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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

ESCOLA DE ENFERMAGEM
GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE

ESTRESSE E SÍNDROME DE
BURNOUT

Grupo 5: Ananda Jessyla Felix Oliveira


Renata Luciana Santana
Professora: Adriane Vieira
Disciplina: Gestão com Pessoas nas Organizações de Saúde


ESTRESSE
A palavra estresse é derivada do laDm “stringere” e foi empregada,
popularmente, no século XVII com o significado de fadiga, cansaço. Mas, nos
séculos XVIII e XIX esta palavra relacionou-se com os termos força, esforço e
tensão (FARIAS, 1992 apud VIEIRA; GUIMARÃES; MARTINS, 1997).

Segundo Chiavenato (1999, p.377), “ estresse é um conjunto de reações
^sicas, químicas e mentais de uma pessoa a esamulos ou estressores no
ambiente”.

BVSMS (2012): “Reação natural do organismo que ocorre quando
vivenciamos situações de perigo ou ameaça. Esse mecanismo nos coloca em
estado de alerta ou alarme, provocando alterações ^sicas e emocionais. A
reação ao estresse é uma aDtude biológica necessária para a adaptação às
situações novas.” (SANTOS;SANTOS, 2005)
Classificação Esta<s=ca Internacional de Doenças
e Problemas Relacionados à Saúde - CID-10
Capítulo V Transtornos mentais e comportamentais (F00-F99)

F40-F48 Transtornos neuróDcos, transtornos relacionados com o
“stress” e transtornos somatoformes

F43 Reações ao “stress” grave e transtornos de adaptação
•  F43.0 Reação aguda ao “stress”
•  F43.1 Estado de “stress” pós-traumáDco
•  F43.2 Transtornos de adaptação
•  F43.8 Outras reações ao “stress” grave
•  F43.9 Reação não especificada a um “stress” grave
FASES DO ESTRESSE

FASE DE ALERTA FASE DE RESISTÊNCIA FASE DE EXAUSTÃO

o corpo tenta voltar ao seu nessa fase podem surgem


ocorre quando o indivíduo
equilíbrio. O organismo diversos
entra em contato com o
pode se adaptar ao compromeDmentos ^sicos
agente estressor.
problema ou eliminá-lo. em forma de doença.

Sintomas da fase de alerta: Sintomas da fase de resistência: Sintomas da fase de exaustão:


Mãos e/ou pés frios; boca seca; dor no Problemas com a memória; mal-estar Diarréias freqüentes; dificuldades sexuais;
estômago; suor; tensão e dor muscular, generalizado; formigamento nas formigamento nas extremidades; insônia;
extremidades (mãos e/ou pés); Dques nervosos; hipertensão arterial
por exemplo, na região dos ombros;
c o n fi r m a d a ; p r o b l e m a s d e p e l e
aperto na mandíbula/ranger os dentes sensação de desgaste ^sico constante;
prolongados; mudança extrema de
ou roer unhas/ponta da caneta; diarréia mudança no apeDte; aparecimento de apeDte; baDmentos cardíacos acelerados;
passageira; insônia; baDmentos problemas de pele; hipertensão arterial; tontura freqüente; úlcera; impossibilidade
cardíacos acelerados; respiração cansaço constante; gastrite prolongada; de trabalhar; pesadelos; apaDa; cansaço
ofegante; aumento súbito e passageiro t o n t u r a ; s e n s i b i l i d a d e e m o D v a excessivo; irritabilidade; angúsDa;
da pressão sanguínea; agitação. excessiva; obsessão com o agente hipersensibilidade emoDva; perda do
estressor; irritabilidade excessiva; senso de humor.
desejo sexual diminuído.
(BVSMS, 2012)
FATORES DESENCADEANTES DO ESTRESSE

Fatores causais externos Fatores causais internos

Estresse no trabalho
Disposições pessoais
Estresse na sociedade
Condições
Estresse pessoal emocionais atuais

(SANTOS;SANTOS, 2005)
TIPOS DE ESTRESSE

CRÔNICO: afeta a maioria das pessoas, sendo constante no


dia a dia, mas de uma forma mais suave;


AGUDO: é mais intenso e curto, sendo causado
normalmente por situações traumáDcas, mas passageiras,
como a depressão na morte de um parente.

(BVSMS, 2012)
PREVENÇÃO E CONTROLE DO ESTRESSE
ALIMENTAÇÃO
Durante o processo de estresse, o organismo perde muitas vitaminas e
nutrientes, portanto, para repor essa perda é recomendado comer muitas
verduras e frutas, pois são ricas em vitaminas do complexo B, vitamina C,
magnésio e manganês. Brócolis, chicória, acelga e alface são ricas nesses
nutrientes. O cálcio pode ser reposto com leite e seus derivados.

ATIVIDADE FÍSICA
Qualquer aDvidade ^sica proporciona bene^cios ao organismo, melhorando as
funções cardiovasculares e respiratórias, queimando calorias, ajudando no
condicionamento ^sico e induzindo a produção de substâncias naturalmente
relaxantes e analgésicas, como a endorfina.

MEDICAMENTOS
Somente um profissional poderá indicar o melhor remédio para cada caso,
porém os mais uDlizados são: calmantes e anDdepressivos, entre outros.
Segundo Fogaça et al (2009) a
associação entre estresse ocupacional
e qualidade de vida do trabalhador tem
sido avaliada em diversos estudos.

Constata-se que o estresse laboral nos
trabalhadores, se evidencia pelo fato
de que os mesmos passam maior parte
de suas vidas no trabalho.
COMO OS GESTORES PODEM AJUDAR A DIMINUIR O
ESTRESSE NO TRABALHO?


• 
IncenDvar a aDvidade ^sica
•  EsDmular os horários de intervalo
•  Valorizar seus colaboradores
•  Oferecer um ambiente de trabalho flexível
•  Fornecer treinamento adequado
SÍNDROME DE BURNOUT
SÍNDROME DE BURNOUT
A Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é
u m d i s t u r b i o e m o c i o n a l c o m s i n t o m a s d e e x a u s t ã o
extrema, estresse e esgotamento Xsico resultante de situações de
trabalho desgastante, que demandam muita compeDDvidade ou
responsabilidade.

A principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho.

Traduzindo do inglês, "burn" quer dizer queima e "out" exterior.


Essa síndrome pode resultar em estado de depressão profunda e por


isso é essencial procurar apoio profissional no surgimento dos
primeiros sintomas.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE,2019)
SÍNDROME DE BURNOUT

A síndrome de burnout está incluída na 11ª Revisão da Classificação


Internacional de Doenças (CID-11) como um fenômeno ocupacional.
Não é classificada como uma condição de saúde. É descrita no capítulo
“Fatores que influenciam o estado de saúde ou o contato com os
serviços de saúde”, que inclui razões pelas quais as pessoas entram
em contato com serviços de saúde, mas que não são classificadas
como doenças ou condições de saúde.

(OPAS Brasil,2019)
SÍNDROME DE BURNOUT

A definição de burnout na CID-11 é:



uma síndrome resultante do estresse crônico no local de trabalho que
não foi gerenciado com sucesso. É caracterizada por três dimensões:

• senDmentos de exaustão ou esgotamento de energia;
• aumento do distanciamento mental do próprio trabalho, ou
senDmentos de negaDvismo ou cinismo relacionados ao próprio
trabalho; e
• redução da eficácia profissional.

(OPAS Brasil,2019)
SÍNDROME DE BURNOUT
A S í n d r o m e d e B u r n o u t e n v o l v e n e r v o s i s m o , s o f r i m e n t o s
psicológicos e problemas Xsicos, como dor de barriga, cansaço excessivo e
tonturas.

O estresse e a falta de vontade de sair da cama ou de casa, quando
constantes, podem indicar o início da doença.

Normalmente esses sintomas surgem de forma leve, mas tendem a piorar
com o passar dos dias. Por essa razão, muitas pessoas acham que pode ser
algo passageiro.

Para evitar problemas mais sérios e complicações da doença, é fundamental


buscar apoio profissional assim que notar qualquer sinal.

Pode ser algo passageiro, como pode ser o início da Síndrome de Burnout.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE,2019)
COMO É O DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DE BURNOUT?

O diagnós=co da Síndrome de Burnout é feita por profissional especialista


após análise clínica do paciente.

O psiquiatra e o psicológo são os profissionais de saúde indicados para


idenDficar o problema e orientar a melhor forma do tratamento, conforme
cada caso.

Muitas pessoas não buscam ajuda médica por não saberem ou não
conseguirem idenDficar todos os sintomas e, por muitas vezes, acabam
negligenciando a situação sem saber que algo mais sério pode estar
acontecendo.

Amigos próximos e familiares podem ser bons pilares no início, ajudando a


pessoa a reconhecer sinais de que precisa de ajuda.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE,2019)
No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Rede de Atenção
Psicossocial (RAPS) está apta a oferecer, de forma integral e
gratuita, todo tratamento, desde o diagnósDco até o tratamento
medicamentoso.

Os Centros de Atenção Psicossocial, um dos serviços que
compõe a RAPS, são os locais mais indicados.

(MINISTÉRIO DA SAÚDE,2019)
QUAL É O TRATAMENTO PARA SÍNDROME DE BURNOUT?
O tratamento da Síndrome de Burnout é feito basicamente com psicoterapia,
mas também pode envolver medicamentos (anDdepressivos e/ou ansiolíDcos).

O tratamento normalmente surte efeito entre um e três meses, mas pode


perdurar por mais tempo, conforme cada caso.

Mudanças nas condições de trabalho e, principalmente, mudanças nos hábitos e


esDlos de vida.

A a=vidade Xsica regular e os exercícios de relaxamento devem ser roDneiros,


para aliviar o estresse e controlar os sintomas da doença.

Após diagnósDco médico, é fortemente recomendado que a pessoa Dre férias e


desenvolva aDvidades de lazer com pessoas próximas - amigos, familiares,
cônjuges etc.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE,2019)
SINAIS DE PIORA: Os sinais de piora do Síndrome de Burnout surgem quando
a pessoa não segue o tratamento adequado.

Com isso, os sintomas se agravam e incluem perda total da moDvação e


distúrbios gastrointesDnais.

Nos casos mais graves, a pessoa pode desenvolver uma depressão, que
muitas vezes pode ser indicaDvo de internação para avaliação detalhada e
possíveis intervenções médicas.

(MINISTÉRIO DA SAÚDE,2019)
No ar=go de Trindade e Lautert (2010) foi realizado
um estudo descri=vo com abordagem quan=ta=va,
para iden=ficar a Síndrome Burnout entre os
trabalhadores que atuam nas unidades da ESF no
município de Santa Maria/RS.

O estudo revelou que na realidade laboral da ESF de


Santa Maria atuam trabalhadores de diferentes
categorias profissionais e sócios demográficos, que se
destacam como sujeitos singulares e avaliam o
trabalho como fonte de sa=sfação/insa=sfação e
prazer/sofrimento.

Podemos concluir que a prevenção do estresse e da


Síndrome Burnout exige mecanismos de avaliação nas
condições de vida dos trabalhadores, de forma
individual e cole=va.
COMO OS GESTORES PODEM LIDAR COM A SÍNDROME
DE BURNOUT NO TRABALHO?

•  Avaliar as condições e o ambiente de trabalho


•  Aprimorar a comunicação interna
•  Reconhecer os profissionais
•  Criar ações para socialização e relaxamento
•  ConscienDzar os colaboradores sobre o
problema
REFERÊNCIAS
1.  SANTOS, J. C.;SANTOS, M.L.C.Descrevendo o Estresse . PRINCIPIA, João Pessoa, n.12, Abr. 2005.Disponível em:
h}p://periodicos.ifpb.edu.br/index.php/principia/arDcle/download/312/269. Acesso em: 23 nov. 2019
2.  BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE DO MINISTÉRIO DA SAÚDE (BVSMS). Dicas de saúde: Estresse. Cérebro e Mente: Revista
Eletrônica de Divulgação Cien<fica em Neurociência. São Paulo, 2012. Disponível em:
h}p://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/253_estresse.html. Acesso em: 23 nov. 2019
3.  ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OPAS).CID: burnout é um fenômeno ocupacional, 2019. Disponível em:
h}ps://www.paho.org/bra/index.php?opDon=com_content&view=arDcle&id=5949:cid-burnout-e-um-fenomeno-
ocupacional&Itemid=875. Acesso em: 23 nov. 2019
4.  MINISTÉRIO DA SAÚDE. Síndrome de Burnout: o que é, quais as causas, sintomas e como tratar,2019.Disponível em:
h}p://saude.gov.br/saude-de-a-z/saude-mental/sindrome-de-burnout . Acesso em: 23 nov. 2019
5.  CENTRO COLABORADOR DA OMS PARA A CLASSIFICAÇÃO DE DOENÇAS EM PORTUGUÊS (CENTRO BRASILEIRO DE
CLASSIFICAÇÃO DE DOENÇAS - CBCD) . Classificação EstaasDca Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde -
CID-10. Edusp - Editora da Universidade de São Paulo, 2008. Disponível em:
h}p://www.datasus.gov.br/cid10/V2008/cid10.htm. Acesso em: 23 nov. 2019
6.  TRINDADE, L. L.; LAUTERT, L. Síndrome de Burnout entre os trabalhadores da Estratégia de Saúde da Família. Rev. esc.
enferm. USP, São Paulo , v. 44, n. 2, p. 274-279, June 2010 . Disponível em: <h}p://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_ar}ext&pid=S0080-62342010000200005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 25 Nov. 2019.
7.  FOGACA, M. C. et al . Estresse ocupacional e suas repercussões na qualidade de vida de médicos e enfermeiros intensivistas
pediátricos e neonatais. Rev. bras. ter. intensiva, São Paulo , v. 21, n. 3, p. 299-305, Aug. 2009 . Disponível em: <h}p://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ar}ext&pid=S0103-507X2009000300010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 25 Nov. 2019.

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