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SAÚDE,

SEGURANÇA DO
TRABALHO E
MEIO AMBIENTE
APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL

Escola Digital | SENAI PA


OIRÁMUS
1 I N T R O D U Ç Ã O À S A Ú D E D O T R A B A L H O

P r i n cípios de sa ú d e , s e g u r a n ça e m e i o a m b i e n t e 03

2 ACIDENTE DE TRABALHO

T i p o s, causas e d e f i n i ç õ e s 10

3 CLASSIFICAÇÃO

D e f i nições
DE RISCOS OCUPACIONAIS

21

4 C O N S T I T U I Ç Ã O F E D E R A L

N o r m as regulam e n t a d o r a s 26

5 ANÁLISE DE ACIDENTE

In s p eção de se g u r a n ç a 51

6 ANÁLISE DE RISCO

D e f i nições, técn i c a s e a n á l i s e p r e l i m i n a r 59

7 GESTÃO DE EMERGÊNCIA EM SST

D e f i nições, clas s i f i c a ç ã o e e qu i p a m e n t o s 67

8 MEIO AMBIENTE

In d u stria e meio a m b i e n t e 82
Introdução à
Saúde do
Trabalho
CAPÍTULO 01
10 OLUTÍPAC

INTRODUÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO

Você sabia que a Revolução Industrial foi o acontecimento histórico mais


importante relacionado ao desenvolvimento industrial? Você estudará como esse
processo de transformação socioeconômico influenciou os princípios de saúde,
meio ambiente e segurança do trabalho, além de como é importante ter
responsabilidade socioambiental e manter a qualidade de vida laboral.

1.1 Princípios de saúde, meio ambiente e segurança do


trabalho
Doenças ocupacionais e acidentes do trabalho não são um problema e uma
preocupação recente, pois vêm acompanhando as atividades do homem ao longo
do seu desenvolvimento. Desde que o homem sur­giu na história, pode-se perceber
que a caça, a pesca e as escavações, por exemplo, eram fundamentais para sua
sobrevivência. Se o homem tivesse sua integridade física ameaçada, significaria a
redução da sua capacidade produtiva e extinção da espécie.
Segundo a Universidade de São Paulo (2007, p. 02),

[...] as primeiras referências escritas, relacionadas com estes


problemas, encontram-se num papiro Egípcio, que data de 2360
a.C., o chamado Papiro Seller II, e que dizem: [...] Eu jamais vi
ferreiros em embaixadas e fundidores em missões. O que vejo
sempre é o operário em seu trabalho; ele se consome nas
goelas de seus fornos. O pedreiro exposto a todos os ventos,
enquanto a doença o espreita, constrói sem agasalho, seus dois
braços se gastam no trabalho; seus alimentos vivem
misturados com os detritos, ele se come a si mesmo, porque só
tem como pão os seus dedos. O barbeiro cansa os seus braços
para encher o ventre. O tecelão vive encolhido, joelho ao
estômago, ele não respira. As lavadeiras sobre as bordas do rio
são vizinhas do crocodilo. O tintureiro fede a morrinha do peixe;
seus olhos são abatidos de fadiga, suas mãos não param e
suas vestes vivem em desalinho.
Hipócrates, que viveu entre 460 e 370 a.C., foi uma pessoa muito importante para
a medicina, pois é con­siderado o pioneiro na descoberta de muitas doenças,
principalmente as que têm relação com o trabalho.

03
10 OLUTÍPAC

INTRODUÇÃO À SAÚDE DO TRABALHO

Caio Plínio Segundo (conhecido também como Plínio, o Velho), que viveu entre os
anos de 23 e 79 d.C., impressionou ao descrever o trabalho em minas, o aspecto
dos trabalhadores expostos ao chumbo, ao mercúrio e à poeira. Plínio menciona a
iniciativa dos escravos utilizarem panos ou membranas (bexiga de carneiro) para
protegerem suas faces como máscaras para atenuar a inalação de poeiras.
Georg Bauer (1494 - 1555), mais conhecido como Georgius Agricola, publicou, em
1556, em latim, seu livro De Re Metallica, no qual apresenta seus estudos sobre
diversos aspectos relacionados à extração e fundição de metais argentíferos e
auríferos. Ele destaca, no último capítulo, os acidentes de trabalho e as doenças
mais comuns entre os mineiros.
Bernardino Ramazzini (1633-1714), o “pai da Medicina do Trabalho”, publicou, em
Módena, na Itália (1700), a primeira edição do livro de Morbis Artificuim Diatriba,
no qual descreve, com muita sensibilidade, as doenças dos trabalhadores em mais
de cinquenta ocupações.
Fatos históricos como estes despertam uma reflexão sobre como tudo começou e
como é importante cuidar da vida laboral, fator determinante na qualidade e tempo
de vida de cada pessoa.

1.2 Histórico e desenvolvimento industrial

Desde o advento do regime capitalista, no


início da idade média, estabeleceram-se
várias evidências e correlações do trabalho
com os acidentes e doenças. Uma das
doenças profissionais mais encontradas,
nesta época, foi a silicose, ou seja, a “asma
dos mineiros”, uma doença típica de
Fonte: Getty Images (2012).
trabalhos em minas de extração.
Por volta de 1700, o médico Bernardino Ramazzini realizou diversos estudos
envolvendo o assunto sili­cose, mas não obteve êxitos devido à grande quantidade
de trabalhos artesanais e dificuldades em cons­tatar que a atividade de mineração
poderia estar diretamente ligada às doenças desencadeadas na época.

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10 OLUTÍPAC

INTRODUÇÃO À SAÚDE DO TRABALHO

Mais tarde, no século XVIII, iniciava-se, na Inglaterra, a Revolução Industrial. Nessa


época, buscava-se a produção a todo custo, não importando se isso iria refletir na
saúde e segurança dos trabalhadores. Com o advento da Revolução Industrial, as
fábricas se instalavam perto de rios e lagos, pois a única fonte de energia para o
movimento de máquinas e equipamentos era a energia hidráulica, sem falar que a
mão de obra nessas localidades era bastante escassa.
A partir do surgimento da máquina a vapor, a grande maioria das fábricas
começou a expandir suas estruturas para as áreas mais centrais das cidades,
facilitando a contratação de mão de obra. Com essa evolução e a natural
necessidade de contratações, não existia qualquer tipo de avaliação médica,
sendo admitidos trabalhadores com doenças, mulheres e crianças de qualquer
idade, evidenciando o aumento das ocorrências dos acidentes de trabalho graves.
Como a preocupação com a produção era o foco, existiam máquinas e
equipamentos sem proteções e a emissão de ruídos com decibéis elevados era
comum. Além disso, as atividades eram geralmente desen­volvidas em ambientes
com altas temperaturas, o que, com frequência, gerava mal súbito, principalmente
em crianças, por serem mais frágeis. A quantidade de horas trabalhadas não era
respeitada, assim como, o trabalho noturno.

Curiosidade
Por que o dia 1° de maio foi instituído como Dia do Trabalho? A história
desse dia inicia em 1886, nos Estados Unidos. Nessa época, começaram a ser
organizados movimentos de protestos no quais os trabalhadores reivindicavam
seus direitos. O principal motivo era diminuir a carga horária de trabalho de 13
horas por dia para 8 horas. Essa greve foi tão grande e intensa que paralisou todo
o sistema de produção americano. Os funcionários hesitavam em trabalhar à
medida que suas reivindicações não eram atendidas. Outros países também
organizaram esse tipo de manifesto, mas foi somente em 1919 que o dia 1º de
maio foi oficialmente proclamado feriado.

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10 OLUTÍPAC

INTRODUÇÃO À SAÚDE DO TRABALHO

Em 1802, foi criada, na Inglaterra, a Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes, que
estabeleceu alguns pa­râmetros básicos para a redução de acidentes de trabalho,
como: melhores condições de ventilação; a redução para 12 horas de trabalho por
dia; a necessidade de lavar as paredes e estruturas da fábrica pelo menos duas
vezes ao ano, entre outras ações.
Mas, esmo seguindo todos esses procedimentos, as fábricas registravam um
número muito alto de acidentes de trabalho, não sendo, assim, o suficiente para
preservar a integridade física dos trabalhadores.
Para cada 600 incidentes, havia um acidente com
afastamento, reforçando que esses dados
advinham de probabilidades. Em uma nova fase
da Revolução Industrial americana, com o
desenvolvimento de métodos produtivos em
massa e o crescimento de acidentes e doenças
relacionadas ao trabalho, após vários debates
sobre a prevenção de acidentes, foi criado o
Conselho Nacional para Segurança Nacional, que Fonte: QuatroRodas (2016).

é atualmente o centro prevencionista mundial, responsável pelos ensinamentos


básicos de prevenção de acidentes, divulgação de estatísticas precisas e revistas
especializadas. Com realização do trabalho em um fluxo produtivo diferenciado,
ou seja, em massa, os trabalhadores começaram a repensar a sua nova forma de
trabalhar com mais segurança, até porque novas legislações estavam surgindo,
ficando claro que a importância pela segurança aumentaria para ambos os lados.
Na América Latina, essas preocupações começaram a aparecer apenas no século
XX. Em 1950, foram estabelecidos procedimentos e objetivos para a saúde
ocupacional por meio da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Estas
ações foram estipuladas devido ao desenvolvimento industrial local. Seguindo as
necessidades mundiais, o Brasil criou sua primeira lei na área de prevenção em
1919, cujo foco era o trabalho ferroviário. As leis trabalhistas surgiram na
sequência, em 1934, instituindo uma ampla regulamentação quanto à prevenção
de doenças e acidentes de trabalho.

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10 OLUTÍPAC

INTRODUÇÃO À SAÚDE DO TRABALHO

Em 1972, o governo brasileiro criou a portaria nº 3237, tornando obrigatório o


cumprimento de serviços voltados à higiene e à segurança, além da saúde
ocupacional para todas as empresas com mais de cem trabalhadores. Já, em
1978, surgiu a Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho, denominada
como NR. O intuito dessa Norma era contemplar todas as informações possíveis
para um ambiente de trabalho mais digno e seguro para o trabalhador. Na data de
sua criação, a NR continha 28 Normas Regulamentadoras, entre elas, a NR 5, que
visa à formação de uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA),
representada por integrantes do empregador e dos empregados.
As conquistas dos trabalhadores em relação à sua saúde e segurança do trabalho
foram sendo ampliadas com o passar dos anos, atualmente são 37 NR, sendo
duas revogadas. E, em determinado momento, o termo responsabilidade
socioambiental também ganhou merecida importância. Acompanhe o estudo.

1.3 Responsabilidade socioambiental


Responsabilidade socioambiental surgiu na década de 1990, por meio de uma
reunião mundial sobre o gerenciamento ambiental, que se tornou forte a
divulgação do termo responsabilidade socioambiental. A partir do processo de
globalização e com a cobrança frequente por aspectos mais justos na área social,
as organizações começaram a atentar para o assunto, notando novas
reivindicações, tanto pela parte de clientes, quanto pela sociedade em que
estavam inseridas. Mas, de que forma as organizações podem chegar a um
patamar de responsabilidade socioambiental? Quais os caminhos a percorrer?
Quais as dificuldades a serem encontradas? Todos esses questionamentos são
naturais quando se busca um objetivo, uma nova forma de fazer algo novo. Tal
situação refletiu em diversas ações voltadas para a área ambiental, dentre as
quais é possível destacar:

a) respeitar e auxiliar a comunidade;


b) criar políticas de meio ambiente;
c) criar dispositivos para a proteção dos trabalhadores;
d) realizar sistemas que garantam ações ambientalmente corretas;
e) buscar o crescimento sustentável;
f) inserir ações ambientais na missão das organizações.

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10 OLUTÍPAC

INTRODUÇÃO À SAÚDE DO TRABALHO

A responsabilidade socioambiental é importante não somente para as empresas,


mas também para cada ser humano, pois impacta diretamente na sua qualidade
de vida.

1.4 Qualidade de vida


Para iniciar o estudo, pense nas seguintes questões: quais são suas
preocupações: trabalho, relacionamentos, família? Como você tem cuidado do seu
corpo? Ele é a sua casa e a forma como você cuida dele é que determina sua
aparência, seu estado mental e emocional. Você leva uma vida saudável?
Para ter uma vida saudável, não basta apenas evitar doenças, é preciso estar bem
emocionalmente, fisicamente, socialmente e espiritualmente. As escolhas afetam
a maneira como se vive e a quantidade de anos que se vive.
Observe os principais aspectos para se ter uma boa qualidade de vida.

Fonte: SENAI (2017).

Para estar bem fisicamente, é preciso ter uma


boa noite de sono, fazer exercícios físicos,
comer adequada e equilibradamente. O bem-
estar mental está relacionado ao equilíbrio
emocional e ao bom convívio familiar. O bem-
estar social tem relação com uma moradia
adequada, o acesso a tratamento de saúde, ao
trabalho e renda adequados e à segurança Fonte: CetramDiagnóstico (2016).
pessoal.
Já o bem-estar espiritual é obtido por meio da prática de uma religião, meditação
ou do contato com a natureza, alcançando, com isso, a paz interior.
Já o bem-estar espiritual é obtido por meio da prática de uma religião, meditação
ou do contato com a natureza, alcançando, com isso, a paz interior.

08
Acidente de
trabalho
CAPÍTULO 02
20 OLUTÍPAC

ACIDENTE DE TRABALHO

2.1 Princípios
A segurança do trabalho é um conjunto de medidas tomadas para se evitar ou
minimizar os acidentes de trabalho, as doenças ocupacionais e proteger a
integridade física e a capacidade do trabalhador em exercer sua função (PEIXOTO,
2010).
Neste capítulo, você vai estudar temas relacionados à segurança no tra­balho.
Aprenderá a reconhecer riscos à saúde e segurança do trabalhador e as formas de
proteção a esses riscos.

2.2 Conceito
O termo acidente vem do latim accidense se
refere à qualidade ou ao estado que é
ocasionado em algo, sem que seja parte da sua
essência ou natureza. Também está associado
ao acaso, que altera a ordem regular dos eventos,
ou seja, ao acontecimento eventual ou à ação de
que, involuntariamente, resultam danos para as Fonte: Geremed (2022).
pessoas ou as coisas.
Provavelmente, você deve ter percebido que os relatos sobre acidentes estão
cada vez mais frequentes. Em grande parte dos casos, o problema é falha
humana, mas não se pode deixar de observar que há uma falta de cuidado e
atenção às leis que regulamentam e regem o trabalho. Acidente é um
acontecimento casual, que resulta em ferimento, dano, estrago e prejuízo.

2.3 Tipos de acidentes


Você já se perguntou quais são os tipos de acidentes? Pois bem, a partir de agora
serão definidos os tipos de acidentes do trabalho.
O Art. 19, da Lei nº 8.213/91, diz que:
Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho
a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos
segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que
cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho (BRASIL, 1991).

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20 OLUTÍPAC

ACIDENTE DE TRABALHO

O empregador tem como responsabilidade evitar a ocorrência de acidentes de


trabalho. O Art. 19 da Lei nº 8.213/91 mostra que:
§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas
coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do
trabalhador.
§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a
empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do
trabalho.
§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas
sobre os riscos da operação a executar e do produto a
manipular (BRASIL, 1991).

Os incisos do Art. 20 da Lei nº 8.213/91 conceituam doença profissional, assim


entendida, é produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo
Ministério do Trabalho e da Previdência Social. A doença do trabalho, assim
enten­dida, é adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em
que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da
relação mencionada no inciso I. Estas doenças também são consideradas como
acidente do trabalho.
Esta Lei previdenciária é fundamental para o entendimento e conceito dos tipos
de acidentes de traba­lho. De acordo com a Lei nº 8.213/91, não são consideradas
como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de
região em que ela se desen­volva, salvo comprovação de que é
resultante de exposição ou contato direto determi­nado pela
natureza do trabalho.
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não
incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo,
resultou das condições especiais em que o trabalho é
executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência
Social deve considerá-la acidente do trabalho (BRASIL, 1991).

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20 OLUTÍPAC

ACIDENTE DE TRABALHO

2.4 Causas de acidente de trabalho


Os acidentes de trabalho apresentam inúmeras
causas. É improvável que um acidente seja
causado por um, existe um conjunto de fatores
que contribuem para a ocorrência do evento
indesejado (CHIAVENATO, 2004, apud RIBEIRO,
2012). A gravidade deste evento varia de
insignificante a catastrófica. Fonte: Conceitozen (2018).

As principais causas dos acidentes de trabalho estão relacionadas a três fatores:


condições inseguras, atos inseguros e fator pessoal de insegurança. O acidente
ocorrido por uma condição insegura significa que o ambiente de trabalho foi o
causador do acidente ou contribuiu para a sua ocorrência. Se o acidente foi
causado por uma forma incorreta de executar alguma tarefa mesmo que de
maneira inconsciente, caracteriza-se o ato inseguro. Quando a principal causa do
acidente foi o comportamento humano caracteriza-se um fator pessoal de
insegurança.
Exemplos de condição insegura:

Falta de EPI – (equipamento de proteção individual);


Falta de proteção em máquinas e equipamentos;
Iluminação excessiva ou inadequada;
Falta de ventilação no ambiente ou ventilação deficiente;
Falta de guarda corpo em escadas.
Exemplo de ato inseguro:

Não utilizar EPI – (equipamento de proteção individual);


Remover dispositivos de segurança de máquinas e equipamentos;
Trabalhar alcoolizado ou sobre influência de drogas;
Fazer brincadeiras em horário de trabalho;
Desrespeitar sinalização de segurança.

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20 OLUTÍPAC

ACIDENTE DE TRABALHO

Fator pessoal de insegurança:


Problemas conjugais;
Doença na família;
Excesso de horas trabalhadas;
Distração;
Desmaio.
Dessler (2003) descreve: “analise o número de acidentes e incidentes
relacionados à segurança para estabelecer metas específicas a serem atingidas”.
A análise e compreensão das causas dos acidentes dentro de uma empresa, bem
com estratégias para evitá-los, torna-se indispensável para a garantia da saúde e
integridade física dos trabalhadores envolvidos no processo.

2.5 Aspectos sociais e ambientais


Esta Lei dá suma importância para a saúde e segurança do trabalhador. No Art.
21, tem-se:

Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:


I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a
causa única, haja contribuído diretamente para a morte do
segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o
trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a
sua recuperação;
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do
trabalho, em consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por
terceiro ou companheiro;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo
de disputa relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de
terceiro ou de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos
ou decorrentes de força maior;

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20 OLUTÍPAC

ACIDENTE DE TRABALHO

III - doença proveniente de contaminação acidental do


empregado no exercício de sua atividade;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local
e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a
autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa
para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo
quando financiada por esta dentro de seus planos para
melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do
meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste
para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção,
inclusive veículo de propriedade do segurado (BRASIL, 1991).
Veja que os acidentes decorrentes do trabalho não causam repercussões apenas
de ordem jurídica. Mesmo em acidentes com menor gravidade, em que o
empregado tenha que ficar afastado por período inferior a quinze dias, o
empregador não pode contar com a mão de obra temporariamente afastada em
consequência do acidente. Além disso, ainda terá que assumir os custos deste
afastamento como a substi­tuição da mão de obra ou a falta dela, dentre outros
fatores. O acidente repercutirá também no cálculo do fator acidentário de
prevenção (FAP) da empresa.

Saiba mais
Aprimore seus conhecimentos sobre acidente de trabalho e Planos de
Benefícios da Previdência Social no site:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm

14
20 OLUTÍPAC

ACIDENTE DE TRABALHO

2.6 Consequências (trabalho, família, empresa e país)


Na ocorrência de um acidente, o colaborador envolvido é o principal prejudicado,
pois o acidente poderá resultar em ferimentos graves, surgimento de algum tipo
de incapacidade, efeitos psicológicos e/ou até perder a vida.
Os impactos causados pelos acidentes de trabalho não atingem somente o
trabalhador acidentado que fica incapacitado para o trabalho, de forma total ou
parcial, temporária ou permanente. As consequências se estendem da seguinte
forma:
A família da vítima, que reduz sua capacidade de rendimento financeiro, já que o
empregado que se afastar do trabalho por mais de quinze dias, passa a receber
benefício de auxílio acidente concedido pela Previdência Social (INSS) que
equivale acerca de 80% do salário. As empresas, que tem seus custos
operacionais elevados devido à perda de mão de obra, e consequente contratação
de um novo empregado que substitua o acidentado, além de pagamento dos
primeiros quinze dias de afastamento da vítima do acidente. A sociedade tem o
número de inválidos e dependentes do SUS – (Sistema Único de Saúde) em
crescimento, o que ajuda a congestionar postos de saúde e hospitais, além de
gerar mais dependentes da Previdência Social no período em que o assegurado
deveria estar contribuído. A Previdência Social despende R$ 1,7 bilhão com cerca
de 400 mil acidentes de trabalho por ano (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2012). Quando é
verificada a incapacidade permanente total, o governo terá que pagar a
aposentadoria por invalidez, que corresponde a 100% do salário de benefício.
Como consequência, o governo tem que arcar com uma aposentadoria precoce
para uma pessoa em idade produtiva.

2.7 Responsabilidade civil e criminal


Direitos Trabalhistas são normas jurídicas que tem o objetivo de reger as relações
existentes entre trabalhadores e empregadores, inclusive os direitos da condição
jurídica dos trabalhadores.
Constituição Federal (1988) é conjunto de leis que possui grau máximo de
importância dentro de uma nação. Em seu artigo 7º estão listados os direitos dos
trabalhadores urbanos e rurais, e os incisos XXII e XXVIII falam especificamente
sobre a segurança do trabalho:

15
20 OLUTÍPAC

ACIDENTE DE TRABALHO

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,


além de outros que visem à melhoria de sua condição
social:
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio
de normas de saúde, higiene e segurança;
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do
empregador, sem excluir a indenização a que este está
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

A empresa tem obrigação de garantir que o ambiente de trabalho seja seguro e


não ofereça riscos à vida ou à saúde dos seus funcionários. Isso inclui prevenção
de acidentes, de doenças ocupacionais – enfermidades causadas pela rotina do
trabalho em si – e também de casos de assédio moral, caracterizado pela
humilhação sofrida pelos superiores dentro da empresa.

2.7.1 O que é responsabilidade civil e criminal?


Imagine que um funcionário, em horário de trabalho, sofre um acidente enquanto
utiliza determinada ferramenta e precisa ser afastado de suas atividades.
Posteriormente, é constatado que, no momento do acidente, o funcionário não
utilizava os equipamentos de proteção adequados.
Esse é um caso clássico de acidente de trabalho. A Lei de Benefícios da
Previdência Social – Lei 8213/91 define exatamente o que configura esse tipo de
acidente:
Art. 19 Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício
do trabalho a serviço da empresa (…) provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a
perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.

Ou seja, quando uma empresa deixa de cumprir às normas de segurança, de


forma intencional ou não, e isso provoca dano a um funcionário — como na
hipótese de acidente de trabalho por falta do uso de equipamento de proteção
individual (EPIs) — ela é responsabilizada em âmbito civil ou criminal e deve
reparar esse dano.

16
20 OLUTÍPAC

ACIDENTE DE TRABALHO

2.7.2 Responsabilidade civil


A responsabilidade civil consiste na reparação do dano causado por omissão,
negligência ou falta de cuidado, no cumprimento de uma obrigação. Ainda usando
o exemplo anterior, se o funcionário deve utilizar os equipamentos de proteção
individual para operar determinada ferramenta, é papel da empresa fornecê-los e
também fiscalizar o seu uso.
O Brasil é um dos países onde mais são registrados acidentes de trabalho. Atrás
somente da China, Índia e Indonésia, os brasileiros ocupam o quarto lugar no
ranking mundial.

2.7.3 Responsabilidade criminal


A responsabilidade criminal é configurada quando é constatada que a ação ou
omissão de uma pessoa (empregador, tomador de serviços, membro da CIPA,
engenheiro de segurança, entre outros) colocou a vida de alguém em perigo. Veja
o que diz o Código Penal sobre isso:
Art. 132 - expor a vida ou a saúde de outrem a perigo
direto e iminente: Pena – detenção, de três meses a um
ano, se o fato não constitui crime mais grave.

O recente acidente em Brumadinho, Minas Gerais, provocado pelo rompimento da


barragem de rejeitos, é um caso de responsabilidade criminal. Os dirigentes da
mineradora Vale poderão responder por crimes de lesão corporal ou delito de
inundação com resultado morte, de acordo com o grau de dolo (intenção) ou
culpa (negligência, imprudência ou imperícia) caracterizada durante o processo
judicial.

2.7.4 Qual é a função do empregado na manutenção da própria


segurança?
O papel do empregado é se atentar e seguir as regras de segurança impostas pela
empresa, a fim de preservar a sua própria integridade. Afinal, se a empresa tem o
cuidado de fornecer um ambiente de trabalho seguro, é preciso que o empregado
saiba que é sua responsabilidade mantê-lo dessa forma.
Por isso, é comum que empresas atuem de forma incisiva em ações de
conscientização pela importância da prevenção por parte dos funcionários.

17
20 OLUTÍPAC

ACIDENTE DE TRABALHO

2.7.5 Comunicação de acidente do trabalho (CAT)


É o serviço para o(a) trabalhador(a) ou a empresa comunicar um acidente de
trabalho ou de trajeto, bem como uma doença ocupacional. O documento pode ser
usado em outros órgãos, além do INSS.

Atenção: A empresa onde o empregado acidentado trabalha é obrigada a informar


o acidente até o dia útil seguinte. Caso o acidente resulte em morte, a
comunicação deve ser imediata.

Este pedido é realizado totalmente pela internet, você não precisa ir ao INSS.
Caso a empresa não cumpra com esta obrigação, podem registrar a CAT:
O próprio trabalhador;
Dependentes do empregado;
Entidades sindicais;
Médicos;
Autoridades públicas.

18
20 OLUTÍPAC

ACIDENTE DE TRABALHO
Modelo de CAT

19
Classificação
de riscos
ocupacionais
CAPÍTULO 03
30 OLUTÍPAC

CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS

3.1 Definição de risco e perigo


3.1.1 Risco

O papel do empregado é se atentar e seguir as


regras de segurança impostas pela empresa.
Os riscos aparecem o tempo todo e, na grande
maioria das vezes, as pessoas não se dão conta
deles. Segundo Portugal (2000), “[...] o risco é
qualquer possibilidade de perigo e o que conta
mesmo é a expres­são ‘possibilidade’. Outra
definição para o termo: “[...] risco é a probabilidade
ou chance de lesão ou morte.” (SANDERS;
MCCORMICK, 1993, p. 675 apud FISCHER, Fonte: Odefensor (2022).
GUIMARÃES; SCHAEFFER, 2002, p. 4).
Os riscos aparecem o tempo todo e, na grande maioria das vezes, as pessoas não
se dão conta deles. Segundo Portugal (2000), “[...] o risco é qualquer possibilidade
de perigo e o que conta mesmo é a expres­são ‘possibilidade’.” Outra definição
para o termo: “[...] risco é a probabilidade ou chance de lesão ou morte.”
(SANDERS; MCCORMICK, 1993, p. 675 apud FISCHER, GUIMARÃES; SCHAEFFER,
2002, p. 4).

3.1.2 Perigo
Perigo como sendo fonte, situação ou ato com um potencial para o dano em
termos de lesões, ferimentos ou danos para a saúde, ou uma combinação destes.
O perigo é a exposição ao risco.
Também pode ser definido que é o conjunto de propriedades inerentes a um
processo, que em determinada condição possa causar efeitos adversos a saúde
ou ao meio ambiente, dependendo do grau de exposição.
Perigo pode ser qualquer coisa potencialmente causadora de danos: materiais,
equipamentos, métodos e práticas de trabalho.

20
30 OLUTÍPAC

CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS

O perigo pode ser identificado em:


Materiais: substâncias perigosas/ tóxicas – solvente, ácidos, matais, gases,
perfurocortantes, etc.
Ambientes de trabalho: áreas de local de trabalho muito quente, frias, sujas,
ruidosas e escuras, com presença de gases, vapores, fumos, etc. Postos de
trabalho inadequados ergonomicamente.
Equipamento: partes móveis sem
dispositivo de proteção, condições de uso
(defeituoso, mal conservado, impróprio para
o serviço, uso incorreto, guarda local
inseguro e inadequado).
Sistema de trabalho: Fatores relacionados
aos sistemas de trabalho: conteúdo e
organização do trabalho, gerenciamento,
cultura organizacional. Fonte: Roque (2022).

3.2 Classificação de riscos ocupacionais


Anteriormente você conheceu a terminologia técnica para os riscos, e aprendeu
que eles podem gerar acidentes. Mas, que riscos são estes e como identificá-los.
Existem vários fatores de risco no ambiente de trabalho. A seguir, conheça os
predominantes:
Riscos físicos: ruído, calor, frio, pressão atmosférica anormal, vibração, radiações
ionizantes, radi­ações não ionizantes e umidade;
Riscos químicos: poeiras, fumos, névoas, gases, vapores, neblinas e substâncias
compostas e produ­tos químicos em geral;
Riscos biológicos: bactérias, fungos, vírus, protozoários, bacilos e parasitas;
Riscos de acidentes: arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem
proteção, ferramen­tas inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada,
eletricidade, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado,
animais peçonhentos e outras situações de risco que poderão contribuir para
ocorrência de acidentes;

21
30 OLUTÍPAC

CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS

Riscos ergonômicos: exigência de postura inadequada, esforço físico intenso,


levantamento e transporte manual de peso, controle rígido de produtividade,
imposição de ritmos excessivos, tra­balho em turno noturno, jornadas de trabalhos
prolongadas, monotonia e repetitividade e outras situações causadoras de
estresse físico e/ou psíquico.
Os agentes físicos, químicos, ergonômicos e biológicos são causadores de índices
elevados de aciden­tes, afastando o trabalhador de suas atividades. A seguir,
aprofunde seus estudos sobre esses agentes.

3.2.1 Riscos físicos


São aqueles ocasionados por um agente que tem a
capacidade de modificar as características físicas
do meio ambiente, que no momento seguinte
causará agressões em quem estiver imerso nele.
Para exem­plificar o que vem a ser um risco físico,
imagine uma empresa de tecelagem que tem vários
teares em funcionamento. Essas máquinas
produzem um ruído bastante elevado no ambiente,
alterando a pressão acústica que incide diretamente Fonte: Gratispng (2022).
no ouvido dos trabalhadores.
De acordo com Mattos et al. (2011, p. 38), os riscos físicos se caracterizam por “[...]
exigir um meio de transmissão (em geral o ar) para propagar a nocividade. Agem
mesmo sobre pessoas que não têm contato direto com a fonte de risco e, em geral
ocasionam lesões crônicas, imediatas”.
É importante destacar que a gravidade ou a existência de riscos físicos estão
relacionadas à sua incidência no ambiente de trabalho. Por exemplo, um
determinado ruído pode não constituir um problema, mas pode se tornar uma fonte
geradora de surdez progressiva, ou, dependendo da intensidade, até mesmo surdez
instantânea, como no caso de um ruído de impacto que perfure o tímpano.

22
30 OLUTÍPAC

CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS

3.2.2 Riscos químicos


Assim como os riscos físicos, os riscos químicos
podem envolver também pessoas que não estejam
em contato direto com a fonte de risco. Eles
geralmente provocam lesões ou doenças
imediatas. No entanto, não precisam
necessariamente de um meio para multiplicar sua
nocividade, uma vez que algumas subs­tâncias são Fonte: Getwet (2022).
prejudiciais por contato direto.
Os agentes de risco químico podem se apresentar em distintos estados: gasoso,
líquido, sólido ou em forma de partículas suspensas no ar. Esses agentes
suspensos no ar são chamados de aerodispersóides, são partículas sólidas
(poeiras e fumos) ou líquidas (neblinas e névoas).

3.2.3 Riscos biológicos


Mattos et al. (2011, p. 39) apontam também que os
riscos biológicos são aqueles introduzidos nos
processos de trabalho pela utilização de seres
vivos (em geral, microrganismos) como parte
integrante do processo produtivo, tais como vírus,
bacilos, bactérias, etc., potencialmente nocivos ao
Fonte: Aplica (2022
ser humano.

3.2.4 Riscos ergonômicos


Segundo Cardella (2009, p. 58) e Mattos et al.
(2011, p. 39; 326 - 353), os riscos ergonômicos são
aqueles introduzidos no processo de trabalho por
agentes (máquinas, métodos, etc.) inadequados às
limitações de seus usuários. Por exemplo, a
realização da atividade de levantamento manual
de cargas com o método das “costas curvadas” Fonte: Stonline (2022).
pode vir a provocar problemas lombares.

23
30 OLUTÍPAC

CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS

3.2.5 Riscos de acidentes


Riscos de acidentes são aqueles provocados pelos
agentes que demandam o contato físico com a ví‐­
tima para manifestar sua nocividade. Por exemplo,
a existência de estilete sobre uma mesa de
escritório, comumente utilizada em atividades
como apontar lápis ou cortar papel, introduz no
ambiente de trabalho um risco de acidente. Fonte: Humberseguros (2022).

24
Constituição
Federal
CAPÍTULO 04
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

4.1 Hierarquia das leis


Você sabe como se organizam as leis hierarquicamente? Para Carvalho e
Nascimento (1997, p. 229), “[...] a palavra hierarquia significa ordem, graduação,
organização segundo uma preferência. Hierarquizar quer dizer pôr em ordem, de
acordo com um critério”.
Veja, na figura, a seguir, em forma piramidal, como se dá a organização das leis.

Fonte: SENAI (2017).

26
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Ao ordenar a parte jurídica de um Estado, deve-se ter um único sistema de normas


que se harmonizam entre elas, formando um conjunto coerente. A teoria
elaborada por Kelsen (2000), do escalonamento das normas, aponta que o núcleo
da unidade de uma ordem jurídica não está todo no nível do mesmo plano. Já
Bobbio, Matteucci e Pasquino (1999, p. 49), após conhecer os ensinamentos de
Kelsen, observam que há normas superiores e normas inferiores. As inferiores
dependem das superiores.
Subindo das normas inferiores àquelas que se encontram mais acima, chega-se a
uma norma suprema, que não depende de nenhuma outra norma superior, e sobre
a qual repousa a unidade do ordenamento. Essa norma suprema é a norma
fundamental.
O mesmo autor afirma também que a hierarquia das normas jurídicas pode ser
escalonada em forma de uma pirâmide, em que na parte de cima encontra-se a
norma fundamental, em que todas as normas existentes dependem dela e a usam
para sua eficácia, seus ensinamentos e validade.
Ráo (1999, p. 305) afirma que leis se classificam, hierarquicamente, segundo a
maior ou menor extensão de sua eficácia e sua maior ou menor intensidade
criadora do direito. Sob o primeiro aspecto, nos regimes políticos baseados na
federação, as leis se distinguem em federais, estaduais e municipais. Sob o
segundo aspecto, a classificação hierárquica se baseia na conformidade das
normas inferiores às de categoria superior e esta conformidade se traduz em dois
princípios: o da constitucionalidade e o da legalidade.
Sendo assim, se existe um ordenamento jurídico,
então existe um sistema seguindo uma hierarquia.
Logo, as normas inferiores estão em conformidade
com as superiores.
Para Ráo (1999, p. 306), existem dois princípios de
hierarquia:

- Princípio da constitucionalidade; e
- Princípio da legalidade.
Fonte: Shopee-Lvro (2022).

27
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Perceba que, conforme os autores


anteriormente citados, existe uma hierarquia
entre as normas por escalonamento. E estão
divididas na seguinte ordem. Acompanhe:
a) Norma fundamental.
b) Constituição Federal.
c) Lei.
d) Complementar.
e) Ordinária.
f) Delegada.
g) Medida provisória. Fonte: Produto Mercadolivre (2022).
h) Decreto legislativo.
i) Resolução.
j) Decretos regulamentados pelo poder
executivo.
k) Alguns diplomas sem grande expressão
de eficácia, e de leve força normativa.
Embora os critérios de escalonamentos das leis e normas que formam o Direito
sejam rígidos, a hie­rarquia das leis não é seguida, por mais que exista essa
pirâmide no direito trabalhista. Maranhão (1984, p. 158) cita que “[...] as fontes
formais do Direito do Trabalho são: a Constituição, a Lei, o Regulamento, a
Sentença Normativa da Justiça do Trabalho, a Convenção Coletiva de Trabalho e
o Costume”.
Pode-se também acrescentar: os Contratos de Trabalho, as Convenções
Internacionais, os Tratados e os Acordos Coletivos.
Perceba que, levando em consideração o direito do trabalho e visando a proteção
da economia relacio­nada ao emprego, tem-se uma hierarquia flexível nas normas
desse direito. Alguns princípios norteiam o Direito do Trabalho e constituem o
fundamento da ordem jurídica. Acompanhe, a seguir.
a) Princípio da não renúncia do Direito – qualquer renúncia ao direito
trabalhista é legalmente inválida.
b) Princípio da continuidade da relação de emprego – o contrato de trabalho
deverá ser o mais dura­douro possível, dando sustento à instabilidade do
emprego.

28
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

c) Princípio da razão – na relação entre empregado e empregador, deve


sempre prevalecer a razão. Não se deve cobrar do empregado o que é
humanamente impossível realizar.
d) Princípio da boa-fé – os fatos deverão ser, quando houver divergência
sobre eles, documentados, tanto nos autos, quanto nos acordos. O que foi
acordado entre as partes deverá ser cumprido na íntegra e não poderá ser usado
de má-fé ou de artifícios escusos prejudiciais a outra parte.
e) Princípio Protetor – divide-se em três regras básicas:
Regra da interpretação da norma – em caso de dúvida na interpretação da norma,
esta deverá beneficiar o trabalhador;
Regra do benefício da condição – trabalhador deve exercer suas funções nas
condições concretas acordadas pelo empregador, respeitando-se o status
anterior;
Regra da continuidade da norma – que mais favorece o trabalhador.

4.2. Normas Regulamentadoras


As Normas Regulamentadoras (NR) são disposições
complementares ao Capítulo V (Da Segurança e da
Medicina do Trabalho) do Título II da Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), com redação dada pela Lei nº
6.514, de 22 de dezembro de 1977. Consistem em
obrigações, direitos e deveres a serem cumpridos por
empregadores e trabalhadores com o objetivo de garantir
trabalho seguro e sadio, prevenindo a ocorrência de
doenças e acidentes de trabalho. Fonte: Submarino(2022).

As primeiras normas regulamentadoras foram publicadas pela Portaria MTb nº


3.214, de 8 de junho de 1978. As demais normas foram criadas ao longo do
tempo, visando assegurar a prevenção da segurança e saúde de trabalhadores em
serviços laborais e segmentos econômicos específicos.
Segundo Ministério do Trabalho e Previdência:
No todo, são 37 Normas Regulamentadoras que visam proteger a Saúde e
Segurança física dos Trabalhadores Brasileiros. No então, 35 delas estão em vigor
e duas foram revogadas.

29
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A seguir, você conhecerá as Normas Regulamentadoras o que compõe cada


uma delas.
NR 01 - Disposições gerais e gerenciamento de riscos ocupacionais: O objetivo
desta Norma é estabelecer as disposições gerais, o campo de aplicação, os
termos e as definições comuns às Normas Regulamentadoras - NR relativas a
segurança e saúde no trabalho e as diretrizes e os requisitos para o
gerenciamento de riscos ocupacionais e as medidas de prevenção em
Segurança e Saúde no Trabalho - SST.
NR 02 - Inspeção prévia (REVOGADA) – Portaria SEPRT 915, de 30 de julho de
2019.
NR 03 - Embargo e interdição: Estabelece as
diretrizes para caracterização do grave e iminente
risco e os requisitos técnicos objetivos de embargo
e interdição. A adoção dos referidos requisitos
técnicos visa à formação de decisões consistentes,
proporcionais e transparentes. Fonte:EngenhariaSafety(2022).

NR 4 - Serviços especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho SESMT: As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da
administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que
possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,
manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e
proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. O dimensionamento
dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade principal e ao número total
de empregados do estabelecimento. Como segue o quadro abaixo:

30
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Fonte:SENAI (2017).

Os profissionais integrantes do SESMT devem possuir formação e registro


profissional em conformidade com o disposto na regulamentação da profissão e
nos instrumentos normativos emitidos pelo respectivo Conselho Profissional,
quando existente (BRASIL, 2016).

Profissionais que compõem o SEST:


Médico do Trabalho;
Engenheiro de Segurança do Trabalho;
Técnico de Segurança do Trabalho;
Enfermeiro do Trabalho;
Fonte:Prevenção Curitiba (2022).
Auxiliar ou Técnico em Enfermagem do
Trabalho.

31
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

NR 5 - Comissão interna de prevenção de acidentes:


Estabelece os parâmetros e os requisitos da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA
tendo por objetivo a prevenção de acidentes e
doenças relacionadas ao trabalho, de modo a tornar
compatível permanentemente o trabalho com a
preservação da vida e promoção da saúde do Fonte:Hsequality (2022)
trabalhador.
A CIPA é composta de representantes da empresa e representantes dos
empregados. Os representantes dos empregadores serão por eles designados. Já
os representantes dos empregados serão eleitos em escrutínio secreto, do qual
participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os
empregados interessados. Isto vale para os titulares e os suplentes.
O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida
uma reeleição. O empregador designará entre seus representantes o Presidente da
CIPA, e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-
presidente.
NR 6 - Equipamento de proteção individual – EPI: Considera-se Equipamento de
Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado
pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho.
Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção Individual, todo aquele
composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou
mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

As empresas são obrigadas a fornecer, gratuitamente, aos seus


empregados os EPIs, que são destinados a proteger a saúde e a integridade
física do trabalhador. Todo equipamento deve ter o Certificado de
Aprovação (CA) do Ministério do Trabalho e Emprego. Além disso, a
empresa que importa EPIs, também deverá ser registrada no Departamento
de Segurança e Saúde do Trabalho (existindo para esse fim, todo um
processo administrativo).

32
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Nesse sentido, é importante lembrar que o uso dos EPIs:


a) não eliminam o risco;
b) não evitam acidentes;
c) podem evitar danos pessoais, se corretamente utilizados.

NR 7 - Programa de controle médico de saúde ocupacional – PCMSO: Estabelece


diretrizes e requisitos para o desenvolvimento do Programa de Controle Médico
de Saúde Ocupacional - PCMSO nas organizações, com o objetivo de proteger e
preservar a saúde de seus empregados em relação aos riscos ocupacionais,
conforme avaliação de riscos do Programa de Gerenciamento de Risco - PGR da
organização.
Os resultados dos exames realizados deverão gerar um
Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), que ficará
arquivado na empresa do trabalhador examinado -
inclusive frente de trabalho ou canteiro de obras - à
disposição da fiscalização do trabalho. Além disso, uma
via do ASO obrigatoriamente deverá ser entregue ao
trabalhador.
O programa de controle médico e saúde ocupacional
tem como objetivo promover e preservar a saúde do
conjunto dos trabalhadores. Observe, a seguir, os tipos Fonte:Hsequality (2022)

de exames e procedimentos que podem fazer parte do


programa.
Exames clínicos:
a) Admissional: antes que o trabalhador assuma as suas atividades;
b) Periódico: a cada seis meses, um ano, ou a cada dois anos, conforme a faixa
etária dos trabalhadores e o tipo de exposição;
c) Retorno ao trabalho: no primeiro dia da volta ao trabalho, de todo empregado
que esteve ausente por um período igual ou superior a 30 dias, por motivo de
doença, acidente ou parto;
d) Mudança de função: sempre que houver alterações nas atividades do
funcionário;
e) Demissional: será obrigatoriamente realizada até a data da homologação.

33
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

NR 8 – Edificações: Estabelece requisitos técnicos


mínimos que devem ser observados nas edificações,
para garantir segurança e conforto aos que nelas
trabalhem. Os locais de trabalho devem ter a altura do
piso ao teto, pé direito, de acordo com as posturas
municipais, atendidas as condições de conforto,
segurança e salubridade, estabelecidas na Portaria
3.214/78. Fonte:Getwet (2022).

NR 09 - Avaliação e controle das exposições


ocupacionais a agentes físicos, químicos e
biológicos: Estabelece os requisitos para a avaliação
das exposições ocupacionais a agentes físicos,
químicos e biológicos quando identificados no
Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR,
previsto na NR-1, e subsidiá-lo quanto às medidas de
prevenção para os riscos ocupacionais. Fonte:Getwet (2022).

As medidas de prevenção estabelecidas nesta Norma se aplicam onde houver


exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos. A
abrangência e profundidade das medidas de prevenção dependem das
características das exposições e das necessidades de controle.
A identificação das exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e
biológicos deverá considerar:
a) descrição das atividades;
b) identificação do agente e formas de exposição;
c) possíveis lesões ou agravos à saúde relacionados às exposições
identificadas;
d) fatores determinantes da exposição;
e) medidas de prevenção já existentes; e
f) identificação dos grupos de trabalhadores expostos.

34
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

NR 10 - Segurança em instalações e serviços em


eletricidade: Estabelece os requisitos e condições
mínimas objetivando a implementação de
medidas de controle e sistemas preventivos, de
forma a garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores que, direta ou indiretamente,
interajam em instalações elétricas e serviços com Fonte: Nrxgestão (2022).
eletricidade.
Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo,
incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das
instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades,
observando-se as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos
competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais
cabíveis.
Em linhas gerais, a NR 10 estabelece diretrizes básicas destinadas à
implementação de medidas de controle e sistemas preventivos ao risco elétrico. A
seguir são apresentados os principais itens que fazem parte da estrutura desta
norma.
a) Medidas de controle e proteção contra o risco elétrico e outros riscos
adicionais;
b) Projetos de instalações elétricas;
c) Construção, montagem, operação e manutenção de instalações elétricas;
d) Segurança em instalações elétricas desenergizadas;
e) Segurança em instalações elétricas energizadas;
f) Trabalhos envolvendo alta tensão (AT);
g) Habilitação, qualificação, capacitação e autorização dos trabalhadores;
h) Proteção contra incêndio e explosão em instalações e equipamentos
elétricos;
i) Sinalização de segurança nas instalações e serviços que envolvem
eletricidade;
j) Procedimentos de trabalho para serviços em instalações elétricas;
k) Situações de emergência que envolvam instalações ou serviços com
eletricidade;
l) Responsabilidades de contratantes e contratados.

35
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

NR 11 - Transporte, movimentação, armazenagem e


manuseio de materiais: Operação de elevadores,
guindastes, transportadores industriais e máquinas
transportadoras. Os equipamentos utilizados na
movimentação de materiais, tais como ascensores,
elevadores de carga, guindastes, monta-carga, pontes-
rolantes, talhas, empilhadeiras, guinchos, esteiras-
rolantes, transportadores de diferentes tipos, serão Fonte: A7engenharia (2022).

calculados e construídos de maneira que ofereçam as necessárias garantias de


resistência e segurança e conservados em perfeitas condições de trabalho.
NR 12 - Segurança no trabalho em máquinas e
equipamentos: Definem referências técnicas,
princípios fundamentais e medidas de proteção para
resguardar a saúde e a integridade física dos
trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a
prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas
fases de projeto e de utilização de máquinas e
equipamentos, e ainda à sua fabricação, importação,
Fonte: Cbie (2022).
comercialização, exposição e cessão a qualquer título,
em todas as atividades econômicas, sem prejuízo da observância do disposto nas
demais NRs aprovadas pela Portaria MTb n.º 3.214, de 8 de junho de 1978.
Entende-se como fase de utilização o transporte, montagem, instalação, ajuste,
operação, limpeza, manutenção, inspeção, desativação e desmonte da máquina
ou equipamento.
NR-13 - Caldeiras, vasos de pressão,
tubulações e tanques metálicos de
armazenamento: Estabelece requisitos
mínimos para gestão da integridade estrutural
de caldeiras a vapor, vasos de pressão, suas
Fonte: Casadacaldeira (2022). tubulações de interligação e tanques metálicos
de armazenamento nos aspectos relacionados à instalação, inspeção, operação e
manutenção, visando à segurança e à saúde dos trabalhadores.

36
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Deve ser aplicada aos seguintes equipamentos:


a) Todos os equipamentos enquadrados como caldeiras;
b) Vasos de pressão cujo produto P.V seja superior a 8 (oito), onde P é a pressão
máxima de operação em kPa, em módulo, e V o seu volume interno em m³;
c) Vasos de pressão que contenham fluido da classe A;
d) Recipientes móveis com P.V superior a 8 (oito) ou com fluido da classe A;
e) Tubulações ou sistemas de tubulação ligados a caldeiras ou vasos de pressão,
que contenham fluidos de classe A ou B;
f) Tanques metálicos de superfície para armazenamento e estocagem de produtos
ou de matérias-primas, não enterrados e com fundo apoiado sobre o solo, com
diâmetro externo maior do que 3 m (três metros), capacidade nominal maior do
que 20.000 L (vinte mil litros), e que contenham fluidos de classe A ou B.

NR 14 - Fornos: Os fornos, para qualquer


utilização, devem ser construídos solidamente,
revestidos com material refratário, de forma
que o calor radiante não ultrapasse os limites
de tolerância estabelecidos pela Norma
Regulamentadora – NR 15. Os fornos devem
ser instalados em locais adequados,
oferecendo o máximo de segurança e conforto
aos trabalhadores. Fonte: Rescuecursos (2022).

Os fornos devem ser instalados de forma a evitar acúmulo de gases nocivos e


altas temperaturas em áreas vizinhas.

NR15 - Atividades e operações insalubres:


Considerada atividade insalubre, quando
ocorre além dos limites de tolerância, isto é:
intensidade, natureza e tempo de exposição
ao agente que causará danos à saúde do
trabalhador durante a sua vida laboral.
Fonte:Prometalepis (2022).

37
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

As atividades insalubres estão contidas nos anexos da Norma e são considerados


como agentes: ruído contínuo ou permanente; ruído de impacto; tolerância para
exposição ao calor; radiações ionizantes e não ionizantes; trabalho sob condições
hiperbáricas; vibrações; frio; umidade; agentes biológicos; benzeno; agentes
químicos e poeiras minerais.
Tanto a NR 15 quanto a NR 16 dependem de perícia, ficando a cargo do médico ou
do engenheiro do trabalho, devidamente credenciados no MTE, fazer a perícia.
Segundo o artigo 189 da CLT (BRASIL,1943), serão consideradas atividades ou
operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de
trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites
de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo
de exposição aos seus efeitos.
Características: a insalubridade tem características decorrentes de agentes
físicos, químicos e biológicos.

Agentes físicos

Ruído, calor, frio e radiação

Condições hiperbáricas e vibração

Agentes químicos

Gases, vapores, poeiras e fumos

Agentes biológicos

Bactérias, vírus e fungos

Fonte: SENAI (2022).

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40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Limites da tolerância: são parâmetros estabelecidos que indicam a intensidade do


agente à qual a maioria dos trabalhadores pode estar exposta sem causar danos à
saúde, dia após dia, durante toda a vida.
Adicional de insalubridade: a cada nível de insalubridade, é acrescido um
adicional ao salário do colaborador, nas seguintes proporções:
a) 10% do salário-mínimo para grau mínimo.
b) 20% do salário-mínimo para grau médio.
c) 40% do salário-mínimo para grau máximo.
Eliminação ou neutralização da insalubridade: um dos objetivos é a eliminação ou
a neutralização da insalubridade, que consistem em:
a) Eliminação: mantendo a exposição aos agentes de risco dentro dos limites de
tolerância.
b) Neutralização: proteção do trabalhador exposto.

A figura, a seguir, apresenta um exemplo de atividade insalubre.

Fonte: Stock (2022).

39
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

NR 16 - Atividades e operações perigosas: A


NR 16 define os critérios técnicos e legais
para avaliar e caracterizar as atividades e
operações perigosas e o adicional de
periculosidade devido. O exercício de trabalho
em condições de periculosidade assegura ao
trabalhador a percepção de adicional de 30%
(trinta por cento), incidente sobre o salário
(BRASIL, 2015b). A NR 16 se trata de um
conjunto de medidas de segurança que devem
ser aplicadas pelas empresas no que se refere
Fonte: PREVENIRSS(2022).
a atividades e operações perigosas.
Quando falamos em atividades e operações perigosas, estamos nos referindo
àquelas:
· Com explosivos;
· Com inflamáveis;
· Com radiações ionizantes ou substâncias radioativas;
· Com exposição a roubos ou outras violências físicas;
· Com energia elétrica;
· Com motocicleta.
NR 17 – Ergonomia: Esta norma estabelece os parâmetros que permitem a
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas
(BRASIL, 2007). Veja na imagem a seguir um exemplo de estação de trabalho.

Fonte: SENAI (2011).

40
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A NR 17 tem como objetivo estabelecer parâmetros que permitam a adaptação


das condições de trabalho às características psicofisiológicas, das máquinas,
ambiente, comunicações dos elementos do sistema, informações, processamento,
tomada de decisões, organização e consequências do trabalho dos trabalhadores,
de modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança e eficiência. Aborda
também os aspectos de levantamento, transporte e descarga de materiais, além
de mobiliário, equipamentos e condições ambientais do posto de trabalho e
organização do trabalho.
Em relação às doenças decorrentes do trabalho, o termo DORT (Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) é muito mais abrangente que o
termo LER (Lesão por Esforço Repetitivo), constante hoje das relações de doenças
profissionais da Previdência. Assim é possível concluir que a aplicação desta
norma é fundamentalpara a saúdee segurança dotrabalhador. Além disso, a
ergonomia possibilita o aumento da produtividade através da melhoria das
condições para execução do trabalho.

NR 18 - Segurança e saúde no trabalho na


indústria da construção: Estabelecer
diretrizes de ordem administrativa, de
planejamento e de organização, que
visam à implementação de medidas de
controle e sistemas preventivos de
segurança nos processos, nas condições Fonte: CWSE (2022).
e no meio ambiente de trabalho na
indústria da construção.
Esta norma se aplica às atividades da indústria da construção constantes da
seção “F” do Código Nacional de Atividades Econômicas - CNAE e às atividades e
serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em
geral e de manutenção de obras de urbanização.

41
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

NR 19 - Explosivos: Esta norma define explosivo o


material ou substância que, quando iniciada, sofre
decomposição muito rápida em produtos mais
estáveis, com grande liberação de calor e
desenvolvimento súbito de pressão. Os requisitos
desta norma abrangem aspectos de fabricação,
armazenamento e transporte de explosivos.
Fonte: Rescuecursos (2022).

Por exemplo: a proibição da fabricação de explosivos no perímetro urbano de


cidades, vilas ou povoados.

NR 20 – Segurança e saúde no trabalho com


líquidos inflamáveis e combustíveis: a
aplicação desta NR tem como abrangência
as atividades de:
a) extração, produção, armazenamento,
transferência, manuseio e manipulação de
inflamáveis, nas etapas de projeto,
construção, montagem, operação, Fonte: Centroformativa (2022).
manutenção, inspeção e desativação da
instalação;
b) extração, produção, armazenamento, transferência e manuseio de líquidos
combustíveis, nas etapas de projeto, construção, montagem, operação,
manutenção, inspeção e desativação da instalação (BRASIL, 2017e).
Esta NR também estabelece requisitos mínimos para a gestão da segurança e
saúde no trabalho contra os fatores de risco de acidentes provenientes das
atividades de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e
manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis.

42
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

NR 21 - Trabalho a céu aberto: Define o tipo de proteção aos trabalhadores que


trabalham sem abrigo, contra intempéries (insolação, condições sanitárias, água
etc.). Os locais de trabalho deverão ser mantidos em condições sanitárias
compatíveis com o gênero de atividade e dentro das obrigações de segurança.

Fonte: PONTOTEL (2021). Fonte: TXRBR (2022).

NR 22 - Segurança e saúde ocupacional na mineração: Disciplinar os preceitos a


serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar
compatível o planejamento e o desenvolvimento da atividade mineira com a busca
permanente da segurança e saúde dos trabalhadores.

Esta norma se aplica a:


a) minerações subterrâneas;
b) minerações a céu aberto;
c) garimpos, no que couber;
d) beneficiamentos minerais; e
e) pesquisa mineral.
Fonte: Prometal (2019).

NR 23 - Proteção Contra Incêndios: Todos os empregadores devem adotar


medidas de prevenção de incêndios, em conformidade com a legislação estadual
e as normas técnicas aplicáveis. O empregador deve providenciar para todos os
trabalhadores informações sobre:
a) utilização dos equipamentos de combate ao incêndio;
b) procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com segurança;
c) dispositivos de alarme existentes.

43
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Os locais de trabalho deverão dispor de


saídas, em número suficiente e
dispostas de modo que aqueles que se
encontrem nesses locais possam
abandoná-los com rapidez e segurança,
em caso de emergência.
Fonte: VENTURINE ENGENHARIA (2022).

As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por


meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída. Nenhuma saída
de emergência deverá ser fechada à chave ou presa durante a jornada de trabalho.

NR 24 - Condições sanitárias e de
conforto nos locais de trabalho:
Estabelece as condições mínimas de
higiene e de conforto a serem
observadas pelas organizações, devendo
o dimensionamento de todas as
instalações regulamentadas por esta NR Fonte: Siawise (2022).
ter como base o número de
trabalhadores usuários do turno com
maior contingente.

NR 25 – Resíduos industriais:
Entendem-se como resíduos industriais
aqueles provenientes dos processos
industriais, na forma sólida, líquida ou
gasosa ou combinação dessas, e que
por suas características físicas,
químicas ou microbiológicas não se
Fonte: Prevenirss (2022). assemelham aos resíduos domésticos,
como cinzas, lodos, óleos, materiais alcalinos ou ácidos, escórias, poeiras, borras,
substâncias lixiviadas e aqueles gerados em equipamentos e instalações de
controle de poluição, bem como demais efluentes líquidos e emissões gasosas
contaminantes atmosféricas.

44
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

NR 26 - Sinalização de segurança:
Determina a utilização de cores para
segurança em estabelecimentos ou locais
de trabalho, a fim de indicar e advertir
acerca dos riscos existentes; identificar os
equipamentos de segurança, além de
delimitar áreas; identificar tubulações
empregadas para a condução de líquidos e
gases e advertir contra riscos, sempre Fonte: Folhaverdejal (2018)
atendendo ao disposto nas normas
técnicas oficiais.
A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de
acidentes (BRASIL, 2015a). A norma estabelece que o produto químico utilizado
no local de trabalho deve ser classificado quanto aos perigos, de acordo com os
critérios estabelecidos pelo Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e
Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas.

NR 27 - Registro profissional do técnico de segurança do trabalho no MTB: Foi


revogada pela portaria n.º 262, de 29 de maio de 2008.

NR 28 - Fiscalização e penalidades: Toda


Norma Regulamentadora possui uma
gradação de multas para cada item das
normas. Essas gradações são divididas por
número de empregados, risco na segurança
e risco em medicina do trabalho (BRASIL,
2017f).
Fonte: Siawise (2022).

O agente da fiscalização, baseado em critérios técnicos, autua o estabelecimento,


faz a notificação, concede prazo para a regularização e/ou defesa. A fiscalização
é realizada in loco.

45
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Quando constatar situações graves e/ou iminentes de risco à saúde e à


integridade física do trabalhador, a autoridade regional propõe a imediata
interdição do estabelecimento. As multas previstas na NR 28 são aplicadas por
item descumprido, de acordo com a gravidade da situação encontrada, a
existência de reincidência e a quantidade de empregados da empresa. Esta norma
também permite a concessão de prazos para regularização de algumas
exigências de saúde e segurança no trabalho, de acordocom critérios definidos,e
estabelece osprocedimentos necessários para o embargo e a interdição.

NR 29 - Segurança e saúde no trabalho


portuário: Estabelecer as medidas de
prevenção em Segurança e Saúde no
trabalho portuário e as diretrizes para a
implementação do gerenciamento dos
riscos ocupacionais nos ambientes de
trabalho alcançados por esta NR.
Fonte: Getwet (2022).

Campo de aplicação: Aplicam-se ao trabalho portuário, tanto a bordo como em


terra, assim como às demais atividades nos portos e nas instalações portuárias,
públicas ou privadas, situadas dentro ou fora da área do porto organizado e nos
terminais retroportuários.

NR 30 - Segurança e saúde no trabalho


aquaviário: Estabelecem requisitos para a
proteção e o resguardo da segurança e da
saúde no trabalho aquaviário, disciplinando
medidas a serem observadas nas
organizações e nos ambientes de trabalho
para a prevenção de possíveis lesões ou
agravos à saúde. Fonte: Foxtreinamentos (2022).

Campo de aplicação: Esta norma se aplica aos trabalhos realizados em


embarcações comerciais, de bandeira nacional, bem como às de bandeiras
estrangeiras, nos termos do disposto em Convenções Internacionais ratificadas
em vigor, utilizadas no transporte de cargas ou de passageiros, inclusive naquelas
embarcações usadas na prestação de serviços.

46
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

NR 31 - Segurança e saúde no trabalho na


agricultura, pecuária, silvicultura, exploração
florestal e aquicultura: Esta Norma
Regulamentadora - NR tem por objetivo
estabelecer os preceitos a serem observados
na organização e no ambiente de trabalho
rural, de forma a tornar compatível o
planejamento e o desenvolvimento das F o n t e : W O R G ( 2 0 2 2 ) .
atividades do setor com a prevenção de
acidentes e doenças relacionadas ao
trabalho rural.
Esta Norma se aplica a quaisquer atividades da agricultura, pecuária, silvicultura,
exploração florestal e aquicultura, verificadas as formas de relações de trabalho e
emprego e o local das atividades.
NR 32 - Segurança e saúde no trabalho em
serviços de saúde: Finalidade estabelecer as
diretrizes básicas para a implementação de
medidas de proteção à segurança e à saúde
dos trabalhadores dos serviços de saúde,
bem como daqueles que exercem atividades
de promoção e assistência à saúde em geral. Fonte: Stiengenharia (2022).

Para fins de aplicação desta NR entende-se por serviços de saúde qualquer


edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população e todas as
ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em
qualquer nível de complexidade.
NR 33 - Segurança e saúde nos trabalhos em
espaços confinados: Estabelecer os requisitos
mínimos para identificação de espaços
confinados e o reconhecimento, avaliação,
monitoramento e controle dos riscos
existentes, de forma a garantir
Fonte: Tats (2022). permanentemente a segurança e saúde dos
trabalhadores que interagem direta ou
indiretamente nestes espaços.

47
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação


humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação
existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a
deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

NR 34 - Condições e meio ambiente de


trabalho na indústria da construção,
reparação e desmonte naval: Estabelece os
requisitos mínimos e as medidas de proteção
à segurança, à saúde e ao meio ambiente de
trabalho nas atividades da indústria de
Fonte: Centroformativa (2022). construção, reparação e desmonte naval.
Consideram-se atividades da indústria da construção e reparação naval todas
aquelas desenvolvidas no âmbito das instalações empregadas para este fim ou
nas próprias embarcações e estruturas, tais como: navios, barcos, lanchas,
plataformas fixas ou flutuantes, dentre outras.

NR 35 - Trabalho em altura: Estabelece os


requisitos mínimos e as medidas de proteção
para o trabalho em altura, envolvendo o
planejamento, a organização e a execução, de
forma a garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores envolvidos direta ou
indiretamente com esta atividade. Fonte: Verdeghaia (2022).
Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de 2,00 m (dois
metros) do nível inferior, onde haja risco de queda.

NR 36 - Segurança e saúde no trabalho em


empresas de abate e processamento de carnes
e derivados: O objetivo desta Norma é
estabelecer os requisitos mínimos para a
avaliação, controle e monitoramento dos riscos
existentes nas atividades desenvolvidas na
indústria de abate e processamento de carnes e
Fonte: Nelore (2022). derivados destinados ao consumo humano.

48
40 OLUTÍPAC

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

De forma a garantir permanentemente a segurança, a saúde e a qualidade de vida


no trabalho, sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas
Regulamentadoras.

NR 37 - Segurança e saúde em
plataformas de petróleo: Estabelecer os
requisitos de segurança, saúde e
condições de vivência no trabalho a
bordo de plataformas de petróleo em
operação nas Águas Jurisdicionais
Brasileiras - AJB. Fonte:Getwet (2022).

Esta Norma se aplica ao trabalho nas plataformas nacionais e estrangeiras, bem


como nas Unidades de Manutenção e Segurança - UMS, devidamente autorizadas
a operar em AJB.

49
Análise de
acidente
CAPÍTULO 05
50 OLUTÍPAC

ANÁLISE DE ACIDENTE

5.1 Inspeção de segurança nos ambiente de trabalho


Inspeção de segurança pode ser definida como
uma vistoria efetuada no local de trabalho, em
que são verificados aspectos relacionados à
segurança e higiene do trabalho. Tem como
objetivos avaliar se os procedimentos de
segurança são seguidos pelos trabalhadores,
observar atos inseguros e condições inseguras
que possam provocar danos pessoais, Fonte:Getty Images (2018)

materiais e ambientais, além dos riscos provenientes do ambiente de trabalho.


Essas inspeções se destinam a descobrir riscos comuns, já conhecidos e mais
elementares, tanto sob o ponto de vista material, como pessoal. A seguir, você
poderá observar alguns exemplos desses riscos:

a) falta de proteção em máquinas;


b) proteção danificada, mal projetada ou com irregularidade em seu
funcionamento;
c) falta de organização de maquinários ou equipamentos, desordem;
d) disposição de materiais de maneira perigosa;
e) uso de equipamentos de forma insegura;
f) falta ou uso inadequado de equipamentos de proteção individual (EPI);
g) falta ou uso inadequado de equipamentos de proteção coletiva (EPC).

De acordo com Zocchio (1977), as inspeções de segurança constituem uma


grande fonte de informações que auxiliam na determinação de medidas de
segurança, prevenindo os acidentes do trabalho. Quando bem executadas e
envolvendo todos os responsáveis, as inspeções atingem os seguintes objetivos:
a) possibilitam a determinação de meios preventivos, antes da ocorrência de
acidentes;
b) ajudam a fixar nos trabalhadores a mentalidade da segurança do trabalho e da
higiene industrial;
c) encorajam os próprios trabalhadores a agirem como inspetores de segurança
nos seus serviços;

51
50 OLUTÍPAC

ANÁLISE DE ACIDENTE

d) melhoram o entrelaçamento entre os serviços de segurança e os demais


setores da empresa;
e) divulgam e consolidam nos trabalhadores o interesse da empresa pela
segurança do trabalho;
f) despertam nos trabalhadores a necessária confiança na administração e
angariam a colaboração de todos para a prevenção de acidentes.
Perceba que conhecer e participar das inspeções de segurança são ações que
fazem com que os colaboradores se sintam parte da empresa, com a
responsabilidade de estar cuidando do que e seu. Veja, a seguir, os tipos de
inspeção de segurança.

Tipos de inspeções de segurança


As inspeções de segurança podem ser feitas por vários motivos, assim como os
seus objetivos, que também são variados.
Estas inspeções são executadas por pessoas de funções e responsabilidades
diferentes, e programadas em épocas em intervalos variáveis, conforme a
necessidade.
As inspeções podem ainda apresentar características distintas, como você poderá
conferir a seguir:
a) Inspeções gerais: são realizadas em todos os setores da empresa, relativas aos
problemas de segurança, higiene e medicina do trabalho. Participam dessa
atividade: engenheiros, técnicos de segurança, médicos e membros de CIPAs -
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. As inspeções devem ser repetidas
em intervalos regulares e, na ausência desses serviços especializados, caberá à
CIPA da empresa responsabilizar-se por essa tarefa.
b) Inspeções parciais: podem se limitar em relação aos espaços, sendo
inspecionados apenas determinando setores da empresa. Possuem como fator
limitador as atividades, sendo inspecionados alguns tipos de função ocupacional,
máquinas ou equipamentos.
c) Inspeções de rotina: esse tipo de inspeção cabe aos encarregados dos setores
de segurança, aos membros da CIPA, aos responsáveis pela manutenção de
máquinas, equipamentos e condutores de energia. É muito importante que os
trabalhadores façam inspeções em suas ferramentas, nas máquinas que operam
e nos equipamentos que utilizam.

52
50 OLUTÍPAC

ANÁLISE DE ACIDENTE

Naturalmente, em inspeções de rotina, os riscos mais preocupantes são aqueles


que se manifestam com mais frequência e que constituem as causas mais
comuns dos acidentes.
d) Inspeções periódicas: como é natural ocorrer desgastes dos meios materiais
utilizados na produção, de tempos em tempos, devem ser marcadas, com
regularidade, as inspeções destinadas a descobrir riscos que o uso de
ferramentas, máquinas, equipamentos ou instalações elétricas podem provocar.
A manutenção e a engenharia, normalmente, se ocupam dessas inspeções.
Algumas dessas inspeções, determinadas em lei, são feitas principalmente em
equipamentos perigosos, como caldeiras, máquinas e elevadores e em
equipamentos de segurança, como extintores e mangueiras. Outros materiais
móveis de maior uso e desgaste devem merecer inspeções periódicas.
e) Inspeções eventuais: diferentemente das inspeções periódicas, para as
inspeções eventuais não há datas ou períodos determinados. Podem ser
realizadas por técnicos de diversas áreas, incluindo médicos e engenheiros, e se
destinam a controles especiais de problemas importantes dos diversos setores
da empresa. O médico pode, por exemplo, realizar inspeção em ambientes
ligados à saúde do trabalhador, como refeitórios, cozinhas, instalações sanitárias,
vestiários e outros.
f) Inspeções oficiais: são inspeções realizadas por agentes dos órgãos oficiais e
das empresas de seguro.
g) Inspeções especiais: essas inspeções são destinadas a controles técnicos que
exigem profissionais especializados e aparelhos de teste e medição. É possível
medir, por exemplo, o ruído ambiental, a quantidade de partículas tóxicas em
suspensão no ar e a avaliação microbiológica que pode provocar doenças.

Saiba mais
Queres saber mais de Segurança do Trabalho, tem como objetivo de
aprofundar seus estudos. Para saber mais acesse o link:

https://www.gov.br/fundacentro/pt-br

53
50 OLUTÍPAC

ANÁLISE DE ACIDENTE

5.2 Hierarquia das ações de segurança e equipamentos de proteção


A hierarquia de ações é um processo que identifica qual ordem deve ser seguida
para definição de um determinado controle de risco. Porém, anterior as cinco
etapas algumas ações são fundamentais para promover um ambiente seguro. É
necessário primeiramente fazer a identificação dos riscos através de uma análise
de análise, para determinar a graduação: crítico, grave, moderado ou leve.

Fonte: Linkedin (2022).

Após essa etapa, será necessário identificar quais medidas devem ser adotadas e
qual a prioridade necessária para controlar os respectivos riscos.
Atualmente, o controle de risco mais utilizado é o fornecimento do EPI
(equipamento de proteção individual), mas será que esse seria a melhor forma de
controlar os riscos?
A hierarquia de controle de riscos demonstra, através de uma pirâmide invertida, a
priorização das implementações das medidas de controle

54
50 OLUTÍPAC

ANÁLISE DE ACIDENTE

Na aplicação da hierarquia de controle de risco, o importante é sempre prezar


pelas ações de maior efetividade em ordem decrescente:
A eliminação - Determinar recursos ou rever processos para eliminar qualquer
probabilidade da ocorrência do acidente, doença ou lesão é a melhor ação feita.
Ex.: Substituir a movimentação manual de carga por movimentação mecânica.
A redução ou substituição - É determinada pela forma de reduzir o risco através
da implementação de recursos ou produtos menos agressivos que reduzem a
exposição.
Ex.: Substituição do óleo vegetal por mineral para lubrificação de equipamentos,
dentre outros.
Os controles de engenharia - É definido através das mudanças no ambiente de
trabalho de forma permanente e efetiva, garantindo que os empregados não
fiquem expostos aos riscos. Ex.: Proteção física em partes rotativas,
enclausuramento de equipamento ruidoso.
Os controles administrativos - Definido pela aplicação de treinamentos, placas de
sinalização e monitoramento do comportamento. Ex.: Treinamento para executar
trabalho em altura.
Os EPIs - Definido por diversas empresas como a “única” forma de controlar a
exposição ao risco. A aplicação do EPI por ser a última fase de um
gerenciamento de risco pode ser considerada a menos eficiente, pois sabemos
que o EPI não elimina o acidente e sim minimiza as lesões.
O controle de riscos é um processo contínuo e precisamos estar atentos a toda e
qualquer mudança nos ambientes de trabalho. Por essa razão os procedimentos
de controle e gestão de risco devem ser revisados regularmente para garantir sua
qualidade e total eficácia.

Equipamentos de proteção individual e coletiva


O uso de equipamentos de proteção também é essencial para prevenir ou
minimizar riscos.
a) Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs);
b) Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

55
50 OLUTÍPAC

ANÁLISE DE ACIDENTE

Definições
Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) são os dispositivos, sistemas ou
meios físicos ou móveis de abrangência coletiva, destinado a preservar a
integridade física e saúde dos trabalhadores usuários e terceiros.
São exemplos de EPCs:
a) vara de manobra isolada;
b) cone;
c) escadas com isolamento;
d) cinturão trava-quedas.

Fonte:Preventmed (2022).

Os Equipamentos de Proteção individual (EPI) são todos os dispositivos de uso


individual de fabricação nacional ou estrangeira, destinados a proteger a saúde e
a integridade física do trabalhador.

São exemplos de EPIs:


a) botinas de segurança;
b) luvas isolantes;
c) óculos de segurança;
d) máscaras.
Fonte:Gestãodesegurançaprivada (2022)

A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento


de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e
funcionamento. E o trabalhador deverá utilizar apenas para a que se destina,
responsabiliza-se pela guarda e conservação, comunicar qualquer alteração que o
torne impróprio para uso.

56
50 OLUTÍPAC

ANÁLISE DE ACIDENTE

Mapa de risco
O mapa de risco é uma forma de reunir as informações através de definições
gráficas onde estabelecerá as situações de risco de segurança e saúde no
trabalho, pode se definir como uma metodologia qualitativa e subjetiva dos riscos
presentes.
O mapa de risco é construído tendo como base a planta baixa ou esboço do local
de trabalho, e os riscos serão definidos pelos diâmetros dos círculos:

Fonte: Unicamp (2022).

57
Análise de
risco
CAPÍTULO 06
60 OLUTÍPAC

ANÁLISE DE RISCO

6.1 Definições
A análise de risco faz parte das medidas essenciais para a segurança do
trabalho. A APR é um método capaz de avaliar os riscos existentes no local de
trabalho para que seja possível prevenir os acidentes e proteger o trabalhador
corretamente.
A segurança do trabalho oferece diversas ferramentas para os profissionais
realizarem a gestão com eficiência para evitar os acidentes de trabalho e as
doenças ocupacionais.
Segundo Mattos et al. (2011, p. 05), as empresas estão deixando de considerar a
segurança do trabalho como algo a ser cumprido por força de lei, para vê-la como
parte importante do negócio, como um bem intangível que agrega valor ao
produto ou serviço, tornando-a uma empresa destacada em seu ramo de negócio.
Mattos et al. (2011) ainda sugerem dez obrigações de gestão, como forma de
prevenir a ocorrência de acidentes e aperfeiçoar o sistema de gestão de
segurança da organização. São elas:
a) o progresso e medido pelas taxas de incidentes;
b) a segurança advém de um sistema, mais do que um programa;
c) as técnicas estatísticas guiam os esforços de melhoria contínua;
d) a investigação de acidentes e incidentes e renovada ou e eliminada;
e) são utilizados princípios técnicos e ferramentas estatísticas para controle de
processos;
f) a melhoria do sistema e enfatizada;
g) são concedidos benefícios às pessoas que descobrem e apontam situações
ilegais (desvios);
h) a formalização da participação dos trabalhadores na resolução dos problemas
e na tomada de decisão;
i) melhorias ergonômicas são consideradas nos projetos dos postos de trabalho;
j) as armadilhas do sistema que causam erros são eliminadas.

Desvio
Entende-se por desvio qualquer ação ou condição que esteja em não
conformidade com procedimentos, normas e requisitos legais que possam vir a
desencadear, de forma direta ou indireta, danos às pessoas e ao patrimônio ou
impacto no meio ambiente.

59
60 OLUTÍPAC

ANÁLISE DE RISCO

Portanto, é considerado desvio o descumprimento, de modo consciente, das


normas de segurança, seja por negligência ou por omissão relacionada ao risco.
Por exemplo, remover dispositivos de segurança de um equipamento ou não usar
o EPI exigido na função. A condição do ambiente de trabalho também pode vir a
ser um desvio quando possibilita a ocorrência de acidentes.
Por exemplo: piso sujo com óleo lubrificante.
Os desvios são evidenciados, na sua maioria, de forma qualitativa, através das
inspeções no local de trabalho.

6.2 Técnicas de análises quantitativas e qualitativas


A análise de risco está relacionada ao processo para obter informações sobre o
risco, no qual o resultado da análise e confrontado com padrões, critérios e
julgamentos, levados em consideração para demonstrar se as medidas adotadas
estão de acordo com o esperado em relação à saúde e segurança no trabalho.
Para efetuar uma análise de riscos, é preciso efetuar um estudo de todos os
dados e informações relacionadas aos processos existentes na organização. No
entanto, esses estudos devem ser periodicamente revisados e atualizados para
promover a melhoria contínua do programa de gestão de riscos, pois os
processos, materiais, equipamentos e pessoas têm suas características alteradas
ao longo do tempo.
A análise de riscos, dependendo dos dados ou informações obtidas em relação
aos processos organizacionais, pode ser conduzida com vários graus de
refinamento, classificando-a em ordem crescente de complexidade e custos para
a empresa, a fim de se obter uma indicação geral no nível de risco. A condução da
análise de riscos é feita, basicamente, através de técnicas quantitativas e
qualitativas. A seguir, acompanhe as características destas técnicas.

Análise qualitativa
Em termos de análise de riscos, uma avaliação qualitativa representa uma análise
subjetiva. Isto significa que o resultado deste tipo de análise irá depender das
percepções da pessoa que irá efetuá-la. Na análise qualitativa, ocorre a
percepção, ou não, de determinado agente. No entanto, a dimensão deste agente
será conhecida somente mediante uma análise quantitativa.

60
60 OLUTÍPAC

ANÁLISE DE RISCO

As técnicas aplicadas neste tipo de análise são: a inspeção visual in loco, as


entrevistas com os trabalhadores do local e função objeto da análise. Para
realizar uma análise qualitativa, é preciso utilizar palavras específicas que
procurem mensurar a intensidade das consequências de um determinado risco
com as probabilidades dos mesmos acontecerem. Estes termos são ajustáveis
de acordo com as circunstâncias. Um mesmo termo pode ser adaptável a
diferentes tipos de riscos.
As situações em que a análise qualitativa são utilizada com mais frequências
são:
a) nas fases iniciais dos processos, para identificar os riscos envolvidos, que
possuem um alto nível de criticidade;
b) quando não for necessário efetuar análises mais detalhadas em função do
nível do risco;
c) quando não for possível realizar uma análise quantitativa, devido à falta de
dados numéricos.

Para efetuar este tipo de análise, são utilizadas escalas qualitativas de


probabilidades subjetivas dos riscos e suas consequências, utilizando-se de
medidas simples, de forma a atender às necessidades de uma determinada
organização.
Observe, a seguir, os níveis das medidas qualitativas das consequências dos
riscos.

Fonte: Adaptado da Norma AS/NZS 4360 – Gestão de riscos (2004).

61
60 OLUTÍPAC

ANÁLISE DE RISCO

Outra fonte importante de informação é o quadro dos níveis das medidas


qualitativas das probabilidades dos riscos, que estão descritas no quadro, a
seguir.

Fonte: Adaptado da Norma AS/NZS 4360 – Gestão de riscos (2004).

Depois de identificar e classificar o nível de risco e a definição das suas


probabilidades e consequências, é possível efetuar uma análise qualitativa de
riscos, utilizando uma matriz para o cruzamento de informações. Verifique, a
seguir, a Matriz de Análise Qualitativa de Riscos que faz uma relação entre a
probabilidade e as consequências dos riscos, além de auxiliar na definição das
ações a serem adotadas para o tratamento, monitoramento ou transferência dos
riscos.

Fonte: Adaptado da Norma AS/NZS 4360 – Gestão de riscos (2004).

Legenda:

62
60 OLUTÍPAC

ANÁLISE DE RISCO

Observe que, com o cruzamento das medidas de consequências e de


probabilidades, a matriz de análise qualitativa de riscos permite a classificação
dos riscos por grau de criticidade, o que para o profissional de segurança no
trabalho contribui para o monitoramento dos riscos que devem, além de tudo,
serem evitados.
Análise quantitativa
A análise quantitativa caracteriza-se pela utilização somente de valores
numéricos para representar as consequências e as probabilidades. Os dados
podem ser oriundos de fontes, como registros anteriores, experiências e
publicações específicas que tenham relação com os fatores considerados na
análise, modelos de engenharia e a opinião de especialistas, entre outros. A
qualidade da análise está diretamente relacionada à precisão dos valores
numéricos utilizados e de sua abrangência.
O objetivo da análise quantitativa é mensurar o risco, utilizando para isso
parâmetros e instrumentos específicos para determinar o grau de
comprometimento da saúde do trabalhador (no caso de agentes ambientais),
bem como através de dados estatísticos relacionados a ocorrências de
acidentes. Este tipo de análise e aplicado para descrever uma variável quanto a
sua tendência central ou dispersão, utilizando cálculos de média, mediana e
moda, além de também agrupar os dados em categorias e descrever a sua
frequência.
As técnicas aplicadas neste tipo de análise são, após o levantamento de dados, a
aplicação de ferramentas matemáticas e estatísticas, tais como regressão linear
e correlação.
As etapas normalmente adotadas para a realização da análise quantitativa são
compostas de:
a) execução de análise qualitativa;
b) formação de um banco de dados abrangente que considera as perdas por
produtos, serviços e processos internos;
c) definição e monitoramento de indicadores de perdas operacionais para
permitir o acompanhamento da evolução dessas perdas; e

63
60 OLUTÍPAC

ANÁLISE DE RISCO

d) desenvolvimento e aplicação de método para o cálculo do volume de dinheiro


a ser reservado para perdas operacionais, bem como medidas de retorno
ajustadas ao risco operacional.

No decorrer de uma análise de riscos, buscam-se respostas para questões


esclarecedoras, que objetivam identificar o que pode vir a dar errado, em qual
nível de gravidade, com qual probabilidade que ocorrer e o que deveria ser feito
em relação ao risco.
Os métodos de análise quantitativa e qualitativa se complementam.
Normalmente, a análise qualitativa precede uma análise quantitativa e seu
propósito é priorizar riscos a partir da probabilidade de impacto avaliada durante
a análise dos riscos, determinando o que precisa ser analisado
quantitativamente ou não antes de ser construído o plano de resposta aos
riscos.
Com todos estes dados em mãos, é possível elaborar o plano de ação e ajustar o
que for necessário. Mas, para isso, você terá que utilizar ferramentas de análise,
que serão apresentadas a seguir.

6.3 Análise Preliminar de Risco – APR


A APR pode ser definida como um estudo prévio e detalhado sobre as etapas de
cada operação ou processo. Sua finalidade é identificar os riscos presentes no
ambiente de trabalho e as medidas a serem tomadas para neutralizá-los ou
reduzi-los e, consequentemente, prevenir a ocorrência de acidentes.
APR também possui esses objetivos:
- a sistematização e a organização das etapas das atividades laborais;
- a antecipação de problemas;
- o estabelecimento de procedimentos de segurança;
- o fornecimento de orientações aos colaboradores acerca dos riscos a que
estão submetidos e dos procedimentos de segurança adotados pela instituição;
- a definição dos responsáveis pelas ações de segurança;
·a eliminação ou redução de falhas mecânicas e humanas.

64
60 OLUTÍPAC

ANÁLISE DE RISCO

Como implementar a análise Preliminar de Risco – APR


a) Reunir a equipe de trabalho: Toda informação é importante, pois todos os
riscos, por mais leves que sejam, devem ser previstos. Então, reúna os membros
do seu time ou dos responsáveis pela atividade ou projeto e estudem as
condições envolvidas para iniciar a análise.
b) Análise o ambiente de trabalho: Certifique-se de fazer um levantamento
criterioso sobre o espaço de trabalho e observar como as tarefas são executadas
pelos funcionários.
c) Organize os riscos: Depois de listá-los, classifique os riscos de acordo com sua
potencialidade. Inclua as informações sobre os fatores de vulnerabilidade e as
causas de acidentes. Em seguida, considere os eventuais danos que podem ser
causados por esses riscos.
d) Defina as medidas preventivas: Também é nessa etapa que vai ser
apresentado como lidar com o risco, caso ele se concretize, a fim de que não se
agrave. Todos os profissionais envolvidos precisam compreender as diretrizes da
APR. Ainda que a análise preliminar de risco se faça mais presente no dia a dia de
setores como o de segurança do trabalho e medicina do trabalho, a empresa deve
se preocupar em conscientizar a todos sobre a importância de manter o ambiente
seguro, além de preservar a saúde física, mental e social de seus empregados.
e) Revise a APR: A APR é um documento que deve ser atualizado sempre que
houver uma mudança na forma de executar uma atividade, melhoria em algum
equipamento ou máquina, ou mesmo remoção de uma parte do processo.

65
Gestão de emergência em
segurança e saúde do
trabalho - SST
CAPÍTULO 07
70 OLUTÍPAC
GESTÃO DE EMERGÊNCIA EM SEGURANÇA E SAÚDE DO
TRABALHO

7.1 Definição de sinistro


O fogo, que ao longo da história, tem trazido grande desenvolvimento para a
humanidade através da geração de energia, quando fora do controle assume a
sua natureza destruidora trazendo perdas humanas e do patrimônio.
Prevenir incêndios é tão importante quanto saber apagá-los ou mesmo saber
como agir corretamente quando eles ocorrem.
Início de incêndio e outros sinistros de menor vulto podem deixar de transformar-
se em tragédia se forem evitados e controlados com segurança e tranquilidade
por pessoas devidamente treinadas. Na maioria das vezes, o pânico dos que
tentam se salvar faz mais vítimas que o próprio acidente.

7.2 Risco de incêndio


A NR 23 é a Norma Regulamentadora que determina as condições de segurança
no ambiente de trabalho relacionadas a incêndio e medidas para prevenir. Grande
parte do tempo os funcionários estão sujeitos a riscos, essa situação exige que
sejam tomados cuidados para diminuir o número acidentes e evitar mortos.

Principais causas de incêndios


1. Eletricidade
Excesso de carga: Utilização de conexões múltiplas (“tê” ou “benjamim”) para
alimentar vários aparelhos elétricos, causando superaquecimento dos condutores
que não foram calculados para suportar cargas excessivas;
Curto-circuito: Instalação defeituosa, estabelecendo contato entre a fase positiva
e a negativa, gerando centelhas, altíssima temperatura e superaquecimento do
condutor;
Contato imperfeito (mau contato): Conexões imperfeitas com produção de
centelhas ou superaquecimento;
Fusíveis e disjuntores: São dispositivos para proteger a instalação elétrica. Sua
ausência ou o seu dimensionamento incorreto podem acarretar incêndios;
Superaquecimento: Aparelhos elétricos deixados em funcionamento, que
atingindo materiais de fácil combustão, provocam incêndio.

67
70 OLUTÍPAC
GESTÃO DE EMERGÊNCIA EM SEGURANÇA E SAÚDE DO
TRABALHO

2. Chama exposta
As fibras de juta, resíduos de algodão, carvão, estopas ou panos impregnados de
óleo vegetal, pólvora e certos produtos químicos estão sujeitos a inflamar-se sem
o contato de uma fonte externa de calor. Para reduzir os riscos, deve-se obedecer
às normas de estocagem e exercer fiscalização e controle.

3. Combustão Espontânea
As fibras de juta, resíduos de algodão, carvão, panos ou estopas impregnados de
óleo vegetal, pólvora e certos produtos químicos estão sujeitos a inflamar-se sem
o contato de uma fonte externa de calor. Para reduzir os riscos, deve-se obedecer
às normas de estocagem e exercer fiscalização e controle.

4. Vasilhames de líquidos inflamáveis abertos ou mal fechados


Os vapores desprendidos podem se espalhar por uma grande área até atingir uma
fonte de ignição, causando explosão e/ou incêndio.

5. Gás de cozinha
Acidentes, normalmente causados por vazamentos em instalações irregulares ou
defeituosas, ou ainda por reparos feitos por pessoal não especializado.

6. Convergência luminosa
A luz e o calor solar incidente, em uma lente convergente, concentram-se em um
só ponto, podendo ser uma causa de incêndio.
Incêndios florestais, por exemplo, podem ter origem em casos de vidro lançados
na mata, que funcionam como lentes convergentes ao sofrer ação da luz solar. A
luz concentrada pode incidir sobre a vegetação seca, surgindo o incêndio.

7.3 Classes de incêndio


Como princípio de funcionamento, todos os extintores contêm uma substância, o
agente extintor, que, dependendo do tipo, pode agir pelo efeito de cobertura
(abafamento) ou resfriamento. Confinada no reci­piente, a substância extintora
deve ser expelida com vazão e pressão suficientes para assegurar o combate ao
fogo e oferecer, ao mesmo tempo, segurança para quem manuseia. Conheça, a
seguir, a classificação dos tipos de incêndio em função do tipo de material que
está queimando.

68
70 OLUTÍPAC
GESTÃO DE EMERGÊNCIA EM SEGURANÇA E SAÚDE DO
TRABALHO

Fonte: SENAI (2018).

Reconhecer a classe de incêndio, conforme você viu no quadro anterior, é


fundamental para ajudá-lo a escolher o agente extintor mais eficiente e seguro a
ser utilizado.

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70 OLUTÍPAC
GESTÃO DE EMERGÊNCIA EM SEGURANÇA E SAÚDE DO
TRABALHO

Plano de prevenção e proteção contra incêndio - PPCI


Na elaboração do Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI) devem estar
detalhados os procedimentos que deverão ser distribuídos para todos, contendo
informações sobre todas as precauções necessárias, como: os cuidados
preventivos; a conscientização sobre o planejamento de como atuar na hora do
abandono do local de trabalho; a indicação de medidas práticas sobre o combate
e o abandono.
Esse plano de prevenção deve ser realizado para qualquer tipo de
estabelecimento comercial, residencial ou industrial que necessite obter o AVCB
(Auto de vistoria do corpo de bombeiros) ou CLCB (Certificado de licenciamento
do corpo de bombeiros).
A elaboração do plano PPCI deve ser realizada por um profissional habilitado que
possui o credenciamento junto ao Conselho do CREA. Esse profissional deve ser
registrado e possuir curso superior para estar apto a realizar a ART – Anotação de
Responsabilidade Técnica, um laudo que tem como objetivo definir os
responsáveis técnicos por uma determinada obra ou prestação de serviço.
O profissional habilitado para elaborar o PPCI vai adotar e implantar as medidas
de segurança necessárias para a prevenção de incêndios. As medidas serão
analisadas pelo Corpo de Bombeiros. Após a aprovação do plano, o órgão
responsável irá realizar a fiscalização através de uma vistoria onde será verificada
se as instalações estão de acordo com o plano aprovado. Os bombeiros irão
averiguar o PPCI e poderão exigir novas medidas de segurança, além de poderem
determinar um período para que as mesmas sejam executadas.

7.4 Equipamentos de proteção e combate a incêndio


O incêndio é a existência de fogo em local indesejado, capaz de provocar
prejuízos materiais, queima­duras pelo corpo, intoxicação pela fumaça e
desmoronamento.
Para que o fogo possa se formar, são necessários três elementos atuando
simultaneamente: combustí­vel, calor e oxigênio.
A NR 23 - Proteção contraincêndio – tem por objetivo determinar as regras que
devem ser respeitadas, a fim de eliminar ou reduzir os riscos de incêndio.

70
70 OLUTÍPAC
GESTÃO DE EMERGÊNCIA EM SEGURANÇA E SAÚDE DO
TRABALHO

Essa norma determina que todas as empresas devessem possuir os seguintes


recursos:
a) proteção contraincêndio;
b) saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço, em caso de
incêndio;
c) equipamento suficiente para combater o fogo em seu início;
d) pessoas treinadas no uso correto desses equipamentos (BRASIL, 2011a).

Definição
Equipamentos de proteção e combate a incêndio são todos os equipamentos e
dispositivos que têm a função de manter a integridade das pessoas, do
patrimônio e do meio ambiente, minimizando os impactos provocados por um
incêndio, por meio de alerta, evacuação, proteção e extinção do incêndio.
Neste estudo, estes equipamentos serão divididos em dois grupos, que são os
equipamentos individu­ais e os coletivos.

Equipamentos individuais de proteção e combate a incêndio


Há uma série de ameaças no ambiente de incêndio que precisam ter seus efeitos
controlados e minimi­zados, tais como: vapores e gases tóxicos; excesso de calor;
impactos e quedas; perfurações; cortes; descargas elétricas; produtos perigosos.
O controle e a redução dos impactos destes riscos serão alcançados com o uso
de equipamentos espe­cíficos para cada fim. São equipamentos e dispositivos de
uso individual, que visam proteger a saúde e a integridade física das pessoas no
combate a incêndios.
Equipamentos de proteção individual para o ambiente de incêndio.

Capacete: destinado à proteção da cabeça ou parte


dela, deve ser resistente a impactos, perfurações, calor,
choque elétrico e penetração. Este equipamento deve
permitir o uso de proteção facial, possuir más­cara
autônoma e sistema de comunicação.
Roupa de proteção: tem a função de proteger o
pescoço, tronco e membros. Deve atender aos requi‐­
Fonte: bombeiros.com.br/roupa-
sitos da norma NFPA 1971 e possuir faixas refletivas. combate-incendio/

71
70 OLUTÍPAC
GESTÃO DE EMERGÊNCIA EM SEGURANÇA E SAÚDE DO
TRABALHO

Luvas: devem proteger as mãos, ser resistentes a cortes, perfurações, absorção


de líquidos, chama e calor, preservando a destreza do combatente. Deve atender
aos requisitos da norma NFPA 1975.
Botas: são usadas por dentro das calças e devem possuir resistência ao calor, à
chama, à penetração e ao impacto. Deve atender aos requisitos da norma NFPA
1975.
Equipamentos de proteção respiratória filtrantes: estes equipamentos possuem
elementos filtran­tes, que são selecionados conforme o tipo de contaminante
existente na atmosfera a qual a pessoa estará exposta.
Equipamento de proteção respiratória para fornecimento de ar: são
equipamentos destinados a fornecer ar para as pessoas expostas a atmosferas
com falta de oxigênio ou com a presença de substância asfixiantes e/ou tóxicas.
Os tipos destes equipamentos mais utilizados são:
Linha de ar: a pessoa utiliza uma máscara que recebe ar de um reservatório
externo por uma mangueira, que tem como desvantagem o risco de avarias na
mangueira e a limitação dos movimentos.
Máscara autônoma: este equipamento é composto por uma máscara conectada a
um cilindro, transportado pela própria pessoa, onde o ar é estocado a uma
pressão de até 300 bar. O ar passa por uma válvula que reduz a pressão para 6
bar. Há outras duas válvulas na máscara: uma contro­la a quantidade de ar
suficiente para a respiração; e outra permite a exalação do ar para fora da
máscara.
A máscara autônoma é bastante usada, porque permite ao socorrista maior
autonomia para se deslocar no local do incêndio, dando melhores condições para
o resgate das vítimas.

Fonte: iStock (2022).

72
70 OLUTÍPAC
GESTÃO DE EMERGÊNCIA EM SEGURANÇA E SAÚDE DO
TRABALHO

Equipamentos coletivos de proteção e combate a incêndio


Os extintores de incêndios são equipamentos com pequena autonomia de ação e
são destinados ao combate do foco do fogo ou princípio de incêndio. São
exigidos em todas as edificações, independente­mente de área ou altura (exceto
as unifamiliares). Tem por objetivo permitir a existência de equipamentos de
controle dos princípios de incêndios, que podem ser utilizados por pessoas leigas,
evitando o cresci­mento e o descontrole do fogo.
Estão localizados nas áreas úteis da edificação, devidamente sinalizados e
identificados, permitindo acesso fácil e rápido para ações em princípios de
incêndio. Na maior parte das vezes, está projetado para utilização naquela área da
edificação, levando-se em conta o tipo de combustível existente.
Conforme a NBR 12693:2013, os extintores de incêndio são classificados de
acordo com a massa total do extintor, que é composta pelo recipiente, o agente
extintor e os acessórios. Deste modo, os extintores de incêndio são classificados
como:
Extintores portáteis: são aqueles equipamentos com massa
total até 20 kg.
Extintores sobre rodas: são aqueles manuseados e
transportados por um único operador e que têm massa total
superior entre 20 kg e 250 kg.
Fonte: iStock (2022).

Os extintores também são classificados conforme o tipo de agente extintor nele


contido. Conheça, a seguir, os tipos de extintores segundo esta classificação.
Água pressurizada (AP): a água atua por resfriamento, absorvendo grande
quantidade de calor. Dependendo da forma como é aplicada (neblina ou ato
contínuo), também age por abafamento. A água é o agente extintor mais
empregado, por apresentar baixo custo e facilidade de obtenção. Por possuir sais
minerais em sua composição química, a água conduz eletricidade e, por essa
razão, não é indicada sua aplicação em equipamentos energizados. Quando
utilizada no combate ao fogo em líquidos inflamáveis, a água poderá aumentar a
área de incêndio em função do transbordamento e do espalhamento do líquido
que está queimando. Por essa razão, a água também não é indicada para o
combate ao fogo em líquidos inflamáveis.

73
70 OLUTÍPAC
GESTÃO DE EMERGÊNCIA EM SEGURANÇA E SAÚDE DO
TRABALHO

Dióxido de Carbono (CO₂): trata-se de um gás não inflamável liquefeito, que


vaporiza à pressão atmos­férica. É um bom agente extintor, por não reagir com a
maioria das substâncias, não deixar resíduo, não danificar os equipamentos e
possuir sua própria pressão para descarga. Dependendo da capacidade do
extintor, o alcance do jato de gás varia de 1 a 2,5 metros, que permite sua
penetração em toda a área do fogo onde foi aplicado. Um fator determinante para
a eficácia do CO₂ é a sua densidade, que é 1,5 vezes mais pesado que o ar.
Outra característica importante é que, em contato com a atmosfera, o volume de
CO₂ contido no extintor irá se expandir 500 vezes. Este agente extintor é eficaz,
porque reduz a concentração de O2, agindo por abafamento e, como sua
temperatura é muito baixa, age também por resfriamento. Por não ser condutor
de eletricidade e não deixar resíduos, o CO₂ é muito indicado para combater o
fogo em equipamentos elétricos. É um agente extintor eficaz também para
incêndios em líquidos inflamáveis. Pode ser utilizado em incêndios de alguns
materiais sólidos.
Espuma: a espuma é gerada a partir de vários métodos utilizando soluções
aquosas de agentes espu­mantes líquidos concentrados, como pela reação de
soluções aquosas de sulfato de alumínio e bicarbo­nato de sódio. As espumas
possuem menor densidade que os líquidos inflamáveis e combustíveis, permi‐­
tindo que elas flutuem sobre a superfície. Desta forma, a espuma impede a
entrada do ar, resfria o líquido e inibe a liberação de vapores, além de minimizar a
possibilidade de combustão. Este agente extintor age por abafamento e por
resfriamento, sendo aplicado no combate ao fogo em materiais sólidos e líquidos
inflamáveis.
Pó químico seco (PQS): este tipo de extintor é altamente eficiente no combate ao
fogo em líquidos inflamáveis. As partículas do pó químico interrompem o
processo de oxidação da reação em cadeia de combustão dentro da chama. Por
não ter capacidade de resfriamento, na presença de fontes de ignição, este agente
extintor não assegura que não venha a ocorrer um novo acendimento da queima
do combus­tível. Acompanhe, a seguir, os tipos de a gente pó químico seco.
Pó tipo BC: é o tipo mais comum, aplicado para as classes de incêndio B e C.
Utiliza como agente extintor o bicarbonato de sódio ou sais de potássio.

74
70 OLUTÍPAC
GESTÃO DE EMERGÊNCIA EM SEGURANÇA E SAÚDE DO
TRABALHO

Pó tipo ABC: combatem incêndios Tipo A, B e C. É à base de monofosfato de


amônia. Possui capacidade de extinção três vezes maior que o extintor BC,
considerando a mesma quantidade de substância. Quando aplicado em
equipamentos eletrônicos, este tipo de extintor deixará resíduos de pó, que
poderão vir a comprometer o seu funcionamento.
Pó extintor classe D: agente extintor à base de cloreto de sódio promove o
isolamento entre o metal e a atmosfera, impedindo a dissipação de calor.
Indicado para o combate a incêndios em metais pirofóricos, como magnésio,
potássio, zinco, titânio e sódio.
Agente úmido classe K: contém uma solução especial de acetato de potássio
diluída em água. Quando acionado, descarrega um jato tipo neblina. O fogo é
extinto por resfriamento e pelo efeito asfixiante da espuma. Este agente é eficaz
para combate a incêndio em gorduras e óleos quentes utilizados na prepara­ção
de alimentos.
Projeto do sistema de extintores
Para a implantação de um sistema de proteção contraincêndio com extintores, é
necessário um projeto que irá considerar alguns aspectos técnicos, tais como:
classe de risco a ser protegida e respectiva área; natureza do fogo a ser extinto;
agente extintor a ser utilizado; capacidade extintora do extintor; distância máxima
a ser percorrida.
Após conhecer as principais informações relacionadas aos extintores de incêndio,
é importante desta­car que estes são indicados para combater princípios de
incêndio. Para o combate de incêndios de maiores proporções, são utilizados
outros sistemas. Acompanhe, a seguir, a descrição destes sistemas e de que
forma são aplicados.
Sistemas de hidrantes e de mangotinhos
Estes sistemas fixos de combate a incêndio utilizam a água como agente extintor.
São compostos por componentes conectados a uma rede exclusiva de
alimentação de água, ou seja, independente da rede comum de abastecimento de
água da empresa. Esta tubulação é identificada pela cor vermelha.
São sistemas que visam dar sequência ao combate a incêndios quando os
equipamentos portáteis já não são eficientes e o fogo se alastra rapidamente.

75
70 OLUTÍPAC
GESTÃO DE EMERGÊNCIA EM SEGURANÇA E SAÚDE DO
TRABALHO

Acompanhe, a seguir, mais informações sobre hidrantes e


mangotinhos.
Sistema de mangotinho: são pontos de tomada de água
nos quais há um ponto de saída contendo válvula de
abertura rápida, adaptador, mangueira semirrígida,
esguicho regulável e demais acessóri­os.
Sistema de hidrante: são pontos de tomada de água nos
quais há uma saída simples ou duas saídas, contendo
válvulas angulares com seus respectivos adaptadores,
tampões, mangueiras de incêndio e demais acessórios.
Fonte: iStock (2022).
Eles podem ser de parede ou de piso.
Os hidrantes e mangotinhos devem estar sempre posicionados em locais de fácil
acesso e visualização e que não sejam bloqueados pelo fogo.
Observem, a seguir, as orientações estabelecidas pela NBR 13714 (ABNT, 2000)
para a localização dos pontos de tomada de água dos hidrantes e dos
mangotinhos:
- nas proximidades das portas externas e/ou acessos à área a ser protegida, a
não mais de 5 metros destas;
- em posições centrais nas áreas a serem protegidas;
- fora de escadas e de antecâmaras de fumaça;
- a uma altura entre 1 metro e 1,5 metros do piso acabado.
Outra orientação importante é que estes sistemas devem ser projetados de forma
que possam proteger toda extensão da edificação, mas não podem atrapalhar ou
obstruir as rotas de fuga.

Fonte: iStock (2022).

76
70 OLUTÍPAC
GESTÃO DE EMERGÊNCIA EM SEGURANÇA E SAÚDE DO
TRABALHO

Conheça, a seguir, os componentes básicos do sistema de hidrantes e de


mangotinhos
Reservatório de água para combate a incêndio: é o local onde é armazenada a
água que irá abastecer exclusivamente o sistema de combate a incêndio. Nos
reservatórios elevados, a pressão do sistema é obtida pela ação da gravidade em
função do desnível entre o reservatório e os pontos de tomada de água. Portanto,
devem estar a uma altura suficiente para que possam fornecer a vazão e a
pressão requerida pelo sistema. Quando o reservatório está ao nível do solo, o
abastecimento dos hidrantes ou mangotinhos é mantido através de bombas de
recalque com acionamento automático.
Bombas de recalque para sistema de combate a incêndio: elas têm a função de
suprir os sistemas de com­bate a incêndio com reservatórios não elevados,
fornecendo vazão de água e de pressão necessária para que todo o sistema tenha
a mesma eficiência.

Fonte: iStock (2022).

77
70 OLUTÍPAC
GESTÃO DE EMERGÊNCIA EM SEGURANÇA E SAÚDE DO
TRABALHO

Esguicho: é um dispositivo adaptado na


extremidade das mangueiras, que serve para dar
forma, direção e controle ao jato de água.
Válvulas: são utilizadas válvulas de bloqueio, que
permitem o controle ou o bloqueio do fluxo de
água no interior da tubulação de abastecimento
de água para os sistemas de hidrantes e
mangotinhos.
Tubulação: é o conjunto de tubos e de conexões
Fonte: iStock (2022).
destinados a conduzir a água do reservatório até
os hidrantes e mangotinhos.
Mangueiras de incêndio: são constituídas por duto flexível com dispositivos nas
extremidades do tipo engate rápido, que permitem o seu acoplamento a outros
equipamentos.
Sistema de chuveiros automáticos
Conforme a NBR 16400 (ABNT, 2015), chuveiro
automático é um dispositivo que pulveriza a água
para extinguir ou controlar incêndios. Funciona de
forma automática, quando seu elemento
termossensível é aquecido à sua temperatura de
operação, permitindo que a água seja
descarregada sobre uma área específica. Desta
forma, quando ocorre um princípio de incêndio,
este sistema lança água no ambiente onde está Fonte: iStock (2022).
instalado.
Estes chuveiros automáticos, denominados sprinklers, possuem um corpo que
permite sua conexão com a tubulação de água e serve de suporte para os demais
componentes: o defletor, o obturador e o elemento sensível.
O defletor serve para distribuir a água, o obturador veda o orifício de descarga; e o
elemento sensível irá liberar o obturador, quando atingir a temperatura de
operação.

78
70 OLUTÍPAC
GESTÃO DE EMERGÊNCIA EM SEGURANÇA E SAÚDE DO
TRABALHO

Sistema de proteção contra descargas


atmosféricas
Devido à elevada energia originada pelas descargas
atmosféricas, conhecidas como raios, este fenôme‐­
no natural oferece risco de incêndio. Daí, a
importância de um sistema de proteção contra
descargas atmos­féricas. Esse sistema também é
conhecido como para-raios. Este sistema é
constituído pela captação, pela transmissão e pelo
aterramento de descargas atmosféricas, impedindo
Fonte: iStock (2022).
seu contato com a edificação.
A captação é realizada por hastes, malhas ou estruturas metálicas e as descidas
são feitas por cabos condutores. Já o aterramento é constituído de anéis e
barras.
Sistema de detecção e alarme de incêndio
O objetivo deste sistema é alertar aos usuários da edificação da ocorrência de um
incêndio ou de uma emergência. São de grande importância. Pois, quanto mais
rápido for a detecção e o acionamento do alar­me, melhores serão as chances de
ação rápida e efetiva.
Conheça, a seguir, os principais componentes deste sistema.
- detector térmico;
- detector de fumaça;
- alarmes sonoros e visuais;
- acionador manual.
Para que um sistema de detecção e alarme de
incêndio cumpra a sua função de modo eficaz,
é necessá­rio que seus componentes sejam
mantidos sempre em condições adequadas de
funcionamento e que os usuários recebam
informações e treinamento pertinentes. Fonte: iStock (2022).

79
70 OLUTÍPAC
GESTÃO DE EMERGÊNCIA EM SEGURANÇA E SAÚDE DO
TRABALHO

Sinalização de segurança
Um dos aspectos mais importantes para oferecer segurança no ambiente de
trabalho são os diversos símbolos que podem facilitar o trabalho dos servidores
nos diversos tipos de ambiente. A sinalização de segurança existe com o objetivo
de garantir segurança no ambiente de trabalho, sinalizando muitos perigos que
podem ocorrer durante o trabalho. Também é aquela que, relacionada com um
objeto, atividade ou situação determinada, fornece uma indicação ou uma
obrigação relativa à segurança ou à saúde no trabalho. A utilização de uma
sinalização adequada ajuda a prevenir os riscos, mas apenas como um
complemento das medidas de segurança adotadas, dado que a sinalização, por si
só, não elimina o risco existente.
Existem diversos tipos de sinalização de segurança, sendo que as mais comuns
são compostas de placas que contém diversas mensagens alertando sobre os
perigos que podem ocorrer no ambiente de trabalho.
Abaixo, segue uma relação dos tipos de sinalização usados em locais de trabalho:
· Sinalização de identificação de riscos;
· Sinalização de emergência;
· Sinalização de alerta;
· Sinalização de obrigação;
· Sinalização de proibição;
· Sinalização de conscientização.

Fonte: Instituição Santa Catarina(2022). Fonte: PlacasDigimetta(2022).

80
Meio
Ambiente
CAPÍTULO 08
80 OLUTÍPAC

MEIO AMBIENTE

8.1 Indústria e meio ambiente


A preocupação e cuidado com saúde e segurança não está relacionado
apenas ao trabalhador, mas a todo o ambiente no qual ele está inserido e
desenvolvendo sua atividade laboral. Logo, torna-se importante a compreensão da
relação existente entre o homem, o meio ambiente e os processos industriais.
Tanto as organizações quanto a sociedade geram enorme pressão sobre o
meio ambiente, já que não existe produto que não
contenha material oriundo da natureza. Nesse contexto, a Saiba
preocupação com os aspectos socioambientais tem Mais
gerado sérios questionamentos nos diversos setores da
A Natura foi
economia mundial.
reconhecida como
Atualmente, a avaliação do desenvolvimento econômico
uma das empresas
de um país, que leva em conta o seu impacto sobre o
mais sustentáveis
meio ambiente e a sociedade, é algo que tem sido
do mundo.
discutido praticamente no mundo inteiro. Desta forma,
E primeira do setor
acredita-se que o conceito de responsabilidade
de cosméticos pelo
socioambiental tornou-se o paradigma quase universal ranking Global 100,
para a avaliação dos efeitos ambientais, provocados pela elaborado pela
constante busca do crescimento econômico (CAPECAF, companhia canadense
2022). de mídia e pesquisa
Na constante busca de um modelo de produção Corporate Knights.
O anúncio foi feito
mais sustentável vários estudos vêm sendo
no Fórum Econômico
desenvolvidos e de forma geral já há a compreensão de
Mundial, em Davos, na
que o modelo tradicional de produção (end-of-pipe), que Suíça, em 21 de
baseia-se na contenção dos resíduos (poluição) na janeiro de 2020.
fábrica, para posterior tratamento e descarte, não é tão
Leia a matéria completa
eficiente. Porém, pode dar espaço para um modelo clicando aqui ou pelo
QrCode.
circular, pautado em uma produção mais limpa.
Concluindo que um modelo de produção mais limpa
está fundamentado na aplicação contínua de uma
estratégia econômica, ambiental e tecnológica integrada
aos processos e produtos, a fim de aumentar a eficiência
no uso de matérias primas, água e energia, através da não
geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados
em um processo produtivo.

82
80 OLUTÍPAC

MEIO AMBIENTE

8.2 Recursos Naturais


Os recursos naturais podem ser entendidos como aqueles recursos disponíveis na
natureza que podem ser utilizados para obtenção de algo. Dessa forma, nós
recorremos a estes recursos para satisfazer nossas necessidades.
E se os recursos naturais compreendem o que retiramos
da natureza – minérios, plantas, animais, água, papel e a
própria energia elétrica –, fazer uso consciente desses
recursos envolve mudanças nos nossos hábitos e
costumes.
Dessa forma, nossas escolhas fazem a diferença. O aumento no consumo de
energia, água, minerais e elementos da biodiversidade vem causando sérios
problemas ambientais, como a poluição da água e do ar, a contaminação e o
desgaste do solo, o desaparecimento de espécies animais e vegetais e as
mudanças climáticas (BRASIL, 2005).
É importante compreender que nosso estilo de vida e o que consumimos está
ligado a utilização dos recursos naturais e que cada vez mais a demanda por
consumo desses recursos vem afetando significativamente a natureza e os ciclos
que a constituem.
Um dos recursos que mais demandamos e que é indispensável para nossa
sobrevivência é a água. Esse recurso está diretamente atrelado a maioria dos
processos produtivos industriais, seja no consumo direto ou para produção de
energia elétrica, porém passam despercebidos aos nossos olhos.
Observe na imagem abaixo a “água virtual”, que representa a quantidade deste
recurso presente no processo produtivo de diversos produtos que consumimos.

83
80 OLUTÍPAC

MEIO AMBIENTE

Fonte: MenosUmLixo (2016)

A sustentabilidade do planeta está no centro das atenções mundiais. É necessária


a análise das estratégias de produção utilizadas pelas organizações, que em
decorrência de suas atividades estão vinculadas à utilização de recursos naturais,
que podem gerar resíduos e causar degradação o meio ambiente, e por este
motivo devem considerar os valores inerentes aos recursos naturais dos quais
fazem uso.
Os recursos naturais podem ser classificados como renováveis ou não renováveis
em função da sua capacidade de esgotamento ou renovação em um determinado
período.
Os recursos naturais não renováveis são os que
não podem ser recolocados pelo homem ou
renovados pelo próprio ambiente em um curto
período, como por exemplo o petróleo, os
minerais (BARBOSA, 2014).

Fonte: Escola Digital SENAI PA (2022)

84
80 OLUTÍPAC

MEIO AMBIENTE

Recursos naturais renováveis são recursos


naturais que, depois de sua exploração, podem
voltar para seus níveis de estoque anteriores por
um processo natural de crescimento ou
reabastecimento dentro de um curto período,
esse período pode ser igual ou superior a da sua
utilização, como por exemplo a energia solar, o
ar, a água e os vegetais (BARBOSA, 2014). Fonte: Escola Digital SENAI PA (2022)

Energias Renováveis
Existem recursos naturais que são utilizados como fontes para produção de
energia, e seguindo a lógica do tópico anterior, estes recursos podem ser
renováveis ou não. Sendo assim podemos concluir que os termos “Energia
renovável’ e “Energia não renovável” estão relacionados ao tipo de recurso natural
utilizado como fonte para a geração de energia.
Existem recursos naturais que são utilizados
como fontes para produção de energia, e
seguindo a lógica do tópico anterior, estes
recursos podem ser renováveis ou não. Sendo
assim podemos concluir que os termos “Energia
renovável’ e “Energia não renovável” estão
relacionados ao tipo de recurso natural utilizado
como fonte para a geração de energia. Outro
termo utilizado é o de energia sustentável que é a
que mantém um ciclo equilibrado de produção e
consumo, porque é gasta em quantidade e
Fonte: Escola Digital SENAI PA (2022) velocidade nas quais a natureza pode repô-la.
O conceito está diretamente ligado ao de desenvolvimento sustentável: levam-se
em conta os fatores ambientais, mas não significa necessariamente energia
limpa. A lenha, por exemplo, é um recurso sustentável quando a madeira é
cultivada para esse fim; mas os gases decorrentes de sua queima são tóxicos e
poluentes. Portanto, não pode ser considerada como fonte “limpa” de energia
(BARBOSA, 2014).

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80 OLUTÍPAC

MEIO AMBIENTE

8.3 Prevenção à poluição ambiental


Para iniciarmos essa abordagem partiremos da definição expressa na NBR ISO
14001, sobre a prevenção da poluição.
3.2.7
Prevenção da poluição
uso de processos (3.3.5), práticas, materiais, produtos, serviços ou
energia para evitar, reduzir ou controlar (separadamente ou em
conjunto) a geração, emissão ou descarga de qualquer tipo de
poluente ou rejeito, a fim de reduzir os impactos ambientais (3.2.4)
adversos
NOTA 1 A preservação da poluição pode incluir redução ou
eliminação da fonte; modificações no processo, produto ou serviço;
uso eficiente de recursos; substituição de material e de energia;
reuso; recuperação; reciclagem; regeneração; ou tratamento. (NBR
ISO 14001, 2015,pg. 3)
Dessa forma, ao considerar o cenário industrial as organizações são orientadas a
implementar um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), que tem como principal
objetivo prover estratégias para proteção do meio ambiente e possibilitar uma
resposta às mudanças das condições ambientais em equilíbrio com as
necessidades socioeconômicas.
A implantação do SGA nas empresas é uma decisão importante e tem impacto
direto na manutenção e sobrevivência das organizações, porque os impactos
gerados por elas acabam por atingir, direta ou indiretamente, possíveis clientes,
uma vez que em geral não ficam restritos à área interna da empresa.
O estudo dos impactos ambientais dentro de uma organização pode ser iniciado a
partir de respostas dadas a, no mínimo, quatro questões:
a) De quanto em quanto tempo o impacto pode ocorrer? Possibilidade de
ocorrência.
b) Qual a área sobre a qual o impacto se fará sentir? Abrangência.
c) Qual o grau de periculosidade do impacto? Severidade.
d) Há legislação aplicável ao aspecto ou impacto e que consequências legais
gerará para a empresa? Legislação.
A partir dessas respostas a organização terá informações relevantes para dar
continuidade ao estudo de impactos ambientais e planejar as suas ações no que
diz respeito ao Sistema de Gestão Ambiental.

86
80 OLUTÍPAC

MEIO AMBIENTE

8.4 Resíduos sólidos


Produzidos em todos os estágios das atividades humanas, os resíduos, em
termos de composição e de volume, variam em função das práticas de consumo e
dos métodos de produção.
As principais preocupações estão voltadas
para as repercussões que podem ter sobre a
saúde humana e sobre o meio ambiente (solo,
água, ar e paisagens). Os resíduos perigosos,
produzidos sobretudo pela indústria, são
particularmente preocupantes, pois, quando
incorretamente gerenciados, tornam-se uma Fonte: Escola Digital SENAI PA (2022)
grave ameaça ao meio ambiente.
A classificação de resíduos sólidos envolve a identificação do processo ou
atividade que lhes deu origem, de seus constituintes e características, e a
comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo
impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido.
Nas atividades de gerenciamento de resíduos, a NBR 10.004 é uma ferramenta
imprescindível, sendo aplicada por instituições e órgãos fiscalizadores. A partir da
classificação estipulada pela Norma, o gerador de um resíduo pode facilmente
identificar o potencial de risco dele, bem como identificar as melhores alternativas
para destinação (ABNT, 2015).

Saiba mais
Vamos assistir agora a um vídeo super dirvertido sobre o ciclo dos
resíduos sólidos. Acesse pelo link ou Qr Code.

Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=JOuZpjDXgSo

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80 OLUTÍPAC

MEIO AMBIENTE

Reciclagem de resíduos
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabelece princípios, objetivos,
instrumentos e diretrizes para a gestão integrada e gerenciamento dos resíduos
sólidos, indicando as responsabilidades dos geradores, do poder público e dos
consumidores.
A PNRS adota como um de seus preceitos o princípio dos 3 R’s (reutilização,
redução, reciclagem), porém corriqueiramente adiciona-se um “R” a mais nessa
lista, o “repensar”.
Vamos ver um pouco de cada um desses princípios.
- Repensar: ter consciência da importância de diminuir a geração de lixo, não
desmatar, não poluir as águas e evitar o desperdício em geral.
- Reduzir: a maneira mais eficaz para reduzir o desperdício é não cria-lo. Pois todo
produto requer uma grande quantidade de energia, matérias primas e recursos
naturais para ser produzido.
- Reutilizar: para aumentar a vida útil dos materiais, adiando sua reciclagem ou
disposição final, antes do seu descarte deve-se verificar se é possível reaproveitá-
lo para a mesma ou outra aplicação. O mesmo pode ser feito em processos de
produção onde pode-se destinar os subprodutos para um outro processo.
- Reciclar: é o processo de fazer com que o material volte à indústria para entrar
novamente no ciclo produtivo. Para que os materiais possam ser reciclados é
necessário que sejam dispostos nos respectivos coletores seletivos.

Saiba mais
Como sugestão para saber mais sobre a Politica Nacional de Resíduos
Sólidos assista ao documentário "O Lixo Nosso de Cada Dia".
Acesse pelo link ou Qr Code.

Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=KWIEnztOXJU&t=3s

88
80 OLUTÍPAC

MEIO AMBIENTE

8.5 Responsabilidade socioambiental


A responsabilidade socioambiental está ligada as ações que respeitam o meio
ambiente e as políticas que tenham como um dos principais objetivos a
sustentabilidade.
Todos são responsáveis pela preservação
ambiental: governos, empresas e cada cidadão.
Relatos recentes da WWF BRASIL (2017) apontam
que a ameaça representada pela perda da
diversidade biológica e pelas alterações no clima
da Terra vem sendo alvo de algumas iniciativas
Fonte: CEPECAF (2022)
internacionais nos últimos anos.
Entre elas, destaca-se o Acordo de Paris, firmado por 195 nações, em dezembro
de 2015, para conter a elevação da temperatura média do planeta. Segundo a
WWF BRASIL, os objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), lançados em
setembro do mesmo ano e que formam uma agenda (agenda 2030) para melhorar
a vida das pessoas e do planeta precisam ser buscadas pelas organizações,
compondo suas ações futuras.

Fonte: Brasil (2022)

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80 OLUTÍPAC

MEIO AMBIENTE

Políticas públicas ambientais


Podemos entender as políticas pública como ações planejadas do governo que
visam, por meio de diversos processos, atingir alguma finalidade. Dessa forma,
dentro de um contexto ambiental, essas políticas, em sua maioria, podem estar
voltadas para conservação e preservação ambiental e desenvolvimento
sustentável.
Basicamente, a política ambiental no Brasil se
desenvolveu em resposta às exigências do
movimento internacional ambientalista iniciado a
partir da segunda metade do século XX, durante
a década de 1960 (PECCATIELLO, 2011).
É possivel observar que essas políticas estão
organizadas basicamente em quatro grupos: a
administração dos recursos naturais, o controle
da poluição industrial, o planejamento territorial
Fonte: Escola Digital SENAI PA (2022)
e a gestão integrada de recursos.
Atualmente, a legislação ambiental brasileira tornou-se um elemento estratégico
para o alcance do desenvolvimento sustentável, tendo em vista ser o principal
instrumento de comando e controle que o Estado possui para regular as
atividades produtivas e econômicas em geral.

Saiba mais
Vamos conhecer as 6 cidades mais verdes do mundo e seus planos de
desenvolvimento sustentável!

Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=brDyTw6FxxE

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REFERÊNCIAS
ANA FLÁVIA OLIVEIRA (Brasil). Beecorp - Bem Estar Corporativo. O que análise Preliminar de
Risco e como implantar na Empresa? 2021. Disponível em: https://beecorp.com.br/analise-
preliminar-de-
risco/#:~:text=A%20an%C3%A1lise%20preliminar%20de%20risco%20consiste%20em%20uma%2
0avalia%C3%A7%C3%A3o%20pr%C3%A9via,medidas%20apropriadas%20para%20prevenir%20aci
dentes. Acesso em: 10 maio 2022.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001: Sistemas de gestão


ambiental - requisitos com orientações para uso. 3 ed. Rio de Janeiro: Abnt, 2015. 41 p.

BARBOSA, Gabriela Gonçalves. Recursos Naturais Renováveis e Produção de Energia. Política


Hoje, Pernambuco, v. 23, n. 1, p. 193-2015, 2014. Semestral. Disponível em:
https://periodicos.ufpe.br/revistas/politicahoje/article/view/3760. Acesso em: 06 abr. 2022.

BRASIL. GOVERNO FEDERAL. Indicadores Brasileiros para os Objetivos de Desenvolvimento


Sustentável. 2022. Apoio IBGE. Disponível em: https://odsbrasil.gov.br/. Acesso em: 06 abr.
2022.

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO MEIO AMBIENTE. Manual de educação para o


consumo sustentável. Brasília: Governo Federal, 2005. 162 p. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao8.pdf. Acesso em: 06 abr. 2022.

BRASIL. Universidade Federal de Alfenas - Mg. Governo Federal. Comissão Permanente de


Prevenção e controle de Riscos Ambientais: Perigo e Risco. 2022. Disponível em:
https://www.unifal-
mg.edu.br/riscosambientais/perigoseriscos#:~:text=%E2%80%9CRisco%20%C3%A9%20a%20pro
babilidade%20ou,675).. Acesso em: 10 maio 2022.

BUCKA (Brasil). Quais as Principais causas de Incêndios? 2015. Disponível em:


https://www.bucka.com.br/quais-sao-as-principais-causas-de-incendios/. Acesso em: 10 maio
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CEPECAF (Brasil). Responsabilidade Socioambiental. 2022. Disponível em:


https://cepecaf.com.br/site/2019/05/02/responsabilidade-socioambiental/. Acesso em: 06 abr.
2022.

CHEMICAL RICK (Brasil). Segurança ocupacional: principais consequências do acidente de


trabalho. Principais Consequências do Acidente de Trabalho. 2022. Disponível em:
https://www.chemicalrisk.com.br/acidente-de-trabalho-
consequencias/#:~:text=Consequ%C3%AAncias%20do%20acidente%20de%20trabalho%20para%
20o%20colaborador,ou%20at%C3%A9%20perder%20a%20vida.. Acesso em: 10 maio 2022.

91
REFERÊNCIAS
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risco, como e quem pode fazer? 2019. Disponível em: https://conect.online/blog/afinal-o-que-e-
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Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. Comunicação Acidente de Trabalho - CAT. 2022.
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você não vê, mas precisa enxergar. 2016. Disponível em:
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enxergar. Acesso em: 06 abr. 2022.

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OBJETIVA E SUBJETIVA? 2022. Disponível em:
https://www.negocioseguroaig.com.br/profissionais-liberais/de-olho/responsabilidade-civil-
objetiva-e-subjetiva/?

PECCATIELLO, Ana Flávia Oliveira. Políticas públicas ambientais no Brasil: da administração dos
recursos naturais (1930) à criação do sistema nacional de unidades de conservação (2000).
Desenvolvimento e Meio Ambiente, Paraná, n. 24, p. 71-82, jul. 2011. Disponível em:
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PROMETAL (Brasil). O que é análise de Risco? 2022. Disponível em:


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CO2. 2021. Homepage Poder360. Disponível em: https://www.poder360.com.br/brasil/cobrado-
por-metas-climaticas-brasil-so-responde-por-3-das-emissoes-de-co2/. Acesso em: 06 abr. 2022.

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https://pt.linkedin.com/pulse/5-etapas-da-hierarquia-de-controle-riscos-acpl-engenharia. Acesso
em: 10 maio 2022.

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REFERÊNCIAS
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Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança no Trabalho. Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Regional do Pará: SENAI/DN, 2016. (Série Eletroeletrônica).

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procedimentos de Saúde e Segurança do trabalho. Brasília: Senai/Dn, 2018. 3 v.

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Segurança e saúde do trabalho. Brasília, 2017. 1 v.

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIA (Brasil). Departamento Nacional.


Fundamentos Saúde e Segurança no Trabalho. Brasília, 2017. 1 v.

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https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/pegada_ecologica/sua_pegada/. Acesso
em: 06 abr. 2022.

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