Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Utilidade do trabalho -
Nos Grundrisse, Marx (2011, pp. 590-594) argumenta no sentido de que o tempo de
trabalho deixou de ser a medida de todas as riquezas, a qual passou a ser o tempo
disponível. De um modo simples, Marx (2011) entende que todo o tempo para além do
tempo de trabalho necessário à produção e reprodução das condições materiais de
existência é tempo livre. Assim, quanto mais se reduzir o tempo de trabalho necessário,
maior deverá ser o tempo livre. Entretanto, sob o modo capitalista de produção, parte
desse tempo livre é apropriada pelo capital, de forma que o tempo de trabalho deixa de ser
apenas o necessário (para a reprodução da força de trabalho) para se tornar tempo total
disponível às necessidades do sistema de capital. Dessa forma, no modo simples de
produção,
Tempo de trabalho –
O dilema contemporâneo e sua organizações supostamente modernas modifica o
exercício do poder, produzindo outras modalidades de dominação. No que se refere à
modernização, há uma reestruturação da disciplina como modo de gestão do trabalho,
permitindo a aplicação de outro modelo produtivo, menos repressivo, mas
marcadamente contraditório. Nessa realidade de trabalho, espera-se dos trabalhadores
implicação subjetiva e afetiva. Esses marcadores afetivos passam desde o
reconhecimento à frustração. Assim, a estrutura liberal tradicional dá lugar ao sistema
sociopsíquico de dominação (Gaulejac, 2007 - Gestão como doença social).
A empresa taylorista/fordista apresentava objetivos direcionados à
funcionalidade dos corpos, visando a docilidade e produtividade dos trabalhadores. O
paradigma gerencialista da gestão do trabalho passa do controle dos corpos para a
mobilização psíquica a serviço da empresa/aplicativo. Nesse caso, a repressão é
substituída pela cooptação sedutora, a imposição pela falsa impressão de escolha e a
obediência pelo reconhecimento (Gaulejac, 2007 - Gestão como doença social).
O trabalhador passa a desejar o sucesso, o desafio, o reconhecimento e o mérito
pessoal, marcando a o fetichismo da individualidade. Na estrutura gerencial do trabalho
mediado por aplicativos, o desejo do trabalhador passa a ser por realização de si mesmo.
Nesse contexto, a subjetividade do trabalhador torna-se útil se for, ao mesmo tempo,
permeado por produtividade e submissão (Gaulejac, 2007 - Gestão como doença social;
Duarte, 2004 – O Fetichismo da individualidade). A partir da produção de subjetivação
no sistema capitalista, o trabalhador transforma-se no gestor da própria exploração,
considerando-se toda a estrutura político/ideológica dominante.