O documento discute os aspectos psicológicos da relação entre mãe e bebê. Aponta que a total dependência do bebê nos primeiros meses de vida faz dos cuidados maternos o primeiro ambiente psicológico e emocional da criança. Destaca a teoria de Winnicott sobre o estado de "preocupação materna primária", no qual a mãe regressa a um estado mental primitivo para se conectar com as necessidades emocionais do bebê.
O documento discute os aspectos psicológicos da relação entre mãe e bebê. Aponta que a total dependência do bebê nos primeiros meses de vida faz dos cuidados maternos o primeiro ambiente psicológico e emocional da criança. Destaca a teoria de Winnicott sobre o estado de "preocupação materna primária", no qual a mãe regressa a um estado mental primitivo para se conectar com as necessidades emocionais do bebê.
O documento discute os aspectos psicológicos da relação entre mãe e bebê. Aponta que a total dependência do bebê nos primeiros meses de vida faz dos cuidados maternos o primeiro ambiente psicológico e emocional da criança. Destaca a teoria de Winnicott sobre o estado de "preocupação materna primária", no qual a mãe regressa a um estado mental primitivo para se conectar com as necessidades emocionais do bebê.
Freud,
em
sua
Conferência
XXXI
–
A
Dissecção
da
Personalidade
Psíquica
(1932),
já
afirmava
com
propriedade
que
“O
nosso
eu,
que
parece
tão
nosso,
na
verdade
resulta
de
um
longo
processo
de
convivência
com
outros
seres
humanos”.
E
assim
observa-‐se
como
ocorre
o
nascimento
do
sujeito
psíquico
através
da
relação
estabelecida
com
as
pessoas
próximas,
principalmente
no
início
da
vida.
Estamos
falando,
mais
precisamente,
das
importantes
vivências
psíquicas
adquirida
pelo
bebê
de
sua
relação
com
a
mãe.
Entende-‐se
por
mãe,
qualquer
pessoa
que
tenha
assumido
o
papel
desta,
realizando
a
função
materna
frente
aos
cuidados
do
bebê
no
início
da
vida.
Tendo
como
base
o
amor,
a
função
materna
implica
em
uma
troca
de
expectativas,
de
olhares
e
desejos
entre
a
mãe
e
seu
bebê,
que
lhe
possibilita
constituir-‐se
como
sujeito.
A
mãe
toma
seu
bebê
como
alguém
que
dela
depende
e
busca
compreender
suas
manifestações:
supõe
que
o
choro
e
os
gritos
do
bebê
querem
dizer
sobre
o
frio,
fome
ou
dor
que
esteja
sentindo,
percebendo
e
interpretando
a
intenção
da
criança
como
alguém
que
já
diz
algo,
mesmo
sem
saber
falar
(GORETTI;
ALMEIDA;
LEGNANI,
2014).
Entende-‐se
que
a
total
dependência
no
início
da
vida,
faz
dos
cuidados
maternos
o
primeiro
ambiente
do
bebê,
tanto
em
termos
biológicos
quanto
psicológicos.
Dessa
forma,
o
comportamento
materno,
que
inclui
os
afetos,
sentimentos,
expectativas
e
fantasias
da
mãe
em
relação
ao
bebê,
acompanharão
todo
o
processo
de
desenvolvimento
psíquico
do
infante,
deixando
as
suas
primeiras
marcas
psíquicas,
resultante
dessa
interação
tão
importante.
Winnicott
(1951),
um
renomado
autor
da
psicanálise,
em
sua
teoria
do
desenvolvimento
emocional
primitivo,
propõe
estudar
as
condições
psicológicas
especiais
que
predominam
na
mulher
após
o
parto
e
nos
cuidados
com
o
bebê.
Segundo
o
autor,
um
bebê
no
início
da
vida
vive
num
estado
de
dependência
absoluta
dos
cuidados
de
uma
mãe
que
apresenta-‐se
sob
um
estado
psicológico
de
“preocupação
materna
primária”.
Tal
condição
materna
caracteriza-‐se
por
um
estado
mental
especial,
que
as
mães
saudáveis
experimentam
no
período
entre
o
final
da
gravidez
e
as
primeiras
semanas
após
o
parto.
O
estado
de
preocupação
materna
primária
é
uma
regressão
aos
estados
primitivos
da
sua
própria
existência,
numa
espécie
de
“doença
mental”
saudável,
que
causa
uma
intensa
sensibilidade.
Dessa
forma,
a
mãe
consegue
entrar
em
sintonia
com
os
estados
psíquicos
do
filho,
estabelecendo
uma
relação
de
devoção
com
seu
bebê.
(OLIVEIRA,
2008)
Segundo
Winnicott
(1956),
se
não
fosse
pela
gravidez,
o
estado
de
preocupação
materna
primária
poderia
ser
comparado
a
“um
estado
retraído,
ou
a
um
estado
dissociado
[...]
tal
como
um
episódio
esquizoide,
no
qual
algum
aspecto
da
personalidade
assume
temporariamente
o
controle”.
Mas
estando
presente
nas
primeiras
semanas
após
o
parto,
esta
aparente
patologia
mental
não
oferece
riscos
aos
psiquismo
e
é
encarada
como
favorável
à
mãe,
pois
permite
uma
adaptação
quase
perfeita
às
necessidades
do
bebê
no
começo
da
vida.
Se
a
mãe
apresentar
condições
psíquicas
saudáveis
para
executar
essa
regressão,
ela
poderá
ocupar
o
lugar
do
seu
bebê
sentindo
suas
necessidade
e
sendo
capaz
de
oferecer
o
que
ele
necessita.
O
ambiente
externo
no
qual
vive
a
mãe
poderá
facilitar
a
sua
regressão,
caso
haja
segurança
e
proteção
a
ela.
Se
houver
um
pai,
ou
outra
pessoa
que
execute
as
funções
paternas,
a
mãe
ficará
dispensada
de
se
ocupar
dos
fatos
externos
que
acontecem
à
sua
volta,
podendo
dedicar-‐se
integralmente
ao
bebê.
Assim
sendo,
a
função
paterna
também
apresenta
importante
participação
na
manutenção
e
proteção
da
díade
mãe/bebê.
(WINNICOTT,
1957)
A
capacidade
da
mãe
estar
disponível
e
sintonizada
o
suficiente
com
seu
filho
para
lhe
dispensar
os
cuidados
iniciais
necessários,
será
a
base
da
formação
da
sua
estruturação
psíquica
futura.
A
maternagem
suficientemente
boa
leva
a
criança
à
vivência
da
continuidade
de
seus
processos
psíquicos
e
fisiológicos,
base
para
o
sentimento
de
ser
e
do
verdadeiro
self.
Para
que
a
mulher
seja
capaz
de
regredir
ao
estado
de
dependência
absoluta
que
se
encontra
o
bebê
no
início
da
vida,
ela
precisa
de
uma
experiência
anterior
de
ter
sido
cuidada
pela
mãe
ou
por
alguém
que
desempenhou
essa
função.
É
necessário
que
haja
uma
experiência
prévia
de
ter
sido
cuidada
por
alguém,
para
que
possa
cuidar
de
seu
bebê
“recordando-‐se”
de
quando
também
era
um
bebê.
As
“lembranças”
facilitarão
sua
identificação
com
o
filho
e
a
realização
das
adaptações
necessárias.
Evidentemente,
tais
lembranças
não
são
experimentadas
de
maneira
consciente,
mas
sim
vivenciadas
através
da
regressão
ocorrida
no
estado
de
preocupação
materna
primária
com
o
filho.
(OLIVEIRA,
2008)
No
entanto,
algumas
mulheres
apresentam
maior
dificuldade
em
atingir
o
estado
de
preocupação
materna
primária.
Winnicott
(1956)
aponta
que
as
lembranças
das
experiências
prévias
da
mãe
de
ter
sido
um
bebê,
podem
tanto
auxiliar
quanto
prejudicar
sua
execução
da
função
materna.
Quando
essa
experiência
foi
marcada
por
falhas
significativas,
isto
consiste
em
reviver
as
angústias
desse
período
e,
ao
invés
de
regredir
à
este
estado,
busca-‐se
uma
“fuga
para
a
sanidade”.
Quando
ocorre
falha
da
maternagem,
o
bebê
pode
ser
levado
a
experimentar
angústias
aniquiladoras
ou
desenvolver
recursos
mentais
rígidos
e
inadequados
para
compensar
a
falha
ambiental.
Se,
por
exemplo,
uma
mãe
apresenta-‐se
deprimida
ou
preocupada
com
outra
coisa,
ao
invés
de
refletir
as
necessidades
do
bebê,
essa
mãe
refletirá
seu
próprio
humor
ou
as
próprias
necessidades.
Dessa,
forma,
o
bebê
não
recebendo
de
volta
o
que
está
dando,
perde
a
naturalidade
e
passa
a
reagir
contra
uma
ameaça
de
aniquilamento
do
seu
ser.
Tais
falhas
podem
desencadear
patologias
como
psicose,
tendências
antissociais,
falso
self,
depressão
e
doenças
psicossomáticas.
A
MÃE
SUFICIENTEMENTE
BOA
Para
que
as
condições
ambientais
sejam
adequadas
é
necessário
que
haja
uma
um
“mãe
suficientemente
boa”,
que
garanta
a
continuidade
do
ser
da
criança.
As
três
funções
da
mãe
suficientemente
boa
são:
holding
(sustentação),
handling
(manejo)
e
a
apresentação
dos
objetos.
(WINNICOTT,
1975)
I.
Holding
O
holding
se
caracteriza
pela
maneira
com
o
bebê
é
sustentado
no
colo
pela
sua
mãe,
representando
simbolicamente
a
firmeza
com
que
é
amado
e
desejado
como
filho.
Segurar
o
bebê
com
firmeza,
impedindo
que
ele
caia,
acalentando,
aquecendo,
amamentando,
pode
resultar
em
um
ambiente
satisfatório
e
acelerar
o
processo
de
maturação.
Com
a
repetição
desses
cuidados
a
mãe
ajuda
o
bebê
a
sentir-‐se
real.
O
holding
leva
em
conta
as
seguintes
funções
maternas:
-‐ Atenção
às
necessidades
fisiológicas
do
bebê.
-‐ Atenção
à
sensibilidade
física
e
cutânea
do
bebê
(tato,
temperatura,
sensibilidade
auditiva,
sensibilidade
visual,
sensibilidade
à
queda).
-‐ Seguir
a
rotina
completa
de
cuidados
do
bebê
de
dia
e
de
noite.
Um
holding
deficiente
(mudanças
repetidas
de
técnicas
de
maternagem,
falta
de
apoio
para
a
cabeça,
ruídos
altos,
etc.)
provoca
sensação
de
despedaçamento,
de
estar
caindo
num
poço
sem
fundo
e
de
desconfiança
na
realidade
externa.
Falhas
sucessivas
do
holding
resultam
em
um
enfraquecimento
do
ego.
(WINNICOTT,
1960)
Na
fase
do
holding
o
bebê
encontra-‐se
em
estado
de
dependência
absoluta
de
sua
mãe.
Segundo
aponta
Winnicott
(1963),
existem
três
fases
na
primeira
infância
que
se
relacionam
com
a
dependência
do
bebê
perante
a
mãe:
1.
Dependência
absoluta:
O
bebê
encontra-‐se
totalmente
dependente
dos
cuidados
maternos
e
em
completo
estado
fusão
com
a
mãe,
sendo
extremamente
importante
que
esta
desenvolva
a
capacidade
de
preocupação
materna
primária
afim
de
atender
todas
as
necessidade
do
seu
bebê.
Esta
fase
corresponde
aos
6
primeiros
meses
após
o
nascimento.
2.
Dependência
relativa:
É
uma
fase
de
adaptação
gradual
às
falhas
que
a
mãe
aos
poucos
vem
oferecendo,
por
já
se
tratar
de
um
bebê
com
alguma
capacidade
de
independência.
O
bebê
vai
progressivamente
diferenciando-‐se
de
sua
mãe
e
a
reconhece
como
alguém
separado
dele,
estando
apto
a
estabelecer
uma
relação
objetal.
Já
não
espera
mais
uma
compreensão
e
satisfação
mágica
de
suas
necessidades
por
parte
da
mãe.
Por
isso,
é
importante
nesta
fase
que
a
mãe
espere
a
criança
manifestar
um
sinal
antes
de
satisfazer
a
sua
necessidade,
desenvolvendo
gradativamente
a
capacidade
de
independência
do
filho.
Este
período
se
estende
do
sexto
mês
ao
final
do
primeiro
ano
do
bebê.
3.
Rumo
à
independência:
no
início
do
segundo
ano
a
criança
evolui
gradualmente
para
a
independência.
Ela
desenvolve
meios
de
suprir
os
cuidados
maternos
através
de
suas
memórias
de
maternagem,
da
projeção
das
necessidades
pessoais
e
da
introjeção
do
cuidado
maternal,
que
decorre
do
desenvolvimento
da
confiança
no
ambiente.
A
independência
absoluta
e
total,
por
sua
vez,
nunca
é
alcançada
pois
o
indivíduo
não
se
encontra
isolado,
mas
em
uma
constante
relação
de
interdependência
com
o
ambiente.
II.
Handling
O
handling
se
caracteriza
pela
experiência
de
entrar
em
contato
com
as
diversas
partes
do
corpo
do
bebê
através
das
mãos
da
mãe,
facilitando
a
formação
de
uma
parceria
psicossomática.
É
a
maneira
como
o
bebê
é
tratado,
cuidado,
manipulado.
Alguns
trabalhos
mostraram
que
crianças
fisicamente
doentes
podem
desenvolver
problemas
psicológicos
devido
a
falta
de
contato
com
o
corpo.
Assim,
a
criança
teria
dificuldade
de
aceitar
suas
limitações
físicas
como
reais.
O
handling
é
a
função
de
manipulação
do
bebê
enquanto
ele
é
cuidado,
ao
dar
banho,
trocar
as
fraldas,
acarinhar,
concretizando
uma
harmonização
da
vida
psíquica
com
o
corpo.
A
mãe
possibilitará
a
sensação
de
continuidade
do
bebê,
causando
uma
integração
do
ego
no
corpo
(psicossoma).
III.
Apresentação
dos
objetos
Nesta
etapa
a
mãe
começa
a
mostra-‐se
substituível
e
a
propiciar
ao
seu
bebê
o
encontro
e
a
criação
de
novos
objetos
que
serão
mais
adequados
ao
seu
atual
estado
de
desenvolvimento.
É
o
início
das
relações
interpessoais
e
da
realidade
compartilhada
para
o
bebê.
Através
de
um
complexo
caminho,
a
mãe
torna-‐se
um
objeto
real
e
não
mais
subjetivo,
que
determina
o
início
de
uma
diferenciação
entre
o
indivíduo
e
o
objeto,
vivido
na
onipotência
do
bebê.
Esta
etapa
é
marcada
pela
exploração
de
novos
objetos
apresentados
pela
mãe,
de
forma
lenta
e
gradativa,
sendo
necessário
respeitar
o
tempo
da
criança
desde
a
excitação
pelo
objeto,
passando
pela
movimentação
e
esforço
corporal
para
a
manipulação
deste,
até
que
por
fim
ela
se
dê
por
satisfeita.
Existe
a
fantasia
onipotente
do
bebê
neste
processo,
que
favorece,
de
forma
gradativa,
o
desilusão
e
restauração
de
uma
realidade
externa
compartilhada.
Conforme
cita
Andrade
(2010),
o
cumprimento
das
três
funções
da
“mãe
suficientemente
boa”
abrange
as
três
tarefas
principais
para
o
desenvolvimento
psíquico
sadio
do
bebê”:
1.
Integração.
Propiciada
pelo
Holding,
estabelece
a
percepção
do
self
como
algo
integrado,
resultante
da
capacidade
de
diferenciação
entre
o
eu
e
o
não-‐eu.
2.
Personalização.
Adquirido
através
do
Handling,
desenvolve
o
sentimento
de
que
se
está
dentro
do
próprio
corpo.
3.
Realização.
Desenvolvido
através
da
Apresentação
dos
Objetos,
estabelece
a
apreciação
do
tempo
e
do
tempo
e
do
espaço,
bem
como
de
outras
propriedades
da
realidade.
IMPASSES
NA
RELAÇÃO
MÃE-‐BEBÊ
Toda
relação
mãe-‐bebê
pode
sofrer
impasses
quando
ocorre
alguma
intercorrência
durante
a
gestação,
no
parto
ou
nos
primeiros
meses
de
vida
do
bebê.
Casos
de
bebês
com
lesão
cerebral,
síndromes
genéticas,
parto
prematuro
ou
qualquer
outra
alteração
fisiológica,
pode
comprometer
o
vínculo
da
mãe
com
seu
bebê
em
decorrência
das
frustrações
das
fantasias
maternas.
Um
bebê
imaginário
é
construído
pela
mãe
desde
a
notícia
da
gravidez,
projetando
em
seu
futuro
filho
seus
desejos
e
expectativas.
Porém,
quando
há
a
comunicação
de
que
o
filho
porta
alguma
doença
congênita
ou
má
formação,
por
exemplo,
o
bebê
imaginário
é
colocado
em
xeque
frente
à
criança
real.
Conforme
as
características
psíquicas
da
mãe,
tal
frustração
poderá
tornar
impossível
o
encontro
emocional
dela
com
seu
bebê.
Poderá
haver
um
desinvestimento
do
bebê
real,
que
pode
ser
traduzido
como
abandono,
ou
como
uma
superproteção.
No
caso
da
mãe
desenvolver
uma
superproteção,
o
bebê
torna-‐se
objeto
de
meros
cuidados
e
é
a
deficiência
que
encontra-‐se
investida.
(GORETTI;
ALMEIDA;
LEGNANI,
2014)
Mães
com
depressão
no
pós-‐parto,
muitas
vezes,
apresentam
frustração
das
expectativas
relacionadas
a
maternidade,
com
seu
papel
materno,
com
o
próprio
bebê
e
com
o
tipo
de
vida
que
é
estabelecido
após
a
chegada
da
criança.
A
nova
mãe
precisa
mudar
o
centro
de
sua
identidade
de
filha
para
mãe
e
tal
reorganização
leva
a
alterações
de
seus
investimentos
emocionais,
de
sua
distribuição
de
tempo,
de
energia
e
de
suas
atividades.
E
nem
sempre
isso
é
uma
tarefa
fácil,
abrindo
espaço
para
a
depressão
pós-‐parto.
(FRIZZO;
PICCININI,
2005)
Quando
o
bebê
sorri
e
a
mãe
lhe
responde,
este
momento
de
conexão
é
percebido
como
altamente
prazeroso
pelo
bebê.
No
entanto,
um
bebê
diante
de
uma
mãe
deprimida
não
receberá
essa
mesma
resposta,
o
que
lhe
causará
um
gradativo
desligamento
da
figura
materna.
Com
o
tempo,
o
bebê
responde
com
o
desaparecimento
de
sua
animação,
a
diminuição
do
afeto
positivo
e
da
expressão
facial.
Tal
evento
não
é
apenas
resultado
da
falta
de
responsividade
materna,
mas
também
do
processo
imitativo
e
identificatório
que
o
bebê
utilizou
para
estabelecer
contato
com
sua
mãe.
(STERN,
1997)
CONCLUSÃO
Observa-‐se,
dessa
maneira,
como
a
realidade
externa
atua
como
importante
aliada
dos
processos
de
maturação
dos
indivíduo,
sendo
a
mãe,
peça
fundamental
desta
realidade,
parte
deste
ambiente
necessário
para
o
desenvolvimento
do
potencial
psíquico
e
pulsional
do
bebê.
Quando
não
há
dificuldade
de
interação,
a
mãe
suficientemente
boa
ajusta-‐se
às
necessidades
do
bebê,
criando
uma
sincronia
com
este
e
facilitando
o
desenvolvimento
da
sua
saúde
psíquica
futura.
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Marina.
O
desenvolvimento
emocional
primitivo.
Um
diálogo
entre
os
pensamentos
de
D.
W.
Winnicott
e
M.
R.
Klein.
Monografia
de
conclusão
de
curso
de
Pós
graduação
Lato-‐Sensu
em
Psicopedagogia
Clínica,
Centro
Universitário
FIEO,
SP,
2010.
FREUD,
Sigmund.
Conferência
XXXI
–
A
Dissecção
da
Personalidade
Psíquica.
In:
Edição
Standard
Brasileira
das
Obras
Psicológicas
Completas
de
Sigmund
Freud.
Rio
de
Janeiro:
Imago,
1984.
Volume
XXII.
FRIZZO,
Giana
Bitencourt;
PICCININI,
Cesar
Augusto.
Interação
mãe-‐bebê
em
contexto
de
depressão
materna:
aspectos
teóricos
e
empíricos.
Psicologia
em
Estudo,
Maringá,
v.10,
n.1,
p.47-‐55,
2005.
GORETTI,
Amanda
Cabral
dos
Santos;
ALMEIDA,
Sandra
Francesca
Conte;
LEGNANI,
Viviane
Neves.
A
relação
mãe-‐bebê
na
estimulação
precoce:
um
olhar
psicanalítico.
Estilos
Clínicos,
São
Paulo,
v.19,
n.3,
p.414-‐435,
2014.
OLIVEIRA,
Tereza
Marques
de
Oliveira.
Atenção
materna
primária
e
consulta
terapêutica:
uma
proposta
de
prevenção
comunitária.
Dissertação
(Doutorado
em
Psicologia
Clínica),
Instituto
de
Psicologia
de
São
Paulo,
USP,
São
Paulo,
2008.
STERN,
Daniel.
A
constelação
da
maternidade:
o
panorama
da
psicoterapia
pais/bebê.
Porto
Alegre:
Artes
Médicas,
1997.
WINNICOTT,
Donald
Woods.
Preocupação
materna
primária
[1956].
In:
WINNICOTT,
Donald
Woods
(Ed.).
Obras
escolhidas:
Da
pediatria
à
psicanálise.
Rio
de
Janeiro:
Imago,
2000.
WINNICOTT,
Donald
Woods.
O
bebê
como
organização
em
marcha
[1957].
In:
WINNICOTT,
Donald
Woods.
A
criança
e
o
seu
mundo.
Rio
de
Janeiro:
LTC,
2008.
WINNICOTT,
Donald
Woods.
Teoria
do
relacionamento
paterno-‐infantil
[1960].
In:
WINNICOTT,
Donald
Woods.
O
ambiente
e
os
processos
de
maturação
–
Estudos
sobre
a
teoria
do
desenvolvimento
emocional.
Porto
Alegre:
Artmed,
1983.
WINNICOTT,
Donald
Woods.
Da
dependência
à
independência
no
desenvolvimento
do
indivíduo
[1963].
In:
WINNICOTT,
Donald
Woods.
O
ambiente
e
os
processos
de
maturação
–
Estudos
sobre
a
teoria
do
desenvolvimento
emocional.
Porto
Alegre:
Artmed,
1983.
EXERCÍCIOS
1.
Freud,
em
sua
Conferência
XXXI
–
A
Dissecção
da
Personalidade
Psíquica
(1932),
afirmou
que
“O
nosso
eu,
que
parece
tão
nosso,
na
verdade
resulta
de
um
longo
processo
de
convivência
com
outros
seres
humanos”.
O
que
ele
quis
dizer
com
isso?
(A)
O
nascimento
do
sujeito
psíquico
ocorre
por
ocasião
do
parto,
em
que
o
bebê
já
nasce
com
sua
própria
personalidade.
(B)
O
nascimento
do
sujeito
psíquico
ocorre
através
da
relação
estabelecida
com
as
pessoas
próximas,
principalmente
no
início
da
vida.
(C)
O
nascimento
do
eu
ocorre
apenas
na
fase
adulta,
quando
adquire-‐se
maturidade
e
responsabilidade.
(D)
O
nascimento
do
eu
não
existe,
já
que
somos
fruto
da
convivência
que
tivemos
com
nossos
pais.
2.
Quais
são
as
três
funções
da
mãe
suficientemente
boa,
de
acordo
com
Winnicott?
(A)
Holding,
handling
e
a
apresentação
dos
objetos.
(B)
Manejo,
ajustamento
e
idealização
dos
objetos.
(C)
Alegria,
disposição
e
cuidados
básicos.
(D)
Falta
de
atenção,
sono
e
indisposição.
3.
Segundo
Winnicott,
quais
são
as
três
fases
na
primeira
infância
que
se
relacionam
com
a
dependência
do
bebê
perante
a
mãe:
(A)
Dependência
absoluta,
dependência
relativa
e
dependência
completa.
(B)
Dependência
imaginária,
dependência
real
e
dependência
mista.
(C)
Dependência
do
bebê,
dependência
da
criança
e
dependência
do
adolescente.
(D)
Dependência
absoluta,
dependência
relativa
e
rumo
à
independência.