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SAÚDE LABORAL E DOENÇAS OCUPACIONAIS

Sumário

Saúde Laboral e Doenças Ocupacionais...........................4

Breve histórico da saúde no Trabalho ...............................6

Doenças relacionadas ao trabalho ..................................13

Doenças das vias aéreas ........................................................... 26


Pneumoconioses .......................................................................... 26

Silicose ......................................................................................... 27

Asbestose..................................................................................... 28

Asma ocupacional ........................................................................ 29

Perda auditiva induzido por ruído - PAIR ..................................... 30

Lesão por esforço repetitivo / Distúrbio osteomuscular


relacionado ao trabalho - LER/DORT ............................. 31

Intoxicações exógenas ................................................................. 33

Dermatoses ocupacionais ............................................................ 34

Distúrbios mentais e trabalho ....................................................... 35

Objetivos da saúde ocupacional ................................................. 35


Doenças profissionais x doenças ocupacionais ........................... 36

REFERÊNCIAS ...............................................................37

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FACULESTE

A história do Instituto Faculeste, inicia com a realização do sonho de um


grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos
de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Faculeste, como entidade
oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A Faculeste tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Saúde Laboral e Doenças Ocupacionais

Tudo o que fazemos no trabalho ou fora dele interfere na nossa saúde e


qualidade de vida. Então, para que possamos entender melhor o que é saúde
ocupacional, devemos primeiramente entender o que é saúde de forma
generalizada.

Em 1957, a Organização Mundial de Saúde (OMS) conceituou saúde como


sendo “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a
ausência de doenças”. De fato, a saúde ou a falta dela engloba diversos aspectos
da nossa vida. Como exemplo de saúde, podemos citar fatores como um bom
emprego, as relações de amizade, a boa alimentação. Por outro lado, fatores como
estresse, desemprego e problemas familiares podem causar a falta de saúde ou a
doença propriamente dita.

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Em 19 de setembro de 1990, foi criada a Lei 8080, considerada a Lei Orgânica
da Saúde. Ela dispõe, dentre outras coisas, sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde. Em seu título I, das Disposições Gerais diz:

Art. 2º - A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o estado


prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
§ 2º - O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas
e da sociedade.

Como podemos perceber, a Lei 8080 complementa o que foi dito pela OMS
em 1957. A saúde é uma obrigação do Estado, mas é também das empresas. Ainda
nessa lei, vamos ao título II, Capitulo I, Artigo 6º, parágrafo terceiro

Entende-se por saúde do trabalhador, para fi ns desta lei, um conjunto de


atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e
vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores,
assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores
submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho.

Já entendemos o que é saúde e percebemos que não é só a inexistência de


doença. Mas então o que é a doença? A doença é algo bem mais complexo do que
simplesmente um distúrbio biológico, ela envolve também aspectos sociais, culturais
e psicológicos do individuo. Não temos como separar o homem racional do
emocional, o biológico do social, pois o ser humano é um sistema complexo que é
formado a partir desses diversos fatores.

De acordo com Chiavenato (2002), a saúde e a segurança do trabalho


referem-se ao conjunto de normas e procedimentos que visam à proteção da
integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde
inerentes às tarefas da função e ao ambiente físico no qual essas tarefas são
executadas. Estão diretamente relacionadas ao diagnóstico e à prevenção de

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doenças ocupacionais a partir do estudo e controle de duas variáveis: o homem e
seu ambiente de trabalho.

Para um trabalhador ter saúde no seu ambiente de trabalho é necessário um


conjunto de determinantes, o Ministério da Saúde (2001) aponta esses
determinantes como sendo os condicionantes sociais, econômicos, tecnológicos e
organizacionais responsáveis pelas condições de vida e os fatores de risco
ocupacionais – físicos, químicos, biológicos, mecânicos e aqueles decorrentes da
organização laboral – presentes nos processos de trabalho.

Breve histórico da saúde no Trabalho

Dentro das perspectivas dos direitos fundamentais do trabalhador em usufruir


de uma boa e saudável qualidade de vida, na medida em que não se pode dissociar
os direitos humanos e a qualidade de vida, verifica-se, gradativamente, a grande
preocupação com as condições do trabalho. A primazia dos meios de produção em
detrimento da própria saúde humana é fato que, infelizmente, vem sendo
experimentado ao longo da história da sociedade moderna. É possível conciliar
economia e saúde no trabalho. As doenças aparentemente modernas (stress,
neuroses e as lesões por esforços repetitivos), já há séculos vem sendo
diagnosticadas. Os problemas relacionados com a saúde intensificam-se a partir da
Revolução Industrial. As doenças do trabalho aumentam em proporção a evolução e
a potencialização dos meios de produção, com as deploráveis condições de trabalho
e da vida das cidades.

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A OIT - Organização Internacional do Trabalho, em 1919, com o advento do
Tratado de Versalhes, objetivando uniformizar as questões trabalhistas, a superação
das condições subumanas do trabalho e o desenvolvimento econômico, adota seis
convenções destinadas à proteção da saúde e à integridade física dos trabalhadores
(limitação da jornada de trabalho, proteção à maternidade, trabalho noturno para
mulheres, idade mínima para admissão de crianças e o trabalho noturno para
menores). Até os dias atuais diversas ações foram implementadas envolvendo a
qualidade de vida do trabalho, buscando intervir diretamente nas causas e não
apenas nos efeitos a que estão expostos os trabalhadores.

Em 1919, por meio do Decreto Legislativo nº 3.724, de 15 de janeiro de


1919, implantaram-se serviços de medicina ocupacional, com a fiscalização das
condições de trabalho nas fábricas. Com o advento da Segunda Guerra Mundial
despertou-se uma nova mentalidade humanitária, na busca de paz e estabilidade
social. Finda a Segunda Guerra Mundial, é assinada a Carta das Nações Unidas,
em São Francisco, em 26 de junho de 1945, que estabelece nova ordem na busca
da preservação, progresso social e melhores condições de vida das futuras
gerações.

Em 1948, com a criação da OMS - Organização Mundial da Saúde,


estabelece-se o conceito de que a “saúde é o completo bem-estar físico, mental e
social, e não somente a ausência de afecções ou enfermidades” e que “o gozo do
grau máximo de saúde que se pode alcançar é um dos direitos fundamentais de todo
ser humano..”

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Em 10 de dezembro de 1948, a Assembléia Geral das Nações Unidas, aprova
a Declaração Universal dos Direitos Humanos do Homem, que se constitui uma fonte
de princípios na aplicação das normas jurídicas, que assegura ao trabalhador o
direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, as condições justas e favoráveis de
trabalho e à proteção contra ao desemprego; o direito ao repouso e ao lazer,
limitação de horas de trabalho, férias periódicas remuneradas, além de padrão de
vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar. Contudo, a
reconstrução pós-guerra induz a sérios problemas de acidentes e doenças que
repercutem nas atividades empresariais, tanto no que se refere às indenizações
acidentárias, quanto ao custo pelo afastamento de empregados doentes. Impunhase
a criação de novos métodos de intervenção das causas de doenças e dos acidentes,
recorrendo-se à participação interprofissional.

Em 1949, a Inglaterra pesquisa a ergonomia, que objetiva a organização do


trabalho em vista da realidade do meio ambiente laboral adequar-se ao homem. Em
1952, com a fundação da Comunidade Européia do Carvão e do Aço - CECA, as
questões voltaram-se para a segurança e medicina do trabalho nos setores de
carvão e aço, que até hoje estimula e financia projetos no setor.

Na década de 60 inicia-se um movimento social renovado, revigorado e


redimensionado marcado pelo questionamento do sentido da vida, o valor da
liberdade, o significado do trabalho na vida, o uso do corpo, notadamente nos países
industrializados como a Alemanha, França, Inglaterra, Estados Unidos e Itália. Na
Itália, a empresa Farmitália, iniciou um processo de conscientização dos operários
quanto à nocividade dos produtos químicos e dos técnicos para a detecção dos
problemas. A FIAT reorganiza as condições de trabalho nas fábricas, modificando as
formas de participação da classe operária. Na realidade o problema da saúde do
trabalhador passa a ser outra, desloca-se da atenção dos efeitos para as causas, o
que envolve as condições e questões do meio ambiente.

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No início da década de 70, o Brasil é o detentor do título de campeão mundial
de acidentes. E, em 1977, o legislador dedica no texto da CLT - Consolidação das
Leis do Trabalho, por sua reconhecida importância Social, capítulo específico à
Segurança e Medicina do Trabalho. Trata-se do Capítulo V, Título II, artigos 154 a
201, com redação da Lei nº 6.514/77.

O Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Secretaria de Segurança e


Saúde no Trabalho, hoje denominado Departamento de Segurança e Saúde no
Trabalho, regulamenta os artigos contidos na CLT por meio da Portaria nº 3.214/78,
criando trinta e quatro Normas Regulamentadoras - NRs. Com a publicação da
Portaria nº 3214/78 se estabelece a concepção de saúde ocupacional. Em 1979, a
Comissão Intersindical de Saúde do Trabalhador, promove a Semana de Saúde do
Trabalhador com enorme sucesso e em 1980 essa comissão de transforma no
Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes do
Trabalho.

Os eventos dos anos seguintes enfatizaram a eliminação do risco de


acidentes, da insalubridade ao lado do movimento das campanhas salariais. Os
diversos Sindicatos dos Trabalhadores, como o das Indústrias Metalúrgicas,
Mecânicas, tiveram fundamental importância denunciando as condições inseguras e
indignas observadas no trabalho. Com a Constituição de 1988 nasce o marco
principal da etapa de saúde do trabalhador no nosso ordenamento jurídico. Está
garantida a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança. E, ratificadas as Convenções 155 e 161 da OIT, que também
regulamentam ações para a preservação da Saúde e dos Serviços de Saúde do
Trabalhador.
As conquistas, pouco a pouco, vêm introduzindo novas mentalidades,
sedimentando bases sólidas para o pleno exercício do direito que todos devem ter à
saúde e ao trabalho protegido de riscos ou das condições perigosas e insalubres que
põem em risco a vida, a saúde física e mental do trabalhador.

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A proteção à saúde do trabalhador fundamenta-se, constitucionalmente, na
tutela “da vida com dignidade”, e tem como objetivo primordial a redução do risco de
doença, como exemplifica o art. 7º, inciso XXII, e também o art. 200, inciso VIII, que
protege o meio ambiente do trabalho, além do art. 193, que determina que “a ordem
social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça
sociais”. Posteriormente, o Ministério do Trabalho, por meio da Portaria nº

3.067, de 12.04.88, aprovou as cinco Normas Regulamentadoras Rurais vigentes.

A Portaria SSST nº 53, de 17.12.97, aprovou a NR 29 - Norma


Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário. Atuando de forma
tripartite o Ministério do Trabalho e Emprego, divulga para consulta pública a Portaria
SIT/ SST nº 19 de 08.08.01, publicada no DOU de 13.08.01, para a criação da NR
nº 30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário. E,
em 06.11.02 foi publicada no DOU a Portaria nº 30, de 22.10.02, da Secretaria de
Inspeção do Trabalho, do MTE, divulgando para consulta pública proposta de texto
de criação da Norma Regulamentadora Nº 31 - Segurança e Saúde nos Trabalhos
em Espaços Confinados.

Os problemas referentes à segurança, à saúde, ao meio ambiente e à


qualidade de vida no trabalho vêm ganhando importância no Governo, nas entidades
empresariais, nas centrais sindicais e na sociedade como um todo. Para isso deve
haver a conjunção de esforços de todos os setores da sociedade e a conscientização
na aplicação de programas de saúde e segurança no trabalho. Trabalhador saudável
e qualificado representa produtividade no mercado globalizado.

Em 1940 foi fundada a Associação de Prevenção de Acidentes do Trabalho,


e em 1943 a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT – entrou em vigor. A CLT foi
o marco da proteção aos trabalhadores no Brasil, pois foi a partir dela que os
empregadores passaram a ter maiores responsabilidades quanto à saúde e
qualidade de vida dos trabalhadores.

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Na década de 50, os trabalhadores passam a contribuir para os institutos de
aposentadorias e pensões. Em 1960, foram criados os seguros contra acidentes de
trabalho, o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e o Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço (FGTS). Ainda na década de 60 foi criada também a Fundação
Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, a FUNDACENTRO.

Em 1972, as Portarias 3.236 e 3.237 do Ministério do Trabalho, tornaram


obrigatório, nas empresas com mais de 100 funcionários, um serviço de saúde com
os seguintes profissionais:
médico do trabalho, engenheiro
de segurança, técnico em segurança e
auxiliar de enfermagem do trabalho.

A Portaria 3.214, de 08 de junho de


1978 do Ministério do Trabalho, aprovou a
criação de 28 Normas Regulamentadoras
(NRs). Essas normas vão sendo modificadas
e criadas de acordo com os conhecimentos
técnicos que vão sendo adquiridos ao longo
dos anos. Hoje já temos 36 NRs, são elas:

 NR 1 - Disposições Gerais
 NR 2 - Inspeção Prévia
 NR 3 - Embargo ou Interdição
 NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho

 NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


 NR 6 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI
 NR 7 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional
 NR 8 - Edificações
 NR 9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais

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 NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
 NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio
de
Materiais
 NR 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos
 NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão
 NR 14 - Fornos
 NR 15 - Atividades e Operações Insalubres
 NR 16 - Atividades e Operações Perigosas
 NR 17 - Ergonomia
 NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção

 NR 19 - Explosivos
 NR 20 - Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e
Combustíveis
 NR 21 - Trabalho a Céu Aberto
 NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
 NR 23 - Proteção Contra Incêndios
 NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de
Trabalho
 NR 25 - Resíduos Industriais
 NR 26 - Sinalização de Segurança
 NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do
Trabalho no MTB

 NR 28 - Fiscalização e Penalidades
 NR 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no
Trabalho Portuário
 NR 30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no
Trabalho
Aquaviário

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 NR 31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no
Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e
Aquicultura .

 NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de


Saúde
 NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
 NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção e Reparação Naval

 NR 35 - Trabalho em Altura
 NR 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate
e Processamento de Carnes e Derivados

Doenças relacionadas ao trabalho

A saúde dos trabalhadores constitui uma importante área da Saúde Publica


que tem como objetivo a promoção e a proteção da saúde do trabalhador, por meio
do desenvolvimento de ações de acompanhamento dos riscos presentes nos
ambientes. e condições de trabalho, dos problemas a saúde do trabalhador, a
organização e prestação de assistência aos trabalhadores, compreendendo
procedimentos de diagnósticos, tratamento e reabilitação de forma integrada, no
Sistema de Saúde Publica brasileiro.

Neste conceito, trabalhadores são todos os homens e mulheres que exercem


atividade para sustento próprio ou de seus dependentes, qualquer que seja sua
atividade executada no mercado de trabalho. Estão incluídas nesse grupo as
pessoas que trabalharam assalariado, trabalhadores domésticos, trabalhadores
avulsos, trabalhadores agrícolas, autônomos, servidores públicos, trabalhadores
cooperativados e empregadores. Entre os fatores determinantes da saúde do
trabalhador estão compreendidas as condições sociais, econômicas e os fatores de

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risco ocupacionais, físicos, químicos, biológicos, mecânicos e aqueles decorrentes
da organização laboral presentes nos processos de trabalho.

Assim, ações de saúde do trabalhador tem como foco modificar os processos


de trabalho, de forma a contemplarem as relações saúde-trabalho em todas as
atividades profissionais. Os trabalhadores individual e coletivamente nas
organizações são considerados sujeitos e participantes das ações que incluem o
estudo das condições de trabalho, a identificação de mecanismos de intervenção
técnica para sua melhoria, adequação e o controle dos serviços de saúde prestados.
Os trabalhadores compartilham das mesmas doenças e morte da população
em geral, em função de sua idade, gênero, grupo social ou presença em grupo
especifico de risco. Além disso, os trabalhadores podem adoecer ou morrer por
causas relacionadas ao trabalho, em consequências da profissão que exercem ou
exerceram ou pelas condições adversas em que seu trabalho é ou foi realizado.
Assim, o perfil de adoecimento e morte dos trabalhadores resultara na separação
desses fatores que podem ser resumidos em quatro grupos de causas abaixo;

 Doenças comuns, aparentemente sem qualquer relação com o


trabalho;
 Doenças comuns (crônico-degenerativas, infecciosas, neoplasias,
traumáticas) eventualmente modificadas no aumento da frequência de sua
ocorrência ou no surgimento em trabalhadores, sob determinadas condições de
trabalho;

 Doenças comuns que são agravadas em função das condições de


trabalho, a asma brônquica, a dermatite de contato alérgica, a perda auditiva
conduzida pelo ruído (ocupacional), doenças musculoesquelético e alguns
transtornos mentais exemplificam esta possibilidade, na qual, em decorrência do
trabalho, somam se, multiplicam-se as condições provocadoras ou
desencadeadoras desses quadros hospitalares.

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 Agravos à saúde específicos, típicos dos acidentes do trabalho e pelas
doenças profissionais. A silicose e a asbesto se exemplificam este grupo de agravos
específicos.

Os três últimos grupos constituem a família das doenças relacionadas ao


trabalho. A natureza dessa relação e sutilmente distinta em cada grupo.

GRUPO I: doenças em que o trabalho é causa necessária, tipificadas pelas


doenças profissionais, stricto sensu, e pelas intoxicações agudas de origem
ocupacional.

GRUPO II: doenças em que o trabalho pode ser um fator de risco, contributivo,
mas não necessário, exemplificadas pelas doenças comuns, mais frequentes ou
mais precoces em determinados grupos ocupacionais e para as quais o nexo causal
é de natureza eminentemente epidemiológica. A hipertensão arterial e as neoplasias
malignas (cânceres), em determinados grupos ocupacionais ou profissões,
constituem exemplo típico.

GRUPO III: doenças em que o trabalho é provocador de um distúrbio latente,


ou agravador de doença já estabelecida ou preexistente, ou seja, com causa,
tipificadas pelas doenças alérgicas de pele e respiratórias e pelos distúrbios mentais,
em determinados grupos ocupacionais ou profissões.

Entre os agravos específicos estão incluídas as doenças profissionais, para


as quais se considera que o trabalho ou as condições em que ele é realizado
constituem causa direta. A relação causal ou nexo causal é direta e imediata. A
eliminação do agente causal, por medidas de controle ou substituição, pode
assegurar a prevenção, ou seja, sua eliminação ou erradicação.

As doenças do trabalho referem-se a um conjunto de danos ou agravos que


incidem sobre a saúde dos trabalhadores, causados, desencadeados ou agravados
por fatores de risco presentes nos locais de trabalho. Manifestam-se de forma lenta,

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insidiosa, podendo levar anos, às vezes até mais de 20, para manifestarem o que,
na prática, tem demonstrado ser um fator dificultador no estabelecimento da relação
entre uma doença sob investigação e o trabalho. Também são consideradas as
doenças provenientes de contaminação acidental no exercício do trabalho e as
doenças endêmicas quando contraídas por exposição ou contato direto, determinado
pela natureza do trabalho realizado.

Tradicionalmente, os riscos presentes nos locais de trabalho são classificados


em:

 Agentes físicos - ruído, vibração, calor, frio, luminosidade, ventilação,


umidade, pressões anormais, radiação etc.

 Agentes químicos - substâncias químicas tóxicas, presentes nos


ambientes de trabalho nas formas de gases, fumo, névoa, neblina e/ou poeIra.

 Agentes biológicos - bactérias, fungos, parasitas, vírus, etc.


 Organização do trabalho - divisão do trabalho, pressão da chefia por
produtividade ou disciplina, ritmo acelerado, repetitividade de movimento, jornadas
de trabalho extensas, trabalho noturno ou em turnos, organização do espaço físico,
esforço físico intenso, levantamento manual de peso, posturas e posições
inadequadas, entre outros.

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É importante destacar que no processo de investigação de determinada
doença e sua possível relação com o trabalho, os fatores de risco presentes nos
locais de trabalho não devem ser compreendidos de forma isolada e estanque. Ao
contrário, é necessário apreender a forma como eles acontecem na dinâmica global
e cotidiana do processo de trabalho.

Nesse sentido, o resumo a seguir trata das doenças do trabalho consideradas


pela Área Técnica de Saúde do Trabalhador, do Ministério da Saúde, como
prioridades para notificação e investigação epidemiológica, visando à intervenção
sobre a situação provocadora do evento. Ressalte-se que cada estado ou município
tem autonomia para a inclusão de outras doenças, em função de suas específicas
necessidades regionais e locais.

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Doenças das vias aéreas

As doenças das vias aéreas estão


diretamente relacionadas com materiais
inalados nos ambientes de trabalho.
Dependem das propriedades físico-químicas
desses agentes, da susceptibilidade individual
e do local de deposição de partículas - nariz,
traqueia, brônquios ou parênquima pulmonar.
Quando o local de deposição é o nariz,
geralmente a resposta clínica é a rinite, a
perfuração septal ou o câncer nasal; quando
se localiza na traqueia ou brônquios, pode-se
observar bronco constrição, devido à reação
antígeno x anticorpo ou induzi da por reflexo
irritativo; quando se localiza no parênquima
pulmonar, pode ocorrer aviolete alérgica
extrínseca, como no caso das poeiras
orgânicas; pneumoconiose, como no caso das
poeiras minerais; ou lesão pulmonar aguda, bronquiolite e edema pulmonar. No caso
de poeiras e gases radioativos, tem-se observado câncer pulmonar.
Considerando-se a magnitude do problema, serão priorizadas a notificação e a
investigação das pneumoconioses e asma ocupacional.

Pneumoconioses

São patologias resultantes da deposição de partículas sólidas no parênquima


pulmonar, levando a um quadro de fibrose, ou seja, ao endurecimento intersticial do
tecido pulmonar. As pneumoconioses mais importantes são aquelas causadas pela

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poeira de sílica, configurando a doença conhecida como
silicose, e aquelas causadas pelo asbesto, configurando
a asbestose.

Silicose

É a principal pneumoconiose no Brasil, causada


por inalação de poeira de sílica livre cristalina (quartzo).
Caracteriza-se por um processo de fibrose, com formação de nódulos isolados nos
estágios iniciais e nódulos conglomerados e disfunção respiratória nos estágios
avançados. Atinge trabalhadores inseridos em diversos ramos produtivos: na
indústria extrativa (mineração subterrânea e de superfície); no beneficiamento de
minerais (corte de pedras, britagem, moagem, lapidação); em fundições; em
cerâmicas; em olarias; no jateamento de areia; na escavação de poços; polimentos
e limpezas de pedras.

Os sintomas, normalmente, aparecem após longos períodos de exposição,


cerca de 10 a 20 anos. É uma doença irreversível, de evolução lenta e progressiva.
Sua sintomatologia inicial é discreta - tosse e escarros. Nessa fase não se observa
alteração radiográfica. Com o agravamento do quadro, surgem sintomas como
dispnéia de esforço e astenia.

Em fases mais avançadas, pode surgir insuficiência respiratória, com


dispnéia aos mínimos esforços e até em . repouso. O quadro pode evoluir para o cor

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pulmonale crônico. A forma aguda, conhecida como silicose aguda, é uma doença
extremamente rara, estando associada à exposição a altas concentração de poeira
de sílica.

O diagnóstico está fundamentado na história clínico-ocupacional, na


investigação do local de trabalho, no exame físico e nas alterações encontradas em
radiografias de tórax, as quais deverão ser realizadas de acordo com técnica
preconizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Também a leitura da
radiografia deverá ser feita de acordo' com a classificação da OIT, que, entre outros
parâmetros, estipula que a leitura deve ser realizada por três diferentes profissionais.
As provas de função pulmonar não têm aplicação no diagnóstico da silicose, sendo
úteis na avaliação da capacidade funcional pulmonar.

Asbestose

O Brasil é um dos grandes produtores mundiais de asbesto, também


conhecido como ami anto. Por ser uma substância indiscutivelmente cancerígena,
observa-se, atualmente, grande polêmica em tomo de sua utilização. Há uma
corrente que defende o uso do asbesto em
condições ambientais rigidamente controladas;
outra, que defende a substituição do produto
nos diversos processos produtivos.

O asbesto possui ampla utilização


industrial, principalmente na fabricação de
produtos de cimento-amianto, materiais de
fricção como pastilhas de freio, materiais de
vedação, piso e produtos têxteis, como mantas e tecidos resistentes ao fogo. Assim,
os trabalhadores expostos ocupacionalmente a esses produtos são aqueles
vinculados à indústria extrativa ou à indústria de transformação. Também estão

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expostos os trabalhadores da construção civil e os trabalhadores que se ocupam da
colocação e reforma de telhados, isolamento térmico de caldeiras, tubulações e
manutenção de fomos (tijolos refratários).

A asbestose é a pneumoconiose associada ao asbesto ou amianto, sendo


uma doença eminentemente ocupacional. A doença, de caráter progressivo e
irreversível, tem um período de latência superior a 10 anos, podendo se manifestar
alguns anos após cessada a exposição. Clinicamente, caracteriza-se por dispnéia
de esforço, estertores crepitantes nas bases pulmonares, baqueteamento digital,
alterações funcionais e pequenas opacidades irregulares na radiografia de tórax.

O diagnóstico é realizado a partir da história clínica e ocupacional, do exame


físico e das alterações radiológicas. Raios X de tórax, assim como sua leitura, deverá
ser realizado de acordo com as normas preconizadas pela OIT.

Observação: além da asbestose, a exposição às fibras de asbesto está


relacionada com o surgimento de outras doenças. São as alterações pleurais
benignas, o câncer de pulmão e os mesoteliomas malignos, que podem acometer a
pleura, o pericárdio e o peritônio.

Asma ocupacional

É a obstrução difusa e aguda das


vias aéreas, de caráter reversível,
causada pela inalação de substâncias
alergênicas, presentes nos ambientes
de trabalho, como, por exemplo, poeiras
de algodão, linho, borracha, couro,
sílica, madeira vermelha etc. O quadro é o de uma asma brônquica, sendo que os

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pacientes se queixam de falta de ar, tosse, aperto e chieira no peito, acompanhados
de rinorréia, espirros e lacrimejamento, relacionados com as exposições
ocupacionais às poeiras e vapores. Muitas vezes, uma tosse noturna persistente é a
única queixa dos pacientes. Os sintomas podem aparecer no local da exposição ou
após algumas horas, desaparecendo, na maioria dos casos, nos finais de semana,
períodos de férias ou afastamentos.

Perda auditiva induzido por ruído - PAIR

A perda auditiva induzida pelo ruído, relacionada ao trabalho, é uma


diminuição gradual da acuidade auditiva, decorrente da exposição continuada a
níveis elevados de ruído. Algumas de suas características são:

• é sempre neurossensorial, por causar dano às células do órgão


de CORTI;

• é irreversível e quase sempre similar bilateralmente;

• é passível de não progressão, uma vez cessada a exposição ao


ruído intenso.

O ruído é um agente físico


universalmente distribuído, estando
presente em praticamente todos os
ramos de atividade. O surgimento da d
o e n ç a está relacionado com o tempo
de exposição ao agente agressor, às
características físicas do ruído e à
susceptibilidade individual. O
surgimento

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de PAIR pode ser potencializado por exposição concomitante a vibração, a produtos
químicos - principalmente os solventes orgânicos e pelo uso de medicação ototóxica.
Se o trabalhador for portador de diabetes, poderá ter elevada sua susceptibilidade
ao ruído.

O diagnóstico da PAIR só pode ser estabelecido por meio de um conjunto de


procedimentos: anamnese clínica e ocupacional, exame físico, avaliação audiológica
e, se necessário, outros testes complementares. A exposição ao ruído, além de
perda auditiva, acarreta alterações importantes na qualidade de vida do trabalhador
em geral, na medida em que provoca ansiedade, irritabilidade, aumento da pressão
arterial, isolamento e perda da auto-imagem. No seu conjunto, esses fatores
comprometem as relações do indivíduo na família, no trabalho e na sociedade.

Sendo a PAIR uma patologia que atinge um número cada vez maior de
trabalhadores em nossa realidade, e tendo em vista o prejuízo que causa ao
processo de comunicação, além das
implicações psicossociais que interferem e
alteram a qualidade de vida de seu portador,
é imprescindível que todos os esforços
sejam feitos no sentido de evitar sua
instalação. A PAIR é um comprometimento
auditivo neurossensorial sério que, todavia,
pode e deve ser prevenido.

Lesão por esforço repetitivo / Distúrbio osteomuscular relacionado ao


trabalho - LER/DORT

No mundo contemporâneo, as lesões por esforços repetitivos/Doenças


osteomusculares relacionadas com o trabalho (LER/DORT) têm representado

31
importante fração do conjunto dos adoecimentos relacionados com o trabalho.
Acometendo homens e mulheres em plena fase produtiva (inclusive adolescentes),
essa doença, conhecida como doença da modernidade, tem causado inúmeros
afastamentos do trabalho, cuja quase totalidade evolui para incapacidade parcial, e,
em muitos casos, para a incapacidade permanente, com aposentadoria por invalidez.

São afecções decorrentes das relações e da organização do trabalho


existentes no moderno mundo do trabalho, onde as atividades são realizadas com
movimentos repetitivos, com posturas inadequadas, trabalho muscular estático,
conteúdo pobre das tarefas, monotonia e sobrecarga mental, associadas à ausência
de controle sobre a execução das tarefas, ritmo intenso de trabalho, pressão por
produção, relações conflituosas com as chefias e estímulo à competitividade
exacerbada. Vibração e frio intenso também estão relacionados com o surgimento .
de quadros de LER/DORT.

Caracteriza-se por um quadro de


dor crônica, sensação de formigamento,
dormência, fadiga muscular (por
alterações dos tendões, musculatura e
nervos periféricos), e dor muscular ou
nas articulações, especialmente ao
acordar à noite. É um processo de
adoecimento insidioso, carregado de

simbologias negativas sociais, e intenso sofrimento psíquico: incertezas, medos,


ansiedades e conflitos. Acomete trabalhadores inseridos nos mais diversos ramos
de atividade, com destaque para aqueles que estão nas linhas de montagem do setor
metalúrgico, empresas do setor financeiro, de autopeças, da alimentação, de
serviços e de processamento de dados.

32
Intoxicações exógenas

Agrotóxicos Conhecidos por diversos nomes - praguicidas, pesticidas,


agrotóxicos, defensivos agrícolas, venenos, biocidas etc. - esses produtos, em vista
de sua toxicidade, provocam grandes danos à saúde humana e ao meio ambiente.
Por isso, seu uso deve ser desestimulado, o que é possível a partir da utilização de
outras tecnologias, ambientalmente mais saudáveis.

Pela Lei Federal nº 7.802, de 11/7/89, regulamentada pelo Decreto


n.o98.816, agrotóxicos é a denominação dada aos:

"(u.) produtos e componentes de processos físicos, químicos ou biológicos


destinados ao uso nos setores de produção, armazenamento e
beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na
proteção de florestas nativas ou implantadas e de outros
ecossistemas e também em ambientes urbanos, hídricos e
industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora e
da fauna, a fim de preservá-la da ação danosa de seres vivos
considerados nocivos, bem como substâncias e produtos
empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores
e inibidores do crescimento."

Todo produto agrotóxico é classificado pelo


menos quanto a três aspectos: quanto aos tipos de
organismos que controlam, quanto à toxicidade
da(s) substância(s) e quanto ao grupo químico ao
qual pertencem. Inseticidas, acaricidas, fungicidas,
herbicidas, nematicidas, moluscicidas, raticidas,
avicidas, columbicidas, bactericidas e
bacteriostáticos são termos que se referem à especificidade do agrotóxico em
relação aos tipos de pragas ou doenças.

Quanto ao grau de toxicidade, a classificação


adotada é aquela preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que
distingue os agrotóxicos em classes I, II, III e IV, sendo essa classificação utilizada

33
na definição da coloração das faixas nos rótulos dos produtos agrotóxicos: vermelho,
amarelo, azul e verde, respectivamente. Temos assim:

• Classe I- extremamente tóxico/ tarja vermelha;

• Classe II - altamente tóxico/ tarja amarela;

• Classe III-medianamente tóxico/tarja azul;

• Classe IV - pouco tóxico/tarja verde.

É importante registrar que a classificação diz respeito apenas aos efeitos


agudos causados pelos produtos agrotóxicos.

Dermatoses ocupacionais

As dermatoses ocupacionais, embora benignas em sua maioria, constituem


problema de avaliação difícil e complexa. Referem-se a toda alteração da pele,
mucosas e anexos, direta ou indiretamente causada, condicionada, mantida ou
agravada pela atividade de trabalho.
São causadas por agentes biológicos, físicos e, principalmente, por
agentes químicos. Aproximadamente, 80% das dermatoses
ocupacionais são provocadas por substâncias químicas presentes nos
locais de trabalho, ocasionando quadros do tipo irritativo (a maioria) ou do tipo
sensibilizante.

34
O diagnóstico é realizado a partir
da anamnese clínico-ocupacional e do
exame físico. O teste de contato deve
ser realizado quando se suspeita de
quadro do tipo sensibilizante, visando
identificar o(s) agente(s) alergênico(s).

Distúrbios mentais e trabalho

O trabalho tem sido reconhecido como importante fator de adoecimento, de


desencadeamento e de crescente aumento de distúrbios psíquicos. Os
determinantes do trabalho que
desencadeiam ou agravam
distúrbios psíquicos irão, geralmente,
se articular á modos individuais de
responder, interagir e adoecer, ou seja, as
cargas do trabalho vão incidir sobre um
sujeito particular portador de uma história
singular preexistente ao seu encontro com
o trabalho.

O processo de sofrimento psíquico


não é, muitas vezes, imediatamente visível.

Seu desenvolvimento acontece de forma


"silenciosa" ou "invisível", embora também possa eclodir de forma aguda por
desencadeantes diretamente ocasionados pelo trabalho.
Objetivos da saúde ocupacional

Levando todos esses condicionantes em consideração, a Organização


Mundial de Saúde elaborou alguns objetivos para a saúde ocupacional:

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 Promover e manter no seu mais alto grau o bem-estar físico,
mental e social dos trabalhadores de todas as profissões.

 Evitar a deterioração da saúde provocada pelas condições do


trabalho.
 Protegê-los em suas atividades dos riscos dos agentes nocivos.
 Manter os trabalhadores de forma adequada às suas aptidões
fisiológicas e psicológicas, quer dizer adaptar o trabalho ao homem.

Doenças profissionais x doenças ocupacionais

36
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