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1) Acidente de trabalho
São considerados acidentes de trabalho aqueles que ocorram no exercício da atividade laboral, ou
no percurso de casa para o trabalho e vice-versa (acidentes de trajeto), podendo o(a) trabalhador(a)
estar inserido tanto no mercado formal quanto no informal de trabalho.
Conforme definição contida na Lei nº 6.367, de 19 de outubro de 1976, Artigo 2º: acidente do
trabalho é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou perda, ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho
Ainda, uma das três espécies do nexo técnico previdenciário, o NTEP – Nexo Técnico Epidemiológico
Previdenciário, se aplica quando houver significância estatística da associação entre o código da
Classificação Internacional de Doenças CID, e o da Classificação Nacional de Atividade Econômica-
CNAE, na parte inserida pelo Decreto nº 6.042/07, na lista C do anexo II do Decreto nº 3.048/99.
Desta forma a abordagem passa de um viés individual para uma abordagem coletiva, uma vez que
o critério para definir o nexo causal da doença ocupacional passa a levar em conta dados estatísticos
epidemiológicos. A expressão “epidemiologia” significa aqui o estudo interdisciplinar dos fatores
que influenciam na proliferação de doenças e sua distribuição sobre determinada população.
Verifica-se, portanto, que o novo NTEP aplica-se apenas para fixar o nexo causal das doenças
ocupacionais.
O NTEP é uma metodologia que tem como objetivo identificar quais doenças e acidentes estão
relacionados/ conexas estatisticamente com a prática de uma determinada atividade/ função
profissional.
3) Vigilância epidemiológica
A Vigilância Epidemiológica é definida pela Lei nº 8.080/90 como um conjunto de ações que
proporciona o conhecimento, a detecção ou a prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e
adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.
4) Promoção de saúde
Entende-se a promoção da saúde como uma estratégia de articulação transversal na qual se confere
visibilidade aos fatores que colocam a saúde da população em risco e às diferenças entre
necessidades, territórios e culturas presentes no nosso País, visando à criação de mecanismos que
reduzam as situações de vulnerabilidade, defendam radicalmente a equidade e incorporem a
participação e o controle sociais na gestão das políticas públicas (conjunto de políticas, planos e
programas de saúde pública com ações individuais e coletivas). Promover a saúde envolve ainda a
melhora na qualidade de vida e o bem estar dos indivíduos, através de uma perspectiva
multidisciplinar e integrada.
5) Risco psicossocial
Os riscos psicossociais decorrem de deficiências na concepção, organização e gestão do trabalho,
bem como de um contexto social de trabalho problemático, podendo ter efeitos negativos a nível
psicológico, físico e social tais como estresse relacionado com o trabalho, esgotamento ou
depressão. Eis alguns exemplos de condições de trabalho conducentes a riscos psicossociais:
• cargas de trabalho excessivas;
• exigências contraditórias e falta de clareza na definição das funções;
• falta de participação na tomada de decisões que afetam o trabalhador e falta de controle
sobre a forma como executa o trabalho;
• má gestão de mudanças organizacionais, insegurança laboral;
• comunicação ineficaz, falta de apoio da parte de chefias e colegas;
• assédio psicológico ou sexual, violência de terceiros.
De modo geral, riscos psicossociais são os fatores que podem contribuir ou causar estresse e
adoecimento mental nos colaboradores. Demandam de investigação dos fatores psicossociais nas
organizações, através da percepção subjetiva do trabalhador com relação ao ambiente
organizacional, analisando os seguintes indicadores: exigências do trabalho, exigências emocionais
(estresse/ esgotamento profissional), autonomia ou margem de manobra, relações sociais e
relações de trabalho (assédio/ violência), conflitos de valores e insegurança na situação de trabalho
e emprego (Gollac e Bodier, 2011).
6) CEREST
Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, sendo o principal componente da RENAST, que tem
por objetivos ampliar o acesso e executar ações de promoção, proteção, prevenção e de vigilância
em saúde, bem como na assistência especializada em saúde do trabalhador; estimular a articulação
e a integração com as demais Redes do SUS, qualificando as ações de saúde do trabalhador nos
territórios. Atualmente estão habilitados e em funcionamento no Brasil 215 CEREST’s, sendo 26
estaduais, 1 distrital, 185 regionais/municipais. Os CERESTs ativos garantem a cobertura a 3.981
municípios, 70,7% das regiões de saúde e para aproximadamente 84 milhões de trabalhadores
economicamente ativos.
7) Risco / Perigo
Conforme definição da NR 01:
Risco: combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde causados por um evento
perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da atividade de trabalho e da severidade dessa
lesão ou agravo à saúde.
Perigo: fonte com o potencial de causar lesões ou agravos à saúde. Elemento que isoladamente ou
em combinação com outros tem o potencial intrínseco de dar origem a lesões ou agravos à saúde.
8) Toxicocinética
O estudo dos processos através dos quais se tratam as substâncias potencialmente tóxicas no
organismo. Implica uma compreensão da absorção, da distribuição, do metabolismo e da excreção
dessas substâncias. A fase da toxicocinética é caracterizada como sendo a ação que o organismo
realiza sobre a substância toxicante.
De modo geral, é o movimento do agente tóxico no organismo; onde os estudos avaliam como uma
substância penetra no organismo e o que ocorre no organismo dependendo da absorção,
distribuição, metabolismo e excreção da substância.
9) Suscetibilidade individual
A sensibilidade e a resistência do organismo de um indivíduo aos agentes biológicos, ou outros (se
tratando de ambiente ocupacional por exemplo, agentes químicos presentes em ambientes de
trabalho).
10) Pneumoconiose
Pneumoconiose é uma doença pulmonar ocupacional com padrão restritivo causada pela inalação
de poeiras inorgânicas (tais como silicose (fibrogênica); asbestose (fibrogênica); pneumoconiose
dos trabalhadores do carvão (não fibrogênica).
11) Gestão
Representa as atividades de planejamento, organização, liderança e controle de forma a atingir os
objetivos organizacionais pré-determinados, ou seja, a eficácia das suas ações.
Ainda; saúde ocupacional, medicina ocupacional ou saúde do trabalho pode ser definida como um
ramo da medicina ou uma especialidade médica que lida com as relações entre a saúde dos
indivíduos trabalhadores e seu trabalho, visando não somente a prevenção de doenças e acidentes
relacionados ao trabalho, mas a promoção da saúde e qualidade de vida, através de ações
articuladas capazes de assegurar a saúde individual, nas dimensões física e mental, e de
proporcionar uma saudável inter-relação das pessoas e deste com seu ambiente social,
particularmente, no trabalho.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a principal finalidade dos Serviços de Saúde
Ocupacional consiste na promoção de condições laborais que garantam o mais elevado grau de
qualidade de vida no trabalho, protegendo a saúde dos trabalhadores, promovendo o bem-estar
físico, mental e social, prevenindo e controlando os acidentes e as doenças através da redução das
condições de risco.
Ainda, saúde do trabalhador pode ser definido como o processo saúde e doença em sua relação
com o trabalho. Também entendido enquanto espaço de dominação e submissão do trabalhador
pelo capital, mas igualmente de resistência, de constituição, e do fazer histórico dos trabalhadores,
que buscam o controle sobre as condições e os ambientes de trabalho para torná-los mais
saudáveis.
14) Eficácia
Eficácia é a qualidade daquilo que cumpre com as metas planejadas/ alcança os resultados
planejados, ou seja, uma característica das ações realizadas que alcançaram os resultados e
objetivos antes esperados/ característica do que produz os efeitos esperados. A eficácia mede a
relação entre o efeito da ação, e os objetivos pretendidos.
Eficaz é o que cumpre perfeitamente determinada tarefa ou função, atingindo o objetivo proposto;
a eficácia está diretamente ligada ao resultado.
15) Reabilitação
Alguns conceitos:
Conforme o Decreto nº 3048, de 06 de maio de 1999, Artigo 136: a assistência (re)educativa e de
(re)adaptação profissional, instituída sob a denominação genérica de habilitação e reabilitação
profissional, visa proporcionar aos beneficiários, incapacitados parcial ou totalmente para o
trabalho, em caráter obrigatório, independentemente de carência, e às pessoas portadoras de
deficiência, os meios indicados para proporcionar o reingresso no mercado de trabalho e no
contexto em que vivem.
Conforme Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, Artigo 89: a habilitação e a reabilitação profissional
e social deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e
às pessoas portadoras de deficiência, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação profissional
e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive.
Segundo a definição da OMS (2012): é considerada um conjunto de ações que auxiliam a pessoa a
ter e manter uma funcionalidade na interação com seu ambiente.
16) Concausa
Causa que se junta a outra preexistente para a produção de certo efeito; causa concomitante.
O nexo causal está relacionado à ação de um agente ocupacional como causa necessária à produção
da doença ou dano. No entanto, a jurisprudência na esfera trabalhista indica que o nexo também
poderá restar caracterizado quando o agente não for a causa direta e necessária para o
estabelecimento da doença ou dano, mas contribuir para o seu aparecimento ou agravamento,
neste caso na modalidade de concausa. Em outras palavras, concausas são outros fatores que,
juntada à principal, concorrem para o resultado. A concausa não inicia e nem interrompe o nexo,
mas o reforça.
De forma bastante simplificada, concausa pode ser entendido como o conjunto de fatores
preexistentes (anteriores), concomitantes (simultâneos) ou supervenientes (posteriores) ao
processo patológico original, suscetíveis de agravar o curso natural de uma lesão. Trata-se da
associação de alterações anatômicas, fisiológicas ou patológicas que existiam ou possam existir,
desencadeando ou agravando um determinado processo.
Nas hipóteses das concausas ocupacionais, a doença ou agravamento liga-se ao trabalho, mas
ocorre por múltiplos fatores, conjugando causas relacionadas ao trabalho, com outras, extra
laborais. A literatura médica indica três grandes grupos de doenças e suas relações com o trabalho,
dentro de uma classificação (Classificação de Schilling):
• Grupo I: Neste grupo se classificam as doenças que têm o trabalho como causa necessária.
Aqui o trabalho é o agente causador, é um fator necessário em todos os casos semelhantes.
Exemplos: intoxicação por chumbo e silicose;
• Grupo II: Aqui, o trabalho é um fator que pode contribuir, mas não é considerado causa
necessária, ou seja, o trabalho pode, eventualmente, ser um fator de risco. Exemplo:
varizes;
• Grupo III: Neste grupo o trabalho age como um fator para manifestação de uma patologia
extra laboral já existente, porém latente, ou piorar a sua sintomatologia. Exemplo: doenças
na coluna vertebral, dermatite de contato.
17) Contato intermitente
Pode ser entendido como o contato que não é realizado de forma continua ou permanente, mas
por períodos de tempo regulares, padronizados ou não, que são intercalados por períodos em que
o contato não exista ou não esteja estabelecido. Ou seja, se alternam períodos em que existe e
períodos em que não existe o contato.