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As Atitudes: Introversão e Extroversão

Os introvertidos concentram-se prioritariamente em seus próprios pensamentos e


sentimentos, em seu mundo interior, tendendo à introspecção. O perigo para tais pessoas
é imergir de forma demasiada em seu mundo interior, perdendo ou tornando tênue o
contato com o ambiente externo. O cientista distraído, estereotipado, é um exemplo
claro deste tipo de pessoa absorta em suas reflexões em notável prejuízo do
pragmatismo necessário à adaptação.

Os extrovertidos, por sua vez, se envolvem com o mundo externo das pessoas e das
coisas. Eles tendem a ser mais sociais e mais conscientes do que acontece à sua volta.
Necessitam se proteger para não serem dominados pelas exterioridades e, ao contrário
dos introvertidos, se alienarem de seus próprios processos internos. Algumas vezes
esses indivíduos são tão orientados para os outros que podem acabar se apoiando quase
exclusivamente nas ideias alheias, ao invés de desenvolverem suas próprias opiniões.

As Funções Psíquicas

Jung identificou quatro funções psicológicas que chamou de fundamentais: pensamento,


sentimento, sensação e intuição. E cada uma dessas funções pode ser experienciada
tanto de maneira introvertida quanto extrovertida.

O Pensamento

Jung via o pensamento e o sentimento como maneiras alternativas de elaborar


julgamentos e tomar decisões. O Pensamento, por sua vez, está relacionado com a
verdade, com julgamentos derivados de critérios impessoais, lógicos e objetivos. As
pessoas nas quais predomina a função do Pensamento são chamadas de Reflexivas.
Esses tipos reflexivos são grandes planejadores e tendem a se agarrar a seus planos e
teorias, ainda que sejam confrontados com contraditória evidência.

O Sentimento

Tipos sentimentais são orientados para o aspecto emocional da experiência. Eles


preferem emoções fortes e intensas ainda que negativas, a experiências apáticas e
mornas. A consistência e princípios abstratos são altamente valorizados pela pessoa
sentimental. Para ela, tomar decisões deve ser de acordo com julgamentos de valores
próprios, como por exemplo, valores do bom ou do mau, do certo ou do errado,
agradável ou desagradável, ao invés de julgar em termos de lógica ou eficiência, como
faz o reflexivo.

A Sensação

Jung classifica a sensação e a intuição juntas, como as formas de apreender


informações, diferentemente das formas de tomar decisões. A Sensação se refere a um
enfoque na experiência direta, na percepção de detalhes, de fatos concretos. A Sensação
reporta-se ao que uma pessoa pode ver, tocar, cheirar. É a experiência concreta e tem
sempre prioridade sobre a discussão ou a análise da experiência.

Os tipos sensitivos tendem a responder à situação vivencial imediata, e lidam


eficientemente com todos os tipos de crises e emergências. Em geral eles estão sempre
prontos para o momento atual, adaptam-se facilmente às emergências do cotidiano,
trabalham melhor com instrumentos, aparelhos, veículos e utensílios do que qualquer
um dos outros tipos.

A Intuição

A intuição é uma forma de processar informações em termos de experiência passada,


objetivos futuros e processos inconscientes. As implicações da experiência (o que
poderia acontecer, o que é possível) são mais importantes para os intuitivos do que a
experiência real por si mesma. Pessoas fortemente intuitivas dão significado às suas
percepções com tamanha rapidez que, via de regra, não conseguem separar suas
interpretações conscientes dos dados sensoriais brutos obtidos. Os intuitivos processam
informação muito depressa e relacionam, de forma automática, a experiência passada
com as informações relevantes da experiência imediata.

Arquétipos

Dentro do Inconsciente Coletivo existem, segundo Jung, estruturas psíquicas ou


Arquétipos. Tais Arquétipos são formas sem conteúdo próprio que servem para
organizar ou canalizar o material psicológico. Eles se parecem um pouco com leitos de
rio secos, cuja forma determina as características do rio, porém desde que a água
começa a fluir por eles. Particularmente comparo os Arquétipos à porta de uma
geladeira nova; existem formas sem conteúdo - em cima formas arredondadas (você
pode colocar ovos, se quiser ou tiver ovos), mais abaixo existe a forma sem conteúdo
para colocar refrigerantes, manteiga, queijo, etc., mas isso só acontecerá se a vida ou o
meio onde você existir lhe oferecer tais produtos. De qualquer maneira as formas
existem antecipadamente ao conteúdo. Arquetipicamente existe a forma para colocar
Deus, mas isso depende das circunstâncias existenciais, culturais e pessoais.

Jung também chama os Arquétipos de imagens primordiais, porque eles correspondem


freqüentemente a temas mitológicos que reaparecem em contos e lendas populares de
épocas e culturas diferentes. Os mesmos temas podem ser encontrados em sonhos e
fantasias de muitos indivíduos. De acordo com Jung, os Arquétipos, como elementos
estruturais e formadores do inconsciente, dão origem tanto às fantasias individuais
quanto às mitologias de um povo.

A história de Édipo é uma boa ilustração de um Arquétipo. É um motivo tanto


mitológico quanto psicológico, uma situação arquetípica que lida com o relacionamento
do filho com seus pais. Há, obviamente, muitas outras situações ligadas ao tema, tal
como o relacionamento da filha com seus pais, o relacionamento dos pais com os filhos,
relacionamentos entre homem e mulher, irmãos, irmãs e assim por diante.
O termo Arquétipo freqüentemente é mal compreendido, julgando-se que expressa
imagens ou motivos mitológicos definidos. Mas estas imagens ou motivos mitológicos
são apenas representações conscientes do Arquétipo. O Arquétipo é uma tendência a
formar tais representações que podem variar em detalhes, de povo a povo, de pessoa a
pessoa, sem perder sua configuração original.

Uma extensa variedade de símbolos pode ser associada a um Arquétipo. Por exemplo, o
Arquétipo materno compreende não somente a mãe real de cada indivíduo, mas também
todas as figuras de mãe, figuras nutridoras. Isto inclui mulheres em geral, imagens
míticas de mulheres (tais como Vênus, Virgem Maria, mãe Natureza) e símbolos de
apoio e nutrição, tais como a Igreja e o Paraíso. O Arquétipo materno inclui aspectos
positivos e negativos, como a mãe ameaçadora, dominadora ou sufocadora. Na Idade
Média, por exemplo, este aspecto do Arquétipo estava cristalizado na imagem da velha
bruxa.

Jung escreveu que cada uma das principais estruturas da personalidade seriam
Arquétipos, incluindo o Ego, a Persona, a Sombra, a Anima (nos homens), o Animus
(nas mulheres) e o Self.

Símbolos

De acordo com Jung, o inconsciente se expressa primariamente através de símbolos.


Embora nenhum símbolo concreto possa representar de forma plena um Arquétipo (que
é uma forma sem conteúdo específico), quanto mais um símbolo se harmonizar com o
material inconsciente organizado ao redor de um Arquétipo, mais ele evocará uma
resposta intensa e emocionalmente carregada.

Jung se interessa nos símbolos naturais, que são produções espontâneas da psique
individual, mais do que em imagens ou esquemas deliberadamente criados por um
artista. Além dos símbolos encontrados em sonhos ou fantasias de um indivíduo, há
também símbolos coletivos importantes, que são geralmente imagens religiosas, tais
como a cruz, a estrela de seis pontas de David e a roda da vida budista.

Imagens e termos simbólicos, via de regra, representam conceitos que nós não podemos
definir com clareza ou compreender plenamente. Para Jung, um signo representa
alguma outra coisa; um símbolo é alguma coisa em si mesma, uma coisa dinâmica e
viva. O símbolo representa a situação psíquica do indivíduo e ele é essa situação num
dado momento.

Aquilo a que nós chamamos de símbolo pode ser um termo, um nome ou até uma
imagem familiar na vida diária, embora possua conotações específicas além de seu
significado convencional e óbvio. Assim, uma palavra ou uma imagem é simbólica
quando implica alguma coisa além de seu significado manifesto e imediato. Esta palavra
ou esta imagem tem um aspecto inconsciente mais amplo que não é nunca precisamente
definido ou plenamente explicado.

Os Sonhos
Os sonhos são pontes importantes entre processos conscientes e inconscientes.
Comparado à nossa vida onírica, o pensamento consciente contém menos emoções
intensas e imagens simbólicas. Os símbolos oníricos frequentemente envolvem tanta
energia psíquica, que somos compelidos a prestar atenção neles.
Para Jung, os sonhos desempenham um importante papel complementar ou
compensatório. Os sonhos ajudam a equilibrar as influências variadas a que estamos
expostos em nossa vida consciente, sendo que tais influências tendem a moldar nosso
pensamento de maneiras frequentemente inadequadas à nossa personalidade e
individualidade. A função geral dos sonhos, para Jung, é tentar estabelecer a nossa
balança psicológica pela produção de um material onírico que reconstitui equilíbrio
psíquico total.

Jung abordou os sonhos como realidades vivas que precisam ser experimentadas e
observadas com cuidado para serem compreendidas. Ele tentou descobrir o significado
dos símbolos oníricos prestando atenção à forma e ao conteúdo do sonho e, com relação
à análise dos sonhos, Jung distanciou-se gradualmente da maneira psicanalítica na livre
associação.

Pelo fato do sonho lidar com símbolos, Jung achava que eles teriam mais de um
significado, não podendo haver um sistema simples ou mecânico para sua interpretação.
Qualquer tentativa de análise de um sonho precisa levar em conta as atitudes, a
experiência e a formação do sonhador. É uma aventura comum vivida entre o analista e
o analisando. O caráter das interpretações do analista é apenas experimental, até que
elas sejam aceitas e sentidas como válidas pelo analisando.

Mais importante do que a compreensão cognitiva dos sonhos é o ato de experienciar o


material onírico e levá-lo a sério. Para o analista junguiano devemos tratar nossos
sonhos não como eventos isolados, mas como comunicações dos contínuos processos
inconscientes. Para a corrente junguiana é necessário que o inconsciente torne
conhecida sua própria direção, e nós devemos dar-lhe os mesmos direitos do Ego, se é
que cada lado deva adaptar-se ao outro. À medida que o Ego ouve e o inconsciente é
encorajado a participar desse diálogo, a posição do inconsciente é transformada daquela
de um adversário para a de um amigo, com pontos de vista de algum modo diferentes,
mas complementares.

O Ego

O Ego é o centro da consciência e um dos maiores Arquétipos da personalidade. Ele


fornece um sentido de consistência e direção em nossas vidas conscientes. Ele tende a
contrapor-se a qualquer coisa que possa ameaçar esta frágil consistência da consciência
e tenta convencer-nos de que sempre devemos planejar e analisar conscientemente
nossa experiência. Somos levados a crer que o Ego é o elemento central de toda a
psique e chegamos a ignorar sua outra metade, o inconsciente.

De acordo com Jung, a princípio a psique é apenas o inconsciente. O Ego emerge dele e
reúne numerosas experiências e memórias, desenvolvendo a divisão entre o
inconsciente e o consciente. Não há elementos inconscientes no Ego, só conteúdos
conscientes derivados da experiência pessoal.
A Persona

Nossa Persona é a forma pela qual nos apresentamos ao mundo. É o caráter que
assumimos; através dela nós nos relacionamos com os outros. A Persona inclui nossos
papéis sociais, o tipo de roupa que escolhemos para usar e nosso estilo de expressão
pessoal. O termo Persona é derivado da palavra latina equivalente à máscara, se refere
às máscaras usadas pelos atores no drama grego para dar significado aos papéis que
estavam representando. As palavras "pessoa" e "personalidade" também estão
relacionadas a este termo.

A Persona tem aspectos tanto positivos quanto negativos. Uma Persona dominante pode
abafar o indivíduo e aqueles que se identificam com sua Persona tendem a se ver apenas
nos termos superficiais de seus papéis sociais e de sua fachada. Jung chamou também a
Persona de Arquétipo da conformidade. Entretanto, a Persona não é totalmente negativa.
Ela serve para proteger o Ego e a psique das diversas forças e atitudes sociais que nos
invadem. A Persona é também um instrumento precioso para a comunicação. Nos
dramas gregos, as máscaras dos atores, audaciosamente desenhadas, informavam a toda
à plateia, ainda que de forma um pouco estereotipada, sobre o caráter das atitudes do
papel que cada ator estava representando. A Persona pode, com frequência,
desempenhar um papel importante em nosso desenvolvimento positivo. À medida que
começamos a agir de determinada maneira, a desempenhar um papel, nosso Ego se
altera gradualmente nessa direção.

Entre os símbolos comumente usados para a Persona, incluem-se os objetos que usamos
para nos cobrir (roupas, véus), símbolos de um papel ocupacional (instrumentos, pasta
de documentos) e símbolos de status (carro, casa, diploma). Esses símbolos foram todos
encontrados em sonhos como representações da Persona. Por exemplo, em sonhos, uma
pessoa com Persona forte pode aparecer vestida de forma exagerada ou constrangida por
um excesso de roupas. Uma pessoa com Persona fraca poderia aparecer despida e
exposta. Uma expressão possível de uma Persona extremamente inadequada seria o fato
de não ter pele.

A Sombra

Para Jung, a Sombra é o centro do Inconsciente Pessoal, o núcleo do material que foi
reprimido da consciência. A Sombra inclui aquelas tendências, desejos, memórias e
experiências que são rejeitadas pelo indivíduo como incompatíveis com a Persona e
contrárias aos padrões e ideais sociais. Quanto mais forte for nossa Persona, e quanto
mais nos identificarmos com ela, mais repudiaremos outras partes de nós mesmos. A
Sombra representa aquilo que consideramos inferior em nossa personalidade e também
aquilo que negligenciamos e nunca desenvolvemos em nós mesmos. Em sonhos, a
Sombra frequentemente aparece como um animal, um anão, um vagabundo ou qualquer
outra figura de categoria mais baixa.

Em seu trabalho sobre repressão e neurose, Freud concentrou-se, de inicio, naquilo que
Jung chama de Sombra. Jung descobriu que o material reprimido se organiza e se
estrutura ao redor da Sombra, que se torna, em certo sentido, um Self negativo, a
Sombra do Ego. A Sombra é, via de regra, vivida em sonhos como uma figura escura,
primitiva, hostil ou repelente, porque seus conteúdos foram violentamente retirados da
consciência e aparecem como antagônicos à perspectiva consciente. Se o material da
Sombra for trazido à consciência, ele perde muito de sua natureza de medo, de
desconhecido e de escuridão.

A Sombra é mais perigosa quando não é reconhecida pelo seu portador. Neste caso, o
indivíduo tende a projetar suas qualidades indesejáveis em outros ou a deixar-se
dominar pela Sombra sem o perceber. Quanto mais o material da Sombra tornar-se
consciente, menos ele pode dominar. Entretanto, a Sombra é uma parte integral de nossa
natureza e nunca pode ser simplesmente eliminada. Uma pessoa sem Sombra não é uma
pessoa completa, mas uma caricatura bidimensional que rejeita a mescla do bom e do
mal e a ambivalência presentes em todos nós.

Cada porção reprimida da Sombra representa uma parte de nós mesmos. Nós nos
limitamos na mesma proporção que mantemos este material inconsciente.

À medida que a Sombra se faz mais consciente, recuperamos partes previamente


reprimidas de nós mesmos. Além disso, a Sombra não é apenas uma força negativa na
psique. Ela é um depósito de considerável energia instintiva, espontaneidade e
vitalidade, e é a fonte principal de nossa criatividade. Assim como todos os Arquétipos,
a Sombra se origina no Inconsciente Coletivo e pode permitir acesso individual a grande
parte do valioso material inconsciente que é rejeitado pelo Ego e pela Persona.
No momento em que acharmos que a compreendemos, a Sombra aparecerá de outra
forma. Lidar com a Sombra é um processo que dura a vida toda, consiste em olhar para
dentro e refletir honestamente sobre aquilo que vemos lá.

O Self

Jung chamou o Self de Arquétipo central, Arquétipo da ordem e totalidade da


personalidade. Segundo Jung, consciente e inconsciente não estão necessariamente em
oposição um ao outro, mas complementam-se mutuamente para formar uma totalidade:
o Self. Jung descobriu o Arquétipo do Self apenas depois de estarem concluídas suas
investigações sobre as outras estruturas da psique. O Self é com freqüência figurado em
sonhos ou imagens de forma impessoal, como um círculo, mandala, cristal ou pedra, ou
de forma pessoal como um casal real, uma criança divina, ou na forma de outro símbolo
de divindade. Todos estes são símbolos da totalidade, unificação, reconciliação de
polaridades, ou equilíbrio dinâmico, os objetivos do processo de Individuação.

O Self é um fator interno de orientação, muito diferente e até mesmo estranho ao Ego e
à consciência. Para Jung, o Self não é apenas o centro, mas também toda a
circunferência que abarca tanto o consciente quanto o inconsciente, ele é o centro desta
totalidade, tal como o Ego é o centro da consciência. Ele pode, de início, aparecer em
sonhos como uma imagem significante, um ponto ou uma sujeira de mosca, pelo fato do
Self ser bem pouco familiar e pouco desenvolvido na maioria das pessoas. O
desenvolvimento do Self não significa que o Ego seja dissolvido. Este último continua
sendo o centro da consciência, mas agora ele é vinculado ao Self como conseqüência de
um longo e árduo processo de compreensão e aceitação de nossos processos
inconscientes. O Ego já não parece mais o centro da personalidade, mas uma das
inúmeras estruturas dentro da psique.
Crescimento Psicológico - Individuação

Segundo Jung, todo indivíduo possui uma tendência para a Individuação ou auto-
desenvolvimento. Individuação significa tornar-se um ser único, homogêneo. Na
medida em que por individualidade entendemos nossa singularidade mais íntima, última
e incomparável, significando também que nos tornamos o nosso próprio si mesmo.
Pode-se traduzir Individuação como tornar-se si mesmo, ou realização do si mesmo.

Individuação é um processo de desenvolvimento da totalidade e, portanto, de


movimento em direção a uma maior liberdade. Isto inclui o desenvolvimento do eixo
Ego-Self, além da integração de várias partes da psique: Ego, Persona, Sombra, Anima
ou Animus e outros Arquétipos inconscientes. Quando tornam-se individuados, esses
Arquétipos expressam-se de maneiras mais sutis e complexas.
Quanto mais conscientes nos tornamos de nós mesmos através do auto conhecimento,
tanto mais se reduzirá a camada do inconsciente pessoal que recobre o inconsciente
coletivo. Desta forma, sai emergindo uma consciência livre do mundo mesquinho,
suscetível e pessoal do Eu, aberta para a livre participação de um mundo mais amplo de
interesses objetivos.

Essa consciência ampliada não é mais aquele novelo egoísta de desejos, temores,
esperanças e ambições de caráter pessoal, que sempre deve ser compensado ou
corrigido por contra-tendências inconscientes; tornar-se-á uma função de relação com o
mundo de objetos, colocando o indivíduo numa comunhão incondicional, obrigatória e
indissolúvel com o mundo.

Do ponto de vista do Ego, crescimento e desenvolvimento consistem na integração de


material novo na consciência, o que inclui a aquisição de conhecimento a respeito do
mundo e da própria pessoa. O crescimento, para o Ego, é essencialmente a expansão do
conhecimento consciente. Entretanto, Individuação é o desenvolvimento do Self e, do
seu ponto de vista, o objetivo é a união da consciência com o inconsciente.

Como analista, Jung descobriu que aqueles que vinham a ele na primeira metade da vida
estavam relativamente desligados do processo interior de Individuação; seus interesses
primários centravam-se em realizações externas, no "emergir" como indivíduos e na
consecução dos objetivos do Ego. Analisandos mais velhos, que haviam alcançado tais
objetivos, de forma razoável, tendiam a desenvolver propósitos diferentes, interesse
maior pela integração do que pelas realizações, busca de harmonia com a totalidade da
psique.

O primeiro passo no processo de Individuação é o desnudamento da Persona. Embora


esta tenha funções protetoras importantes, ela é também uma máscara que esconde o
Self e o inconsciente.
Ao analisarmos a Persona, dissolvemos a máscara e descobrimos que, aparentando ser
individual, ela é de fato coletiva; em outras palavras, a Persona não passa de uma
máscara da psique coletiva. No fundo, nada tem de real; ela representa um compromisso
entre o indivíduo e a sociedade acerca daquilo que alguém parece ser: nome, título,
ocupação, isto ou aquilo.
De certo modo, tais dados são reais mas, em relação à individualidade essencial da
pessoa, representam algo de secundário, uma vez que resultam de um compromisso no
qual outros podem ter uma quota maior do que a do indivíduo em questão.

O próximo passo é o confronto com a Sombra. Na medida em que nós aceitamos a


realidade da Sombra e dela nos distinguimos, podemos ficar livres de sua influência.
Além disso, nós nos tornamos capazes de assimilar o valioso material do inconsciente
pessoal que é organizado ao redor da Sombra.

O terceiro passo é o confronto com a Anima ou Animus. Este Arquétipo deve ser
encarado como uma pessoa real, uma entidade com quem se pode comunicar e de quem
se pode aprender. Jung faria perguntas à sua Anima sobre a interpretação de símbolos
oníricos, tal como um analisando a consultar um analista. O indivíduo também se
conscientiza de que a Anima (ou o Animus) tem uma autonomia considerável e de que
há probabilidade dela influenciar ou até dominar aqueles que a ignoram ou os que
aceitam cegamente suas imagens e projeções como se fossem deles mesmos.

O estágio final do processo de Individuação é o desenvolvimento do Self. Jung dizia


que o si mesmo é nossa meta de vida, pois é a mais completa expressão daquela
combinação do destino a que nós damos o nome de indivíduo. O Self torna-se o novo
ponto central da psique, trazendo unidade à psique e integrando o material consciente e
o inconsciente. O Ego é ainda o centro da consciência, mas não é mais visto como o
núcleo de toda a personalidade.

Jung escreve que devemos ser aquilo que somos e precisamos descobrir nossa própria
individualidade, aquele centro da personalidade que é equidistante do consciente e do
inconsciente. Dizia que precisamos visar este ponto ideal em direção ao qual a natureza
parece estar nos dirigindo. Só a partir deste ponto podemos satisfazer nossas
necessidades.

É necessário ter em mente que, embora seja possível descrever a Individuação em


termos de estágios, o processo de Individuação é bem mais complexo do que a simples
progressão aqui delineada. Todos os passos mencionados sobrepõem-se, e as pessoas
voltam continuamente a problemas e temas antigos (espera-se que de uma perspectiva
diferente). A Individuação poderia ser apresentada como uma espiral na qual os
indivíduos permanecem se confrontando com as mesmas questões básicas, de forma
cada vez mais refinada. Este conceito está muito relacionado com a concepção Zen-
budista da iluminação, na qual um individuo nunca termina um Koan, ou problema
espiritual, e a procura de si mesmo é vista como idêntica à finalidade.)
1. A ESTRUTURA DA PERSONALIDADE
Segundo FREUD, a estrutura da personalidade é formada por três instâncias, o Isso, o
Eu e o Supereu, descritas a seguir.

ISSO

O isso é o sistema original da personalidade, a matriz o qual se originam o Eu e o


Supereu. O isso é o reservatório inconsciente das pulsões, as quais estão sempre ativas.
Ele está diretamente relacionado à satisfação das necessidades corporais. Para Freud, ele
age de acordo com o princípio do prazer.

O isso não tolera aumentos de energia, que são experienciados como estados de tensão
desconfortáveis. Conseguintemente, quando o nível de tensão do organismo aumenta,
como resultado ou de estimulação externa ou de excitações internamente produzidas, o
isso funciona de maneira a descarregar a tensão imediatamente e fazer o organismo
voltar a um nível de energia confortavelmente constante e baixo. Esse princípio de
redução de tensão pelo qual o isso opera é chamado de princípio do prazer. (HALL,
LINDZEY, CAMPBELL, 1998, p.53)

O isso representa o mundo interno da realidade subjetiva, não tendo conhecimento da


realidade objetiva (função do eu). Para atingir seu objetivo de satisfação, o isso tem sob
seu comando as ações reflexas (inatas e automáticas, como piscar e espirrar, por
exemplo) e o processo primário, que envolve uma reação psicológica mais complexa.
Outro exemplo é quando a pessoa está faminta. O processo primário apresenta à pessoa
a imagem mental de um alimento, sendo essa alucinação chamada de realização do
desejo. O processo primário sozinho não é capaz de reduzir a tensão, pois a pessoa
faminta não pode comer as imagens mentais. Desenvolve-se, então, um processo
secundário e começa a tomar forma o EU.

Eu

As características do processo secundário (raciocínios maduros necessários para lidar


racionalmente com o mundo exterior) estão contidas no EU, que é a segunda estrutura
da personalidade freudiana e o mestre racional da personalidade. Enquanto o isso
obedece ao princípio do prazer, o Eu obedece ao princípio da realidade. “O objetivo do
princípio da realidade é evitar a descarga de tensão até ser descoberto um objeto
apropriado, para a satisfação da necessidade.” (HALL, LINDZEY, CAMPBELL, 1998,
p. 54).
O Eu controla o acesso à ação e decide que instintos serão satisfeitos e de que maneira.
Ele é a porção organizada do ISSO, e existe para atingir os objetivos do ISSO e não
frustrá-los.

Supereu
O último sistema da personalidade a se desenvolver é o supereu, força moral da
personalidade, obtida por meio da introjeção dos valores e padrões dos pais e da
sociedade. “Ele é o representante interno dos valores tradicionais e dos ideais da
sociedade conforme interpretados para a criança pelos pais e impostos por um sistema
de recompensas e punições” (HALL, LINDZEY, CAMPBELL, 1998, p. 54).
A principal preocupação do supereu é decidir se uma coisa é certa ou errada, para poder
agir de acordo com os padrões morais da sociedade, desenvolvendo-se em respostas às
recompensas e punições dadas pelos pais por volta dos cinco ou seis anos de idade. Para
receber recompensas e evitar punições, a criança passa a orientar seu comportamento de
acordo com os pais. Quando ela é punida, seu comportamento fica incorporado à
consciência. Quando ela é recompensada ou elogiada, esse comportamento fica
incorporado no seu ideal de EU. A consciência pune, fazendo-a se sentir culpada e o
ideal de Eu recompensa, fazendo-a se sentir orgulhosa.
Com isso, a criança aprende um conjunto de regras que são aceitas ou rejeitadas por
seus pais, introjetando esses ensinamentos, as recompensas e castigos, tornam-se auto-
administráveis.

O controle dos pais é substituído pelo autocontrole. Nós passamos a nos comportar, pelo
menos em parte, de acordo com as diretrizes morais agora em grande parte
inconscientes. Como resultado dessa introjeção, experimentamos culpa ou vergonha
sempre que agimos (ou pensamos em agir) em desacordo com esse código moral.
(SCHULTZ, SCHULTZ, 2002, p. 51)

As principais funções do SUPEREU são inibir os impulsos do ISSO (principalmente


sexuais e agressivos); persuadir o EU a substituir objetivos realistas por objetivos
moralistas; buscar a perfeição. Apesar das aparentes diferenças entre o ISSO e o EU, na
verdade, o SUPEREU é como o ISSO ao não ser racional e como o Eu a o tentar exercer
um extremo controle sobre os instintos.

O supereu não busca prazer (como o ISSO), nem a obtenção de metas realistas (como o
ego), mas apenas a perfeição moral. O isso pressiona por satisfação, o Eu tenta adiá-la e
o supereu coloca a moralidade acima de tudo. (SCHULTZ, SCHULTZ, 2002, p. 51)

Isso, Eu e supereu, na verdade, são apenas nomes para vários processos psicológicos. A
personalidade, normalmente, funciona como um todo e esses diferentes princípios
trabalham juntos, sob a liderança do EU. O isso seria o componente biológico da
personalidade, o Eu o componente psicológico e o supereu o componente social. O ego,
por ficar no meio, é pressionado pelo id, pela realidade e pelo supereu e o “resultado
inevitável desse confronto, quando o Eu é excessivamente pressionado, é o surgimento
da ansiedade” (SCHULTZ, SCHULTZ, 2002, p.51)

2. ANSIEDADE: UMA AMEAÇA AO EGO


A ansiedade funciona como um alerta das ameaças contra o ego. Segundo Schultz,
Freud descreveu a ansiedade como temor sem razão e que geralmente não podemos
identificar a fonte do objeto especifico que a tenha provocado. Freud sugeriu o trauma
do parto como o protótipo da ansiedade, pois o recém-nascido é bombardeado com
estímulos do mundo exterior para os quais ele não está preparado e que ele não
consegue se adaptar. Para isso, ocorre uma série de movimentos motores, a respiração
fica acelerada e há o aumento dos batimentos cardíacos, ou seja, nossa primeira
experiência com a ansiedade. Esta tendência de reação a estímulos excessivos, de
acordo com Freud, persiste por toda a vida e não somente na infância.

A ansiedade provoca tensão, motivando o indivíduo a tomar alguma atitude para


reduzi-la. De acordo com a teoria freudiana, o ego desenvolve um sistema de proteção -
os chamados mecanismos de defesa - que consistem nas negações inconscientes ou
distorções da realidade.

2.1 Três tipos de ansiedade

Sigmund Freud propôs três tipos de ansiedade: a ansiedade objetiva, a neurótica e a


moral ou sentimentos de culpa. O tipo básico de ansiedade objetiva se relaciona aos
medos e perigos iminentes do mundo real e tem por finalidade orientar o
comportamento no sentido de proteção.
A ansiedade neurótica é o medo de que os instintos saiam do controle e levem a pessoa
a tomar alguma atitude em que possa ser punida. “A ansiedade neurótica tem uma base
na realidade, porque o mundo, conforme representado pelos pais e outras autoridades,
realmente pune a criança por ações impulsivas” (HALL, LINDZEY, 1970, p.44),
tornando-se um conflito entre o id e o ego.
Já a ansiedade moral é resultado do confronto id e superego, ou seja, é o medo da
própria consciência. Dependendo do grau de desenvolvimento do superego, a pessoa
tende a se sentir culpada quando faz ou pensa algo que contraria o código moral o qual
ela foi criada. É o que chamamos popularmente de “consciência pesada”. De qualquer
forma, esse tipo de ansiedade também tem uma base realista, pois o indivíduo foi
punido no passado por violar o código moral e teme ser punido novamente.
“A ansiedade alerta o indivíduo de que o ego está sendo ameaçado e de que, se não se
tomar uma atitude, este poderá ser subvertido” (SCHULTZ, SCHULTZ, 2002, p.53).
Quando o ego não pode lidar com a ansiedade por métodos racionais ele recorre a
estratégias não racionais, o que Freud chamou de mecanismos de defesa.

3. DEFESAS CONTRA A ANSIEDADE


Os mecanismos de defesa são diferentes tipos de manifestações que as defesas do ego
podem apresentar, já que este não se defronta só com as pressões e solicitações do id e
do superego, pois aos dois se juntam o mundo exterior e as lembranças do passado.
Quando se desencadeiam situações que possam vir a provocar sentimentos de culpa ou
ansiedade, de forma inconsciente, ativa-se uma série de mecanismos de defesa, a fim de
proteger o ego contra uma dor psíquica iminente. Um conflito cria em nós uma certa
angústia. Essa angústia é o que nos motiva a resolver esse problema. Porém, nem
sempre o indivíduo é capaz de resolver um problema de forma imediata e direta através
da razão. Isso se dá pelo fato de que os problemas pessoais têm um certo envolvimento
emocional que diminui nossa objetividade, o que nos leva a um processo de ajuste às
exigências que a sociedade nos impõe. Tais processos adaptativos são o que chamamos
de mecanismos de defesa. Os mecanismos mais comuns são a repressão, a negação, a
projeção, a regressão, a racionalização, o deslocamento e a sublimação.

3.1 Repressão

Quando um indivíduo possui grande dificuldade em reconhecer seus impulsos que os


levam sentir angústia ou a lembrar-se de acontecimentos passados traumáticos é o que
chamamos de repressão. A omissão forçada e deliberada de recordações ou sentimentos
é repressão. Em casos extremos, a repressão pode apagar não só a lembrança do
acontecimento, mas também tudo que diz respeito ao mesmo, inclusive seu próprio
nome e sua identidade, criando uma profundo esquecimento.

3.2 Negação

A negação talvez possa ser considerada o mecanismo de defesa mais ineficaz, pois se
baseia em simplesmente negar os fatos acontecidos à base de mentiras que acabam se
confundido e na maioria das vezes contrariando uma à outra. Um bom exemplo de
negação é um garoto que, ao ser acusado de roubo, que é realmente culpado, diz não ter
nada com o acontecido, ou mesmo quando a mãe, percebendo uma completa mudança
de comportamento dentro de casa, alega que o filho sai para trabalhar, quando é notório
que ele é usuário de drogas.

3.3 Formação de reação

Quando a repressão de fortes impulsos é acompanhada por uma tendência contrária, sob
a forma de comportamentos e sentimentos exatamente opostos às tendências reprimidas,
tal tendência é chamada de formação reativa. Uma mãe que se preocupa
exageradamente com o filho pode ser reflexo de uma verdadeira hostilidade a ele. Uma
pessoa demasiadamente valente pode ser reflexo de um medo do oculto.
Esse mecanismo de defesa mantém o impulso indesejado longe do consciente,
superenfatizando o impulso oposto. É um processo psíquico que se caracteriza pela
adoção de uma atitude de sentido oposto a um desejo que tenha sido recalcado,
constituindo-se, então, numa reação contra ele. Muitas vezes tenta-se negar ou reprimir
alguns impulsos na tentativa de defender a pessoa contra um perigo instintivo. São
atitudes que cortam a expressão de impulsos contrários, os quais, no entanto, de vez em
quando, irrompem por diversos modos.
Nas peculiaridades dessa ordem, a psicanálise consegue provar que a atitude oposta
original ainda está presente no inconsciente. Chamam-se formações reativas essas
atitudes opostas secundárias. As formações reativas representam mecanismo de defesa
separado e independente ou podem constituir consequência e reafirmação de uma
repressão estabelecida.

3.4 Projeção

Projeção é o processo mental pelo qual as características que estão ligadas ao eu


psíquico são gradativamente afastadas deste em direção a outros objetos e pessoas.
Essas projeções tendem a deslocar-se em direção a objetos e pessoas cujas qualidades e
características são mais adequadas para encaixar o material deslocado.
Muitas vezes nos defendemos da angústia gerada por fracasso, culpa ou nossos defeitos
projetando a responsabilidade por esse fato em alguém ou em algo. Podemos citar
como exemplo um jogador de tênis que, ao perder uma partida, justifica sua perda
colocando a culpa na qualidade da raquete, e nesse caso podemos perceber que aqui a
projeção se assemelha ao deslocamento. Outro exemplo seria o fato de tratarmos uma
pessoa com hostilidade, justificando a nós mesmos que ela é uma pessoa hostil, mas na
verdade o único agente cometendo hostilidade somos nós, a outra pessoa está agindo
normalmente.

3.5 Regressão

Regressão é o retorno a atitudes passadas que provaram ser seguras e gratificantes, e às


quais a pessoa busca voltar para fugir de um presente angustiante. Devaneios e
memórias que se tornam recorrentes, repetitivas. Aplica-se também ao regresso a fases
anteriores da sexualidade.
É o processo psíquico em que o ego recua, fugindo de situações conflitivas atuais, para
um estágio anterior. É o caso de alguém que depois de repetidas frustrações na área
sexual, regrida, para obter satisfações, à fase oral, passando a comer em excesso.

3.6 Racionalização

Racionalização é uma forma de substituir por boas razões uma determinada conduta que
exija explicações, de um modo geral, da parte de quem a adota. Os Psicanalistas, em
tom jocoso, dizem que racionalização é uma mentira inconsciente que se põe no lugar
do que se reprimiu. A pessoa amada que não quer mais você, agora tem muitos defeitos.

3.7 Deslocamento

Também pode ser uma ideia representada por uma outra, que, emocionalmente, esteja
associada à ela. É o caso de alguém que tendo tido uma experiência desagradável com
um policial, reaja desdenhosamente, em relação a todos os policiais. É muito corrente
nos sonhos, onde uma coisa representa outra. Também se manifesta na transferência,
fazendo com que o indivíduo apresente sentimentos em relação a uma pessoa que, na
verdade, lhe representa uma outra do seu passado. Esse fenômeno, particularmente
visível na análise do sonho, encontra-se na formação dos sintomas psiconeuróticos e, de
um modo geral, em todas as formações do inconsciente. Deslocamento dos impulsos do
id de um objeto ameaçador e indisponível para um outro substituto disponível.

3.8 Sublimação

Sublimação é uma forma de deslocamento, sendo o mais eficaz dos mecanismos de


defesa, na medida em que canaliza os impulsos libidinais para uma postura socialmente
útil e aceitável. A sublimação constitui a adoção de um comportamento ou de um
interesse que possa enobrecer comportamentos que são instintivos de raiz. Um homem
pode encontrar uma válvula para seus impulsos agressivos tornando-se um lutador
campeão, por exemplo. Para Freud as obras de arte, as ciências, a religião, a Filosofia,
as técnicas e as invenções, as instituições sociais e as ações políticas, a literatura e as
obras teatrais são sublimações, ou modos de substituição do desejo sexual de seus
autores e esta é a razão de existirem os artistas, os místicos, os pensadores, os escritores,
cientistas, os líderes políticos, etc.

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