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CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA

CAROLINE GUIRADO GUEDES


DANIELLE ALVES FERREIRA
GABRIELA PRATES ASSUNÇÃO
GUSTAVO HENRIQUE BROILO CAMPOS
JULIA EDUARDA DA SILVA SANTOS

PSICOLOGIA DE ORIENTAÇÃO PSICANALÍTICA


ESTUDO DO CASO: O HOMEM DOS RATOS

Belo Horizonte
2022
CAROLINE GUIRADO GUEDES
DANIELLE ALVES FERREIRA
GABRIELA PRATES ASSUNÇÃO
GUSTAVO HENRIQUE BROILO CAMPOS
JULIA EDUARDA DA SILVA SANTOS

ESTUDO DO CASO: O HOMEM DOS RATOS

Estudo do caso O Homem dos Ratos,


identificando os conceitos fundamentais da
Psicanálise desenvolvidos na disciplina
Psicologia e Orientação Psicanalítica.

Belo Horizonte
2022
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SUMÁRIO
Adicione títulos (Formatar > Estilos de parágrafo) e eles serão exibidos no seu sumário.

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INTRODUÇÃO

Analisando os dados coletados sobre o caso clínico O Homem dos Ratos,


esse estudo visa abordar como os conceitos fundamentais da psicanálise aparecem
no decorrer do tratamento com Freud em 1907. Os conceitos a serem abordados
são: inconsciente, pulsão, repetição e transferência. O relato é sobre um jovem
senhor de formação universitária, que chega ao consultório de Freud com queixas
típicas de uma neurose obsessiva. Os principais aspectos do distúrbio estão
associados a medos de que algo terrível fosse acontecer com seu pai e sua
companheira.

DESENVOLVIMENTO

homem dos Ratos: de neurose obsessiva;


- caso de certa gravidade;
- teve duração de 1 ano de análise, com recuperação total da personalidade e o fim
das inibições do paciente;
- Primeira exposição de Freud sobre o caso, foi em 1896;
- Para Freud, a Neurose Obsessiva é mais difícil de ser explicada do que a Histeria,
ela não é somática (como a Histeria), porém é mais parecida com o pensar
consciente; Os neuróticos buscam menos tratamento (só em último caso). Se
fossem tratados mais cedo, alcançariam ótimo sucesso terapêutico.
- Freud relata que não pode relatar a história completa, com detalhes, para que seu
paciente não seja identificado na sociedade da época.
- História Clínica:
- Um jovem, chega ao consultório relatando que desde a infância sofre de idéias
obsessivas (PULSÃO/REPETIÇÃO?) e, com maior intensidade nos últimos quatro
anos. Seu medo é que algo ruim aconteça com seu pai e com uma moça que tem
sua admiração.
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Ele relata que tem impulsos obsessivos de cortar a garganta (PULSÃO e
INCONSCIENTE/ACTING-OUT?) com uma navalha e, cria proibições em sua vida
para coisas banais.
O paciente demonstra angústia, relatando que sente-se estagnado na vida, com se
tivesse perdido dois anos de sua vida e, que não encontrou êxito em outras formas
de tratamento que buscou, uma mínima ajuda encontrou na hidroterapia - talvez por
ter desfrutado de relações sexuais com uma mulher que lá conheceu.
A vida sexual do paciente é avaliada, por Freud, como empobrecida, com relatos de
masturbação apenas aos dezesseis e dezessete anos, tendo a primeira relação
sexual apenas aos vinte e seis anos e queixando-se de ter aversão às prostitutas.
Fato interessante é que, nas primeiras análises o paciente já chega explanando
sobre sua vida sexual, devido ao fato de ter lido, em um dos livros de Freud
(Psicopatologia da vida Cotidiana, de 1901), informações em que se identificou
(SERIA UMA POSSIBILIDADE DE TRANSFERÊNCIA?).
Para Freud, o paciente tem uma mente clara e aguda.
Início do tratamento:
Freud combina com o paciente que a condição do tratamento é falar tudo o que lhe
vier à mente, ainda que lhe pareçam banais ou desagradáveis. Então, o paciente
começa narrando que teve dois amigos na vida que lhe animavam, e que, quando se
sentia com impulsos delinquentes, os questionava se por esse motivo eles os
desprezariam (TRANSFERÊNCIA COM O PAI?).
Tempos depois, se chateou com o primeiro amigo, dizendo que o motivo da amizade
era a intenção do amigo em uma de suas irmãs. E, sobre o segundo (e mais
recente) amigo, disse que passou a tratá-lo como imbecil.
De repente, ele muda o conteúdo da conversa para o início de sua vida sexual,
expondo que com cerca de quatro anos de idade, pediu à jovem governanta de sua
casa para que entrasse abaixo de sua saia e tocasse seus genitais e seu ventre.
Dizia ter ardente e dolorosa curiosidade para conhecer e saber o que ainda poderia
fazer com o corpo feminino (da governanta e das irmãs).
A mesma curiosidade foi despertada sobre o corpo da nova governanta contratada.
O paciente conta que costumava dormir no quarto de seus pais e, de vez em
quando, com a governanta e, quando dormia com ela, a bolinava - com consenso -.
Em notas de rodapé, Freud fala da importância das primeiras falas que o paciente
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traz na análise e, no caso deste paciente, suas palavras traziam a importância que
tinham os homens em sua vida - como uma escolha homossexual como objeto - e,
ao trazer a história das mulheres (sua governanta e irmãs), demonstra o conflito em
sua escolha.
Lembra-se de, aos seis anos já ter ereções e, hesitava em contar isso à sua mãe,
por um tempo achando que seus pais sabiam de seus pensamentos (Estádio do
Espelho/Narcísico?) e, mais à frente, por achar que devia evitar esses desejos
inquietantes, por medo de seu pai morrer, fato que lhe entristecia desde novo
(Complexo de Édipo?).
Seu pai havia morrido há alguns anos.
No fim da descrição do caso, Freud diz que o paciente, quando criança, estava
dominado pelo instinto sexual (PULSÃO?), o voyerismo, aumentando cada vez mais
seu desejo por olhar corpos femininos.
Para Freud, o afeto doloroso que acompanhava o desenvolvimento de seu desejo ia
aumentando pela formação do Eu (Ego), na tentativa de se opor a esse desejo.
Junto e ligado ao desejo obsessivo, aparece o temor obsessivo de que algo trágico
aconteça (REPETIÇÃO?).

TRANSFERÊNCIA
O tratamento se deu pela via da transferência, em que Freud parece ter ocupado o
lugar do pai do paciente. Em alguns trechos do caso, Freud relata que o paciente
dirigia-lhe insultos, mas ao mesmo tempo dizia que não entendia como ele não
reagia e não o mandava embora. Nesses momentos, o paciente também temia que
o terapeuta lhe desse uma bofetada. A reação agradável e paciente de Freud
causava-lhe estranhamento, pois não era isso que ele esperaria de uma figura de
autoridade. Nesses momentos de transgressão, ele deparou-se com a possibilidade
de separar o pai real da Lei (autoridade, poder).
● O paciente estava atormentado pelo seu próprio juramento e, certa vez,
chamou Freud de capitão, um indício da transferência.
● emergiu uma fantasia de transferência: ele vira uma moça na escada do
consultório do analista e supôs ser filha dele, emergindo a ideia de que Freud
desejava tornar-se sogro do paciente.

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Informações extras do Dicionário Roudinesco:
- Para Jules Falret (1824-1902), o sujeito é assediado por idéias patológicas e por
uma culpa que o persegue e o obceca a ponto de fazer dele um morto vivo.
- Para Richard von Krafft-Ebing*, o sujeito se obriga a agir e a pensar contra sua
vontade.
É como uma invasão por uma sujeira moral que o obriga a se tornar seu próprio
inquisidor; como uma religião; é a consciência culpada; é o prazer ativo (masculino),
vivido como pecado.
- Entre 1907 e 1926, Freud transformou sua concepção da neurose obsessiva. Na
história do Homem dos Ratos, é o erotismo anal que domina a organização sexual
do obsessivo, e essa analidade acha-se igualmente presente, assinala Freud, nas
“práticas religiosas”. Constatando a analogia entre a religião (cujos rituais são
portadores de um sentido) e o cerimonial da obsessão (onde esses mesmos rituais
correspondem apenas a uma significação neurótica), ele passou a caracterizar a
neurose como uma religião individual e a religião como uma obsessão universal.
Todavia, a obsessão deveria ser igualmente relacionada a uma regressão da vida
sexual a um estádio* anal, tendo por corolário um sentimento de ódio que é
característico da própria constituição do sujeito humano. Isso porque, segundo
Freud, é o ódio, antes do amor, que estrutura o conjunto das relações entre os
homens, obrigando-os a se defenderem dele através da elaboração de uma moral.
(pg553).

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