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Objetivos da Unidade:
📄 Material Teórico
📄 Material Complementar
📄 Referências
📄 Material Teórico
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Introdução
Antes de continuarmos, vamos relembrar o conteúdo das Unidades anteriores?
Vimos que a escola inglesa era centralizada na IPA, tornando-se uma das maiores
tradições pós-freudianas. Falamos sobre as contribuições de Ernst Jones, Anna
Freud, Melanie Klein, Donald Winnicott, Wilhelm Bion e André Green;
A obra de Sándor Ferenczi, em particular, foi discutida em muitos países. O discípulo de Freud
criou a International Psychoanalytical Association (IPA) e foi o seu primeiro presidente. No ano de
1913, ao lado de Istvan Hollos, Hugo Ignotus e Sandor Rado, fundou a Sociedade Psicanalítica de
Budapeste, a terceira instituição freudiana (ROUDINESCO; PLON, 1998).
movimento psicanalítico. Nos últimos anos de Ferenczi, contudo, as ideias deste autor
divergiram bastante da Psicanálise clássica, sendo duramente criticadas pelos analistas mais
“ortodoxos”. Entre suas inovações, Ferenczi questionou o trabalho com a regressão e a postura
do analista na transferência, além de repensar o lugar da Psicanálise no ensino, na saúde e na
sociedade. Ao longo da história, houve interesses sociais que beneficiaram ou anularam a força
do movimento psicanalítico. O objetivo não é chegar a conclusões fechadas sobre situações
históricas, mas pensar nas implicações e influências dessas situações no futuro da história da
Psicanálise, considerando as propostas teóricas, técnicas e institucionais do movimento. Na
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Na Hungria, a classe médica inicialmente não se interessava pela
Psicanálise. Foi por meio dos artistas que Ferenczi encontrou o
engajamento necessário para divulgar o freudismo. Um dos meios
nenhum caso, a psicanálise devia limitar seu campo de aplicação às patologias” (ROUDINESCO;
PLON, 1998, p. 360).
Nos anos seguintes, os planos de Ferenczi foram destruídos. O regime de Horthy e a onda
antissemita na Europa fez com que muitos psicanalistas húngaros se exilassem, como Melanie
Ferenczi permaneceu no país, mas foi expulso da Sociedade Médica. Ele continuou com a prática
clínica e com a escrita, mas teve que se afastar dos compromissos oficiais. Na época, a
Associação Psicanalítica de Budapeste resistiu e continuou suas atividades com cerca de vinte
membros. Segundo Roudinesco e Plon (1998, p. 360), “o fascismo destruiu todas as esperanças
da escola húngara de psicanálise. E foi no exílio que seus melhores representantes continuaram
a servir sua causa”. A situação se agravou, tornando a prática da psicanálise cada vez mais
arriscada. Além da vigilância da polícia, havia uma política de perseguição aos judeus e
adversários do regime do regente Horthy, aliado de Hitler e Mussolini. Em 1942, a Sociedade de
Psicanálise foi proibida e Hollos, sucessor de Ferenczi, quase foi deportado. Com a invasão das
tropas alemãs, em 1944, vários psicanalistas que viviam no país foram exterminados em campos
de concentração. Após a guerra, o país viveu sob o regime comunista, que promoveu igualmente
uma campanha contra a Psicanálise, o que culminou na dissolução da Sociedade Psicanalítica de
Budapeste.
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Como as condições políticas (a exemplo de guerras e ditaduras)
afetaram a história da Psicanálise? A Psicanálise é uma prática possível
No começo da década de 1970, Imre Hermann tentou manter o nome “Associação Psiquiátrica
Húngara” para demarcar os fundamentos da Escola Húngara na IPA. Mas a instituição
“Os psicanalistas húngaros, que tanto lutaram para manter uma prática em
Houve muita luta e resistência para que a Psicanálise se mantivesse viva na Hungria. Apesar das
tentativas de apagamento e das adversidades, é inegável a influência dessa escola, tanto pelos
analistas que deixaram o país e continuaram suas pesquisas e clínicas no exterior quanto pela
força da tradição ferencziana.
campanha de difamação promovida por Ernest Jones, que não hesitou em acusá-lo de
“psicótico”, tentando com isso invalidar suas obras.
Figura 2 – Retrato de Sándor Ferenczi (autografado pelo
autor em 1923) encontrado nos fundos documentais de
Melanie Klein [artista desconhecido]
Fonte: Wikimedia Commons
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Ferenczi nasceu em 7 de julho de 1873. Em 1906, trocou cartas com
A violência da ditadura na Hungria e a invasão alemã no país durante a Segunda Guerra Mundial
produziram efeitos danosos para a transmissão da Escola Húngara de Psicanálise e,
consequentemente, na história de seu representante principal. Além disso, houve uma
campanha de difamação promovida por Ernest Jones, que não hesitou em acusá-lo de
“psicótico”, tentando com isso invalidar suas obras.
um ambiente rico intelectualmente, mas os pais eram “reservados em tudo o que concernia à
vida afetiva: os contatos eram dos mais reduzidos e se evitava falar do corpo, do sexo ou das
emoções” (THIS, 1995, p. 70). Formou-se em medicina e trabalhou durante alguns anos no
Hospital Saint Roch, onde atuou em prol de uma medicina social, trabalhando com pessoas
Em 1908, conheceu Freud e fez análise com ele em três momentos entre os anos de 1914 e 1916.
O resultado da sua análise marcou uma distinção radical entre dois modos de compreender o
lugar do analista e da transferência na clínica. Enquanto Freud ressaltava que o analista deveria
manter uma postura distante de seus analisandos, Ferenczi, ao contrário, criticava esse lugar
pretensamente “neutro”. Ferenczi produzia trabalhos embasado em sua experiência, realizava
deslocamentos sobre a técnica e até mesmo, algumas sugestões para a prática clínica.
Durante a Primeira Guerra Mundial, ele começou a se interessar pelas “neuroses de guerra”.
Passou a defender uma necessidade de um tratamento analítico mais breve, com resultados
rápidos, o que se diferenciava radicalmente das expectativas do método freudiano, que
geralmente implicava uma análise longa (THIS, 1995, p. 81). Essa análise breve seria o princípio
da “técnica ativa”. O que seria essa técnica? De acordo com Roudinesco e Plon (1998) uma
terminologia semelhante já havia aparecido nos trabalhos de Wilhelm Stekel. O autor começou a
estabelecer um prazo limitado de sessões (no máximo 150). O termo retoma com Ferenczi e
adquire ainda outros sentidos. O psicanalista húngaro observava em sua prática clínica
obstáculos que os analisandos construíam para resistir à associação livre.
Muitos deles dormiam durante as sessões ou não conseguiam associar, pois muitas coisas lhe
ocorriam ao mesmo tempo. Ferenczi considerava que isso não seria sanado com os métodos
clássicos de interpretação. Nesses casos ditos difíceis, Ferenczi defendia a postura ativa do
analista. Em um de seus casos, ele insistia, por exemplo, para que o paciente completasse toda
frase ou sentença interrompida. Em outro caso, Ferenczi pediu para que o paciente não
economizasse esforços em vencer a resistência que possuía frente às palavras obscenas; o
analisante deveria escrever o que queria comunicar, em uma prática contínua, progressiva, de
superação dessas resistências (CASADORE, 2011). A atuação do analista ocorria por meio de uma
intervenção mais direta do que no método clássico, com o uso de “ordenamentos” e
“proibições” quando percebia uma posição acomodada do analisante. Observando que uma
paciente mantinha sempre as pernas cruzadas durante as sessões, ele a proibiu que “adotasse
aquela posição, sob a explicação de que, daquela maneira, realizava uma forma primária de
masturbação, liberando pulsões inconscientes e permitindo somente a formação de materiais
fragmentados, inúteis, correspondentes às suas ideias” (CASADORE, 2011, p. 61).
O psicanalista húngaro não considera que essa prática deveria ser usada por iniciantes e nem de
“Balint sugere que a constituição subjetiva passaria por três “níveis”, a saber, o
estabelecida.”
Sigmund Freud e Karl Abraham apresentaram uma nova compreensão das relações entre luto e
analogia entre melancolia e luto. Mas foi somente em um texto feito durante a Primeira Guerra
Mundial que Freud definiu o luto como um modelo para compreender a melancolia.
Esses escritos sobre a melancolia são, sem dúvida, uma forma de pensar o quadro das psicoses,
mesmo que, durante a época da 2ª tópica, Freud a considere uma psiconeurose narcísica e não
mais uma psicose (como seria a paranoia).
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A psicose foi investigada primeiramente pelos autores da tradição
suíça que pensavam o campo freudiano em suas fronteiras com a
Leitura
O Triunfo do Ideal: Contribuições para o Estudo Psicanalítico da Mania
Freud (2019), em 1915/1917, definiu o luto como a reação à perda, um afeto normal que poderia
servir como protótipo para entender a afecção da melancolia. O luto é caracterizado pela tristeza
profunda causada pela perda de alguém ou algo, enquanto a melancolia se manifesta como uma
resposta diferente em relação à perda. O luto é concebido como uma reação a uma perda, seja ela
concreta ou abstrata. Freud aponta para características comuns entre os dois estados: profundo
desânimo, perda de interesse pelo mundo externo, incapacidade de amar e estabelecer
transferência, inibição das ações. Diferentemente do luto, a melancolia apresenta uma divisão
no Eu que coincide com o rebaixamento da autoestima: há a identificação do Eu com o objeto
perdido e, simultaneamente, uma postura sadicamente direcionada contra o objeto (a queixa
delirante), divisão gera um conflito entre as pulsões do Eu e as pulsões sexuais.
Anos antes, Karl Abraham (1911/1912) já havia sugerido que a angústia se relaciona ao medo
(futuro) da mesma forma que o luto ao pesar (passado). A depressão surgiria quando a pulsão
não é alcançada e o sujeito se sente não-amado e incapaz de amar. Nesse texto, ele destacou a
dificuldade de separar o luto patológico e a melancolia, mostrando a semelhança estrutural
entre a psicose depressiva e a neurose obsessiva e chamando a atenção para a análise da psicose
depressiva. A análise de Freud e Karl Abraham, com o tempo, foi levando esses autores a
distinguir as duas estruturas a partir das diferentes fases do desenvolvimento da vida
psicossexual. Enquanto o luto patológico do neurótico estaria ligado à fase anal, o melancólico
se fixaria à fase oral-canibalista, como podemos ler em Psicologia das massas e análise do eu
(1921) e em O eu e o Isso (1923).
Trocando Ideias...
Em Erótica do luto no tempo da morte seca, o psicanalista francês Jean
Allouch (2004) mostra que, para entendermos melhor a versão
freudiana do luto, precisamos passar pelos textos de Karl Abraham e
pela troca de cartas entre eles, mas que não devemos esquecer das
correspondências entre Freud e Ferenczi. Ferenczi havia escrito nove
dias após a morte de seu irmão: “Caro Sr. Professor – escreve Ferenczi
– “Eu ab-reagi o luto de meu irmão, completamente, durante a
Devemos considerar o contexto histórico. Em 1915, o método catártico de Freud já havia sido
foram desenvolvidas depois de luto e melancolia. A conexão entre luto e trauma, no entanto,
nunca foi realizada pelo pai da Psicanálise.
Em Além do princípio do prazer, Freud enfatizou como o trauma pode acarretar uma repetição
compulsiva nos sonhos dos soldados de guerra. Ferenczi também contemplou os sintomas e
sonhos dos neuróticos de guerra. Os traumas não eram mais reminiscências distantes, mas
feridas abertas no presente.
Em Dois tipos de neurose de guerra (histeria), Ferenczi (1992) afirma que muitos soldados
voltavam da guerra com tremores e dificuldades de locomoção. Inicialmente, esses sintomas
físicos pareciam causados por doenças orgânicas/neurológicas, porém frequentemente eram
neuroses resultantes do trauma. Tais neuroses de guerra fariam parte das histerias de
conversão, apontando para as circunstâncias atuais na formação dos sintomas. Elas são
caracterizadas por “sintomas regressivos” que funcionavam como uma defesa para lidar com a
experiência traumática. O caráter repetitivo desses sintomas, diferentemente do que
considerava a perspectiva freudiana, pode ser concebido neste caso como parte do processo de
cura e elaboração.
Figura 4 – Retrato de Karl Abraham. Fotografia de Becker &
Maas (1920)
Fonte: Wikimedia Commons
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Uma concepção de trauma diferente da de Freud e da de Ferenczi pode
ser lida em um texto de Karl Abraham (1994):
Essas observações mostram que a clínica psicanalítica se liga ao campo do social, envolvendo
uma tensão entre o estrutural e o histórico. No estudo do trauma e do luto, a psicanálise escuta
como a perda se associa ao processo histórico e à subjetividade. As concepções de trauma de
Karl Abraham são criticáveis quando comparadas às teorias de Freud e de Ferenczi. Enquanto
Abraham simplifica o trauma ao vê-lo como uma forma de atividade sexual infantil e atribuindo
a culpa à vítima, Freud e Ferenczi reconhecem a complexidade do trauma, explorando seus
diferentes aspectos psíquicos.
Abraham menciona que compreendeu os escritos de Freud sobre a mania e a melancolia, mas
não encontra menção a uma reação paralela nos casos normais de luto. Ele questiona se sua
observação sobre o crescimento da libido após o luto pode ser considerada análoga à “festa
maníaca”. Finalmente, Freud pede desculpas pelo mal-entendido e reconhece a importância do
tema. No entanto, menciona que Abraham acabará dando a ele um lugar restrito em um artigo
posterior, limitando suas consequências teóricas e clínicas.
Essa troca de correspondência revela a resistência de Freud em explorar mais a fundo o tema do
luto. Karl Abraham apresentou formulações importantes tanto para a Escola Inglesa de
Psicanálise quanto para a Escola Húngara. Suas obras originais contribuíram para o
conhecimento do estado pré-genital de desenvolvimento da libido. Ele trabalhou temas como o
luto e sua a relação entre os estados maníaco-depressivos, além de contribuir para pensar as
relações de objeto, sobretudo a fase oral (pré-genital), noção com a qual elaborou a ideia da
incorporação do objeto perdido no luto. Ele repensou a fase pré-genital, investigando a rejeição
de alimentos nas depressões e psicoses e estabeleceu uma conexão entre a melancolia e a
regressão à fase oral. Em um trabalho de 1924, ele chegou a apresentar casos bastante radicais
de identificação com o objeto abandonado através da noção de incorporação. Mesmo na
elaboração do luto dito normal, a reação à perda se constrói a partir dessa fase do
desenvolvimento da libido. Um de seus exemplos é o caso do marido que perdeu a esposa e o
filho recém-nascido em uma cesariana. Em sonho, retornavam as imagens de um corpo
retalhado, indicando uma analogia possível entre o luto e o banquete canibal.
Freud, Abraham e Melanie Klein, cada qual à sua maneira, enfatizam a ideia de que a melancolia
envolve a incorporação de um objeto. A perda de um objeto amado pode resultar na identificação
radical com o que foi perdido, o que pode levar a um estado melancólico. Nessa vertente, haveria
uma internalização melancólica do objeto perdido. Já Ferenczi segue por outra via. Ele
desenvolveu a noção de introjeção que se refere ao processo pelo qual o sujeito lida
internamente com os objetos externos, em um movimento contrário ao da projeção paranoica.
Abraham e Torok indicam que devemos reservar o termo “introjeção” ao sentido entendido
originalmente na obra de Ferenczi. A introjeção, como entendida por Ferenczi, envolve a
No caso da introjeção, Ferenczi destaca que ela não é motivada pela perda de um objeto de amor,
mas sim pela aspiração de introduzir a libido inconsciente no Eu, ampliando e enriquecendo-o.
Esse processo não tem a ver com uma reparação ou compensação, mas com o crescimento do
Eu. O autor ressalta que a introjeção não se refere apenas ao objeto em si, mas ao conjunto das
pulsões e de seus destinos. Ferenczi compreendia a introjeção como um processo que abarca a
mediação do objeto e do analista, operando entre o narcisismo e o erotismo dirigido ao outro. A
Em síntese, com base em Abraham e Torok (1995) podemos fazer a seguinte distinção entre a
incorporação e a introjeção:
Incorporação:
Não se refere apenas ao objeto, mas ao conjunto das pulsões e seus destinos.
“A. Balint vai dizer que a criança começa identificando coisas externas com outras
familiares a si, como massas quaisquer com fezes ou líquidos com urina, num
identificatório teria, por fim, como propósito, evitar aquilo que lhe é desprazeroso
assustador em algo familiar e que possa ser usufruído, de algum modo, pela
nossa atenção, dentre aquilo sobre o que versam as propostas teóricas da autora.
Balint, no entanto, vai ressaltar que essa imagem notável do mundo compreendido
antropomorfismo (egocêntrico) que sempre estará por trás até mesmo dos
realidade). ”
No outro trabalho, Alice Balint se volta à relação mãe-bebê considerando-a a “primeira relação
objetal da criança”. Essa ligação não seria puramente narcísica ou passiva, mas também ativa e
dual, já que o bebê demanda o amor da mãe.
O “egoísmo ingênuo” seria uma forma arcaica de amar a mãe. De buscar um amor do objeto
materno sem considerar quaisquer outros investimentos libidinais e egóicos. Balint destaca,
ainda, que tais relações arcaicas, tanto do ponto de vista da criança quanto do da mãe,
permaneceriam na vida adulta, ou seja, é um modo de relação objetal que produz efeitos
duradouros na vida do sujeito. A mãe se torna um objeto cuja presença e atendimento às
necessidades do bebê são cruciais ao desenvolvimento psíquico da criança. Isso aponta para a
necessidade de um ambiente suficientemente acolhedor e de uma presença materna
consistente para o indivíduo.
Sabemos que as ideias de Balint – assim como a de outros autores da Escola Húngara – são
menos famosas do que as de Klein, Winnicott, Lacan ou Dolto. Mas perderíamos contribuições
valiosas sem elas, seja porque a autora traz um olhar diferente sobre a constituição do sujeito em
A Sociedade Húngara de Psicanálise não pode ser considerada uma “escola” em sentido estrito,
pois não haveria uma doutrina coesa em torno de um mestre, ainda que Ferenczi seja
formação e a seu funcionamento. Embora não haja uma teoria de base a ser seguida ou
“ensinada”, os textos dos autores húngaros – desde os primeiros períodos da Sociedade
Psicanalítica de Budapeste – revelam os caminhos comuns que foram trilhados por seus
membros. São trilhas abertas e não imposições de uma doutrina. A Escola Húngara é, portanto,
uma construção coletiva, onde os postulados são aprimorados ao longo das gerações.
Entre os autores estariam Judith Mészáros, Brabant, Nemes, Ëros, Michele Moreau-Ricaud,
Anna Verônica Mautner e Judith Dupont.
cada vez mais distinta e original de produções científicas. Dentro desse espírito
postura ética desse analista – não só no que concerne à clínica, mas também à
Confira, a seguir, as principais ideias sobre a técnica e a formação que ocorreram na Sociedade
Húngara de Psicanálise, segundo Casadore (2016):
Livro
Leitura
ACESSE
Um Capítulo Húngaro da História da Psicanálise: as
Contribuições de Ferenczi, Spitz e Balint para o Estudo das
Formas Passivas de Adoecimento Psíquico
Artigo escrito para a Revista Brasileira de Psicanálise por N. E. Coelho Junior em 2017.
ACESSE
ACESSE
📄 Referências
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ALLOUCH, J. Erótica do luto no tempo da morte seca. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2004.
Estilos clin., São Paulo, v. 20, n. 2, p. 325-338, ago. 2015. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-
71282015000200011&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 22/04/2023. DOI:
<http://dx.doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v20i2p325-338>.
FERENCZI, S. Dois tipos de neurose de guerra: histeria. In: FERENCZI, S. Psicanálise, 2. São
Paulo: Martins Fontes, 1992. p. 259-273. (Obras Completas, 2).
FREUD, S. Luto e Melancolia. In: FREUD, S. Neurose, psicose, perversão. Belo Horizonte:
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MEZAN, R. O tronco e os ramos: estudos da história da psicanálise. 2. ed. São Paulo: Blucher,
2019.
THIS, B. Introdução à obra de Ferenczi. In: NASIO, J-D (org.). Introdução às obras de Freud,
Ferenczi, Groddeck, Klein, Winnicott, Dolto, Lacan. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Zahar,
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