Você está na página 1de 21

Winnicott- O ambiente e os processos de maturação

 Ênfase na função materna, dois tipos de mãe: Mae suficientemente boa ou


ambiente e mãe insuficientemente boa ou ambiente
 Mae suficientemente boa: sempre atenta as necessidades do bebe, ao mesmo
tempo q pode suprir necessidade permite desenv. e independência. Essa mãe
precisa falhar pra q esse bebe se constitua pelas falhas tbm. bebe registra as
falhas considerando que nem tudo é perfeito.
 Preocupação materna primaria: capacidade da mãe estar atenta a todas as
necessidades, esta mãe se torna capacitada para compreender e perceber a
criança. Essa preocupação primaria esta na mãe suficientemente boa.
 Mãe suficientemente boa apresentam características de mãe insuficientemente
boa, quando bebe chora pra mamar e mãe não esta.
 Mae insuficientemente boa, aquela que não esta atenta as necessidades do bb,
quando bb não tem suas necessidades atendidas frequentemente ou bebe que é
cuidado por muitas pessoas. Falha materna: mãe investe em trabalho, família:
falha saudável.

 A criança nasce indefesa. é um ser não integrado, que percebe de maneira


desorganizada os diferentes estímulos provenientes do exterior. o bebe nasce
também com uma tendência para o desenvolvimento. A tarefa da mãe é oferecer
um suporte adequado para que as condições inatas alcancem um
desenvolvimento otimo. A mãe deve funcionar como "ego-auxiliar" da criança
 Quando a sustentação exercida pela mãe for bem sucedida, a criança a vive
como uma "continuidade existencial"; no entanto quando falha, o bebe terá
uma experiencia subjetiva de ameaça, que obstaculiza o desenvolvimento
normal.

 2 fases:

dependência absoluta: 0 a 6 meses: bb ainda estabelece relação fusionada com a mãe

dependência relativa: 6 meses a 1 ano

- criança separa da mãe e começa se relacionar com outros objetos,


passando a ter autonomia, fase q acontece complexo de edipo

Após essa fase: vivenciando a independência: vai mais pode voltar

 3 funções maternas: holding: acolhimento, proteção, sustento fisico e psico


 Holding deficiente produz: aflição, sensação de despedaçamento
 Holding permite a função de formação que é a integração , onde o bb a partir
de outro integrado se integra também, na integração passa a se perceber e
perceber o outro, os membros que é dele, e o que é da mãe, nao sabe que o seio
pertence a mãe.
 Bebe integra a personalidade
 A sustentação ou holding protege contra a afronta fisiologica. O holding deve
levar em consideração a sensibilidade epidérmica da criança- tato, temperatura,
sensibilidade,- assim como o fato de que a criança desconhece a existencia de
tudo o que nao seja ela propria. Inclui toda a rotina de cuidados ao longo do dia
e noite. a sustentação compreende, em especial, o fato fisico de sustentar a
criança nos braços e que constitui uma forma de amar
 O holding feito pela mãe é o fator que decide a passagem do estado de não
integração, que caracteriza o recém nascido, para a integração posterior. O
vinculo entre a mãe e o bebe assentara as bases para o desenvolvimento saudável
das capacidades inatas do individuo.
 A falta de holding adequado provoca uma alteração no desenvolv. cria-se uma
"casca" (o falso self) em extensão da qual o individuo cresce, enquanto o
"nucleo" ( o verdadeiro self) permanece oculto e sem poder se desenvolver. O
falso self surge pela incapacidade materna de interpretar as necessidades da
criança.
 Imagem unificada de si- self

Inicialmente bebe junto com cuidado materno, não existe sozinho. Self diferente de ego,
self tem relação com a experiência de si, com a possibilidade de se perceber, ser alguém
ao longo do tempo. Para que isso aconteça, bebe não integrado e através do cuidado
materno e das experiências de satisfação (prazer) vai provocando a integração do ego
em um elemento mais coeso e integrado, ate que podemos chamar de self integrado.
processo chama integração.

PRE CONDIÇÃO PRA SE PERCEBER AO LONGO DO TEMPO - INTEGRAÇÃO

 HANDLING: cuidados fisicos, troca de fralda,


 A função materna handling permite a função de formação chamada
personalização
 A personalização é a formação da Noção de imagem corporal, quando bb
sabe q tem corpo diferente e reconhece as partes do corpo
 Segundo processo: personalização: localização do self no corpo, perceber que
seu corpo faz parte do self, seu self esta dentro do corpo, aspecto espacial da
Experiência de self, questão de localização, questão espacial do self em relação
ao corpo.

 3º função materna: apresentação do objeto, apresentação do bb ao mundo e


aos objetos, primeiro objeto seio, que representa alimento, primeira experiência
de satisfação, começa a interagir
 Na função materna de apresentação do objeto tem a função de formação que
tem a ver com relacionamentos interpessoais, descobre que não tem so a mãe
para se relacionar.
 Terceiro processo: apreciação da realidade, nao existe um eu sem o outro,
processo de descoberta do outro.
 A experiência de self contempla os 3 processos.

 Integração: experiências vividas por esse sujeito pode ser postas em um unico
lugar, o que acontece com a pessoa esta dentro do conceito de si. o q ocorre no
corpo do bebe e em torno, estão sobre o domínio do ego, ego esta percebendo q
faz parte dele.
 Integração significa que ego consegue colocar sob seu domínio as
satisfações, as experiências, as frustrações, isso consegue ser percebido
como parte de si, integrar- fazer esse si.
 Sem integração não da pra falar de personalização.
 Quando falamos em personalização temos que entender q tem pacientes q nao
localiza o self em si mesmo, e sim em outro.

Existem situaçoes de self de: nao integração, integração e desintegração.

 Desintegrar é perder o status de integração, desintegrar é uma agonia, não é


ansiedade, é pior. Desintegração como mecanismo de defesa frente a agonia de
perder o status de self
 Não integração pressupõe que nunca teve integração

 O impulso destrutivo que cria a qualidade de externalidade. Pela destruição dos


objetos que o bebê descobreo mundo como estando lá desde sempre. Para ele, a
agressividade tem o lado positivo de se usar o mundo externo, ela faz emergir no
bebê a distinção entreo que é eu e o que é não-eu. A agressividade para
Winnicott está no interior da teoria da integração. A função da agressividade é
permitir que o bebê saia do mundo subjetivo para o objetivo .Ela é um fator de
unificação,provoca o amadurecimento do indivíduo sem quebrar sua unidade
primária. A agressão é uma etapa necessária ao desenvolvimento. Para integrar
é necessário separar, por isso,a agressividade é um fator de integração.

 O inicio do surgimento do ego inclui inicialmente uma quase absoluta


dependência do ego auxiliar da figura materna e da redução gradativa e
cuidadosa da mesma visando à adaptação. Isto faz parte do que eu denomino
"maternidade suficientemente boa"; neste sentido o ambiente figura entre
outros aspectos essenciais da dependência, no meio do qual o lactente esta se
desenvolvendo.
 Obstáculo ao surgimento do ego produzido por falha no ambiente é a
dissociação que se verifica nos casos borderline em termos de self verdadeiro e
falso.

 Tendência antissocial: uma reação à perda de algo e não o resultado de uma


privação; neste sentido a tendência antissocial é própria do estagio de
dependência relativa (e não absoluta).O ponto de origem da tendência antissocial
no desenvolvimento da criança pode estar ate na latência, quando o ego já
adquiriu autonomia, possibilitando então a criança ser traumatizada.

 Sentimento de culpa: aspecto do desenvolvimento do sujeito. Influências


culturais são importantes, mas essas influencias podem por si só ser estudadas
como a superposição de inúmeros padrões pessoais.

o A chave para a psico social e de grupo é a do individuo.

 Em uma analise de individuo que sao oprimidos por um sentimento de culpa


(anormalidade do superego), vemos uma diminuição gradativa desta carga. Essa
diminuição do sentimento de culpa, segue a diminuição da repressão, ou a
aproximação do paciente ao complexo de édipo e a uma aceitação da
responsabilidade por todo o ódio e amor que isto envolve. isso nao significa que
o paciente perca a capacidade de um sentimento de culpa.

 Melancolia e neurose obsessiva: excesso de sentimento de culpa


 O sentimento de culpa, é uma forma especial de ansiedade associada a
ambivalência, ou da coexistência de amor e ódio.
 A criança estabelece a capacidade para o sentimento de culpa no primeiro ano de
vida.
 Não devemos procurar o sentimento de culpa nos estágios iniciais do
desenvolvimento emocional do individuo. O ego nao é suficientemente forte e
organizado para aceitar as responsabilidades pelos impulsos do id, e a
dependência é quase absoluta.
 Gradativamente a capacidade do sentimento de culpa se constrói no individuo
com respeito a sua mae, e isso esta intimamente relacionado com a oportunidade
de reparação. Quando se estabelece a capacidade de preocupação, o individuo
começa a se situar na posição de experimentar o complexo de Edipo, e de tolerar
a ambivalência que é inerente ao estagio posterior em que a criança esta
envolvida em relacionamentos triangulares entre pessoas.
 Em algumas pessoas há um impedimento do desenvolvimento emocional nas
fases iniciais, e consequentemente uma ausência de senso moral.

 A Capacidade de Ficar Só , representa um dos sinais mais importantes do


amadurecimento do sujeito.
 A base da capacidade de ficar só é a experiência de estar só na presença de
alguem. Criança com organização fraca do ego precisa de um apoio de um ego
consistente para poder ficar so.

 Na psicose infantil o id permanece total ou parcialmente externo ao ego, as


satisfações do id permanecem fisicas e tem o efeito de ameaçar a estrutura do
ego

 Cuidado paterno satisfatório pode ser classificado em 3 estágios:

a) holding

b) mãe e lactante vivendo juntos. Aqui a função do pai (ao lidar com o ambiente para a
mãe) não é conhecida da criança.

c) pai, mãe e lactante, todos vivendo juntos.

 O desenvolvimento do lactente durante a fase de holding


 É neste estagio que: processo primário, identificação primaria, auto-erotismo,
narcisismo primário.
 Nesta fase o ego se transforma de um estado não integrado em uma
integração estruturada, de modo que o lactente se torna capaz de
experimentar a ansiedade que é associada à desintegração.
 O resultado do progresso normal no desenvolvimento do lactente durante esta
fase é que ele chega ao que se poderia chamar "estado unitário". O lactente se
torna uma pessoa, com individualidade própria.

Na fase do holding o lactente é dependente ao máximo.

1- dependência absoluta: neste estado o lactente não tem meios de perceber o cuidado
materno

2- Dependência relativa: pode se dar conta da necessidade de detalhes do cuidado


materno, e pode de modo crescente relaciona-los ao impulso pessoal, e mais tarde, num
tratamento psicanalítico, pode reproduzi-los na transferencia.

3- Rumo a independência: o lactente desenvolve meios para ir vivendo sem cuidado


real. isto é conseguindo atraves do acumulo de recordações do cuidado, da projeção de
necessidades pessoais e da introjeção de detalhes do cuidado, com o desenvolvimento
da confiança no meio.

 Fase de holding também pode acontecer o ocultamento do núcleo da


personalidade.
 Isolamento do self central como uma característica de saúde. Qualquer ameaça a
esse isolamento do self verdadeiro constitui uma ansiedade maior este estágio
precoce e as defesas da infância mais precoce ocorrem por falhas por parte da
mae para evitar irritações que poderiam perturbar esse isolamento.
 Melhor defesa organização do falso self

 A ansiedade nos estágios iniciais do relacionamento paterno-infantil se relaciona


com a ameaça de aniquilamento.
 A esquizofrenia ou psicose em data posterior se relacionam com uma falha
da provisão ambiental.
 Falha cuidado materno - resultado é a continuidade de ser é interrompida, que
resulta o enfraquecimento do ego. Tais interrupções constituem aniquilamento, e
são evidentemente associadas a sofrimentos de qualidade e intensidade psicotica.

 As consequências de um apoio defeituoso ao ego por parte da mae podem ser


tremendamente devastadoras e incluem as seguintes:

a)esquizofrenia infantil ou autismo: contem doenças secundarias a lesão ou deficiencia


fisica do cerebro e inclui tambem algum grau de cada tipo de falha nos pormenores da
maturação inicial. nao há evidencia de doença ou defeito neurologico

b) esquizofrenia latente: a doença se releva na fragilidade do "exito". Pressão e tensão


próprias de estágios posteriores podem desencadear uma doença.

c)falsa autodefesa: o uso de defesas, especialmente a de um falso mas bem sucedido self

d)personalidade esquizóide

O desenvolvimento do ego é caracterizado por varias tendências ( como já explicado0

 A tendencia principal no processo maturativo está contida nos varios significados da


palavra integração. A integração no tempo se acrescenta ao que poderia ser
denominado de integração no espaço.
 O ego se baseia em um ego corporal, mas só quando tudo vai bem é que a pessoa do
bebê começa a ser relacionada com o corpo e suas funções, com a pele como
membrana limitante. Usei a palavra personificação para descrever esse processo, já
que o ego e o corpo, inclusive impulsos e satisfações do id.
 O ego inicia as relações objetais.

 Dependencia extrema: condições precisam ser boas, senão o lactente nao pode
iniciar seu desenvolvimento inato. Falha ambiental: dificiencia mental não organica;
esquizofrenia da infancia prredisposição a doença mental mais tarde.
 Dependencia: falha nas condições traumatiza. Falha ambiental: predisposição a
disturbios afetivos, tendencia anti-social.
 Mesclas dependencia- independencia: falha: dependencia patologica
 Independencia- dependencia: Falha: arrogancia, surtos de violencia
 independencia
 sentido social- falha: falta da responsabilidade parterna,

 A palavra preocupação é empregada de modo positivo um fenômeno que em seu


aspecto negativo é expresso pela palavra culpa.
 O sentimento culpa é a ansiedade ligada ao conceito de ambivalência e implica
certo grau de integração do ego do individuo que possibilita a retenção das
imagens de bons objetos concomitante com a ideia de destruição dos mesmos.

mãe-ambiente- recebe coisa boa

mãe-objeto- tensão crua do instinto

 preocupação- elo entre os elementos destruvos do relacionamento instintivo com


o objeto, e os outros aspectos positivos de se relacionar.

Periodo anterior ao Edipo.

 Se não há uma figura materna de confiança para receber o gesto de reparação, a


culpa se torna intoleravel, e a preocupação não pode ser sentida.
 O fracasso da reparação leva a perda da capacidade de se preocupar e a sua
substituição por formas primitivas de culpa e ansiedade.

Dependencia absoluta

dependencia relativa

rumo a independencia.: criança pre escolar


 O termo processo de maturação se refere à evolução do ego e do self, inclui a
historia do id, dos instintos e suas vicissitudes,e das defesas do ego relativas ao
instinto.

 Falso self pode ter uma função defensiva, que é a proteção do self
verdadeiro.
 Quando há problemas em uma falha ambiental, passagem de uma fase para
outra, pensamos em uma personalidade q se forma a partir de um falso self,
com objetivo de proteger o verdadeiro self.
 o falso self nao é o que sujeito é, mas o desejo do outro, a partir de algo q nao é
dele mas acredita que é, nao reconhcendo gera problema.
 Buscar o verdadeiro self é objetivo da analise, reconhecer o q é desejo seu e do
outro.
 REGREssão: momento da falha primordial, momento do desenvolvimento

primitivo.

 Delinquencia e psicopatia como resultantes de privação emocional real ou


fantasiada.

psicopatia: condição do adulto que é a delinquencia não curada.

Delinquente: alguem anti-social não-tratado.

 A criança privada de algo é uma criança que teve algo suficientemente bom,
e depois não teve mais, tendo havido então suficiente crescimento e
organização do individuo na ocasião da privação para essas privações
serem percebidas como traumaticas. Em outras palavras, no psicopata, no
delinquente e na criança anti-social : "o ambiente me deve algo".
 A classificação de delinquentes e psicopatas deve logicamente ser feita em
termos de classificação de falhas ambientais.
 Psicose como conectada a privação emocional no estagio anterior aquele em
que o individuo possa perceber a privação.
 Anti-social: individuo falha no estagio posterior, estagio de relativa
dependencia, estagio em que a criança tem a capacidade de perceber o fato
de uma privação real..
 Disturbio de carater manifestação clinica da tendencia anti-social

 Na perspectiva winnicottiana os estados depressivos expressam saúde em


potencial. Esses estados manifestam a existência de um si-mesmo verdadeiro,
mesmo que rudimentar, à procura de uma maneira de ser, existir e relacionar-se
sem grande comprometimento da espontaneidade.

 Os estados depressivos que contêm impurezas podem ser avaliados como


aqueles em que o ego é fraco, e por isso a depressão não se manifesta como
humor deprimido (característica da depressão experienciada por pessoas com
ego forte), mas se manifesta por meio de variadas defesas antidepressivas, pelo
mau humor ou pelo humor antissocial, muitas vezes associados à defesa
organizada do falso si-mesmo. O ponto comum a esses estados é o uso de
defesas para manter a integração.
 Uma grande diferença da visão de Winnicott das demais é que este entende que
a depressão, por mais intolerável que seja, é sinômino de saúde porque revela
que a unidade da Posição Depressiva foi alcançada. Ele defende que, mesmo
quando há quadros psiquiátricos e distúrbios afetivos severos, a intregração tem
sua assinatura no humor depressivo e nas defesas antidepressivas que se
instauram, pois isso demonstra haver indício de certo grau de amadurecimento e
força do ego (integração). O mal estar e desconforto decorrem da dificuldade de
aceitar os sentimentos de seu mundo interno. Embora os reconheça, não os
tolera. Denominada como reativa (simples ou patológica) ou psicótica.
 A esperança em si e no outro é a condição para a recuperação da depressão
reativa (DR), sendo essa, portanto, uma dica clínica a ser obervada no paciente.
A DR é entendida como “estados depressivos experenciados pelas pessoas que
alcançaram o concernimento, a capacidade para sentir tristeza e para reagir à
perda de maneira organizada”. Essa pessoa, ao passar pelo concernimento (no
estágio da dependência relativa), recebeu adequada provisão de cuidados
maternos até o alcance do EU SOU, quando é capaz de admitir e aceitar a
destrutividade como pessoal. A DR simples é passageira, parte do ciclo benígno,
é “conquista do amadurecimento, observada no retraimento e introspecção em
relação ao que é externo, e que ocorre diante da culpa, da preocupação ou
arrependimento a respeito do resultado das experiências institivas relacionadas
ao amor e à destrutividade”.
 Já a DR patológica surge como reação à perda, e é comparada ao luto. Não
decorre da perda em si, mas sim da incapacidade de lidar com esta devido a
dificuldade de assumir como pessoais os sentimentos e afetos, bons ou maus,
experienciados na ocorrência da perda. Winnicott assemelha esse tipo a neurose,
na qual pode-se realizar interpretação.
 Com relação a depressão psicótica (DP), esta é um distúrbio de afetividade, onde
o concernimento/círculo benigno não foi estabelecido ou, se foi, quebrou-se.
Ocorre uma desesperança pela incapacidade de buscar o objeto, é uma depressão
com impurezas, onde o humor está permanentemente alterado, pois a agressão, a
destrutividade e ambivalência nos relacionamentos geram dúvidas e confusões
que colocam em risco a integridade pessoal. Também reprimem por
incapacidade de suportar a culpa pelos maus sentimentos do mundo pessoal, que
o fazem atuar (com hipocondria, paralização como ex.). Os sujeitos com DP têm
foco em si mesmos, sendo desconfiados e reservados, com dificuldades de se
relacionarem e trabalhar, e precisam de assistência multiprofissional

 Principais coisas que ocorrem no crescimento emocional do lactente nas


semanas e meses mais precoces: integração, personalização, relações
objetais.

 É NA doença neurotica que encontramos os conflitos que são exclusivadamente


do individuo e relativamente livres de determinantes ambientais.
 É nos estagios iniciais que a base da saude mental do sujeito é estabelecida.Isto
envolve: processos de maturação, que são tendencias herdadas e as condições
ambbientais necessarias para os processos de maturação se realizarem.
 A falha da provisão elementar basica inicial perturba os processos de maturação,
ou evita que eles contribuam para o crescimento emocional da criança, e é esta
falha do processo de maturação, integração que constitui o estado de
doença q chamamos de psicotico.
 Posição intermediaria em que a provisão ambiental é boa de inicio mas
falha depois. Falha em um estagio que o individuo ainda não foi capaz de
estabelecer um ambiente interno- isto é, de ficar independente. Isto que
habitualmente é chamado de perda e não leva a psicose, leva ao
desenvolvimento no individuo de uma tendência anti-social, que pode por
sua vez forçar a criaça a ter um distúrbio de carater e se tornar um
delinquente

 Na base da tendência antissocial, há uma falha ambiental, ou melhor, uma


falha da “mãe ambiente”. Winnicott caracteriza a tendência antissocial
como um distúrbio, resultado de uma falha ambiental que acometeu a
relação mãe-bebê no estágio da dependência relativa.
 Na linha do amadurecimento, a tendência antissocial se localiza no estágio de
dependência relativa, quando já há uma integração, um Eu Sou constituído,
aproximadamente entre um e dois anos de idade. (WINNICOTT, 1979)
 A falha da mãe, para se constituir em um trauma, precisa acontecer de forma
sutil ao longo do tempo e se estabelecer como um padrão de comunicação na
relação mãe-bebê. A falha se estabelece como trauma, quando interrompe a
continuidade de ser do bebê. (WINNICOTT, cf., 1958c)
 Quando ocorre a tendência antissocial, aconteceu uma deprivação propriamente
dita (não uma simples privação), ou seja, deu-se a perda de algo bom, de caráter
positivo na experiência da criança até um certo momento, no qual este elemento
positivo foi retirado. (WINNICOTT, 1958c)
 A tendência antissocial tem, na sua origem, uma deprivação.
Diferentemente da privação que ocorre num momento anterior e mais
primitivo do amadurecimento emocional, a criança que sofre uma
deprivação já tem maturidade de ego suficiente para perceber que a falha é
do ambiente. A criança entende que algo lhe foi tirado e que a falha é
externa a ela – do ambiente.
 A tendência antissocial é, portanto, uma reação da criança à falha
ambiental. O comportamento antissocial ocorre quando a criança se enche
de esperança, na expectativa por uma reparação proveniente do ambiente
pelo dano que lhe foi causado. A deprivação inclui tanto o trauma (quebra
na continuidade de ser), como a situação traumática que se prolonga no
tempo.
 A etiologia da tendência antissocial compreende um período inicial de
desenvolvimento pessoal satisfatório e uma falha posterior do ambiente
facilitador;
 Ambiente desenpenha função de desenvolvimenta da criança para que ela possa
se integrar se separar da mae e criar autonomia. Com falha nesse ambiente-
dificuldades psiquicas
 psicose e neurose: falha no ambiente,
 neurose: falha q colabora para o autodesenvolvimento
 psicose: falha grave e criança nao consegue se integrar, se personalisar e se
relacionar com o outro

WINNICOTT, D. N. O brincar e a realidade.

 Sugiro que o padrão dos fenômenos transicionais começa a surgir por volta dos
quatro e seis aos oito e doze meses de idade.
 Objetivo transicional esta contido no termo fenômeno transicional (nao se limita
apenasa objetos).
 Durante a transição da fase dependência absoluta para a dependência relativa a
criança precisa lidar com a separação da mae para desenvolver sua autonomia e
com isso surge sentimento de angustia, o objeto transicional auxilia nesta
passagem, como suporte, este objeto pode ser um pano, urso, ou qualquer objeto
que a criança adote como aliviador de sua angustia, criança pode não adotar
objeto mais sim um comportamento, chupar dedo, balbuciar e por isso o nome
fenomeno transicional.
 objeto transicional perde sentido aos poucos
 É importante notar, contudo, que não há diferença digna de nota entre menino e
menina em seu uso da possessão original 'não-eu', que estou chamando de objeto
transicional.
 O fato de ele não ser o seio (ou a mãe), embora real, é tão importante quanto o
fato de representar o seio (ou a mãe). Quando o simbolismo é empregado, o bebê
já está claramente distinguindo entre fantasia e fato, entre objetos internos e
objetos externos, entre criatividade primária e percepção. Mas o termo objeto
transicional, segundo minha sugestão, abre campo ao processo de tornarse capaz
de aceitar diferença e similaridade. Creio que há uso para um termo que designe
a raiz do simbolismo no tempo, um termo que descreva a jornada do bebê desde
o puramente subjetivo
 O objeto transicional representa o seio, ou o objeto da primeira relação.
 . O objeto transicional precede o teste da realidade estabelecido.
 Na relação com o objeto transicional, o bebê passa do controle onipotente
(mágico) para o controle pela manipulação (envolvendo o erotismo muscular e o
prazer de coordenação).
 O objeto transicional pode acabar por se transformar num objeto de fetiche e
assim persistir como uma característica da vida sexual adulta
 A mãe, no começo, através de uma adaptação quase completa, propicia ao bebê
a oportunidade para a ilusão de que o seio dela faz parte do bebê, de que está,
por assim dizer, sob o controle mágico do bebe. O mesmo se pode dizer em
função do cuidado infantil em geral, nos momentos tranqüilos entre as
excitações. A onipotência é quase um fato da experiência.
 Desde o nascimento, portanto, o ser humano está envolvido com o problema da
relação entre aquilo que é objetivamente percebido e aquilo que é
subjetivamente concebido e, na solução desse problema, não existe saúde para o
ser humano que não tenha sido iniciado suficientemente bem pela mãe. A área
intermediária a que me refiro é a área que é concedida ao bebê, entre a
criatividade primária e a percepção objetiva baseada no teste da realidade. Os
fenômenos transicionais representamos primeiros estádios do uso da ilusão, sem
os quais não existe, para o ser humano, significado na idéia de uma relação com.
um objeto que é por outros percebido como externo a esse ser.

 principal tarefa da mãe (após propiciar oportunidade para a ilusão) é a desilusão.


Esta é preliminar à tarefa do desmame
 Os objetos transicionais e os fenômenos transicionais pertencem ao domínio da
ilusão que está na base do início da experiência. Esse primeiro estádio do
desenvolvimento é tornado possível pela capacidade especial, por parte da mãe,
de efetuar adaptações às necessidades de seu bebê, permitindo-lhe assim a ilusão
de que aquilo que ele cria existe realmente.
 O objeto transicional de um bebê normalmente se torna gradativamente
descatexizado, especialmente na medida em que se desenvolvem os interesses
culturais
 Não é o objeto, naturalmente, que é transicional. Ele representa a transição do
bebê de um estado em que este está fundido com a mãe para um estado em que
está em relação com ela como algo externo e separado.

 à medida que essa paciente começa a tornar-se uma pessoa total e a perder suas
dissociações rigidamente organizadas, o fantasiar começa a transformar-se numa
imaginação relacionada com o sonho e com a realidade.

 Winnicott se volta para o brincar, o verbo. não para a brincadeira, um


substantivo . como uma coisa a ser olhada em sua potencialidade própria. O
brincar como o concebe Winnicott não se limita às crianças apenas, mas se
estende aos adultos também.

 O modo como Winnicott concebe o brincar tem a ver com vários tempos. No
primeiro tempo, o bebê e o objeto estão fundidos. A visão que o bebê tem do
objeto é subjetiva. A mãe suficientemente boa se orienta para concretizar aquilo
que o bebê está pronto a encontrar. A isto Winnicott chama de criatividade
primária, que só é possível mediante uma ação digamos apaixonada da mãe na
direção de seu bebê , uma ação que só aos poucos vai se desfazendo. No
segundo tempo, o objeto é repudiado como não-eu, aceito de novo e
objetivamente percebido. Neste tempo, a mãe devolve ao bebê o objeto que ele
repudiou.
 A mãe oscila entre ser o que o bebê tem capacidade de encontrar e ser ela
própria, aguardando ser encontrada. Se a mãe tem razoável sucesso no exercício
destes papéis, então o bebê tem a experiência mágica da onipotência, o que o
prepara para a futura desilusão necessária. Quando a mãe tem uma relação de
sintonia inicial com o bebê, estabelece-se um ambiente de confiança e o bebê
brinca com a realidade. Trata-se de uma brincadeira muito prazerosa porque
neste jogo delicado da subjetividade emergente e dos objetos reais há uma
sensação de controle.
 Um estádio mais avançado fala da experiência de ficar sozinho na presença de
alguém. A criança brinca confiante de que a pessoa a quem ama está lá,
disponível, sustentando o brincar. A mãe é esquecida, mas quando lembrada, o é
como alguém que merece confiança e pode ser facilmente acessada. Assim, a
criança vai ficando pronta para a experiência de desfrutar de uma área de
superposição de duas áreas do brincar. Não só o bebê brinca e é observado; a
mãe brinca com o bebê também, no começo age de modo a não romper o
dinamismo da brincadeira infantil. Depois, a mãe pode introduzir plenamente o
seu brincar; a criança, por sua vez, pode experimentar relacionar-se com idéias
que não lhe são próprias.
 Tenho procurado demonstrar que o elemento masturbatório está essencialmente
ausente no momento em que uma criança brinca; ou em outras palavras, quando
uma criança está brincando, se a excitação física do envolvimento instintual se
torna evidente, então o brincar se interrompe ou, pelo menos, se estraga
 Brincar é fazer.
 brincadeira que é universal e que é própria da saúde: .o brincar facilita o
crescimento e, portanto, a saúde; o brincar conduz aos relacionamentos grupais;
o brincar pode ser uma forma de comunicação na psicoterapia; finalmente, a
psicanálise foi desenvolvida como forma altamente especializada do brincar, a
serviço da comunicação consigo mesmo e com os outros.

 Para uma aproximação à idéia do brincar, é útil pensar na preocupação que


caracteriza o brincar de uma criança pequena. O conteúdo não importa. O que
importa é o estado de quase alheiamente, aparentado à concentração das crianças
mais velhas e dos adultos. A criança que brinca habita uma área que não pode
ser facilmente abandonada, nem tampouco admite facilmente intrusões.
 Essa área do brincar não é a realidade psíquica interna. Está fora do
indivíduo, mas não é o mundo externo. A criança traz para dentro dessa
área da brincadeira objetos ou fenômenos oriundos da realidade externa,
usando-os a serviço de alguma amostra derivada da realidade interna ou
pessoal. Sem alucinar, a criança põe para fora uma amostra do potencial
onírico e vive com essa amostra num ambiente escolhido de fragmentos
oriundos da realidade externa.
 Há uma evolução direta' dos fenômenos transicionais para o brincar, do brincar
para o brincar compartilhado, e deste para as experiências culturais.
 O brincar é essencial porque nele o paciente manifesta sua criatividade. '
 É no brincar, esomente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode
ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo
que o indivíduo descobre o eu (self).

 O eu (self) realmente não pode ser encontrado no que é construído com produtos
do corpo ou da mente, por valiosas que essas construções possam ser em termos
de beleza, perícia e impacto. Se o artista através de qualquer forma de expressão
está buscando o eu (self), então pode-se dizer que, com toda probabilidade, já
existe um certo fracasso para esse artista no campo do viver geral criativo. A
criação acabada nunca remedia a falta subjacente do sentimento do eu (self).
 A criatividade que estamos estudando relaciona-se com a abordagem do
indivíduo à realidade externa. Supondo-se uma capacidade cerebral razoável,
inteligência suficiente para capacitar o indivíduo a tornar-se uma pessoa ativa e a
tomar parte na vida da comunidade, tudo o que acontece é criativo, exceto na
medida em que o indivíduo é doente, ou foi prejudicado por fatores ambientais
que sufocaram seus processos criativos.

 O impulso criativo, portanto, é algo que pode ser considerado como uma
coisa em si, algo naturalmente necessário a um artista na produção de uma
obra de arte, mas também algo que se faz presente quando qualquer pessoa
— bebê, criança, adolescente, adulto ou velho — se inclina de maneira
saudável para algo ou realiza deliberadamente alguma coisa, desde uma
sujeira com fezes ou o prolongar do ato de chorar como fruição de um som
musical. Está presente tanto no viver momento a momento de uma criança
retardada que frui o respirar, como na inspiração de um arquiteto ao
descobrir subitamente o que deseja construir, e pensa em termos do
material a ser utilizado,

 Bissexualidade: o elemento feminino expelido (split-off) num paciente


masculino.

 impulso destrutivo que cria a qualidade da externalidade

 A aniquilação significa 'ausência de esperança';

 Empreguei o termo 'experiência cultural' como uma ampliação da idéia dos


fenômenos transicionais e da brincadeira, sem estar certo de poder definir a
palavra 'cultura'. A ênfase, na verdade, recai na experiência.
 O lugar em que a experiência cultural se localiza está no espaço potencial
existente entre o indivíduo e o meio ambiente (originalmente, o objeto). O
mesmo se pode dizer do brincar. A experiência criativa começa com o viver
criativo, manifestado primeiramente na brincadeira
 Contudo, para o bebê (se a mãe puder proporcionar as condições corretas),
todo e qualquer pormenor de sua vida constitui exemplo do viver criativo.
Todo objeto é um objeto 'descoberto'. Dada ia oportunidade, o bebê começa
a viver criativamente e a utilizar, objetos reais, para neles e com eles ser
criativo. Se o bebê não receber essa oportunidade, então não existirá área
em que possa brincar, ou ter experiência cultural, disso decorrendo que não
existirão vínculos com a herança cultural, nem contribuição para o fundo
cultural.
 A 'criança privada' é notoriamente inquieta e incapaz de brincar,
apresentando um empobrecimento da capacidade de experiência no campo
cultural
 Experiência cultural, que é um derivado da brincadeira

 Tentei chamar a atenção para a importância, tanto na teoria quanto na


prática, de uma terceira área, a da brincadeira, que se expande no viver
criativo e em toda a vida cultural do homem. Essa terceira área foi
contrastada com a realidade psíquica interna, ou pessoal, e com o mundo
real em que o indivíduo vive, que pode ser objetivamente percebido.
Localizei essa importante área da experiência no espaço potencial existente
entre o indivíduo e o meio ambiente, aquilo que, de início, tanto une quanto
separa o bebê e a mãe, quando o amor desta, demonstrado ou tornando-se
manifesto como fidedignidade humana, na verdade fornece ao bebê
sentimento de confiança no fator ambiental.

 Para mim, o brincar conduz naturalmente à experiência cultural e, na


verdade, constitui seu fundamento.
 o brincar criativo e a experiência cultural, incluindo seus desenvolvimentos mais
apurados têm como posição o espaço potencial existente entre o bebê e a mãe.
Refiro-me à área hipotética que existe (mas pode não existir) entre o bebê e o
objeto (mãe ou parte desta) durante a fase do repúdio do objeto como não-eu,
isto é, ao final da fase de estar fundido ao objeto.
 É útil, portanto, pensar numa terceira área do viver humano, uma área que não se
encontra dentro do indivíduo, nem fora, no mundo da realidade compartilhada.
Pode-se pensar nesse viver intermediário como ocupando um espaço potencial, a
negar a idéia de espaço e separação entre o bebê e a mãe, e todos os
desenvolvimentos derivados desse fenômeno. Esse espaço potencial é
extremamente variável de indivíduo para indivíduo e seu fundamento está na
confiança que a mãe inspira ao bebê, confiança experimentada por um período
suficientemente longo, no estádio decisivo da separação entre o não-eu e o eu,
quando o estabelecimento de um eu (self) autônomo se encontra no estádio
incial.

Você também pode gostar