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12/05/2020 Introdução

Introdução

Evento: Prevenção ao Alcoolismo e Outras Doenças Associadas


Livro: Introdução

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Sumário
Saúde e adoecimento
Doenças Ocupacionais
Sofrimento mental, adoecimento mental e o estigma
Comorbidade

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Saúde e adoecimento

Olá Aluno! Olá Aluna! Sejam muito bem-vindos e bem-vindas ao curso de Promoção da Saúde e
Prevenção do Alcoolismo e Doenças associadas!

Vamos começar abordando o conceito de saúde, preste atenção:

Todos sabemos que saúde é pré-requisito para que um indivíduo possa desempenhar de forma
adequada seus papéis na sociedade.

A saúde e o bem-estar são fatores essenciais para o bom desempenho, favorecendo a produtividade e a
qualidade do trabalho realizado.

Mas o que significa saúde? Como uma pessoa pode se definir saudável?

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), agência especializada em saúde e subordinada às


Nações Unidas (ONU):

“SAÚDE é o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social e não é apenas a ausência
de enfermidade” (Constituição da OMS - 1948).

Sendo assim, inclui a concepção de um estado de bem-estar em diversas áreas da vida, a saber:

Figura 1. Eixos da saúde

Essa definição é bastante abrangente, e tem por objetivo estabelecer um horizonte a ser seguido por
todos os países.

Ao analisar o conceito proposto pela OMS, percebe-se que a saúde não é um “estado estável”, que
uma vez atingido possa ser mantido. Assim, ao longo da sua existência, todo ser humano viverá
condições de saúde/doença (Dejours, 2007).

Muitos fatores impactam a saúde das pessoas. Sclair (2007) apresenta como os mais importantes os
fatores a seguir:
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A biologia humana - que compreende a herança genética e os processos biológicos inerentes à


vida, incluindo os fatores de envelhecimento;
O meio ambiente - incluindo o solo, a água, o ar, a moradia, o local de trabalho;
O estilo de vida - do qual resultam decisões que afetam a saúde, como fumar ou deixar de
fumar, ingerir bebidas alcóolicas ou não, praticar exercícios ou ter uma vida mais sedentária.
A organização da assistência à saúde – compreende a assistência médica, os serviços
ambulatoriais e hospitalares e acesso a medicamentos e vacinas.

No Brasil, a Constituição Federal de 1988 legitima o direito de todos, sem qualquer discriminação, às
ações de saúde, assim como explicita o dever do poder público em prover pleno gozo desse direito.

Neste contexto, também podemos pensar nas organizações de trabalho como responsáveis pela
promoção da saúde de seus empregados, na medida em que têm papel fundamental na prevenção de
diversas doenças diretamente relacionadas ao ambiente laboral e às peculiaridades das atividades
desenvolvidas.

Vamos aprofundar os estudos? Para saber um pouco mais sobre a evolução do conceito de saúde,
leia o texto de Moacyr Scliar sobre o tema. Clique no Ícone abaixo:

Diante do que foi exposto nesta introdução, quando o indivíduo começa a exibir problemas em uma
ou mais das áreas apresentadas na Figura 1, surge o adoecimento, que pode estar relacionado a fatores
orgânicos, psíquicos, sociais, ambientais e até mesmo ao contexto de trabalho.

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Doenças Ocupacionais

Agora que você já entendeu o conceito de saúde, vamos falar um pouco sobre as doenças
ocupacionais.

As organizações possuem características específicas que podem contribuir ou trazer riscos para a
saúde de seus servidores. Assim, dependendo de suas atribuições e de suas condições de saúde, um
servidor estará mais vulnerável a adoecer do que outro.

As doenças que acometem os trabalhadores podem ser tanto físicas quanto psicológicas/psiquiátricas,
ou ambas. Vejamos alguns exemplos de doenças ou transtornos relacionados ao trabalho:

estresse ocupacional crônico,


intoxicação por produtos químicos,
acidentes de trabalho,
uso e abuso de substâncias químicas lícitas e/ou ilícitas,
lesões ortopédicas,
depressão etc.

Para exemplificar, podemos pensar nos trabalhadores que passam muitas horas de seu dia à frente de
um computador, em atividades de digitação. Nesse caso, se não forem tomados os cuidados
necessários no sentido de realizar pausas frequentes nas tarefas e desenvolver exercícios
compensatórios para aliviar a sobrecarga nos tendões, músculos e nervos, é possível que apareçam
doenças osteoarticulares.

Outro exemplo pode ser observado nas profissões ou atividades que impõe ao trabalhador uma
constante sobrecarga de atividades ou pressão excessiva. Neste caso, é importante desenvolver
estratégias para compensar a sobrecarga de modo que nem o corpo nem a mente sejam afetados
gravemente.

Quando não são utilizadas estratégias adequadas para lidar com situações que envolvem um alto grau
de estresse, e o trabalhador fica submetido a condições adversas por grandes períodos de tempo, é
possível que apareçam doenças graves, como é o caso do alcoolismo ou da depressão.

Todas essas e outras moléstias podem causar afastamento do trabalho, gerando prejuízos para a
organização e sofrimento para os servidores, seus familiares e colegas.

Como divulgado no site do Ministério do Trabalho (2017), no Brasil, “os transtornos mentais e
comportamentais foram a terceira causa de incapacidade para o trabalho, considerando a concessão de
auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, no período de 2012 a 2016. As duas primeiras são
lesões por envenenamento e doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo”.

Nessa mesma reportagem, o Ministério apresenta dados de um estudo sobre estresse relacionado ao
trabalho publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2016, que demonstram
evidências “que os riscos psicossociais (como insegurança no emprego, baixo controle sobre a
atividade, altas demandas e desequilíbrio entre esforço e recompensa), assim como o estresse
relacionado ao trabalho, estão associados a riscos comportamentais afetos à saúde, incluindo consumo
exagerado de bebida alcoólica, fumo e abuso de drogas”. O presente estudo cita ainda algumas
características das condições de trabalho que potencializariam os riscos psicossociais como: “cargas
de trabalho excessivas; exigências contraditórias e falta de clareza na definição das funções; falta de
participação na tomada de decisões que afetam o trabalhador e falta de controle sobre a forma como
executa o trabalho; má gestão de mudanças organizacionais, insegurança laboral; comunicação
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ineficaz, falta de apoio da parte de chefias e colegas; e assédio psicológico ou sexual, violência de
terceiros”.

Muitos destes riscos psicossociais podem ser prevenidos trazendo maior qualidade de vida aos
trabalhadores e inúmeras outras vantagens para a organização (maior produtividade, melhoria no
clima organizacional, satisfação com o trabalho, melhor desempenho e comunicação entre colegas e
chefias etc.).

Atenção:

A prevenção das doenças relacionadas ao trabalho ocorre primordialmente por meio da


informação. É responsabilidade da organização informar o trabalhador sobre os riscos
envolvidos na atividade por ele desenvolvida, bem como promover ações que visem a
minimização destes riscos.

Na Polícia Federal, é possível identificar algumas doenças psicológicas/psiquiátricas que têm maior
incidência entre seus servidores. Várias delas são provocadas por condições de estresse prolongado,
gerenciadas de forma inadequada.

Entre estas podemos citar:

Síndrome de Burnout (esgotamento físico e mental intenso);


Alcoolismo;
Depressão;
Transtorno de Ansiedade Generalizada
Síndrome do Pânico;
Transtorno de Estresse Pós-Traumático.

Todas as doenças supracitadas são sérias e merecem atenção diferenciada, tanto do trabalhador quanto
da instituição. Porém, é muito importante saber que é possível evitar doenças ocupacionais ou
diminuir o impacto sobre a vida dos trabalhadores, desde que se tomem as providências adequadas em
cada caso. Para isso, é preciso estar atento aos sintomas.

Os sintomas são as demonstrações do nosso corpo e de nossa mente que servem para mostrar que
algo está errado e precisa de atenção.

É como um sinal amarelo que avisa:

FIQUE ATENTO!

Para entender os sintomas que aparecem quando uma doença quer se instalar em nosso organismo é
necessário o autoconhecimento.

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No caso de uma doença física, os sintomas geralmente são visíveis ou mais facilmente identificáveis.
Se algo não vai bem, é comum sentirmos dor, desconforto, ou identificarmos reações fisiológicas
diferenciadas.

Já nas doenças psicológicas e psiquiátricas, é possível que os sintomas sejam um pouco mais difíceis
de serem identificados. Por isso, é necessário prestar muita atenção a alguns tipos de modificações
comuns às diversas condições relacionadas à saúde mental, como por exemplo, alterações de
comportamentos, mudanças de humor, variações no sono e apetite, dificuldades de concentração,
diminuição da motivação, entre outros.

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Sofrimento mental, adoecimento mental e o estigma

O adoecimento mental, assim como o físico, apresenta sintomas, limitações e sofrimento. Muitas
vezes, contudo, isso é tratado pela sociedade como falta de vontade, questão de pouca determinação
ou como uma falha de caráter. Esse é um grande equívoco e acaba por prejudicar a busca e a adesão
aos tratamentos.

O adoecimento mental, além de gerar muito sofrimento, afeta negativamente a autoestima. A pessoa
adoecida muitas vezes se enxerga como menos capaz, fraca e incompetente por estar em sofrimento e,
por conseguinte, não conseguir sair da situação em que se encontra. Deparar-se em seu ambiente
social (família, trabalho, igreja, rede de amigos etc.) com preconceitos e críticas destrutivas só reforça
esse padrão negativo.

O estigma e o preconceito relacionados ao adoecimento mental dificultam a busca por orientação


profissional e apoio social. Além disso, quando o tratamento é realizado de forma inadequada muitas
vezes o paciente não consegue alcançar a melhora esperada, comprometendo ainda mais o seu estado
de saúde pelo uso inadequado de medicações e/ou pelas expectativas frustradas quando o tratamento
não se apresenta eficaz.

No ambiente de trabalho é comum que os transtornos mentais provoquem afastamentos para


tratamento de saúde mais longos que os afastamentos por outros motivos na área da saúde, mas não é
possível se estimar um período exato, pois depende da patologia e da evolução do tratamento. Para
uns é mais rápido, para outros, demora mais. Os tratamentos voltados para transtornos mentais,
normalmente consistem de uma abordagem multidisciplinar. Geralmente envolvem psiquiatras,
psicólogos, assistentes sociais, médicos de outras especialidades, atividade física, cuidados
alimentares, apoio social e familiar entre outros. Cabe ressaltar que profissionais especializados
normalmente possuem treinamento para abordar o adoecimento mental e conhecimentos mais
profundos no que tange a medicação e procedimentos.

Em relação ao ambiente de trabalho, quanto mais informadas e esclarecidas as pessoas, melhores as


chances de o servidor em sofrimento receber apoio social e ajuda. Por isso, existe a necessidade de
ações constantes de sensibilização ecapacitação das pessoas no trabalho, tanto dos pares quanto dos
gestores, para a desconstrução dos mitos acerca das doenças mentais.

Não se pode esquecer que todos estão sujeitos a serem acometidos destes transtornos e qualquer
pessoa pode vir a experimentar grande sofrimento psíquico e precisar da ajuda e do apoio das pessoas
ao seu redor.

Este curso tem como objetivo apresentar algumas das doenças psicológicas/psiquiátricas que
aparecem com frequência no ambiente laboral: ansiedade, depressão, burnout e alcoolismo, visando
sensibilizar e informar sobre sintomas, causas e tratamentos.

Dessa forma, a presente ação de capacitação encontra-se respaldada nas diretrizes daPolítica Nacional
de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST), definida pelo Decreto nº 7.602 de 07 de novembro de
2011, que tem como objetivo “a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador
e a prevenção de acidentes e de danos à saúde advindos, relacionados ao trabalho ou que ocorram no

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curso dele, por meio da eliminação ou redução dos riscos nos ambientes de trabalho”. (Brasil, 2011 –
Decreto nº 7. 602/2011 – PNSST).

Os transtornos psiquiátricos/psicológicos apresentados neste curso já foram declarados como


problema de saúde pública pela OMS devido a sua incidência e projeção de crescimento na população
mundial.

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Comorbidade
Antes de tratar especificamente de cada transtorno é necessário considerar que boa parte deles podem
apresentar sintomas em comuns ou aparecer simultaneamente com outra doença. Essa característica é
denominada comorbidade.

Comorbidade é a existência de duas ou mais doenças em simultâneo na mesma pessoa. Uma


das características da comorbidade é que existe a possibilidade de as patologias se potencializarem
mutuamente, ou seja, uma provoca o agravamento da outra e vice-versa. Além disso, a comorbidade
pode dificultar o diagnóstico, o tratamento e influenciar na predição de como a doença poderá evoluir
(prognóstico). A Figura 2 representa como os transtornos estão interrelacionados e podem acometer o
indivíduo de forma concomitante, agravando os sintomas.

Para compreender a dinâmica da comorbidade vamos pensar no seguinte exemplo: alguém com
elevado nível de estresse começa a desenvolver sintomas de transtorno de ansiedade e como forma de
controlar esses sintomas faz uso do álcool. Se medidas preventivas não forem tomadas, com o tempo,
ele pode vir a apresentar comorbidade de Transtorno de Ansiedade e Alcoolismo.

Figura 2. Interseção da ocorrência dos transtornos mentais (comorbidades).

Muito bem alunos e alunas! Terminamos o primeiro livro deste curso! Volte à página inicial e veja os
vídeos selecionados para esta unidade.

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