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Disciplina: Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho Unidade: 1ª Data:1/3/2023

Professor: Hamilton

“Há 3 caminhos para o fracasso: não ensinar o que se aprendeu, não praticar o que se ensina e
não perguntar o que se ignora”.

Higiene, Meio Ambiente, Saúde e Segurança no


Trabalho

Meio Ambiente
O meio ambiente refere-se ao conjunto de fatores físicos, biológicos e químicos que cerca os
seres vivos, influenciando-os e sendo influenciado por eles. Pode ser entendido também como o
conjunto de condições que permitem abrigar e reger a vida em todas as suas formas - os
ecossistemas que existem na Terra.

O conceito de meio ambiente pode ser identificado por seus componentes:

Completo conjunto de unidades ecológicas que funcionam como um sistema natural.


Recursos naturais e fenômenos físicos universais que não possuem um limite claro, como ar,
água, e clima, assim como energia, radiação, descarga elétrica e magnetismo, que não são
originados por atividades humanas.

A Conferência de Estocolmo, organizada pela Organização das Nações Unidas em 1972,


abordou o tema da relação da sociedade com o meio ambiente. Foi a primeira grande atitude
mundial no sentido de tentar preservar o meio ambiente. Nessa conferência, o meio ambiente foi
definido como sendo "o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e sociais capazes
de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto ou longo, sobre os seres vivos e as
atividades humanas."

No Brasil, a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) estabelecida pela Lei No. 6.938 de 31
de agosto de 1981e regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990 define meio
ambiente como "o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas".

Ainda sobre questões ambientais no Brasil podemos citar a Lei 12.305 de 2 de agosto de 2010
que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que entre outras determinações trás a
instituição da Logística Reversa.
Desenvolvimento Sustentável
Desenvolvimento sustentável é um conceito sistêmico que se traduz num modelo de
desenvolvimento global que incorpora os aspectos de um sistema de consumo em massa no qual
a preocupação com a natureza, via de extração da matéria-prima, é máxima. Foi usado pela
primeira vez em 1987, no Relatório Brundtland, um relatório elaborado pela Comissão Mundial
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada em 1983 pela Assembleia das Nações Unidas.

Histórico da Segurança do Trabalho


A informação mais antiga sobre a preocupação com a segurança do trabalho está registrada
em um documento egípcio. O papiro Anastacius V descreve a preservação da saúde e da vida do
trabalhador e as condições de trabalho de um pedreiro. Também no Egito, no ano de 2360 a.C.,
uma insurreição geral dos trabalhadores, deflagrada nas minas de cobre, evidenciou ao faraó a
necessidade de melhorar as condições de vida dos escravos.

Viver e Trabalhar com Segurança


Quanto vale uma vida? Quanto vale a sua vida?

Perguntas como essa devem ser formuladas quando se pensa na importância das normas e
procedimentos de segurança ao se desenvolver uma atividade laboral. Mais do que uma
exigência legal, trabalhar com segurança é um direito de todo trabalhador, com ou sem carteira
assinada, permanente ou temporário.

A segurança do trabalho é uma conquista do trabalhador. Parte do conteúdo da legislação


trabalhista sobre esse tema se deve à luta de trabalhadores em todo o mundo através dos
séculos. Mesmo com a automação industrial, o homem está presente nas linhas de produção e,
dessa forma, coloca constantemente em risco sua integridade física e sua saúde.

Segundo estimativas da OIT (2004), anualmente ocorrem no mundo cerca de 270 milhões de
acidentes de trabalho e, aproximadamente, 160 milhões de casos de doenças ocupacionais.
Essas ocorrências chegam a comprometer 4% do PIB mundial. Em um terço desses casos, cada
acidente ou doença representa a perda de 4 dias de trabalho. Dos trabalhadores mortos, 22 mil
são crianças, vítimas do trabalho infantil. Ainda segundo a OIT, todos os dias morrem, em média,
5 mil pessoas devido a acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho.

A diferença entre a visão do empregado e do empregador pode estar em definir, para o


primeiro, quais as consequências atuais e futuras advindas de um acidente de trabalho ou da
exposição prolongada a substâncias tóxicas em áreas contaminadas e, para o segundo, quanto
custa o afastamento de um trabalhador de sua função (homem-hora) em relação à implementação
de medidas de segurança.

Independentemente do ponto de vista, pode-se presumir que o objetivo principal é resguardar a


vida e gerar lucros, pois a empresa não sobrevive sem pessoas, que são o seu alicerce, e que
necessitam do trabalho com vista a auferir rendimentos para o sustento próprio. Esse binômio, se
bem conduzido, deve proporcionar o equilíbrio necessário entre as diferentes visões relacionadas
à Segurança do Trabalho.
Legislação no Mundo
O Império Romano aprofundou o estudo da proteção médico-legal dos trabalhadores e
elaborou leis para sua garantia. Os pioneiros do estabelecimento de medidas de prevenção de
acidentes foram Plínio e Rotário que, pela primeira vez, recomendaram o uso de máscaras para
evitar que os trabalhadores respirassem poeiras metálicas.
As primeiras ordenações aos fabricantes para a adoção de medidas de higiene do trabalho
datam da Idade Média. Os levantamentos das doenças profissionais, promovidos pelas
associações de trabalhadores medievais, tiveram grande influência sobre a segurança do trabalho
no Renascimento. Nesse período destacaram-se Samuel Stockausen, como pioneiro da inspeção
médica no trabalho, e Bernardino Ramazzini, como sistematizador de todos os conhecimentos
acumulados sobre segurança, que os transmitiu aos responsáveis pelo bem-estar social dos
trabalhadores da época na obra intitulada De morbis artificum (1760) sobre as doenças dos
trabalhadores.
Em 1779, a Academia de Medicina da França já fazia constar em seus anais um trabalho sobre
as causas e prevenção de acidentes. Em Milão, Pietro Verri fundou, no mesmo ano, a primeira
sociedade filantrópica, visando o bem-estar do trabalhador. A Revolução Industrial criou a
necessidade de preservar o potencial humano como forma de garantir a produção.
Na Inglaterra, por volta de 1830, surgiu um movimento destinado a transformar a história da
humanidade, que teve origem com o aparecimento da primeira máquina de fiar. Surgiram as
primeiras fábricas de tecidos e, com elas, a relação capital e trabalho.
A descoberta da máquina a vapor veio permitir a instalação de fábricas em diversos lugares,
gerando grandes núcleos habitacionais, dando origem aos grandes centros urbanos, onde era
abundante a mão de obra e por estas razões tornaram-se os centros industriais. Nas maiores
cidades inglesas, o baixo nível de vida e as famílias numerosas garantiram o suprimento fácil de
mão de obra, sendo aceitos trabalhadores, sendo aceito como trabalhadores não só homens, mas
também mulheres e crianças, sem quaisquer restrições quanto ao estado de saúde,
desenvolvimento físico, etc.

Os acidentes de trabalho eram frequentes, provocadas por máquinas sem qualquer proteção,
movidas por correias expostas. O número de mortos, principalmente crianças era expressivo.

Ainda no ano de 1830, quando o número de acidentes se proliferavam na Inglaterra, o


proprietário de uma fábrica procurou Robert Baker, famoso médico inglês, solicitando-lhe
conselhos sobre a melhor forma de proteger a saúde dos menores de idade, funcionários de sua
indústria. Quatro anos mais tarde, o governo britânico o nomeou inspetor médico das fábricas.
Surgia, assim, um serviço médico industrial.
Em 1950, uma comissão conjunta da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da
Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu de forma ampla os objetivos da saúde
ocupacional.
A sistematização de procedimentos preventivos ocorreu, em primeiro lugar, nos Estados
Unidos, no início do século XX. Na África, Ásia, Austrália e América Latina, os comitês de
segurança e higiene nasceram logo após a fundação da Organização Internacional do Trabalho
(OIT), em 1919.

Legislação no Brasil
No Brasil, a primeira lei sobre acidente do trabalho surgiu em 1919, baseada no conceito de
risco profissional que considerou como natural a atividade profissional.
Com a instalação de parques industriais no Brasil, por volta de 1930, mesmo conhecendo o
histórico de outros países, a massa de trabalhadores vivenciou os mesmos problemas, a ponto de
ser atribuído ao País o título de campeão mundial de acidentes de trabalho na década de 1970.
Na mesma década, o Ministério do Trabalho, por meio de várias portarias, criou os serviços
especializados em segurança e medicina do trabalho, como também os cursos para formação de
profissionais especializados em engenharia de segurança do trabalho, em nível de pós-
graduação.
Pela portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, o Ministério do Trabalho aprovou as Normas
Regulamentadoras – NR’s, considerando o disposto no artigo 200 da CLT, com redação dada
pela Lei 5.514, de 22 de dezembro de 1977.
As referências legais e normativas relacionadas com a segurança e saúde do trabalho
constituem a expressão mais clara e objetiva da política nacional nessa área, começando com a
Constituição Federal (1988), atingindo as áreas da saúde, do trabalho e da Previdência Social. As
leis, discutidas e votadas no Congresso Nacional são, via de regra, seguidas por decretos,
normas regulamentadoras, portarias e outros diplomas normativos elaborados pelo Poder
Executivo, a fim de regulamentar e operacionalizar o que elas estabelecem e determinam.
A legislação sobre segurança e medicina do trabalho trata, há muito tempo, de numerosos
capítulos e referências legais e normativas sobre a saúde e segurança no trabalho, iniciando pela
Constituição Federal, seguida pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT – e, no nível
normativo, através das mais de 30 Normas Regulamentadoras – NR’s, sobre a saúde e
segurança no trabalho, as quais constituem o Capítulo V da CLT.
A Lei 6.512, de 1977, mantida em vigor após a CF de 1988, regulamenta os preceitos para a
segurança e medicina do trabalho, e as matérias definidas com base nos seus ditames passam a
ser, então, o objeto de análise deste conteúdo. Tais matérias compõem as normas e portarias
emanadas pela autoridade competente, definidas em lei, e que são chamadas normas
regulamentadoras em segurança do trabalho e têm por objetivo organizar e normatizar as
atividades para a redução dos riscos de acidentes.

Higiene Ocupacional
Os principais termos utilizados no Brasil para definir a ciência que se dedica ao estudo dos
ambientes de trabalho e à prevenção das doenças causadas por eles são: Higiene Ocupacional,
Higiene Industrial e Higiene do Trabalho.

O termo Higiene Ocupacional foi preferido internacionalmente para definir o campo de atuação
desta ciência, após as conclusões extraídas durante a Conferência Internacional de Luxemburgo,
ocorrida de 16 a 21 de junho de 1986, que contou com a participação de representantes da
Comunidade Econômica Européia – CEC, da Organização Mundial da Saúde – OMS , da
Comissão Internacional de Saúde Ocupacional – ICOH e da American Conference of
Governamental Industrial Higienists – ACGIH.
A definição dos termos Higiene Industrial e Higiene do Trabalho estão contempladas na
definição de Higiene Ocupacional, é considerado mais amplo, visto que não se refere apenas ao
ambiente do trabalho ou àquele dito industrial. Ao contrário, o seu campo de abrangência e
atuação cresce a cada dia, tornando-se necessário estudar as interfaces com outras ciências,
como a Medicina, a Segurança, a Ergonomia e a Sociologia, para de forma interdisciplinar
melhoraras condições do ambiente do trabalho e a saúde do trabalhador.

A Higiene Ocupacional é uma ciência, porque está baseada em fatos comprováveis, empíricos
e analisáveis por método científico por meio da Física, Química, Toxicologia, Medicina,
Engenharia e Saúde Pública. Por outro lado, também são consideradas a individualidade de cada
trabalhador e as características da atividade e do local de trabalho.

Por possuir caráter essencialmente preventivo, as ações de Higiene Ocupacional devem se


fundamentar primordialmente na prevenção da exposição e em estudos epidemiológicos
prospectivos, registram-se as exposições ao longo do tempo para que se conheça alguma relação
entre a exposição ocupacional e o efeito à saúde.

Entre as definições conhecidas e mais amplamente difundidas podemos citar:


 A definição da American Industrial Hygiene Association – AIHA para a Higiene Industrial,
“a ciência que trata da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos
originados nos locais de trabalho e que podem prejudicar a saúde e o bem estar dos
trabalhadores, tendo em vista também o possível impacto nas comunidades vizinhas e no
meio ambiente”.
 O conceito preconizado por Olishifski: a Higiene Ocupacional é definida como “aquela
ciência e arte devotada à antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos fatores
de risco ou estresses ambientais originados no, ou a partir do, local de trabalho, os quais
podem causar doenças, prejudicar a saúde e o bem estar, ou causar significante
desconforto sobre os trabalhadores ou entre os cidadãos de uma comunidade”.
 A definição da American Conference of Governamental Industrial Hygienists – ACGIH:
“ciência e arte do reconhecimento, avaliação e controle de fatores ou tensões ambientais
originados do, ou no, local de trabalho e que podem causar doenças, prejuízos para a
saúde e bem estar, desconforto e ineficiência significativos entre os trabalhadores ou entre
os cidadãos da comunidade”.

Saúde
Pode-se perceber que o conceito de higiene, qualquer que seja ele, está diretamente
associado à preservação da saúde.
A saúde pode ser vista como um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não
meramente a ausência de doença ou defeito, de acordo com a Organização Mundial de Saúde –
OMS, que adota este conceito amplo desde 1957. Para atingir esta meta, o ser humano
estabelece uma batalha continua, com o intuito de manter um balanço positivo contra as forças
biológicas, físicas e químicas, mentais e sociais que tendem a manter o equilíbrio.
Não se passa prontamente de um estado de saúde para um estado de doença. As mudanças
ou alterações se processam mediante o eixo saúde-doença, sofrendo a influência de todos os
fatores de riscos existentes na sociedade. Assim, a questão da saúde não envolve apenas uma
questão individual, mas também seu convívio em sociedade, vivendo em pleno gozo de sua
saúde física e mental, de tal sorte que não seja somente útil a si mesmo, mas sobretudo aos seus
semelhantes.

Segundo o comitê misto OIT/OMS, reunidos em Genebra em 1957, os objetivos para a saúde
Ocupacional, que a conceituam e estabelecem o seu âmbito de atuação são:

 Manter o mais alto grau de bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas
as ocupações.
 Prevenir todo prejuízo causado à saúde dos trabalhadores pelas condições do seu
trabalho.
 Proteger os trabalhadores, no seu ambiente de trabalho contra os riscos causados por
agentes nocivos à saúde.
 Colocar e manter o trabalhador em uma função que convenha às suas aptidões
fisiológicas e psicológicas.
 Adaptar o trabalho ao homem e cada homem ao seu trabalho.

Risco
É a combinação da probabilidade de ocorrência e a magnitude de um evento indesejado.

Risco = Probabilidade de ocorrer o dano X Gravidade do dano

O dano ocorre sempre sobre os seres vivos, como o ser humano, animais, vegetais ou sobre
materiais como, edifícios, equipamentos e automóveis. Há danos que são visiveis e mensuráveis,
como o efeito de um terremoto sobre uma cidade, outros, como o dano moral, são difíceis de
medir.

Os eventos ocorridos anteriormente ao dano são denominadas causas, uma vez que
apresentam alguma relação de causalidade (causa-efeito). Esta relação pode advir de uma
crença, ou pode ser estabelecida por meio de observações e análises científicas.

Por meio desses estudos, percebe-se que a relação de causalidade nem sempre é clara, visto
que na realidade, os acontecimentos não ocorrem apenas após o outro, assim como também
simultaneamente. Além disso, uma causa pode gerar várias consequências, assim como o
inverso também é verdadeiro. As causas são denominadas de fatores ou situações de risco.

Risco Ambiental ou Ocupacional


Podem existir nos ambientes de trabalho, em função da atividade desenvolvida, fatores ou
agentes de risco à saúde, que, baseados nos limites de tolerância e exposição dos funcionários,
podem causar danos irreversíveis. São estes agentes, os chamados riscos ambientais, que
exigem certos cuidados e a tomada de medidas corretivas nos ambientes de trabalho, para a
prevenção das chamadas doenças do trabalho ou ocupacionais.

A Portaria 3.214/78 de Segurança e Medicina do Trabalho do Ministério do Trabalho apresenta


nas suas Normas Regulamentadoras um conjunto de regras que visam mitigar ou mesmo acabar
com os efeitos dos riscos no ambiente de trabalho.

A Norma regulamentadora nº 9 (NR 9), por exemplo, contempla o Programa de Prevenção de


Riscos Ambientais (PPRA) que é um documento que as empresas devem produzir e que tem
como objetivos a antecipação, a identificação, a avaliação e o controle de todos os fatores do
ambiente de trabalho que podem causar doenças ou danos à saúde do trabalhador. Pode-se dizer
que, conforme a definição de Segurança do Trabalho, o PPRA tem o objetivo de gerenciar os
riscos de acidentes do trabalho.

Consideram-se riscos ambientais pela NR 9 os riscos químicos, físicos e biológicos. Também são
mencionados no PPRA os riscos ergonômicos, previsto na NR 17 – Ergonomia, e os riscos de
acidentes, que constam na NR 5, Anexo IV.
Riscos Químicos

São os riscos que se encontram no ambiente quando


substâncias, compostos ou produtos químicos estão
presentes no ambiente na forma de gases, vapores,
fumos, poeiras e névoas ou neblinas e que pela natureza
da atividade e da exposição, podem ter contato ou ser
absorvido pelo organismo pela via respiratória, através da
pele ou por ingestão podendo causar danos à saúde dos
trabalhadores.

Vapores – se originam nos materiais voláteis como solventes e outros.

Gases – são aqueles materiais que tem sua existência na forma gasosa na natureza ou que, de
alguma forma, podem ser produzidos nos processos químicos.

Líquidos – são aqueles materiais que se apresentam sob a forma líquida e que podem ser
agressivos ao corpo humano.

Névoas ou neblina – são resultantes de processos químicos específicos como a galvanoplastia.

Fumos – são pequenas partículas de metal que ficam suspensos no ar.

Poeiras ou pós – são também partículas de materiais, podendo ser metais ou não, que ficam
suspensas no ar também.

Vias de entrada de produtos químicos no organismo

Por inalação – quando se está num ambiente contaminado, pode-se absorver uma substância
nociva por inalação, isto é, pela respiração.

Por contato com a pele ou via cutânea – a pele pode absorver certas substâncias se houver
contato, mesmo que por poucos instantes. Dessa forma, o tóxico pode atingir o sangue e causar
dano à saúde.

Por ingestão – ou seja, ao se engolir, acidentalmente, o tóxico. Isso acontece muito quando são
comidos ou bebidos alimentos que estão contaminados com quantidades não visíveis de
substâncias nocivas. É por essa razão que nunca se faz refeições no próprio posto de trabalho. E,
também, não se deve ir para o refeitório ou para casa sem antes efetuar um perfeito asseio
pessoal: lavar as mãos e rosto com sabão e bastante água.

Principais Efeitos de Químicos no Organismo

 Irritação – irritação dos olhos, do nariz, da garganta, dos pulmões e da pele. Geralmente,
as substâncias que causam irritação se encontram na forma de gases e vapores, mas
podem, também, estar no estado líquido ou sólido. Exemplo: vapores de ácidos, a amônia
(ou amoníaco) e certas poeiras. A irritação da pele é causada pelo contato direto com
líquidos ou poeiras, sendo exemplos os solventes thinners e a poeira de madeira.
 Asfixia – caracterizada pela falta de oxigênio no organismo, causada por, por exemplo,
monóxido de carbono (CO), gás carbônico (CO2), acetileno (C2H2).
 Anestesia – ação sobre o sistema nervoso central, que causa estado de sonolência ou
tontura. Geralmente, as substâncias anestésicas estão no estado de gás ou vapor, como
vapores de éter etílico, acetona.
 Intoxicação – pode ser causada tanto por inalação, como por contato com a pele, ou
ingestão acidental do tóxico, que pode estar na forma sólida, líquida ou gasosa. Entre
outros, o benzol, o toluol, o tricloroetileno, o metanol, a gasolina, os inseticidas, os fumos
de chumbo, pó de chumbo das tipografias são intoxicantes.
 Pneumoconiose – alteração da capacidade respiratória devido a uma alteração no pulmão.
As substâncias que causam esse tipo de doença estão, em geral, na forma de poeira.
Exemplos: poeira de sílica livre cristalizada, contida no pó de mármore, areia, carepa de
fundição (areia), poeira de amianto ou asbesto, pós de algodão.

Riscos físicos

Há fatores no ambiente de trabalho cuja presença, quando


tendem aos limites do excesso ou falta, podem se tornar
responsáveis por variadas alterações na saúde. Os riscos
físicos são as diversas formas de energia a que possam
estar expostos os trabalhadores.

Temperaturas Extremas: Calor ou Frio

O calor em excesso ocorre geralmente em fundições,


siderúrgicas, cerâmicas, indústrias de vidro e outras. Sabe-
se que o organismo pode adaptar-se aos ambientes
quentes, dentro de certos limites, mas, quando há exposição excessiva ao calor pode ocorrer uma
série de problemas, como câimbras, insolação ou intermação, ou, ainda, uma afecção nos olhos,
denominada catarata.

Já o frio excessivo também é prejudicial ao trabalhador. A temperatura corpórea cai quando a


pele é exposta a ambientes mais frios, podendo provocar acidentes como:

 Hipotermia – quando todo o corpo esfria até uma temperatura potencialmente perigosa.
 Geladura – quando partes do corpo sofrem lesões superficiais.
 Congelamento – quando alguns tecidos do corpo são destruídos.
 Frieira e pé de imersão – lesão que ocorre quando os pés, mesmo protegidos por botas e
meias, sofre devido à permanência em lugares úmidos e frios.
Ruído

Ruído é todo som, no ambiente de trabalho, que produz uma sensação auditiva desagradável
capaz de alterar o bem estar fisiológico ou psicológico das pessoas e prejudicar a qualidade e a
produtividade no trabalho. O ruído, ou barulho, como é popularmente conhecido, ocorre na
indústria em geral, mas, principalmente, nas serralherias, carpintarias, obras de edificação e
pavimentação, indústria mecânica, tecelagens, estamparias,
rebarbamento por marteletes nas fundições, entre outros
locais.

A unidade do nível de ruído é expressa em decibel (dB) e o


limite máximo admissível para uma jornada de 8 horas de
trabalho é de 85 dB.

O ruído excessivo tem vários efeitos no ser humano, variando


de pessoa para pessoa, como a irritabilidade, a ansiedade e
o estresse. Entretanto, seu efeito principal, comprovado
quando as pessoas são expostas a altos níveis de ruído por
longo período, é o dano a audição, que leva a vários graus
de surdez.

Radiações

Em física, radiação é a propagação da energia por meio de partículas ou ondas. Todos os corpos
emitem radiação, basta estarem a uma determinada temperatura, elas podem ser: alfa, beta,
gama e outras.
Também podem ser classificadas em não ionizantes e ionizantes.

Trabalhos com Pressões Anormais

São os trabalhos em que o trabalhador é submetido a pressões atmosféricas diferentes da qual


vive normalmente. Esses trabalhos exigem um controle rígido das operações, principalmente na
etapa de descompressão e volta à pressão normal. A submissão a pressões diferentes da
atmosférica ocorres em trabalhos submarinos, no
trabalho em tubulações e caixões pneumáticos, e pode
causar problemas nas articulações, que vão de dores a
paralisia e, ainda, outros problemas mais graves que
podem ser fatais.

Vibrações

As vibrações ocorrem, principalmente, nas grandes máquinas pesadas, como tratores,


escavadeiras, máquinas de terraplanagem, que fazem vibrar o corpo inteiro. Também estão
presentes no manuseio de ferramentas manuais motorizadas que fazem vibrar as mãos, braços e
ombros. Os problemas proveniente das vibrações aparecem, normalmente após vários anos. No
caso de vibrações do corpo inteiro, podem aparecer dores na coluna, problemas nos rins, enjoos.
No caso de vibrações localizadas nas mão e braços, podem aparecer problemas circulatórios,
como má circulação do sangue, e problemas nas articulações. O tempo longo de exposição e
fatores como o frio tem muita influência no aparecimento desses problemas.

Má Iluminação

A iluminação inadequada nos locais de trabalho pode levar, além de baixa eficiência e qualidade
do serviço, a uma maior probabilidade de ocorrência de certos tipos de acidentes e a uma
redução da capacidade visual das pessoas, o que é um efeito negativo muito importante em
alguns tipos de trabalho que exigem atenção e boa visão.
Riscos Biológicos

São representados por uma variedade de microrganismos (bactérias, bacilos, protozoários, vírus
entre outros), com os quais os trabalhadores podem entrar em contato, dependendo do tipo de
atividade, e que podem causar doenças. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com
microrganismos, como nas industrias de alimentação, hospitais, limpeza pública e coleta de lixo,
laboratórios e outros. Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por microrganismos,
incluem-se a tuberculose, a malária, a febre amarela, a COVID19 e outras.

De acordo com o Ministério da Saúde e as Normas Regulamentadoras, para que essas doenças
possam ser consideradas doenças profissionais, é preciso que haja exposição do funcionário a
estes microrganismos. São necessárias medidas preventivas para que as condições de higiene e
segurança nos diversos setores de trabalho estejam adequadas. Os riscos biológicos em
laboratórios podem estar relacionados à manipulação de:

 Agentes patogênicos selvagens.


 Agentes patogênicos atenuados.
 Agentes patogênicos que sofreram processo de recombinação.
 Amostras biológicas.
 Culturas e manipulações celulares (transfecção, infecção).
 Animais.

As principais vias envolvidas num processo de contaminação biológica são a via cutânea ou
percutânea (com ou sem lesões – por acidente com agulhas e vidraria, na experimentação animal
– arranhões e mordidas), a via respiratória (aerossóis), a via conjuntiva e a via oral.

Riscos Ergonômicos

Ergonomia é a ciência que busca alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o homem e seu
ambiente de trabalho, na utilização correta do corpo humano e suas funções no trabalho, como:
postura, visão, ritmo, transporte de peso, entre outros. Pois se não houver esse ajuste, há a
presença de agentes que causam doenças ocupacionais e lesões no trabalhador. Neste sentido,
o Ministério do Trabalho lançou a NR-17.

É matéria relacionada à compreensão das


interações entre seres humanos e os elementos
de um processo produtivo ou atividades laborais
a fim de otimizar o bem-estar humano e o
desempenho geral desenvolvido no trabalho. Os
estudiosos em ergonomia contribuem para o
desenvolvimento de produtos, ambientes e
sistemas, a fim de compatibilizá-los com as
nossas necessidades, não deixando de respeitar
o limite de cada corpo.
A Associação Internacional de Ergonomia divide a ergonomia em três áreas de conhecimento.
São elas:

o Ergonomia Física – estuda as respostas do corpo humano relacionadas ao aspecto físico e


psicológico. Incluem no estudo a manipulação de matérias, o lay out das estações de
trabalho, o ritmo do trabalho e fatores como repetição, vibração, força e postura,
relacionadas com lesões osteomusculares.
o Ergonomia Cognitiva – esta se refere aos aspectos mentais, como os reflexos, a atenção, a
coordenação motora, a memória e afins existentes entre seres humanos e outros
elementos de um sistema produtivo.
o Ergonomia Organizacional – relacionadas às melhorias internas dos sistemas produtivos e
suas interfaces, incluindo como matéria de estudo a ética profissional, a motivação, a
supervisão, os cargos de chefia, o trabalho em equipe, o trabalho à distância e outros.

A ergonomia é aplicável no desenvolvimento de ações sistematizadas na política, no sistema de


qualidade das empresas, nos mapeamentos de processos, e pode atingir segmentos diversos
quando entendida como uma ferramenta de gestão voltada para a humanização dos processos,
interfaceando o homem e o seu método de trabalho, buscando atender às necessidades de
produção de uma organização.

Riscos de Acidentes

São os outros fatores de risco não identificados anteriormente que podem ser encontrados e
devem ser eliminados dos ambientes de trabalho. Eles são decorrentes de falhas de projeto de
máquinas, equipamentos, ferramentas, veículos e prédios, deficiência de lay out, iluminação
excessiva ou deficiente, uso inadequado de cores, probabilidade de incêndios e explosões,
armazenamento inadequado de produtos, presença de animais selvagens e peçonhentos entre
outros.

Mapas de Riscos Ambientais


O Mapa de Riscos é um levantamento dos pontos em que há riscos ambientais, nos diferentes
setores da empresa, a fim de identificar situações e locais sujeitos a acidentes do trabalho e
doenças ocupacionais. A partir de uma planta baixa ou lay out, cada setor da empresa é
analisado e são identificados todos os tipos de riscos, classificando-os pela sua intensidade. A
partir daí, o mapa deve ser colocado em um lugar visível, para alertar aos trabalhadores sobre os
riscos existentes.

O Mapa de Riscos tem como objetivo:

 Reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de


segurança e saúde no trabalho na empresa.
 Possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e a divulgação de informações entre os
trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades de prevenção.

Etapas de elaboração de Mapas de Risco:

1. Conhecer o processo de trabalho no local analisado.


2. Identificar os riscos existentes no local (ver tabela abaixo).
3. Identificar as medidas preventivas existentes e suas eficácias.
4. Identificar os indicadores de saúde.
5. Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local.
6. Elaborar o Mapa de Riscos sobre o lay out da empresa, indicando a legenda de riscos
ambientais.
Lay out de planta baixa
Simbologia do Mapa de Riscos

Simbologia das cores

Fatores que Colaboram para que os Produtos ou Agentes Causem Danos à Saúde

Nem todo produto ou agente presente no ambiente de trabalho causa, obrigatoriamente, dano à
saúde. Para que isso ocorra, é preciso que haja inter-relação entre os seguintes fatores:

 O tempo de exposição: quanto maior o tempo de exposição, de contato, maiores serão as


possibilidades de se desenvolver algum dano à saúde e vice-versa.
 A concentração do contaminante no ambiente: quanto maiores as concentrações, maiores
as chances de aparecerem problemas.
 O grau de toxicidade da substância: algumas substâncias são mais tóxicas do que outras,
se comparadas em relação a uma mesma concentração.
 A forma em que o contaminante se encontra: isto é, se em forma de gás, liquido ou neblina,
ou poeira. Isto tem relação com a forma de entrada do tóxico no organismo, como será
visto adiante.
 A possibilidade de as pessoas absorverem as substâncias: algumas substâncias só são
capazes de entra no organismo por inalação ou, então, pela pele. Deve-se acentuar que é
importante conhecer cada caso em separado. Havendo dúvidas quanto à existência ou não
de perigo, o interessado deve procurar um membro da CIPA ou do serviço especializado
ou, ainda, o seu gerente.

Principais Medidas de Controle dos Riscos Ambientais


Essas medidas, via de regra, referem-se ao ambiente ou ao pessoal.

Medidas Relativas ao Ambiente:

 Substituição do produto tóxico – alguns produtos podem ser substituídos por outros menos
tóxicos, ou inofensivos. Esta é a medida ideal, desde que o substituto tenha finalidade
próxima à do original e não venha criar um risco maior, como quando se substitui um
produto tóxico por outro menos tóxico, mas que é altamente inflamável. Substituir o
benzeno pelo tolueno, tintas à base de chumbo, outras à base de zinco, jateamento com
areia por jateamento de óxido de alumínio, são exemplos de substituição que diminuem ou
eliminam o risco, sem causar outro maior.
 Mudança do processo ou equipamento – certas modificações em processos ou
equipamentos podem reduzir muito os riscos ou, até, eliminá-los. Por exemplo, a pintura
por imersão ao invés de à pistola, diminui a formação de vapores de solventes, e o uso da
rebitagem em substituição à soldagem reduz a produção de ruídos.
 Enclausuramento ou confinamento – consiste em isolar determinada operação do resto da
área, como no uso de cabine de jateamento de areia e no enclausuramento de uma
máquina ruidosa. O enclausuramento diminui o número de pessoas sujeitas à exposição ao
risco.
 Ventilação – pode ser exaustora, retirando o ar contaminado no local de formação do
contaminante, ou diluidora, que é aquela que joga ar limpo dentro do ambiente, diluindo o
ar contaminado. A ventilação é fundamental nos tanques de solventes, nas operações com
colas, nas operações geradoras de poeiras, nos rebolos de rebarbamento de peças
fundidas.
 Umidificação – onde há poeiras, o risco de exposição pode ser eliminado ou diminuído pela
aplicação de água ou neblina. Muitas operações, feitas a úmido, oferecem um risco bem
menor à saúde, como na mistura de areias de fundição e na varredura a úmido.
 Segregação – segregar é separar. Nesta medida de controle, separa-se a operação ou o
equipamento do restante do pessoal. O elemento é retirado do processo e inserido em
outro local ou realizado em horário diferente dos demais, a fim de expor o menor número
de trabalhadores ao risco.
 Boa manutenção e conservação – rigorosamente, estas medidas não podem ser
consideradas formas específicas de prevenção de riscos. Entretanto, são complementos de
quaisquer outras medidas. Muitas vezes, a má manutenção é a causa principal dos
problemas ambientais. Os programas e cronogramas de manutenção devem ser seguidos
à risca dentro dos prazos propostos pelos fabricantes dos equipamentos para, por
exemplo, evitar-se ruídos excessivos em estruturas e mancais, vazamentos de produtos
tóxicos ou superaquecimentos.
 Ordem e limpeza – boas condições de ordem, limpeza e cuidados em geral ocupam um
lugar de destaque nos sistemas de proteção ambiental. A poeira no ambiente de trabalho
(bancadas, pisos) pode rapidamente ser dispersada no ar da sala. Em locais com a
presença de materiais tóxicos, a atenção e os cuidados devem ser redobrados. A limpeza
imediata de qualquer derramamento de produtos é uma importante medida de controle.
Para a limpeza de poeira, deve ser preferida a aspiração a vácuo; nunca o pó deve ser
soprado com bicos de ar comprimido. É impossível manter um bom programa de
prevenção de riscos ambientais sem uma preocupação constante com os aspectos de
ordem e limpeza.
Medidas Relativas ao Pessoal:

 Equipamento de proteção individual (EPI): deve ser sempre considerado como uma
segunda linha de defesa, após serem tentadas medidas relativas ao ambiente de trabalho.
Nas situações onde não são eficientes as medidas gerais e coletivas relativas ao ambiente,
a critério técnico, o EPI é a forma de proteção, aliado à limitação da exposição. O uso
correto do EPI por parte do empregado e o conhecimento das suas limitações e vantagens
são aspectos que todo empregado deve conhecer através de treinamento específico,
coordenado pelo pessoal especializado em Segurança e Medicina do Trabalho. Especial
cuidado deve ser tomado na conservação da eficiência do EPI, sob pena deste se tornar
uma faca de dois gumes, fornecendo ao empregado confiança numa proteção inexistente.
 Limitação de exposição: a redução dos períodos de trabalho tornam-se importantes medida
de controle onde e quando todas as outras forem impraticáveis por motivos técnicos, locais
(físicos) ou econômicos, não se conseguindo reduzir ou eliminar o risco. Assim, a limitação
da exposição, dentro de critérios bem definidos tecnicamente, pode tornar-se uma solução
eficiente em muitos casos. Exemplos: controle do tempo de exposição ao calor/ frio, às
pressões anormais, às radiações ionizantes.
 Controle médico: exames médicos pré-admissionais e periódicos são medidas
fundamentais de caráter permanente, constituindo-se numa das atividades principais dos
serviços médicos das empresas. Uma boa seleção na admissão pode evitar a contratação
de pessoas que tem maior sensibilidade e que poderiam adquirir doenças relacionadas
com certas atividades. Os exames médicos periódicos dos empregados possibilitam, além
de um controle de saúde geral do pessoal, a descoberta e a detenção de fatores que
podem levar a uma doença profissional, num estágio ainda inicial e com pouca
possibilidade de danos.

Análise Preliminar de Risco (APR)


Além do Programa de Prevenção de riscos Ambientais (PPRA), outro documento bastante
realizado nas empresas é a APR. Ela é um estudo, durante a fase preliminar de um novo projeto
ou sistema, com a finalidade de se determinar os possíveis riscos que poderão ocorrer na sua
fase operacional. Tem uma importância especial na investigação de sistemas pouco conhecidos,
quando a experiência em riscos na sua operação é deficiente. A partir da descrição dos riscos,
são identificadas as causas prováveis e os possíveis danos vinculados, o que permite a busca e
elaboração de ações e medidas de prevenção ou correção das possíveis falhas detectadas.
Segue um exemplo de APR:
Inspeção de risco

Diferentemente das inspeções de segurança, este procedimento tem por objetivo verificar a
existência de riscos imprevistos ou ainda desconhecidos no ambiente de trabalho. Deve ser
efetuado por profissionais qualificados da área de segurança com o auxílio de supervisores e
técnicos locais. Serve para diagnosticar a existência de locais perigosos, materiais agressivos,
áreas contaminadas, entre outras. O resultado final esperado é a eliminação ou minimização de
riscos, isolamento da área ou equipamento de risco e ainda a sinalização adequada dessas
áreas, escolhendo a melhor medida preventiva a ser implementada.

Para efetuar uma inspeção, o profissional deverá ser capaz de efetuar uma avaliação e controle
de riscos, de modo a identificar, saber apontar qual o agente de risco está presente no ambiente
de trabalho, saber qualificar e verificar a magnitude do risco e também adotar medidas
preventivas ou corretivas que tendem a eliminar ou atenuar os riscos no ambiente de trabalho.

Análise de riscos

Depois de efetuada a inspeção de segurança é comum a necessidade de desenvolvimento de


estudos mais aprofundados de determinadas operações. Executa-se então a análise de riscos,
em que são separadas as fases da operação para uma minuciosa verificação. Três perguntas
clássicas orientam essa análise: O que é feito? Como é feito? Por que é feito? O objetivo é
esclarecer se o que se faz deve ser feito, se a técnica empregada é a correta e se o objetivo da
operação será atingido com sucesso pelo processo empregado.

A análise de risco constitui a primeira abordagem de um problema de segurança do trabalho e


tem como objetivo identificar todos os fatores do sistema de trabalho homem/ máquina/ ambiente,
que podem causar os acidentes de trabalho.
Inspeções de segurança

Constitui uma atividade para descobrir os riscos corrigíveis, tratando-se de uma alternativa para a
prevenção de acidentes, além de um meio eficaz para estimular e preservar o interesse e manter
continuamente condições adequadas quanto à higiene e a segurança, compatibilizando a área
técnica com a de segurança como um instrumento produtivo para a vida.

Inspeções regulares devem ser efetuadas nos ambientes de trabalho com o objetivo de verificar
se máquinas e dispositivos de fixação e proteção, bem como os aspectos gerais de higiene e
salubridade, como iluminação, ruído, ergonomia, sinalização, limpeza, organização, entre outros,
estão devidamente controlados e não apresentam riscos ao trabalhador.

A inspeção de segurança não deve ser entendida como uma atividade de policiamento, mas sim
como de controle de qualidade, cujo objetivo é manter o padrão estabelecido pela empresa, bem
como servir de instrumento de produtividade e preservação da integridade do trabalhador,
compatibilizando a área técnica com a de segurança. Deve-se programar atentamente as
inspeções identificando o que será inspecionado; a frequência da inspeção; informações
necessárias para verificação; destino dos dados coletados. Tais inspeções podem ter caráter e
finalidades distintos., determinando também uma classificação diferenciada, devendo ser
conduzida por pessoas com conhecimento técnico referente à atividade a ser desenvolvida,
acompanhadas por especialistas em segurança e higiene do trabalho. Algumas fases são
características, como: observação, registro, encaminhamento, recomendações,
acompanhamentos e relatório final.

Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual


As medidas de proteção do trabalhador contra os riscos de acidentes e danos à saúde são de
duas espécies: medidas de proteção coletiva e medidas de proteção individual.

Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC’s) e


Individual (EPI’s) torna-se uma saída para riscos
existentes, desde que todas as medidas
previamente analisadas resultem tecnicamente
inadequadas para poder eliminá-los ou minimizá-
los.

As medidas de proteção coletiva são aquelas


adotadas pelo empregador visando a proteção dos empregados, indiscriminadamente. Contudo,
há situações na empresa em que essas medidas de ordem geral não se tornam suficientemente
capazes para poder eliminar o risco ao trabalhador. Nessa situação é necessário o emprego dos
equipamentos de proteção individual.

A legislação brasileira sobre segurança e saúde do trabalho determina como prioritárias as


medidas de proteção coletiva que garantem a proteção de todos os trabalhadores, e que as
medidas de proteção individual só devem ser utilizadas quando todos os recursos de proteção
coletiva já tenham sido aplicados e, ainda, não sejam suficientes para minimizar os riscos e a
exposição a valores aceitáveis definidos nas NR’s. as medidas de proteção coletiva visam
eliminar ou reduzir os riscos existentes. Por outro lado, as medidas de proteção individual têm por
objetivo eliminar ou minimizar a gravidade das lesões causadas ao trabalhador pelo acidente.

A Norma Regulamentadora que se aplica a esses componentes é a NR-6 que tem como
indicativo: para os fins de aplicação dessa Norma Regulamentadora (NR), considera-se o
Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado
pelo trabalhador destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde
no trabalho.

Proteção coletiva

Dependendo da gravidade do risco que um acidente possa causar e dos limites aceitáveis para a
exposição ao risco do trabalhador, os sistemas de proteção coletiva precisam ser projetados de
acordo com diversos requisitos, principalmente com relação ao nível de confiabilidade das
funções de segurança. Tais sistemas devem ser projetados e construídos conforme normas,
utilizando técnicas e componentes especiais que garantam a integridade da função de segurança
por eles executadas.

Máquinas e processos industriais podem apresentar riscos inerentes à sua operação. Tais riscos
podem ser minimizados ou eliminados por sistemas de segurança coletivos. Nem todo
equipamento de proteção coletivo encontra-se na máquina. Várias técnicas podem ser utilizadas
para o desenvolvimento e aplicação desses sistemas, desde a simples utilização de proteção
mecânicas até complexos sistemas à prova de falhas.

Um sistema de segurança eletroeletrônico pode ser simplesmente um circuito de comando ligado


a um botão de emergência que promoverá a parada da máquina, ou um complexo sistema com
um Comando Lógico Programável (PLC) de segurança, monitorando as variáveis de operação de
uma máquina. Os equipamentos de proteção coletiva fazem uma interface com o trabalhador.

Proteção individual

Como já foi dito, a proteção individual é aquela que entra em “cena” quando as medidas de
proteção coletiva não conseguem atingir o seu objetivo.

A legislação que trata de EPI no âmbito da


segurança e saúde do trabalhador é
estabelecida pela Lei 5.452 de 1º de maio de
1943, depois revisada pela Lei 6.514 de
dezembro de 1977, também conhecida como
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

De acordo com a NR-6, do Ministério do


Trabalho e Emprego (Atualmente Secretaria de
Trabalho e Emprego – Ministério da Economia)
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco a que
eles estão expostos, e em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes
circunstâncias:

 Sempre que as medidas de proteção coletiva forem incompatíveis e/ ou não oferecerem


completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ ou doenças ocupacionais.
 Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas.
 Para atender a situações de emergência.

São obrigações do empregador:

 Adquirir o EPI adequado à atividade do empregado.


 Fornecer ao empregado somente EPI aprovado pela Secretaria do Trabalho e Emprego.
 Treinar os trabalhadores sobre o uso adequado do EPI.
 Tornar obrigatório o uso do EPI.
 Substituir o EPI, imediatamente, quando danificado ou extraviado.
 Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica do EPI.
 Comunicar a STE qualquer irregularidade observada no EPI adquirido.

São obrigações do empregado:

 Utilizar o EPI apenas para a finalidade a que se destina.


 Responsabilizar-se por guardar e conservar o EPI.
 Comunicar ao empregador qualquer alteração que torne o EPI impróprio para o uso.

São obrigações do fabricante:

o Comercializar somente EPI com Certificado de Aprovação (CA) da STE.


o Renovar o CA, quando vencido o prazo de validade estipulado pela STE.
o Requerer novo CA, quando houver alteração das especificações do equipamento
aprovado.

Além das obrigações de empregado e empregador a respeito de EPI, ambas as partes devem
atentar para:

 Entregar um EPI sem CA a um funcionário ou entregá-lo sem que tenha havido o devido
treinamento, para fins legais, é o mesmo que não entregá-lo. Só o recibo de entrega não é
suficiente.
 Para formalizar o ato da entrega, a empresa deve providenciar o recibo da entrega de EPI
e o certificado de treinamento para a utilização do equipamento, ministrado por um
profissional competente na área de segurança do trabalho.
 Outras informações em relação aos EPIs a serem utilizados podem ser observadas nas
ordens de serviço e mapas de riscos ambientais dos setores envolvidos.
 É importante ressaltar que os EPIs devem ser substituídos quando danificados, cabendo
sempre à empresa a responsabilidade pela fiscalização como um todo, incluindo a troca e
até o acompanhamento na higienização dos EPIs, que devem ser sempre priorizadas a fim
de evitar riscos à saúde do trabalhador.
Classificação dos EPI’s

De modo genérico, pode-se classificar os EPI’s em relação à região do corpo humano a que ele
se destina proteger, uma proposta de divisão é:

 Proteção de crânio e face.


 Proteção para os membros superiores.
 Proteção para o tronco.
 Proteção para membros inferiores.

Prevenção e Combate a Incêndios


Controlado pelo homem, o fogo é um instrumento de
grande valor. Ao perder esse controle, o fogo se torna um
agente destruidor. Exemplos desse descontrole podem ser
considerados em queimadas nas áreas rurais de forma
inadequada atingindo grandes proporções, incêndios
florestais, lavouras, casas.

Essas queimadas descontroladas recebem o nome de incêndios, que geram a destruição de


patrimônio e atingem o homem no seu bem mais precioso, a vida. Deve-se, portanto, conhecer os
aspectos básicos de prevenção e de proteção contra incêndios para proporcionar segurança.

Teoria do fogo

No dia 2 de maio de 1856, o Imperador, D. Pedro II assinou o Decreto Imperial nº 1.775,


regulamentando, pela primeira vez no Brasil o serviço de extinção de incêndio. Até então eram
sinos que indicavam a ocorrência de incêndio, quando homens, mulheres e crianças enfileiravam-
se à beira de poços, passando baldes de mão em mão até chegar ao local que estivesse em
chamas. No Brasil em 2 de julho de 1856, no Rio de Janeiro, foi criado o Corpo de Bombeiros da
Corte.
Por intermédio de decreto presidencial, desde 1954, o dia 2 de maio deve ser dedicado a
homenagear esses profissionais.

Aspectos fundamentais

O fogo inicia-se de diversas maneiras, sendo algumas naturais, como um raio; criminosas, como o
ato de jogar um líquido inflamável sobre uma pilha de madeiras e atear fogo; e acidentais, como
um curto-circuito.
Para minimizar as chances de ocorrência de um incêndio, deve-se investir na prevenção. Quando,
apesar da prevenção, ocorre um princípio de incêndio, é importante que ele seja combatido de
forma eficiente. Para tento, deve-se:

 Conhecer os agentes extintores;


 Saber utilizar os equipamentos de combate a incêndios;
 Saber avaliar as características do incêndio, o que determinará a melhor atitude a ser
tomada.

Pode-se definir o fogo como consequência de uma reação química, denominada combustão, que
produz calor ou calor e luz. Para que ocorra essa reação química, deve-se ter no mínimo dois
reagentes que, a partir de uma circunstância favorável, poderão combinar-se. Os elementos
essenciais do fogo são:

 Combustível;
 Comburente;
 Fonte de calor.
Esses elementos formam o que se denomina triângulo do fogo.

Características dos elementos do triângulo do fogo

Combustíveis

São corpos suscetíveis a entrar em combustão, podendo ser encontrados em qualquer dos
estados naturais (sólido, líquido, gasoso). Em geral podem ser:

 Densos: a combustão faz-se moderada, desenvolvendo-se pela excitação energética e


progressiva, sustentada por elementos desprendidos do próprio meio que a produz;
 De fácil combustão ou pouca resistência, ditos inflamáveis: são leves e, em condições
favoráveis, ardem de modo espetacular, com grandes chamas, que se desenvolvem
desembaraçadamente;
 Explosivos: os altamente inflamáveis, cuja reação produz grande volume de gás e a
combustão o consome instantaneamente.

Existem ainda determinadas espécies muito resistentes, e os que, expostos ao ar, na temperatura
ambiente, se inflamam espontaneamente.

Calor

Provém de fontes naturais ou artificiais. As fontes naturais advêm da ação do sol ou de


fenômenos químicos e meteorológicos, que se podem desencadear de maneira surpreendente e
indeterminada. As fontes de calor não naturais surgem de fenômenos físicos, os quais presidem
toda formação de calor, qualquer que seja o local onde este se manifesta.
O calor, uma das formas na qual se apresenta a energia, é variável conforme as circunstâncias.
Concentra-se ou se propaga transmitindo-se de um a outro corpo.
Fontes de calor

As fontes de calor em um ambiente podem ser as mais variadas:

 A chama de um fósforo;
 A brasa de um cigarro;
 Uma lâmpada;
 A chama de um maçarico.

A própria temperatura ambiente já pode vaporizar um


material combustível. É o caso da gasolina, cujo ponto
de fulgor é aproximadamente de -42 °C. Considerando-
se que o ponto de combustão é superior em apenas
alguns graus a uma temperatura ambiente de 20 °C, já
ocorre a vaporização. O calor pode atingir uma determinada área por condução ou radiação.

Comburente

É a substância que tem a propriedade química de sustentar a combustão dos outros corpos, mas
que não arde. O comburente por excelência é o oxigênio, corpo gasoso e incombustível que se
encontra na composição do ar atmosférico, na proporção aproximada de 21% em volume. É o
elemento responsável pela produção do fogo.

Por conseguinte, desde que se verifique a ocorrência dos elementos acima, ao calor conveniente
que atue num meio compatível se vá juntar ao ar (ou oxigênio puro) necessário, atingindo o grau
de fulgor, surgirá, fatalmente o fogo.

Características do fogo

Cada material, dependendo da temperatura a que estiver submetido, liberará maior ou menor
quantidade de vapores. Para melhor compreensão do fenômeno, definem-se algumas variáveis
denominadas:

o Ponto de fulgor;
o Ponto de combustão;
o Temperatura de ignição.

Ponto de fulgor

É a temperatura mínima em que um combustível começa a desprender vapores que, se entrarem


em contato com alguma fonte externa de calor, se incendeiam.
Porém, as chamas não se mantêm, não se sustentam, por não existirem vapores suficientes. Se
aquecermos pedaços de madeira dentro de um tubo de vidro de laboratório, a uma certa
temperatura a madeira desprenderá vapor de água. Esse vapor não pega fogo.
Aumentando-se a temperatura, num certo ponto, começarão a sair gases pela boca do tubo.
Aproximando-se um fósforo aceso, esses gases transformar-se-ão em chamas. Por ai, nota-se
que um combustível sólido (a madeira) numa certa temperatura desprende gases que se
misturam ao oxigênio (comburente) e que se inflamam com a chama do fósforo aceso.

Aumentando-se a temperatura, num certo ponto, começarão a sair gases pela boca do tubo.
Aproximando-se um fósforo aceso, esses gases transformar-se-ão em chamas. Por ai, nota-se
que um combustível sólido ( a madeira) numa certa temperatura desprende gases que se
misturam ao oxigênio (comburente) e que se inflamam em contato com a chama do fósforo aceso.
O fogo não continua porque os gases são insuficientes, forma-se em pequena quantidade. O
fenômeno observado nos indica o “ponto de fulgor” da madeira (combustível sólido), que é de 150
°C. O ponto de fulgor varia de combustível a combustível. Para a gasolina é de -42 °C, para o
asfalto é de 204 °C.

Ponto de combustão

Na experiência da madeira, se o aquecimento prosseguir os gases continuarão a sair pelo tubo e,


entrando em contato com o calor da chama do fósforo aceso, incendiar-se-ão e manter-se-ão.
Agora a queima não para. Foi atingido o “ponto de combustão”, isto é, a temperatura mínima em
que esse combustível sólido, a madeira, sendo aquecida, desprende gases que, em contato com
a fonte de calor, se incendeiam, mantendo-se as chamas. No ponto de combustão, portanto,
acontece um fato diferente, ou seja, as chamas continuam.

Temperatura de ignição

Continuando-se o aquecimento da madeira, os gases, naturalmente, continuarão a se desprender.


Num certo ponto, ao saírem do tubo, entrando em contato com o oxigênio (comburente), eles
pegarão fogo sem a necessidade da chama do fósforo. Ocorre, então, um fato novo. Não há mais
necessidade de fonte externa de calor. Os gases desprendidos do combustível, só pelo contato
com o comburente, pegam fogo e, evidentemente, se mantêm em chamas. Foi atingida a
“temperatura de ignição”, que é a temperatura mínima em que gases desprendidos de um
combustível se inflamam pelo simples contato com o oxigênio do ar.

Ação do fogo

A chama e o calor que o fogo emite, agindo direta ou indiretamente sobre os corpos, dão lugar a
vários fenômenos, tais como: carbonização, desidratação (resseca, torra), desagregação,
ebulição, vaporização, fusão, sublimação, calefação, redução da resistência e outros, alterando
assim a constituição dos corpos sujeitos à sua ação, intensa e demorada.

Conforme a espécie e o estado dos combustíveis e as quantidades dos demais elementos, o fogo
está mais ou menos pronto no seu desenvolvimento e mais ou menos vivo, tornando-se intenso,
progressivamente, pelas transformações decorrentes.

O fenômeno de propagação do fogo pode ocorrer de três formas distintas:

 Condução;
 Convecção;
 Irradiação.

Condução
Fenômeno que ocorre quando se dá a transferência de calor pelo meio físico, ou seja,
tecnicamente há continuidade molecular. Ex.: quando se aquece a ponta de uma barra de ferro e
o calor atinge o ponto onde se segura a barra, sem este ponto ter contato direto com a fonte de
calor.
Convecção

Este é o fenômeno que agrava os incêndios em edifícios, fato que determinou a adoção de
escadas à prova de fogo na construção de prédios comerciais e residenciais, como forma de
proporcionar um deslocamento seguro das pessoas quando da ocorrência de incêndios,
mantendo um local sem a concentração de gases que permitem a ocorrência da combustão.

Irradiação

O fenômeno da irradiação ocorre devido à propagação de ondas de calor que partem de um corpo
aquecido em todas as direções.

Classificação dos incêndios de acordo com os combustíveis

Os incêndios podem ser classificados de acordo com a sua proporção em:

 Princípio de incêndio, ex.: fogo em uma cesta de lixo;


 Pequeno incêndio, ex.: queima das carteiras em uma sala de aula;
 Médio incêndio, ex.: queima de apartamentos em um mesmo andar, sem propagação a
outros níveis;
 Grande incêndio, ex.: o incêndio em um edifício;
 Extraordinário, ex.: quarteirões queimando em uma cidade em proporções incontroláveis.

Outra forma de classificar os incêndios é em função do tipo de combustível que alimenta o fogo,
devido às diferentes propriedades inerentes aos materiais, envolvendo estado físico, sua natureza
química e função exercida, fatos esses que diferenciarão a maneira da sua queima. Desse modo,
os incêndios podem ser classificados com as seguintes classes:
Classe Definição Material combustível
Combustíveis que queimam em superfície e Madeira, tecido, papel,
A profundidade. Deixam resíduos como fardos de algodão, entre
cinzas. outros...
Líquidos inflamáveis e que queimam apenas Gasolina, óleo diesel, álcool,
B em superfície e não deixam resíduos tintas, solventes orgânicos,
entre outros...
Materiais elétricos energizados. Motores elétricos,
No caso de equipamentos elétricos computadores,
desenergizados, o incêndio será transformadores...
enquadrado dentre as demais
C classificações, observando o material
isolante empregado no equipamento, ex.: no
caso de transformadores isolados a óleo,
classificados como tipo B, após o
desligamento ou desenergização.
D Materiais pirofósfóricos Magnésio, zinco, potássio

Métodos de extinção

Quando da ocorrência de um incêndio deve-se extingui-lo de forma mais rápida e apropriada


possível buscando minimizar os efeitos danosos de sua evolução. Dessa forma, são empregados
métodos para extinguir o fogo, os quais tem por objetivo interromper a reação química que o
origina, conforme o triângulo do fogo.

Eliminação do material combustível ou isolamento:

Retirada do combustível

Resfriamento:

Baixar a temperatura do combustível abaixo do ponto de fulgor


Abafamento:

Criar uma barreira entre o combustível e o ar, isolando ou retirando o ar, podendo ser por meio da
redução da concentração de oxigênio para menos de 18% no ambiente.

Equipamentos extintores

Os diferentes métodos de extinção do fogo são empregados para a produção de equipamentos


que possibilitem o combate ao incêndio. Estes podem ser representados por simples extintores
portáteis de pequeno porte para o primeiro combate a princípios de incêndios, como por unidades
de grande porte, utilizados em situações de grandes proporções. Assim temos:

 Canhão de água;
 Tubos com saídas para o acoplamento de mangueiras;
 Extintor pressurizado;
 Unidade extintora com rodas.
Referências:
1- Apostila do Curso de Especialização em Higiene Ocupacional da Universidade Federal da
Bahia – Departamento de Engenharia Química.
2- Spinelli, Robson – Higiene Ocupacional: agentes biológicos, químicos e físicos / Ezio
Brevigliero, José Possebon, Robson Spinelli – São Paulo: Editora SENAC São Paulo,
2006.
3- Pepplow, Luiz Amilton – Segurança do Trabalho/ Luiz Amilton Pepplow – Curitiba, PR:
Base Editorial, 2010.
4- Barbosa, Adriano Aurélio Ribeiro – Segurança do Trabalho / Adriano Aurélio Ribeiro
Barbosa – Curitiba: Livro Técnico, 2011. 112p.: il.; 21 cm.

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