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UFDC 10333: Fundamentos de Segurança no Trabalho.

Tarefa 1: Depois de pesquisar faça um resumo da história da Segurança no Trabalho, como surgiu e a
sua evolução até aos dias de hoje.

A segurança do trabalho (ou também denominado segurança ocupacional) é uma ciência


que tem o objetcivo de promover a proteção do trabalhador no seu local de trabalho, visando a
redução de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. É uma das áreas da Segurança e
Saúde Ocupacionais (ou também denominado segurança e saúde no trabalho), cujo objectivo é
identificar, avaliar e controlar situações de risco, proporcionando um ambiente ocupacional
seguro e saudável para as pessoas.
Destacam-se entre as principais atividades de segurança do trabalho: prevenção de acidentes;
promoção da saúde; promoção de cursos e treinamentos; elaboração de documentos técnicos,
elaboração de perícias trabalhistas; consultoria ou assessoria.
Hipócrates – 460-375 a.c. – Pai da Medicina, quatro séculos antes de Cristo, estudou a
origem das doenças das quais eram vítimas os trabalhadores que exerciam suas atividades em
Minas de estanho.
Mas foi em 1.700, em Itália, com a publicação da obra “De morbis Artificium Diatriba” –
As doenças dos Trabalhadores da autoria do médico Bernardino Ramazzini (1633-1714), que
se dá o ponto de referência na história da Segurança no Trabalho, e este é considerado o “Pai
da Medicina do Trabalho”. Nesta obra, o autor descreve uma série de doenças relacionadas
com 50 profissões.
A evolução do capitalismo liberal na Europa foi dando rédea ao aparecimento de grupos
trabalhistas que começaram a reivindicar condições de salubridade no trabalho. A promulgação
da primeira lei de proteção aos trabalhadores em 1802 na Europa, a “Lei de Saúde e Moral dos
Aprendizes”, foi um dos momentos marcantes na história da Segurança do Trabalho, reduzindo
a jornada de trabalho para 12 horas, restringindo o trabalho noturno e regulamentando a idade
mínima para trabalhar. Em meados dos anos 1840 a 1860, a aprovação das primeiras Leis de
Segurança no trabalho, que regulamentam os problemas de saúde e doenças profissionais
(MARCHETTI, 2003).
Outro momento histórico marcante é a fundação da Organização Internacional do Trabalho
(OIT), em 1919, baseada no Tratado de Versalhes. Com o objectivo de uniformizar as questões
trabalhistas e reverter as condições sub-humanas do trabalho. Considerando o desenvolvimento
económico, a OIT adota seis propostas destinadas à proteção da saúde e à integridade física
dos trabalhadores: proteção à maternidade, trabalho noturno para mulheres, limitação da
jornada de trabalho, idade mínima para a admissão de crianças e o trabalho noturno para
menores. No mesmo ano, implementaram-se serviços de medicina ocupacional, com a
fiscalização dos ambientes de trabalho nas empresas.
No pós-guerra, considerando todo o contexto, foi aprovada em 1948, a Declaração Universal
dos Direitos Humanos reforçando direito ao trabalho, condições justas e favoráveis de trabalho,
propostas voltadas à proteção quando houvesse desemprego, limitação de horas de trabalho,
direito ao repouso e direito às férias periódicas remuneradas.
Diversas foram as ideias elaboradas e implementadas para proporcionar mudanças em
relação às condições do ambiente. Marchetti (2003), cita o exemplo da Inglaterra, estudando e
pesquisando a Ergonomia no ambiente laboral: a fundação de uma Comunidade Europeia do
Carvão e do Aço, em 1952, buscando estimular e modificar as condições do ambiente de
trabalho nessa realidade. Na Itália, uma empresa iniciou uma atividade explicando aos
trabalhadores os efeitos de produtos químicos utilizados e suas repercussões.
Em 1948 será criada a OMS—Organização Mundial de Saúde, no âmbito das Nações Unidas
(e de que Portugal é um dos co-fundadores, algo insolitamente — diga-se de passagem —, já
que nem sequer tinha um Ministério da Saúde, que só será criado em 1958).
O papel da OMS irá ser importante, não só no debate e do estudo das questões de
saúde/doença e na reorientação futura das políticas e dos sistemas de saúde, como sobretudo
ao nível da afirmação de princípios, associando ao conceito de saúde (até então fortemente
medicalizado) uma componente social: a saúde como completo bem-estar físico, mental e
social (e não como simples ausência de doença), os requisitos básicos para a saúde, a saúde
como recurso essencial, o direito à saúde, a saúde para todos, etc.
Embora Portugal tenha sido membro-fundador da Organização Internacional do Trabalho
(OIT) em 1919, a República não chegou a ratificar nenhuma das convenções adoptadas,
relativas à protecção dos trabalhadores, o que pode ser imputado à grande instabilidade política
dos anos 20.
As coisas não vão melhorar com o triunfo do corporativismo do Estado Novo. Até ao 25 de
Abril de 1974 apenas serão ratificadas, pelo governo português 30 das 138 convenções
adoptadas pela Conferência Internacional do Trabalho (até 1973, ano em que se realizou a sua
58ª Sessão).
Repare-se que a maior parte destas convenções foram ratificadas pelo Estado Português com
um intervalo de várias décadas. Não admira, por isso, que Portugal, cada vez mais isolado da
comunidade internacional, tenha sido sistematicamente condenado pela OIT nos anos 60 pela
violação dos direitos da sua população trabalhadora.
Em resumo, o que importa sublinhar é que a emergência de legislação social nos países
industrialmente avançados resulta de um duplo movimento de pressão: (i) do movimento
operário e sindical, por um lado; e (ii) e, por outro, do próprio sistema económico e político,
preocupado em assegurar uma certa estabilidade social face às grandes transformações
operadas pela industrialização (explosão demográfica, urbanização, conflitos sociais e
políticos, crises económicas, etc.) (Graça, 1996).
Fontes: https://segurancadotrabalhoacz.com.br/historia-da-seguranca-trabalho/

https://www.ensp.unl.pt/luis.graca/textos23.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Seguran%C3%A7a_do_trabalho

https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/seguranca-do-trabalho-
evolucao-historica/42093

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