Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O trabalho é uma atividade por meio da qual o homem transforma o ambiente em que vive
sociedade, da saúde, das formas de sociabilidade e dos modos de produção da vida, para a
sobrevivência e um fator de reconhecimento e inclusão social. Ele marca a identidade das pessoas
e está diretamente ligado à qualidade de vida. O tema relaciona-se diretamente com a saúde do
homem, na medida em que, segundo a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem
(PNAISH), uma questão relevante para a não procura dos serviços de saúde pelos homens é que
o horário de atendimento coincide com o horário de trabalho. Isso ocorre, pois, o trabalho possui
destaque dentre as preocupações masculinas, visto que o homem culturalmente possui o papel
saúde-doença dos trabalhadores, como e por que adoecem e morrem, e como são organizadas e
atendidas suas necessidades de saúde, são construções sociais que mudam em cada sociedade
e momento histórico.
ampliado, que considera a condição de saúde e doença como um processo resultante dos
viver.
A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE SAÚDE OCUPACIONAL
A medicina do trabalho
A saúde ocupacional
A saúde ocupacional surge enquanto intervenção do Estado no processo de expansão do
capitalismo. Veja a seguir como foi definida pelo Comitê Misto da OIT-OMS, em 1950.
A Saúde Ocupacional surge dentro das grandes empresas, com o traço
da interdisciplinaridade, com a organização de equipes multiprofissionais, e ênfase na higiene
industrial, relacionando o ambiente de trabalho e seus efeitos sobre o corpo do trabalhador.
Incorpora a teoria da multicausalidade, na qual um conjunto de fatores de risco é considerado na
produção da doença, avaliada por meio da clínica médica e de indicadores ambientais e biológicos
de exposição e efeito.
A Saúde Ocupacional utiliza dos fundamentos teóricos de Leavell & Clark, a partir do
modelo da História Natural da Doença, simplificando em demasia o entendimento do processo
saúde-doença, como derivado da interação entre agente-hospedeiro-ambiente. Essa concepção,
no entanto, continua insuficiente para uma adequada análise das relações entre o homem e o
trabalho (MINAYO-GOMEZ; THEDIM-COSTA, 1997).
O enfoque dessa área ampliou a atuação da medicina do trabalho, que anteriormente se
voltava basicamente para o tratamento dos doentes, passando a avaliar não apenas o indivíduo,
mas o grupo de trabalhadores expostos e não expostos a agentes patogênicos, visando agir no
nível de prevenção no ambiente de trabalho.
escolha dos profissionais que irão atuar nos serviços de saúde voltados aos trabalhadores.
Ao lado deste processo de questionamentos da participação do Estado, na década de 1970
ocorrem profundas mudanças nos processos de trabalho, como o início das terceirizações nos
serviços com intensa mudança no perfil dos trabalhadores e nos processos de trabalho.
A avaliação dos riscos relacionados ao trabalho deve transpor de relação unicausal entre
o risco e o seu efeito direto. Nem todos os riscos podem ser identificados, quantificados e
localizados fisicamente no ambiente de trabalho. Como exemplo, podemos citar os riscos
psicossociais.
A lógica tradicional da cultura de segurança se ancora nas relações unicausais entre os
riscos e as consequências advindas da adoção dos chamados “atos inseguros”. É como se os
acidentes de trabalho ocorressem pela falta de consciência do risco, na maioria das vezes por
parte do trabalhador. Essa concepção apresenta profundas limitações, uma vez que desconsidera
as causas objetivas e as circunstâncias dinâmicas envolvidas no contexto de trabalho.
As intenções do campo da saúde do trabalhador se pautam na concepção de que a saúde
no trabalho não significa apenas a ausência de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho,
mas principalmente a transformação dos processos de trabalho em seus diversos aspectos, na
direção de buscar outra inserção do trabalhador no processo produtivo que seja potencializadora
de sua saúde e bem-estar.
DOENÇAS E ACIDENTES NO TRABALHO
As doenças relacionadas ao trabalho e os acidentes de trabalho sempre tiveram destaque
no campo da saúde do trabalhador, principalmente por conta do alto gasto previdenciário
direcionado ao pagamento de auxílios, aposentadorias e pensões advindas da ocorrência destes
eventos.
Além disso, há que se considerar que tanto os acidentes quanto as doenças diminuem
consideravelmente a capacidade de trabalho do homem e podem provocar perdas de ordem
funcional, como restrições de movimentos, paralisias e desajustes orgânicos, e, no caso dos
acidentes de trabalho, também perdas de ordem material, como danos às instalações ou ao
patrimônio das empresas.
Veja como a legislação brasileira caracteriza o acidente de trabalho:
A definição sobre doença, dada pela mesma lei, aparece subordinada à definição de
acidente de trabalho e está caracterizada de duas maneiras (Art. 20 da Lei nº 8.213 de 24 de julho
Segundo Mendes e Dias (1999), esses fatores podem ser sintetizados em quatro grupos
de causas. Acompanhe:
É possível perceber que os três últimos grupos constituem o universo das doenças
relacionadas ao trabalho. Evidentemente, a natureza dessa relação varia entre os grupos.
DOENÇAS OCUPACIONAIS