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Professor: Hamilton
“Há 3 caminhos para o fracasso: não ensinar o que se aprendeu, não praticar o que se ensina e
não perguntar o que se ignora”.
Meio Ambiente
O meio ambiente refere-se ao conjunto de fatores físicos, biológicos e químicos que cerca os
seres vivos, influenciando-os e sendo influenciado por eles. Pode ser entendido também como o
conjunto de condições que permitem abrigar e reger a vida em todas as suas formas - os
ecossistemas que existem na Terra.
No Brasil, a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) estabelecida pela Lei No. 6.938 de 31
de agosto de 1981e regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990 define meio
ambiente como "o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas".
Ainda sobre questões ambientais no Brasil podemos citar a Lei 12.305 de 2 de agosto de 2010
que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que entre outras determinações trás a
instituição da Logística Reversa.
Desenvolvimento Sustentável
Desenvolvimento sustentável é um conceito sistêmico que se traduz num modelo de
desenvolvimento global que incorpora os aspectos de um sistema de consumo em massa no qual
a preocupação com a natureza, via de extração da matéria-prima, é máxima. Foi usado pela
primeira vez em 1987, no Relatório Brundtland, um relatório elaborado pela Comissão Mundial
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada em 1983 pela Assembleia das Nações Unidas.
Perguntas como essa devem ser formuladas quando se pensa na importância das normas e
procedimentos de segurança ao se desenvolver uma atividade laboral. Mais do que uma
exigência legal, trabalhar com segurança é um direito de todo trabalhador, com ou sem carteira
assinada, permanente ou temporário.
Segundo estimativas da OIT (2004), anualmente ocorrem no mundo cerca de 270 milhões de
acidentes de trabalho e, aproximadamente, 160 milhões de casos de doenças ocupacionais.
Essas ocorrências chegam a comprometer 4% do PIB mundial. Em um terço desses casos, cada
acidente ou doença representa a perda de 4 dias de trabalho. Dos trabalhadores mortos, 22 mil
são crianças, vítimas do trabalho infantil. Ainda segundo a OIT, todos os dias morrem, em média,
5 mil pessoas devido a acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho.
Os acidentes de trabalho eram frequentes, provocadas por máquinas sem qualquer proteção,
movidas por correias expostas. O número de mortos, principalmente crianças era expressivo.
Legislação no Brasil
No Brasil, a primeira lei sobre acidente do trabalho surgiu em 1919, baseada no conceito de
risco profissional que considerou como natural a atividade profissional.
Com a instalação de parques industriais no Brasil, por volta de 1930, mesmo conhecendo o
histórico de outros países, a massa de trabalhadores vivenciou os mesmos problemas, a ponto de
ser atribuído ao País o título de campeão mundial de acidentes de trabalho na década de 1970.
Na mesma década, o Ministério do Trabalho, por meio de várias portarias, criou os serviços
especializados em segurança e medicina do trabalho, como também os cursos para formação de
profissionais especializados em engenharia de segurança do trabalho, em nível de pós-
graduação.
Pela portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, o Ministério do Trabalho aprovou as Normas
Regulamentadoras – NR’s, considerando o disposto no artigo 200 da CLT, com redação dada
pela Lei 5.514, de 22 de dezembro de 1977.
As referências legais e normativas relacionadas com a segurança e saúde do trabalho
constituem a expressão mais clara e objetiva da política nacional nessa área, começando com a
Constituição Federal (1988), atingindo as áreas da saúde, do trabalho e da Previdência Social. As
leis, discutidas e votadas no Congresso Nacional são, via de regra, seguidas por decretos,
normas regulamentadoras, portarias e outros diplomas normativos elaborados pelo Poder
Executivo, a fim de regulamentar e operacionalizar o que elas estabelecem e determinam.
A legislação sobre segurança e medicina do trabalho trata, há muito tempo, de numerosos
capítulos e referências legais e normativas sobre a saúde e segurança no trabalho, iniciando pela
Constituição Federal, seguida pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT – e, no nível
normativo, através das mais de 30 Normas Regulamentadoras – NR’s, sobre a saúde e
segurança no trabalho, as quais constituem o Capítulo V da CLT.
A Lei 6.512, de 1977, mantida em vigor após a CF de 1988, regulamenta os preceitos para a
segurança e medicina do trabalho, e as matérias definidas com base nos seus ditames passam a
ser, então, o objeto de análise deste conteúdo. Tais matérias compõem as normas e portarias
emanadas pela autoridade competente, definidas em lei, e que são chamadas normas
regulamentadoras em segurança do trabalho e têm por objetivo organizar e normatizar as
atividades para a redução dos riscos de acidentes.
Higiene Ocupacional
Os principais termos utilizados no Brasil para definir a ciência que se dedica ao estudo dos
ambientes de trabalho e à prevenção das doenças causadas por eles são: Higiene Ocupacional,
Higiene Industrial e Higiene do Trabalho.
O termo Higiene Ocupacional foi preferido internacionalmente para definir o campo de atuação
desta ciência, após as conclusões extraídas durante a Conferência Internacional de Luxemburgo,
ocorrida de 16 a 21 de junho de 1986, que contou com a participação de representantes da
Comunidade Econômica Européia – CEC, da Organização Mundial da Saúde – OMS , da
Comissão Internacional de Saúde Ocupacional – ICOH e da American Conference of
Governamental Industrial Higienists – ACGIH.
A definição dos termos Higiene Industrial e Higiene do Trabalho estão contempladas na
definição de Higiene Ocupacional, é considerado mais amplo, visto que não se refere apenas ao
ambiente do trabalho ou àquele dito industrial. Ao contrário, o seu campo de abrangência e
atuação cresce a cada dia, tornando-se necessário estudar as interfaces com outras ciências,
como a Medicina, a Segurança, a Ergonomia e a Sociologia, para de forma interdisciplinar
melhoraras condições do ambiente do trabalho e a saúde do trabalhador.
A Higiene Ocupacional é uma ciência, porque está baseada em fatos comprováveis, empíricos
e analisáveis por método científico por meio da Física, Química, Toxicologia, Medicina,
Engenharia e Saúde Pública. Por outro lado, também são consideradas a individualidade de cada
trabalhador e as características da atividade e do local de trabalho.
Saúde
Pode-se perceber que o conceito de higiene, qualquer que seja ele, está diretamente
associado à preservação da saúde.
A saúde pode ser vista como um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não
meramente a ausência de doença ou defeito, de acordo com a Organização Mundial de Saúde –
OMS, que adota este conceito amplo desde 1957. Para atingir esta meta, o ser humano
estabelece uma batalha continua, com o intuito de manter um balanço positivo contra as forças
biológicas, físicas e químicas, mentais e sociais que tendem a manter o equilíbrio.
Não se passa prontamente de um estado de saúde para um estado de doença. As mudanças
ou alterações se processam mediante o eixo saúde-doença, sofrendo a influência de todos os
fatores de riscos existentes na sociedade. Assim, a questão da saúde não envolve apenas uma
questão individual, mas também seu convívio em sociedade, vivendo em pleno gozo de sua
saúde física e mental, de tal sorte que não seja somente útil a si mesmo, mas sobretudo aos seus
semelhantes.
Segundo o comitê misto OIT/OMS, reunidos em Genebra em 1957, os objetivos para a saúde
Ocupacional, que a conceituam e estabelecem o seu âmbito de atuação são:
Manter o mais alto grau de bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas
as ocupações.
Prevenir todo prejuízo causado à saúde dos trabalhadores pelas condições do seu
trabalho.
Proteger os trabalhadores, no seu ambiente de trabalho contra os riscos causados por
agentes nocivos à saúde.
Colocar e manter o trabalhador em uma função que convenha às suas aptidões
fisiológicas e psicológicas.
Adaptar o trabalho ao homem e cada homem ao seu trabalho.
Risco
É a combinação da probabilidade de ocorrência e a magnitude de um evento indesejado.
O dano ocorre sempre sobre os seres vivos, como o ser humano, animais, vegetais ou sobre
materiais como, edifícios, equipamentos e automóveis. Há danos que são visiveis e mensuráveis,
como o efeito de um terremoto sobre uma cidade, outros, como o dano moral, são difíceis de
medir.
Os eventos ocorridos anteriormente ao dano são denominadas causas, uma vez que
apresentam alguma relação de causalidade (causa-efeito). Esta relação pode advir de uma
crença, ou pode ser estabelecida por meio de observações e análises científicas.
Por meio desses estudos, percebe-se que a relação de causalidade nem sempre é clara, visto
que na realidade, os acontecimentos não ocorrem apenas após o outro, assim como também
simultaneamente. Além disso, uma causa pode gerar várias consequências, assim como o
inverso também é verdadeiro. As causas são denominadas de fatores ou situações de risco.
Consideram-se riscos ambientais pela NR 9 os riscos químicos, físicos e biológicos. Também são
mencionados no PPRA os riscos ergonômicos, previsto na NR 17 – Ergonomia, e os riscos de
acidentes, que constam na NR 5, Anexo IV.
Riscos Químicos
Gases – são aqueles materiais que tem sua existência na forma gasosa na natureza ou que, de
alguma forma, podem ser produzidos nos processos químicos.
Líquidos – são aqueles materiais que se apresentam sob a forma líquida e que podem ser
agressivos ao corpo humano.
Poeiras ou pós – são também partículas de materiais, podendo ser metais ou não, que ficam
suspensas no ar também.
Por inalação – quando se está num ambiente contaminado, pode-se absorver uma substância
nociva por inalação, isto é, pela respiração.
Por contato com a pele ou via cutânea – a pele pode absorver certas substâncias se houver
contato, mesmo que por poucos instantes. Dessa forma, o tóxico pode atingir o sangue e causar
dano à saúde.
Por ingestão – ou seja, ao se engolir, acidentalmente, o tóxico. Isso acontece muito quando são
comidos ou bebidos alimentos que estão contaminados com quantidades não visíveis de
substâncias nocivas. É por essa razão que nunca se faz refeições no próprio posto de trabalho. E,
também, não se deve ir para o refeitório ou para casa sem antes efetuar um perfeito asseio
pessoal: lavar as mãos e rosto com sabão e bastante água.
Irritação – irritação dos olhos, do nariz, da garganta, dos pulmões e da pele. Geralmente,
as substâncias que causam irritação se encontram na forma de gases e vapores, mas
podem, também, estar no estado líquido ou sólido. Exemplo: vapores de ácidos, a amônia
(ou amoníaco) e certas poeiras. A irritação da pele é causada pelo contato direto com
líquidos ou poeiras, sendo exemplos os solventes thinners e a poeira de madeira.
Asfixia – caracterizada pela falta de oxigênio no organismo, causada por, por exemplo,
monóxido de carbono (CO), gás carbônico (CO2), acetileno (C2H2).
Anestesia – ação sobre o sistema nervoso central, que causa estado de sonolência ou
tontura. Geralmente, as substâncias anestésicas estão no estado de gás ou vapor, como
vapores de éter etílico, acetona.
Intoxicação – pode ser causada tanto por inalação, como por contato com a pele, ou
ingestão acidental do tóxico, que pode estar na forma sólida, líquida ou gasosa. Entre
outros, o benzol, o toluol, o tricloroetileno, o metanol, a gasolina, os inseticidas, os fumos
de chumbo, pó de chumbo das tipografias são intoxicantes.
Pneumoconiose – alteração da capacidade respiratória devido a uma alteração no pulmão.
As substâncias que causam esse tipo de doença estão, em geral, na forma de poeira.
Exemplos: poeira de sílica livre cristalizada, contida no pó de mármore, areia, carepa de
fundição (areia), poeira de amianto ou asbesto, pós de algodão.
Riscos físicos
Hipotermia – quando todo o corpo esfria até uma temperatura potencialmente perigosa.
Geladura – quando partes do corpo sofrem lesões superficiais.
Congelamento – quando alguns tecidos do corpo são destruídos.
Frieira e pé de imersão – lesão que ocorre quando os pés, mesmo protegidos por botas e
meias, sofre devido à permanência em lugares úmidos e frios.
Ruído
Ruído é todo som, no ambiente de trabalho, que produz uma sensação auditiva desagradável
capaz de alterar o bem estar fisiológico ou psicológico das pessoas e prejudicar a qualidade e a
produtividade no trabalho. O ruído, ou barulho, como é popularmente conhecido, ocorre na
indústria em geral, mas, principalmente, nas serralherias, carpintarias, obras de edificação e
pavimentação, indústria mecânica, tecelagens, estamparias,
rebarbamento por marteletes nas fundições, entre outros
locais.
Radiações
Em física, radiação é a propagação da energia por meio de partículas ou ondas. Todos os corpos
emitem radiação, basta estarem a uma determinada temperatura, elas podem ser: alfa, beta,
gama e outras.
Também podem ser classificadas em não ionizantes e ionizantes.
Vibrações
Má Iluminação
A iluminação inadequada nos locais de trabalho pode levar, além de baixa eficiência e qualidade
do serviço, a uma maior probabilidade de ocorrência de certos tipos de acidentes e a uma
redução da capacidade visual das pessoas, o que é um efeito negativo muito importante em
alguns tipos de trabalho que exigem atenção e boa visão.
Riscos Biológicos
São representados por uma variedade de microrganismos (bactérias, bacilos, protozoários, vírus
entre outros), com os quais os trabalhadores podem entrar em contato, dependendo do tipo de
atividade, e que podem causar doenças. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com
microrganismos, como nas industrias de alimentação, hospitais, limpeza pública e coleta de lixo,
laboratórios e outros. Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por microrganismos,
incluem-se a tuberculose, a malária, a febre amarela, a COVID19 e outras.
De acordo com o Ministério da Saúde e as Normas Regulamentadoras, para que essas doenças
possam ser consideradas doenças profissionais, é preciso que haja exposição do funcionário a
estes microrganismos. São necessárias medidas preventivas para que as condições de higiene e
segurança nos diversos setores de trabalho estejam adequadas. Os riscos biológicos em
laboratórios podem estar relacionados à manipulação de:
As principais vias envolvidas num processo de contaminação biológica são a via cutânea ou
percutânea (com ou sem lesões – por acidente com agulhas e vidraria, na experimentação animal
– arranhões e mordidas), a via respiratória (aerossóis), a via conjuntiva e a via oral.
Riscos Ergonômicos
Ergonomia é a ciência que busca alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o homem e seu
ambiente de trabalho, na utilização correta do corpo humano e suas funções no trabalho, como:
postura, visão, ritmo, transporte de peso, entre outros. Pois se não houver esse ajuste, há a
presença de agentes que causam doenças ocupacionais e lesões no trabalhador. Neste sentido,
o Ministério do Trabalho lançou a NR-17.
Riscos de Acidentes
São os outros fatores de risco não identificados anteriormente que podem ser encontrados e
devem ser eliminados dos ambientes de trabalho. Eles são decorrentes de falhas de projeto de
máquinas, equipamentos, ferramentas, veículos e prédios, deficiência de lay out, iluminação
excessiva ou deficiente, uso inadequado de cores, probabilidade de incêndios e explosões,
armazenamento inadequado de produtos, presença de animais selvagens e peçonhentos entre
outros.
Fatores que Colaboram para que os Produtos ou Agentes Causem Danos à Saúde
Nem todo produto ou agente presente no ambiente de trabalho causa, obrigatoriamente, dano à
saúde. Para que isso ocorra, é preciso que haja inter-relação entre os seguintes fatores:
Substituição do produto tóxico – alguns produtos podem ser substituídos por outros menos
tóxicos, ou inofensivos. Esta é a medida ideal, desde que o substituto tenha finalidade
próxima à do original e não venha criar um risco maior, como quando se substitui um
produto tóxico por outro menos tóxico, mas que é altamente inflamável. Substituir o
benzeno pelo tolueno, tintas à base de chumbo, outras à base de zinco, jateamento com
areia por jateamento de óxido de alumínio, são exemplos de substituição que diminuem ou
eliminam o risco, sem causar outro maior.
Mudança do processo ou equipamento – certas modificações em processos ou
equipamentos podem reduzir muito os riscos ou, até, eliminá-los. Por exemplo, a pintura
por imersão ao invés de à pistola, diminui a formação de vapores de solventes, e o uso da
rebitagem em substituição à soldagem reduz a produção de ruídos.
Enclausuramento ou confinamento – consiste em isolar determinada operação do resto da
área, como no uso de cabine de jateamento de areia e no enclausuramento de uma
máquina ruidosa. O enclausuramento diminui o número de pessoas sujeitas à exposição ao
risco.
Ventilação – pode ser exaustora, retirando o ar contaminado no local de formação do
contaminante, ou diluidora, que é aquela que joga ar limpo dentro do ambiente, diluindo o
ar contaminado. A ventilação é fundamental nos tanques de solventes, nas operações com
colas, nas operações geradoras de poeiras, nos rebolos de rebarbamento de peças
fundidas.
Umidificação – onde há poeiras, o risco de exposição pode ser eliminado ou diminuído pela
aplicação de água ou neblina. Muitas operações, feitas a úmido, oferecem um risco bem
menor à saúde, como na mistura de areias de fundição e na varredura a úmido.
Segregação – segregar é separar. Nesta medida de controle, separa-se a operação ou o
equipamento do restante do pessoal. O elemento é retirado do processo e inserido em
outro local ou realizado em horário diferente dos demais, a fim de expor o menor número
de trabalhadores ao risco.
Boa manutenção e conservação – rigorosamente, estas medidas não podem ser
consideradas formas específicas de prevenção de riscos. Entretanto, são complementos de
quaisquer outras medidas. Muitas vezes, a má manutenção é a causa principal dos
problemas ambientais. Os programas e cronogramas de manutenção devem ser seguidos
à risca dentro dos prazos propostos pelos fabricantes dos equipamentos para, por
exemplo, evitar-se ruídos excessivos em estruturas e mancais, vazamentos de produtos
tóxicos ou superaquecimentos.
Ordem e limpeza – boas condições de ordem, limpeza e cuidados em geral ocupam um
lugar de destaque nos sistemas de proteção ambiental. A poeira no ambiente de trabalho
(bancadas, pisos) pode rapidamente ser dispersada no ar da sala. Em locais com a
presença de materiais tóxicos, a atenção e os cuidados devem ser redobrados. A limpeza
imediata de qualquer derramamento de produtos é uma importante medida de controle.
Para a limpeza de poeira, deve ser preferida a aspiração a vácuo; nunca o pó deve ser
soprado com bicos de ar comprimido. É impossível manter um bom programa de
prevenção de riscos ambientais sem uma preocupação constante com os aspectos de
ordem e limpeza.
Medidas Relativas ao Pessoal:
Equipamento de proteção individual (EPI): deve ser sempre considerado como uma
segunda linha de defesa, após serem tentadas medidas relativas ao ambiente de trabalho.
Nas situações onde não são eficientes as medidas gerais e coletivas relativas ao ambiente,
a critério técnico, o EPI é a forma de proteção, aliado à limitação da exposição. O uso
correto do EPI por parte do empregado e o conhecimento das suas limitações e vantagens
são aspectos que todo empregado deve conhecer através de treinamento específico,
coordenado pelo pessoal especializado em Segurança e Medicina do Trabalho. Especial
cuidado deve ser tomado na conservação da eficiência do EPI, sob pena deste se tornar
uma faca de dois gumes, fornecendo ao empregado confiança numa proteção inexistente.
Limitação de exposição: a redução dos períodos de trabalho tornam-se importantes medida
de controle onde e quando todas as outras forem impraticáveis por motivos técnicos, locais
(físicos) ou econômicos, não se conseguindo reduzir ou eliminar o risco. Assim, a limitação
da exposição, dentro de critérios bem definidos tecnicamente, pode tornar-se uma solução
eficiente em muitos casos. Exemplos: controle do tempo de exposição ao calor/ frio, às
pressões anormais, às radiações ionizantes.
Controle médico: exames médicos pré-admissionais e periódicos são medidas
fundamentais de caráter permanente, constituindo-se numa das atividades principais dos
serviços médicos das empresas. Uma boa seleção na admissão pode evitar a contratação
de pessoas que tem maior sensibilidade e que poderiam adquirir doenças relacionadas
com certas atividades. Os exames médicos periódicos dos empregados possibilitam, além
de um controle de saúde geral do pessoal, a descoberta e a detenção de fatores que
podem levar a uma doença profissional, num estágio ainda inicial e com pouca
possibilidade de danos.
Diferentemente das inspeções de segurança, este procedimento tem por objetivo verificar a
existência de riscos imprevistos ou ainda desconhecidos no ambiente de trabalho. Deve ser
efetuado por profissionais qualificados da área de segurança com o auxílio de supervisores e
técnicos locais. Serve para diagnosticar a existência de locais perigosos, materiais agressivos,
áreas contaminadas, entre outras. O resultado final esperado é a eliminação ou minimização de
riscos, isolamento da área ou equipamento de risco e ainda a sinalização adequada dessas
áreas, escolhendo a melhor medida preventiva a ser implementada.
Para efetuar uma inspeção, o profissional deverá ser capaz de efetuar uma avaliação e controle
de riscos, de modo a identificar, saber apontar qual o agente de risco está presente no ambiente
de trabalho, saber qualificar e verificar a magnitude do risco e também adotar medidas
preventivas ou corretivas que tendem a eliminar ou atenuar os riscos no ambiente de trabalho.
Análise de riscos
Constitui uma atividade para descobrir os riscos corrigíveis, tratando-se de uma alternativa para a
prevenção de acidentes, além de um meio eficaz para estimular e preservar o interesse e manter
continuamente condições adequadas quanto à higiene e a segurança, compatibilizando a área
técnica com a de segurança como um instrumento produtivo para a vida.
Inspeções regulares devem ser efetuadas nos ambientes de trabalho com o objetivo de verificar
se máquinas e dispositivos de fixação e proteção, bem como os aspectos gerais de higiene e
salubridade, como iluminação, ruído, ergonomia, sinalização, limpeza, organização, entre outros,
estão devidamente controlados e não apresentam riscos ao trabalhador.
A inspeção de segurança não deve ser entendida como uma atividade de policiamento, mas sim
como de controle de qualidade, cujo objetivo é manter o padrão estabelecido pela empresa, bem
como servir de instrumento de produtividade e preservação da integridade do trabalhador,
compatibilizando a área técnica com a de segurança. Deve-se programar atentamente as
inspeções identificando o que será inspecionado; a frequência da inspeção; informações
necessárias para verificação; destino dos dados coletados. Tais inspeções podem ter caráter e
finalidades distintos., determinando também uma classificação diferenciada, devendo ser
conduzida por pessoas com conhecimento técnico referente à atividade a ser desenvolvida,
acompanhadas por especialistas em segurança e higiene do trabalho. Algumas fases são
características, como: observação, registro, encaminhamento, recomendações,
acompanhamentos e relatório final.
A Norma Regulamentadora que se aplica a esses componentes é a NR-6 que tem como
indicativo: para os fins de aplicação dessa Norma Regulamentadora (NR), considera-se o
Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado
pelo trabalhador destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde
no trabalho.
Proteção coletiva
Dependendo da gravidade do risco que um acidente possa causar e dos limites aceitáveis para a
exposição ao risco do trabalhador, os sistemas de proteção coletiva precisam ser projetados de
acordo com diversos requisitos, principalmente com relação ao nível de confiabilidade das
funções de segurança. Tais sistemas devem ser projetados e construídos conforme normas,
utilizando técnicas e componentes especiais que garantam a integridade da função de segurança
por eles executadas.
Máquinas e processos industriais podem apresentar riscos inerentes à sua operação. Tais riscos
podem ser minimizados ou eliminados por sistemas de segurança coletivos. Nem todo
equipamento de proteção coletivo encontra-se na máquina. Várias técnicas podem ser utilizadas
para o desenvolvimento e aplicação desses sistemas, desde a simples utilização de proteção
mecânicas até complexos sistemas à prova de falhas.
Proteção individual
Como já foi dito, a proteção individual é aquela que entra em “cena” quando as medidas de
proteção coletiva não conseguem atingir o seu objetivo.
Além das obrigações de empregado e empregador a respeito de EPI, ambas as partes devem
atentar para:
Entregar um EPI sem CA a um funcionário ou entregá-lo sem que tenha havido o devido
treinamento, para fins legais, é o mesmo que não entregá-lo. Só o recibo de entrega não é
suficiente.
Para formalizar o ato da entrega, a empresa deve providenciar o recibo da entrega de EPI
e o certificado de treinamento para a utilização do equipamento, ministrado por um
profissional competente na área de segurança do trabalho.
Outras informações em relação aos EPIs a serem utilizados podem ser observadas nas
ordens de serviço e mapas de riscos ambientais dos setores envolvidos.
É importante ressaltar que os EPIs devem ser substituídos quando danificados, cabendo
sempre à empresa a responsabilidade pela fiscalização como um todo, incluindo a troca e
até o acompanhamento na higienização dos EPIs, que devem ser sempre priorizadas a fim
de evitar riscos à saúde do trabalhador.
Classificação dos EPI’s
De modo genérico, pode-se classificar os EPI’s em relação à região do corpo humano a que ele
se destina proteger, uma proposta de divisão é:
Teoria do fogo
Aspectos fundamentais
O fogo inicia-se de diversas maneiras, sendo algumas naturais, como um raio; criminosas, como o
ato de jogar um líquido inflamável sobre uma pilha de madeiras e atear fogo; e acidentais, como
um curto-circuito.
Para minimizar as chances de ocorrência de um incêndio, deve-se investir na prevenção. Quando,
apesar da prevenção, ocorre um princípio de incêndio, é importante que ele seja combatido de
forma eficiente. Para tento, deve-se:
Pode-se definir o fogo como consequência de uma reação química, denominada combustão, que
produz calor ou calor e luz. Para que ocorra essa reação química, deve-se ter no mínimo dois
reagentes que, a partir de uma circunstância favorável, poderão combinar-se. Os elementos
essenciais do fogo são:
Combustível;
Comburente;
Fonte de calor.
Esses elementos formam o que se denomina triângulo do fogo.
Combustíveis
São corpos suscetíveis a entrar em combustão, podendo ser encontrados em qualquer dos
estados naturais (sólido, líquido, gasoso). Em geral podem ser:
Existem ainda determinadas espécies muito resistentes, e os que, expostos ao ar, na temperatura
ambiente, se inflamam espontaneamente.
Calor
A chama de um fósforo;
A brasa de um cigarro;
Uma lâmpada;
A chama de um maçarico.
Comburente
É a substância que tem a propriedade química de sustentar a combustão dos outros corpos, mas
que não arde. O comburente por excelência é o oxigênio, corpo gasoso e incombustível que se
encontra na composição do ar atmosférico, na proporção aproximada de 21% em volume. É o
elemento responsável pela produção do fogo.
Por conseguinte, desde que se verifique a ocorrência dos elementos acima, ao calor conveniente
que atue num meio compatível se vá juntar ao ar (ou oxigênio puro) necessário, atingindo o grau
de fulgor, surgirá, fatalmente o fogo.
Características do fogo
Cada material, dependendo da temperatura a que estiver submetido, liberará maior ou menor
quantidade de vapores. Para melhor compreensão do fenômeno, definem-se algumas variáveis
denominadas:
o Ponto de fulgor;
o Ponto de combustão;
o Temperatura de ignição.
Ponto de fulgor
Aumentando-se a temperatura, num certo ponto, começarão a sair gases pela boca do tubo.
Aproximando-se um fósforo aceso, esses gases transformar-se-ão em chamas. Por ai, nota-se
que um combustível sólido ( a madeira) numa certa temperatura desprende gases que se
misturam ao oxigênio (comburente) e que se inflamam em contato com a chama do fósforo aceso.
O fogo não continua porque os gases são insuficientes, forma-se em pequena quantidade. O
fenômeno observado nos indica o “ponto de fulgor” da madeira (combustível sólido), que é de 150
°C. O ponto de fulgor varia de combustível a combustível. Para a gasolina é de -42 °C, para o
asfalto é de 204 °C.
Ponto de combustão
Temperatura de ignição
Ação do fogo
A chama e o calor que o fogo emite, agindo direta ou indiretamente sobre os corpos, dão lugar a
vários fenômenos, tais como: carbonização, desidratação (resseca, torra), desagregação,
ebulição, vaporização, fusão, sublimação, calefação, redução da resistência e outros, alterando
assim a constituição dos corpos sujeitos à sua ação, intensa e demorada.
Conforme a espécie e o estado dos combustíveis e as quantidades dos demais elementos, o fogo
está mais ou menos pronto no seu desenvolvimento e mais ou menos vivo, tornando-se intenso,
progressivamente, pelas transformações decorrentes.
Condução;
Convecção;
Irradiação.
Condução
Fenômeno que ocorre quando se dá a transferência de calor pelo meio físico, ou seja,
tecnicamente há continuidade molecular. Ex.: quando se aquece a ponta de uma barra de ferro e
o calor atinge o ponto onde se segura a barra, sem este ponto ter contato direto com a fonte de
calor.
Convecção
Este é o fenômeno que agrava os incêndios em edifícios, fato que determinou a adoção de
escadas à prova de fogo na construção de prédios comerciais e residenciais, como forma de
proporcionar um deslocamento seguro das pessoas quando da ocorrência de incêndios,
mantendo um local sem a concentração de gases que permitem a ocorrência da combustão.
Irradiação
O fenômeno da irradiação ocorre devido à propagação de ondas de calor que partem de um corpo
aquecido em todas as direções.
Outra forma de classificar os incêndios é em função do tipo de combustível que alimenta o fogo,
devido às diferentes propriedades inerentes aos materiais, envolvendo estado físico, sua natureza
química e função exercida, fatos esses que diferenciarão a maneira da sua queima. Desse modo,
os incêndios podem ser classificados com as seguintes classes:
Classe Definição Material combustível
Combustíveis que queimam em superfície e Madeira, tecido, papel,
A profundidade. Deixam resíduos como fardos de algodão, entre
cinzas. outros...
Líquidos inflamáveis e que queimam apenas Gasolina, óleo diesel, álcool,
B em superfície e não deixam resíduos tintas, solventes orgânicos,
entre outros...
Materiais elétricos energizados. Motores elétricos,
No caso de equipamentos elétricos computadores,
desenergizados, o incêndio será transformadores...
enquadrado dentre as demais
C classificações, observando o material
isolante empregado no equipamento, ex.: no
caso de transformadores isolados a óleo,
classificados como tipo B, após o
desligamento ou desenergização.
D Materiais pirofósfóricos Magnésio, zinco, potássio
Métodos de extinção
Retirada do combustível
Resfriamento:
Criar uma barreira entre o combustível e o ar, isolando ou retirando o ar, podendo ser por meio da
redução da concentração de oxigênio para menos de 18% no ambiente.
Equipamentos extintores
Canhão de água;
Tubos com saídas para o acoplamento de mangueiras;
Extintor pressurizado;
Unidade extintora com rodas.
Referências:
1- Apostila do Curso de Especialização em Higiene Ocupacional da Universidade Federal da
Bahia – Departamento de Engenharia Química.
2- Spinelli, Robson – Higiene Ocupacional: agentes biológicos, químicos e físicos / Ezio
Brevigliero, José Possebon, Robson Spinelli – São Paulo: Editora SENAC São Paulo,
2006.
3- Pepplow, Luiz Amilton – Segurança do Trabalho/ Luiz Amilton Pepplow – Curitiba, PR:
Base Editorial, 2010.
4- Barbosa, Adriano Aurélio Ribeiro – Segurança do Trabalho / Adriano Aurélio Ribeiro
Barbosa – Curitiba: Livro Técnico, 2011. 112p.: il.; 21 cm.