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CURSO DE PSICOLOGIA
SANDOR FERENCZI
Salvador - BA
2021
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SANDOR FERENCZI
Salvador - BA
2021
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SUMÁRIO
VIDA E OBRA 3
PRINCIPAIS CONCEITOS 12
CONTRIBUIÇÕES EM PSICANÁLISE 18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 19
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Aos 15 anos seu pai faleceu, aos 17 estudou medicina em Viena, formando-se aos 21
anos em clinica geral e neuropsiquiatria. Posicionava-se contra a falta de ética e a hipocrisia
nas instituições medica. Atendeu prostitutas, população carente em geral e em 1906 assumiu
publicamente o apoio aos homossexuais em um artigo. Entre 1897 e 1908 já havia publicado
104 artigos, estudo de casos, ensaios e resenhas; e como psicanalista publicou mais de 144
artigos. Seus trabalhos podem ser divididos em duas grandes fases: a primeira iniciada em
1908, ano em que encontra Freud pela primeira vez, e concluída em 1923. A segunda fase
começa em 1924, até sua morte, em 1933, onde acontecem suas contribuições mais criativas.
Sua amizade com Freud rendeu vários trabalhos teóricos com ênfase no tratamento da
psicose e graças à contribuição de Sandor temos registrado materiais para avaliação de
transtorno de caráter, narcisismo e tantos outros. Ferenczi ficou conhecido por não medir
esforços em experimentar novas técnicas e por tratar pacientes com casos de difícil
tratamento. Diversas são suas obras e artigos e dentre todas elas destacam-se os emas da
introjeçãoe projeção, a ênfase sobre o papel estruturante do objeto externo no
desenvolvimento psíquico, a regressão na cura analítica, a importância dos vínculos – relação
mãe e bebê, o impacto do trauma infantil na constituição do sujeito, a distinção do trauma, do
traumatismo, a clivagem corpo e psiquismo. No desenvolvimento das questões técnicas,
propôs a necessidade de contato emocional entre analista e analisando para a efetiva
realização de um processo de mudança psíquica; ressaltou a importância da empatia e da
contratransferência como paradigma técnico, e a defesa da psicanálise para não médicos.
• Psicanálise e pedagogia
• Transferência e introjeção
• O álcool e as neuroses
• Sonhos orientáveis
• O conceito de introjeção
• Um caso de déjà vu
• Notas diversas
• Filosofia e psicanálise
• Sugestão e psicanálise
• Notas diversas
• O conhecimento do inconsciente
• O complexo do avô
• Um pequeno homem-galo
• Mãos envergonhadas
• O esquecimento de um sintoma
• Análise descontínua
• A psicanálise do crime
• Espectrofobia
• Fantasias de Pompadour
• Loquacidade
• L. Policratismo
• LXVII. As patoneuroses
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• A psicogênese da mecânica
• Psicanálise e criminologia
• O simbolismo da ponte
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• Os três ensaios sobre a teoria da sexualidade (4ª edição revista e aumentada, 1920)
• Os filhos de alfaiate
• Perspectivas da psicanálise
• As fantasias provocadas
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• Ignotus, o compreensivo
• Charcot
• Fantasias gulliverianas
1928
1929
1930
1931
1933
CONCEITOS
Concepções gerais: Ferenczi não mais se perguntava o que fazer na clínica, mas sim
como fazer no aqui e agora das sessões! Em síntese, o abandono das técnicas rumo a uma
estética da clínica coincide com o abandono da busca da definição de um “lugar” que pudesse
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ser ocupado pelo psicanalista junto ao psiquismo do analisando. Ferenczi vai abandonando a
concepção de uma tópica que seria ocupada pelo analista como objeto de investimento do
analisando na transferência, em direção a uma tentativa de definição do trabalho do analista
segundo uma concepção econômica, referente ao encontro afetivo que acontece na análise. O
que seria, então, uma psicanálise sem álibis e sem tantos semblantes? A figura do analista
como uma criança, órfão de certezas e garantias prévias é capaz de brincar, criar, entristecer-
se e rir junto daquele de quem se dispôs a tratar. Ferenczi sentiu a real necessidade de
modificar a técnica de atendimento e era tido como uma pessoa sensível, voltada para o
humano, o social. Na análise com Freud ressentiu-se com a falta de afeição, de acolhimento,
por parte do analista. Baseado nessa experiência começou, a desenvolver uma técnica
terapêutica que foi chamada de técnica ativa. Dedicou-se a “pacientes difíceis”, sendo ele
mesmo considerado assim, por sua história de vida e personalidade. Análise do jogo e
destaque à linguagem da ternura, permitiram uma ampliação dos limites do setting e a
legitimação do humor entre analista e analisando como modalidade privilegiada de produção
do saber em análise.
nota de rodapé em seu artigo “Psychoanalysis of Sexual Habits” (1925), sugeria que a
intervenção deveria ser feita sob a forma de um conselho ou sugestão amigável. Identificando
a importância dos atos sintomáticos, entendeu que a aparição de um sintoma transitório, uma
vez adequadamente compreendido e interpretado, pode levar a progressos terapêuticos
importantes. Portanto, seria dever do analista facilitar seu aparecimento. Além dos conteúdos
verbais da associação livre, o analista deveria levar em consideração o significado dos
elementos formais (comportamento) na situação analítica, a importância da permeabilidade
das associações e da interação entre a transferência do paciente e a técnica do analista, ou
seja, sua contratransferência. Ele questiona 2 aspectos da interpretação: seu papel e sua
oportunidade. A interpretação deveria ser usada de maneira econômica e somente após uma
avaliação cuidadosa de sua oportunidade, pois interrompe a associação livre. Questiona o
narcisismo do analista, como fonte abundante de erros. Atribui importância à dinâmica
psíquica do analista, diante da transferência e das resistências do paciente. Ferenczi esperava
que uma intervenção feliz do analista pudesse produzir um aumento considerável de tensão no
paciente e que isso, pudesse produzir dois resultados: Um retorno à consciência de um
impulso ou desejo instintual até então reprimido, mudando um sintoma desagradável, desse
modo reforçando e ampliando o poder do ego do paciente. Afastando as resistências, faria
recomeçar o fluxo das associações estagnadas ou esgotadas do paciente.
O analista tentaria manter um meio termo entre a reação muito rápida às emoções do
paciente e o controle de suas próprias reações emocionais de maneira muito cautelosa e rígida.
O analista deveria deixar-se levar, seguindo as associações e fantasias do paciente (associação
livre). A qualquer sinal de seu pré-consciente, o analista deveria interromper-se e submeter
tanto o material produzido pelo paciente, quanto suas próprias reações a esse material, a um
exame minucioso, uma espécie de teste de realidade, a fim de identificar qual interpretação
deveria ser dada nesse ponto. A análise mútua é uma análise onde a percepção que o paciente
tem dos sentimentos subjetivos do analista seria por este levada em consideração. Foi
mencionada apenas em seu diário clínico, por isso trouxe tantos questionamentos éticos.
Ferenczi parecia acreditar resolver o problema do aspecto artificial do comportamento do
analista através da imposição de uma total sinceridade, mas surgiriam outros problemas:
sedução pela interpretação, resistência diante do seu próprio processo analítico.
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Desde seus primeiros anos voltados a pratica da psicanálise Ferenczi se destacava pela
dedicação e pelo espírito empreendedor com o qual atuava e produzia suas importantes
contribuições ao estudo do psiquismo humano, era discípulo e grande amigo de Freud,
compartilharam dessa intimidade durante as décadas mais produtivas de ambos e mantiveram
uma ligação próxima, pelo menos, até os últimos anos da vida de Ferenczi. Trocaram centenas
de cartas, compartilharam não só inúmeras experiências e trabalhos como também visitas e
viagens. É, claramente, indiscutível a influência teórica de Freud nas obras de Ferenczi.
Distinguia-se essencialmente como um médico, um terapeuta, um clínico “empirista”, como
colocou certa vez numa carta a Freud; dedicava-se, portanto, muito mais à cura e ao alívio dos
sintomas de seus pacientes do que à construção teórica e metapsicológica do saber
psicanalítico.
descrevia o trauma como uma falha no encontro afetivo entre linguagens distintas, a da
criança (ternura) e a dos adultos (paixão). Nesse sentido, passou a questionar a ênfase que
Freud atribuíra ao fator intrapsíquico como responsável pelo desenvolvimento da criança.
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CONTRIBUIÇÕES EM PSICANÁLISE
Atualmente a importância de sua obra tem sido reconhecida pela atualidade das
questões abordadas, que se fala no debate do tratamento de vítimas de abuso sexual infantil,
em sua proposta de integração do biológico com a psicanálise e na investigação de transtornos
graves de caráter, estruturas narcisistas e pacientes limítrofes.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Pinheiro, Teresa. Ferenczi - do grito à palavra, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1998.