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1 Definições Básicas
Estado Tonalidade
Afetivo Afetiva
1-OS CONCEITOS:
-Formam-se a partir das representações
-é puramente cognitivo, intelectivo
-exprimem-se apenas os caracteres mais gerais dos objetos e fenômenos
Ex. Cadeira preta, de madeira,, bonita ou feia, etc. Conceitualizo cadeira como objeto de
quatro pés, móvel utilizado para sentar, estou suprimindo a dimensão sensorial.
O conceito é o elemento estrutural básico do pensamento, exprime os caracteres essenciais
dos objetos e fenômenos da natureza.
2-OS JUÍZOS:
-É o processo que conduz ao estabelecimento de relações significativas entre conceitos
básicos
-O juízo consiste na afirmação de relação entre dois conceitos.
Ex1- cadeira
Ex2-utilidade
A cadeira é útil
3-O RACIOCÍNIO
-É a função que relaciona os juízos, um modo especial de ligação entre os conceitos, de
seqüências de juízos, de encadeamento de conhecimentos, derivando um do outro.
O PROCESSO DO PENSAR:
1-O CURSO
2-A FORMA
3-O CONTEÚDO
1-O CURSO:é o modo como o pensamento flui, a sua velocidade e ritmo ao longo do
tempo;
2-A FORMA:é a sua estrutura básica, a sua arquitetura,preenchida pelos conteúdos e
interesse do individuo
3-O CONTEÚDO:-pode ser definido como aquilo que da substância ao pensamento, os
seus temas predominantes, o assunto em si
ALTERAÇÕS DOS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO PENSAMENTO
FORMA DO PENSAMENTO
1-Fuga de idéias: a associações entre as palavras deixam de seguir uma lógica ou
finalidade do pensamento e passa a ocorrer por assonância (amor, flor, cor, objetos da
sala)Ex Síndromes maníacas.
2-Dissociação do pensamento: desorganização, pensamento não segue uma seqüência
lógica e bem organizada, os juízos não se articulam.
3-Descarrilhamento do pensamento: extravia do seu curso, tomam atalhos colaterais,
desvios, distraibilidade. Ex. Esq.
4-Desagregação do pensamento: profunda e radical perda dos enlaces associativos, total
perda de coerência do pensamento.
CONTEÚDO DO PENSAMENTO:
1-DE PERSEGUIÇÃO;
2-DEPRECIATIVOS;
3-RELIGIOSOS;
4-SEXUAIS;
5-DE PODER, RIQUEZA OU GRANDEZA;
6-DE RUÍNA OU CULPA;
7-CONTEÚDOS HIPOCONDRÍACOS.
Delírio:
O delírio pode ser caracterizado como um juízo falso, ou seja, um falso julgamento da
realidade, porém nem todo juízo falso é patológico, pode acontecer um erro por
ignorância, por um julgamento apressado ou baseado em falsas premissas.Os tipos de
erros mais comuns não determinados por transtorno mental são os preconceitos, as
crenças culturalmente sancionadas, as supertições e as chamadas idéias prevalentes
(idéias errôneas por superestimação afetiva, como por exemplo, uma mãe que se
preocupa excessivamente com o filho, julgando que este sempre corre perigo).
O delírio tem base mórbida e é motivado por fatores patológicos, Jaspers, definiu três
características principais do delírio: convicção total do paciente em sua crença,
impossibilidade de mudança de juízo, mesmo dando ao paciente, provas explicitas da
realidade, por argumentos lógicos, e como última característica considera o delírio um
juízo falso de conteúdo impossível, esta é criticada pelo o autor, que defende a
possibilidade de o delírio ser verídico, como no caso do acoolista crônico que tem
delírios de ciúmes e sua mulher realmente o trai. Além disto o autor propõe uma quarta
característica, que se refere à individualidade do delírio, não sendo produzido,
compartilhado ou sancionado pelo grupo, desvinculando-se da trama social.
São indicadores da gravidade do delírio: convicção, extensão (referente a diferentes
áreas da vida do paciente), bizarrice (o quanto se distanciam das convicções
culturalmente compartilhadas) desorganização, pressão (o quanto o paciente está
envolvido com suas crenças delirantes), o quanto o abalam afetivamente (resposta
afetiva) e o quanto o paciente age em função do delírio (comportamento desviante).
O delírio primário (idéias delirantes) não deriva de nenhum outro evento e é
psicologicamente incompreensível. O delírio secundário (idéias deliróides) se
diferencia do primário por ser decorrente de outras áreas da atividade mental, sendo
produto de condições rastreáveis e compreensíveis como, por exemplo, delírio de ruína
ou culpa derivado de um estado de depressão grave.
Os delírios podem ser classificados quanto à estrutura, sendo simples quanto giram em
torno de um único conteúdo, complexos quando englobam vários temas ao mesmo
tempo, não-sistematizados por terem conteúdos e detalhes mais desarticulados e
sistematizados, sendo bem organizados, com histórias ricas e consistentes, mantendo
conteúdo e detalhes ao longo do tempo.
Os delírios surgem após um período pré-delirante, denominado humor delirante ou
trema. Esse período se caracteriza por grande aflição e ansiedade como se algo ruim
fosse acontecer a qualquer momento. Este estado pode durar horas ou dias e quando
ocorre o delírio de fato, o paciente muitas vezes se acalma, uma vez que essa revelação é
a explicação para aquele estado de perplexidade anteriormente inexplicável.
O delírio pode ser pensado como uma construção, uma tentativa de reorganização do
funcionamento mental para lidar com a desorganização produzida pela doença.
Deve-se levar em consideração que o delírio nasce de uma multiplicidade de fatores
complexos, porém, para fins práticos, foram descritos os seguintes mecanismos formadores
do delírio: Interpretação (o delírio interpretativo respeita determinada lógica, histórias
verossímeis), Intuição (captação de uma nova realidade repentinamente, aqui o paciente
simplesmente sabe, intui a revelação delirante), Imaginação (o indivíduo imagina
determinado episódio e pela interpretação constrói seu delírio), Afetividade (também
chamado de delírio catatímico, o indivíduo passa a viver em um mundo fortemente
marcado por tal estado afetivo, assim em um estado de depressão, por exemplo, o sujeito
reorganiza o mundo e o seu eu com um delírio de conteúdo depressivo), Memória (o
indivíduo utiliza determinadas recordações para construir seu delírio, sendo que esses
elementos da memória podem ser falsos), Alteração da consciência ou delírio onírico
(associados a quadros de turvação da consciência, podendo ocorrer durante este estágio ou
após), Alterações sensoperceptivas ou delírio alucinatório(construído após experiências
alucinatórias ou pseudo-alucinatórias intensas, o delírio é construído com a temática da
experiência que foi gerada pela atividade alucinatória).
A percepção delirante é um tipo especialmente importante de delírio, surge a partir
de uma percepção normal que recebe imediatamente ao ato perceptivo uma significação
delirante.Esta percepção delirante é vivenciada como uma revelação.
A inércia para mudar as próprias idéias, a pobreza de comunicação interpessoal ou o
isolamento social, o comportamento agressivo desencadeando rejeição pelo meio social e a
diminuição do respeito e da consideração das pessoas que convivem com o paciente podem
ser mecanismos de manutenção ou estabilização do delírio.
Quando falamos do aspecto fonético da língua, estamos nos referindo aos sons das
palavras. A semântica envolve o significado das palavras, e por fim – a sintaxe é a
articulação lógica entre as diversas palavras.
Além dos três aspectos citados, devemos dar atenção também às funções da linguagem.
Primeiro devemos notar esta como possuidora de uma função comunicativa, isto é,
responsável pela interação e socialização do indivíduo. A linguagem é também o suporte do
pensamento lógico e abstrato, bem como instrumento de expressão de nossos estados
emocionais, vivências internas e subjetivas. Além de a linguagem ser utilizada para a
“afirmação do eu” (oposições do eu/tu eu/mundo eu/outro), apresenta também uma
dimensão lúdica (elaboração e expressão do belo/terrível, sublime, enfim...Linguagem
como poesia).
Parafasias – Essas ocorrem no início das síndromes demenciais (Alzheimer, por exemplo).
São mais discretas. Aqui o indivíduo deforma algumas palavras, como o exemplo dado por
Dalgalarrondo: “Cameila” (Cadeira) ou “ibro” (Livro).
A Disfonia e Disfemia
A disfonia consiste em uma mudança da fala causada pela alteração na sonoridade de
palavras (determinada não por lesões, mas por fatores psicogênicos* e conflitos). A afonia
é mais grave, onde o indivíduo não consegue emitir som ou palavra. A alteração da
sonoridade pode ser causada por problemas na respiração durante a fala ou problema no
órgão fonador.
A Gagueira é um tipo de disfemia, que pode ter origem nos conflitos psíquicos, problemas
no aparelho fonador, fatores genético-familiares e neurobiológicos. É a dificuldade ou
impossibilidade de pronunciar as sílabas de palavras no decorrer de uma frase.
Dislalia
É a alteração da linguagem falada originada da deformação, omissão ou substituição dos
fonemas, sem alterações notáveis dos músculos do aparelho fonador. Quando a dislalia é
orgânica, podemos notar defeito na língua, lábios ou abóboda da palatina (ou qualquer
estrutura do ap. fonador).
Bradifasia
É o oposto da Taquifasia. A fala é extremamente vagarosa, em que as palavras se seguem
de forma lenta e difícil. Associa-se aos quadros depressivos graves, demências e
esquizofrenia crônica.
Mutismo
O mutismo, falando de uma forma genérica, é a ausência de resposta verbal por parte do
indivíduo, embora este aparente conseguir emitir algo. A natureza do mutismo pode ser
neurológica, psicogênica ou psicótica. Pode ser observado em vários tipos de estupor
(estado de inconsciência, de origem orgânica), quadros esquizofrênicos (ênfase catatônica)
e também em depressões graves.
De acordo com Dalgalarrondo (2008), nas crianças observa-se com frequência o mutismo
eletivo ou seletivo, que é uma forma psicogênica gerada por conflitos interpessoais,
relacionados ao contexto escolar, familiar, frustrações, ansiedade, timidez, medos e
“hostilidade não-elaborada por meio de uma comunicação mais clara”.
O mutismo acinético ou então coma vigil nos mostram a variedade de estados em que há
totalmente a não-responsividade do indivíduo, mas com os olhos abertos (Coma com o
movimento ocular preservado, por exemplo. É o estado vegetativo).
A Ecolalia
Consiste na repetição da última ou últimas palavras ditas em uma frase. É involuntário, ou
seja – não há o planejamento. Utilizando um exemplo do autor: “Qual é seu nome?” – A
resposta do paciente seria – “nome...nome...nome...”. Temos a ecolalia em esquizofrenia
catatônica e quadros psico orgânicos.
Palilalia e Logoclonia
A Palilalia é um tanto diferente da Ecolalia. Enquanto nesta última o indivíduo repetia o
que o outro dizia, na Palilalia o sujeito repete a última ou últimas palavras daquilo que ele
mesmo diz. Um exemplo: “Eu moro em São Paulo, Paulo...Paulo...Paulo..”. É também sem
controle e sem planejamento.
A Logoclonia assemelha-se bastante com a Palilalia, entretanto a repetição é
das sílabas! Tomando o exemplo acima, “Moro em São Paulo, lo...lo...lo...”.
Ambos os casos são formas de alteração de linguagem que nos mostram desestrutura do
controle voluntário. Podemos notar ambas nos quadros demenciais (Pick e Alzheimer).
Já a Glossolalia consiste na produção de uma fala gutural, não tanto compreensível, sendo
um aglomerado ininteligível de sons ou letra (no caso do plano escrito). De acordo com
Galdalarrondo, embora os sons não tenham sentidos, imitam direitinho o aspecto prosódico,
mantendo diferenciação das palavras, sentenças e parágrafos.
A Glossolalia está presente, por exemplo, em cultos pentecostais, onde o crente, quando
recebe a graça, fala em línguas estrangeiras (sem ao menos ter estudado). A sua fala pouco
inteligível é interpretada no contexto como uma graça divina. Além disso, podemos
observar no sonambulismo, mas menos frequentemente na Esquizofrenia. Ah! Deixemos
claro que quando a glossolalia é expressa em um contexto cultural específico (no caso do
culto), não consideramos como psicopatologia.