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João Pessoa – PB
O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 1
CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO
Abelardo da Silva Melo Junior – Médico, Especialista em Medicina do Trabalho, Auditor-Fiscal do Trabalho, M.Sc.
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Em 28 de Fevereiro de 1967 o Decreto Lei 7036 foi revogado pelo Decreto Lei n.º 293.
A Lei 5.136 – Lei de Acidente de Trabalho – surge em 14 de Setembro de 1967.
Em 1968 a Portaria 32 fixa as condições para organização e funcionamento das CIPA´s
nas Empresas.
Em 1972 a Portaria 3.237 determina obrigatoriedade do serviço Especializado de
Segurança do Trabalho.
Em 22 de Dezembro de 1977 é aprovada a Lei 6.514 que modifica o Capítulo V da CLT.
Em 08 de Junho de 1978 a Lei 6.514 é regulamentada pela Portaria 3.214.
Em 27 de Novembro de 1985 a Lei 7.140 – dispõe sobre a Especialização de
Engenheiros e Arquitetos em Engenheiro de Segurança.
Em 17 de Março de 1985 a Portaria 05 constitui a Comissão Nacional de Representantes
de Trabalhadores para Assuntos de Segurança do Trabalho.
Em 1973 a Lei 5.889 e Portaria 3.067 de 12 de Abril de 1988 aprovam as Normas
Regulamentadoras Rurais relativas à Segurança do Trabalho.
Em 05 de Outubro de 1988 a Constituição do Brasil nas Disposições Transitórias Art. 10
item II, garante aos membros da CIPA a garantia do emprego.
No início da década de 70, o Brasil é o detentor do título de campeão mundial de
acidentes. E, em 1977, o legislador dedica no texto da CLT - Consolidação das Leis do
Trabalho, por sua reconhecida importância Social, capítulo específico à Segurança e Medicina
do Trabalho. Trata-se do Capítulo V, Título II, artigos 154 a 201, com redação da Lei nº
6.514/77.
O Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Secretaria de Segurança e Saúde no
Trabalho, hoje denominado Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, regulamenta os
artigos contidos na CLT por meio da Portaria nº 3.214/78, criando vinte e oito Normas
Regulamentadoras - NRs. Com a publicação da Portaria nº 3214/78 se estabelece a concepção
de saúde ocupacional.
Em 1979, a Comissão Intersindical de Saúde do Trabalhador, promove a Semana de
Saúde do Trabalhador com enorme sucesso e em 1980 essa comissão de transforma no
Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes do Trabalho.
Os eventos dos anos seguintes enfatizaram a eliminação do risco de acidentes, da
insalubridade ao lado do movimento das campanhas salariais. Os diversos Sindicatos dos
Trabalhadores, como o das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, tiveram fundamental
importância denunciando as condições inseguras e indignas observadas no trabalho.
Com a Constituição de 1988 nasce o marco principal da etapa de saúde do trabalhador
no nosso ordenamento jurídico. Está garantida a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
meio de normas de saúde, higiene e segurança. E, ratificadas as Convenções 155 e 161 da
OIT, que também regulamentam ações para a preservação da Saúde e dos Serviços de Saúde
do Trabalhador. As conquistas, pouco a pouco, vêm introduzindo novas mentalidades,
sedimentando bases sólidas para o pleno exercício do direito que todos devem ter à saúde e
ao trabalho protegido de riscos ou das condições perigosas e insalubres que põem em risco a
vida, a saúde física e mental do trabalhador.
A proteção à saúde do trabalhador fundamenta-se, constitucionalmente, na tutela “da
vida com dignidade”, e tem como objetivo primordial a redução do risco de doença, como
exemplifica o art. 7º, inciso XXII, e também o art. 200, inciso VIII, que protege o meio ambiente
do trabalho, além do art. 193, que determina que “a ordem social tem como base o primado do
trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais”. Posteriormente, o Ministério do
Trabalho, por meio da Portaria nº 3.067, de 12.04.88, aprovou as cinco Normas
Regulamentadoras Rurais vigentes. A Portaria SSST nº 53, de 17.12.97, aprovou a NR 29 -
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Apesar das relações Trabalho, Saúde e Doença dos trabalhadores serem reconhecidas
desde os primórdios da história humana registrada, estando expressa em obras de artistas
plásticos, historiadores, filósofos e escritores, é relativamente recente uma produção mais
sistemática sobre o tema.
Bernardino Ramazzini, médico italiano nascido em Módena em 1633, é considerado o
Pai da Medicina do Trabalho pela contribuição de seu livro: “As Doenças dos Trabalhadores”,
publicado em 1700 e traduzido para o português pelo Dr. Raimundo Estrêla. Nele o autor
relaciona 54 profissões e descreve os principais problemas de saúde apresentados pelos
trabalhadores, chamando a atenção para a necessidade dos médicos conhecerem a ocupação,
atual e pregressa, de seus pacientes, para fazer o diagnóstico correto e adotar os
procedimentos adequados.
A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no século XVIII desencadeando
transformações radicais na forma de produzir e de viver das pessoas e portanto de seu
adoecer e morrer, deu novo impulso à Medicina do Trabalho. Desde então, acompanhando as
mudanças e exigências dos processos produtivos, e dos movimentos sociais, suas práticas têm
se transformado, incorporando novos enfoques e instrumentos de trabalho, em uma
perspectiva interdisciplinar, delimitando o campo da Saúde Ocupacional e mais recentemente,
da Saúde dos Trabalhadores.
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A Medicina do Trabalho pode ser definida como a especialidade médica que lida com as
relações entre a saúde dos homens e mulheres trabalhadores e seu trabalho, visando não
somente a prevenção das doenças e dos acidentes do trabalho, mas a promoção da saúde e
da qualidade de vida, através de ações articuladas capazes de assegurar a saúde individual,
nas dimensões física e mental, e de propiciar uma saudável inter-relação das pessoas e destas
com seu ambiente social, particularmente, no trabalho.
O campo de atuação da Medicina do Trabalho é amplo, extrapolando o âmbito tradicional
da prática médica. De modo esquemático, pode-se dizer que o exercício da especialidade tem
como campo preferencial:
• os espaços do trabalho ou da produção - as empresas - (que na atualidade tem
contornos cada vez mais fluidos), como empregado nos Serviços Especializados de
Engenharia de Segurança e de Medicina do Trabalho (SESMT); como prestador de serviços
técnicos, elaboração do PCMSO; ou de consultoria;
• na normalização e fiscalização das condições de saúde e segurança no trabalho
desenvolvida pelo Ministério do Trabalho;
• a rede pública de serviços de saúde, no desenvolvimento das ações de saúde do
trabalhador;
• a assessoria sindical em saúde do trabalhador, nas organizações de trabalhadores e de
empregadores;
• a Perícia Médica da Previdência Social, enquanto seguradora do Acidente do Trabalho
(SAT). (Na perspectiva da privatização do SAT, este campo deverá ser ampliado);
• a atuação junto ao Sistema Judiciário, como perito judicial em processos trabalhistas,
ações cíveis e ações da Promotoria Pública;
• a atividade docente na formação e capacitação profissional;
• a atividade de investigação no campo das relações Saúde e Trabalho, nas instituições
de Pesquisa;
• consultoria privada no campo da Saúde e Segurança no Trabalho.
A descrição das possibilidades de inserção ou do exercício profissional para os Médicos
do Trabalho define, por si, as subespecialidades e as exigências diferenciadas que se colocam
nas várias inserções. Para além do substrato comum de capacitação técnica, desenham-se
distintos perfis e habilidades especificas que são requeridas dos Médicos do Trabalho,
dependendo da inserção profissional particular.
Para o exercício da Medicina do Trabalho é importante que o profissional tenha uma boa
formação em Clínica Médica e domine os conceitos e as ferramentas da Saúde Pública. Além
disto, o Médico do Trabalho deverá estar sintonizado com os acontecimentos no mundo do
trabalho”, em seus aspectos sociológicos, políticos, tecnológicos, demográficos, entre outros.
Essas ocupações são exercidas por profissionais com formação superior em Medicina,
credenciados pelo Conselho Regional de Medicina (CRM). O exercício pleno das funções se dá
após o período de um a dois anos de experiência profissional.
1.3.5- Atribuições
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O exame médico periódico tem como objetivo principal avaliar as condições gerais de
saúde do trabalhador para que ele possa desempenhar suas funções adequadamente.
Além disso ele pretende buscar, através dos meios disponíveis, a melhor adaptação do
trabalho ao homem e a eliminação ou controle dos riscos existentes no trabalho.
Durante o exame são realizadas orientações para que o servidor não se exponha aos
riscos ou para que seja protegido de forma a não sofrer sua influência. Também serve para
vigilância epidemiológica, ou seja, orienta aos que prestam assistência aos trabalhadores na
ocorrência de mudança do padrão epidemiológico esperado na população em estudo.
Como pode ser observado, o exame periódico faz parte de um conjunto de ações que
visa prevenir o surgimento de doenças ocupacionais através da promoção à saúde e
prevenção de doenças do trabalhador, diminuindo o absenteísmo por motivo de saúde e
proporcionando-lhe melhoria na qualidade de vida e aumento da produtividade.
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1.5.4- Atribuições
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2.1- Introdução
Um local de trabalho seja um escritório, uma fábrica, um banco, deve ser sadio e
agradável. O homem precisa encontrar aí condições capazes de lhe proporcionar o máximo
de proteção e, ao mesmo tempo, satisfação no trabalho.
Neste sentido, o ambiente de trabalho é composto de um conjunto de fatores, que podem
ser agrupados em dois blocos, quais sejam fatores físicos e fatores organizacionais do
ambiente de trabalho. É importante salientar que, não há uma hierarquização de importância,
pois um ambiente de trabalho é, na verdade, produto da contribuição desses diversos fatores.
2.1.1.1- Iluminação
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2.1.1.1.1- Fotometria
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- Ausência de ofuscamento;
- Contrastes adequados (equilíbrio de luminância).
As grandezas ou leis da iluminação são as seguintes:
a) Fluxo Radiante e Fluxo luminoso - Fluxo radiante é a potência (em watts) da radiação
eletromagnética emitida ou recebida por um corpo. O fluxo radiante pode conter frações
visíveis e não visíveis e o componente de qualquer fluxo radiante que gera uma resposta visual
é chamado de fluxo luminoso – f, cuja unidade é o Lúmen (lm)
F = E X S = I X 12,57
Onde a constante 12,57 representa a área total de uma esfera (m²) com um metro de raio
no centro da qual se situa a fonte luminosa de intensidade I.
b) Intensidade Luminosa - a luz que se propaga numa dada direção, dentro de um ângulo
sólido unitário, é chamada intensidade luminosa (I), e sua unidade é lúmen/esteradiano ou
candela (cd). O ângulo sólido (w), é uma medida do espaço tridimensional, assim como o
radiano é para o espaço bidimensional.
c) Iluminância - quando a luz emitida por uma fonte atinge uma superfície, esta superfície
será iluminada. Assim, iluminância (E), é a medida da quantidade de luz incidente numa
superfície por unidade de área. Sua unidade é lúmen/m² ou lux (lx).
A iluminância numa superfície também pode ser relacionada com a intensidade da fonte
luminosa pela equação abaixo onde I é a intensidade luminosa da fonte, d é a distância entre a
fonte e a superfície e q é o ângulo formado entre a direção da luz e a normal das superfícies:
d) Luminância - luminância pode ser considerada como uma medida de brilho de uma
superfície. Quando parte da luz incidente numa superfície é refletida, o olho humano deve
observar esta superfície como uma fonte de luz. Assim, luminância (L), é definida como a
intensidade luminosa por unidade de área aparente de uma superfície numa dada direção e
sua unidade no SI é candela/ m² (cd/ m²).
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Luz é uma radiação visível que pode ser definida como sendo uma radiação
eletromagnética, capaz de produzir uma sensação visual, compreendida em uma faixa de
comprimentos de onda limitados entre 380 e 780 nanômetros. A cada comprimento de onda
entre os limites inferior e superior pode ser associada uma cor. A esta divisão damos o nome
de espectro visível (Tabela 5: Divisão do comprimento de onda do espectro de luz visível).
Existem muitos fatores que influem na capacidade de discriminação visual, como a faixa
etária e as diferenças individuais, mas aqui vamos considerar apenas três fatores julgados
mais importantes e controláveis em nível de projeto dos locais de trabalho, a quantidade de luz,
o tempo de exposição e contraste entre figura e fundo.
- Quantidade de luz: Por multo tempo, os sistemas de iluminação nos ambientes de
trabalho foram dimensionados de modo a poupar, ao máximo possível, a energia elétrica. Os
valores recomendados até a década de 1950 oscilavam em torno de 10 a 50 lux, muito abaixo
dos níveis atualmente utilizados. Hoje, com o desenvolvimento de lâmpadas mais eficientes e o
planejamento de luzes localizadas, as recomendações são para luzes até dez vezes mais
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da figura.
0 contraste indica também a proporção adequada de luminância entre a área de trabalho
e o ambiente imediato. A proporção recomendada é de 3:1. Em relação ao ambiente geral,
essa proporção pode ser de 10:1. Dessa forma, não se recomenda o uso de revestimentos
brancos em mesas de trabalho para manipulação de papéis. É preferível usar um tom cinza ou
bege para que a folha branca possa destacar-se sobre o fundo.
2.1.1.2- Temperatura
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comparação com outros primatas, devido ao seu corpo sem pelo e a alta capacidade de suas
glândulas sudoríparas. Contudo nem todas as condições climáticas são consideradas
confortáveis ou adequadas a um trabalho eficiente.
O organismo humano, para a manutenção de sua estrutura, consome uma energia
"mínima de repouso" que se traduz por uma "temperatura interna constante". A fim de manter
sua temperatura interna constante o homem, por ser um animal homeotérmico, deve então
comunicar-se com seu meio ambiente.
Sua temperatura corporal interna é mantida constante, a aproximadamente 37°C, por
meio de mecanismos termoregulatórios. Isso faz com que o corpo humano se mantenha
sempre aquecido e pronto para o trabalho, sem depender da temperatura externa, para esse
aquecimento. Em outros animais de sangue frio, como os répteis, a disposição para a atividade
varia em função da temperatura externa.
A temperatura interna do corpo pode oscilar em 37 x 2° C, ou seja, entre 36 a 39° C. Fora
dessa faixa, indica alguma anormalidade. Temperaturas abaixo de 25° C e acima de 42° C
podem tornar-se fatais. Isso é diferente da temperatura superficial da pele, que pode variar em
cada parte do corpo, e também sofrer variações maiores, em contato com a atmosfera externa.
O organismo é uma espécie de máquina térmica, que gera calor continuamente pelo
processo de combustão. Os açúcares, gorduras e proteínas são usadas como combustíveis,
que são “queimados" pelo oxigênio, liberando gás carbônico e água. O calor produzido pelos
processos metabólicos, no interior do corpo, é conservado pelos tecidos isolantes,
principalmente a gordura subcutânea. O excedente é eliminado pelos mecanismos de sudação.
Além disso; o organismo humano realiza continuas trocas de calor com o meio ambiente, pelos
processos de condução, convecção e irradiação. Assim, o organismo mantém o equilíbrio
térmico, que pode ser expresso pela seguinte equação:
S=M-E+R+C-W
- S = calor ganho ou perdido pelo organismo, em certo intervalo de tempo. Com o corpo
em equilíbrio térmico, S = 0.
- M = calor gerado pelos processos metabólicos
- E = calor dissipado pelo suor
- R = calor radiante trocado com o ambiente
- C = calor trocado por condução e convecção com o ambiente
- W = energia gasta no trabalho
As trocas de energia se realizam por:
- Condução: é a propriedade de um corpo transmitir energia calorífica a outro, com o qual
esteja em contato.
- Convecção: trocas por intermédio de um fluido (ar ou água).
- Radiação: troca de calor entre o organismo e o ambiente, que consiste na transmissão
de energia por meio de ondas eletromagnéticas.
- Evaporação: é o mecanismo mais importante do equilíbrio térmico. Quando as
condições de temperatura ambiente atingem um nível tal que a dissipação do calor do corpo,
tanto por radiação como por condução-convecção, não mais atende às necessidades do
organismo, entra em ação o processo de evaporação do suor, que resfriará a superfície do
corpo.
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O trabalho pesado gera muito calor por processos metabólicos. Em ambientes quentes
(por exemplo, em fundições), o organismo recebe uma carga adicional de calor por convecção
e radiação. Por outro lado, o único mecanismo disponível para eliminar o calor corporal é pela
evaporação do suor. Qualquer desequilíbrio pode levar ao aumento da temperatura corporal,
que pode ser muito perigoso. Nessa situação, existem três tipos de medidas cabíveis.
- atuar sobre o ambiente, colocando-se uma barreira para o calor radiante, sob a forma
de superfícies refletoras ou roupas protetoras, para que elas não atinjam ao corpo;
- melhorar as condições para favorecer a evaporação do suor, com ventilações e roupas
adequadas;
- reduzir o ritmo de trabalho ou conceder pausas para que o organismo tenha tempo para
eliminar o calor excedente acumulado.
Durante essas pausas, o trabalhador deve afastar-se da zona quente, pois as diferenças
de temperatura ajudam a remover o calor acumulado. Em condições muito severas, a duração
dessas pausas deve ser igual ou até superior ao tempo em atividade. Há situações mais
severas, em que apenas 5 minutos de atividade exigem 1 hora de pausa, para se restabelecer
o equilíbrio térmico do organismo.
A Figura 17: Freqüência relativa de acidentes de trabalho X temperatura, demonstra a
relação entre o aumento proporcional entre o número de acidentes e o aumento da
temperatura no local de trabalho.
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2.1.1.3- Ruído
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Ruído é uma palavra derivada do latim rugitu que significa estrondo. Acusticamente é
constituído por várias ondas sonoras com relação de amplitude e fase distribuídas
anarquicamente, provocando uma sensação desagradável, diferente da música.
O ruído pode ser contínuo, ou seja, não há variação do nível de pressão sonora nem do
espectro sonoro; de impacto ou impulsivo que são ruídos de alta energia e que duram menos
de 1 segundo (ISO 1973).
Russo (1993, 1997) conceituou o ruído, segundo diferentes critérios de classificação:
- Subjetivamente, o ruído é um som desagradável e indesejável.
- Objetivamente, o ruído é um “Sinal acústico aperiódico, originado da superposição de
vários movimentos de vibração com diferentes freqüências, as quais não apresentam relação
entre si” (Feldman & Grimes, 1985 apud Russo 1993, p. 123).
- Quantitativamente, o ruído é definido pelos atributos físicos indispensáveis para o
processo de determinação da sua nocividade – sua duração em tempo, espectro de freqüência
em Hertz (Hz) e intensidade sonora (nível de pressão sonora) em dB (deciBel).
- Qualitativamente, de acordo com a Norma ISO 2204/1973 (International Standard
Organization), os ruídos podem ser classificados segundo a variação de seu nível de
intensidade com o tempo em:
- contínuos: ruído com variações de níveis desprezíveis durante o período de
observação;
- intermitentes: ruído cujo nível varia continuamente de um valor apreciável durante o
período de observação;
- de impacto ou impulso: ruído que se apresenta em picos de energia acústica de
duração inferior a um segundo. O ruído de impacto é um fenômeno acústico associado a
explosões e é considerado um dos tipos de ruídos mais nocivos à audição, com intensidades,
que variam de 100 dB para o ruído de impacto e acima de 140 dB para o ruído impulsivo.
A Tabela 6: Limites toleráveis a ruídos em diversos tipos de atividades, a seguir,
apresenta uma relação de atividades, em que o nível de ruído pode interferir.
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Os níveis de ruído devem ser entendidos aqui não como aqueles passíveis de provocar
lesões ao aparelho auditivo, mas como a perturbação que podem causar ao bom desempenho
da tarefa. Muitas vezes, equipamentos ruidosos são colocados em ambientes onde são
necessariamente obrigatórios.
A Portaria nº. 3.214/78, do Ministério do Trabalho e Emprego, fixa o NPS (nível de
pressão sonora) máximo permitido de 85 dB(A) para 8 horas de jornada de trabalho. Esta
portaria só é válida para ambientes industriais onde existe ruído de máquinas e processos
ruidosos, de conformidade com o item 17.5.2 da NR 17, que define os níveis de ruído
recomendados estabelecidos na NBR 10152. Para as atividades que tiverem estas
características, mas não estiverem previstas na citada NBR, o nível de ruído para efeito de
conforto será 65 dB(A).
O Quadro 2: Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente, disciplina o tempo
máximo de exposição em função do ruído existente no local de trabalho.
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A ação do ruído sobre a audição pode ocasionar uma perda auditiva por dois
mecanismos:
- exposição aguda – conhecida como trauma acústico;
- exposição crônica – trata-se da perda auditiva induzida pelo ruído.
Os indivíduos afetados começam a ter dificuldades para perceber os sons agudos, tais
como os de telefones, apitos, tique-taque do relógio, campainhas, etc. E logo a deficiência se
faz extensiva até a área média do campo audiométrico, comprometendo freqüências da
chamada zona de conservação, e conseqüentemente afetando o reconhecimento da fala
(SELIGMAN, 1997).
A perda auditiva induzida pelo ruído pode ser classificada em três tipos:
- Trauma acústico: consiste numa perda auditiva de instalação súbita, provocada por
ruído repentino e de grande intensidade, como uma explosão ou uma detonação. Em alguns
casos, a audição pode ser recuperada total ou parcialmente com tratamento. Eventualmente, o
trauma acústico pode acompanhar-se de ruptura da membrana timpânica e/ou desarticulação
da cadeia ossicular, o que pode exigir tratamento cirúrgico.
- Perda auditiva temporária: conhecida também como mudança temporária do limiar de
audição ocorre após a exposição a ruído intenso, por um curto período de tempo. Um ruído
capaz de provocar uma perda temporária será capaz de provocar uma perda permanente, após
longa exposição. Entretanto, os mecanismos de perda são distintos nas duas situações, e as
alterações observadas no órgão de Corti são de natureza diferente.
- Perda auditiva permanente: a exposição repetida ao ruído excessivo pode levar, ao
cabo de alguns anos, a uma perda auditiva irreversível – permanente. Como sua instalação é
lente e progressiva, a pessoa só se dá conta da deficiência quando as lesões já estão
avançadas. A audiometria exibe um traçado bem característico, com um entalhe inicial em
torno de 4.000 e 6.000 Hz. Com a continuação da exposição sem proteção, o entalhe tende a
se aprofundar e a se alargar na direção das freqüências vizinhas. Na maioria das vezes, a
perda é bilateral e mais ou menos simétrica, mas isso pode não ocorrer em todos os casos.
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(escritórios);
- gabinetes que cobrem hermeticamente a fonte de ruído.
- Proteção individual do operador (menos aconselhável)
- solução paliativa;
- deve ser adequado ao trabalhador (são geralmente pouco confortáveis);
- deve ser de qualidade (não deixar passar o som);
- dificulta a comunicação entre os trabalhadores.
2.1.1.4- Vibrações
Vibração é qualquer movimento que o corpo ou parte dele executa em torno de um ponto
fixo. Esse movimento pode ser regular, do tipo senoidal ou irregular, quando não segue
nenhum padrão determinado, como no sacolejar de um carro andando em uma estrada de
terra.
O corpo humano sofre vibrações diárias nos meios de transportes como ônibus e trens.
Contudo, nem todas as vibrações são prejudiciais. Aquelas de baixa freqüência, em torno de 4
a 8 Hz são as que provocam maiores incômodos.
Existem muitas ferramentas manuais, como furadeiras, grampeadores, martelos elétricos
e pneumáticos que provocam vibrações nos braços e mãos, produzindo isquemias e dores
locais. A exposição continua pode produzir lesões irreversíveis.
A vibração é definida por três variáveis.
- Freqüência, medida em ciclos por segundo ou hertz (Hz);
- Intensidade do deslocamento (em cm ou mm) ou aceleração máxima sofrida pelo corpo,
medida em g (1g = 9,81 m.s-2);
- Direção do movimento, definida por três eixos triortogonais: x (das costas para frente), y
(da direita para esquerda) e z (dos pés à cabeça).
Os efeitos da vibração direta sobre o corpo humano podem ser extremamente graves,
podendo danificar permanentemente alguns órgãos do corpo humano. Nos últimos anos,
diversos pesquisadores têm coletado dados sobre os efeitos fisiológicos e psicológicos das
vibrações sobre o trabalhador, como perda de equilíbrio, falta de concentração e visão turva,
diminuindo a acuidade visual.
Em trabalhadores florestais que usam moto-serra, há uma degeneração gradativa do
tecido vascular e nervoso, causando perda da capacidade manipulativa e o tato nas mãos,
dificultando o controle motor. Em casos mais graves, a circulação do sangue nos dedos é
afetada, tornando-os descoloridos e provocando o fenômeno do "dedo branco”. Nessa
situação, os dedos ficam insensíveis e podem sofrer necrose.
As vibrações são particularmente danosas ao organismo nas freqüências mais baixas, de
1 a 80 Hz. Elas provocam lesões nos ossos, juntas e tendões. A primeira publicação
internacional que estabeleceu limites de exposição a vibrações nessa faixa foi a norma ISO n°
2631 de 1978, que apresenta valores máximos de vibrações suportáveis para tempos de 1
minuto a 13 horas de exposição.
As recomendações dessa norma abrangem três critérios de severidade:
- Limite de conforto, sem maior gravidade, como ocorre em veículos de transporte
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coletivo;
- Limite de fadiga, provocando redução na eficiência de trabalhadores, como em
máquinas que vibram;
- Limite máximo de exposição correspondendo ao limiar do risco à saúde.
No sentido longitudinal do corpo (eixo z, dos pés à cabeça) o corpo humano é mais
sensível na faixa de 4 a 8 Hz, enquanto no sentido transversal (eixos x e y, perpendiculares ao
eixo z) o organismo é mais sensível na faixa de 1 a 2 Hz.
As freqüências intermediárias, de 30 a 200 Hz provocam doenças cardiovasculares
mesmo com baixas amplitudes (1 mm) e, nas freqüências altas, acima de 300 Hz, o sintoma é
de dores agudas e distúrbios neurovasculares. Alguns desses sintomas são reversíveis. Após
um longo período de descanso, eles podem reduzir-se, mas retornam rapidamente se o
organismo for novamente exposto as vibrações.
Uma vibração intensa, transmitida por ferramentas manuais, propaga-se pelas mãos,
braços e corpo do operador e pode causar dormência dos dedos e perda de coordenação
motora. Inúmeras máquinas usadas na indústria, como furadeiras elétricas, rebitadores,
peneiras vibratórias e moto-serras provocam enjôos, interferência na fala e confusão visual. A
exposição continuada pode levar a lesões da coluna vertebral, desordem gastrointestinal e
perda de controle muscular de partes do corpo.
Existem diversas providências que o projetista pode adotar para reduzir as
conseqüências das vibrações. Entre estas se incluem as seguintes:
- Eliminar a fonte: A providência mais importante em relação às vibrações e tentar reduzí-
Ias junto à fonte. Devem-se estudar particularmente as vibrações que provocam ressonâncias
Por exemplo, numa britadeira manual, a vibração mais prejudicial, que provoca ressonância
dos membros superiores, é de 5 Hz. As outras vibrações também são prejudiciais, mas aquela
é mais importante, detendo merecer atenção prioritária. Em outros casos, as vibrações também
podem ser eliminadas por meio de lubrificações e manutenções periódicas das máquinas e
equipamentos, ou colocando-se calços de borracha e outros materiais e mecanismos
amortecedores de vibrações.
- Isolar a fonte: Quando não for possível eliminar a fonte, esta pode ser isolada, para que
o trabalhador não entre em contato direto com ela. Esse isolamento pode ser espacial,
afastando-se a fonte, ou material, usando-se algum tipo de isolante para enclausurar a fonte de
vibrações. Uma forma parcial de isolar a fonte é conseguida evitando-se as pegas muito
apertadas, sempre que for necessário transmitir força para as ferramentas manuais.
As vibrações das ferramentas manuais podem ser reduzidas revestindo-se as pegas com
material absorvente, como borrachas ou espumas de plásticos.
- Proteger o trabalhador: Se as providências anteriores não forem suficientes, pode-se
proteger o trabalhador individual com certos equipamentos como botas e luvas, que ajudam a
absorver as vibrações. O uso desses equipamentos de proteção individual deve ser
cuidadosamente analisado, pois geralmente são incômodos e costumam ser eficientes apenas
em determinadas faixas de freqüências.
- Conceder pausas: Quando a vibração for continua, devem ser programadas pausas
(por exemplo, 10 min de descanso para cada hora de trabalho) para evitar a exposição
continua do trabalhador. A freqüência e a duração dessas pausas vão depender naturalmente
das características da vibração e demais condições de trabalho. Essas pausas se tiverem
duração adequada, permitem uma recuperação, pelo menos parcial, do organismo durante a
jornada de trabalho, interrompendo o efeito cumulativo das vibrações no organismo.
Naturalmente, a recuperação vai se processar melhor durante o período normal de descanso,
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O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 26
2.1.1.5- Radiações
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O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 27
Num sentido amplo, radiação é aquilo que irradia (sai em raios) de algum lugar. Em
física, o termo refere-se usualmente a partículas e campos que se propagam (transferindo
energia) no espaço (preenchido ou não por matéria).
Com relação à natureza, a radiação pode ser particulada (de partículas) ou ondulatória
(de ondas):
- Radiação de natureza particulada é caracterizada por sua carga, massa e velocidade:
pode ser carregada ou neutra, leve ou pesada, lenta ou rápida. Prótons, nêutrons e elétrons
ejetados de átomos ou núcleos atômicos são exemplos de radiação particulada.
- Radiação eletromagnética é constituída por campos elétricos e magnéticos variando no
espaço e no tempo. É caracterizada pela amplitude (tamanho) e pela freqüência (ou,
alternativamente, pelo comprimento de onda) da oscilação.
Quanto à capacidade de ionização, as radiações (partículas ou ondas) podem ser
ionizantes ou não ionizantes. A ionização acontece quando a energia da radiação incidente
sobre um material é suficiente para arrancar elétrons dos seus átomos. A radiação é dita não
ionizante quando sua energia não é suficiente para arrancar elétrons dos átomos. Neste caso
pode ocorrer a excitação do átomo, onde elétrons são levados a camadas mais externas do
átomo, sem serem ejetados.
- Radiação não ionizante: São radiações de baixa freqüência: luz visível, infravermelho,
microondas, freqüência de rádio, radar, ondas curtas e ultrafrequências (celular). Embora
esses tipos de radiação não alterem os átomos, alguns, como as microondas, podem causar
queimaduras e possíveis danos ao sistema reprodutor. Campos eletromagnéticos, como os
criados pela corrente elétrica alternada a 60 Hz, também produzem radiações não ionizantes.
- Radiação ionizante: São as mais perigosas e de alta freqüência: raios X, raios Gama
(emitidos por materiais radiativos) e os raios cósmicos. Ionizar significa tornar eletricamente
carregado. Quando uma substância ionizável é atingida por esses raios, ela se torna carregada
eletricamente. Quando a ionização acontece dentro de uma célula viva, sua estrutura química
pode ser modificada. A exposição à radiação ionizante pode danificar nossas células e afetar o
nosso material genético (DNA), causando doenças graves, levando até à morte.
Para a excitação de um átomo, a energia fornecida pela radiação deve ser igual à
diferença de energia entre os níveis de origem e de destino do elétron. Este fato ocorre porque
os elétrons se encontram em níveis de energia bem definidos nas camadas eletrônicas dos
átomos.
As partículas são classificadas, quanto à capacidade de emitir radiação, da seguinte
forma, conforme ilustra a Figura 20: Tipos de radiações:
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- Radiação Alfa é uma partícula formada por um átomo de hélio com carga positiva. A
distância que uma partícula percorre antes de parar é chamada alcance. Num dado meio,
partículas alfa de igual energia têm o mesmo alcance. O alcance das partículas alfa é muito
pequeno, o que faz que elas sejam facilmente blindadas. Uma folha fina de alumínio barra
completamente um feixe de partículas de 5MeV. A inalação ou ingestão de partículas alfa é
muito perigosa.
- Radiação Beta é também uma partícula, de carga negativa, o elétron. Sua constituição
é feita por partículas betas que são emitidas pela maioria dos nuclídeos radioativos naturais ou
artificiais e tem maior penetração que as partículas alfa. O 32 P dá uma radiação beta até 1,7
MeV com uma penetração média de 2 a 3 mm na pele, e alcança, em pequena proporção, 8
mm. Se o emissor beta é ingerido, como acontece nos casos de diagnóstico e terapêutica, os
efeitos são muito mais extensos.
- Radiação Gama é uma onda eletromagnética. As substâncias radiativas emitem
continuamente calor e têm a capacidade de ionizar o ar e torná-lo condutor de corrente elétrica.
São penetrantes e ao atravessarem uma substância, choca-se com suas moléculas. A radiação
gama tem seu poder de penetração muito grande. Sua emissão é obtida pela maioria, não
totalidade, dos nuclídeos radioativos habitualmente empregados. Quando a fonte de material
radioativo for beta ou gama é necessária a colocação de uma barreira entre o operador e fonte.
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2.1.2.3- Aerodispersóides
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que não quer dizer menor risco: o antimônio, estanho, cobre, níquel, zinco, cádmio, selênio,
ferro e seus compostos.
- Névoas: São partículas liquidas, produzidas por ruptura mecânica de líquidos.
- Neblinas: São partículas liquidas, produzidas por condensação de vapores de
substâncias que são liquidas a temperatura normal.
Mais da metade dos elementos presentes na tabela periódica são classificados como
metais. Todos possuem características em comum, especialmente a capacidade de participar
de ligações metálicas. Quando um metal encontra-se nesta forma, adquire o aspecto metálico
típico que se observa, por exemplo, em uma peça de ferro, alumínio, chumbo, etc. Nesta
forma, os metais têm, em geral, grande resistência mecânica e podem conduzir corrente
elétricas.
- A forma metálica (Me0), a exposição ao elemento comente pode se das através da
inalação de fumos metálicos gerados por aquecimento a altas temperaturas, ou por lixamento
enérgico da superfície metálica.
- As formas iônicas (sais e óxidos dos metais), quando manuseados industrialmente,
geram grande quantidade de poeira no ambiente de trabalho, sendo esta poeira absorvida pelo
trato respiratório e digestivo. A absorção digestiva é normalmente indireta, por contaminação
de alimentos porventura presente nos locais de trabalho, ou pelo hábito de comer, fumar, beber
com as mãos sujas da poeira de metais pesados.
- As formas orgânicas são normalmente voláteis e lipossolúveis, e, por estas
propriedades, são absorvidos pelas vias cutâneas, respiratória e digestiva. Também, graças à
lipossolubilidade, os seus efeitos geralmente são diferentes dos mesmos metais em forma
inorgânica, isto é, metálica e iônica.
Os principais metais pesados encontrados no meio ambiente de trabalho são o chumbo,
cádmio, mercúrio metálico, manganês, cromo e zinco.
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2.1.3.1- Introdução
Os riscos biológicos que podem ser capitulados como doenças do trabalho, portanto
classificados como acidentes do trabalho, desde que estabelecido o respectivo nexo causal,
incluem infecções agudas e crônicas, parasitoses e reações alérgicas ou intoxicações
provocadas por plantas e animais. As infecções são causadas por bactérias, vírus, riquétsias,
clamídias e fungos. As parasitoses envolvem protozoários, helmintos e artrópodes.
Muitas das doenças ocupacionais são zoonoses, isto é, tem origem pelo contato com
animais e conseqüentemente trabalhadores agrícolas e aqueles envolvidos no manejo de
aviários, rebanhos e criação em geral podem estar sob permanente risco se medidas
preventivas apropriadas não forem aplicadas. Em geral o que acontece é que os trabalhadores
em indústrias urbanas estão mais protegidos contra os riscos do trabalho que os trabalhadores
rurais.
São considerados riscos biológicos: vírus, bactérias, parasitas, protozoários, fungos e
bacilos.
Os riscos biológicos ocorrem por meio de microorganismos que, em contato com o
homem, podem provocar inúmeras doenças. Muitas atividades profissionais favorecem o
contato com tais riscos. É o caso das indústrias de alimentação, hospitais, limpeza pública
(coleta de lixo), laboratórios, etc.
Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por microorganismos incluem-se:
tuberculose, brucelose, malária, febre amarela.
Para que essas doenças possam ser consideradas doenças profissionais, é preciso que
haja exposição do funcionário a estes microorganismos.
São necessárias medidas preventivas para que as condições de higiene e segurança nos
diversos setores de trabalho sejam adequadas.
Os riscos biológicos em laboratórios podem estar relacionados com a manipulação de:
Agentes patogênicos selvagens;
Agentes patogênicos atenuados;
Agentes patogênicos que sofreram processo de recombinação;
Amostras biológicas;
Culturas e manipulações celulares (transfecção, infecção);
Animais.
Todos os itens citados acima podem tornar-se fonte de contaminação para os
manipuladores. As principais vias envolvidas num processo de contaminação biológica são a
via cutânea ou percutânea (com ou sem lesões - por acidente com agulhas e vidraria, na
experimentação animal - arranhões e mordidas), a via respiratória (aerossóis), a via conjuntiva
e a via oral.
2.1.3.2- Classificação
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3.1 - Introdução
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finalidade é a execução de uma tarefa predeterminada, qual seja a produção de bens e/ou a
prestação de serviços, dependendo do grau de detalhamento ou especificação da tarefa de
trabalho.
A partir do conceito técnico de sistemas, usa-se o sistema de trabalho como a variedade
de relações entre pessoa e trabalho. Independentemente dos meios de produção utilizados, o
trabalhador lida com, transforma, modifica objetos de trabalho de acordo com o objetivo
previamente definido.
Assim, o sistema de trabalho pode ser entendido como um modelo que representa as
relações entre o homem que trabalha e a sua tarefa de trabalho. E o modelo básico consiste
em pelo menos, desses dois elementos – o trabalhador e a tarefa de trabalho – conforme
ilustra a figura 1 a seguir.
Toda pessoa com saúde física e psicoemocional tem condições de realizar trabalho.
Para executar uma tarefa de trabalho, a pessoa interage com os meios de produção (por
exemplo, máquinas e ferramentas) e está sujeita aos fatores ambientais reinantes. Da relação
entre os elementos de um sistema de trabalho decorre que, durante a execução da tarefa, a
pessoa está sujeita a diversas influências maléficas e/ou benéficas, cujas causas estão na
tarefa de trabalho e no ambiente de trabalho. Estas influências maléficas recebem o nome de
cargas.
As cargas provenientes da tarefa de trabalho estão associadas às questões sobre o que
deve ser feito (por exemplo, exercer forças, fazer movimentos, falar, escrever, calcular,
receber, tratar e expedir informações), como deve ser feito, em que seqüência de operações,
com o uso de que recursos auxiliares (talvez materiais de manuseio perigoso), quando deve
ser feito, com que freqüência as operações se repetem, em que ritmo deve-se trabalhar, que
precisão e reprodutibilidade é requerida, que características de manuseio o objeto de trabalho
apresenta (tamanho, massa, pontos de perigo, é flexível, escorregadio), e aos riscos
decorrentes das interações com os outros elementos do sistema de trabalho.
As cargas provenientes do ambiente de trabalho, que inclui o ambiente físico, químico,
biológico e social de trabalho, bem como outros aspectos que valem para o supersistema do
sistema de trabalho, ou seja, para diversos sistemas de trabalho ou até para toda a empresa,
como o sistema de turnos, a avaliação de desempenho e o sistema de remuneração.
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O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 37
que normalmente um predomina, o que é então usado como critério. Estas formas básicas de
conteúdo de tarefas se diferenciam nitidamente umas das outras por solicitarem outros órgãos
e porque cada uma delas exige a utilização de outras capacidades, habilidades e aptidões das
pessoas.
Quadro 1: Formas básicas de trabalho humano e seu conteúdo específico (Rohmert, 1983)
Transporte de Músculo e
Geração de forças Trabalho muscular
bens coração
Predominantemente
corporal Guiar veículos,
Cordenação Múculos e órgaõs
montagem de Trabalho sensório-motor
sensório-motora dos sentidos
peças
Transformar
Atividade de Órgãos dos
informações em
controle sentidos
reações
Trabalho predominantemente
Transformar não-corporal
Predominantemente informações de Programar, Órgãos dos
não-corporal ou entrada em traduzir, sentidos,
informacional informações de atividades Capacidades
saída administrativas mentais
Capacidades e
Geração de Redigir, criar, habilidades Trabalho intelectual
informações projetar mentais
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O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 38
Quando, por outro lado, a atividade requer apenas a aplicação de pequenos grupos de
músculos isolados (como ocorre na utilização de ferramentas manuais e pequenos
equipamentos, mas também em trabalhos de montagem com ciclo curto), temos o trabalho
muscular dinâmico unilateral.
No primeiro caso, há solicitação da maior parte da musculatura do esqueleto, da
circulação e da respiração; no segundo caso, há apenas solicitação nos pequenos músculos da
mão e/ou do braço.
Para classificar um trabalho muscular dinâmico de acordo com a carga de trabalho, usa-
se a capacidade aeróbica do indivíduo como critério. Segundo Christensen, mencionado em
Couto (1995), os limites da capacidade aeróbica do trabalhador seriam:
- trabalho muito leve ou leve - até 25%;
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O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 39
Quando uma pessoa inicia o seu trabalho, ocorrem algumas mudanças no organismo
dela. Através de impulsos nervosos centrais iniciam-se as contrações necessárias, segundo
um modelo de movimento, que têm como conseqüência imediata mudanças na disposição de
energia no músculo. Igualmente rápidas são as mudanças que ocorrem nos batimentos
cardíacos: a primeira batida após o início de uma atividade ocorre mais depressa, num
intervalo menor do que em estado de repouso. No primeiro minuto, após o início da tarefa,
observam-se reações de mudança nas trocas gasosas e na circulação de sangue no músculo,
na atividade do coração e da respiração, bem como na composição do sangue. A
termorregulação reage com uma latência maior.
Na maioria dessas reações, verifica-se um aumento no início, mas, depois de alguns
minutos de trabalho leve com intensidade constante, é alcançado um estado de equilíbrio, em
que as variáveis correspondentes permanecem constantes num novo nível; contudo, no
trabalho muscular pesado, é característico que as reações de mudança não atinjam novo
estado de equilíbrio durante o trabalho, mas aumentem até o colapso ou a interrupção da
tarefa por parte da pessoa. As reações de mudança citadas têm influência tanto maior quanto
mais pesado for o trabalho.
Por isso, toda pessoa inicia sua tarefa com intensidade menor, e depois de alguns
minutos alcança seu rendimento pleno. Em atividades industriais comuns, esse período é de
dez a trinta minutos e, em atividades especiais, pode chegar a uma hora.
Daí a necessidade de um aquecimento ativo para aumentar a capacidade de rendimento
de uma pessoa no início da jornada de trabalho. Acrescenta-se aqui o efeito do entrar no ritmo.
Em trabalhos leves, que solicitam bastante os nervos, podem ocorrer tempos iniciais de
duração significativa, porque ao lado das trocas gasosas há também necessidade de outras
reações de mudança.
E preciso diferenciar entre as mudanças que ocorrem nas pessoas no início de cada
período de trabalho e as mudanças que ocorrem em períodos de semanas e meses, em que o
trabalhador se acostuma ao trabalho, adquire experiência e melhora o padrão de movimentos e
trabalha com menos fadiga do que no início.
Trocas gasosas: Em trabalhos leves, há uma pequena fase no início em que a energia
necessária é obtida pelo processo anaeróbico, passando em seguida para o processo
aeróbico, em que há a queima de glicose, ácidos graxos e glicerina fornecidos ao músculo. No
trabalho muscular pesado, parte da energia é, constantemente, obtida por processo
anaeróbico. A transformação energética anaeróbica com geração de ácido lático entra em ação
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O suor é tido como sinal de trabalho pesado. Mas a sudorese não depende só da
intensidade de trabalho, mas também das condições ambientais. Esta inicia quando o equilíbrio
térmico entre o corpo e o ambiente estiver perturbado. E isso se verifica quando a pessoa
realiza trabalho muscular pesado, com produção significativa de calor, num ambiente sem
condições de receber esse calor; num ambiente com temperatura alta, umidade alta, falta de
convecção, radiação de calor em excesso, como, por exemplo, em fundições; e se a pessoa
tiver ainda uma vestimenta inadequada, o corpo do trabalhador não consegue dissipar o calor
gerado no músculo, e a sudorese passa a ser intensa.
No trabalho físico, o músculo precisa da circulação mais intensa para produzir trabalho
ou transformar energia e, por outro lado, a circulação periférica deveria ser mais intensa para
dissipar o calor no ambiente. Há um conflito entre os dois mecanismos e parece que a
demanda no músculo tem a preferência. De qualquer forma, a perturbação do equilíbrio térmico
do organismo humano é uma carga significativa para as pessoas no trabalho.
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O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 44
Assim como acontece na câmara fotográfica, (Figura 6), a abertura da pupila (íris) pode
variar automaticamente com o objetivo de controlar a quantidade de luz que entra no olho. Esta
abertura aumenta na penumbra aproximadamente até 8 mm de diâmetro e reduz-se com a
presença da luz intensa aproximadamente até 2 mm. Por outra parte, a coróides é uma
membrana que encarrega-se de absorver os raios dispersos para obter uma imagem mais
nítida.
Figura 6: Comportamento do olho como uma câmara fotográfica.
O sistema de lente do olho está formado pela córnea e pelo cristalino. Os músculos
ciliares e os ligamentos, que mantém ao cristalino relativamente plano, regulam a forma do
cristalino de acordo com a distância a que se encontram os objetos, com o objetivo de garantir
um correto enfoque da imagem na retina. É esta elasticidade do cristalino a que permite
enfocar na retina a melhor imagem dos objetos, independentemente da distância a que estes
se encontram do olho.
É a este mecanismo que se denomina acomodação o qual vai-se perdendo com a idade,
devido ao endurecimento progressivo do cristalino (Viña, S. e E. Gregory. 1987). Aos 16 anos,
a pessoa é capaz de acomodar até 8 cm de distância, mas aos 45 anos essa distância cresce
para 25 cm e aos 60 anos chega a 100 cm. Nesse caso, há necessidade de um óculos de
lentes de convergência para corrigir essa deficiência (Iida, I, 2005).
A convergência é a capacidade dos dois olhos se moverem coordenadamente, para
focalizar o mesmo objeto. A menor distância para a convergência situa-se em torno de 10 cm e
não é muito afetada pela idade. A acomodação e convergência são processos simultâneos,
que dependem da musculatura dos olhos e têm a função de manter a imagem "única" no
foco(Iida, I, 2005).
A adaptação é a faculdade do olho para ajustar-se automaticamente a mudanças nos
níveis de iluminação; deve-se a capacidade que tem o íris para regular a abertura da pupila e
as mudanças fotoquímicas na retina. Na medida em que passa o tempo, o olho humano
adapta-se cada vez mais a situação existente. Normalmente o olho consegue adaptar-se muito
mais rápido quando a pessoa passa de um ambiente escuro para um que esteja iluminado.
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O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 45
Este processo pode ser observado quando uma pessoa. por exemplo, abandona um cinema
depois de assistir a um filme. Isto se deve a que quando os raios luminosos atingem a retina,
produz-se um processo de descomposição da rodopsina, que é a substância fotossensível que
se encontra na membrana que cobre o segmento externo dos bastonetes. em outras duas
substâncias (retineno e escotopsina) e o período de ressíntese demora um determinado tempo.
O contrário é diferente, a adaptação do olho quando passa de um ambiente iluminado
para escuro, o processo acontece muito mais lento e passado um tempo, que pode ser
aproximadamente de um minuto, a pessoa começa a enxergar com maior facilidade e passado
um tempo maior, consegue perceber, com mais detalhes os objetos.
Da mesma forma, e continuando com o mesmo exemplo, a pessoa ao entrar no cinema
no consegue visualizar praticamente nenhum objeto e normalmente, de não existir uma pessoa
que o guie, permanece por um tempo parado aguardando conseguir enxergar onde se
encontram as cadeiras. Ao transcorrer um tempo, sua visão melhora consideravelmente. Este
processo pode explicar-se porque logo ao início da entrada ao cinema, os níveis de rodopsina
e das substâncias cromossensíveis dos cones diminuem notavelmente. Por outra parte, como
nos ambientes escuros existe muita pouca quantidade de energia luminosa a descomposição
da rodopsina é muito pequena. Desta forma a concentração de rodopsina aumenta
gradualmente, conseguindo a estimulação dos bastonetes com pequenas quantidades de luz,
pelo que as pessoas começam a enxergar melhor nas condições de escuro.
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O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 46
Sabe-se que os genes para as cores estão ligados ao sexo e acontecem no cromossoma
feminino (X), como as mulheres possuem dois desses cromossomas (XX), é difícil que
apresentem a deficiência cb gene para as cores: como os homens só apresentam um
cromossoma X, um ou mais dos genes para as cores podem faltar em cerca do 8 % dos
homens.
Na retina situam-se as células fotossensíveis, que são os cones e os bastonetes. Estas
células transformam a energia luminosa em sinais neuroniais que são transmitidas até o
encéfalo. A camada pigmentar da retina contém grande quantidade de melanina cuja função é
a de absorver os raios luminosos que chegam a retina e, portanto impedir a reflexão da luz de
volta para o olho.
As pessoas albinas, incapazes de produzir melanina em qualquer parte de seu corpo,
apresentam falta total de pigmentos nessa camada da retina, o que traz como resultado que
todos os raios luminosos que atravessam a retina são refletidos em todas as direções. pois não
são "absorvidos". A visão geral do albino é três vezes menor que a de uma pessoa normal e
fica tão ofuscado pela luz solar de um dia claro, que necessita usar óculos escuros para poder
ver algo.
Os cones são seletivamente estimulados por as diferentes cores. Dentro dos cones
existem três tipos básicos de receptores cromáticos: vermelho, verde e azul e as cores
intermedias entre essas três áreas são conseguidos por meio de uma combinação de cores. O
maior número de receptores de luz corresponde aos bastonetes que são estimulados pela luz
de todos as cores, assim os cones são responsáveis pela visão das cores e os bastonetes
responsáveis pela visão em branco e preto ou claro e escuro.
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O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 47
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O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 48
Para compreender melhor este tipo de movimento pode-se tomar, por exemplo, a leitura
ou o próprio exame detalhado de um objeto, em qualquer dessas circunstâncias, o olho não se
mexe continuamente, senão em forma de "pulos" em diversas fixações sucessivas. Esse
movimento é conhecido como sacádico, no qual, primeiro acontece uma aceleração na direção
desejada, seguido de uma desaceleração e ao ficar mais perto ao ponto desejado, começam a
acontecer pequenas oscilações para conseguir um bom ajuste. Estes movimentos sacádicos
posicionam as diferentes partes da imagem na fóvea, sendo esta a de maior concentração de
cones.
Figura 8: Emetropia.
As normalidades que impedem a focalização dos raios luminosos sobre a retina são:
- Hipermetropia;
- Miopia;
- Astigmatismo.
Na hipermetropia, que pode ser conhecida como vista cansada ou visão de longe,
produz-se pela incapacidade do cristalino de desviar os raios luminosos de maneira suficiente
para atingir o ponto focal da retina. Nesta patologia, as pessoas vêm os objetos distantes com
maior nitidez que os objetos que estão mais próximos. Uma causa frequente desta patologia é
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O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 49
o fato de que o globo ocular seja demasiado curto. Uma forma esquemática de representar
esta patologia mostra-se na figura 9.
Figura 9: Hipermetropia.
A miopia, que pode ser conhecida como visão de perto, e causada por um sistema de
lentes muito fortes para a distância da retina atrás do cristalino. Este processo acontece porque
o globo ocular é excessivamente cumprido todo o contrario da hipermetropia.
Os raios luminosos são focalizados antes de atingir a retina e no momento em que
atingem a esta, estão novamente dispersados. A pessoa míope pode ver os objetos de perto
de forma mais nítida que os objetos que se encontram a uma distância maior. A figura 10
mostra o processo da miopia.
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O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 51
trabalho e ao seu redor são prejudiciais para o homem, pois o trabalhador está obrigado a
realizar um constante ajuste visual dilatando e contraindo a íris segundo a zona que se
observe.
Não deve-se confundir a distribuição homogênea do trilho nas grandes zonas do campo
visual com a indesejável ausência de contraste entre o objeto e seu fundo. Para conseguir
relações de brilhos adequados deve-se ter em conta não somente as fontes de luz, senão
também os coeficientes de reflexão do teto, paredes, chão, móveis, roupas, equipamentos,
etc., pois todos eles contribuem a iluminação do posto de trabalho.
Deslumbramento: As grandes diferenças de brilhos no campo visual provocam o
deslumbramento. Isto se deve que em uma pequena superfície da retina incide uma
quantidade de luz relativamente grande a sensibilidade daquela se reduz em conjunto e em
conseqüência diminui a acuidade visual.
Tal é o caso que pode apresentar-se em um posto de trabalho onde se produzem
reflexos intensos em vidros, peças metálicas ou superfícies muito polidas ou esmaltadas ou
incluso lâmpadas mal situadas dentro do campo visual do trabalhador.
Difusão da luz: A difusão da luz geralmente oferece vantagens, pois se evitam reflexões
espetaculares e sombras fortes. A difusão se consegue com luminárias de baixo brilho e de
grande superfície. fontes luminosas radiantes indireta ou semi-diretas, etc, e paredes e
superfícies polidas. Porém deve-se ter em conta as tarefas que necessitam apreciar detalhes e,
nestes casos, a luz difusa o impede.
Cor: A cor é a sensação visual produzida pela luz no sentido da visão que permite ao
homem diferenciar os diferentes comprimentos de onda que a compõem. O olho não é
igualmente sensível a todas os comprimentos da onda que compõem a banda visível do
espectro electromagnético.
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Orelha externa: Está constituído pelo pavilhão auditivo (orelha) e pelo conduto auditivo
externo que finaliza na membrana timpânica. A principal função da orelha externa é a de captar
o som, transmitindo-o para a orelha média.
Orelha média: As ondas sonoras captadas pela orelha externa chegam à orelha média e
fazem vibrar a membrana timpânica, cuja pressão é mantida pelo tubo ou trompa de Eustáquio,
que é a estrutura que une a orelha média com as vias respiratórias, especialmente com a
garganta. Em casos onde acontecem aumentos súbitos de pressão, como nas explosões,
deve-se ter a boca aberta para manter o equilíbrio de pressão na membrana timpânica, já que
sem esse equilíbrio, a membrana timpânica pode-se estourar.
As vibrações do tímpano são captadas por três ossículos chamados de martelo., bigorna
e estribo, (Figura 13), os quais estão articulados entre si formando um sistema de alavanca e
são chamados assim porque suas formas lembram estes objetos. Esses ossículos podem
amplificar as vibrações em até 22 vezes. Depois dessas vibrações serem captadas por estes
ossículos, são transmitidas por eles a outra membrana fina que se encontra na janela oval que
separa a orelha média da interna.
Orelha interna: É aqui onde o som é convertida em sinais neural por uma estrutura
chamada cóclea o qual tem forma de caracol. A cóclea esta formada por três túbulos situados
um do lado do outro (figura 14) que são:
- Rampa vestibular,
- Rampa timpânica;
- Rampa média.
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Os três tubos estão cheios de líquido coclear e são separados entre si por membranas. A
membrana que separa a rampa vestibular da rampa média é tão fina que não dificulta o passo
das ondas sonoras, sua função principal é a de separar o líquido da rampa média do líquido da
rampa vestibular, os quais têm origens diferentes e suas diferenças químicas são importantes
para o funcionamento correto das células receptoras do som (Figura 15).
A membrana que separa a rampa média da rampa timpânica é muito mais resistente e
denomina-se membrana basilar e esta produz realmente um bloqueio das ondas sonoras.
Localizado sobre a superfície desta membrana e imerso em um líquido chamado de Endolinfa,
situa-se o órgão de Corti (Figura 16), que é a parte da cóclea que recepciona o som através
das células ciliares, aproximadamente entre 20 000 e 30 000 (células ciliares externas e
internas) que convertem as vibrações sonoras em sinais neurais.
As sinais auditivas chegam ao cérebro pelo componente coclear do oitavo par craneal,
(nervo vestibulococlear)i o qual termina nos núcleos cocleares do tronco cerebral. Os centros
auditivos do tronco cerebral tem a importante função de determinar de onde vem o som e ao
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Qualquer emissor de som, desde a voz humana, o alto-falante, a rádio ou qualquer coisa
que emita som, é produzido pelo mecanismo de comprimir o ar e seguidamente relaxar essa
compressão em seqüência alternativa (Figura 17).
Uma corda de violino, por exemplo, ao vibrar, cria o som por seu movimento de vaivém,
de forma tal que quando a corda mexe-se para frente, comprime o ar e quando mexe-se para
atras, reduz o grau de compressão até um valor debaixo do normal. Essa compressão e
relaxamento alternados do ar, é o que produz o som
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O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 55
uma unidade logarítmica para medi-la, chamada decibel (dB), que é uma escala linealusada
para definir uma escala de amplitude logarítmica com o qual se reduz um amplo intervalo de
valores de amplitude a um pequeno conjunto de números. Como unidade de medida o decibel
(dB) é o logaritmo da razão entre uma quantidade medida e uma de referência. Aplicada a
acústica, é a unidade prática que emprega-se para medir o nível de pressão sonora tomando
como referência a pressão acústica más débil que pode perceber a orelha média.
A orelha humana, como foi dito anteriormente, é capaz de perceber som que tenham
uma pressão sonora que variam entre um intervalo de 2x10-5 Pa para jovens normais até 2x104
Pa para curtos períodos de exposição. Como o intervalo é muito amplo., ao definir a escala em
decibéis os valores encontramse normalmente entre 0 à 120-140 dB.
Os sons a que o ser humano está submetido dia a dia, em sua casa, durante o tráfego,
em seu trabalho, etc, estão na faixa de 50 - 80 dB, e em muitos casos infelizmente, por cima de
80 dB, o que pode provocar afetações à orelha. Valores que estão por cima dos 120 dB podem
provocar sensação de dor
A espessura e rigidez da membrana basilar não são constantes. Na região mais perto da
janela oval (orifício que constituí a via de entrada do som á orelha interna) a membrana é
grossa e rígida e na medida em que fica mais perto ao vértice da cóclea, volta a ser mais fina e
flexível. Os sons graves (baixa freqüência) são os que estimulam em maior grau a parte da
membrana, que se situa perto ao ápice da cóclea, já que os sons agudos (alta freqüência)
ativam a parte da membrana basilar que situa-se perto a base da cóclea. Os pontos situados
entre esses dois extremos, são estimulados pelos sons de freqüência intermediária.
Da mesma maneira que a membrana basilar é estimulada seletivamente em suas
distintas partes de acordo a intensidade dos sons, acontece igual com a estimulação dos
neurónios no tronco cerebral e dos campos receptivos auditivos no córtex cerebral, os quais
são ativados por alturas definidas de sons, dessa forma fica claro que a forma utilizada pelo
sistema nervoso para detectar a altura do som, esta dada pela determinação da região da
membrana basilar que é mais estimulada pela altura do som: este processo conhece-se como
Princípio da localização para a altura do som. A determinação da direção de onde vem o som,
fica por conta dos centros auditivos inferiores.
A percepção de posição fica por conta dos receptores vestibulares situados no orelha
interno (estes receptores não têm relação com o mecanismo de audição) e estão constituídos
por três canais semicirculares e duas cavidades (utrículo e sáculo) que estão cheias de fluído
que em seu interior contêm células nervosas que têm forma de cabelos, as quais são sensíveis
as mudanças de posição. As células nervosas contidas no utrículo e no sáculo (Figura 18), são
receptores estáticos ou posicionais já que elas contém em suas extremidades, pequenos pesos
que detectam a posição da cabeça em relação à vertical.
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Anacusia ou surdez.
A surdez é a perda total da percepção auditiva que pode ser reversível (temporária) ou
permanente. É reversível ou temporária quando existe a possibilidade de devolver a audição à
pessoa através de algum tratamento, ou seja, a pessoa retorna ao limiar normal de audição,
conhecido por deslocamento temporário do limiar de audição. É permanente quando não é
possível devolvera audição ápessoa através de tratamentos.
A perda total da audição denomina-se cofósis ou anacusia: se for de uma só orelha
denomina-se cofósis unilateral, se é de ambas orelhas: denomina-se cofósis bilateral.
3.7.6.2- Mecanismos de produção da surdez
Surdez de condução: esta dada pela incapacidade das ondas serem conduzidas
através do sistema ossicular desde a membrana timpânica até a cóclea. Uma causa muito
freqüente de surdez de condução esta dada pelo o bloqueio da trompa de Eustáquio cuja
função é a de manter a pressão no interior da orelha média igual a pressão que existe no
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ambiente onde está a pessoa, mantendo assim, a pressão nas duas fases da membrana
timpânica. Quando esse conduto fica bloqueado por alguma causa, que pode ser resfriado,
rinitis, alergia, etc., o ar que está contido na orelha média é absorvido e será substituído por
líquido seroso; devido também a diminuição da pressão na orelha média, a membrana
timpânica será repuxada para dentro. Esse líquido seroso terá proliferação de fbroblastos o que
produzirá a formação de tecido fibroso entre os ossículos e as paredes da orelha média, o que
impedirá seu funcionamento como sistema de alavancas e, por conseguinte, a condução das
ondas sonoras.
Outra causa comum de perda de audição e que é facilmente corrigida, é a existência de
um tampão de cerume localizado no conduto auditivo que impede a passagem do som até o
tímpano e, portanto há uma perda auditiva. Outra causa da surdez está dada pela perfuração
timpânica que se pode produzir por traumas.
Surdez neural: este tipo de surdez é característica na velhice e quase todas as pessoas
com mais idade, desenvolvem alguns graus deste tipo de surdez, ainda vivendo em condições
normais. Esta surdez se faz mais notável para os sons de freqüências mais altas e deve-se
provavelmente ao próprio processo de envelhecimento que também atua sobre a cóclea.
Outras causas de surdez neural são a exposição a ruídos excessivamente altos como
acontece nas caldeiras, em vários processos produtivos ruidosos, quando as pessoas escutam
música muito alta, sobretudo, música rock ou quando acontecem explosões, entre outros.
Nestes casos acontece uma destruição do órgão de Corti devido as fortes vibrações da
membrana basilar.
Surdez mista: são as perdas de audição causadas por transtornos neurosensoriais e por
transtornos de condução.
Outro transtorno da audição é a presbiacusia que é a perda auditiva devido a idade e
geralmente se apresenta em pessoas maiores.
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos
que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as
fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os
alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões.
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laringe.
Laringe: é um tubo sustentado por peças
de cartilagem articuladas, situado na parte
superior do pescoço, em continuação à
faringe. O pomo-de-adão, saliência que
aparece no pescoço, faz parte de uma das
peças cartilaginosas da laringe.
A entrada da laringe chama-se glote.
Acima dela existe uma espécie de
“lingüeta” de cartilagem denominada
epiglote, que funciona como válvula.
Quando nos alimentamos, a laringe sobe e
sua entrada é fechada pela epiglote. Isso
impede que o alimento ingerido penetre
nas vias respiratórias.
O epitélio que reveste a laringe apresenta
pregas, as cordas vocais, capazes de
produzir sons durante a passagem de ar.
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O sistema circulatório permite que algumas atividades sejam executadas com grande
eficiência:
transporte de gases: os pulmões, responsáveis pela obtenção de oxigênio e pela
eliminação de dióxido de carbono, comunicam-se com os demais tecidos do corpo por meio
do sangue.
transporte de nutrientes: no tubo digestivo, os nutrientes resultantes da digestão
passam através de um fino epitélio e alcançam o sangue. Por essa verdadeira "auto-estrada",
os nutrientes são levados aos tecidos do corpo, nos quais se difundem para o líquido
intersticial que banha as células.
transporte de resíduos metabólicos: a atividade metabólica das células do corpo
origina resíduos, mas apenas alguns órgãos podem eliminá-los para o meio externo. O
transporte dessas substâncias, de onde são formadas até os órgãos de excreção, é feito pelo
sangue.
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3.9.2.1- Coração
O coração humano, como o dos demais mamíferos, apresenta quatro cavidades: duas
superiores, denominadas átrios (ou aurículas) e duas inferiores, denominadas ventrículos. O
átrio direito comunica-se com o ventrículo direito através da válvula tricúspide. O átrio
esquerdo, por sua vez, comunica-se com o ventrículo esquerdo através da válvula bicúspide
ou mitral. A função das válvulas cardíacas é garantir que o sangue siga uma única direção,
sempre dos átrios para os ventrículos.
1 - Coronária Direita
2 - Coronária Descendente Anterior Esquerda
3 - Coronária Circunflexa Esquerda
4 - Veia Cava Superior
5 - Veia Cava Inferior
6 - Aorta
7 - Artéria Pulmonar
8 - Veias Pulmonares
9 - Átrio Direito
10 - Ventrículo Direito
11 - Átrio Esquerdo
12 - Ventrículo Esquerdo
13 - Músculos Papilares
14 - Cordoalhas Tendíneas
15 - Válvula Tricúspide
16 - Válvula Mitral
17 - Válvula Pulmonar
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endotélio, formada por uma única camada de células achatadas; a mediana, constituída por
tecido muscular liso; a mais externa, formada por tecido conjuntivo, rico em fibras
elásticas.
Quando o sangue é bombeado pelos ventrículos e penetra nas artérias, elas se relaxam
e se dilatam, o que diminui a pressão sangüínea, Caso as artérias não se relaxem o
suficiente, a pressão do sangue em seu interior sobe, com risco de ruptura das paredes
arteriais. Assim, a cada sístole ventricular é gerada uma onda de relaxamento que se propaga
pelas artérias, desde o coração até as extremidades das arteríolas. Durante a diástole
ventricular, a pressão sangüínea diminui. Ocorre, então, contração das artérias, o que
mantém o sangue circulando até a próxima sístole.
Capilares sangüíneos: são vasos de pequeno calibre que ligam as extremidades das
arteríolas às extremidades das vênulas. A parede dos capilares possui uma única camada de
células, correspondente ao endotélio das artérias e veias.
Quando o sangue passa pelos capilares, parte do líquido que o constitui atravessa a
parede capilar e espalha-se entre as células próximas, nutrindo-as e oxigenando-as. As
células, por sua vez, eliminam gás carbônico e outras excreções no líquido extravasado,
denominado líquido tissular.
A maior parte do líquido tissular é reabsorvida pelos próprios capilares e reincorporada
ao sangue. Apenas 1% a 2% do líquido extravasado na porção arterial do capilar não retorna
à parte venosa, sendo coletado por um sistema paralelo ao circulatório, o sistema linfático,
quando passa a se chamar linfa e move-se lentamente pelos vasos linfáticos, dotados de
válvulas.
Na porção arterial do
capilar, a pressão do
sangue é maior que a
pressão osmótica do plasma
na saída de água contendo
substâncias dissolvidas.
Na porção venosa do
capilar, a pressão do
sangue é reduzida,
tornando-se menor que a
pressão osmótica do plasma
no retorno de fluido para o
interior do capilar.
Veias: são vasos que chegam ao coração, trazendo o sangue dos órgãos e tecidos. A
parede das veias, como a das artérias, também é formada por três camadas. A diferença,
porém, é que a camada muscular e a conjuntiva são menos espessas que suas
correspondentes arteriais. Além disso, diferentemente das artérias, as veias de maior calibre
apresentam válvulas em seu interior, que impedem o refluxo de sangue e garante sua
circulação em um único sentido.
Depois de passar pelas arteríolas e capilares, a pressão sangüínea diminui, atingindo
valores muito baixos no interior das veias. O retorno do sangue ao coração deve-se, em
grande parte, às contrações dos músculos esqueléticos, que comprimem as veias, fazendo
com que o sangue desloque-se em seu interior. Devido às válvulas, o sangue só pode seguir
rumo ao coração.
Pressão arterial: é a pressão exercida pelo sangue contra a parede das artérias. Em
um adulto com boa saúde, a pressão nas artérias durante a sístole ventricular – pressão
sistólica ou máxima – é da ordem de 120 mmHg (milímetros de mercúrio). Durante a
Abelardo da Silva Melo Junior – Médico, Especialista em Medicina do Trabalho, Auditor-Fiscal do Trabalho, M.Sc.
O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 71
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Abelardo da Silva Melo Junior – Médico, Especialista em Medicina do Trabalho, Auditor-Fiscal do Trabalho, M.Sc.
O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 72
CAPÍTULO 4 - TOXICOLOGIA
4.1- Introdução
Abelardo da Silva Melo Junior – Médico, Especialista em Medicina do Trabalho, Auditor-Fiscal do Trabalho, M.Sc.
O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 73
4.2- Conceituação
Abelardo da Silva Melo Junior – Médico, Especialista em Medicina do Trabalho, Auditor-Fiscal do Trabalho, M.Sc.
O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 74
Toxicologia Ocupacional foi definida, pelo comitê misto, que é constituído por:
CCE/OSHA/NIOSH, como:
“Atividade sistemática, contínua ou repetitiva, relacionada à saúde e desenvolvida para
implantar medidas corretivas sempre que se façam necessárias”
COMITÊ MISTO
CCE – Comissão da Comunidade Européia
OSHA – Occupational Safety and Health Administration (USA)
NIOSH – National Institute for Occupational Safety and Health (USA)
Essencialmente, a toxicologia ocupacional procura prevenir o desenvolvimento das
lesões tóxicas ou de doença profissional. Para cumprir tal objetivo é necessário um grande
conhecimento sobre os agentes ocupacionais potencialmente tóxicos, especialmente
informações sobre a toxicidade das substâncias e a relação dose/resposta.
Esses dados podem ser obtidos por meio de quatro fontes principais:
- experimentação em animais;
- experimentação em voluntários;
- observação ao acaso no ambiente de trabalho;
- pesquisas epidemiológicas.
Com os dados experimentais e epidemiológicos, torna-se possível definir critérios de
segurança para cada substância (exemplo: as concentrações permissíveis) e adotar medidas
de prevenção, que torne possível respeitar esses critérios. Dessa maneira, é mantida a saúde
do trabalhador, ou em outras palavras, alcançado o objetivo da toxicologia ocupacional. No
mundo, em escala crescente, procura-se estabelecer e controlar os limites permissíveis
(concentrações) de substâncias químicas no ambiente de trabalho, quando a exposição a uma
substância química é inevitável, a fim de prevenir a intoxicação ocupacional. Essa prevenção é
feita utilizando dois métodos de controle, que são complementares, mas que ainda hoje no
Brasil, nem sempre são sempre aplicados.
ou exercem a atividade que envolve o risco, como esta é exercida, e quais as medidas de
proteção existentes.
Os diversos agentes químicos que podem poluir um local de trabalho e entrar em contato
com o organismo dos trabalhadores podem apresentar uma ação localizada ou serem
distribuídos aos diferentes órgãos e tecidos, levados pelos fundos internos (sangue e outros),
produzindo uma ação generalizada.
Por este motivo às vias de ingresso destas substâncias ao organismo são:
a) Inalação: constitui a principal via de ingresso de tóxicos, já que a superfície dos
alvéolos pulmonares representa, no homem adulto, uma superfície entre 80 a 90 m 2. Esta
grande superfície facilita a absorção de gases e vapores, os quais podem passar ao sangue,
para serem distribuídos a outras regiões do organismo. Alguns sólidos e líquidos ficam retidos
nesses tecidos, podendo produzir uma ação localizada, ou dissolvem-se para serem
distribuídos através do aparelho circulatório. Sendo o consumo de ar 10 a 20 kg diários,
dependendo fundamentalmente do esforço físico realizado, é fácil chegar a conclusão que mais
de 90% das intoxicações generalizadas tenham esta origem.
b) Absorção cutânea: quando uma substância de uso industrial entra em contato com a
pele, podem acontecer as seguintes situações:
1- A pele e a gordura protetora podem atuar como uma barreira protetora efetiva.
2- O agente pode agir na superfície da pele, provocando irritação primária.
3- A substância química pode combinar com as proteínas da pele e provocar uma
sensibilização.
4- O agente pode penetrar através dela, atingir o sangue e atuar como um tóxico
generalizado. Assim, por exemplo, o ácido cianídrico, mercúrio, chumbo tetra-etila (usado nas
gasolinas como antidetonante), alguns defensivos agrícolas, etc. são substâncias que podem
ingressar através da pele, produzindo uma ação generalizada.
Apesar destas considerações, normalmente a pele é uma barreira bastante efetiva para
os diferentes tóxicos, e são poucas as substâncias que podem ingressar através da pele,
produzindo uma ação generalizada.
c) Ingestão: representa apenas uma via secundária de ingresso de tóxicos no
organismo, já que nenhum trabalhador ingere, conscientemente, produtos tóxicos. Isto pode
acontecer de forma acidental ou engolir partículas que podem ficar retidas na parte superior do
trato respiratório ou ainda ao inalar substâncias em forma de pós ou fumos.
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O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 77
TLV – C (Ceiling) – É a concentração máxima permitida que não pode ser ultrapassada
em momento algum durante a jornada de trabalho. Normalmente é indicado para substâncias
de alta toxicidade e baixo limite de exposição.
“Contudo devido a grande variação na suscetibilidade individual uma pequena % de
trabalho pode sentir desconforto diante de certas substâncias em concentrações permissíveis
segundo os LTs, ou mesmo abaixo deles: um número menor pode ser mais seriamente afetado
pelo agravamento de uma condição pré- existente ou pelo desenvolvimento de uma doença
ocupacional”, absoluto e não pode ser em nenhum momento. Nos EUA esse valor máximo é
adotado para algumas substâncias com sigla TLVc,como foi visto acima.
LT - Os limites de exposição ocupacional da NR-15, no Brasil, são chamados de Limites
de Tolerância (LT) e são compilados das tabelas dos valores de TLV-TWA e se referem às
concentrações médias máximas que não devem ser ultrapassadas numa jornada de 8h/dia, 48
horas/semana. É também uma média que permite flutuação ao longo da jornada de trabalho.
Os LT brasileiros são extrapolados dos TLV através de uma média aritmética.
Nos EUA é calculado periodicamente o chamado nível de ação (NA), ou seja, a
concentração a partir da qual os controles médicos e periódicos devem ser iniciados.
De acordo com a legislação Brasileira e recomendações internacionais o NA corresponde
a uma concentração igual a metade das concentrações máximas permitidas.
Onde: LEO
NA
NA = Nível de Ação 2
LEO = Limite de Exposição Ocupacional
Esquematicamente têm-se:
TLV
Exposição
NA
Não exposição
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O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 78
(idade, sexo, características genéticas, condições funcionais dos órgãos relacionados com a
biotransformação e eliminação do agente tóxico).
Quando o monitoramento biológico é realizado é considerado o fato de que o próprio
homem é a melhor indicação das condições do seu local de trabalho. No monitoramento
biológico é estimado o risco para a saúde dos indivíduos expostos a substâncias químicas com
base na exposição interna do organismo (dose interna) todos os trabalhadores são
examinados, individualmente, procurando detectar precocemente uma exposição excessiva
(antes que alterações biológicas significativas ocorram) ou então, algum distúrbio biológico
reversível (antes que tenham causado algum prejuízo à saúde) têm-se então dois tipos de
monitoramento biológico
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O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 80
melhor informação sobre a quantidade do agente químico que interage com o sitio de ação.
Como exemplos de efeitos considerados não nocivos, temos a depressão da desidratase
do ácido delta- aminolevulínico no sangue (delta- ala D) e o aumento da zinco protoporfirina no
eritrócito (zn-pp) na exposição ao chumbo.
Assim, o objetivo principal do monitoramento biológico, seja ele de dose interna ou de
efeito, é, essencialmente o mesmo do monitoramento ambiental, ou seja, prevenir a exposição
excessiva aos agentes químicos que podem provocar efeitos nocivos, agudos ou crônicos, nos
indivíduos expostos. Nos três casos o risco à saúde é avaliado comparando o valor medido,
com um padrão de segurança.
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O Ambiente e as Doenças do Trabalho - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho 81
contaminação exógena).
- Evitar urinas muito diluídas (comprometem o resultado em função da correção pela
creatinina urinária)
Os resultados obtidos dos exames dos indicadores biológicos são comparados com
referências apropriadas. Aqui no Brasil a legislação que estabelece estas referências é
regulamentada pela NR –7 Portaria nº 24 de 29/12/94 da Secretaria de Segurança e Saúde no
Trabalho, onde são definidos os parâmetros para o controle biológico de exposição a alguns
agentes químicos.
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sua individualização.
A aplicação da vigilância a saúde, a exemplo do que acontece com o monitoramento
biológico, não pode ser confundida com os procedimentos que visam o diagnóstico.
É importante enfatizar que a manifestação de deterioração da saúde não ocorre
necessariamente no momento do reconhecimento médico. A ocorrência de certas alterações
biológicas pode, desde que evidenciada em tempo hábil, advertir que se não forem modificadas
as condições de trabalho ocorrerão os transtornos funcionais.
A figura a seguir mostra a evolução das alterações clínicas e subclínicas relacionadas
com o tempo, em uma determinada exposição.
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5.1- Introdução
5.2- Conceituação
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primeira idéia que se surge é a do ACIDENTE DE TRABALHO porque ele ocorre de forma
abrupta, suas conseqüências são detectadas mais facilmente e exigem desde um pronto
atendimento, gerando perturbação no ambiente.
No entanto, existe outro agravo que acontece de maneira lenta, passando despercebido
ou sendo confundido com outras alterações do estado de saúde, até mesmo por médicos.
Trata-se da DOENÇA PROFISSIONAL, DOENÇA DO TRABALHO OU DOENÇA
OCUPACIONAL. O nexo causal, nos casos de acidente, feito com maior facilidade, nela se
estabelece com dificuldade, gerando prejuízos ao trabalhador e à sociedade, além de
deficiência marcante de dados estatísticos.
Na história da Medicina já existe referência sobre a associação entre trabalho e doença
em documentos egípcios e greco-romanos, embora fossem insignificantes porque, à época, os
trabalhos de risco mais elevado eram exercidos pelos escravos das nações subjugadas. Como
exemplo tem-se a citação da intoxicação saturnina num trabalhador mineiro, feita por
Hipócrates. Apesar da profundidade da obra, o autor não fez qualquer menção ao ambiente de
trabalho nem à ocupação do paciente.
Entretanto, quem se notabilizou foi o médico italiano Bernardino Ramazzini, Pai da
Medicina do Trabalho, ao publicar, em 1700, o livro “As Doenças dos Trabalhadores”
descrevendo cerca de 50 doenças relacionadas ao trabalho. Nele conclama os médicos a
investigarem a ocupação dos pacientes, para relacionar os sinais e/ou sintomas apresentados
com suas condições de trabalho.
Recentemente, encontramos relatos de acidentes e doenças, no livro intitulado “As
vítimas dos ambientes de trabalho – rompendo o silêncio”, publicado pelo sindicato dos
metalúrgicos de Osasco-SP. Na referência aos trabalhadores mutilados, está descrito que os
trabalhadores ficam à mercê de irregularidades, tanto do ponto de vista das relações de
trabalho, como das péssimas condições em que desempenham suas funções. “O drama vivido
por essas pessoas tem proporções incalculáveis. São histórias cercadas de tristeza, revolta e
injustiça, quase sempre acompanhadas de desestruturação familiar”.
Em nosso estado, há casos de doenças ocupacionais do aparelho auditivo (indústria
têxtil, serrarias), do sistema osteomuscular (processamento de dados, indústria têxtil e de
calçados, bancários, supermercados) e intoxicações químicas (agrotóxicos; tintas e vernizes;
indústria de calçados), entre outras.
Estudos sobre segurança e saúde no trabalho citam a velocidade com que novas formas
de trabalho são implementadas no processo produtivo, ocasionando alterações no perfil dos
acidentes e das doenças ocupacionais. Os riscos físicos, químicos, biológicos e mecânicos,
responsáveis pelos principais agravos detectados até a década de 80, estão sendo acrescidos
por outros ligados à organização do trabalho (terceirização, inexistência de pausas,
gerenciamento de pessoal), e passam a ter importância na organização e capacitação dos
profissionais de segurança e saúde no trabalho. A formação dos profissionais priorizando os
riscos clássicos, não consegue mais dar resposta às necessidades que surgiram com a nova
organização da produção. A implantação de ações multiprofissionais é inadiável.
Para conservar sua saúde, o ser humano trava uma constante batalha contra as forças
biológicas, físicas, mentais e sociais que podem alterar o equilíbrio do seu organismo. A
doença, portanto, não é um evento estático, mas um processo, pois o aparecimento de sinais
e/ou sintomas significa que a enfermidade já se instalou. Daí a necessidade de se dar
prioridade à prevenção.
Conforme os princípios da epidemiologia, o processo-doença é desencadeado pelo
desequilíbrio na interação dinâmica entre os elementos denominados agente, hospedeiro e
meio ambiente.
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Entende-se por agente um elemento, uma substância, cuja presença ou ausência pode,
em condições favoráveis existentes no organismo e no meio ambiente, provocar o início de um
processo patológico. Estes agentes se classificam em físicos, químicos, biológicos,
ergonômicos e mecânicos, podendo causar acidentes, doenças inespecíficas ou doenças do
trabalho.
Inespecíficas são doenças físicas e psíquicas, cada vez mais freqüentes nas sociedades
industriais, e atribuíveis a um ou mais fatores do ambiente de trabalho, entre as quais: cansaço
e insônia persistentes; distúrbios digestivos (gastrites, úlcera gastroduodenal), neuroses,
artroses, asma brônquica, hipertensão arterial.
O hospedeiro é representado pelo homem e contribui através de hábitos, costumes e de
condicionantes (idade, sexo, estado civil, etnia, ocupação, carga genética e eficiência de seus
mecanismos de defesa).
O meio ambiente engloba o ambiente de trabalho (características do local, dimensões,
iluminamento, aeração, níveis de ruído, poeiras, gases, vapores, fumos, etc.), bem como os
elementos conexos à atividade em si (tipo de trabalho, posição do trabalhador, ritmo de
trabalho, ocupação do tempo, horário de trabalho diário, turnos, horário semanal).
Portanto, a detecção precoce é fundamental, pois quanto mais cedo forem detectadas as
alterações maiores serão as chances de reverter a evolução da doença. Como instrumentos
para a detecção precoce temos:
- A consulta médica (anamnese ocupacional: o que faz? Com o que faz? Como faz?
Onde faz e em que condições? Há quanto tempo? Como se sente? O que pensa do seu
trabalho?);
- Abordagem epidemiológica.
Patologia do Trabalho é conceituada como “o estudo do sofrimento, dano ou agravo à
saúde causado, desencadeado, agravado pelo trabalho ou com ele relacionado”.
5.5.1- Ruído
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Perda auditiva por níveis elevados de pressão sonora: alterações dos limiares
auditivos, do tipo neurossensorial, devidas à exposição ocupacional sistemática a níveis de
pressão sonora elevados; irreversível e progride com o tempo de exposição. Uma vez cessada
a exposição, não haverá progressão da redução auditiva.
Exame audiométrico: admissional, seis meses após, anualmente a partir de então, e na
demissão.
O diagnóstico conclusivo, diferencial e a definição da aptidão para o trabalho, na suspeita
de perda auditiva induzida estão a cargo do coordenador do PCMSO, ou do médico
encarregado para realizar o exame médico ou, na ausência destes, do médico assistente.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS, o organismo humano começa a
sentir os efeitos do ruído a partir de um desconforto corporal, normalmente com sons
superiores a 50 decibéis, conforme abaixo descrito:
De 50 a 65 dB (A): o indivíduo fica em estado de alerta, não relaxa; diminui o poder de
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Podem ocorrer infecções das vias aéreas superiores, resfriados, gripes, faringite,
pneumonia e dores articulares. A queda da temperatura do corpo leva atinge órgãos vitais
(coração, pulmões, vísceras). Ao baixar para 36ºC, ocorre aumento do metabolismo basal;
entre 31-32ºC, há perda da consciência e dificuldade na obtenção da pressão arterial; já entre
29-30ºC aumenta a rigidez muscular; com 24ºC surge edema pulmonar e, atingindo 20ºC,
acontece parada cardíaca.
Na pele e nas extremidades (face, orelhas, queixo e joelhos), podem ocorrer: frosbite,
fenômeno de Raynaud, pé de imersão, urticária pelo frio. Trabalhadores idosos ou com
problemas circulatórios exigem o uso de roupa com isolamento extra e/ou redução do período
de exposição.
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A vestimenta úmida ou molhada deve ser trocada por uma seca, antes de entrar na
área fria. Os que manuseiam líquidos voláteis (gasolina, álcool ou fluidos de limpeza) a
temperaturas do ar inferiores a 4°C devem evitar molhar as roupas ou luvas com estes líquidos,
pelo risco adicional de resfriamento por evaporação.
5.5.5- Vibrações
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ULTRAVIOLETA:
Pele: vermelhidão e queimaduras de 1º e 2º graus; maior incidência de tumores
cutâneos em trabalhadores de pele clara.
Olhos: conjuntivite e ceratite (soldador sem proteção e nas áreas próximas, quando não
se utiliza proteção coletiva - biombo).
INFRAVERMELHA: órgão crítico é a pele (vasodilatação, hiperpigmentação) e
queimaduras de 1º e 2º graus. A exposição crônica pode provocar opacificação do
cristalino - catarata dos vidreiros.
MICROONDAS: alterações visuais (catarata), circulatórias e cutâneas (distrofia ungueal
e queimaduras).
RAIO LASER: catarata e queimaduras (desde eritema leve até necrose tecidual).
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A pele é o órgão que envolve o corpo exercendo diversas funções: regulação térmica,
defesa orgânica, controle do fluxo sanguíneo, proteção contra agentes do ambiente e funções
sensoriais (calor, frio, pressão, dor e tato). Possui três camadas: epiderme, derme e
hipoderme.
Epiderme: a mais externa, é constituída por células epiteliais que formam a camada
córnea, composta basicamente de queratina (impermeabilização da pele). É nela também que
se originam os anexos cutâneos: unhas, pêlos, glândulas sudoríparas (produzem suor e
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seus compostos; asbesto; cádmio e seus compostos; cromo e seus compostos; cloreto de
vinila; sílica livre; alcatrão, breu, betume, parafina e seus resíduos; radiações ionizantes;
NEOPLASIA MALIGNA DOS OSSOS (SARCOMA ÓSSEO): exposição a radiações
ionizantes;
EPITELIOMAS MALIGNOS: exposição ao arsênio e seus compostos; alcatrão, breu,
betume, parafina, creosoto, piche, xisto betuminoso; radiações ionizantes; radiações
ultravioletas e óleos minerais lubrificantes e “de corte”.
MESOTELIOMA (DA PLEURA, DO PERITÔNIO OU DO PERICÁRDIO): exposição ao
asbesto no trabalho ou nos domicílios próximo a indústrias que processam suas fibras;
NEOPLASIA MALIGNA DA BEXIGA: exposição ao alcatrão, breu, betume, parafina e
seus derivados; aminas aromáticas e seus derivados; emissões de fornos de coque e óleos
minerais “de corte” ou “solúveis”;
LEUCEMIAS: exposição ao benzeno; a radiações ionizantes; ao óxido de etileno; a
agentes antineoplásicos; a campos eletromagnéticos; a agrotóxicos clorados (Clordane e
Heptaclor).
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A respiração é uma das funções essenciais do organismo pela qual as células vivas do
corpo recebem oxigênio e eliminam gás carbônico (hematose) numa troca entre o sangue e o
ar.
As vias respiratórias (cavidades nasais, nasofaringe, traquéia e árvore bronquial)
conduzem, aquecem, umedecem e filtram o ar inalado, antes de sua chegada à parte pulmonar
(formada pelos pulmões com os bronquíolos respiratórios, os alvéolos pulmonares e o tecido
elástico).
A respiração começa pelo nariz onde existem os pelos que agem como filtro. Para
expulsar as impurezas filtradas utilizamos o espirro. O ar também pode entrar pela boca, mas
nesse caso não é filtrado, devendo esta via ser utilizada só como saída.
Do nariz ou da boca, o ar passa pela glote (só deixa entrar o ar e não alimentos). Na
seqüência vem a laringe (importante para a voz), as cordas vocais (regulam o timbre da voz) e
a traquéia (também possui um filtro de pelos impedindo o acesso de partículas aos pulmões).
No início dos pulmões estão os brônquios que levam o ar até os alvéolos. Nos alvéolos
pulmonares o ar é passado ao sangue que pega o oxigênio para levá-lo até as células mais
distantes e, ao mesmo tempo, capta o gás carbônico do ar usado, expelindo-o pelo mesmo
caminho de forma inversa.
A peça central do movimento da respiração é o diafragma, que abaixa para o ar entrar e
sobe para expulsá-lo.
FARINGITE AGUDA: ocorre por: exposição a gases e vapores cáusticos ou irritantes e
microrganismos.
RINITE ALÉRGICA: características: espirros, prurido do nariz, congestão nasal e
secreção nasal; decorre da exposição a: cromo e seus compostos; poeiras de algodão, linho,
cânhamo ou sisal; acrilatos; aldeído fórmico e seus polímeros; aminas aromáticas e seus
derivados; enzimas de origem animal, vegetal ou bacteriana; furfural e álcool furfurílico;
isocianatos orgânicos; níquel e seus compostos; produtos da pirólise de plásticos, cloreto de
vinila, teflon; medicamentos (macrolídeos; ranetidina; penicilina e seus sais; cefalosporinas);
proteínas animais em aerossóis; outras substâncias de origem vegetal (cereais, farinhas,
serragem, etc.).
RINITE CRÔNICA: mesmo sinais e sintomas da rinite aguda. por exposição a: arsênio e
seus compostos; cloro gasoso; cromo e seus compostos tóxicos; gás flúor e fluoreto de
hidrogênio; amônia; anidrido sulfuroso; cimento; fenol e homólogos; níquel e seus compostos;
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Referências bibliográficas:
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