média 10
compressões a cada 6 segundos ou 2 a cada
segundo. Esta ação deve movimentar o esterno
(peito) de 5 a 6 centímetros para dentro e
retornar à sua posição natural.
 
A função deste procedimento é fazer com que o peso do seu corpo
"comprima" o coração, empurrando o sangue para frente e no retorno
do tórax, o coração enche-se novamente de sangue para ser
empurrado mais uma vez à frente com a nova compressão. Esse
processo visa substituir a função do coração temporariamente,
preservando o cérebro e outros órgãos até a chegada do Suporte
Avançado de Vida, que se trata do atendimento especializado.
 
Em geral, a massagem cardíaca deve ser feita por 2 minutos até que
seja feita a verificação da respiração da vítima, já que se trata de um
procedimento que necessita do maior número de compressões
possíveis e acaba deixando o socorrista cansado. Desta forma, esse
tempo contribui para uma massagem cardíaca eficiente e após esses
segundos de verificação da respiração da vítima, o socorrista deve
retornar às compressões pois as pausas prolongadas diminuem a
eficácia da massagem cardíaca.
 
Sendo assim, este é o procedimento recomendado para socorristas
leigos sem disposição do DEA: reconhecer a parada
cardiorrespiratória, chamar ajuda e iniciar as compressões torácicas
até a vítima voltar a consciência ou chegada da equipe especializada.

Procedimentos com um Socorrista COM


disponibilidade do DEA
 
Após identificar a Parada Cardiorrespiratória e estando o DEA
próximo, busque imediatamente o equipamento e, ao mesmo tempo,
ligue para o serviço de emergência (192). Como já citamos, o ideal é
colocar o celular no modo viva voz para realizar os procedimentos de
forma simultânea, ou seja, ligar para a emergência já iniciando os
procedimentos para retirar a vestimenta superior da vítima e ligar e
colocar as “pás” do DEA no tórax da vítima.
 
Ligue o equipamento, coloque as pás do DEA nos locais indicados e
inicie a massagem cardíaca até receber as instruções do aparelho.
Provavelmente em segundos, o equipamento irá solicitar para não
tocar a vítima e iniciará a realização das análises, neste momento, o
socorrista deve se afastar e aguardar as orientações do DEA.
 
Se o mesmo informar que o choque não é indicado, o socorrista deve
voltar a fazer a massagem cardíaca até as novas orientações do
equipamento. Geralmente o DEA irá realizar novas análises após 2
minutos. Caso o equipamento informe “choque indicado”, continue
realizando a massagem até o aparelho carregar e indicar que o
choque pode ser aplicado ou que solicite para que se afaste da vítima
para aplicação da corrente elétrica.
 
Após aplicação do choque, reinicie imediatamente a massagem
cardíaca até receber novas orientações. Este procedimento deve ser
contínuo até a vítima voltar à consciência ou chegada da equipe
especializada.
 

Procedimentos com dois ou mais Socorristas SEM


disponibilidade do DEA
 
Após identificar a parada cardiorrespiratória, solicite ajuda e peça
para alguém ligar para o serviço de emergência (192), e inicie
imediatamente os procedimentos de massagem cardíaca. Se o outro
socorrista leigo souber fazer a massagem cardíaca solicite ajuda para
revezamento, pois esse procedimento é cansativo e pode levar o
socorrista à exaustão.
 
Quando estiver com, no mínimo, dois socorristas, o ideal seria pelo
menos um destes abrir as vias aéreas enquanto o outro realiza a
massagem cardíaca, permitindo assim uma melhor passagem do
oxigênio na vítima. É importante lembrar que esse procedimento deve
ser feito em vítimas nas quais não haja suspeita de trauma na
cervical. Há duas formas de fazer a abertura das vias aéreas. A
primeira seria somente levantar o queixo da vítima.
 

 
A segunda forma, é mais indicada e consiste em levantar o queixo
juntamente com o maxilar, realizando uma melhor abertura das vias
aéreas, enquanto o outro socorrista realiza as massagens.
 
Lembrando que este procedimento de abertura das vias aéreas não é
obrigatório para socorristas leigos, porém, pode auxiliar na qualidade
da reanimação cardiopulmonar.
 
Como já sabemos, esse procedimento da massagem cardíaca e
revezamento dos socorristas deve ser contínuo até a chegada da
equipe especializada ou a vítima retornar com os sinais vitais e
consciência.
 

Procedimentos com dois ou mais Socorristas COM


disponibilidade do DEA
 
Após identificar a Parada Cardiorrespiratória, solicite ajuda e peça
para alguém ligar para o serviço de emergência (192) e buscar
imediatamente o DEA. Se tiver mais de um socorrista auxiliar, neste
caso, 3 socorristas, divida as funções, sendo que um deve ligar para
o serviço de emergência (192) e auxiliar nos procedimentos da
massagem cardíaca, e o outro deve ir buscar o DEA, enquanto o
terceiro socorrista inicia imediatamente os procedimentos de
massagem cardíaca.
 

 
Como nesta situação temos mais socorristas, o DEA pode estar
distante, não haverá problema, mesmo o equipamento estando a uma
distância que leve vários minutos para trazê-lo, um socorrista pode ir
buscar, visto que os procedimentos iniciais da massagem cardíaca já
serão iniciados imediatamente por um outro socorrista. Isto não seria
possível se houvesse somente um socorrista, pois a vítima não
poderá ficar vários minutos aguardando assistência. Sendo assim,
caso o socorrista esteja só, o DEA deve estar próximo para ser
buscado.
 
Após divididas as funções de ligação, busca do DEA e início imediato
da massagem cardíaca, todos devem iniciar suas ações
imediatamente.
 
O socorrista que está designado a iniciar as compressões deve iniciá-
las imediatamente e continuar até a colocação do DEA. Se tiver um
terceiro socorrista, ele deve ligar para o Serviço de Emergência e, se
capacitado, pode abrir as vias aéreas da vítima e revezar as
compressões.
 
Quando o socorrista que foi buscar o DEA chegar, o mesmo deve
preparar o aparelho, retirando da embalagem, ligando e, se possível,
colocando as “pás” enquanto o outro socorrista continua a realizar as
compressões. Se for necessário parar as compressões, isto deve ser
feito no mínimo de tempo possível.
 
Após a colocação, os socorristas devem seguir as orientações do
DEA conforme já vimos. Provavelmente em segundos, o equipamento
irá solicitar para não tocar a vítima, e iniciará a realização das
análises, neste momento o socorrista deve se afastar e aguardar as
orientações do equipamento. Se o DEA informar que o choque não é
indicado, o socorrista deve voltar a fazer a massagem cardíaca até as
novas orientações do aparelho. Geralmente, o equipamento irá
realizar novas análises após 2 minutos.
 
Caso o equipamento informe “choque indicado”, os socorristas devem
continuar realizando a massagem até o aparelho carregar e indicar
que o mesmo pode ser aplicado ou que solicite para que se afaste da
vítima para aplicação do choque. Após a aplicação, deve ser
reiniciada imediatamente a massagem cardíaca até receber novas
orientações. Este procedimento deve ser contínuo até a vítima voltar
a consciência ou chegada da equipe especializada.
 
Sempre que o equipamento solicitar para não tocar na vítima para
fazer a análise, os socorristas podem realizar o revezamento. Os
riscos da realização da massagem são possíveis fraturas de costelas
e quando a vítima tiver um trauma devido a um acidente à massagem
poderá piorar a fratura que não havia sido identificada inicialmente.
Contudo, a probabilidade que a pessoa venha a óbito é maior caso
ela não receba a massagem.

Ventilações Artificiais
 
As ventilações, como já sabemos, não são obrigatórias para os
socorristas leigos, mas para fins didáticos e caso a pessoa se sinta
confortável e capacitada a realizá-la, o procedimento básico pode ser
feito de maneiras distintas.
 

 
Existem 3 formas de fazer uma ventilação artificial, podendo ser feita
através da Respiração Boca a Boca, válvula máscara, que é
conhecida como pocket mask, e a bolsa válvula máscara - BVM,
conhecida também como ambu.
 
Um socorrista leigo dificilmente terá alguma destas válvulas para
realização de ventilação artificial, por esse motivo iremos repassar os
conhecimentos relativos à respiração boca a boca. Para fazer a
ventilação artificial boca a boca, o primeiro passo a realizar é a
abertura das vias aéreas, levantando o queixo da vítima.
 
Feche o nariz da vítima enquanto o queixo dela permanece inclinado
para cima. Forme um selo sobre a boca da vítima com a sua própria.
Ou seja, você deve tapar completamente a boca da vítima com a sua.
 
Sopre forte por um segundo inteiro na boca da vítima. Conforme você
faz isso, observe para garantir que o peito dela sobe com a
respiração. Se isso não acontecer, significa que a ventilação de
resgate não está atingindo os pulmões. Para se certificar de que os
pulmões estão recebendo ar, incline o queixo da vítima e sopre
novamente. Nos casos de Parada Cardiorrespiratória, o protocolo
para profissionais capacitados é que intercale 30 compressões com 2
respirações. Lembrando que esta ação não é obrigatória para leigos,
pode ser realizada se o socorrista se sentir apto ou confortável com o
procedimento.

Simulação da Prática da Reanimação


Cardiopulmonar
 
O modo correto e o mais próximo da realidade para simular a prática
de uma massagem cardíaca é realizá-la em um manequim próprio
para RCP. Porém, sabemos que o seu valor é muito elevado, sendo
assim, em muitas empresas e até mesmo em casa, o aluno não terá
acesso ao equipamento, ou até mesmo tenha acesso, mas somente
por um breve período de tempo em um treinamento específico de
RCP. Por esse motivo, iremos repassar uma forma de você
improvisar, para realizar uma simulação prática da massagem
cardíaca.
 
Existem várias formas de improvisar para treinamento da massagem
cardíaca, uma das mais usuais é a utilização de garrafas pets,
existem vários vídeos na internet que mostram como montar um
manequim de RCP utilizando uma camiseta, papel ou espuma e uma
garrafa pet.
 
Você pode montar um boneco, ou pode treinar somente utilizando a
garrafa, o importante mesmo é praticar para ter noção da força,
movimento e esforço que deve ser utilizado, visto que a resistência
da garrafa pet vazia fechada é muito semelhante à do tórax, assim
você terá uma experiência prática da forma de realizar a massagem.
 
Podemos concluir que os primeiros socorros são cuidados prestados
imediatamente após o acidente, podendo ser realizado por um
profissional ou por uma pessoa leiga, desde que treinada. A Parada
Cardiorrespiratória é uma situação que requer atuação rápida e
imediata, devido à quantidade de incidentes e o grau de letalidade
desta condição, podemos perceber a importância de estar preparado
dispondo de conhecimentos que permitam prestar um atendimento
adequado a vítima, realizando o procedimento de ressuscitação
cardiopulmonar para, assim, aumentar as chances de sobrevida da
vítima.
 
Mesmo que você esteja só na rua e tenha dúvidas de como realizar o
procedimento, porém identificou que se trata de uma Parada
Cardiorrespiratória, chame ajuda especializada ligando para o 192 e
tente realizar a massagem, pois você poderá salvar uma vida.

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