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OS RISCOS PSICOSSOCIAIS E OS IMPACTOS NO ESTRESSE OCUPACIONAL

Alexsandro Brito dos Santos


Luciano Abreu Miguel

RESUMO

O estresse ocupacional é um problema cada vez mais comum nas organizações, que pode afetar tanto a saúde do
trabalhador quanto a produtividade das empresas. Suas consequências podem incluir transtornos mentais, como
ansiedade e depressão, e problemas de relacionamento e desempenho no trabalho. É fundamental compreender
as causas do estresse ocupacional e suas consequências para desenvolver estratégias efetivas de prevenção e
combate. A prevenção deve ser uma preocupação constante das organizações, incluindo políticas de
flexibilidade e suporte social adequado. Os riscos psicossociais no ambiente de trabalho, como sobrecarga de
trabalho e assédio moral, também devem ser abordados para garantir a saúde e o bem-estar dos trabalhadores e a
eficiência das empresas. O objetivo do estudo é compreender o estresse ocupacional e os agravantes por meio
dos riscos psicossociais no trabalho. A partir da revisão de literatura, realizada nas bases de artigos acadêmicos:
SciELO, PubMed, PEPSIC , com leitura dos artigos sobre o tema, buscou conceituar o estresse ocupacional, os
riscos psicossociais e as suas estratégias de cooping.

PALAVRAS-CHAVE: Estresse ocupacional, Riscos psicossociais, Estratégias de cooping.

ABSTRACT

Occupational stress is an increasingly common problem in organizations, which can affect both the health of
workers and the productivity of companies. Its consequences may include mental disorders such as anxiety and
depression, as well as problems with work relationships and performance. Understanding the causes of
occupational stress and its consequences is crucial to develop effective prevention and management strategies.
Prevention should be a constant concern for organizations, including policies of flexibility and adequate social
support. Psychosocial risks in the workplace, such as work overload and workplace harassment, should also be
addressed to ensure the health and well-being of workers and the efficiency of companies. The aim of this study
is to understand occupational stress and its exacerbating factors through psychosocial risks in the workplace.
Based on a literature review conducted on academic databases such as SciELO, PubMed, and PEPSIC, we
aimed to conceptualize occupational stress, psychosocial risks, and coping strategies.

KEYWORDS: Occupational stress, Psychosocial risks, Coping strategies.

1. INTRODUÇÃO
, n.4, 2021
O estresse ocupacional é um tema de grande relevância na atualidade, uma vez que é um dos principais
fatores que contribuem para a deterioração da saúde mental dos trabalhadores. De acordo com a Organização
Mundial da Saúde (OMS), o estresse ocupacional é considerado um dos maiores riscos para a saúde no local de
trabalho, e é responsável por inúmeras doenças e transtornos, tais como ansiedade, depressão, síndrome de
burnout, entre outros.

De acordo com dados da OMS, estima-se que cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo
sofrem de depressão, sendo que muitas dessas pessoas têm sua condição agravada em decorrência do estresse
ocupacional. Além disso, estima-se que o estresse ocupacional seja responsável por cerca de 50% das causas de
absenteísmo no trabalho.
O estresse ocupacional é um tema relevante na atualidade, tendo em vista que afeta significativamente a
saúde física e mental dos trabalhadores, bem como a produtividade e eficiência das organizações. De acordo
com Lipp e Rocha (2019), o estresse ocupacional é uma reação emocional e física do indivíduo às demandas e
pressões do ambiente de trabalho, podendo gerar consequências negativas para sua saúde e bem-estar.

Essas demandas podem ser de diferentes naturezas, incluindo o excesso de trabalho, conflitos
interpessoais, falta de suporte social e condições de trabalho inadequadas. O estresse ocupacional é um
fenômeno cada vez mais frequente nas organizações, e suas consequências podem ser significativas tanto para a
saúde do trabalhador quanto para a eficiência e produtividade das empresas.

O estresse ocupacional é um problema de saúde pública que afeta a qualidade de vida e o bem-estar dos
trabalhadores. Uma das consequências mais comuns do estresse ocupacional é o aumento do risco de doenças
cardiovasculares, como hipertensão, doença arterial coronariana e acidente vascular cerebral (Rifai et al., 2021).
Além disso, o estresse ocupacional também tem sido associado a transtornos de ansiedade, depressão e
esgotamento emocional, também conhecido como síndrome de burnout (Lorente et al., 2021).

Outra consequência significativa do estresse ocupacional é o absenteísmo. Trabalhadores estressados


tendem a faltar mais ao trabalho, o que pode comprometer a produtividade e eficiência da organização (Van der
Klink et al., 2001). Além disso, o estresse ocupacional também pode levar a problemas de relacionamento com
colegas de trabalho e a uma queda no desempenho profissional (Lipp & Rocha, 2019).

Diante desse cenário, é importante ressaltar que a prevenção do estresse ocupacional deve ser uma
preocupação constante das organizações. Um estudo realizado por Zhou et al. (2022) mostrou que a promoção
de um ambiente de trabalho saudável, com suporte social adequado e políticas de flexibilidade no trabalho, pode
reduzir o estresse ocupacional em trabalhadores de diversas áreas.

Diante desse cenário, é fundamental compreender as causas do estresse ocupacional e suas


consequências, a fim de desenvolver estratégias efetivas para preveni-lo e combatê-lo. Este artigo tem como
objetivo apresentar uma revisão da literatura sobre o estresse ocupacional, abordando suas principais causas,
consequências e estratégias de enfrentamento.

1.1. OS RISCOS PSICOSSOCIAIS E O ESTRESSE


v.1, n.4, 2021
Os riscos psicossociais têm sido cada vez mais estudados e debatidos em diversas áreas, especialmente
no contexto do trabalho. Esses riscos referem-se a fatores presentes no ambiente de trabalho que podem afetar a
saúde mental e física dos trabalhadores, incluindo o estresse ocupacional (WHO, 2010).

Os riscos psicossociais no trabalho podem ter um impacto significativo na saúde mental e física dos
trabalhadores, incluindo o estresse ocupacional (Bridger et al., 2020). Os trabalhadores que enfrentam altos
níveis de estresse ocupacional podem experimentar uma variedade de sintomas físicos e psicológicos, incluindo
fadiga, ansiedade, depressão e dores de cabeça (Lindstrom-Jansson et al., 2020).

Os riscos psicossociais no trabalho estão relacionados a fatores organizacionais e relacionais que


podem afetar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, incluindo o estresse ocupacional (Carugati, 2019). Os
riscos psicossociais podem incluir sobrecarga de trabalho, falta de autonomia, conflitos interpessoais, assédio
moral e violência no ambiente de trabalho. Esses fatores podem ter impactos diferentes na saúde dos
trabalhadores, mas todos têm em comum o potencial de gerar estresse ocupacional e consequências negativas
para a saúde.

O estresse ocupacional é uma das principais consequências dos riscos psicossociais no trabalho, e pode
levar a uma série de problemas de saúde, incluindo transtornos mentais e cardiovasculares (Kouvonen et al.,
2019). Além disso, o estresse ocupacional também pode afetar a produtividade e eficiência das empresas,
levando a um aumento do absenteísmo e da rotatividade de funcionários (Carugati, 2019).

Diante desse cenário, é importante que as empresas adotem medidas para prevenir e controlar os riscos
psicossociais no trabalho e o estresse ocupacional. Algumas estratégias que podem ser adotadas incluem a
promoção de um ambiente de trabalho saudável e equilibrado, a oferta de suporte social aos trabalhadores, a
redução da carga de trabalho e a implementação de programas de prevenção de assédio moral e violência no
ambiente de trabalho (Kouvonen et al., 2019).

Para prevenir e controlar os riscos psicossociais e o estresse ocupacional, é fundamental que as


empresas adotem medidas de promoção da saúde mental e física dos trabalhadores. Algumas estratégias que
podem ser adotadas incluem o estabelecimento de políticas de prevenção ao assédio moral, a promoção de
ambientes de trabalho saudáveis e o incentivo à prática de atividades físicas e de lazer (Van der Klink et al.,
2001). Além disso, é importante que as empresas ofereçam apoio social aos trabalhadores, incluindo programas
de suporte emocional e psicológico (Silva, L. F., & Lopes, C. S. (2021).

Em resumo, os riscos psicossociais e o estresse ocupacional são problemas sérios que afetam a saúde e
a produtividade dos trabalhadores. Para prevenir e controlar esses riscos, é fundamental que as empresas adotem
medidas de promoção da saúde mental e física dos trabalhadores, incluindo a oferta de apoio social e a
promoção de um ambiente de trabalho saudável.

1.2. ESTRATÉGIAS DE COOPING

Para lidar com os riscos psicossociais no trabalho e o estresse ocupacional, é importante que os
trabalhadores desenvolvam estratégias eficazes de coping. As estratégias de coping são definidas como os
esforços cognitivos e comportamentais que os indivíduos usam para lidar com situações estressantes (Bridger et
al., 2020). Existem várias estratégias de coping que podem ser eficazes para lidar com os riscos psicossociais no
trabalho, incluindo:

 Buscar apoio social: procurar apoio de colegas, amigos e familiares pode ajudar a reduzir o
estresse e fornecer uma fonte de conforto e suporte emocional (Lindstrom-Jansson et al.,
2020).
 Participar de atividades de lazer: atividades de lazer, como exercícios físicos, hobbies e
meditação, podem ajudar a reduzir o estresse e promover o bem-estar emocional e físico
(Bridger et al., 2020).
 Melhorar as habilidades de comunicação: aprender a se comunicar de forma eficaz e assertiva
pode ajudar os trabalhadores a lidar com conflitos interpessoais e reduzir o estresse
relacionado ao trabalho (Lindstrom-Jansson et al., 2020).
 Praticar a autogestão: adotar hábitos saudáveis, como uma dieta equilibrada, sono adequado e
gestão do tempo, pode ajudar os trabalhadores a gerenciar melhor o estresse ocupacional
(Bridger et al., 2020).

Vários estudos têm demonstrado a eficácia dessas estratégias de coping no gerenciamento do estresse
ocupacional e dos riscos psicossociais no trabalho. Por exemplo, uma pesquisa com trabalhadores do setor de
saúde mostrou que a participação em atividades de lazer e o suporte social estavam relacionados a um menor
nível de estresse ocupacional (Lindstrom-Jansson et al., 2020). Além disso, uma revisão de estudos sugeriu que
a prática da meditação pode ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade relacionados ao trabalho (Bridger et al.,
2020).

Os riscos psicossociais no trabalho, como o estresse ocupacional, também podem apresentar um


impacto negativo significativo na saúde e bem-estar dos trabalhadores, bem como na produtividade e
lucratividade da empresa (Lazarus et al., 2020). Portanto, é importante que as empresas desenvolvam estratégias
eficazes para lidar com esses riscos e promover um ambiente de trabalho saudável e produtivo.

Uma das estratégias mais importantes que as empresas podem adotar é a prevenção. Isso envolve a
identificação e mitigação dos fatores de risco psicossocial que podem levar ao estresse ocupacional e outros
problemas de saúde mental (Lazarus et al., 2020). Ainda Algumas das medidas preventivas incluem:

 Criar um ambiente de trabalho seguro e saudável: as empresas devem fornecer um ambiente de


trabalho seguro e saudável, livre de assédio, discriminação e outras formas de violência. Os
trabalhadores também devem ter acesso a equipamentos de proteção individual adequados, se
necessário.
 Promover a comunicação eficaz: a comunicação eficaz pode ajudar a reduzir os conflitos e
aumentar a compreensão entre os trabalhadores. As empresas devem incentivar a comunicação
aberta e transparente e fornecer treinamento em habilidades de comunicação, se necessário.
 Oferecer suporte aos trabalhadores: as empresas devem fornecer apoio aos trabalhadores,
como serviços de aconselhamento e programas de bem-estar. Isso pode ajudar os trabalhadores
a lidar com o estresse ocupacional e outros problemas de saúde mental.
 Implementar políticas de trabalho flexíveis: a implementação de políticas de trabalho flexíveis
pode ajudar a reduzir o estresse ocupacional, permitindo que os trabalhadores ajustem seus
horários de trabalho e equilibrem melhor suas vidas pessoais e profissionais.

Além disso, as empresas podem implementar estratégias de intervenção após a ocorrência do estresse
ocupacional. Isso pode incluir o acesso a serviços de saúde mental, programas de reabilitação e reintegração no
trabalho, e outras medidas para apoiar a recuperação e a volta ao trabalho (Lazarus et al., 2020).

Algumas empresas também estão adotando abordagens inovadoras para lidar com os riscos
psicossociais no trabalho e o estresse ocupacional. Por exemplo, a introdução de tecnologias de inteligência
artificial e aplicativos móveis para monitorar o bem-estar dos trabalhadores e fornecer feedback em tempo real
pode ajudar a prevenir e mitigar os riscos psicossociais no trabalho (Krampe et al., 2020).

2. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estresse ocupacional é um tema de grande relevância na atualidade, uma vez que é um dos principais
fatores que contribuem para a deterioração da saúde mental dos trabalhadores. Além disso, o estresse
ocupacional é considerado um dos maiores riscos para a saúde no local de trabalho, e é responsável por inúmeras
doenças e transtornos, tais como ansiedade, depressão, síndrome de burnout, entre outros. As suas consequências
podem ser significativas tanto para a saúde do trabalhador quanto para a eficiência e produtividade das
empresas. O estresse ocupacional é um problema de saúde pública que afeta a qualidade de vida e o bem-estar
dos trabalhadores, podendo levar a problemas de relacionamento com colegas de trabalho e a uma queda no
desempenho profissional.

O agravante do estresse ocupacional, estão atrelados aos riscos psicossociais no trabalho, que têm um
impacto significativo na saúde mental e física dos trabalhadores. Esses riscos referem-se a fatores presentes no
ambiente de trabalho que podem afetar a saúde mental e física dos trabalhadores, incluindo a sobrecarga de
trabalho, falta de autonomia, conflitos interpessoais, assédio moral e violência no ambiente de trabalho.

Diante desse cenário, é fundamental compreender as causas do estresse ocupacional e suas


consequências, a fim de desenvolver estratégias efetivas para preveni-lo e combatê-lo. É importante ressaltar que
a prevenção do estresse ocupacional deve ser uma preocupação constante das organizações. A promoção de um
ambiente de trabalho saudável, com suporte social adequado e políticas de flexibilidade no trabalho, e a
conscientização sobre o autocuidado, são estratégias eficazes para combater o estresse ocupacional.
REFERÊNCIAS

Krampe, J., Molander, B., & Johnson, A. (2020). Workplace

Bridger, R. S., Day, E. A. (2020)

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https://doi.org/10.1007/s10902-020-00322-2
v.1, n.4, 2021

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