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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA

Instituto de Ciências Humanas


Curso de Psicologia

ANÁLISE DA PRODUÇÃO FILME, NA PERSPECTIVA DA TEORIA


PSICANALÍTICA.

Giovanna Manfredi RA: G238010 Turma: PS5A22


Luana de Moura Thiele RA: G277HC5 Turma: PS5A22
Sarah Vieira Oliveira RA: G3746J3 Turma: PS4A22

Campus Pinheiros - São Paulo


2023
UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia

Giovanna Manfredi RA: G238010 Turma: PS5A22


Luana de Moura Thiele RA: G277HC5 Turma: PS5A22
Sarah Vieira Oliveira RA: G3746J3 Turma: PS4A22

ANÁLISE DA PRODUÇÃO FILME NA PERSPECTIVA DA TEORIA


PSICANALÍTICA.

Trabalho de análise de obra cinematográfica


“O homem dos ratos”, a partir dos conteúdos
programáticos da disciplina Teoria
Psicanalítica do curso de Psicologia da UNIP.
Prof. Flávio Provazi.

Campus Pinheiros - São Paulo


2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................4
1.1. SINOPSE DO FILME..........................................................................4
1.2. DESENVOLVIMENTO/ANÁLISE........................................................5
2. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................7
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................
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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo trazer a análise do filme “O homem dos
ratos”, apresentando a base psicanalítica e a nossa compreensão do tema.
Freud (1865- 1939), autor da história, foi um médico neurologista e pai da
psicanálise. A história retratada no filme é de um jovem, um de seus pacientes, que
sofre com um caso de repressão resultando em neurose obsessiva nos anos de 1908.
O homem acredita a todo custo que vai acontecer algo ruim a duas pessoas que ele
ama: seu pai e uma mulher.
O argumento que o sujeito deu para procurar ajuda foi a narração de uma
tortura feita com ratos, onde prisioneiros tinham ratos inseridos em seus retos, que
acabou abalando-o.

1.1. SINOPSE DO FILME


A história relatada no filme é de um homem, cujo nome é Ernst Lanzer, um
advogado, que procurou ajuda de Freud levando reclamações de que uma voz interna
o mandava cortar sua própria garganta com uma navalha. Ernst também tinha
pensamentos de que algo terrível estava para acontecer com alguma das pessoas
que ele tinha muito apreço, seu pai e uma moça. Ele conta que tinha esses
pensamentos desde a infância, mas que foram se intensificando fazia quatro anos.
O homem também conta que, na infância, ele tinha uma governanta bonita e
jovem que, segundo ele, usava poucas roupas, fazendo com que ele desenvolvesse
desejo sexual por ela, mas reprimia esse sentimento por medo de que seus pais
soubessem o que ele estava sentindo.
Lanzer também trouxe o relato de que, quando ele estava no exército, o capitão
havia contado que existia uma forma de tortura na qual os prisioneiros tinham ratos
inseridos em seu reto. Nessa mesma época, Lanzer havia perdido seus óculos no
ambiente militar e, ao solicitar óculos novos, ele foi informado que um dos tenentes
havia pagado os óculos por ele, Lanzer, então começou a ser tomado por
pensamentos obsessivos e que agora ele tinha uma dívida que deveria ser paga, caso
contrário seu pai ou a sua amada seriam torturados com os ratos.
É possível observar, com o decorrer do filme, alguns comportamentos que são
características comuns de uma neurose obsessiva, que são os pensamentos
repetitivos e intrusivos de que algo ruim vai acontecer e que ele tenta a todo custo
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afastar, também era possível observar a angústia que ele sentia, o medo e a
ansiedade, sentimentos que interferiam na vida desse homem.

1.2. DESENVOLVIMENTO/ANÁLISE
O documentário Homem dos Ratos – obra realizada pela BBC de Londres para
a série documental Horizons, que foi ao ar em 21 de junho de 1973, baseia-se em um
caso clínico de Sigmund Freud realizado em 1909.
Este estudo constitui-se como uma peça de significativa relevância dentro da
psicanálise, evidenciando como as ideias daquele que é considerado “o pai” desse
campo clínico de investigação, podem ser aplicadas a um caso clínico específico.
O "Homem dos Ratos" foi um paciente real de Freud, cujo nome verdadeiro era
Ernst Lanzer. O paciente procurou o psicanalista em 1907, relatando uma fobia de
ratos, que o deixava extremamente angustiado. Durante o tratamento, Freud
descobriu que a fobia do paciente era apenas um sintoma de uma neurose mais
profunda e complexa, relacionada aos traumas de sua infância e à sua relação com a
figura paterna.
O documentário descreve como Freud usou a técnica da associação livre para
investigar e identificar os pensamentos e as emoções ocultas de Lanzer, e como ele
eventualmente descobriu a raiz de seus problemas psicológicos
Ao longo do documentário, Freud explora as memórias e as experiências
passadas de Lanzer, revelando como seus medos e ansiedades estavam
relacionados a eventos traumáticos de sua infância. Em particular, Freud descobre
que o "Homem dos Ratos" tinha medo de ratos porque quando criança, havia visto
dois ratos copulando em seu quarto. Esse evento tinha ficado gravado em sua mente
como algo sujo e assustador, culminando na associação dos ratos a essas emoções
negativas.
O paciente apresentava sintomas como ansiedade, fobias e compulsões, e
Freud utilizou a técnica da associação livre para investigar o inconsciente do paciente
e descobrir as raízes de seus problemas psicológicos. Através dessa técnica, o
paciente relatou uma série de memórias e experiências traumáticas de sua infância,
que estavam relacionadas aos seus sintomas atuais.
Ao longo do filme, Freud descreve de forma detalhada o processo de análise
do paciente, que envolve a busca por suas memórias reprimidas e a análise de seus
sonhos.
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O documentário também destaca o papel da transferência no processo de


análise. A transferência é um fenômeno em que os pacientes projetam sentimentos e
emoções em seus terapeutas, e Freud acredita que essa transferência é um aspecto
fundamental do processo terapêutico. Ele usa a transferência para ajudar o "Homem
dos Ratos" a processar suas emoções em relação aos ratos e a ele próprio.
Freud identificou um conflito entre Ernst e seu pai, bem como curiosidades e
desejos sexuais iniciais. Ernst também tem um histórico de desejar a morte de seu pai
para facilitar seus relacionamentos com as mulheres. Por exemplo, quando, aos 12
anos, interessou-se por uma jovem e desejou a morte do pai, pois pensava que a
garota se sensibilizaria com a perda e se aproximaria dele.
O paciente também exibe ansiedade relacionada a tortura que ouviu durante
seu serviço militar envolvendo ratos, que ele teme que esteja acontecendo com seus
entes queridos, inclusive com o pai que já estava morto. Ele luta com a tomada de
decisões em certas situações, já que seus medos e conflitos com seu pai e desejos
por mulheres interferem em sua capacidade de agir.
Além disso, Ernst parece experimentar um senso de descrença ou absurdo em
relação aos seus próprios impulsos e comportamentos, sugerindo possíveis
problemas com autoestima ou autoimagem. No geral, esses sintomas podem sugerir
problemas psicológicos subjacentes que podem se beneficiar de uma maior
exploração e tratamento por meio da terapia psicanalítica.
Freud foi um dos pioneiros no estudo da obsessão na psicanálise. Para Freud,
a obsessão era uma forma de defesa psicológica usada pelo ego para lidar com
ansiedades e conflitos internos.
Ele acreditava que a obsessão era uma tentativa de controlar impulsos ou
pensamentos inaceitáveis, e que a pessoa que sofria de obsessão experimentava
uma sensação de perda de controle sobre sua própria vida.
Freud também reconheceu que a obsessão podia estar ligada a traumas
infantis e experiências passadas que tinham sido reprimidas. Ele viu a obsessão como
uma tentativa de lidar com o trauma e manter o controle sobre a ansiedade associada
a ele.
A psicanálise oferece um método de investigação e tratamento para a
obsessão, que envolve a exploração do inconsciente para identificar as causas
subjacentes da obsessão e trazer à consciência os conflitos e ansiedades reprimidos.
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A partir dessa compreensão, o paciente pode trabalhar para superar a obsessão e


lidar de forma mais saudável com suas emoções e pensamentos.
Esta visão está presente durante todo o documentário e exemplifica a obsessão
do paciente que surge durante a infância e se agrava conforme os anos.
Esta teoria está intimamente relacionada ao seu conceito de "compulsão de
repetição", o que sugere que as pessoas têm um impulso inconsciente para repetir
experiências passadas, mesmo que essas experiências tenham sido traumáticas ou
desagradáveis. No caso de obsessões, o indivíduo pode se debruçar repetidamente
sobre um determinado pensamento ou imagem como uma forma de tentar obter
controle sobre a ansiedade ou desconforto que ele causa. Assim como Ernst revivia
as memórias relacionadas as torturas feitas com ratos.
Apesar de algumas dificuldades, como a resistência do paciente em falar sobre
certos assuntos e a necessidade de romper com seus padrões de comportamento, o
tratamento se mostrou eficaz e o paciente foi capaz de superar seus problemas.
No geral, o documentário destaca a importância da psicanálise e do trabalho
de Freud na compreensão e tratamento de problemas psicológicos. Ele também
mostra como a relação entre terapeuta e paciente é fundamental para o sucesso do
tratamento e como a psicanálise pode ajudar as pessoas a entender e superar seus
conflitos internos.
Embora tenha sido lançado há mais de cinquenta anos, "Homem dos Ratos"
ainda é considerado uma referência importante na história da psicanálise, e é
recomendado para todos aqueles interessados em conhecer mais sobre essa área da
psicologia.
Vale ressaltar ainda que o documentário se configura como uma
impressionante ilustração do processo da psicanálise, revelando como a técnica da
associação livre pode levar a insights profundos sobre o psiquismo humano. No filme
também é possível reconhecer o estilo da escrita clara, objetiva e acessível de Freud,
que conseguiu tornar as ideias da psicanálise tanto acessíveis como compreensíveis
a um público mais amplo.

2. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, é possível correlacionar o filme “Homem dos ratos” com as teorias de
Sigmund Freud à medida que se tratam, inicialmente, sobre casos de neurose
obsessiva e histeria. O paciente tinha preocupações excessivas ao imaginar pessoas
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que ele ama sofrendo, seu pai e dama, em decorrência a atos seus. Sendo, portanto,
obsessões fantasmáticas, uma vez que seu pai já havia falecido.
Desse modo, Freud aplica o método de associação livre com seu paciente,
para que ele diga tudo o que lhe aflige, sem receio de ser julgado, um sistema que
exige tempo e confiança. Foi a partir de casos assim, então, que o psicanalista
desenvolveu sua teoria sobre consciente, pré-consciente e inconsciente, que mais
tarde viria a se tornar id, ego e superego. Além disso, a repressão também está
presente por questões de moralidade, onde há grande conflito.
Em suma, o documentário "Homem dos Ratos" é uma obra-prima da
psicanálise, que propicia uma visão fascinante sobre a mente humana e como as
experiências do passado podem moldar nossos medos e ansiedades.

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FOX, Bernard. O Homem dos Ratos. YouTube, 16 de dezembro de 2012. 1 vídeo (50
min) Disponível em: https://youtu.be/FbXHtAyEKNU. Acesso em: 22 de fevereiro de
2023.

Freud, Sigmund. Notas sobre um caso de neurose obsessiva (1909). In: Edição
standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, volume 10.
Rio de Janeiro: Imago, 1976.

Freud, Sigmund. O homem dos ratos (1909). In: Edição standard brasileira das obras
psicológicas completas de Sigmund Freud, volume 10. Rio de Janeiro: Imago, 1976.

Freud, Sigmund. Fragmento da análise de um caso de histeria (1905). In: Edição


standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, volume 7.
Rio de Janeiro: Imago, 1976.

Freud, Sigmund, e Breuer, Joseph. Estudos sobre a histeria (1895). In: Edição
standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, volume 2.
Rio de Janeiro: Imago, 1976.

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