Você está na página 1de 6

Wilhelm Reich apoia sua teoria em torno da sexualidade e como essa vinha e vem sendo

oprimida por encouraçamentos que surgem por uma supressão da capacidade natural de
amar, além disso, é citado que esse assunto causa na sociedade uma espécie de
desgosto, já que o anteriormente dito, encouraçamento, faz com que posicionemo-nos
para uma ótica mais pautada no individual, um individual obediente a autoridades que
pregam o moralismo ideológico alienante, assim a sexualidade natural é retirada das
crianças e adolescentes, por conta desse idealismo radical que desaprova a teoria da
economia sexual, Reich também afirma que essa supressão não se dá por uma causa
social, já que todas as camadas sofrem com o mesmo, entre aspas, problema. A ditadura
intelectual exercida por tradicionalistas que declinam o novo, colocam, segundo Wilhelm a
população numa posição dogmática e nada democrática, já que verdades diferentes das
impostas, são irracionais, Reich com isso não quer destruir a tradição, mas sim, evocar um
sentido crítico para pensar o que tem e o que não tem, significação. Reich nobremente
discursa contra a chaga da ditadura, enaltecendo aqueles que livram-se de dogmas
puramente impostos e pensam por si, não mistificando ou criminalizando a atividade e as
atitudes ligadas a sexualidade, posteriormente o mesmo debruça-se sobre como adentrou
a psicanálise e demais áreas de estudo, como a biologia, aproximando-se da sexualidade
e de seus desdobramentos, porém as contradições entre mecanicistas e idealistas,
afligiam-lhe, Bergson, Driesch, entre outros pensadores, inquietaram Wilhelm Reich que
logo tomou contato com a obra de Freud e nesta vislumbrou grande possibilidade de
melhor entender a sexualidade. Já que as doenças ligadas a tal campo ou até mesmo as
patologias mentais, eram tratadas com um moralismo que beirava o tempo da inquisição,
sempre buscando ordem no supra-sensível.
Reich entusiasmado pelo contato com as teorias de Freud vê possibilidades vindouras no
conceito de libido, este também começa a analisar pacientes sobre a catedrática fórmula
freudiana, porém a partir de seu engajamento, o mesmo vislumbra que a fixação, conotada
pela estática de uma parte da personalidade rumo à maturidade, não o convencia, assim
Wilhelm busca uma explicação mais gestaltista do "caráter". Wilhelm Reich também conta
do seu contato inicial com Sigmund e como isso lhe fascinará pela simplicidade do pai da
psicanálise, encantamento que depois transmutaria-se. O discurso reichiano comprova sua
inclinação ao não conforto estático, isso representa-se através de suas teorias que
buscam em outras ciências que não só a psicologia, a psicanálise propriamente dita, um
sentido a termos designados e expostos de uma maneira que não convencem o mesmo,
impulsos e prazer passam por essa redescoberta e em Reich ganham um novo paradigma
que mais conduz-se a "unificação' de tais.
Reich crítica a intensa afirmação de que certas neuroses ocorrem graças e indistintamente
por conta de desejos reprimidos, levando, segundo o próprio a uma distinção entre
psíquico e fisiológico, ao mesmo tempo esse passa a formular mais veemente a relação da
sexualidade entravada, como ponte para psicoses e demais conceitos, como a
esquizofrenia. Reich considera que a origem de certas neuroses está diretamente
associada à sexualidade reprimida na infância, o que leva tais a um caminho de
"representar" novamente estas situações, situações que encontravam alívio pela
satisfação genital. Com isto e demais elementos, há a indicativa de como o caráter
também opera na psique, o mesmo Wilhelm também aprofunda-se na questão pré-genital
e genital, elaborando e aproximando a precocidade e o complexo de Édipo em sua teoria.
Seu inquietamento com certas questões são bem perceptíveis, ao exemplo, como portar-
se na terapia, esta e demais angustias o levaram a sua própria teoria. Reich luta contra
aqueles que posicionam a psicanálise como uma ciência filosófica, por através de suas
vivências expressarem desdém a uma ideia de "inconsciente", essa luta torna-se ferrenha
assim como a imensa inclinação do próprio psicanalista a sexualidade como causa
fundadora. Essa inclinação é evidentemente demasiada no que o põe diante da afirmação
que toda doença psíquica seria resolvida por satisfação genital.
Cada vez mais, Reich, designa sua luta contra termos e práticas de alguns psicanalistas
que não compactuavam com suas teorias, indo além, o mesmo passa a digerir uma
postura crítica a escritos do próprio Freud e de outros componentes da sociedade de
psicanalise. A avaliação de Wilhelm Reich era de que o conceito de pulsão de morte,
mascarava a real causa das neuroses, segundo o próprio, atividades sexuais reprimidas
que eram punidas, punição que confirmava-se frente a thanatos, thanatos que também
servia como desculpa a terapeutas que enfrentavam dificuldade na análise, conforme
proclama o desenvolvedor da teoria orgástica, Reich considera que é necessário o
desfazer da inibição e julgamento, para que o paciente, alivie sua sexualidade de forma
libertária. Voltando as questões da sexualidade, o mesmo expõe que qualquer posse de
ideia no ato sexual, pode vir a ser prejudicial à liberação e satisfação genital, de tal modo o
orgasmo seria uma espécie de plenitude destes quesitos. Ainda nestes entornos, a
angustia apresentaria-se graças a não vasão de certos impulsos ligados à sexualidade.
Reich discursa sobre as couraças, as couraças podem ser entendidas como camadas de
conteúdos reprimidos que formam uma defesa e estatizam certas atitudes, consoando
uma inautenticidade de ações. Demonstrando que a análise do caráter se faz necessária
na psicanálise, embora não só, já que para o próprio Reich, tudo deriva das inibições
genitais. Reich acreditava que o sadismo nasce de um desejo bloqueado relativo à
sexualidade, assim o mesmo era uma fonte para obter prazer que quando malogrado e
complexo, tornava-se não apenas fonte a esse desbloqueio, gerando satisfação também
pelo ato agressivo. Reich mantém a análise longe de um certo mecanicismo, quando
referente ao caráter e as couraças. Wilhelm faz uma interessantíssima análise da
sociedade quanto aquilo que a mesma se impõe, reprimindo vontades em nome de uma
ordem que adoece o ser e o massifica em direção ao mal-estar consigo mesmo, de forma
clara o mesmo aponta como a não satisfação genital, corrobora e está presente nestes
traços e eventos. Assim sendo, Reich distingue os que agem pela regulagem moral e os
que são regidos pela auto-regulagem econômica-sexual, onde um vive uma vida de
dificuldades dadas frente a repressões que enrijecem seu caráter, enquanto outro, goza de
condições libertárias diante uma óptica do dever.
Reich aponta que o autoritarismo familiar vincula-se a um histórico de repressões
morais/sociais que é apregoado na vida dos sujeitos, de forma natural, o que faz com que
esses não deem conta do que ocorre, reproduzindo tal comportamento de geração em
geração, salvas exceções, onde por uma particularidade, o indivíduo não se priva da
satisfação genital. O psicanalista ainda afirma que existem três fases que culminam num
encouraçamento contra o desprazer : A infância, onde a criança é docializada e recheada
de angustias; A puberdade, principalmente na culpa pela masturbação e o casamento.
Reich argumenta sobre as teses freudianas, contestando-as, horas em partes, outras em
totalidade, afinal, após o inconsciente tornar-se consciente, o que ocorre além da censura
e sublimação ? Outra contestação importante diz respeito a eros, já que em Freud,
instâncias como o próprio corpo, o mundo exterior e as pessoas em sociedade
desencadeiam instâncias limitadoras que nos colocam frente ao sofrimento psíquico. Para
Wilhelm, Sigmund fora contaminado por questões pessoais que acometeram sua teoria e
prática. Reich aponta que há grande necessidade em entender o quão a sociedade que
suprime desejos sexuais, textualiza nos seres uma atitude que leva a desesperança e
comportamentos tidos como negativos. Apenas graças a essa castração patriarcal é que
meios de poder e controle são fortificados.
Reich através de uma ótica que perpassa junto às pesquisas de Malinowski com adultos e
principalmente crianças trobriandesas, demonstra a intrínseca relação social com a
sexualidade e por consequência, como a sociedade organiza-se, demovendo explicações
biológicas defendidas por diversos psicanalistas a luz do complexo de Édipo formulado por
Freud. Reich manifesta-se sobre o fascismo e como esse aproveitou-se da supressão e
submissão dos povos a um ideal tido como libertador, mas que na verdade demovia dos
seres a responsabilidade dos mesmos em buscarem sua satisfação sexual e social. Freud
foi acusado de psicologizar a biologia e muitos veem antítese entre o eros e o ID, onde o
instinto de morte não tinha conexão funcional com a sexualidade. Além disso, diversos
instintos vieram a luz para explicar comportamentos específicos. Contra a afirmação de
que o masoquismo é uma necessidade biológica, Reich discursa através de um caso
vivenciado, que esse comportamento se dá por conta de um desejo de romper-se,
rompimento que o sujeito compele a outro, através de agressões físicas e pensamentos
semelhantes, referentes à sexualidade, assim não há prazer na dor, mas sim um desejo de
satisfazer-se por conta e através desse rompimento. Essa angústia nasce da incapacidade
e consequente busca pelo prazer, Wilhelm compara essa satisfação graças a outrem com
certas religiões e práticas das mesmas.
Reich, aponta através de suas pesquisas, ser o rompimento uma ideia comum nos
indivíduos, não restringindo essa angústias apenas aos masoquistas, nisso os seres
agarram-se a suas couraças, para protegerem-se de tais ideais, no entanto, quando essas
mesmas pessoas atingem a potência orgástica, esse sobrepeso, suplanta-se. Entende-se
que o organismo junto ao peso do rompimento, assemelha-se a uma bexiga que pode ser
esticada, mas não rasgada, desejando assim que furos exteriores sejam feitos em si.
Reich discursa abertamente acerca de funções simpáticas e parassimpáticas, atrelando a
importância de tais aos campos onde a vida ocorre. O mesmo também manuseia que na
análise do caráter é essencial que o processo seja gradual, deslocando as "encrustações"
do próprio caráter, onde num primeiro momento essa dissolução gerará medo, raiva e
angústia no indivíduo, mas restaurará certas capacidades antes encouraçadas. Porém
Wilhelm não foca-se apenas no psicológico e empenha grandes esforços a compreensão
de atitudes fisiológicas estatizadas nos seres, já que através de relatos de pacientes, este
obtém a ciência de que adultos quando na infância construíram através de bases
musculares uma inibição e certos impulsos, como amor, ódio e etc. Com isto formula-se
que quando dissolve-se a rigidez física, há no ser um elemento que trás a recordação do
motivo de tal couraça.
Reich postula a semelhança que reside nas couraças musculares e as do caráter,
afirmando que quando dissolve-se uma rigidez muscular, isso ressoa no psíquico, o
inverso também ocorre. Nisso faz-se necessário empreender esforços nas duas frentes,
para que assim o ser encrustado consiga recuperar e desfrutar de sua função orgástica.
As inibições funcionam no organismo, uma frente a outra, desse modo há de se dissolver
uma por vez, conscientizado o paciente acerca de tais.

Wilhelm Reich apoia sua teoria em torno da sexualidade e como essa vinha e vem sendo
oprimida por encouraçamentos que surgem por uma supressão da capacidade natural de
amar, além disso, é citado que esse assunto causa na sociedade uma espécie de
desgosto, já que o anteriormente dito, encouraçamento, faz com que posicionemo-nos
para uma ótica mais pautada no individual, um individual obediente a autoridades que
pregam o moralismo ideológico alienante, assim a sexualidade natural é retirada das
crianças e adolescentes, por conta desse idealismo radical que desaprova a teoria da
economia sexual, Reich também afirma que essa supressão não se dá por uma causa
social, já que todas as camadas sofrem com o mesmo, entre aspas, problema. A ditadura
intelectual exercida por tradicionalistas que declinam o novo, colocam, segundo Wilhelm a
população numa posição dogmática e nada democrática, já que verdades diferentes das
impostas, são irracionais, Reich com isso não quer destruir a tradição, mas sim, evocar um
sentido crítico para pensar o que tem e o que não tem, significação. Reich nobremente
discursa contra a chaga da ditadura, enaltecendo aqueles que livram-se de dogmas
puramente impostos e pensam por si, não mistificando ou criminalizando a atividade e as
atitudes ligadas a sexualidade, posteriormente o mesmo debruça-se sobre como adentrou
a psicanálise e demais áreas de estudo, como a biologia, aproximando-se da sexualidade
e de seus desdobramentos, porém as contradições entre mecanicistas e idealistas,
afligiam-lhe, Bergson, Driesch, entre outros pensadores, inquietaram Wilhelm Reich que
logo tomou contato com a obra de Freud e nesta vislumbrou grande possibilidade de
melhor entender a sexualidade. Já que as doenças ligadas a tal campo ou até mesmo as
patologias mentais, eram tratadas com um moralismo que beirava o tempo da inquisição,
sempre buscando ordem no supra-sensível.
Reich entusiasmado pelo contato com as teorias de Freud vê possibilidades vindouras no
conceito de libido, este também começa a analisar pacientes sobre a catedrática fórmula
freudiana, porém a partir de seu engajamento, o mesmo vislumbra que a fixação, conotada
pela estática de uma parte da personalidade rumo à maturidade, não o convencia, assim
Wilhelm busca uma explicação mais gestaltista do "caráter". Wilhelm Reich também conta
do seu contato inicial com Sigmund e como isso lhe fascinará pela simplicidade do pai da
psicanálise, encantamento que depois transmutaria-se. O discurso reichiano comprova sua
inclinação ao não conforto estático, isso representa-se através de suas teorias que
buscam em outras ciências que não só a psicologia, a psicanálise propriamente dita, um
sentido a termos designados e expostos de uma maneira que não convencem o mesmo,
impulsos e prazer passam por essa redescoberta e em Reich ganham um novo paradigma
que mais conduz-se a "unificação' de tais.
Reich crítica a intensa afirmação de que certas neuroses ocorrem graças e indistintamente
por conta de desejos reprimidos, levando, segundo o próprio a uma distinção entre
psíquico e fisiológico, ao mesmo tempo esse passa a formular mais veemente a relação da
sexualidade entravada, como ponte para psicoses e demais conceitos, como a
esquizofrenia. Reich considera que a origem de certas neuroses está diretamente
associada à sexualidade reprimida na infância, o que leva tais a um caminho de
"representar" novamente estas situações, situações que encontravam alívio pela
satisfação genital. Com isto e demais elementos, há a indicativa de como o caráter
também opera na psique, o mesmo Wilhelm também aprofunda-se na questão pré-genital
e genital, elaborando e aproximando a precocidade e o complexo de Édipo em sua teoria.
Seu inquietamento com certas questões são bem perceptíveis, ao exemplo, como portar-
se na terapia, esta e demais angustias o levaram a sua própria teoria. Reich luta contra
aqueles que posicionam a psicanálise como uma ciência filosófica, por através de suas
vivências expressarem desdém a uma ideia de "inconsciente", essa luta torna-se ferrenha
assim como a imensa inclinação do próprio psicanalista a sexualidade como causa
fundadora. Essa inclinação é evidentemente demasiada no que o põe diante da afirmação
que toda doença psíquica seria resolvida por satisfação genital.
Cada vez mais, Reich, designa sua luta contra termos e práticas de alguns psicanalistas
que não compactuavam com suas teorias, indo além, o mesmo passa a digerir uma
postura crítica a escritos do próprio Freud e de outros componentes da sociedade de
psicanalise. A avaliação de Wilhelm Reich era de que o conceito de pulsão de morte,
mascarava a real causa das neuroses, segundo o próprio, atividades sexuais reprimidas
que eram punidas, punição que confirmava-se frente a thanatos, thanatos que também
servia como desculpa a terapeutas que enfrentavam dificuldade na análise, conforme
proclama o desenvolvedor da teoria orgástica, Reich considera que é necessário o
desfazer da inibição e julgamento, para que o paciente, alivie sua sexualidade de forma
libertária. Voltando as questões da sexualidade, o mesmo expõe que qualquer posse de
ideia no ato sexual, pode vir a ser prejudicial à liberação e satisfação genital, de tal modo o
orgasmo seria uma espécie de plenitude destes quesitos. Ainda nestes entornos, a
angustia apresentaria-se graças a não vasão de certos impulsos ligados à sexualidade.
Reich discursa sobre as couraças, as couraças podem ser entendidas como camadas de
conteúdos reprimidos que formam uma defesa e estatizam certas atitudes, consoando
uma inautenticidade de ações. Demonstrando que a análise do caráter se faz necessária
na psicanálise, embora não só, já que para o próprio Reich, tudo deriva das inibições
genitais. Reich acreditava que o sadismo nasce de um desejo bloqueado relativo à
sexualidade, assim o mesmo era uma fonte para obter prazer que quando malogrado e
complexo, tornava-se não apenas fonte a esse desbloqueio, gerando satisfação também
pelo ato agressivo. Reich mantém a análise longe de um certo mecanicismo, quando
referente ao caráter e as couraças. Wilhelm faz uma interessantíssima análise da
sociedade quanto aquilo que a mesma se impõe, reprimindo vontades em nome de uma
ordem que adoece o ser e o massifica em direção ao mal-estar consigo mesmo, de forma
clara o mesmo aponta como a não satisfação genital, corrobora e está presente nestes
traços e eventos. Assim sendo, Reich distingue os que agem pela regulagem moral e os
que são regidos pela auto-regulagem econômica-sexual, onde um vive uma vida de
dificuldades dadas frente a repressões que enrijecem seu caráter, enquanto outro, goza de
condições libertárias diante uma óptica do dever.
Reich aponta que o autoritarismo familiar vincula-se a um histórico de repressões
morais/sociais que é apregoado na vida dos sujeitos, de forma natural, o que faz com que
esses não deem conta do que ocorre, reproduzindo tal comportamento de geração em
geração, salvas exceções, onde por uma particularidade, o indivíduo não se priva da
satisfação genital. O psicanalista ainda afirma que existem três fases que culminam num
encouraçamento contra o desprazer : A infância, onde a criança é docializada e recheada
de angustias; A puberdade, principalmente na culpa pela masturbação e o casamento.
Reich argumenta sobre as teses freudianas, contestando-as, horas em partes, outras em
totalidade, afinal, após o inconsciente tornar-se consciente, o que ocorre além da censura
e sublimação ? Outra contestação importante diz respeito a eros, já que em Freud,
instâncias como o próprio corpo, o mundo exterior e as pessoas em sociedade
desencadeiam instâncias limitadoras que nos colocam frente ao sofrimento psíquico. Para
Wilhelm, Sigmund fora contaminado por questões pessoais que acometeram sua teoria e
prática. Reich aponta que há grande necessidade em entender o quão a sociedade que
suprime desejos sexuais, textualiza nos seres uma atitude que leva a desesperança e
comportamentos tidos como negativos. Apenas graças a essa castração patriarcal é que
meios de poder e controle são fortificados.
Reich através de uma ótica que perpassa junto às pesquisas de Malinowski com adultos e
principalmente crianças trobriandesas, demonstra a intrínseca relação social com a
sexualidade e por consequência, como a sociedade organiza-se, demovendo explicações
biológicas defendidas por diversos psicanalistas a luz do complexo de Édipo formulado por
Freud. Reich manifesta-se sobre o fascismo e como esse aproveitou-se da supressão e
submissão dos povos a um ideal tido como libertador, mas que na verdade demovia dos
seres a responsabilidade dos mesmos em buscarem sua satisfação sexual e social. Freud
foi acusado de psicologizar a biologia e muitos veem antítese entre o eros e o ID, onde o
instinto de morte não tinha conexão funcional com a sexualidade. Além disso, diversos
instintos vieram a luz para explicar comportamentos específicos. Contra a afirmação de
que o masoquismo é uma necessidade biológica, Reich discursa através de um caso
vivenciado, que esse comportamento se dá por conta de um desejo de romper-se,
rompimento que o sujeito compele a outro, através de agressões físicas e pensamentos
semelhantes, referentes à sexualidade, assim não há prazer na dor, mas sim um desejo de
satisfazer-se por conta e através desse rompimento. Essa angústia nasce da incapacidade
e consequente busca pelo prazer, Wilhelm compara essa satisfação graças a outrem com
certas religiões e práticas das mesmas.
Reich, aponta através de suas pesquisas, ser o rompimento uma ideia comum nos
indivíduos, não restringindo essa angústias apenas aos masoquistas, nisso os seres
agarram-se a suas couraças, para protegerem-se de tais ideais, no entanto, quando essas
mesmas pessoas atingem a potência orgástica, esse sobrepeso, suplanta-se. Entende-se
que o organismo junto ao peso do rompimento, assemelha-se a uma bexiga que pode ser
esticada, mas não rasgada, desejando assim que furos exteriores sejam feitos em si.
Reich discursa abertamente acerca de funções simpáticas e parassimpáticas, atrelando a
importância de tais aos campos onde a vida ocorre. O mesmo também manuseia que na
análise do caráter é essencial que o processo seja gradual, deslocando as "encrustações"
do próprio caráter, onde num primeiro momento essa dissolução gerará medo, raiva e
angústia no indivíduo, mas restaurará certas capacidades antes encouraçadas. Porém
Wilhelm não foca-se apenas no psicológico e empenha grandes esforços a compreensão
de atitudes fisiológicas estatizadas nos seres, já que através de relatos de pacientes, este
obtém a ciência de que adultos quando na infância construíram através de bases
musculares uma inibição e certos impulsos, como amor, ódio e etc. Com isto formula-se
que quando dissolve-se a rigidez física, há no ser um elemento que trás a recordação do
motivo de tal couraça.
Reich postula a semelhança que reside nas couraças musculares e as do caráter,
afirmando que quando dissolve-se uma rigidez muscular, isso ressoa no psíquico, o
inverso também ocorre. Nisso faz-se necessário empreender esforços nas duas frentes,
para que assim o ser encrustado consiga recuperar e desfrutar de sua função orgástica.
As inibições funcionam no organismo, uma frente a outra, desse modo há de se dissolver
uma por vez, conscientizado o paciente acerca de tais.

Você também pode gostar