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Departamento de Psicologia
João Pessoa
Paraíba
2018
Ao tentar chegar a uma compreensão de um caso de paranoia, Freud propõe dois
outro, parte das causas que teriam ativado sua paranoia. O primeiro é considerado viável
por Freud devido ao alto nível de inteligência do paciente e da sua capacidade descritiva
interpretação do caso.
qualidades extraordinárias. Segundo ele, esses pássaros repetiam frases que eram sem
impregnados com veneno que era usado contra ele. Na interpretação, esses pássaros são
escrito pelo paciente são retiradas para a publicação por ele mesmo, pois continham,
segundo ele, conteúdos impróprios para publicação. O capitulo retirado era o terceiro, e
nele continham acontecimentos que haviam ocorrido com outros membros da família de
Schreber e que, segundo ele, poderiam se achar vinculados ao “assassinato de alma” que
motivos humanos familiares, Freud chama a atenção para outra parte da história clinica
segunda a qual não foi dada peso suficiente nos relatórios, mas que o paciente tentou
colocar como importante. Essa parte diz respeito às relações de Schreber com seu
primeiro médico, o Professor Flechsig. Freud coloca Flechsig como primeiro autor de
todos os atos de perseguição que predominavam os delírios de Schreber no início de sua
doença. Para Schreber, seu médico cometeu ou tentou cometer o “assassinato de alma”
contra ele, sendo que esse ato estava associado ao Diabo, que tentava tomar posse de
“assassinato de alma” é dificultada. Após isso, uma outra manifestação dos delírios de
Schreber afetou sua relação com Deus, sem, no entanto, afetar a sua relação com
pois até Deus teria se rendido à sua influência, de modo que ele pudesse abrir caminho
aos céus ou tornar-se líder dos raios sem morrer ou passar por qualquer purificação
Schreber de Flechsig superior e médio. Após uma espécie de reconciliação, que se deu
através da entrada da alma de seu novo médico, Weber, as almas sofreram uma
incursão, sobrando apenas uma ou duas delas, e essas também perderam inteligência e
poder, passando a ser descritas como “Flechsig posterior”. Esses delírios apenas
demonstram o quão importante o médico era para seu paciente, que depois de ser
transferido para Sonnestein escreveu uma carta à Flechsig, que falava sobre a crença e o
Assim, chega-se à conclusão de que a pessoa a quem o delírio atribui tanto poder
invertem na medida em que a pessoa que agora é odiada e temida, por se tratar de um
após Schreber ser nomeado para novo posto. Esses sonhos remetem ao reaparecimento
da doença e, em um deles, lhe vem a impressão de que seria bom ser mulher e
também de seu médico e que a atitude feminina que assumiu na fantasia foi, desde o
início, dirigida para o médico. Freud especula que, talvez, o sentimento de dependência
erótico, por razões desconhecidas. Daí surge um conflito entre a fantasia feminina e o
protesto masculino.
Sabe-se, então, que o paciente temia sofrer abuso sexual nas mãos do próprio
homossexual. O objeto sexual fora, desde o princípio, Flechsig, e suas lutas contra o
impulso libidinal produziram o conflito que deu origem aos sintomas. Depois disso, o
cenário dos delírios de Schreber muda, e ele admite uma atitude feminina para com
Deus. Um novo colapso nervoso surge quando sua esposa, após viajar, retorna, e a
presença desta pode ter atuado como proteção contra o poder atrativo dos homens a seu
redor. Tudo isso serve de base para confirmar que a suposição de Freud acerca da base
mas logo se torna evidente que preparava o caminho para o segundo conflito e
resolução. Era impossível, para Schreber, representar o papel de uma devassa para com
seu médico, mas a missão de fornecer ao Próprio Deus as sensações voluptuosas que
Este exigia não provocava tal resistência por parte de seu ego. Sendo assim, a
que eram Deus e Flechsig, progride nos últimos estágios da doença, sendo esse processo
Deus é, por fim, associado ao pai de Schreber, que era médico, quando este fala
de aprender qualquer coisa por experiência e não compreendia os homens vivos, porque
só sabia lidar com cadáveres, manifestando Seu poder numa sucessão de milagres que
na relação de Schreber com Deus refletem sua relação com seu pai.
No estágio final de seu delírio, Schreber alcançou vitória magnífica pelo impulso
sexual infantil, pois a voluptuosidade tornou-se temente a Deus e o próprio Deus (o pai)
realidade forneceu o material para sua fantasia de desejo, a principio combatida, mas
explicada por Freud como associada à alguma frustração, alguma privação da vida real.
O próprio Schreber admite ter sofrido privação deste tipo quando se refere ao seu
casamento que, apesar de o próprio descrever como feliz, não lhe deu filhos, e muito
menos filho homem que poderia tê-lo consolado da perda do pai e do irmão, e sobre
quem poderia ter drenado suas afeiçoes sexuais insatisfeitas. O próprio Schreber pode
ter formado a fantasia de que se fosse mulher, poderia tratar do assunto de ter filhos
com mais sucesso, e dessa forma pode ter retornado à atitude feminina em relação ao
pai que apresentara nos primeiros anos de sua infância. O delírio de gerar uma nova raça
de homens tem relação com a intenção de oferecer uma solução para a sua falta de
filhos.