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PRÍNCIPE DA DINAMARCA
RESUMO
ABSTRACT
PSYCHOANALYTIC LITERARY CRITIQUE OF THE BOOK
HAMLET: THE PRINCE OF DENMARK
Literary criticism is the art of judging or appreciating artistic productions. In the study
in question we shall present the foundations of the critical literary psychoanalytic
current and its application in the book Hamlet: The Prince of Denmark. This current is
grounded in psychoanalysis, especially with respect to Freud's work. The modern
movement of critical theory resulted in the analysis of the work in its intrinsic elements
(characters, structure). For Freud, literature is seen as the fulfillment of the desire or
satisfaction of the fantasy of desires denied by the principle of reality or forbidden by
society. Before 1910 the Oedipus Complex was already admitted into psychoanalytic
language. Between 1920 and 1923, Freud reshaped the theory of the psychic apparatus
and introduced the concepts of Id, Ego, and Superego to refer to the three systems of
personality.
INTRODUÇÃO
Origens
Do final do século XIX até ao início do século XX, a crítica literária era
analisada a partir das causas e elementos extrínsecos (histórico, sociológico e
biográfico). A obra literária era visualizada como um documento de uma raça, época ou
sociedade. No decorrer das décadas, principalmente após a Primeira Grande Guerra
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Precursores
Carl Gustav Jung nasceu em julho de 1875 em Kesswil, Suíça. Filho do pastor
luterano Johann Paul Achiles Jung e Emille Preiswerk que sofria de distúrbios
emocionais e tinha humor bastante instável. Na sua juventude lia teologia e filosofia na
biblioteca de seu pai, viveu uma infância voltada para o seu mundo interior. Em 1895
entrou no curso de medicina da Universidade de Basiléia. Em 1900 especializou-se em
psiquiatria e trabalhou na clínica psiquiátrica Burghöolzli em Zurique como assistente
de Eugen Bleuler que o incentivava em suas pesquisas. Em 1906 começou a
corresponder-se com Sigmund Freud, vindo a conhecê-lo pessoalmente em 1907 em
Viena. Porém, a relação entre Freud e Jung foi rompida em 1913 diante da não
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aceitação de Jung de que as causas dos conflitos psíquicos eram sempre de natureza
sexual. Em 1910 foi fundada a Associação Internacional de Psicanálise sendo Jung
eleito seu primeiro presidente, cargo que renunciou em 1914. De 1921 a 1946, Jung
dedicou-se ao seu trabalho psicoterapêutico, a aprofundar as suas pesquisas e à sua
atividade de professor, renunciando sua atividade docente em 1944 quando sofreu um
infarto. Em 1948 foi fundado o Instituto Carl Gustav Jung, em Zurique. Em 1951 fez
sua última conferência. Em 1955 morreu sua esposa. Em 1957 começou a escrever com
Aniela Jaffé a obra autobiográfica Memórias, sonhos, reflexões, obra que de acordo
com a vontade de Jung só foi publicada após a sua morte que aconteceu em 06 de junho
de 1961. Carl Gustav Jung foi o criador da psicologia analítica e reconhecido como um
dos grandes nomes da nossa história deixando como legado uma grande contribuição
para a psicologia e psiquiatria. JUNG (2002)
Ego é o sistema que cuida dos interesses da pessoa. É regido pelo princípio da
realidade e do prazer. Guia o funcionamento psíquico, é um regulador do prazer que
busca satisfação plena, considerando as condições objetivas da realidade. As funções
básicas são: percepção, memória, sentimentos e pensamentos.
O Superego origina-se a partir da internalização das proibições, dos limites e da
autoridade. A moral e o ideal são funções do Superego. Seu conteúdo refere-se a
exigências sociais e culturais. Está ligado ao sentimento de culpa (gerado na passagem
pelo Complexo de Édipo), quando um indivíduo sente-se culpado por algo que fez,
alguma coisa considerada má por alguém importante para ele, como o pai que venha
puni-lo, causando a perda do amor e do cuidado desta figura de autoridade. O medo
dessa perda leva-o a evitar o desejo ou atitude considerada má, mas a vontade continua,
por isso ainda existe a culpa. Bleichmar (1984)
exteriores (atitudes de Cláudio) as provas para este ato imundo e friamente calculado,
Hamlet chegou a compará-lo com a narração bíblica de Caim e Abel.
A obsessão do jovem em confirmar os fatos, o levou a fingir-se de louco. Seus
amigos Horácio e Marcelo, interpelavam para que ele revelasse as palavras do espectro,
mas Hamlet nada anunciava, antes pedia segredo quanto ao fantasma. Como explica a
psicanálise, durante a formação estrutural da identidade, o menino encontra na mãe,
objeto de desejo e no pai a postura que se deve assumir, diante daquilo que se deseja. O
rapaz comportou-se assim, porque se supondo que tomasse a posição do pai, seria
inaceitável um relacionamento entre sua querida e amada esposa com o próprio irmão.
Nesses trechos da obra podemos notar a presença do superego, que levou o
jovem a sentir-se culpado pela morte do pai, pressionando-o a não só fazer justiça pelo
falecido rei, mas a tornar-se obcecado pelo propósito de superar as atitudes que
aprendera com o pai. Fingindo-se louco, Hamlet usava vestes desalinhadas, era
indiferente e incoerente em suas falas. Polônio pai de Ofélia e conselheiro do rei, dizia
ser amor não correspondido o motivo da insanidade do rapaz. Atrás das cortinas estava
Hamlet a nutrir repulsa contra o senhor, para ele, velho mentecapto. A vinda de uma
trupe de atores trágicos ao castelo dinamarquês despertou em Hamlet uma ideia. Ele
pediu que os atores interpretassem algumas linhas escritas por ele, mas na verdade era
tudo aquilo que ouvira do espírito. Em secreto, seu intuito era observar a expressão de
seu tio Cláudio diante da reconstituição daquilo que fizera. Essa seria a confirmação de
que Cláudio matou o irmão para usurpar o reino e Gertrudes, sua cunhada.
A todo o momento, Hamlet vivenciava uma contradição em seus sentimentos,
ser ou não ser, viver ou morrer, agir ou desanimar, matar o rei Cláudio, suicidar-se. “Ser
ou não ser, eis a questão”. Na noite anterior à encenação, o rei Cláudio, Polônio,
Gertrudes e Ofélia forjaram um encontro entre Ofélia e Hamlet. O jovem príncipe
demonstrou-se alheio aos sentimentos que outrora expressava por Ofélia, atingindo-a de
forma dura e ofensiva, na verdade queria atingir a sua própria mãe. No decorrer da
história nota-se que devido à frustração vivida por Hamlet, quanto ao seu objeto de
desejo (mãe), ele transferiu sua fragilidade e impotência às emoções. Ofélia sua amada,
tornou-se reflexo de sua mãe, ou seja, ele passou a acreditar que a amada imitaria as
atitudes de sua mãe. Devido à dor da perda, em seu inconsciente substituiu o pai, pois as
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atitudes de sua mãe, quanto ao zelo por outro homem, fizeram-no sentir ofendido,
traído, roubado.
Durante a encenação, Horácio e Hamlet já de conluio, observavam as expressões
do tio. Ao ver a cena, onde um personagem derramou o veneno do frasco no ouvido do
rei, Cláudio ficou atordoado em seu assento. Hamlet confirmou as suspeitas. O rei
sentindo-se ameaçado combinou a morte do sobrinho. Com o intuito de vigiar o
príncipe, Polônio e Cláudio forjaram um encontro entre Hamlet e a mãe. Polônio
escondido escutava a conversa, mas ao se desequilibrar, chamou a atenção de Hamlet,
que num ato inconsciente, desejoso por matar o rei, apunhalou o conselheiro num golpe
fatal. Tal atitude é característica do id, local em que segundo Freud está a pulsão de vida
e de morte, os atos impensados, as atitudes animais. Diante do acontecido Ofélia, filha
do finado conselheiro do rei, enlouqueceu e suicidou-se.
O clima não estava nada bom em toda a corte. A suposta loucura do príncipe
Hamlet somada à morte de Polônio e Ofélia desestabilizavam o Reino dinamarquês. O
rei Cláudio tendo como aliado o filho de Polônio, Laertes, planejou um embate entre o
príncipe e Laertes. Traçaram estratégias para uma luta de esgrima, alem de um coquetel
envenenado para não haver escape para Hamlet. No desfecho da tragédia, Hamlet é
ferido pela espada envenenada, esta cai dando oportunidade a Hamlet de lançar um
golpe em Laertes, Hamlet imobiliza o oponente com um golpe fatal, utilizando
ingenuamente o florete envenenado. A rainha Gertrudes por descuido de Cláudio toma o
cálice mortal. Ao se ver a beira da morte, Laertes confidencia os planos do rei e na
sequência Hamlet executa Cláudio. SHAKESPEARE (2001)
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS DE PESQUISA
Bibliografia
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2006, p. 15-19.
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Médicas.
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FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Século XXI Escolar: O
minidicionário da língua portuguesa. 4. ed. rev. ampliada - Rio de Janeiro: Nova
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SHAKESPEARE, William, 1564-1616. Hamlet: o príncipe da Dinamarca; tradução e
adaptação em português de Leonardo Chianca. – Ilustrações de Wanduir Duran. São
Paulo: Scipione, 2001. – (Série Reencontro Literatura).
Sítios da Internet