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NA ATENÇÃO
PRIMÁRIA À SAÚDE
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 4
TRANSTORNOS ADAPTATIVOS 5
CARACTERÍSTICAS GERAIS 5
PREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO 5
DIAGNÓSTICO DOS TRANSTORNOS ADAPTATIVOS 6
Classificação 7
Diagnóstico diferencial 7
MANEJO NÃO-FARMACOLÓGICO 8
MANEJO FARMACOLÓGICO 9
PROGNÓSTICO 9
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE 10
EPIDEMIOLOGIA 11
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E CURSO DE DOENÇA 12
DIAGNÓSTICO DE TAG 13
Critérios diagnósticos 13
Avaliação complementar 14
Quantificação da severidade de sintomas:
uso do instrumento GAD-7 14
Como diferenciar ansiedade de depressão, TOC
especializada em psiquiatria 42
PROGNÓSTICO 42
CONSIDERAÇÕES FINAIS 43
A ARTMED 45
REFERÊNCIAS 46
INTRODUÇÃO
de (APS).
ambos.
dico e paciente.
3
TRANSTORNOS ADAPTATIVOS
Características gerais
Transtorno adaptativo (ou de ajustamento) é uma resposta emocional ou compor-
tamental a estressores psicossociais significativos, sendo a resposta desproporcional à
severidade ou intensidade do estressor, resultando em dano emocional, social, laboral
ou no funcionamento geral do indivíduo, sem caracterizar problemas crônicos como
depressão e ansiedade.
Para eventos pontuais e mediante manejo adequado, pacientes com transtornos
adaptativos costumam voltar ao status basal de 3 a 6 meses. Estressores mantidos po-
dem levar a sintomas persistentes, com declínio significativo nas atividades de vida di-
ária, progressão para problemas de saúde mental mais graves e risco aumentado de
comportamento suicida e suicídio².
4
Diagnóstico dos transtornos adaptativos
O diagnóstico de transtornos adaptativos é feito segundo os critérios diagnósticos
abaixo:
Humor deprimido, choro ou sentimentos de desesperança que ocorrem em resposta
a um estressor identificável dentro de três meses após o início do estressor.
Sintomas clinicamente significativos, evidenciado por pelo menos uma das seguintes
características:
Sofrimento significativo que excede o esperado pela natureza do estressor, levando em
conta fatores culturais e do contexto;
Prejuízo no funcionamento social ou profissional.
Sintomas não preenchem critérios para outro transtorno de humor e não representam
uma exacerbação de problema de saúde mental pré-existente:
De acordo com o tipo suspeito de transtorno adaptativo, usar escalas diagnósticas para
depressão (como a PHQ-9) e ansiedade (a GAD-7) no diagnóstico diferencial - ver deta-
lhes das condições nos capítulos 2 e 3.
Sintomas não são decorrentes de luto normal.
Após o término do estressor ou de suas consequências, os sintomas não persistem por
mais de seis meses.
5
Classificação
A atual classificação do DSM-V divide os transtornos adaptativos em seis categorias:
Transtorno adaptativo com humor deprimido: predomínio de tristeza, medo ou
sensação de desesperança;
Transtorno adaptativo com ansiedade: predomínio de nervosismo, preocupação
e ansiedade de separação;
Transtorno adaptativo misto com ansiedade e depressão: características dos
dois primeiros em igual frequência;
Transtorno adaptativo com distúrbio de conduta: violação de normas sociais
para a idade e direitos de outras pessoas, por exemplo;
Diagnóstico diferencial
Resposta aguda ao estresse: sintomas duram menos de um mês;
Reações normais aos estressores da vida: funcionalidade preservada;
Transtorno de ansiedade generalizada: sintomas são crônicos e direcionados a múlti-
plos gatilhos (usar GAD-7 se houver dúvida no diagnóstico diferencial - ver detalhes no
capítulo 2);
Transtorno de estresse pós-traumático: sintomas mais intensamente relacionados ao
estressor;
Dor e luto em cuidados paliativos;
Sintomas de humor ou comportamento devido a condição médica pré-existente;
Depressão maior (usar PHQ-9 e fluxograma diagnóstico de depressão se dúvida no
diagnóstico diferencial - ver detalhes no capítulo 3);
Transtorno de personalidade.
6
Manejo não-farmacológico
7
Manejo farmacológico
Não é recomendado uso de benzo-
diazepínicos como prevenção de trans-
tornos adaptativos. Também, não há
evidência de benefício do uso de trata-
mento farmacológico para o transtorno
já instalado. No entanto, os antidepres-
sivos costumam ser inadequadamente
prescritos em 40% dos casos de trans-
torno adaptativo.
Ainda que benzodiazepínicos
sejam amplamente prescritos para re-
dução da ansiedade, a prescrição é
contraindicada em guidelines clínicos,
assim como é contraindicada para o
manejo de estresse pós-traumático, de-
vendo ser evitada.
Prognóstico
Com tratamento apropriado, a maio-
ria dos pacientes retorna ao nível anterior
de funcionamento em três a seis meses
após a cessação do estressor. Nos casos
de sintomas crônicos, alguns pacientes
podem ter complicações, incluindo sin-
tomas persistentes, declínio substancial
na qualidade de vida e progressão para
outros problemas de saúde mental mais
graves, incluindo aumento de dano au-
toinfligido e suicídio.
8
TRANSTORNOS
DE ANSIEDADE
9
Epidemiologia
A prevalência do TAG pode chegar a baixo nível socioeconômico;
3,5% no último ano, gerando alta carga abuso infantil ou problemas de con-
pacientes atendidos por quaisquer cau- incluindo abuso físico ou sexual, negli-
mais comum que em homens), pessoas crises vitais como separação, divórcio
de ou transtornos de humor;
sexo feminino;
10
Características clínicas e curso de doença
Pessoas com TAG experimentam medo e ansiedade que são excessivos, persis-
tentes (presentes na maioria dos dias por mais de seis meses), difíceis de contro-
lar, dispersos e associados a desconforto significativo e prejuízo funcional.
Pessoas com TAG apresentam medo excessi- podem gerar sintomas de ansiedade, como hi-
vo ou ansiedade relacionada à própria saúde, pertireoidismo, episódios de hipoglicemia, do-
ao emprego, aos relacionamentos ou outros enças cardiopulmonares como arritmia ou do-
eventos de vida. Em geral, os medos podem ença pulmonar obstrutiva crônica e doenças
parecer legítimos, mas são tipicamente des- neurológicas como epilepsia do lobo temporal
proporcionais ao impacto do evento causador ou acidentes isquêmicos transitórios.
de ansiedade antecipatória ou do objeto de A história familiar de transtornos de humor
medo, como por exemplo para a realização de ou ansiedade e a resposta aos tratamentos re-
tarefas domésticas, reparos simples ou receio alizados também deve ser incluídas na anam-
de atraso para compromissos. nese e registradas em prontuário, auxiliando
Os sintomas do TAG costumam causar des- na escolha do tratamento.
conforto e impacto no funcionamento psicos- Na rotina do Médico de Família, muitos pa-
social. Outras manifestações são inquietação cientes chegam à consulta buscando reali-
ou hipervigilância, cansaço, irritabilidade, difi- zar exames laboratoriais para investigação de
culdade de concentração, distúrbios do sono, causas de cansaço e de insônia, por exemplo
sintomas gastrintestinais, cefaleia e tensão – essas são típicas situações clínicas em que
muscular – sintomas que devem levar o Médi- a investigação de transtornos de ansiedade
co de Família à suspeita de TAG. é mandatória, com otimização terapêutica e
Na anamnese, devem ser questionadas mu- busca de remissão de sintomas em pacientes
danças recentes de medicação ou novos diag- já diagnosticados em tratamento.
nósticos como causas subjacentes. Deve-se O TAG é uma doença crônica com sintomas
questionar, também, uso de álcool, cafeína, de severidade flutuante ao longo do tempo.
drogas ilícitas e utilização de medicações, in- Apenas metade dos pacientes terá períodos
cluindo medicamentos não prescritos. O exa- de ausência completa de sintomas ou de sin-
me físico pode identificar taquicardia, sudore- tomas leves e residuais. Além disso, o impacto
se, tontura e tremores. nos domínios social, laboral e emocional po-
Na história médica pregressa, questionar tra- dem ser superiores aos causados por transtor-
tamentos prévios para problemas de saúde no de humor como depressão.
mental e incluir outras condições clínicas que
11
Diagnóstico de TAG
Critérios diagnósticos
O primeiro ponto do diagnóstico é a suspeita, obtida após anamnese realizada por
queixas físicas ou sintomas como cansaço, irritabilidade e medo. Os critérios diagnósti-
cos segundo o DSM-5 são:
F. O distúrbio não é devido a outro transtorno mental, como medo de ter cri-
ses de pânico na síndrome do pânico, medo de avaliações negativas na fobia
social, separação de figuras de apego na ansiedade de separação, lembrança
de eventos traumáticos no transtorno de estresse pós-traumático. É impor-
tante a exclusão de outros diagnósticos considerando a falta de especificida-
de dos sintomas para o TAG.
12
Avaliação complementar Quantificação da severidade
Considerar avaliação laboratorial comple-
de sintomas: uso do instru-
mentar de acordo com a apresentação clíni-
mento GAD-7
ca para indivíduos com suspeita de doença A quantificação da severidade dos sintomas
clínica, como pacientes com perda de peso é importante auxiliar no diagnóstico e, princi-
e dano cognitivo e para pacientes com início palmente, no acompanhamento e monitora-
tardio de sintomas (após os 65 anos). mento da ansiedade durante o manejo tera-
Exames solicitados incluem: pêutico.
O GAD-7 (Generalized Anxiety Disorder se-
Hemograma completo;
ven item) é um instrumento breve que mede
Perfil lipídico e glicemia em jejum;
a ansiedade do paciente nas duas semanas
Eletrólitos;
pregressas, auxiliando no diagnóstico e mo-
TSH;
nitoramento dos pacientes. É composto por
Enzimas hepáticas;
sete itens, dispostos em escala de quatro pon-
Toxicologia urinária (se suspeita de uso de
tos: 0 (nenhuma vez) a 3 (quase todos os dias),
substâncias);
com pontuação final que varia de 0 a 21. Con-
Eletrocardiograma em repouso (pacien-
sideram-se pontos de corte para transtorno
tes com mais de 40 anos ou palpitações).
de ansiedade generalizada leve, moderada e
Em idosos, a ocorrência simultânea de do- grave pontuações superiores a 5, 10 e 15, res-
ença crônica, insônia, dano cognitivo e efeitos pectivamente.
adversos de medicamentos utilizados pode
tornar o diagnóstico mais difícil. Envelheci-
mento, perspectiva de adoecimento iminente
e perda de posição social podem ser gatilhos
para sintomas ansiosos, sendo importante a
diferenciação entre transtornos adaptativos
e transtornos de ansiedade, assim como qua-
13
Tabela 1 - Questionário GAD-7
3. Preocupar-se muito
com diversas coisas
6. Ficar facilmente
aborrecido(a) ou irritado(a)
14
Como diferenciar ansiedade de depressão, TOC
e outros problemas de saúde mental
Ansiedade é um sintoma visto em diferentes problemas de saúde mental e em es-
tados não-patológicos. Para o diagnóstico de ansiedade, devem ser excluídos outros
transtornos com apresentação semelhante, incluindo:
15
Fobias específicas, como hipocondria: O medo é fácil e claramente direcionado
a um ponto. No caso do medo de doenças, o paciente apresenta medo intenso de
desenvolver uma doença, mesmo diante de sintomas físicos leves.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): Pessoas com Transtorno de Ansiedade
Generalizada podem ter pensamentos intrusivos e comportamentos de checagem
semelhantes aos vistos no TOC. Todavia, no TAG a temática dos pensamentos costu-
ma estar mais associada a preocupações do dia a dia, enquanto no TOC os compor-
tamentos compulsivos são relacionados a contaminação ou lesão e sem correlação
direta ao ritual. Como exemplo, no transtorno de ansiedade o paciente pode checar
mais vezes que trancou a porta visando a evitar assaltos, enquanto no TOC o evento a
ser evitado é a morte de um familiar.
Comorbidades associadas
Outros problemas de saúde mental estão presentes em até 90% dos pacientes com
transtornos de ansiedade, incluindo depressão (mais prevalente), abuso de álcool e de
outras drogas, fobias específicas, fobia social e síndrome do pânico.
Doenças crônicas associadas aos transtornos de ansiedade incluem dor crônica, enxa-
queca, artrite reumatoide, úlcera péptica, síndrome do intestino irritável, doença arterial
coronariana, hipertireoidismo, diabetes, asma e doença pulmonar obstrutiva crônica,
resultando em maior frequentação a serviços de saúde.
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Tratamento: planejamento terapêutico
O primeiro passo após o diagnóstico de Transtorno de Ansiedade Generalizada é a
definição se o paciente precisa ou não ser submetido a tratamento, sendo a decisão
baseada na severidade dos sintomas, no sofrimento associado e no nível de prejuízo.
Pacientes com TAG leve (GAD-7 5 a 10) podem se beneficiar de práticas como yoga,
mindfulness, tai chi e prática de atividade física de alta intensidade, com reavaliação
médica trimestral.
Pacientes com TAG moderada ou grave (GAD-7 maior que 10) em geral necessitam
tratamento com objetivo de redução do sofrimento e do prejuízo nos domínios afeta-
dos. As principais opções terapêuticas incluem terapia cognitivo-comportamental (TCC)
e tratamento farmacológico, revisados a seguir.
Quando há indicação de tratamento, a escolha deve ser feita junto ao paciente em de-
cisão compartilhada: boa parte dos pacientes tem grande preferência por um método
em detrimento de outro – pacientes com receio dos efeitos adversos das medicações
podem optar pela TCC, enquanto pacientes com receio do compartilhamento de situa-
ções pessoais ou com restrições de tempo podem preferir a farmacoterapia.
Muitos pacientes demonstram benefício da associação de ambos os métodos, mas
a associação pode ser reservada para caso de persistência de sintomas com o primeiro
método escolhido, sendo a escolha também influenciada pelos recursos financeiros e
pela disponibilidade no sistema de serviços de saúde ou do plano de saúde.
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Principais opções de tratamento da ansiedade
Terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Dentre as técnicas de psicoterapia, a TCC individual parece ter o maior benefício para
os pacientes com TAG a partir de exercícios de prática de raciocínio ou de experiências
reais para facilitar a redução de sintomas e melhorar o funcionamento. A TCC parece ter
comparável efetividade no manejo do TAG independentemente da idade e do status
socioeconômico do paciente. Outros métodos com evidência crescente são o mindful-
ness e a terapia de aceitação e compromisso.
No arranjo tradicional, as sessões de TCC são individuais, ocorrem uma a duas vezes por
semana, completando 10 a 15 horas de sessão (12 a 18 semanas para sessões semanais),
com inclusão de sessões adicionais dependendo da severidade dos sintomas, presença
de comorbidades, resistência do paciente à abordagem terapêutica e experiência do
terapeuta.
Algumas evidências sugerem que sessões mensais após o período intensivo do trata-
mento estão associadas a maior manutenção dos benefícios do tratamento, cuja res-
posta costuma ser mantida por vários meses.
Outros métodos de realização da TCC podem ser:
TCC em grupo: pode ser útil para idosos como forma de encorajar a sociali-
zação e oferecer a oportunidade para autoexposição;
TCC a distância por meio de computador ou por telefone: pode ser tão
efetiva quanto a terapia individual presencial, sendo a terapia estruturada da
TCC fornecida por telefone superior a contatos não-estruturados.
18
Tratamento farmacológico Se o paciente não deseja correr risco de
apresentar ganho de peso, a Fluoxetina é
O tratamento inicial com maior bene-
preferível em detrimento ao Citalopram,
fício de resposta ao tratamento da ansie-
que deve ser evitado.
dade associada ao TAG é realizado com
Para pacientes preocupados com disfun-
inibidores da recaptação serotoninérgica
ções sexuais, a duloxetina é a melhor opção
(IRS), que incluem os inibidores seletivos
e a paroxetina deve ser evitada.
da recaptação da serotonina (ISRS) e os
inibidores da recaptação da serotonina-
A eficácia entre os ISRS e os ISRSN se
-noradrenalina (ISRSN).
mostrou similar em diferentes estudos, em
Em comparação aos antidepressivos
especial quando comparados a placebo,
tricíclicos, os ISRS e ISRSN têm melhor
havendo poucos estudos comparando me-
perfil de efeitos adversos, inclusive cogni-
dicamentos das duas categorias. Os princi-
tivos, menor propensão a causar sedação
pais fármacos entre os IRS, doses usuais e
e, em relação aos benzodiazepínicos, me-
perfil de efeitos adversos são descritos na
nor risco de dependência.
Tabela 2.
A seleção entre os medicamentos de
ambos os grupos é baseada no perfil de
efeitos adversos de cada categoria, das in-
terações farmacológicas e do histórico e
das preferências do paciente. Exemplos:
19
Tabela 2: Principais ISRS e ISRSN para tratamento
inicial da ansiedade
Doses usuais
Doses usuais e Principais
Dose e posologia Considerações
Medicamento posologia em eventos
inicial adultos
em crianças e
adversos
adicionais
adolescentes
Venlafaxina 72 a 225mg,
37,5 a 225mg,
Sonolência, cefa-
Fazer redução progres-
uma vez ao dia siva da dose em caso
liberação pro- 75mg uma vez ao dia leia, insônia de descontinuidade
(acima de 50kg)
longada (XR) do tratamento.
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Sertralina, Venlafaxina de liberação pro- aumento de dose após quatro a seis se-
longada (XR) e Fluoxetina devem ser con- manas.
sideradas para uso em crianças e adoles- Se o paciente não demonstrar melho-
centes. ra robusta (redução para GAD-7 < 5), os
O tratamento deve ser iniciado com a aumentos de dose são realizados com
menor dose possível para evitar insônia, intervalo de uma semana e mantendo
agitação e outros efeitos adversos e, em o tempo de surgimento de resposta até
alguns casos, terapia adjuvante é neces- a obtenção de resposta com mínimo de
sária para manejo de efeitos que cursem sintomas residuais (GAD-7 < 5) ou até a
com piora da ansiedade. máxima dose tolerada.
A dose inicial deve ser aumentada a sNos indivíduos com resposta progres-
cada três a quatro dias até o atingimen- siva e gradual, o monitoramento é man-
to da mínima dose terapêutica. O tem- tido por 12 semanas na dose máxima
po necessário para percepção dos efeitos tolerada, com reavaliações a cada 4 se-
positivos é em média de quatro sema- manas e aferição da gravidade dos sinto-
nas, com reavaliação da necessidade de mas com a utilização do GAD-7.
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Avaliação de resposta ao tratamento
A resposta ao tratamento pode ser dividida em:
22
Duração do tratamento
Tratamento farmacológico: Se efetivo, o TCC: A duração da TCC depende da
tratamento deve ser mantido por 12 meses severidade de sintomas, da presença
a partir do ponto da melhor resposta (sin- de comorbidades, da resistência do
tomas residuais mínimos ou ausentes). Se paciente ao tratamento e da experi-
houver recorrência após cessação, retomar ência do terapeuta. Em geral, o nú-
o uso com tempo de medicamento supe- mero de sessões vai de 10 a 15, ainda
rior (por exemplo 18 meses após resposta que os pacientes sejam encorajados
terapêutica). Após a segunda recorrência, a manter as ferramentas de TCC para
o tratamento costuma ser mantido de for- prevenção de recaídas.
ma contínua.
Para uso de Venlafaxina 75 mg, por exemplo, é recomendado que o paciente utilize
37,5 mg por duas a quatro semanas para progredir com a retirada completa. Na ocor-
rência de sintomas de abstinência, retornar à dose anterior e realizar a redução de for-
ma ainda mais gradual – por exemplo utilizando 75 e 37,5 mg em dias alternados por
duas semanas, progredindo para 37,5 mg ao dia por mais duas semanas.
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DEPRESSÃO
Depressão é um problema de saúde pública, com alto grau de perda de funcionalida-
de e alta morbimortalidade. No mundo, a estimativa da prevalência de depressão maior
somada a distimia é de 12%, enquanto no Brasil os dados ficam em torno de 10%. Estu-
do realizado com 1.800 pacientes mostrou que 50% dos pacientes diagnosticados com
depressão haviam consultado com seus médicos de atenção primária e não tinham
sido questionados sobre sintomas ou diagnosticados com transtorno de humor.
O termo “depressão” será utilizado como sinônimo de “depressão maior unipolar”, ca-
racterizada essencialmente por humor triste persistente, falta de afeto positivo e perda
de interesse em atividades previamente prazerosas (anedonia), em situação diferente
do estado basal do paciente e causando sofrimento significativo ou prejuízo no funcio-
namento por período superior a duas semanas.
25
Os sintomas de depressão costumam ter início insidioso ao longo de dias ou sema-
nas, e os episódios tipicamente duram mais de seis meses. Pródromos do episódio
podem incluir ansiedade e sintomas subclínicos de depressão. Na anamnese, deve-se
questionar:
26
Diagnóstico
A história é a ferramenta mais importante para o diagnóstico, devendo ser reali-
zada com o paciente, sempre que possível em consulta individual, podendo incluir
familiares, cuidadores e outras pessoas próximas.
Humor triste que acontece na maior parte do dia, na maior parte dos dias da se-
mana e é persistente (dura mais que duas semanas) pode acontecer em diferentes
condições de saúde. Assim, após a identificação, os passos seguintes são
EXCLUIR E AVALIAR
Sintomas apresentados no
se doença crônica presente, diferenciar
contexto de doença crônica como
de sintomas depressivos causados por
lúpus, doença de parkinson
doença clínica crônica
ou hipotireoidismo
EXCLUIR E AVALIAR
EXCLUIR E AVALIAR
AVALIAR
Avaliar para transtorno de-
M pressivo persistente (distimia)
O sintoma de humor acontece em conjunto com SI
os sintomas são per-
outros sintomas de depressão, como cansaço, SIM
sistentes e ocorrem há
culpa aumentada, distúrbio do sono e alteração
mais de dois anos? Diagnóstico provável de
na concentração NÃ
O depressão maior/depressão
NÃO
unipolar
NÃO
Fonte: Adaptado de: Lyness, J. M. (2021) Unipolar depression in adults: Assessment and
diagnosis. In D. Solomon (Ed.), UpToDate. Acessado em 12 de Abril de 2022. 27
Pacientes sem diagnóstico após a avaliação dos sintomas podem ser classificados
como transtorno de humor inespecífico, com reavaliação em seis semanas a depender
da gravidade dos sintomas, com reavaliações sempre que necessário.
Diagnóstico de depressão
De acordo com DSM-5, os critérios diagnósticos para episódio depressivo maior são:
A. 5 ou mais dos sintomas abaixo presentes durante duas semanas ou mais e representação
de mudança em relação ao funcionamento prévio. Pelo menos um dos sintomas é (1) humor
1. Humor depressivo na maior parte do dia, quase todos os dias, descrito como sensa-
ção de tristeza, desesperança e vazio (em crianças e adolescentes, o sintoma pode ser
irritabilidade);
2. Diminuição marcada de interesse e de prazer em todas ou quase todas as atividades
diárias (de acordo com relato ou observação);
3. Ganho ou perda de peso (variação superior a 5% do peso corporal) e ganho ou perda
de apetite quase todos os dias;
4. Insônia ou sono aumentado quase todos os dias;
5. Agitação ou lentidão quase todos os dias (precisa ser observada por outros, excluindo
a sensação subjetiva de inquietação ou desaceleração);
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias;
7. Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada quase todos os dias
recorrente sem plano ou tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.
médica.
28
O DSM-5 especifica os subtipos de depressão maior, cuja classificação pode auxiliar
na seleção do tratamento farmacológico:
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Escala diagnóstica: uso do instrumento PHQ-9
Vários instrumentos diagnósticos estão disponíveis para auxílio no rastreamento,
diagnóstico e acompanhamento de pacientes com depressão. A escala PHQ-9 (Pa-
tient Health Questionnarie-9, ou Questionário de Saúde do Paciente), validada no
Brasil, mostrou bons resultados no contexto da atenção primária.
A escala é composta por 9 itens e questiona o quanto o paciente percebeu os sin-
tomas descritos nas últimas duas semanas, estratificando em valores de 0 (nenhu-
ma vez) a 3 (quase todos os dias). O questionário ainda inclui uma décima pergunta
que avalia a interferência desses sintomas no desempenho de atividades diárias,
como trabalhar e estudar. Os pontos de corte são:
30
QUESTIONÁRIO PHQ-9
Mais da Quase
Nas últimas duas semanas, quantos Nenhuma Vários
metade dos todos os
dias o(a) Sr(a)...? vez (0) dias (1)
dias (2) dias (3)
4. Se sentiu cansado(a)
ou com pouca energia?
31
Avaliação do risco de suicídio
32
Exames laboratoriais para o paciente com diagnóstico de depressão
Testes são sugeridos para pacientes com episódio novo sem precipitantes claros, de-
pressão grave (principalmente com sintomas psicóticos) ou depressão resistente ao tra-
tamento e incluem hemograma completo, eletrólitos, EQU, TSH, beta-HCG e exame
toxicológico na suspeita de abuso de substâncias.
Exames adicionais, guiados pela história e exame físico, incluem vitamina B12, folato e
ECG, especialmente para pacientes com doenças crônicas ou para pacientes em risco
aumentado de comorbidade, como idosos e pacientes institucionalizados.
Exames de neuroimagem são reservados para pacientes com alta probabilidade de
doença cerebral estrutural, como presença de sinais focais no exame neurológico ou
dano cognitivo persistente.
33
Tratamento da depressão pelo médico de família
A depressão é um transtorno altamente recorrente, com 40% de recorrência nos dois
anos seguintes ao primeiro episódio. O tratamento deve ter como objetivo a remissão
de sintomas, definida como resolução dos sintomas depressivos, preferencialmente afe-
ridos por escala diagnóstica - PHQ-9 inferior a 5: pacientes com remissão têm menor
chance de recorrência quando comparados aos que obtiveram resposta parcial.
Preferências do paciente;
Presença de comorbidades clínicas ou outros problemas de saúde mental;
Sistema de suporte disponível;
Opções oferecidas pelo sistema de serviços de saúde ou pela operadora de saúde;
Grau de funcionamento prévio;
Capacidade do paciente de se cuidar, prover feedback para o profissional de saú-
de e de aderir aos tratamentos propostos;
Habilidade de autocuidado;
Histórico de pensamentos, ideias ou atos de impulsividade, violência ou homicídio.
34
Depressão leve a moderada:
Psicoterapia: Preferencialmente Psicoterapia Interpessoal (TIP) ou Terapia Cognitivo
-Comportamental (TCC), a depender da experiência do profissional assistente (psicólogo,
enfermeiro ou Médico de Família com formação em terapias ou especial interesse) ou
do profissional a quem o paciente será referenciado. É o tratamento de primeira escolha
como opção terapêutica isolada se:
Recurso disponível e disponibilidade do paciente;
Ausência de indicações de tratamento hospitalar ou de início
de tratamento farmacológico (ver abaixo).
Psicoterapia + tratamento farmacológico se:
Ausência de resposta à psicoterapia isolada por 8 semanas;
Depressão recorrente;
Sintomas leves persistentes há mais de 2 anos;
História familiar positiva para depressão;
Resposta positiva prévia ao tratamento farmacológico em eficácia e tolerabilidade;
Problemas psicossociais associados.
Tratamento farmacológico isolado se:
Preferência do paciente;
Indisponibilidade do paciente para psicoterapia isolada (após esclarecimento
sobre as modalidades de psicoterapia indicadas);
Indisponibilidade da rede de serviços de saúde ou da operadora de saúde;
35
Para encaminhamento a serviço especializado e/ou acompanhamento com psiquiatra
de acordo com disponibilidade do serviço, critérios de encaminhamento e preferências
do paciente, ver critérios de referenciamento abaixo.
Depressão grave:
Internação hospitalar ou tratamento intensivo (hospital-dia, CAPS) mesmo na ausência de
risco de auto ou heteroagressão se:
36
Psicoterapia
Psicoterapia isolada ou em combinação ao tratamento farmacológico é eficaz para o
tratamento de depressão leve e moderada, especialmente TCC e TIP, modalidades mais
estudadas para o tratamento da condição.
A psicoterapia deve ser realizada preferencialmente por profissional com treinamen-
to específico, seja psiquiatra/psicólogo ou outro profissional de saúde de nível superior
com formação em terapia ou Médico de Família com especial interesse em tratamento
psicoterápico.
Um benefício da psicoterapia é a manutenção da resposta após a suspensão do tra-
tamento, o que não costuma acontecer com o tratamento farmacológico, em especial
para sintomas residuais.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) tem como objetivo modificar e redirecio-
nar o foco do paciente de atitudes e crenças disfuncionais, levando à correção por meio
da utilização de exercícios ou de experiências reais. A melhora no funcionamento acon-
tece mediante aprendizado de novos hábitos e pensamentos ou por redução na reati-
vidade após a exposição a estímulos-gatilho – por exemplo, se o paciente tem reações
agressivas ao receber um feedback negativo, o treinamento visa à reorganização do
pensamento e à atenuação da reatividade na situação em questão. Costuma ter me-
lhores resultados em pacientes altamente motivados e com melhor insight sobre seu
problema de saúde mental.
A Psicoterapia interpessoal (TIP), por sua vez, é um modelo de psicoterapia com dura-
ção preestabelecida e condução estruturada, que foca na melhora nos relacionamen-
tos interpessoais ou de circunstâncias-problema diretamente relacionadas ao episódio
depressivo – baseia-se na ideia de que a melhora no funcionamento interpessoal reduz
sintomas depressivos, levando à melhora adicional no relacionamento interpessoal. O
número de sessões é variável, mas o tratamento costuma durar entre três e seis meses.
37
Tratamento farmacológico
A escolha do tratamento farmacológico depende do custo e da disponibilidade do
medicamento, do perfil de eventos adversos, das interações farmacológicas, do histórico
de respostas prévias e das preferências do paciente.
Os pacientes devem ser alertados que o início do tratamento pode ocasionar aumento
na agitação, ansiedade e ideação suicida nos estágios iniciais de tratamento: o paciente
deve estar bem informado quanto aos serviços que devem ser buscados imediatamen-
te mediante sintomas.
A resposta ao tratamento farmacológico costuma ocorrer após 2 a 4 semanas. Respos-
tas intensas breves (menos de 1 semana) devem levar à revisão de diagnóstico alternati-
vo de Transtorno do Humor Bipolar.
As principais opções terapêuticas incluem:
Antidepressivos de segunda geração:
Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), como Citalopram, Escitalopram,
Fluoxetina, Fluvoxamina, Paroxetina (liberação usual e liberação controlada) e Sertralina;
Inibidores da recaptação da serotonina-noradrenalina (IRSN): Desvenlafaxina, Venlafaxina
(liberação usual e liberação prolongada), Duloxetina, Levomilnacipran e Milnacipran;
Antidepressivos atípicos: Mirtazapina, Bupropiona e Agomelatina;
Moduladores da serotonina: Trazodona, Nefazodona, Vilazodona e Vortioxetina.
Antidepressivos de primeira geração:
Antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos: Amitriptilina, Nortriptilina, Imipramina, Clomipra-
mina, Doxepina, Desipramina, Amoxapina, Maprotilina, Protriptilina e Trimipramina;
Inibidores da monoaminoxidase: Isocarboxazida, Fenelzina, Selegilina transdérmica
e Tranilcipromina.
Psicoterapia isolada ou em combinação ao tratamento farmacológico é eficaz para o
tratamento de depressão leve e moderada, especialmente TCC e TIP, modalidades mais
estudadas para o tratamento da condição.
A psicoterapia deve ser realizada preferencialmente por profissional com treinamen-
to específico, seja psiquiatra/psicólogo ou outro profissional de saúde de nível superior
com formação em terapia ou Médico de Família com especial interesse em tratamento
psicoterápico.
38
Tabela 2. Principais ISRS e ISRSN para tratamento inicial da depressão
Náusea, tontura,
Desvenlafaxina 25mg 50 a 100mg sudorese, ano- Menor efeito na
rexia e consti- função sexual.
pação
39
O antidepressivo deve ser escolhido junto ao paciente, observando perfil de efeitos
adversos, custo e preferências individuais. Resposta prévia do paciente ou de familiar a
determinado fármaco pode ser critério de seleção do medicamento.
Iniciar o medicamento com a dose inicial (Tabela 2 - alguns pacientes idosos ou mais
sensíveis a efeitos adversos podem necessitar início com a metade da dose inicial e au-
mentos sucessivos). Após 4 a 7 dias na dose inicial, o medicamento deve ser aumentado
até a mínima dose terapêutica, com observação por 4 a 6 semanas.
Pacientes com resposta inicial precoce (melhora superior a 20% no PHQ-9 em duas
semanas de tratamento) têm maiores chances de remissão.
Após 4 a 6 semanas, reavaliar o paciente:
Se boa resposta (melhora superior a 25% no PHQ-9 inicial), manter tratamento por 12
semanas para avaliar se houve remissão (PHQ-9 <5);
Se resposta parcial (ausência de melhora superior a 25% no PHQ-9 já nas primeiras 6
semanas ou após 12 semanas), as próximas etapas são, em sequência:
Revisar o diagnóstico;
Revisar a adesão ao tratamento - ver detalhes e estratégias para aumento da adesão no
capítulo 4;
Aumentar dose do medicamento escolhido, com ajustes a cada 2 a 4 semanas e monito-
ramento da tolerância aos efeitos adversos;
Adicionar tratamento psicoterápico, se disponível e recurso não utilizado;
Se dose máxima do primeiro fármaco alcançada (ou dose máxima com efeitos adversos
toleráveis):
40
Continuação e manutenção do tratamento
No tratamento da depressão, são utilizados os seguintes termos:
Remissão: Período com sintomas ausentes ou mínimos;
Recaída: Reinício de sintomas do episódio depressivo-índice. Acontece durante a re-
missão, antes da recuperação;
Recuperação: Paciente se mantém bem por intervalo superior ao definido como re-
missão (2 a 8 meses). Pode ser indefinida ou terminar com a recorrência;
Recorrência: Surgimento de novo episódio depressivo (diferente da recaída, quando
o retorno de sintomas pertence ao mesmo episódio depressivo);
Tratamento de continuação: Ocorre após o tratamento da fase aguda. Busca pre-
servar e prolongar a remissão e prevenir a recaída durante o episódio-índice;
Tratamento de manutenção: Significa a persistência do tratamento após a obten-
ção da recuperação. Tem como objetivo prevenir a recorrência.
41
Critérios de encaminhamento para
atenção especializada em psiquiatria
Casos refratários: ausência de resposta ou resposta parcial a pelo menos duas
estratégias terapêuticas farmacológicas eficazes por pelo menos oito semanas cada;
Episódio depressivo associado a sintomas psicóticos;
Episódio depressivo em paciente com episódios prévios graves (sintomas psicóticos,
tentativa de suicídio ou hospitalização psiquiátrica);
Episódio depressivo associado a transtorno por uso de substâncias grave;
Paciente com ideação suicida persistente.
Prognóstico
O curso de doença para depressão é heterogêneo, refletindo a variedade de condições,
desencadeantes e fatores envolvidos na patogênese da doença. Ainda que a maioria dos
pacientes tenham episódios depressivos que terminam, alguns pacientes permanecem
com depressão parte considerável de seu tempo de vida em virtude das recorrências ou
da extensão de cada episódio.
A recorrência da depressão pode chegar a 64% em 10 anos, sendo 3 anos o tempo
médio para o segundo episódio e 1 ano a 1 ano e meio para os episódios subsequentes.
A probabilidade de recuperação (ausência de crises recorrentes) da depressão progres-
sivamente diminui conforme a duração dos episódios aumenta. Outros fatores de risco
para maior lentidão na recuperação incluem:
42
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Bons estudos!
43
COMO CITAR ESTE E-BOOK:
Nascimento, D.M.do & Harzheim, E. (2022). Saúde mental na Atenção Primária à
Saúde [E-book]. Artmed.
de do Sul (UFRGS) e Médica de Família e Comu- ventiva e Saúde Pública pela Universidad de Ali-
nidade pelo Hospital de Clinicas de Porto Ale- cante, Espanha. Pós-Doutor em Epidemiologia
gre (HPCA). Atuou como Diretora da Atenção pela UFRGS. Professor de Medicina de Família
44
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