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SUMÁRIO
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NOSSA HISTÓRIA
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Introdução
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A prática profissional refere-se à forma de tratamento — a Análise — que
busca o autoconhecimento ou a cura, que ocorre através desse
autoconhecimento. Atualmente, o exercício da Psicanálise ocorre de muitas
outras formas. Ou seja, é usada como base para psicoterapias, aconselhamento,
orientação; é aplicada no trabalho com grupos, instituições. A Psicanálise
também é um instrumento importante para a análise e compreensão de
fenômenos sociais relevantes: as novas formas de sofrimento psíquico, o
excesso de individualismo no mundo contemporâneo, a exacerbação da
violência etc.
Freud foi o primeiro de oito filhos do casal de judeus formado por Jakob
Freud e Amalia Nathansohn. Os outros filhos do casal, e irmãos de Freud,
chamavam-se Julius, Anna, Regine, Marie, Esther, Pauline e Alexander. Quando
ainda era uma criança pequena, os pais de Freud decidiram mudar-se para
Viena, local onde Freud passou quase toda a sua vida.
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Durante sua fase escolar, Freud ficou conhecido por ser um bom
estudante, possuía boas notas, lia muito e tinha enorme facilidade para aprender
idiomas. Os biógrafos de Freud falam que ele tinha ótimo desempenho em
idiomas como francês, inglês, latim e grego, por exemplo. Em 1873, Freud
concluiu o ensino médio e, com 17 anos, ingressou na Universidade de Viena.
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distúrbio neurológico em que a pessoa tem grande dificuldade com a formulação
e compreensão da linguagem.
Vida pessoal
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Problemas com o nazismo
Morte
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Teorias de Freud
Complexo de Édipo
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Outras teorias
Obras
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Freud passou a defender a ideia de que a forma de tratar essas doenças
deveria acontecer por meio das palavras. Inicialmente, Freud hipnotizava seus
pacientes e os incentivava a falar sobre todos os seus traumas. Esse
procedimento ficou conhecido como “cura pela palavra” e foi resultado da
influência de um neurologista chamado Josef Breuer.
Após esse caso, Freud passou a aplicar a “cura pela palavra” em seus
próprios pacientes. Ele os incentivava a falar sobre os traumas e anotava tudo o
que era dito pelos seus pacientes. Com o tempo, começou a identificar que a
parte consciente da mente humana não tinha acesso a todas as lembranças e
grande parte dos pensamentos ficava reprimida no “inconsciente”. Assim, o
tratamento por meio da psicanálise só seria de fato eficaz se fosse possível
acessar os pensamentos e traumas do inconsciente, levando-os para a
consciência do paciente.
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Freud e a psicanálise
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(1895/1996) a chamara de processos defensivos. Tais processos seriam
incapazes, no entanto, de aniquilar os desejos violentos, e seu substituto (o
sintoma), bem como a ideia recalcada, também traria consigo um tipo de
sofrimento quando lançado à consciência. Assim, Freud conclui que a
psicanálise desvendaria o trajeto de trás para frente, reconduzindo o sintoma
para a ideia recalcada (FREUD, 1910a/1996, p. 28).
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As palavras de Freud nos conduzem a pensar a análise a partir daquele
que analisa porque ele define a importância que adquire, para ser possível
sustentar essa posição, uma fé que apenas nasce porque se vivenciou estes que
buscamos, os conceitos fundamentais à psicanálise, enquanto experiência que
apenas uma análise possibilita. Do contrário, a fé na psicanálise não seria em
nada diversa da fé religiosa. Tratar-se-ia, desse modo, de um dogma, diante do
qual as argumentações mais racionais apenas resvalariam.
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posicionamento que, dominado por ideais, não está pronto para assumir a
mudança radical que implica a abertura do inconsciente.
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O primeiro obstáculo certamente apresenta-se a partir do desafio
representado pela tentativa de ir além da hipnose, dificuldade que começa a se
tornar presente na obra através do que identificamos como sendo o papel da
transferência enquanto veículo da ação terapêutica. Freud começa a perceber a
importância deste veículo já em Estudos sobre a histeria, quando se dedica às
dificuldades que a hipnose encarnava. O método de Breuer não era efetivo com
todos os pacientes, o que não só levou Freud a uma alteração da técnica como
do que ele chama de ‘visão dos fatos’ (FREUD, 1895[1893] /1996, p. 272).
Assim, Freud começa a questionar-se e “[...] a tomar uma posição quanto à
questão do que, afinal, caracteriza essencialmente a histeria e do que a distingue
das outras neuroses” (idem). Assim, a partir do momento em que começa a
investigar a base sexual das neuroses, Freud toma uma posição a partir da qual
se tornou impossível continuar o percurso da psicanálise ao lado de Breuer.
Quando Freud afirma que a hipnose não podia ir além, ou seja, não podia
chegar às causas da histeria, essa insatisfação demarca a virada de
posicionamento que foi imprescindível para a transição entre esse momento pré-
psicanalítico e o que se seguiu a ele. A virada aconteceu porque Freud notou
que, em alguns pacientes, o método catártico não eliminava nem mesmo os
sintomas que já se notavam, causadores de sofrimento. Essa inacessibilidade,
Freud atribui às próprias características dos pacientes, admitindo que nem todos
eram sugestionáveis e que isso só poderia dizer respeito às peculiaridades da
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neurose, aquelas que ele veio a empreender tanto esforço em descobrir a razão
de ser. A inacessibilidade não tira o valor do método hipnótico, mas impõe-lhe
limites: “[...] um médico não pode atribuir- se a tarefa de alterar uma constituição
como a da histérica” (FREUD, 1895[1893]/1996, p. 278).
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que, quando procuramos quais seriam os elementos da psicanálise que seriam
inegociáveis, o que buscamos não se trata de definições sentenciosas, mas de
compreender que conceitos articulam-se de forma indissociável da experiência
analítica, uma vez que é apenas através dela que a psicanálise pode se
sustentar.
Mas o que parece importante a esta altura é que Freud já se refere neste
texto tão introdutório, tão precoce no que diz respeito ao desenvolvimento da
psicanálise, ao que se constituíram como pontos fundamentais à clínica
psicanalítica, os mesmos aos quais faz menção em Cinco lições de psicanálise
(1910a/1996) e em muitos outros textos bastante posteriores na obra e que
também serão apresentados adiante.
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E visto que essa insistência exigia esforços de minha parte, e assim
sugeria a idéia de que eu tinha que superar uma resistência, a situação conduziu-
me de imediato à teoria de que, por meio de meu trabalho psíquico, eu tinha de
superar uma força psíquica nos pacientes que se opunha a que as
representações patogênicas se tornassem conscientes (fossem lembradas).
Uma nova compreensão pareceu abrir-se ante meus olhos, quando me ocorreu
que esta sem dúvida deveria ser a mesma força psíquica que desempenhara um
papel na geração do sintoma histérico e que, na época, impedira que a
representação patogênica se tornasse consciente. Que espécie de força poder-
se-ia supor que estivesse em ação ali, e que motivo poderia tê-la posto em ação?
(FREUD, 1895[1893]/1996, p. 283)
A força psíquica é representada pela aversão por parte do eu, que tira tais
representações da cadeia de associação: “[...] o ‘não saber’ do paciente histérico
seria, de fato, um ‘não querer saber’ – um não querer que poderia, em maior ou
menor medida ser consciente” (FREUD, 1895[1893]/1996, p. 284). Foi a partir
deste não querer saber que se alicerçaram as bases da psicanálise a partir do
recalque, da resistência que resulta deste recalque e da transferência. Freud
afirma que as representações inconscientes estão disponíveis desde que seja
retirado um obstáculo, o que ele associa com a vontade do paciente, já que a
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mudança exige muito trabalho (FREUD, 1895[1893]/1996, p. 292). O que Freud
denomina como vontade do sujeito e complementa falando sobre o que há de
trabalhoso em uma análise representa mais uma indicação que, já em 1895,
havia no autor um reconhecimento, uma presença de compreensão de que a
psicanálise não está para todos. Simultaneamente, quando nos apresenta a
análise como algo que exige trabalho, importante dizer que é um trabalho que o
paciente apenas pode realizar porque existe alguém pronto a receber seus
frutos.
Tais parâmetros se fazem presentes tanto nos textos técnicos como nos
metapsicológicos, e também naqueles que Freud destinou ao público leigo. Ver-
se- á, no último capítulo, que também nos textos em que Freud se volta às
aplicações da psicanálise ele estabelece, evidencia e denomina aquilo que
considera como fundamental à psicanálise.
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Essa energia provém das pulsões (às vezes chamadas incorretamente de
instintos). Segundo o autor, o ser humano possui duas pulsões inatas, a de vida
(Eros) e a de morte.
Freud não foi o primeiro a propor que parte da vida psíquica se desenvolve
inconscientemente. Ele foi, no entanto, o primeiro a pesquisar profundamente
esse território. Segundo ele, os desejos e pensamentos humanos produzem
muitas vezes conteúdos que causariam medo ao indivíduo, se não fossem
armazenados no inconsciente. Este tem assim uma função importantíssima de
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estabilização da vida consciente. Sua investigação levou-o a propor que o
inconsciente é alógico (e por isso aberto a contradições); atemporal e aespacial
(ou seja, conteúdos pertencentes a épocas ou espaços diferentes podem estar
próximas). Os sonhos são vistos como expressão simbólica dos conteúdos
inconscientes.
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Id (em alemão: es, "ele, isso"): O id é a fonte da energia psíquica,
a libido. O id é formado pelas pulsões, instintos, impulsos orgânicos e desejos
inconscientes. Ele funciona segundo o princípio do prazer (Lustprinzip), ou seja,
busca sempre o que produz prazer e evita o desprazer. Não faz planos, não
espera, busca uma solução imediata para as tensões, não aceita frustrações e
não conhece inibição. Ele não tem contato com a realidade e uma satisfação na
fantasia pode ter o mesmo efeito de uma atingida través de uma ação. O id
desconhece juízo, lógica, valores, ética ou moral, sendo exigente, impulsivo,
cego, irracional, antissocial e dirigido ao prazer. O id é completamente
inconsciente.
Ego (ich, "eu"): O ego desenvolve-se a partir do id com o objetivo
de permitir que seus impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o
mundo externo, por intermédio do chamado princípio da realidade. É esse
princípio que introduz a razão, o planejamento e a espera ao comportamento
humano. A satisfação das pulsões é retardada até o momento em que a
realidade permita satisfazê-las com um máximo de prazer e um mínimo de
consequências negativas. A principal função do ego é buscar uma harmonização
inicialmente entre os desejos do id e a supervisão/realidade/repressão do
superego.
Superego (Über-Ich, "super-eu", "além-do-eu"): É a parte moral da
mente humana e representa os valores da sociedade.
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meio-termo). O superego divide-se em dois subsistemas: o ego ideal, que dita o
bem a ser procurado, e a consciência (Gewissen), que determina o mal a ser
evitado.
Os mecanismos de defesa
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Regressão consiste em a pessoa retornar a comportamentos
imaturos, característicos de fase de desenvolvimento que a pessoa já passou.
Fixação é um congelamento no desenvolvimento, que é impedido
de continuar. Uma parte da líbido permanece ligada a um determinado estágio
do desenvolvimento e não permite que a criança passe completamente para o
próximo estágio. A fixação está relacionada com a regressão, uma vez que a
probabilidade de uma regressão a um determinado estágio do desenvolvimento
aumenta se a pessoa desenvolveu uma fixação por este.
Sublimação é a satisfação de um impulso inaceitável através de um
comportamento socialmente aceito.
Identificação é o processo pelo qual um indivíduo assume uma
característica de outro. Uma forma especial de identificação é a identificação
com o agressor.
Deslocamento é o processo pelo qual agressões ou outros
impulsos indesejáveis, não podendo ser direcionados à(s) pessoa(s) a que se
referem, são direcionadas a terceiros.
Freud foi o primeiro a afirmar que os primeiros anos das vida são os mais
importantes para o desenvolvimento da pessoa e o desenvolvimento do
indivíduo se dá em fases ou estádios psico-sexuais. Freud foi, assim, o primeiro
autor a afirmar que as crianças também têm uma sexualidade.
Freud descreve quatro fases distintas, pelas quais a criança passa em seu
desenvolvimento. Cada uma dessas fases é definida pela região do corpo a que
as pulsões se direcionam. Em cada fase surgem novas necessidades que
exigem satisfação; a maneira como essas necessidades são satisfeitas
determina como a criança se relaciona com outras pessoas e quais sentimentos
ela tem para consigo mesma. A transição de uma fase para outra é
biologicamente determinada, de tal forma que uma nova fase pode iniciar sem
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que os processos da fase anterior tenha se completado. As fases se seguem
umas às outras em uma ordem fixa e, apesar de uma fase se desenvolver a partir
da anterior, os processos desencadeados em uma fase nunca estão plenamente
completos e continuam agindo durante toda a vida da pessoa.
A fase oral
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A fase oral se divide em duas fases menores, definidas pelo nascimento
dos dentes. Até então a criança se encontra em uma fase passiva-receptiva; com
os primeiros dentes a criança passa a uma fase sádica-ativa através da
possibilidade de morder. O principal objeto de ambas as fases, o seio materno,
se torna, assim, um objeto ambivalente. Essa ambivalência caracteriza a maior
parte dos relacionamentos humanos, tanto com pessoas como com objetos.
A fase anal
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descontrolado é o protótipo dos ataques de raiva; já uma educação muito rígida
com relação à higiene pode conduzir tanto a uma tendência ao caos, aos
descuido, à bagunça quanto a uma tendência a uma organização compulsiva e
exageradamente controlada.
A fase fálica
A fase fálica, que vai dos três aos cinco anos de vida, se caracteriza
segundo Freud pela importância da presença (ou, nas meninas, da ausência) do
falo ou pênis; nessa fase prazer e desprazer estão, assim, centrados na região
genital. As dificuldades dessa fase estão ligadas ao direcionamento da pulsão
sexual ou libidinosa ao genitor do sexo oposto e aos problemas resultantes. A
resolução desse conflito está relacionada ao complexo de Édipo e à identificação
com o genitor de mesmo sexo.
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Freud desenvolveu sua teoria tendo sobretudo os meninos em vista, uma
vez que, para ele, estes vivenciariam o conflito da fase fálica de maneira mais
intensa e ameaçadora. Segundo Freud o menino deseja nessa fase ter a mãe
só para si e não partilhá-la mais com o pai; ao mesmo tempo ele teme que o pai
se vingue, castrando-o. A solução para esse conflito consiste na repressão tanto
do desejo libidinoso com relação à mãe como dos sentimentos agressivos para
com o pai; em um segundo momento realiza-se a identificação do menino com
seu pai, o que os aproxima e conduz, assim, a uma internalização por parte do
menino dos valores, convicções, interesses e posturas do pai.
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Freud usou o termo "complexo de Édipo" para ambos os sexos; autores
posteriores limitaram o uso da expressão aos meninos, reservando para as
meninas o termo "complexo de Electra", mas que foi rejeitado por Freud no texto
"Sobre a Sexualidade Feminina" de 1931.
O período de latência
Depois da agitação dos primeiros anos de vida segue-se uma fase mais
tranquila que se estende até a puberdade. Nessa fase a libido é desinvestida das
fantasias e da sexualidade, tornando-as secundárias, mas reinvestida em outros
meios como o desenvolvimento cognitivo, aprendizado, a assimilação de valores
e normas sociais que se tornam as atividades principais da criança, continuando
o desenvolvimento do ego e do superego.
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A fase genital
Teoria do Trauma
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outros acontecimentos da vida passada também seriam fatores causadores dos
transtornos neuróticos.
Partindo inicialmente da concepção inicial de que o conflito psíquico era
resultante das repressões impostas pelos traumas de sedução sexual que
realmente teriam acontecido no passado, e que retornavam sob a forma de
sintomas, Freud postulou que os “neuróticos sofrem de reminiscências”, e que a
cura consistiria em “lembrar o que estava esquecido”. Penso que, para certos
casos, esta fórmula persiste na psicanálise atual como plenamente válida,
porquanto é bem sabido que “a melhor forma de esquecer é lembrar” ou, dizendo
de outra forma, “o sujeito não consegue esquecer daquilo que ele não consegue
lembrar”.
A diferença é que na época de Freud este relembrar visava unicamente a
uma ab-reação, uma catarse por meio da verbalização dos fatos traumáticos e
os respectivos sentimentos contidos nas lembranças, enquanto hoje os analistas
vão, além disso, e objetivam uma ressignificação dos significados atribuídos aos
traumas que o paciente está rememorando na situação psicanalítica. Assim, a
necessidade de desfazer as repressões introduziu dois elementos essenciais à
teoria e à técnica da psicanálise: a descoberta das resistências inconscientes e
o uso das interpretações por parte do psicanalista.
Teoria Topográfica
A teoria anterior perdurou até 1897, quando então Freud deu-se conta de
que a teoria do trauma era insuficiente para explicar tudo, e que os relatos das
suas pacientes histéricas não traduziam a verdade factual; mas sim que eles
estavam contaminados com as fantasias inconscientes que provinham de seus
desejos proibidos e ocultos. Daí, ele propôs a divisão da mente em três “lugares”
(a palavra “lugar”, em grego, é “topos”, daí teoria topográfica). A estes diferentes
lugares ele denominou: Consciente, Pré-Consciente e Inconsciente, sendo que
o paradigma técnico passou a ser: “tornar consciente o que estiver no
inconsciente”.
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Em 1900, Freud publicou A interpretação de sonhos, no qual ele comprova
que o conteúdo do sonho “manifesto” pode ser visto como um modo disfarçado
e “censurado” da satisfação de proibidos desejos inconscientes.
A propósito, essa fase teórica de Freud pode ser resumida com a sua
afirmativa de que “todo sonho, e sintoma, tem um umbigo que conduz ao
desconhecido do inconsciente”, sendo que, pode-se acrescentar, é a descoberta
do significado simbólico dos sonhos e sintomas que inaugura a psicanálise como
ciência propriamente dita.
A partir do seu fracasso com a análise de “Dora” – escrito em 1901, mas
que somente foi publicado em 1905, por razões de sigilo profissional –, Freud
obrigou-se a fazer profundas reflexões, sendo que ele chegou a afirmar que,
desde então, a técnica psicanalítica foi profundamente transformada. Pode-se
dizer que as principais transformações que se processaram nessa época foram:
a) a psicanálise deixou de ser uma detida investigação e busca de solução
de, separadamente, sintoma por sintoma;
b) a descoberta e a formulação do “princípio da multideterminação” dos
sintomas;
c) o próprio paciente é quem passou a tomar a iniciativa de propor o
assunto de sua sessão;
d) o analista substituiu a atitude de comportar-se como um investigador
ativo e diretivo por uma atitude mais compreensiva da dinâmica do sofrimento
do analisando;
e) abandono total da técnica da hipnose e da sugestão devido à
percepção de Freud de que as elas encobriam a existência de “resistências”;
f) estas últimas resultam de repressões, sendo que o retorno do reprimido
manifesta-se pelo fenômeno da “transferência”;
g) sobretudo, o “caso Dora” ensinou a Freud a existência e a importância
de o analista reconhecer e trabalhar com a “transferência negativa”.
Teoria Estrutural
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demandas, funções e proibições, quer provindas do consciente ou do
inconsciente, interagiam de forma permanente e sistemática entre si e com a
realidade externa. Desta forma, mais precisamente a partir do trabalho O ego e
o id (1923), ele concebeu a estrutura tripartite, composta pelas instâncias do id
(com as respectivas pulsões), do ego (com o seu conjunto de funções e de
representações) e do superego (com as ameaças, castigos, etc.). O paradigma
técnico da psicanálise foi formulado por Freud como: “onde houver id (e
superego), o ego deve estar”.
Embora não tenha sido formulado como uma teoria, os estudos de Freud
sobre o narcisismo abriram as portas para uma mais profunda compreensão do
psiquismo primitivo e constituíram-se como sementes que continuam
germinando e propiciando inúmeros vértices de abordagem por parte de autores
de todas correntes psicanalíticas. De acordo com o pensamento mais vigente
entre os autores, pode-se dizer que, na atualidade, um importante paradigma da
psicanálise atual pode ser formulado como “onde houver Narciso, Édipo deve
estar”. (Grunberger, 1979).
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Dissociação do Ego
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