Título do tema: Introdução às legislações Autoria: Juliana Alberton Frias Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior
Abertura:
Olá ouvinte! No podcast de hoje vamos falar sobre o surgimento da
engenharia de segurança do trabalho e sua importância.
Embora o profissional Engenheiro de Segurança no Trabalho tenha cunhado
nas leis próximo a década de 80, as relações entre homem e o trabalho são muito mais antigas do que pode parecer. Desde que o mundo é mundo, o ser humano sempre buscou fazer suas atividades evitando lesões e acidentes. Os primórdios, por exemplo, usavam da força para conseguir caçar, pescar. Faziam suas próprias ferramentas, como lanças, com o intuito de facilitar o seu trabalho, que até então era algo somente braçal. No período da escravidão, os escravos improvisavam máscaras com panos e membranas de bexiga de animais, para tentar proteger o rosto e as vias respiratórias. Começam a surgir estudos isolados pelo mundo, reforçando a relação entre a doença e a atividade desempenhada. Dentre os quais, destacam-se: o médico e filósofo grego Hipócrates (460-375 a.C.), que em um de seus trabalhos relatou um quadro de intoxicação saturnina em um mineiro, uma doença que até os dias atuais lesiona trabalhadores desta área; George Bauer, por sua vez, no século XVI, descreveu em seu livro “De Re Metallica” os problemas relacionados à extração de minerais, dando ênfase a uma doença chamada asma dos mineiros (silicose). A silicose, assim como o saturnismo, é até hoje um dos principais males dos profissionais que atuam na extração ou serragem de minérios, causando prejuízos irreversíveis ao pulmão daqueles que não utilizam adequadamente as medidas de segurança. Outro estudo que merece destaque é o do médico italiano Bernardino Ramazzini, conhecido como o pai da medicina do trabalho. Esse médico publicou o De Morbis Artificum Diatriba (Doenças do Trabalho) em 1700, relatando os riscos químicos de diversas atividades na saúde dos trabalhadores. Suas pesquisas foram tão importantes para a segurança do trabalho, que se criou o “Dia da Medicina do Trabalho” no dia do seu nascimento, dia 4 de outubro.
Em meados do século XVIII, na Europa Ocidental, no início da 1ª Revolução
Industrial, na qual observou-se um contrassenso entre o trabalho exigido e a saúde do trabalhador. Os aumentos nas demandas de trabalho, nas jornadas de trabalhos, nas condições insalubres oferecidas no chão de fábrica, entre tantos outros fatores culminaram em uma elevada quantidade de acidentes de trabalho, doenças para o trabalhador e grandes fatalidades que vitimaram diversas famílias. Começam então a surgir os movimentos operários e sindicatos para reivindicar as péssimas condições de trabalho e ambientes insalubres. Surgem, então, os órgãos de proteção do trabalhador: em 1914 surge a National Institute of Occupational Safety and Health (NIOSH), órgão de pesquisa em segurança e saúde no trabalho, que até hoje é referência em metodologia de avaliação da exposição ocupacional; em 1919 é criada a OIT – Organização Internacional do Trabalho; em 1966 é estabelecida a FUNDACENTRO - Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, voltada para o estudo e pesquisa dos problemas relativos à segurança, higiene e medicina do trabalho. Todos estes órgãos se mantêm ativos para os profissionais da área de segurança do trabalho, visando trazer melhorias às condições ambientais que são oferecidas aos trabalhadores, em suas atividades.