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Estudar o bebê e sua mãe como uma “unidade psíquica”,

o que permitiu observar constelação mãe-bebê, e não como dois seres puramente distintos

AS 3 CONDIÇÕES BÁSICAS DA VIDA PSÍQUICA NORMAL EM WINNICOTT

Existem 3 condicoes basicas nosso funcionamento psíquico e precisam ser estabelecidos no inicio da vida

Temos potencial para desenvolvimento mas precisamos de um ambiente facilitador

Para acolher esse potencial e condicoes que favoreçam

Integração = tornar algo que a principio não esta integrado em algo inteiro uno

Quando nascemos nossa experiencia psquica é fragmentada no inicio da vida a criança se sente espalhada tempo localizacao espacial

E tudo isso só acontece se for possivel oferecer ao bebe continência = como um copo que reune as experiencias que é o cuidado
oferecido pela mae

Quando o bebe pode usufruir da estabilidade ambiental , isso vai proporcionando as experiencias de ser um inteiro localizado no tempo
e espaço

2 condição = personalizacao = a experiencia de se saber existente no proprio corpo identidade com o proprio corpo os cuidados
corporais oferecidos pela mae vai dando ao bebe essa sensacao de estar no proprio corpo

3 condicao basica da vida psiquica = realizacao descreve que existe um mundo externo para alem de mim eu não sou esse mundo e ele
existe independente de mim

No inicio da vida o bebe tem a ilusao de onipotencia acredita que tem o poder sobre as coisas

Ter o seio a disposicao faz o bebe ter a falsa ilusao de que controla o mundo mas a medida que a mae começa a demorar um pouco mais
para apresentar o seio para o bebe e ele passa a ser desmamado ele ai se dando conta que o mundo externo existe e não é controlado
por ele

Nascemos com potencial mas o ambiente precisa criar as condições

O ambiente facilitador é a mãe suficientemente boa, que atende ao bebê na medida exata das necessidades deste, e não de suas
próprias necessidades.

Esta adaptação da mãe, permite ao bebê ser capaz de ter uma experiência de onipotência e cria a ilusão necessária a um
desenvolvimento saudável.

Outro conceito importante na obra de Winnicott, de “Preocupação Materna Primária” refere-se a um estado de retraimento da mãe e
é necessário para que ela possa estar envolvida emocionalmente com seu bebê.
O bebe esta sustentado dentro dos cuidados ambientais o que existe no inicio não é uma unidade ainda tentando ser graças a uma
sustentacao ambiental

Cuidado suficientemente bom implica falhas e falhas que vao deixar espaço necessario para que o gesto criativo do bebe apareça

O bebe ainda não se identifica com a mae porque esta se construindo mas a mae consegue identificar com bebe a dependencia não
implica na identificacao para o bebe

Ele diz que por mais que o id possa vir antes aquilo que não é experienciado e integrado pelo ego é perdido não tem a funcao de
fortalecimento do self

Quando o eu primitivo consegue alcançar um grau elevado de maturidade as experiencias do id vao fortalecer ao inves de amearçar

A mae entra no periodo de preocupacao materna primaria no final da gestacao ela fica identificada com bebe só fala dele só tem
atencao para isso e isso permanece ate algumas semanas após nascimento

Mae suficientemente boa

Ela se adapta aquilo que é necessario para o bebe

Fazendo o que é suficiente para aquele momento nem a mais nem a menos

A mae lida com a realidade e poupa o bebe de lidar com a realidade o mundo externo

Vai chegando em pequenas doses

Para Winnicott, o potencial inato de crescimento num bebê se expressava em gestos espontâneos.

Para Winnicott, o potencial inato de crescimento num bebê se expressava em gestos espontâneos. • Se a mãe responde
apropriadamente a esses gestos, a qualidade da adaptação proporciona um núcleo crescente de experiência para o bebê, que resulta
num senso de completude, força e confiança, que ele chama de “verdadeiro self”. • Este permite ao bebê lidar com posteriores
frustrações e fracassos relativos;

verdadeiro self”

Quando há uma falha ambiental na passagem de uma fase para outra pensamos em uma personalidade que se forma a partir do falso
selfie o sujeito passa a ter o verddeiro selfie formado a partir do falso sielfie com o pbjetivo de proteger o verdadeiro selfie

O falso selfie não é o que o sujeito é mas o desejo do outro a partir de algo que não é dele

Mas que ele acredita que é não reconhecendo que não é dele isso gera conflito na vida do sijeito

Buscando o verdadeiro selfie o sujeito tem a oportunidade de discerner o que é dele e do outro

No desenovlvimento primitivo onde houve essa falha buscar na regressao


Na analise o analista age como mae suficientemente boa nos primeiros anos de desempenhando as funcoes maternas que não foram
feitas de maneira adequada promovendo holding durante a analise vai trazer toda a funcao materna

Ambiente e maternagem a importancia da mae e o ambiente proporcionar sentimento de continuidade do ser e isso só e possivel
quando a mae no ambiente da suporte necessario para o bebe

Quando esse sentimento de continuidade de ser for frequente o bebe experimenta essa sensacao de continuidade do ser que da
origem ao verdadeiro selfie

Do contrario surge o falso selfie que protege o verdadeiro

adaptar-se e submeter-se às “invasões” da mãe, isto é, às iniciativas e exigências dela, e sua espontaneidade é gradualmente perdida.

Winnicott chamou este desenvolvimento defensivo de “falso self”. Quanto maior o “desajuste” entre mãe e o bebê, maior a distorção e
interrupção no desenvolvimento da personalidade deste.

• Para Winnicott, a psicopatia ou tendência anti-social caracteriza-se como um transtorno no qual a falha ambiental tem um
importante papel.

Enfase funcao materna

Mae suficientemente boa ou ambiente - atua na medida mas permite independencia ela precisa fallhar para que esse bebe se
constitua pelas falhas tambem

Preocupacao materna primaria - capacidade de estar disponivel e atenta as necessidades mesmo cansada ela desenvolve a
capacidade de perceber a criança permanecendo em um estado psiquico diferente que descreve como loucura maes que depois volta
ao normal

Quando uma mae suficientemente boa apresenta caracteristicas de uma mae insuficientemente boa ? Internacao da criança, não
pode estar nomomento do choro

Mae insuficientemente boa ou ambiente - é aquela que não esta atenta as necessidades do bebe o bebe frequentemente não tem suas
necssidades atendidas ou bebes cuidado por muitas pessoas e sem rotina

Propoe duas fases

Dependencia absoluta - 0 a seis meses corresponderia esquisoparanoide melanie klein

Dependencia relativa 6 meses a 1 ano começa a se separar da mae e se relacionar com ambiente

Nessa fase acontece o complexo de edipo e para melanie seria a posicao depressiva
binômio psique-soma

3 funcoes maternas principais

Holding - acolhimento protecao sustento fisico e psquico vai integrando a personalidade se percebendo uma pessoa a patir do doutro
/ se não aocnece a criança tem a sensacao de estar caindo

A funcao de formacao que a funcao materna holding proporciona = integracao

Handling - refere-se aos cuidados fisicos troca de fraldas nomear partes do corpo

A funcao de formacao que a funcao materna handling proporciona é chamada personalizacao é justamente a formacao de imagem
corporal é quando o bebe sabe que tem um corpo diferente e reconhece as partes do corpo

A terceira funcao materna é a apresentacao do objeto apresentacao do mundo e objetos a mae faz a apresentacao do primeiro objeto
que é o seio que representa o alimento

E depois vai tendo outras experiencias de satisfacao

Na funcao materna de apresentacao do objeto temos a funcao de formacao que tem haver com relacionmanetos interpessoais

Teoria do Amadurecimento

Dois aspectos

Potencial inato - todos temos potencial inato mas para que seja desenvolvido precisa de um ambiente facilitador

Ela não descarta a importancia do pai mas propoe a relacao entre mãe e bebe

Se ela não é criada em um ambiente saudavel cria um falso selfie

Ambiente facilitador

Quando bebe nasce é um aglomerado sensações

Para ele não existe ego só esse conjunto generalizado de ocorrencias sensoriais e motoras

A possibilidade do nascimento do ego esta no encontro do cuidador com bebe

Fase dependencia absoluta - 0 a 6

Entra em um processo chamado preocupacao materna primaria estado de total conexao bebe

Se anula as suas necessidades e foca nas do bebe


Mae suficientemente boa = compreende necessidades bebe / se conecta com ele entende as necessidades mas falha as vezes a
perfeicao atrapalharia o desenvolvimento do bebe

Oferece um bom holding , handling , apresentacao do objeto

Holding = sustentar segurar fisicamente e emocionalmente

É a mae boa que nos leva ao nosso estado de integracao

Handling = cuidados necessidades basicas higiene e atencao feita de maneira afetuoso não mecanica operacional

Apresentacao objeto - estar atento ao gesto espontaneo do bebe oferecer a necessidade do momento se é o frio oferercer cobertor ..
Etc

Dependencia relativa - 6 a 2 anos

Mae não suficientemente boa - excesso de cuidados ou falta de cuidados

A perfeicao ou a negligencia

Falhas frequentes em falta ou perfeicao vao configurar um tipo de sofrimento psiquico

A angustia e o medo do bebe - estao relacionados a sobrevivencia psiquica e a identidade quem eu sou

O holding e handly ajuda na sensacao de medo de morrer

Porque ele ainda não é um ser integrado e vamos tentar integrar

Holding relacionado a integração

Handly personalizacao / afeto quem sou eu se sente desejado e estimado

Apresentacao objeto = realidade - porque a mae apresenta o seio e outras coisas da realidade não cria da cabeça

Na dependeia absoluta ele acha que ele e a mae são uma coisa so

Manejo = proposta para quem não teve sse processo de integracao da forma adequada holding / handly e apresentacao do objeto

Na fase de dependencia relativa de 6 meses a dois anos

Fenômenos transicionais = objetos e gestos quando ele sai da depende absoluta para relativa ele precisa se desgrudar da mae
Ai entra objetos e gestos que representa a mãe e ai ele vai desenvolvendo o holding handly

O medo agora é o de separacao da mae cuidadora e medo da ambivalencia amor e odio

Como esta vivendo o processo de separacao

O fato de agora ter que esperar para necessidade ser atendida vai gerando a raiva no bebe

Ele ama e odeia o mesmo objeto porque hora ele atende e hora não

Quando acontecem falhas frequentes negligencias ou excesso

Tendencia inata amadurecimento = homem como ser temporal = todos fenômenos são desdobramento explicitação natural na forma
de estagio ou etapas

Amadurecer: unificar-se e responder por um eu

u Supera duas tendências da psicanálise tradicional: a que supõe a constituição do eu primitivo e o contato com a realidade e; a ideia
de divisão, ou de que a dinâmica essencial do homem pode ser descrita por pulsões.

Winnicott introduz uma fase que ainda não há um eu constituído, mas um ser não-integrado que emerge num estado de solidão
essencial.

Um processo de integração bem sucedido, levará a coexistência de dois extremos: a solidão essencial e a comunicação e encontro com
o outro, com a realidade externa

PROCESSO DE AMADURECIMENTO PESSOAL

Algum momento após concepcao continua longo vida

Duas etapas:

Dependencia absoluta = 0 a 6 meses = solidao essencial , experiencia nascimento e estagio primaeira mamada teorica ( exp iniciais a
partir das mamadas concretas)

Dependencia relativa = 6 m a 2 anos

Desilução e inicio processos mentais

Transicionalidade

Uso objeto

Estagio eu sou

Após isso caminha rumo independencia

Concernimento = estabelecer-se como pesssoa inteira


Estagios da dependencia relativa: 7) O estágio edípico; 8) O de latência; 9) A adolescência; 10) O início da vida adulta; 11) A adultez; 12) A
velhice e a morte.

A unidade do eu integrado inicia-se na fase eu sou - esta separado mae e tornou-se proprio si mesmo

Amadurecimento não é sinonimo de progresso

A existência psicossomática: a soma, a psique e a mente

distingue amadurecimento pessoal do crescimento corpóreo.

Amadurecimento pessoal - experiências do viver

uA Soma é o corpo vivo, que vai sendo personalizado à medida que é elaborado imaginativamente pela psique

A primeira tarefa da psique é a elaboração imaginativa das funções corpóreas

Fantasia é uma função mental, que utiliza de introjeção e de projeção. No entanto, a extrema imaturidade do bebê não permite que ele
suponha operações sofisticadas.

A imaginação é uma elaboração do real, enquanto que a fantasia é uma criação a partir da memória

Para Winnicott (diferente de Freud) a integração do corpo e do ego não é automática, requer a facilitação do ambiente sustentador e
esta conquista pode ou não acontecer.

HEREDITARIEDADE

2 SENTIDOS = tendencia amadurecimento principal herança humano / e a biologica

Fatores herdades ambientais e experiencia psique individual

As tendencias hereditarias de um bebe fatores externo a eles

A hereditariedade física é cabível, mas não determinante.

Estado de não-integração dos estágios primitivos

Ainda não é uma unidade, seus aspectos ainda estão desconectados – como que espalhados

falta de integração no tempo e no espaço.

Se cuidado adequadamente, a não-integração é um estado natural

A relação mãe-bebê: a dependência absoluta


estágio iniciais, o bebê encontra-se a maior parte do tempo no estado de nãointegração, em situação de dependência absoluta – o que
é possível graças à adaptação absoluta da mãe.

dependência absoluta refere-se ao fato de o bebê depender inteiramente da mãe para ser – do modo como é, como pode ser, nesse
momento inicial e para integrar-se numa unidade.

A dependência embora implique na existência de um outro, esse ainda não é um objeto – para Winnicott o bebê ainda não percebe ou
deseja objetos – a mãe é parte da criança.

O conceito de ambiente para Winnicott: uA) não é externo nem interno; uB) é a instância que sustenta e responde a dependência: o
bebê necessita do outro – que ainda não é um outro separada ou externo a ele

Caracterização adicional do ambiente facilitador: a mãe suficientemente boa e o pai do bebê

O ambiente facilitador é no início a mãe suficientemente boa.reconhecer e atender à dependência do bebê,

preocupação e dos cuidados efetivos de uma mãe real,

A mãe suficientemente boa é devota ao bebê – sem sentimentalismos, pois devoção é o envolvimento total para cuidar do bebê. O
sentimentalismo é inútil, pois nega o ódio e a agressividade inconsciente que são subjacentes ao esforço construtivo de criar um filho.

Winnicott afasta a idealização das figuras paternas e maternas

DEPENDENCIA ABSOLUTA

Estagiios primitivos = vida intrauterina / nascimento / pos nascimento / 1 mamada teorica

Analogia bolha = pressao externa adaptada interna = bebe continua existindo

Se pressao exterior maior ou menor interior = bolha reage instrusao (impingemente)/ modifica reação ambiente

Se o bebe acorda por iniciativa do ambiente = padrao intrusivo

A reação à invasão (reatividade) quebra a continuidade de ser, pois o bebê está reagindo e não sendo.

Se o contato é feito pelo gesto espontâneo do bebê, as experiências são sentidas como reais, enquanto que a intrusão subtrai algo da
sensação de um viver verdadeiro e, só poderá ser recuperada por meio do retorno ao isolamento e à quietude
Vida extrauterina

são significativos: Respirar e a ação da gravidade.

A primeira mamada teórica

Para Winnicott não são as experiências orais, sexuais ou de zona erógena e sim, o começo do contato com a realidade e o início da
constituição de um si-mesmo.

Neste estágio, há três tarefas: 1) A partir da não integração, a realização de experiências de integração 2) O alojamento gradual da
psique no corpo (personalização) 3) Início das relações objetais, que culminará na criação e no reconhecimento da existência de um
objeto externo e de um mundo externo (realização

Para que as tarefas sejam resolvidas com sucesso, são necessários cuidados maternos específicos: • A integração no tempo e no
espaço corresponde ao segurar ou sustentar (holding); • O alojamento da psique no corpo é facilitado pelo manejo (handling); • O
contato com objetos (apresentação do objeto – objectpresenting)

confiabilidade ambiental significa previsibilidade: amantém regulares e constantes ela mesma e o ambiente.

Por manter o ambiente monótono, previsível constante, provê a ilusão de onipotência que é a base da “crença em” (believe in). e
“acreditar em”.

O conceito de criatividade originária é inédito na Psicanálise, pois altera a ideia de que a base do psiquismo seria apenas pela
introjeção e projeção

a primeira mamada teórica – é o bebê que cria o mundo, o seio, a mãe.

Criatividade =indivíduo se relaciona com o sentido da realidade que caracteriza um dado momento no processo de amadurecimento

O bebê alterna seus estados em dois: tranquilos e excitados

Excitados :“encontrar algo em algum lugar”

discorda que o bebê ao ser amamentado está tendo um satisfação de uma força pulsional, ele está tentando ser

• 1 – Os instintos vão e voltam – não são do bebê; • 2 – a excitação leva à expectativa de realização (tal como em qualquer animal), no
caso humano, passam pela elaboração imaginativa; • 3 – exigência para ação (é um gesto e não uma meta)

O cuidado materno correspondente a essa tarefa de alojamento da psique no corpo é o manejo (handling). • O manejar faz parte do
segurar total (holding), mas referese especificamente ao segurar físico
Relações objetais

O início da relação objetal – com objetos subjetivos – acontece nos momentos de excitação do bebê.

O cuidado materno é o de apresentar o objeto

Manter a ilusão de onipotência e preservar o mundo subjetivo implica evitar que o bebê seja surpeendido com um sentido de realidade
para o qual ainda não está preparado

Dependência relativa

Estágios de desilusão, desmame e início das funções mentais

Desilusão = a desadaptação gradual da mãe com relação as necessidades

desadaptação da mãe é imprescindível para o início do rompimento da unidade mãe-bebê

Oque o bebê deixa para trás ao amadurecer não é a ilusão básica (o mundo pode ser criado pessoalmente), mas a ilusão de onipotência
(não é ela quem cria o mundo e que ele existe independente dela)

saber que não é mental, mas advindo da crescente familiaridade com as sensações do corpo e com as coisas do ambiente

Atitudes para o amadurecimento:

Existencia continuada condições dependencia

Provisao de oportunidade separa mae e liga familia

Transicionaliade - movimento sair e libertar-se / realidade subjetiva concebida para realidade objetiva percebida

Eu sou - existencia separado mundo

Passagem adaptacao absoluta para relativa = objetos transacionais funcao amparo substituindo mae desadapta e desilude

Estagio uso objeto = percebidos ocmo externo

• Uso do objeto – só pode ser descrito levando-se em conta a realidade externa e independente do objeto.
Estagio eu sou = conquista unidade eu integrado / sentimento real existir identidade /1ano e 6

Integracao personalidade 2 e 3 anos

Estagio do concernimento = pertencem / se relacionar como inteiro

mãe não desistir de exercer seu papel no processo de desilusão: ela suporta ser odiada.

Independencia relativa

Estagio edipiano = vivencia angustia = identidade unitaria

Relacionar de forma triangular interpessoal

Idade adulta 4 tarefas;

1- continuar amadurecendo

2-preservar maturidade social

3- aceitar impotencia e imperfeições

4- envelhecer e morrer

Volta origem = amadurecimento com o momento crucial (solidão essencial)

Sair do estado no não-ser -------- VIVER ------- morrer (grande retorno ao não ser)

Bebê no colo da mãe • Constituição do ser e acesso aos sentimentos de realidade • Etapas como aquisição de estrutura de
personalidade. Não são automáticas. O “Conflito” é estar vivo e ter que ser para amadurece

Não há funções isolada e sim a tendência a existir como uma unidade • Pré-genital, fálica e genital • Não é automática, depende do
ambiente facilitador como experiências concretas • O bebê não tem desejos, nem raiva porque não tem a noção de externalidade. • O
bebê morde quando está excitado e não frustrado

Bom é aquilo que é real (prazeroso ou não) • Ruim é quando é falso • Criatividade – sublimação da libido • Brincar é criar o mund

3 Fases

1- fund analise criança/ complexo edipo e superego

2- conceito posicao depressiva/ mecanismo defesa maniaca

3- estagio primitivo - posicao esquizo paranoide


1. Posição Esquizo-Paranóide: primeiros meses , a criança percebe o mundo de forma dicotômica, como bom ou mau. Há uma
tendência a dividir os objetos em objetos bons e maus e a experimentar ansiedade persecutória.

2. Posição Depressiva: Nesta fase subsequente, a criança começa a integrar seus objetos internos, reconhecendo que o mesmo objeto
pode ser bom e mau em momentos diferentes. Isso envolve um maior grau de maturidade emocional e empatia.

Inconsciente infantil

Estados Maníaco-Depressivos

❖Primeira fase: Estabeleceu os fundamentos da análise com crianças e delineou o Complexo de Édipo e o superego até as raízes
primitivas do seu desenvolvimento. ❖segunda fase: Formulação do conceito da posição depressiva e dos mecanismos de defesa de
maníaca ❖Terceira fase: ocupou-se do estágio mais primitivo – posição esquizo-paranoide

conceito estrutural de posição

relacionam com o mundo e os outros. Existem três posições principais na teoria de Melanie Klein:

1. Posição Esquizoparanoide: mundo como dividido entre o bom e o mau, com fortes sentimentos de amor e ódio. É uma fase inicial de
desenvolvimento psicológico em que predominam sentimentos de paranóia e suspeita.

2. Posição Depressiva: Na posição depressiva, as pessoas começam a integrar seus sentimentos ambivalentes e a entender a
complexidade das emoções. Elas podem sentir tristeza e culpa por danos imaginários causados a objetos amados.

3. Posição Genital: Essa é a posição em que a pessoa desenvolve uma compreensão mais madura e equilibrada das emoções e dos
relacionamentos. É caracterizada pela capacidade de lidar com conflitos de forma mais adaptativa.

Não são lineares esses estagios

❖Posição: não entra em conflito com o conceito da teoria estrutural, mas busca definir a estrutura real do superego e do ego, bem
como os seus relacionamentos nos termos das posições esquizoparanoide e depressiva.

Na análise com crianças, nova ferramenta: técnica do brincar (a partir do jogo do carretel)

Compreensao das emoções e conflitos no meio do jogo , acritava crianças expressava emoções e sentimentos por meio do brincar

❖Diferença da técnica com adultos – associação livre.

inconsciente inato da existência da mãe

Tudo que é bom ou mau, vêm à mente do bebê, como oriundos da mãe. Tudo isto leva a dupla atitude, mesmo sob melhores condições
possíveis
Self e ego: Para Freud, o ego é a parte organizada do self, constantemente influenciado por impulsos instintivos, porém mantendo-os
sob o controle da repressão. O ego também se relaciona com o mundo externo. ▪ O Self é utilizado para abranger toda a personalidade
(ego, id, superego) ▪ MK considera que o ego existe e opera desde o nascimento, além das funções acima, tem como tarefa se defender
da ansiedade provocada pela luta interna e influências externas.

Claro, vou fornecer os conceitos de "ego" e "superego" na teoria psicanalítica de Sigmund Freud:

1. Ego: O ego, na teoria de Freud, é uma das três partes da mente humana, juntamente com o id e o superego. O ego age como um
mediador entre as demandas conflitantes do id, que representa impulsos e desejos primitivos, e o superego, que representa a moral e
os valores internalizados da sociedade. O ego busca equilibrar essas demandas conflitantes e tomar decisões racionais para satisfazer
as necessidades do id de forma socialmente aceitável.

2. Superego: O superego é a segunda parte da estrutura da mente proposta por Freud. Ele representa a consciência moral e as normas
internalizadas da sociedade. O superego age como um crítico interno, julgando o comportamento do ego com base em padrões morais
e éticos. Ele se desenvolve ao longo do tempo por meio da socialização e educação, incorporando os valores da cultura e da família.

1. Introjeção (ou internalização): A introjeção é o processo pelo qual uma criança absorve ativamente as características, sentimentos e
qualidades de uma pessoa ou objeto externo em seu mundo interno. Isso pode envolver identificação com figuras parentais ou
cuidadores, onde a criança incorpora elementos de sua personalidade ou atributos em seu próprio self. Através da introjeção, a
criança forma representações internas do mundo externo.

2. Projeção: A projeção é o oposto da introjeção. É o processo pelo qual uma criança atribui seus próprios sentimentos, desejos,
pensamentos ou impulsos a outra pessoa ou objeto externo. Por exemplo, uma criança pode projetar sentimentos de raiva ou
ansiedade em um brinquedo ou em outra pessoa. A projeção é uma maneira de lidar com conflitos internos, transferindo-os para o
mundo externo.

A introjeção e a projeção operam desde o início da vida pós-natal como algumas atividades do ego. A introjeção significa que o mundo
externo, seu impacto, as situações vivenciadas e os objetos não são apenas vivenciadas como externos, mas são levados para dentro
do self, passando a fazer parte de seu interior.

Introjeção e projeção continuam na vida e transformam-se no decorrer da maturação

Os processos de projeção e introjeção devem ser considerados como fantasias inconscientes.

onceituação do desenvolvimento psíquico diferente de Freud. Ela sugeriu a noção de posição, dando a elas o nome de
“posição esquizoparanóide” e “posição depressiva”, que revolucionaram as teorias psicanalíticas.

As características da Posição Esquizoparanoide

Segundo Klein, o bebê nasce imerso na posição esquizoparanóide, cujas principais características são: a fragmentação do ego e a
divisão do objeto externo (a mãe) ou, mais particularmente, de seu seio, já que este é o primeiro órgão com o qual a criança
estabelece contato.

Segundo Klein, o bebê nasce imerso na posição esquizoparanóide, cujas principais características são: a fragmentação do ego e a
divisão do objeto externo (a mãe) ou, mais particularmente, de seu seio, já que este é o primeiro órgão com o qual a criança estabelece
contato.

Desta forma, tem-se o seio bom e o seio mau. O primeiro é aquele que a gratifica infinitamente. Enquanto isso, o segundo somente lhe
provoca frustração, despertando a agressividade e a realização de ataques sádicos dirigidos à figura materna (Simon, 1986).
A partir da elaboração e superação desses sentimentos, tem início a posição depressiva. Ela tem como principais atributos a
integração do ego e do objeto externo (mãe/seio), sentimentos afetivos e defesas relativas à possível perda do objeto em decorrência
dos ataques realizados na posição anterior.

Estas posições continuam presentes pelo resto da vida. Porém, elas se alteram em função do contexto, embora a posição depressiva
predomine em um desenvolvimento saudável (Simon, 1986).

A imaturidade do ego do bebê

A posição esquizoparanoide ocorre do nascimento até os seis meses, mais ou menos. Desde o nascimento, o ego imaturo do bebê é
exposto à ansiedade provocada pela polaridade inata dos instintos de vida e de morte. Além disso, também provoca ansiedade a sua
exposição ao impacto da realidade externa.

É na posição esquizoparanoide que ocorre a primeira relação do bebê com o seio materno, que é “mau” e “odiado”. Veremos, então,
como funciona a formação do seio mau.

Sob o impacto do instinto de integração é afastada e ocorre uma desintegração defensiva. Quando o ego é confrontado com a
ansiedade produzida pelo instinto de morte, ele se divide. Com isso, acaba projetando a parte que contém o instinto de morte para o
objeto externo original, que é o seio. Importante ressaltar que só reconhece um outro ego, o ego já formado.

Sendo assim, o bebê, com o seu ego imaturo dotado apenas de fantasias primitivas e instintivas, não vê a pessoa da mãe ou do pai. Para
esse bebê, tudo se resume ao seio, pois é com o seio sua primeira relação.

O início da posição depressiva

A posição depressiva é posterior à posição esquizoparanóide. Ela ocorre por volta dos quatro meses e é progressivamente superada
durante o primeiro ano de vida. No entanto, ainda pode ser encontrada durante a infância e reativada no adulto, particularmente nas
situações de luto e estados depressivos.

Com o desenvolvimento do ego do bebê, ele vai progressivamente percebendo que o mesmo objeto que odeia o “seio mau” é o mesmo
objeto que ama o “seio bom”. Seu ego já tem maturidade suficiente para perceber que ambos os registros fazem parte de uma mesma
pessoa.

Dessa forma, a clivagem “ou cisão” do objeto vai sendo abrandada, pois agora há a percepção de que as pulsões libidinais e hostis estão
sendo direcionadas ao objeto em sua totalidade. Portanto, isso desencadeia um outro processo.

A angústia da separação no bebê

Com essa percepção, a angústia recai de forma diferente, pois o bebê percebe como perigo iminente a perda da mãe, em consequência
o sadismo experimentado por ele nesta fase. O bebê teme perder o seio bom, pois fantasia que seus ataques de ódio e voracidade o
possam ferir ou aniquilar.

Esse medo da perda do objeto bom do objeto bom é chamado de ansiedade depressiva. Essa angústia é combatida pela utilização de
mecanismos de reparação. Como exemplo, citamos o que ocorre quando o objeto amado é introjetado de forma estável e
tranquilizante.

É na posição depressiva que o bebê adquire a capacidade de amar e respeitar os objetos como distintos e separados dele. Melanie
Klein diz que o psiquismo possui um funcionamento dinâmico entre as posições esquizoparanoide e depressiva. Elas têm início no
nascimento e terminam com a morte.

As neuroses, esquizofrenias e depressão são afastadas a partir dessas duas posições. Dessa forma, na análise Kleiniana, não adianta
trabalhar o sintoma se não trabalhar os processos que levaram ao seu surgimento. Esse processo envolve as ansiedades do tipo
persecutória e depressiva.
O bebê nasce imerso na posição esquizo-paranoide, cujas principais carac¬terísticas são: a fragmentação do ego; a divisão do objeto
externo (a mãe), ou mais particularmente de seu seio, já que este é o primeiro objeto com o qual a criança estabelece contato, em seio
bom e seio mau – o primeiro é aquele que a gratifica infinitamente e o segundo é aquele que somente lhe provoca frustração –; e a
agressividade e a realização de ataques sádicos dirigidos à figura materna.

De <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272008000200007>

A posição depressiva emerge com a elaboração dos sentimentos caracterís¬ticos da posição anterior. Seus principais atributos são:
integração do ego e do objeto externo (mãe/seio), sentimentos afetivos e defesas relativas à possível perda do objeto em decorrência
dos ataques realizados na posição anterior. Estas posições continuam presentes pelo resto da vida, alternando-se em função
do contexto, embora a posição depressiva predomine em um desenvolvimento saudável (SIMON, 1986).

De <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272008000200007>

Klein amplia a noção de inconsciente ao propor que este é habitado sobretudo por fantasias inconscientes consideradas por ela
representantes mentais das pulsões instintivas

De <https://www.sbpsp.org.br/blog/quem-foi-melanie-klein/>

Na perspectiva kleiniana, todo impulso instintivo é dirigido a um objeto, palavra técnica que designa uma representação mental de
uma pulsão ou instinto.

De <https://www.sbpsp.org.br/blog/quem-foi-melanie-klein/>

Na perspectiva kleiniana, todo impulso instintivo é dirigido a um objeto, palavra técnica que designa uma representação mental de
uma pulsão ou instinto.

De <https://www.sbpsp.org.br/blog/quem-foi-melanie-klein/>

A mãe, ou sua representação parcial como seio alimentador, se constitui nesse sentido no primeiro objeto interno do bebê, podendo

adquirir qualidades boas ou más conforme a função exercida. Tomemos como exemplo o caso de um bebê com fome. Este sente fome

como parte de seu funcionamento fisiológico. Esta fome também é vivenciada no mundo psicológico dentro de uma subjetividade que

está se constituindo sob a forma de uma representação figurativa, uma presença concreta de um objeto que frustra. Assim a fome é

vivida como fruto de uma ação concreta de algo realmente existente dentro dele e vivida como uma figura persecutória. Esta adquire

as qualidades de bom ou mau de acordo com os sentimentos que evoca. Bom quando alimentado e mau quando não satisfeito.
Progressivamente, estes objetos internos representantes do mundo externo, associados a moções pulsionais (agressivos, amorosos)

se organizam em núcleos e vão constituir uma espécie de teatro interno onde os significados para as experiências vividas são gerados

e passam a dar sentido às ações, crenças e percepções assim como a uma tonalidade afetiva que colore suas relações com o mundo

externo e interno. Esses “climas” emocionais são expressos e evocados através das fantasias inconscientes

De <https://www.sbpsp.org.br/blog/quem-foi-melanie-klein/>

Ao nascer, quando o bebê entra em contato com suas primeiras necessidades orgânicas, é dominado por um medo de desintegração,
por algo que Klein denomina ansiedade de morte. Ela postula que esta é originária de uma estrutura instintiva, que Freud chamou de
instinto de morte e que se contrapõem permanentemente ao seu oposto, o instinto de vida. Do ponto de vista do funcionamento
mental, podemos descrever o embate permanente entre o instinto de vida e o de morte da seguinte maneira: diante da pressão
exercida ao nível mental pelas necessidades físicas ligadas à sobrevivência, o bebê é colocado diante de duas possibilidades: ou se
organiza para satisfazê-las ou para negá-las. Klein, pretendendo seguir Freud, considera que ao se organizar para satisfazer suas
necessidades o bebê está sob a influência do instinto de vida e ao negá-las sob a influência do instinto de morte.

De <https://www.sbpsp.org.br/blog/quem-foi-melanie-klein/>

Em Klein, a pulsão de morte vivida como um impulso voltado contra si que ameaça a sua continuidade existencial se transforma na

base do sentimento de destrutividade. De forma a dar conta dessa ameaça vivida como ansiedade de morte, a criança projeta para o

exterior as qualidades destrutivas deste estado de espírito e assim, e, por momentos, a pessoa que dela cuida (a mãe, geralmente) é

colorida por esta tonalidade ameaçadora que agride a criança. Torna-se, na linguagem psicanalítica kleiniana, um objeto mau e assim é

internalizada. Quando esta mãe a satisfaz, atendendo-a, contendo sua ansiedade, ela é internalizada como objeto bom, capaz de

compreendê-la, cuidar dela e se torna fonte de segurança. O recém nascido vive um mundo de extremos povoado por objetos bons e

objetos maus num embate permanente.

Ao postular este tipo de funcionamento mental Melanie Klein cria uma psicanálise voltada para a descrição e compreensão dos

estados afetivos e a natureza das relações estabelecidas com o mundo interno e externo.

Sem negar a importância do passado histórico isto é, das repressões inconscientes acumuladas durante o desenvolvimento, como

fatores produtores tanto do desenvolvimento normal quanto patológico, da forma como Freud o faz, Melanie Klein, introduz uma

particular concepção do desenvolvimento humano. Não são só as experiências vividas constituídas no passado histórico que geram o

desenvolvimento e as patologias. Klein parte do conceito de instinto de morte ampliando-o e relacionando-o com o medo de não

sobreviver, transformando-o assim em nossa principal fonte de ansiedade. Ao fazê-lo, ela redefine nossa relação com o passado

histórico e com sua função na constituição de nossa identidade. Não é apenas o passado histórico e as repressões acumuladas

durante a vida que se tornam parte e perturbam nossa subjetividade. Antes mesmo da formação do ego e do super-ego do bebê

pequeno, já existiria uma força negativa (pulsão de morte) atuando, gerando defesas contra ansiedades iniciais, que vão, aos poucos,

se corporificando em estruturas. Aquele nada que precederia ao bebê não é uma vazio! Ele vem preenchido de forças pulsionais que
ameaçam a integridade do bebê, sua unidade, gerando uma ansiedade de aniquilamento, e um intercâmbio intenso entre o mundo

interno e o externo, atuados através de um movimento permanente de projeção e introjeção de estados de espírito. De certa forma a

ansiedade de morte torna-se o motor do desenvolvimento.

Ao nascer o bebê ainda não tem um ego ou self constituído, mas precursores deste, capaz de sentir ansiedade e dela se defender por

meio de projeções e introjeções. Esses precursores (nunca integralmente definidos por ela) do ego do bebê, podem dividir-se ou ex-

cindir-se (split), e serem projetados para fora. Assim, não são apenas os estados de espírito perturbadores que são projetados para

fora, mas partes da própria personalidade. Aqui temos mais uma das grande novidades da psicanálise kleiniana. Isto significa que

podemos perder funções mentais, viver parte de nossas vidas projetados (em fantasia) no mundo interno de outra pessoa. Ou

podemos ter parte de nossas vidas vividas em identificação com aspectos da vida de outrem. Klein denomina este mecanismo de

identificação projetiva.

A importância deste conceito pode ser avaliada ao dizermos que boa parte da psicanálise de 1950 para cá tem se dedicado a estudar a

fenomenologia da identificação projetiva.

Em Freud, o que era projetado perdia-se, pois este concebia a projeção como um processo similar à evacuação. Já em Klein aquilo que é

projetado para fora, isto é para dentro de um objeto, não só não é perdido, como também confere uma nova identidade a este objeto.

Um indivíduo agressivo por exemplo, que projeta sua raiva para fora, não se limita a negá-la e atribuí-la ao outro. Este ao projetar

torna-se temeroso do receptor para dentro do qual seus maus sentimentos foram projetados e, ao mesmo tempo, destituído de

potência.

Este conceito modifica tanto a técnica psicanalítica quando nossa concepção das relações humanas e do desenvolvimento e é

responsável pela preocupação com áreas até então não tratadas em psicanálise como seu foco central. A natureza dos afetos

envolvidos nas relações humanas em geral, assim como presentes na relação analítica, tornam-se objeto de observação e

investigação. O amadurecimento emocional depende do estabelecimento de relações emocionais genuínas e íntimas entre as pessoas.

Estas preocupações originam-se na definição de identificação projetiva que introduz a ideia de que os indivíduos podem viver

simultaneamente em diversos mundos (em fantasia), tais como o externo, o interno, no mundo interno do objeto interno ou no mundo

interno do objeto externo. Isto ocorre em fantasia, mas como as projeções são concretamente vividas como reais, estas vivências

adquirem fórum de realidade, pois o indivíduo perde a capacidade de discriminar entre a realidade interna e externa.

Para Donald Meltzer, um dos continuadores de Klein, recentemente falecido, esta hipótese representa um grande avanço sobre Freud,

por proporcionar, através da interação dos processos projetivos e introjetivos, uma concepção de um teatro interno onde os

significados das experiências emocionais são gerados, e que por sua vez, fornecem o cenário dentro do qual se desenvolvem as

relações emocionais. Este mundo é constituído por um fluxo continuo de fantasias inconscientes e é construído pelos mecanismos

projetivos e introjetivos intrínsecos ao modo de operar da mente humana.

E para completarmos este sumário diremos para finalizar que um dos conceitos centrais da teoria de Melanie Klein é o de mundo

interno como temos visto. Este mundo interno, é preciso dizer, não é apenas o reflexo subjetivo do mundo externo, sua representação
em duplo. Jean Laplanche, um dos grandes mestres da psicanálise contemporânea, comenta: “Estas imagos (internas) não são a

lembrança de experiências reais mais antigas; são o depósito introjetado destas experiências, mas modificado pelo próprio processo

de introjeção.” Assim, a representação interna que o bebê faz do mundo é resultado do próprio processo através do qual ela se

internalizou, sendo este, por sua vez, governado pela natureza da ansiedade que o gerou. Aquilo que é introjetado será, por sua vez,

novamente projetado e colorirá a natureza do receptor de sua projeção, podendo ser introjetado novamente agora modificado e assim

sucessivamente.

De <https://www.sbpsp.org.br/blog/quem-foi-melanie-klein/>

Em sua clínica, Klein (Mezan, 2002) percebe que as crianças têm uma imagem de mãe dotada de uma imensa malvadeza, o que, na
maioria das vezes, não corresponde à mãe verdadeira. Daí surge o conceito de fantasia kleiniano, a partir da hipótese de que as
crianças estão lidando com uma deformação da mãe real, a qual é criada na mente do infante de modo fantasmático. Melanie Klein
apoiou toda sua teoria na ênfase das fantasias inconscientes, presentes nas relações objetais primitivas.

De <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-432X2007000200005>

Melanie Klein, partindo de obras freudianas, toma como principal ponto de enfoque das fantasias sua dimensão imaginária. Para a
autora, a atividade fantasmática está presente na vida desde o nascimento — embora as fantasias primitivas sejam processos
altamente desconexos, instáveis e contraditórios. Qualquer estímulo sentido pela criança é um potencial eliciador de fantasias, tanto
os agressivos – os quais acarretam fantasias agressivas — quanto os prazerosos – os quais, por sua vez, são causadores de fantasias
calcadas no prazer.

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O primeiro alvo das fantasias da criança é o corpo da mãe, já que ela é o principal objeto com o qual a criança se relaciona em seus
primeiros dias de vida. As fantasias acerca da exploração do corpo materno são de extrema importância para a descoberta do mundo
externo pela criança. A pulsão de exploração, fundamental para os trabalhos artísticos e científicos, tem sua base nestas fantasias
(Klein, 1996).

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De acordo com a teorização kleniana, as principais atividades que podemos concluir como sendo as funções da fantasia são: a
realização de desejos; a negação de fatos dolorosos; a segurança em relação aos fatos aterrorizadores do mundo externo; o controle
onipotente – já que a criança, em fantasia, não apenas deseja um acontecimento como realmente acredita fazer com que ele aconteça
–; a reparação, dentre outras.

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atividade da criança pequena. Ela ainda não expressa seus sentimentos e desejos subjetivos por meio de palavras. Desta forma, é
preciso estimular a brincadeira das crianças, já que dando rédea solta à atividade lúdica ela está, consequentemente, liberando suas
fantasias inconscientes. Estas brincadeiras podem ser de qualquer tipo: brinquedos, desenhos, jogos, bolas, bonecas, etc.

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A fantasia pode ser entendida como a atividade que, em decorrência da ausência de plasticidade e representações verbais, realiza, em
ação, o desejo subjacente à mesma, o que é acompanhado por reais excitações físicas nos órgãos utilizados para isto. A relação entre a
fantasia e a realização de um desejo sempre foi enfatizada pela teorização kleiniana (Isaacs, 1986). Esta relação pode ser vista na
vinculação que a autora realiza entre a fantasia e o princípio do prazer. A imaginação relativa a tudo o que é belo e prazeroso é
desenvolvida nos desejos e fantasias.

No início da vida, o princípio do prazer reina em absoluto na mente da criança. A partir do momento em que ela se torna capaz de
estabelecer uma relação entre seus desejos e fantasias e a realidade, é estabelecido, então, o princípio de realidade. O sentimento de
onipotência, oriundo dos impulsos do id de tudo desejar a qualquer tempo e circunstância, perde força para a entrada do compromisso
com a realidade, a qual impõe restrições a certas fantasias e desejos. Desta forma, tudo o que é prazeroso, mesmo que seja fantasiado,
está vinculado ao princípio do prazer, ao passo que o que é relacionado ao pensamento racional, concreto, que pode ser
cientificamente comprovado, está vinculado ao princípio de realidade.

De <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-432X2007000200005>

As relações objetais

De acordo com Klein (Leader, 2001), a fantasia pode ser considerada uma estrutura através da qual o sujeito se relaciona com os
objetos exteriores. Durante o período inicial da vida, a mente infantil funciona basicamente através de fantasia inconsciente, a qual
suplementa o pensamento racional enquanto este não estiver desenvolvido. Este funcionamento mental provoca ansiedades e
angústias diversas, as quais estão relacionadas ao caráter destas fantasias primitivas, dotadas de conteúdos delirantes (Riviere,
1986a).

De <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-432X2007000200005>

Como exemplo, podem ser mencionadas as fantasias da criança de que o objeto externo – seio, nos primeiros meses de vida – é mau e
persecutório, já que não a gratifica sempre que ela deseja. Esta frustração, por sua vez, ocasiona explosões agressivas por parte da
criança, pois ela precisa se vingar deste seio ruim. Para realizar esta vingança, a criança utiliza todas as armas disponíveis, tais como os
dentes, unhas, e até mesmo excreções. O controle dos esfíncteres que, concomitantemente, está ocorrendo neste período, é usado
também para o controle dos excrementos nos ataques à mãe. A criança sente como se estivesse expelindo um objeto perigoso de
seu mundo interno e projetando–o no objeto externo.

Concomitantemente, também existe a imagem de um seio bom, o qual atende a todas as necessidades da criança. Esta divisão do seio é
necessária para a proteção deste seio bom, pois, desta forma, todos os ataques agressivos são dirigidos ao seio mau, preservando o
bondoso. O seio mau é então sentido, nas fantasias infantis, como se estivesse dilacerado, reduzido a fragmentos; enquanto o bom
permanece íntegro, completo.

De <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-432X2007000200005>
A introjeção e a projeção

A vida fantasmática auxilia o sujeito na formação da impressão de seu mundo externo e interno, através dos processos de introjeção e
projeção (Klein, 1986a). Estes mecanismos são os determinantes no estabelecimento dos objetos bons e maus dentro no mundo
interno da criança. Eles atuam de diversas maneiras, baseados nos impulsos instintivos, e são determinantes nos processos de
formação do ego e superego, ou seja, na formação da personalidade (Heimann, 1986).

Portanto, esta formação ocorre através das fantasias introjetivas e projetivas, as quais determinam a relação do sujeito para com seu
mundo externo. Durante toda a vida, a introjeção e projeção continuam presentes nos processos de adaptação do sujeito, em seus
progressos e derrotas. Ambas têm suas origens nos instintos orais (o engolir e o cuspir), a partir dos quais as relações maduras vão se
desenvolver com as ações de dar e receber, a função de procriação e a criatividade.

A introjeção corresponde ao mecanismo primitivo do bebê de introjetar todos os objetos — começando pelo seio materno, seguido
pelo polegar, por brinquedos, etc. A este seio é atribuído poderes sobrenaturais de onipotência tanto para o bem quanto para o mal, já
que ele é capaz tanto de uma gratificação infinita, quanto de uma frustração imensa (quando não satisfaz a criança no momento em
que ela deseja). Quando o seio é visto como gratificador, todos os sentimentos bons são associados a ele; da mesma forma, quando é
visto como mau é o depositário de todos os sentimentos destrutivos. Aos posteriores objetos que também são sugados pela criança
são atribuídos os mesmos poderes do seio, uma vez que, em suas fantasias imaginativas, estes objetos o substituem.

Já a projeção tem sua origem nas identificações projetivas que a criança de tenra idade faz em suas fantasias. Como ela ainda não
estabeleceu a distinção entre o seu corpo e o corpo de sua mãe, ela percebe este como um prolongamento dela mesma. A genitora
passa a ser, desta forma, a representante da própria criança, o que justifica que falemos em uma identificação projetiva. Na projeção
encontram–se mecanismos que eram tanto, originalmente, do mundo interior quanto outros que eram, originalmente, do mundo
exterior. Como exemplos de fantasias projetivas podem ser mencionados os ataques realizados pela criança através de seus
excrementos, entendidos como armas perigosas, para com o objeto externo persecutório – seio da mãe, nos primeiros meses de vida.

Em suma, através dos mecanismos de introjeção e projeção a criança constrói seu mundo interno, sua personalidade, por meio da
elaboração destas fantasias. Eles são fundamentais no desenvolvimento emocional e cognitivo, em todas as construções vitais. É
importante ressaltar que estes processos não podem ser entendidos como duas entidades separadas, mas sim como um todo; ambos
constituem uma experiência única.

A constituição do sujeito: um percurso nas manifestações fantasmáticas ao longo do desenvolvimento

O primeiro e principal alvo das fantasias primitivas da criança é o corpo da mãe (Klein, 1963) A criança, em sua vida fantasmática, tem a
imagem do corpo da genitora como algo capaz de lhe proporcionar a mais plena gratificação, uma vez que este é, em fantasia, o
possuidor de que tudo o que pode provocar–lhe satisfação, tal como o seio, o pênis do pai e ainda os bebês, possíveis irmãos.

A fantasia, inata na vida da criança, é inicialmente de caráter oral (Klein, 1981), já que Melanie Klein concorda com Freud que a fase oral
é a primeira a se desenvolver logo após o nascimento. As primeiras fantasias a se manifestarem são as sádicas, originárias da posição
na qual o bebê nasce – esquizo–paranóide – as quais despertam uma imensa ansiedade (Klein, 1963). Seus eliciadores são,
principalmente, voracidade, inveja e ódio. Como exemplo, podem ser mencionadas as fantasias do bebê de divisão do seio em um seio
bom e um seio mau: enquanto o primeiro é o responsável pela gratificação infinita, o segundo é aquele que frustra infinitamente, já que
não está presente no momento que a criança deseja. Contra este seio mau a criança inicia uma série de ataques, em forma de
fantasias, com suas armas orais (dentes, mandíbula). Nestas fantasias ela divide o seio mau em milhões de pedaços, enquanto o seio
bom permanece íntegro, representante de toda a bondade.

Com o enfraquecimento do narcisismo que dominava a criança até então, e se o objeto predominante em sua mente for de uma mãe
boa, origina–se um sentimento de culpa em decorrência da diminuição da angústia presente nos ataques anteriores, cuja intensidade
é correspondente à onipotência do sadismo anterior (Klein, 1981). Este sentimento de culpa é acompanhado de um medo de retaliação
por parte dos personagens anteriormente atacados, assim como também por parte dos objetos utilizados como armas para a
realização destes ataques, como os dentes e os excrementos.

Conforme o interesse da criança desloca–se de fenômenos associados à boca para outros associados ao ânus, a fase oral perde forças
com a emergência da fase anal, na qual predominam fantasias anais. O caráter das fantasias permanece sádico, já que a posição
esquizo–paranóide ainda é predominante na vida da criança, porém as armas utilizadas nos ataques em direção ao corpo da mãe
passam a ser excrementos como urina e fezes. Daí decorre um temor em relação aos mesmos, o qual, embora pareça destrutivo, é
importante para o posterior desenvolvimento. O bebê agora teme uma retaliação por parte destes excretos, em resposta aos ataques
realizados anteriormente contra eles.

A criança desenvolve então tendências restitutivas em forma de sublimações3, dirigidas a todos os objetos danificados anteriormente
através das fantasias sádicas, principalmente à mãe. O predominante agora é o temor de ser deixada no desamparo, devido à
destruição anterior da genitora realizada por ela própria. Estas fantasias reparadoras são extremamente importantes para o
desenvolvimento bem sucedido da próxima fase, a genital, a qual prevalecerá durante o resto da vida num desenvolvimento saudável.

A partir da emergência da posição depressiva — em detrimento da esquizo–paranóide — a criança adquire a capacidade de introjeção
da figura de seus pais de forma íntegra, completa, em suas fantasias imaginativas. A percepção dos objetos externos como entidades
divididas em boas e más perde força nesta etapa, dando lugar à imagem integrada dos mesmos. Esta integração é de extrema
importância para a vida futura, na medida em que, a partir de então, as pessoas começam, gradualmente, a serem vistas do modo como
realmente são; os aspectos bons e ruins são percebidos como presentes em uma pessoa só.

Desta maneira, emerge na mente do infante um medo de perseguições externas e internas por parte dos pais, decorrente dos ataques
agressivos realizados, anteriormente, em fantasia (Klein, 1948). Este medo forma a parte cruel do superego, provocando ansiedade. A
criança tenta vencê–lo de uma maneira maníaca onipotente, no combate à emergência da posição depressiva. Para isso, ela utiliza as
fantasias maníacas, as quais têm como intuito o controle dos objetos, tais como o seio, os próprios pais e até mesmo os excrementos
da criança. Estas fantasias aparecem com todas as características de onipotência do próprio distúrbio maníaco.

Outra mudança que ocorre na vida de fantasia é a sua gradual adaptação à realidade. Até então as crianças não distinguiam o que é
real e o que é fantasiado, já que a vida fantasmática as dominava completamente. Com a emergência da posição depressiva, as
fantasias são ampliadas, elaboradas e diferenciadas, refletindo o progresso que está ocorrendo no desenvolvimento intelectual e
emocional (Klein, 1986a). Consequentemente, é possível ao bebê a distinção entre seu desejo e o ato realizado, ou seja, entre a fantasia
e a realidade. Esta mudança é devida à diminuição da severidade do superego e a um aumento do sentimento de culpa, o qual é
proporcional à intensidade do sadismo anterior. Os ataques sádicos caminham, então, para o desaparecimento.

Prosseguindo no desenvolvimento, durante o período de latência a criança passa a reprimir suas fantasias de uma maneira muito mais
severa do que nos períodos anteriores. Enquanto a criança pequena sofre influência imediata de suas experiências e fantasias
instintivas, a criança do período de latência já as dessexualizou, assimilando–as de uma maneira diferente (Klein, 1981). Ela passa a
reprimir suas fantasias masturbatórias, ou a expressá–las de maneira dessexualizada, para assim atingir as exigências de seu ego e o
agrado dos mais velhos, o que passa a ser extremamente importante neste período.

Desta maneira, as fantasias podem estar contidas em atividades nas quais elas não se manifestam claramente, como nos deveres de
casa da criança: "as fantasias de cópula ativa dos meninos também emergem em jogos ativos e no esporte, e também encontramos nos
pormenores desses jogos as mesmas fantasias expressas na sua lição de casa" (Klein, 1981, p. 322).

Já durante o período de puberdade, os impulsos tornam–se mais poderosos, a atividade de fantasia maior e o ego passa a ter outros
objetivos, além de relacionar–se de forma diferente com a realidade. Neste período há — como na criança pequena — uma
predominância dos movimentos pulsionais e do inconsciente, o que contribui para a riqueza de sua vida de fantasia. Pode–se dizer que,
de uma certa forma, há uma regressão do adolescente aos primórdios da infância, já que há uma nova vivência destes impulsos e
fantasias. A sexualidade, que tinha passado por um período de repressão durante a latência, retorna de uma forma mais madura com a
tomada de consciência dos impulsos incestuosos do período edipiano, trazendo consigo as fantasias sexuais.

Contudo, as atividades imaginativas do adolescente estão mais adaptadas à realidade e aos interesses incrementados de seu ego,
sendo seu conteúdo muito menos reconhecível do que nas crianças pequenas. Além disso, devido à sua maior gama de atividades e
suas relações mais firmes com a realidade, o caráter de suas fantasias sofre contínuas alterações, as quais proporcionam uma
adaptação ao seu contexto em contínua mudança.

Embora as fantasias inconscientes pareçam perder influência durante a vida adulta, elas continuam tão presentes quanto na criança.
Contudo, neste estágio a vida fantasmática se mostra mais diferenciada da realidade, o que quer dizer que os adultos têm uma
capacidade, inexistente nas crianças pequenas, de distinguir o que é pertencente à esfera do real do que é pertencente à esfera do
mundo fantasmático, dominado pelo princípio do prazer. Seus efeitos inconscientes são provas desta presença, já que as fantasias
permanecem ativas no posterior desenvolvimento da sexualidade em inúmeros distúrbios sexuais, até mesmo na perversão (Klein,
1927a/1948).

Quando o sujeito amadurece — psiquicamente e biologicamente — suas fantasias inconscientes infantis são realizadas no estado
adulto, ou seja, os desejos e impulsos que anteriormente acarretavam um grande sentimento de culpa são livremente realizados em
fantasia, já que a vida fantasmática adulta é pertencente a uma entidade diferenciada da realidade.

A diferenciação entre o que é pertencente à vida de fantasia e o que é real torna–se então mais nítida na vida adulta, o que não quer
dizer que um processo opere de forma independente do outro. De acordo com a teorização kleiniana, "o pensamento de realidade não
pode operar sem a concorrência e apoio de fantasias inconscientes" (Isaacs, 1986, p. 124).

Fantasias e conteúdos patológicos


Para Melanie Klein (Isaacs, 1986), as fantasias estão presentes tanto em mentes normais como nas neuróticas, perversas e psicóticas,
em todas as faixas etárias. O que diferencia uma manifestação fantasmática normal de uma patológica é a maneira como as fantasias
são tratadas, os processos mentais através dos quais são trabalhadas e modificadas e o grau de adaptação ao mundo real. O neurótico
pode ser considerado diferente na medida em que mostra mais claramente aquilo que aparece encoberto na mente normal, portanto
seu desenvolvimento não é seriamente prejudicado, apenas a censura não atua de forma satisfatória.

Já o psicótico permanece fixado aos primórdios da infância, apresentando fantasias típicas da tenra idade em anos posteriores ao
esperado, as quais são extremamente intensas e repletas de conteúdos angustiantes (M. Klein, 1996). Pode–se dizer que ele acaba
vivendo isolado em seu mundo de fantasia, já que este domina sua mente de tal maneira que não permite a entrada da realidade na
psique.

Nas fantasias neuróticas apenas uma parte da realidade é reconhecida; há uma negação da outra parte desta, a qual permanece
subordinada a vida de fantasia, onde a censura não atua (Klein, 1996). Já nas mentes livres de qualquer tipo de perturbação psíquica —
o que é extremamente raro — há um equilíbrio melhor entre a fantasia e a realidade. Elas não deixam de fantasiar, porém sua atividade
de fantasia é mais bem elaborada, livre de repressões e está em conformidade com a realidade.

A principal gênese das neuroses patológicas consiste em fixações de fantasias primárias (fantasias primitivas, pertencentes aos
estágios orais e anais primordiais). Estas fantasias primárias estão relacionadas, em sua maioria, a conteúdos sexuais, inclusive ao ato
sexual dos próprios pais. A fantasia dos pais combinados eternamente no ato sexual – a qual costuma acontecer em crianças de
poucos meses de vida – contribui para a emergência de quadros psicóticos se for recorrente e acompanhada de intensa ansiedade.

Fantasias e conteúdos sexuais

Assim como o pai da psicanálise que, desde o início de sua teorização acerca da vida fantasmática, abordou as fantasias inconscientes
sempre vinculadas a conteúdos sexuais (Freud, 1895/1969) sua seguidora Melanie Klein também ressalta esta ligação. Klein concorda
com Freud ao conceber a vida como uma luta constante entre os instintos de vida e de morte, sendo que a sexualidade é o alicerce para
o desenvolvimento do primeiro (Temperley, 2001).

A importância do conteúdo sexual das fantasias pode ser comprovada num estágio posterior da vida (Klein, 1996). Embora durante a
vida adulta as fantasias não sejam manifestadas tão claramente como nas crianças, elas continuam atuantes na psique. Seus efeitos
inconscientes podem ser vistos em distúrbios sexuais como a frigidez, a impotência, dentre outros.

Por trás de cada forma de atividade lúdica encontra–se um processo de descarga de fantasias masturbatórias, as quais operam na
forma de uma contínua motivação para a brincadeira. Quando estas fantasias são reprimidas, as brincadeiras, por conseguinte, são
paralisadas; ao passo que a liberação fantasmática permite à criança brincar livremente (Klein, 1921/1948). Vinculadas às fantasias
masturbatórias da criança estão suas experiências sexuais, as quais encontram também representação nas suas brincadeiras "uma
das importantes conquistas da psicanálise é a descoberta de que as crianças têm uma vida sexual que encontra expressão tanto em
atividades sexuais diretas quanto em fantasias sexuais" (Klein, 1981, p. 159).

A liberação destas fantasias masturbatórias é essencial não só para a atividade lúdica como também para todas as posteriores
sublimações (Klein, 1996). Inibições graves tanto nas brincadeiras como em todo o aprendizado da vida da criança, inclusive no
aprendizado da sexualidade, têm sua origem na repressão destas fantasias. Portanto, uma vida sexual satisfatória depende da
liberação da vida fantasmática, principalmente das fantasias masturbatórias. As representações que as crianças do ato sexual dos
pais podem ser consideradas o conteúdo primordial que se encontra por trás destas fantasias, as quais só são passíveis de revelação
depois de um período considerável de análise e do consequente estabelecimento na criança de conteúdos genitais.

A autora ressalta que uma interrupção das fantasias masturbatórias provoca não apenas uma interrupção da atividade lúdica como
também compromete toda a vida futura da criança. Ela pode vir a ter sua capacidade de sublimação prejudicada e está propícia a
desenvolver diversos tipos de neuroses (Klein, 1981). Esta afirmação pode ser comprovada através da análise de fobias infantis que
têm como alicerce a repressão destas fantasias, as quais sempre vêm acompanhadas de intensos sentimentos de culpa. Como exemplo
pode ser mencionado o caso do menino Fritz, cuja fobia era um temor a árvores, ao qual correspondia uma fantasia subjacente: a
equivalência do tronco de árvore ao pênis do pai. Fixações artísticas e intelectuais, ou até mesmo alguns tipos de neuroses, têm como
fator etiológico, na maioria das vezes, fantasias acerca da cena primária que não foram descarregadas devidamente (Klein,
1923/1948).

As situações prazerosas — quer as reais, quer as fantasiadas — precisam ser descarregadas, de acordo com a liberdade oferecida pelo
ego. Um bom exemplo de fantasia dotada de conteúdos sexuais não descarregada é a que resulta no sintoma histérico. Este nada mais
é do que uma fixação de fantasias, as quais atuam com tanta força que não é possível ao ego permitir sua total descarga. Desta forma,
a sublimação pode ser compreendida como um mecanismo saudável, no qual a energia sexual presente nas fantasias sexuais é
deslocada de sua finalidade principal para uma nova atividade substituta. Esta atividade pode ser um trabalho, uma ocupação, uma
brincadeira, etc. O desenvolvimento de um interesse por um trabalho criativo, como o trabalho dos artistas, depende, então, da
capacidade de sublimação das fantasias sexuais.

A fantasia no trabalho analítico

Melanie Klein ressalta a importância da análise ao dizer que o trabalho analítico é uma importante via de acesso à vida fantasmática
(Klein, 1927b/1948) e que está dominado, desde o primeiro momento, pelas fantasias inconscientes, de forma a possibilitar a
experimentação das mesmas pelas das crianças, através de seus jogos.

De acordo com Isaacs (1986) a relação do paciente com o seu analista é praticamente inteira de fantasias inconscientes. As
manifestações da vida fantasmática estão presentes em todas as vocalizações do paciente, em seu estilo verbal: a cadência da fala, as
repetições, a forma de mudança do relato, suas negações, a maneira como narra os acontecimentos passados e as pessoas envolvidas
nestes; enfim, em todas as formas de transferência (Hinshelwood, 2001).

Klein enfatizou sua clínica na análise de crianças a qual, de acordo com a autora, tem a mesma função da análise de adultos: a
interpretação de fantasias inconscientes (Benvenuto, 2001). A autora era contra outras funções expostas por diversos autores; tais
como educação e fortalecimento.

No caso de crianças pequenas, suas fantasias inconscientes são expressas, simbolicamente, através de sua atividade lúdica, cabendo
ao analista a interpretação destas brincadeiras, de forma a elucidar as fantasias subjacentes a elas e analisá–las. Qualquer tipo de
brincadeira é um possível continente de fantasias e desejos inconscientes.

Klein (1980b) enfatiza a importância da criança brincar livremente, para que suas fantasias, sua agressividade e suas angústias
possam ser liberadas naturalmente. Jogos infantis; brincadeiras com bola, boneca, carrinhos, blocos; massinha; desenhos; pinturas;
obras de arte feitas com barbante, cola, tesoura, papel e água; narrativas de sonhos diurnos, todos estes são meios de expressão da
vida fantasmática inconsciente que existe em todas as crianças. Por meio da interpretação destes meios de expressão podemos
reduzir a ansiedade presente e ganhar acesso à vida de fantasia. A autora inglesa enfatiza a questão de que o analista deve interpretar
as mais diversas manifestações fantasmáticas, já que estas são vias de acesso ao mais profundo inconsciente.

PRINCIPAIS CONCEITOS

Melanie Klein (1935) considera o desenvolvimento psíquico como uma progressão através dos estágios psico-sexuais, e descreve
também fenômenos como as relações do ego com seus objetos externos e internalizados, e as flutuações das ansiedades psicóticas
arcaicas. Nesse artigo, a teórica baseou-se na interação da pulsão de vida e pulsão de morte (amor e ódio). Klein também distingue a
ansiedade como paranóide (persecutória ou esquizo-paranóide) e depressiva.

Nos primeiros meses de vida, o bebe tem impulsos sádicos dirigidos não só contra o seio da mãe, mas também contra o interior do
seu corpo, desejos esses de esvazia-los, devorar seu conteúdo e destrui-lo de forma sádica. Existem o mecanismo de introjeção e
projeção, onde o ego introjeta objetos bons e maus, sendo o seio da mãe o primeiro para ambos. Ou seja, o objeto é bom quando obtido
e mau quando perdido, e maus também quando projeta sua agressividade, além da frustração. Essas imagos, que o bebe considera
perigosos e que irão destrui-lo, são instalados no mundo externo e dentro do ego. A negação da realidade psíquica, ou escotomização,
é um modo de defesa contra o medo dos perseguidores internos ou externos, podendo gerar restrição da projeção e introjeção, além
da negação da realidade externa, sendo um processo de base das psicoses mais graves.

MUNDO INTERNO

A geografia da mente é ampliada e Klein descreve o mundo interno da criança tão real quanto o mundo externo. Ansiedades,
fantasias inconscientes e defesas inatas fazem parte desse mundo interno e constituem a estruturação da subjetividade da criança. O
Outro, segundo Klein, não é um objeto externo representado, e sim, a externalização de um elemento psíquico dinâmico interno da
criança. O mundo interno é criado a partir dos processos das primeiras relações objetais (seio/bebe), iniciando com objetos parciais
(posição esquisoparanoide) e, a partir que houver maior integração do ego infantil, é estabelecida uma relação com objetos totais,
entrando na posição depressiva.

PROJEÇÃO, INTROJEÇÃO E INDENTIFICAÇÃO PROJETIVA

Devido ao ego do bebe não ser integrado inicialmente, ele se defende da ansiedade através de mecanismos mentais: projeção e
introjeção. Já a identificação projetiva, é uma ferramenta básica na infância que serve para controlar o objeto persecutório na posição
esquisoparanoide e se livrar das angustias expulsando-as da mente.

FANTASIA
São as interpretações da criança conforme suas percepções da realidade, influenciadas pelo principio de prazer e dor. As fantasias
garantem a divisão entre o objeto bom e o objeto mau na posição esquiso-paranoide.

POSIÇÃO ESQUISOPARANOIDE E POSIÇÃO DEPRESSIVA

Klein descreveu dois importantes estágios no desenvolvimento psíquico no primeiro ano de vida da criança: a posição esquizo-
paranóide e a posição depressiva.

Inicialmente, existe um predomínio dos impulsos destrutivos na criança, que enxerga o mundo externo também como destrutivo e
persecutório. A posição esquizo-paranóide caracteriza-se por esses impulsos e, nessa fase, o conflito acontece em função da
sobrevivência do ego. Nessa posição, existem mecanismos mentais como a projeção, introjeção, objeto bom/ idealizado, objeto mau/
persecutório, idealização, negação e identificação projetiva.

Conforme ocorrem influências de impulsos amorosos dirigidos para o mundo externo, é desenvolvido um relacionamento mais
positivo com a mãe e a criança conscientiza-se de sua própria ambivalência. Nessa fase, a criança tem ansiedade relacionada ao medo
de que seus próprios impulsos destrutivos possam destruir sua mãe amada e, a percepção de sua própria ambivalência a leva a
intensos sentimentos de responsabilidade, desespero, ansiedade e culpa. Assim, a posição depressiva pode ser caracterizada por um
modo mais maduro de relacionamento com o outro, o qual possibilita uma nova forma de moralidade.

Na posição depressiva, a criança preocupa-se com o bem-estar do outro, diferentemente da posição esquizo-paranóide, onde a
mesma está preocupada apenas com o bem-estar do ego.

Outra característica da posição depressiva é o ego que se torna mais identificado com o outro, e essa preservação do outro é sentida
como garantia da preservação do próprio ego. Aliás, nessa condição, existe a possibilidade de uma preocupação real com o bem-estar
do outro, independentemente do ego.

Na teoria de Klein, a ansiedade depressiva é a fonte da verdadeira capacidade de amar, a qual é inicialmente expressa através de
ansiedade pela destruição do outro, culpa, remorso, desejo de reparar o dano feito, responsabilidade em preservar o outro e tristeza
relacionada com a possibilidade de perdê-lo. A capacidade de identificação com o outro na posição depressiva tem como
conseqüência o amor. Assim, a criança se torna capaz de encontrar outros objetos de interesse e o seu amor é dirigido também para
outras pessoas e coisas.

Klein menciona ser a posição central do desenvolvimento da criança, que acarreta a saúde mental assim como a sua capacidade de
amar, e depende de uma firme internalização do objeto bom. Caso isso não aconteça, podem acarretar o estado psíquico da criança
para a doença depressiva.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KLEIN, M. Uma contribuição à psicogênese dos estados maníaco-depressivo. In:____. Amor, culpa e reparação e outros trabalhos
(1921-1945). Rio de Janeiro: Imago Ed., 1996, p. 301-329

▪ Klein, M. (1959). Nosso mundo adulto e suas raízes na infância. In: Klein, M. Inveja e Gratidão e outros trabalhos

https://robertacristina-psicanliseinfantil.blogspot.com/2011/09/melanie-klein-alguns-conceitos.html

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