Você está na página 1de 10

O que a professora falou que ia cair:

E tem outro objeto de estudo e objetivos da clínica do trabalho (foi)

Cartinha de saúde do trabalhador, atuação do psicólogo, notificação do agravo, educação


permanente, dimensão ética e política. (foi)

Clinica psicodinâmica, principio (prioridade), como se estrutura, como pode servir de apoio à
saúde do trabalhador. E clínica da atividade, qual o objetivo, foco de trabalho, o que
compreende. (foi)

Marcos teóricos legais, leis também (foi)

Aspectos psicossociais no trabalho, como a psicologia pode contribuir no aumento do


empoderamento do trabalhador. (foi)

Atuação do psicólogo de forma geral, dentro do CEREST, dentro da RENAST (foi)

Conteúdo:
 Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP)

Objetivo: contribuir para a participação da Psicologia na melhoria das políticas públicas e no


avanço das garantias dos direitos humanos.

Criado em 2005.

Metodologia: levantamento das informações (que envolve levantamento documental,


questionário online, reuniões específicas e grupos focais para levantamento de informações
junto às psicólogas e aos psicólogos) como a produção dos documentos de referências (que
envolve grupos de especialistas, relatórios de pesquisas, consultas a órgãos governamentais e
consultas públicas à categoria). Com processos desenvolvidos nessa metodologia, o foco recai
sobre a área da Saúde do Trabalhador.

No final de 2007, ocorreu uma consulta pública, desenvolvendo um documento: legitimado pela
participação da categoria em sua produção, assume um papel fundamental no debate e na
construção de argumentos sobre os posicionamentos e ações pertinentes à (ao) psicóloga (o)
na Saúde do Trabalhador. Com isso, , o CFP dá prosseguimento à produção de referências para
a atuação em políticas públicas, condensando, de modo mais pragmático, as finalidades e o
compromisso do CREPOP.

Com esse documento ↑ surgi um novo objetivo: oferecer referências para a atuação da(o)
psicóloga(o) na área da Saúde do Trabalhador — no âmbito da Saúde Pública.

O que foi considerado para a inserção da(o) psicóloga(o) nesse campo, da Saúde do
Trabalhador: as especificidades da relação trabalho e saúde remetem a um pensar e fazer
diferenciados, pois envolvem aspectos da organização, processo e condições de trabalho, a
compreensão da vivência subjetiva no trabalho e as complexas interações com o aparelho
psíquico humano e assim repercutindo, de uma forma positiva ou negativa, sobre a saúde
mental dos trabalhadores.
 A “reforma trabalhista” e outras leis aprovadas recentemente tendem a mudar
radicalmente o quadro em que as propostas de Saúde do Trabalhador foram
estabelecidas

As mudanças são bastante extensas e focam em diversos âmbitos, mas vale destacar aqui
algumas das novas formas de contratação, que podem ter influência na saúde dos
trabalhadores:

o A possibilidade de terceirização irrestrita para qualquer atividade dentro de uma


empresa: a maior instabilidade nos contratos, menores salários, fragmentação sindical,
etc.
o Trabalho intermitente: o trabalhador fica totalmente à disposição da empresa para
quando ela precisar de seus serviços, mas só é pago pelo que efetivamente trabalhar.
o “pejotização”: em vez de ser registrado como empregado, o trabalhador passa a ser uma
“empresa” prestadora de serviços, tendo, no entanto, todas as obrigações da condição de
trabalhador (cumprimento de horário e metas, por exemplo), mas sem os mesmos
direitos.

As leis, normas e decretos aprovados desde 2016 também trazem outros prejuízos aos
trabalhadores que podem ter impacto direto na sua saúde, tais como:

o O fim do imposto sindical: sem uma fonte de renda fixa em um contexto de


desregulamentação do trabalho.
o Criação de empecilhos para que trabalhadores processem empresas na Justiça do
trabalho: a imposição de pagamento de custas judiciais pelo trabalhador caso perca o
processo e o pagamento de multa caso não compareça à audiência. Tais penalidades
desencorajam trabalhadores a buscar ressarcimento de prejuízos à sua saúde oriundos do
trabalho.
o Prevalência do negociado sobre o legislado: o que for negociado por uma empresa
diretamente com seus trabalhadores deve prevalecer mesmo que a lei seja mais restritiva.
o Redução de tempo de descanso entre jornadas e ampliação da jornada de trabalho
o A possibilidade de mulheres grávidas trabalharem em locais insalubres

 Marcos teóricos do campo da saúde do trabalhador

A Saúde do Trabalhador: configura um campo de saber e de práticas que demandam da


Psicologia uma atuação sobre o trabalho e sobre as estruturas e processos que o organizam.

Sobre o marco histórico e teóricos:

o Inicia, no Brasil, na década de 70 (momento de abertura política): quando os movimentos


sociais retomam a cena pública e interferem na construção da agenda que definirá as
políticas públicas de corte social.
o Depois: a promulgação da Constituição Federal de 1988.
o Finalizando: a Lei do Sistema Único de Saúde (SUS).

Específico da Saúde do Trabalhador:

o O Movimento sindical e O Movimento sanitarista: tiveram importante participação na sua


incorporação como política de saúde, concebendo o adulto em sua condição de
trabalhador, o que implica conhecer a situação de trabalho, ou seja, não apenas o
processo de produção em si, mas também o processo de produção e (re)produção das
relações sociais de produção.

Marcos teórico-conceituais e de uma proposta programática, foram com base:

o Na Saúde Coletiva: fornece as bases para se compreender o processo saúde-doença,


contextualizado nas relações sociais, dando relevo à estratificação social e norteando o
planejamento em saúde
o Na Medicina Social latino-americana: compreender a relação trabalho e processo saúde-
doença.
o E Na Saúde Pública: a orienta programaticamente as ações em Saúde do Trabalhador.

Princípios na base Política:

o Saúde é um dever do Estado


o Os serviços devem contar com a participação e o controle social
o E as ações devem contemplar promoção, prevenção, assistência, reabilitação e vigilância à
saúde.
Saúde do Trabalhador refere-se a um campo de
O que a Saúde do Trabalhador é: configura
saberes e práticas com evidentes compromissos
um campo de conhecimentos e de práticas
teóricos, éticos e políticos, e insere-se como
que tem como objetivo o estudo, a análise e
a intervenção nas relações entre trabalho e uma política pública em saúde que demanda
saúde-doença, mediante propostas articulações intersetoriais (saúde, previdência
programáticas desenvolvidas na rede de social, educação, trabalho e emprego e meio
serviços de saúde pública. ambiente, dentre outras).

Base de disciplinas para o desenvolver da Saúde do Trabalhador: o a clínica médica, a Medicina


do trabalho, a Sociologia, a epidemiologia social, a Engenharia, a Psicologia, a Psiquiatria, a
ergonomia, dentre outras. Mas é importante destacar que, além do embasamento teórico
interdisciplinar, a vivência e o saber dos trabalhadores se revestem de importância
fundamental e imprescindível não só na elaboração do Mapa de Riscos de um determinado
processo de produção, mas também assumem importante papel na formulação de estratégias
para transformar essa realidade, na forma de interpretar o adoecimento e organizar os
serviços de saúde para operar sobre essa realidade.

OU SEJA: A Saúde do Trabalhador, portanto, propõe uma nova forma de compreensão das
relações entre trabalho e saúde e novas práticas de atenção à saúde dos trabalhadores e de
intervenção nos ambientes de trabalho. Busca-se, sobretudo, compreender a ocorrência dos
problemas de saúde à luz das condições e dos contextos de trabalho, tendo em vista que
medidas de promoção, prevenção e vigilância deverão ser orientadas para mudar o trabalho.

No caso da Psicologia na Saúde do Trabalhador: canaliza a interface entre os conhecimentos


da Psicologia social da saúde e da Psicologia social do trabalho, além da Psicologia clínica. Tem-
se a tematização de processos de conhecimento, de explicações e de sentidos sobre o
processo saúde-doença e trabalho (cognição social), saúde mental e trabalho, Neuropsicologia,
toxicologia comportamental, causalidade de acidentes de trabalho, modelos de gestão e de
organização do processo de trabalho, subjetividade e saúde mental.

 Marcos legais no Campo da saúde do Trabalhador

Aqui já configura em relação as Leis, decretos, artigos e instituições voltados a saúde do


trabalhador. Que seriam:
o Em meados da década de 1980, foram criados os primeiros Programas de Saúde do
Trabalhador (PST) por alguns municípios e estados.
o Em 1988, incluída na Constituição Federal, em seu artigo 200, estabeleceu que “ao
Sistema Único de Saúde (SUS) compete […] executar as ações de Saúde do Trabalhador
[...], colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho”
o A Lei Orgânica da Saúde (Lei n.º Entende-se por Saúde do Trabalhador, para fins
8080/90): que regulamenta tais desta Lei, o conjunto de atividades que se
dispositivos constitucionais, toma
destina, através de ações de vigilância
como princípio básico que “a saúde
epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção
tem como fatores determinantes e
e proteção da saúde dos trabalhadores, assim
condicionantes, entre outros, o
trabalho [...]”. Assim, a Saúde do como visa à recuperação e reabilitação da saúde
Trabalhador passa a ser regida pelos dos trabalhadores submetidos aos riscos e
princípios e diretrizes do Sistema Único agravos advindos das condições de trabalho.
de Saúde.
o Em 2002, a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST):
fortalecimento da Saúde do Trabalhador, com o objetivo de “integrar a rede de serviços
do SUS, voltados para a assistência e a vigilância, para o desenvolvimento das ações de
Saúde do Trabalhador”.
o Em 2002, também teve Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
o Em 2002, também teve os Centros de A(o) psicóloga(o) não tem inserção
Referência em Saúde do Trabalhador obrigatória nas equipes dos CEREST’s,
(CEREST): que assumiram a função de suporte
mas está entre os profissionais de
técnico, de coordenação de projetos e de
saúde que podem integrá-las.
educação em saúde para a rede do SUS da
sua área de abrangência.
o O Manual de Gestão e Gerenciamento do Ministério da Saúde (2006b): T, o fortalecimento do
controle social é essencial no processo de formação e implementação dessa rede de atenção à
saúde dos trabalhadores. As instâncias de controle social, no caso dos CERESTs são: a Conferência
de Saúde, a Conferência de Saúde do Trabalhador, o Conselho de Saúde, a Comissão Intersetorial
de Saúde do Trabalhador (CIST) e o Conselho Local de Saúde do CEREST.
Detalhes extras:
O principal objetivo da criação dessa rede, RENAST, é exatamente o de buscar garantir, em todos os níveis do SUS, a inclusão do
olhar para a saúde dos trabalhadores. A RENAST prevê a inserção da Saúde do Trabalhador na atenção básica e nos níveis de maior
complexidade do sistema de saúde, a implementação de ações de vigilância e promoção em Saúde do Trabalhador e a criação de uma rede de
serviços sentinela, direcionada para o acompanhamento dos setores produtivos que se destacam na determinação de agravos à saúde dos
trabalhadores.
A Saúde do Trabalhador, enquanto política de saúde pública, não focaliza apenas a saúde dos trabalhadores com vínculos formais de
trabalho. Ela se ocupa de qualquer tipo de atividade de trabalho, formal e informal, que ofereça riscos à saúde e à segurança dos trabalhadores.
A Saúde do Trabalhador é o campo da Saúde Pública que tem como objeto de estudo e intervenção as relações produção-consumo e o
processo saúde-doença das pessoas e, em particular, dos(as) trabalhadores(as).
Histórico: Movimentos sociais, Participação social e Redemocratização.
A Saúde do Trabalhador (ST) como conhecemos hoje, teve início juntamente com a implementação das novas políticas públicas de
saúde que foram estabelecidas com a nova e vigente Constituição Federal de 1988, na qual apresentou a Lei Orgânica de Saúde nº 8.080 de 19
de setembro de 1990 que regulamenta o Sistema Único de Saúde (SUS) e a Lei nº 8.142/1990 de 28 de dezembro de 1990 que regulamenta a
participação da população e os repasses financeiros destinados para a área de saúde.
As Normas Regulamentadoras (NR) são disposições complementares ao Capítulo V (Da Segurança e da Medicina do Trabalho) do
Título II da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Consistem em
obrigações, direitos e deveres a serem cumpridos por empregadores e trabalhadores com o objetivo de garantir trabalho seguro e sadio,
prevenindo a ocorrência de doenças e acidentes de trabalho.
Quem compõe a RENAST: 1-Atenção básica (AB). 2-Atenção especializada, incluindo serviços de reabilitação. 3-Atenção pré-
hospitalar, de urgência e emergência, e hospitalar. 4-Rede de laboratórios e de serviços de apoio diagnóstico. 5-Rede de assistência
farmacêutica. 6-Sistemas de informações em saúde. 7-Sistema de regulação do acesso. 8-Sistema de planejamento, acompanhamento e
avaliação das ações. 9-Sistema de auditoria. 10-Ações de promoção e de vigilância à saúde do trabalhado.
Qual o papel do CEREST: Apoio técnico na implantação de ações de Saúde do Trabalhador nos serviços do SUS.
Responsabilidades do CEREST: 1-Atendimento do trabalhador de forma interdisciplinar com realização de anamnese ocupacional detalhada.
2- Identificação da relação entre o trabalho e o adoecimento. 3- Apoio matricial aos serviços da rede SUS nos momentos de educação
permanente e nas ações de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, notificação e vigilância . 4- Articulação da rede de apoio intersetorial
e intrasetorial para resolução dos casos de maior complexidade. 5- Realização das ações de vigilância em ambientes de trabalho nos processos
produtivos que oferecem riscos baseadas em prioridades. 6- Analise e divulgação das informações epidemiológicas para subsidio das ações de
com ênfase nas estratégias de promoção, prevenção e assistência em Saúde do Trabalhador a
serem desenvolvidas em todos os níveis da rede pública Saúde do trabalhador no âmbito da

 Atuação da(o) psicóloga(o) em saúde do trabalhador

Com o intuito de apresentar as contribuições da Psicologia para a implantação e a


implementação de ações na área da Saúde do Trabalhador, serão relatadas, a seguir, algumas
atividades desenvolvidas nessa área. É importante salientar que muitas dessas ações
tornaram-se referência para a implantação de diversas práticas; no entanto, não se trata da
apresentação de modelos, pois as informações e demandas locais, as especificidades regionais,
as atribuições e as competências de cada serviço norteiam a definição das ações, segundo os
princípios do SUS, privilegiando as estratégias da atenção básica, o enfoque da promoção da
saúde e o controle social.

A atuação se refere: A Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e


o A notificação dos agravos e das eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados
situações de risco para a saúde em todo o território nacional, nela constam os seguintes agravos
dos trabalhadores: Constitui uma relacionados à saúde do trabalhador, a saber: • Acidente de trabalho
ação de cuidado na atenção com exposição a material biológico; • Acidente de trabalho: grave,
integral aos trabalhadores. Atua fatal e em crianças e adolescentes; Saúde do trabalhador no âmbito
na prevenção, dá visibilidade aos da saúde pública: referências técnicas para a atuação da(o)
casos e permite que a rede de psicóloga(o) 35 • Intoxicação Exógena (por substâncias químicas,
proteção e cuidado aos incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados); • Violência
trabalhadores seja acionada. doméstica e/ou outras violências; • Violência sexual e tentativa de

o Reconhecendo as violências relacionadas ao As notificações das violências integram uma


trabalho: Objetiva-se conhecer a gravidade e a dimensão das linhas de cuidado para atenção
magnitude dos casos e subsidiar políticas para a integral às pessoas, que conduzem às ações de
atenção, a prevenção de violências e a promoção da
cuidado e proteção, bem como de vigilância e
saúde. A violência autoprovocada poderá ser
prevenção.
relacionada ao trabalho, dentro ou fora do
ambiente laboral.
o Informação- produção e organização de dados: e, utilizado as informações produzidas por
outros setores, tais como a Previdência Social (o registro das notificações de acidentes do
trabalho) e o Ministério do Trabalho e Emprego (registro das empresas), dentre outros,
uma vez que há carência de dados nos serviços de saúde relativos ao adoecimento
produzido pelo trabalho, mapeamento dos riscos no trabalho.
o Ações de assistência e promoção da saúde: sua prática clínica a centralidade do trabalho
na 38 Conselho Federal de Psicologia compreensão da subjetividade humana. Contudo,
deve-se ressaltar que é na abordagem interdisciplinar que se pode dar conta da amplitude
dos problemas de saúde relacionados ao trabalho. Nesse sentido, observa-se que as(os)
psicólogas(os) têm participado da elaboração de diferentes modalidades terapêuticas de
atenção aos trabalhadores, dando especial destaque às atividades grupais com
trabalhadores com problemas de saúde diversos e, especialmente, de saúde mental.
o Análise dos processos de trabalho e vigilância: incluem a identificação, o controle e a
eliminação dos riscos nos locais de trabalho.
o Educação em saúde e fortalecimento
No âmbito da educação permanente dos profissionais, incluída a
do coletivo de trabalhadores: pode-se
atualização técnico-científica, a(o) psicóloga(o) pode atuar na
destacar o desenvolvimento de cursos,
formação e gestão do trabalho em saúde, estimulando as
seminários e estágios para técnicos,
discussões relativas às mudanças nas relações e nos processos de
gestores e trabalhadores, com a
trabalho e o trabalho em equipe.
Outro importante papel da(o) psicóloga(o) é o de promover o
fortalecimento dos trabalhadores e trabalhadoras, contribuindo
para elucidar e superar os mecanismos que sustentam a postura
fatalista comum entre os oprimidos. Assumindo o papel de
agente de transformação social, é fundamental que a(o)
finalidade de capacitar técnicos
integrantes das instâncias de controle
social e trabalhadores em geral.
o O estabelecimento do nexo causal: consiste no estabelecimento da relação entre os
transtornos mentais e os aspectos da organização do trabalho. Uma análise da categoria
trabalho como favorecedor do desenvolvimento de sofrimento e adoecimento mental,
conta-se com o seguinte modelo, proposto pelo Ministério da Saúde, em 2001:
 O trabalho pode ser causa necessária para o O estabelecimento de nexo causal ganhou
adoecimento — a exposição a substâncias tóxicas — um novo contorno ao entrarem em vigor
metais pesados: mercúrio, chumbo, manganês (pode
a Lei n.º 11.430, de 26 de dezembro de
comprometer funções cognitivas e levar ao quadro
2006, o Decreto n.º 6042, de 12 de
de transtorno orgânico de personalidade; a exposição
a um evento ou situação estressante de natureza fevereiro de 2007, e a Instrução
excepcionalmente ameaçadora.) Normativa n.º 16, do INSS, de 27 de
 O trabalho pode ser fator contributivo, mas não março de 2007 (IN 16) pois, a partir desse
necessário – a vivência de esgotamento profissional momento, o reconhecimento das doenças
em um contexto de estresse laboral prolongado, com relacionadas ao trabalho passou a ser
ritmo de trabalho penoso e ambientes que passam identificado, pelo INSS, mediante o
por transformações organizacionais, pode levar à estabelecimento de “nexo técnico
exaustão emocional e desencadear a síndrome de epidemiológico” ligado à atividade
Bournout. profissional exercida.
 O trabalho como provocador de um distúrbio psíquico
latente ou agravador de doença já estabelecida – o
trabalho em condições degradantes, atividades que
coloquem a vida do trabalhador em risco, jornadas
extensas e/ou em turnos alternados ou noturno.

 Introdução às clínicas do trabalho: aportes teóricos, pressupostos e aplicações


Objeto de estudo: o foco de estudo a relação entre trabalho e subjetividade. Apresentando
uma diversidade epistemológica, teórica e metodológica, o objeto comum dessas teorias é a
situação do trabalho, que, em síntese, compreende a relação entre o sujeito, de um lado, e o
trabalho e o meio, de outro.
A clínica do trabalho aproxima-se de uma clínica social, mas que também contempla as
vivências de sofrimento, neste caso ancoradas nas experiências objetivas e subjetivas de
trabalho.
Objetivo: preservar a saúde física e mental dos funcionários, que de forma direta ou indireta
interferem no funcionamento da organização.
Um importante tema de pesquisa e intervenção das clínicas do trabalho são: as diversas formas
de mal-estar relacionadas ao trabalho.
As teorias clínicas do trabalho: Cada uma das teorias parte de conceitos específicos tanto de
subjetividade como de trabalho, assim como propõe formas específicas de compreender e de
apreender as situações de trabalho e os processos de subjetivação. As teorias são:
o A psicodinâmica do trabalho: Com base psicanalítica, especialmente de Dejuors, década
de 80. Concebe que o sujeito é dividido conflitos intrapsíquicos, mas que também não
pode se constituir fora da relação com o outro. Considera que os jogos de
reconhecimento são capazes de mar o sofrimento em prazer nas atividades de trabalho.
Pressupõe o trabalho como constituinte do sujeito e, portanto, central nos processos de
subjetivação. Entende o trabalho na sua dimensão real e prescrita, conforme proposto
pela ergonomia. Desenvolve urna análise sociopsíquica do trabalho, tendo como ponto
de partida a organização deste último, para então compreender as vivências subjetivas,
dentre elas o prazer, o sofrimento, o processo saúde-adoecimento e os mecanismos de
defesa e de mediação do sofrimento. A pesquisa é uma prática de intervenção, pois está
fundamentada nos espaços de palavra coletivos e na validação dos registros com os
sujeitos, técnicas estas que permitem que os trabalhadores tornem consciência de
processos que eles mesmos relatam. Por ocasião da pesquisa nestes moldes, há uma
perlaboração coletiva do que se vivencia no trabalho, modificando a relação subjetiva dos
trabalhadores com seu próprio trabalho.
o E a clínica da atividade: Com base na teoria de Vygotsky, Leontiev e Bakhtin e teve sua
origem a partir de 1990. A ênfase da clínica da atividade está na busca de instrumentos
que viabilizem a compreensão da situação de trabalho real para aumentar "o poder de
agir sobre o mundo e sobre si mesmo, coletivamente e individualmente". Considera o
trabalho como uma atividade permanente de recriação de novas formas de viver, e não
apenas como tarefa, mas como atividade dirigida, histórica e processual. Entende-se que
a subjetividade é constituída pela e na atividade. Reconhece que o coletivo regula a ação
individual, de modo que o trabalho permeia, simultaneamente, a dimensão da história
singular e da história de um ofício (A capacidade do sujeito em reconhecer a si mesmo na
atividade). O método da clínica da atividade a autoconfrontação cruzada, que se trata de
um diálogo entre dois profissionais, estimulado por um vídeo da atividade, com o
propósito de recuperar as controvérsias sobre esta última e de estimular sua apropriação
pelos sujeitos.
Detalhes extras:

Psicodinâmica do Trabalho: foi elaborada por teorias e investigações desenvolvidas pelo médico e psicanalista
francês Christophe Dejours e seu grupo nos anos de 1980 lançaram as bases do que seria um novo campo
científico de estudos sobre a influência do trabalho na saúde mental dos indivíduos.
A Clínica da Atividade, compreende a atividade de trabalho como fonte permanente de recriação de novas
formas de viver.
A clínica psicodinâmica do trabalho pode ser usada como uma prática de melhoria da qualidade do trabalho, da
gestão e, principalmente, da promoção de saúde mental nos mais diferentes contextos de trabalho formal e
informal e tem como objeto central compreender a mobilização subjetiva no trabalho. Nesta perspectiva, não é
uma técnica, é uma teoria e um método de pesquisa e de intervenção que busca transformar o sujeito em
protagonista do seu trabalho e atua apontando o sintoma que interdita a mudança, elaborando, com o grupo, os
sentimentos invisíveis, desnudando os cenários prescritos, repetitivos, opressores.

 Aspectos psicossociais no trabalho, como a psicologia pode contribuir no aumento


do empoderamento do trabalhador

A psicologia do trabalho é uma área da psicologia que se dedica a estudar o comportamento


humano no ambiente de trabalho. Ela se propõe a avaliar, diagnosticar e intervir em diversos
aspectos que envolvem o contexto organizacional, como satisfação, motivação, doenças
relacionadas ao trabalho, habilidades, conhecimento e atitude, liderança, conflitos,
absenteísmo, rotatividade, ambiente de trabalho, análise de cargos, estudo de perfil de cargo
para adequar ao indivíduo, características organizacionais, entre outros.
A psicologia do trabalho tem como objetivo principal a saúde e o bem-estar do trabalhador,
garantindo a satisfação e a eliminação de chances de desenvolver doenças ocupacionais. Para
isso, a psicologia do trabalho atua na seleção do candidato ideal para o cargo ideal, na
orientação de carreira, no desenvolvimento e treinamento, no diagnóstico organizacional para
que seja possível melhorar aspectos que poderiam causar insatisfação no trabalhador, entre
outros.
A psicologia do trabalho pode contribuir para o aumento do empoderamento do trabalhador,
pois ela se preocupa em garantir a saúde e o bem-estar do trabalhador, além de promover a
satisfação e a eliminação de chances de desenvolver doenças ocupacionais. Dessa forma, a
psicologia do trabalho pode ajudar a aumentar a
autoestima e a autoconfiança do trabalhador,
tornando-o mais empoderado.

Detalhe dos slides dela:


ATUAÇÃO DA(O) PSICÓLOGA(O)
EM SAÚDE DO TRABALHADOR:

o a saúde do trabalhador canaliza a interface


entre os conhecimentos da Psicologia social da saúde e da Psicologia social do trabalho,
além da Psicologia clínica.
o A subjetividade no trabalho.
o O significado que os sujeitos atribuem a determinadas situações.
o O modo como cada um reage a partir da sua história de vida, de seus valores, das suas
crenças, das suas experiências e das suas representações sobre a atividade desenvolvida.

SAÚDE DO TRABALHADOR NO ÂMBITO DA SAÚDE PÚBLICA- REFERÊNCIAS PARA ATUAÇÃO


DA(O) PSICÓLOGA(O):

o A Cartilha de Saúde do Trabalhador, elaborada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP),


traz informações importantes sobre os principais riscos e problemas relacionados à saúde
no ambiente de trabalho. O que possui na cartilha:
 Conhecer os principais riscos à saúde no ambiente de trabalho
 Identificar as principais doenças e problemas relacionados ao trabalho
 Compreender a importância da prevenção e cuidados necessários para a saúde do
trabalhador.
o Prevenção e cuidados necessários:
 Medidas de prevenção e controle de riscos no ambiente de trabalho
 Uso de equipamentos de proteção individual (EPIs)
 Identificação e tratamento precoce de problemas de saúde relacionados ao
trabalho
 Ações de promoção da saúde e qualidade de vida no trabalho
 A saúde do trabalhador é uma questão fundamental para garantir um ambiente de
trabalho saudável e seguro, além de prevenir doenças e acidentes ocupacionais.
 É importante que todos os trabalhadores e empregadores estejam cientes dos
riscos e cuidados necessários para a promoção da saúde no trabalho.
o A atuação do psicólogo em saúde do trabalhador:
 Promover a saúde e qualidade de vida dos trabalhadores, considerando aspectos
físicos, psicológicos e sociais
 Identificação e prevenção de riscos à saúde no ambiente de trabalho, através de
avaliações psicossociais, levantamentos epidemiológicos e análise das condições de
trabalho;
 Elaboração de programas de prevenção de doenças e promoção da saúde, como
programas de ginástica laboral, ergonomia, pausas ativas e palestras educativas;
 Identificação e tratamento de transtornos psicológicos relacionados ao trabalho,
como estresse, ansiedade, depressão e burnout;
 Orientação e acompanhamento de trabalhadores com doenças crônicas ou
incapacidades, visando à reabilitação e reintegração ao trabalho;
 Realização de intervenções psicossociais em casos de acidentes de trabalho,
violência ou assédio moral, visando à prevenção de traumas psicológicos e
promoção de estratégias de enfrentamento;
 Atuação em equipes multidisciplinares, em conjunto com médicos, enfermeiros,
assistentes sociais e outros profissionais de saúde, para uma abordagem integral do
trabalhador;
 Orientação e acompanhamento de empresas e gestores na elaboração de políticas
e práticas de gestão de pessoas que promovam a saúde e o bem-estar dos
trabalhadores;
 Participação em processos de negociação coletiva, através de sindicatos e entidades
representativas, visando à defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores.
o Clínicas do trabalho:
 Origem: Francesa
 Objeto: Trabalho e subjetividade
 Objetivos: Empoderamento, emancipação, análise de vivências, compreensão da
organização trabalho e o papel do psicólogo/ administrador
 “Produz” trabalhadores autônomos e reflexivos.
 Focam nos processos emancipatórios dos sujeitos/coletivos. Premissa de lutar
contra a vulnerabilização social, contra a ocultação do real do trabalho, das formas
de alienação e de invisibilidade social.

o Tipos de clínica do Trabalho:
 Psicodinâmica do trabalho- Dejours: Busca seus fundamentos na psicanálise, na
ergonomia e na sociologia do trabalho; Entende o trabalho na sua dimensão real e
prescrita; Parte da organização do trabalho para entender as vivências subjetivas
 Clínica da atividade- Yves Clot: Ênfase na busca de instrumentos que viabilizem a
compreensão da situação de trabalho real para aumentar o poder de agir sobre o
mundo e si mesmo; o reconhecimento se refere à capacidade do sujeito em
reconhecer a si mesmo na atividade; Possui como método a
autoconfrontação/confrontação cruzada.
 Psicossociologia ou sociologia clínica – Gaulejác: Investiga as reciprocidades entre o
individual e o coletivo, o psíquico e o social; Oferece dispositivos na análise da
mudança social; Proposta de intervenção psicossocial/pesquisador-interventor.
 Pesquisa-ação: Além do conhecimento permite conscientização e empoderamento
dos sujeitos nas situações de trabalho; Um dos temas de pesquisa e intervenção
das CT são as diversas formas de mal-estar relacionadas ao trabalho (patologias da
atividade, da solidão, da violência e suicídio).
 ERGOLOGIA- Schwartz: Consiste em uma confrontação de saberes em que procura
melhor conhecer o trabalho para intervir e transformá-lo, busca contemplar a
atividade humana em todas as suas dimensões; Fundamenta-se na filosofia
(Canguilhem) e na ergonomia da atividade (Wisner); Utiliza o dispositivo dinâmico
de três polos, articulando conceitos, dimensão histórica da situação de trabalho e
debate de valores

Recomendação:

Olhar mais os slides dos meninos.

Dar uma olhada nesse formulário: Formax - C:\FORMAX\ACTRGN~1.FXF (unileao.edu.br)

Ela não falou que ia cair, mas é com dar uma olhada.

Detalhes aleatórios que eu achei importante, mas não sabia onde colocar:

saúde pública: referências técnicas para a atuação da(o) psicóloga(o) 15 de saúde,


particularmente, nos dispositivos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e da Rede de
Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST).

A clínica do trabalho é um campo de estudo que se dedica a compreender as relações


entre o trabalho e a saúde mental dos trabalhadores. A psicodinâmica do trabalho é
uma abordagem que utiliza o método clínico para investigar e intervir em situações de
trabalho, com o objetivo de compreender as subjetividades envolvidas e promover a
saúde mental dos trabalhadores.

a explicitação do caminho a ser percorrido para o estabelecimento da relação causal entre o


adoecimento/sofrimento psíquico e o trabalho.

Aspectos éticos: o foco de intervenção abrange diretamente a relação entre capital e trabalho
e, finalmente, no ultimo eixo, são abordados os aspectos relacionados à formação da(o)
psicóloga(o) para a atuação em Saúde do Trabalhador.

criação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST), que visava à
ampliação da rede de saúde do trabalhador e ao aprimoramento dos serviços existentes

Você também pode gostar