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ETEPA –

ESCOLA TEOLÓGICA
PALAVRA E AVIVAMENTO

PSICANÁLISE

Diretor Geral:

Pr. Ewerton Santos

(Ministro, Teólogo, Psicanalista e Professor)

Cronologia da Vida de Freud


e
Análise do Ego
(Freud)

Cronologia da vida de Freud

1856 Seis de maio. Nascimento em Freiberg, Morávia.

1860 A família se estabelece em Viena.

1865 Entrada para o ginásio (escola secundária).

Admissão na Universidade de Viena, como estudante de


1873
medicina.

Trabalho sob a direção de Brücke, no Instituto de


1876/82
Fisiologia de Viena.

Primeiros trabalhos publicados: escritos sobre anatomia e


1877
fisiologia.

1881 Graduação como Doutor em Medicina.

1882 Noivado com Martha Bernays.

Trabalhos no Hospital Geral de Viena, concentrando-se em


1882/85
anatomia cerebral; numerosas publicações.

1884/87 Pesquisas sobre os usos clínicos da cocaína.


1885 Nomeado Privatdozent (livre-docente) em neuropatologia.

Estudos sob a direção de Charcot no Hospital da


1885/86 Salpêtrière, de doenças nervosas, em Paris. Seu interesse
dirige-se inicialmente para a histeria e a hipnose.

Casamento com Martha Bernays. Estabelecimento de


1886
clínica particular para doenças nervosas em Viena.

Prosseguimento dos trabalhos em neurologia,


especialmente sobre a paralisia cerebral infantil, no
1886/93 Instituto Kassowitz, em Viena, com numerosas
publicações. Mudança gradual do interesse, da neurologia
para a psicopatologia.

1887 Nascimento da filha mais velha (Mathilde).

Amizade e correspondência com Wilhelm Fliess, em


Berlim. As cartas de Freud neste período, publicadas
1887/01
postumamente, em 1950, em muito esclarecem a evolução
de seus pontos de vista.

1887 Início do uso da sugestão hipnótica na clínica.

Começa a seguir o exemplo de Breuer ao utilizar a hipnose


para o tratamento catártico da histeria.
1888
Gradualmente abandona a hipnose e a substitui pela livre
associação.

Visita a Bernhein, em Nancy, para estudar sua técnica de


1889
sugestão.

1889 Nascimento do filho mais velho (Martin).

Monografia sobre a Afasia. Nascimento do segundo filho


1891
(Oliver).

1892 Nascimento do filho mais moço (Ernst).

Publicação de Comunicação Preliminar, junto com Breuer:


1893 uma exposição da teoria do trauma na histeria e do
tratamento catártico.

1893 Nascimento da segunda filha (Sophie).

Pesquisas e trabalhos curtos sobre a histeria, as


1893/98
obsessões e a ansiedade.
Publicação de Estudos Sobre a Histeria, escrito com
Breuer: casos clínicos e descrição, por Freud, da sua
1895
técnica, incluindo o primeiro estudo sobre a
transferência.

Divergência gradual de pontos de vista entre Freud e


Breuer. Freud introduz os conceitos de defesa e
1893/96
repressão e da neurose, como resultado de um conflito
entre ego e a libido.

Projeto para uma Psicologia Científica: incluído nas cartas


de Freud para Fliess e publicado pela primeira vez em
1950. Uma tentativa abortada de colocar a psicologia em
1895
termos neurológicos mas que dá uma visão de grande
parte das teorias freudianas posteriores. Nascimento da
filha mais moça (Anna).

Introdução do termo psicanálise. Morte do pai (com 80


1896
anos).

Auto-análise conduzindo ao abandono da teoria do trauma


1897 e o reconhecimento da sexualidade infantil e do complexo
de Édipo.

A Psicopatologia da Vida Diária, junto com o livro dos


sonhos, deixou claro que as teorias de Freud não só se
1900
aplicavam aos estados patológicos, como à vida mental
normal.

1902 Nomeado "Professor Extraordinarius".

Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade: traçando


1905 pela primeira vez o curso do desenvolvimento do instinto
sexual nos seres humanos, da infância até a maturidade.

1906 Jung adere à psicanálise.

Realiza-se a primeira reunião internacional de psicanálise


1908
(Salzburgo).

Freud e Jung convidados a fazer conferências nos


Estados Unidos. Caso clínico da primeira análise de uma
criança (O Pequeno Hans, cinco anos): confirmando as
1909
conclusões feitas inicialmente na análise de adultos,
especialmente no que se refere à sexualidade infantil e
aos complexos de Édipo e de castração.
1910 Primeiros esboços da teoria do narcisismo.

Deserção de Alfred Adler, um dos seus primeiros


1911
seguidores.

Trabalhos sobre a técnica da psicanálise. Aplicação das


1911/15
teorias psicanalíticas a um caso psicótico.

Totem e Tabu: aplicação da psicanálise a material


1913/14
antropológico.

Rompimento com Jung. Sobre a História do Movimento


Psicanalítico: inclui uma parte polêmica sobre Adler e
1914
Jung. Freud escreve sua maior história de um caso clínico,
o "Homem-Lobo" (não publicada até 1918).

Série de doze trabalhos "metapsicológicos" a respeito de


1915
questões teóricas básicas, dos quais só cinco restaram.

Conferências Introdutórias: um relatório geral extenso


1915/17 dos pontos de vista de Freud na época da Primeira Guerra
Mundial.

1919 Aplicação da teoria do narcisismo às neuroses de guerra.

Morte da segunda filha. Além do Princípio do Prazer: a


1920 primeira introdução explícita do conceito da "compulsão à
repetição" e à teoria do "instinto de morte".

Psicologia de Grupo: começo e um estudo analítico


1921
sistemático do ego.

O Ego e o Id: um apanhado revisto da estrutura e do


1923 funcionamento da mente, com a divisão em Id, Ego e
Superego.

1923 Primeiro sinal de câncer.

1925 Visão revista do desenvolvimento sexual da mulher.

Inibições, Sintomas e Ansiedade: pontos de vista revistos


1926
sobre o problema da ansiedade.

1927 O Futuro da Ilusão: uma discussão da religião.

O Mal-Estar da Civilização. Freud ganha o prêmio Goethe


1930
da cidade de Frankfurt. Morte da mãe, aos 95 anos.

1933 Hitler toma o poder na Alemanha; livros de Freud são


queimados em praça pública.

Moisés e o Monoteísmo: o último dos trabalhos de Freud


1934/38
publicado em vida.

Freud completa oitenta anos de idade. Eleição a Membro


1936
Correspondente da Real Sociedade.

Hitler invade a Áustria. Freud abandona Viena e vai para


Londres. Um Perfil da Psicanálise. Trabalho final, não
1938
terminado, mas mesmo assim uma profunda exposição
sobre o assunto.

1939 Morte em Londres (23 de setembro).


Análise do ego, por Freud.

"Libido é expressão extraída da teoria das emoções. Damos


esse nome à energia, considerada como uma magnitude
quantitativa (embora na realidade não seja presentemente
mensurável), daqueles instintos que têm a ver com tudo o
que pode ser abrangido sob a palavra ‘amor’. O núcleo do
que queremos significar por amor consiste naturalmente (e é
isso que comumente é chamado de amor e que os poetas
cantam) no amor sexual, com a união sexual como objetivo.
Mas não isolamos disso - que, em qualquer caso, tem sua
parte no nome ‘amor’ -, por um lado, o amor próprio, e, por
outro, o amor pelos pais e pelos filhos, a amizade e o amor
pela humanidade em geral, bem como a devoção a objetos
concretos e a idéias abstratas. Nossa justificativa reside no
fato de que a pesquisa psicanalítica nos ensinou que todas
essas tendências constituem expressão dos mesmos
impulsos instintuais; nas relações entre os sexos, esses
impulsos forçam seu caminho no sentido da união sexual,
mas, em outras circunstâncias, são desviados desse objetivo
ou impedidos de atingi-lo, embora sempre conservem o
bastante de sua natureza original para manter reconhecível
sua identidade (como em características tais como o anseio
de proximidade e o auto-sacrifício).

Somos de opinião, pois, que a linguagem efetuou uma


unificação inteiramente justificável ao criar a palavra ‘amor’
com seus numerosos usos, e que não podemos fazer nada
melhor senão tomá-la também como base de nossas
discussões e exposições científicas. Por chegar a essa
decisão, a psicanálise desencadeou uma tormenta de
indignação, como se fosse culpada de um ato de ultrajante
inovação. Contudo, não fez nada de original em tomar o
amor nesse sentido ‘mais amplo’. Em sua origem, função e
relação com o amor sexual, o ‘Eros’ do filósofo Platão
coincide exatamente com a força amorosa, a libido da
psicanálise, tal como foi pormenorizadamente demonstrado
por Nachmansohn (1915) e Pfister (1921), e, quando o
apóstolo Paulo, em sua famosa Epístola aos Coríntios, louva
o amor sobre tudo o mais, certamente o entende no mesmo
sentido ‘mais amplo’. Mas isso apenas demonstra que os
homens nem sempre levam a sério seus grandes
pensadores, mesmo quando mais professam admirá-los.

A psicanálise, portanto, dá a esses instintos amorosos o


nome de instintos sexuais, a potiori e em razão de sua
origem. A maioria das pessoas ‘instruídas’ encarou essa
nomenclatura como um insulto e fez sua vingança retribuindo
à psicanálise a pecha de ‘pansexualismo’. Qualquer pessoa
que considere o sexo como algo mortificante e humilhante
para a natureza humana está livre para empregar as
expressões mais polidas ‘Eros’ e ‘erótico’.
Eu poderia ter procedido assim desde o começo e me teria
poupado muita oposição. Mas não quis fazê-lo, porque me
apraz evitar fazer concessões à pusilanimidade. Nunca se
pode dizer até onde esse caminho nos levará; cede-se
primeiro em palavras e depois, pouco a pouco, em
substância também. Não posso ver mérito algum em se ter
vergonha do sexo; a palavra grega ‘Eros’, destinada a
suavizar a afronta, ao final nada mais é do que tradução de
nossa palavra alemã Liebe [amor], e finalmente, aquele que
sabe esperar não precisa de fazer concessões."
Trecho de "Psicologia de Grupo e a análise do ego" (1921) [ES, XVIII, 115-17]

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